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Universidade Federal de Juiz de Fora ALICE BELLEIGOLI REZENDE INFLUÊNCIA DO BAÇO, DA ASPLENIA E DO IMPLANTE ESPLÊNICO AUTÓGENO NO METABOLISMO LIPÍDICO DE CAMUNDONGOS Juiz de Fora 2007

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Universidade Federal de Juiz de Fora

ALICE BELLEIGOLI REZENDE

INFLUÊNCIA DO BAÇO, DA ASPLENIA E DO IMPLANTE

ESPLÊNICO AUTÓGENO NO METABOLISMO LIPÍDICO DE

CAMUNDONGOS

Juiz de Fora 2007

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ALICE BELLEIGOLI REZENDE

INFLUÊNCIA DO BAÇO, DA ASPLENIA E DO IMPLANTE

ESPLÊNICO AUTÓGENO NO METABOLISMO LIPÍDICO DE

CAMUNDONGOS

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação em Saúde Brasileira, área de concentração Imunologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Saúde Brasileira.

Orientador: Prof. Henrique Couto Teixeira

Juiz de Fora

2007

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ALICE BELLEIGOLI REZENDE

INFLUÊNCIA DO BAÇO, DA ASPLENIA E DO IMPLANTE

ESPLÊNICO AUTÓGENO NO METABOLISMO LIPÍDICO DE

CAMUNDONGOS

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação em Saúde Brasileira, área de concentração Imunologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Saúde Brasileira. Aprovada pela Banca Examinadora composta por: __________________________________________________________________ Prof. Dr. Henrique Couto Teixeira Universidade Federal de Juiz de Fora

__________________________________________________________________ Profa. Dra. Ana Paula Ferreira Universidade Federal de Juiz de Fora

__________________________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio Ibañez Nunes Fundação José Bonifácio de Andrade (FUNJOB).

Juiz de Fora __ / __ / __

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Rezende, Alice Belleigoli

Influência do baço, da asplenia e do implante esplênico auto- geno no metabolismo lipídico de camundongos / Alice Belleigoli

Rezende; orientador: prof. Dr. Henrique Couto Teixeira. -- 2007. 64f. Dissertação (Mestrado Saúde Brasileira) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Juiz de Fora.

1. Baço. 2. Transplante autólogo. 3. Transtornos do metabo- lismo dos lipídios. I. Teixeira, Henrique Couto. II. Título.

CDU 612.11

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Dedico este trabalho a todos aqueles que contribuíram para a sua realização.

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Agradecimentos

Aos meus pais pelo apoio incondicional não só nesta, mas em todas as

realizações de minha vida.

Ao meu irmão pela sua compreensão e pelo seu otimismo nos momentos

mais difíceis.

A minha vó Andrelina, que apesar de não estar presente nesta conquista,

sempre foi uma grande incentivadora.

Aos meus amigos, tios e primos pela sua torcida.

Aos Profs. Drs. Henrique Couto Teixeira e Ana Paula Ferreira por me

acolherem no Laboratório de Imunologia da Universidade Federal de Juiz de Fora

e permitirem a concretização deste sonho.

Aos amigos do Laboratório de Imunologia da Universidade Federal de Juiz

de Fora pelo carinho e auxílio na execução dos experimentos.

Ao Prof. Dr. Sérgio Ibañez Nunes pela ajuda fundamental na execução

deste trabalho.

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Ao Prof. Dr. Andy Petroianu pelo suporte teórico e científico nos momentos

de dúvidas e discussões.

Ao Prof. Dr. Rogério Estevam Farias por sua contribuição na realização do

estudo histopatológico.

Ao Fernando Rocha Vieira pelo auxílio na análise bioquímica.

Ao Prof. Dr. Márcio José Martins Alves pela colaboração na realização da

análise estatística.

À CAPES, ao CNPq e à FAPEMIG pelo suporte financeiro fornecido ao

projeto.

Àqueles(as) cujos nomes involuntariamente omitimos.

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Resumo

A função do baço como órgão importante do sistema imunológico já foi

estabelecida. Atualmente, uma nova função vem sendo associada a este órgão, a

participação no metabolismo lipídico. O objetivo deste estudo foi avaliar a

influência do baço, da asplenia e do implante esplênico autógeno no metabolismo

lipídico de camundongos. Foram utilizados 70 camundongos BALB/c distribuídos

em sete grupos: controle normal (CN); controle obeso (CO); operação simulada

(OS); esplenectomia total (ET); três grupos submetidos ao transplante autógeno

do baço: omento maior (OM), retroperitônio (RP), tecido subcutâneo da parede

abdominal (PA). Os animais, com exceção do grupo CN, foram submetidos a dieta

com 1,25% de colesterol. A intervenção cirúrgica foi realizada 30 dias após o início

da dieta. A coleta de sangue ocorreu no 60° dia pós-operatório. Foram dosados os

níveis de triglicérides, de colesterol total e de suas frações, bem como a glicemia.

O baço, os implantes esplênicos e o fígado foram submetidos a estudo histológico.

Entre os animais em uso da dieta, não houve diferença no lipidograma dos grupos

controles (CO e OS) quando comparados ao grupo esplenectomizado (ET), assim

como em relação aos animais submetidos ao transplante autógeno do baço (OM,

RP, PA). A preservação da arquitetura histológica esplênica foi semelhante nos

três locais de implante. De acordo com os resultados obtidos o baço não parece

participar da regulação dos níveis de lipídeos plasmáticos em camundongos

BALB/c.

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Abstract

Currently studies suggest the splenic tissue influence on the lipid

metabolism. However, the relation between the spleen and lipid metabolism has

not been properly studied. This work verify the influence of the spleen and splenic

remmants on lipid metabolism, by evaluating the impact of splenectomy on

lipidogram of mice and by studying the effect of autogenous spleen tissue

implanted in different sites. 70 BALB/c mice were divided into seven groups:

normal control group, with no diet or surgery; fat control group, without surgery;

surgical procedure sham group; total splenectomy group and three groups with

implants in different sites: greater omentum, retroperitonium and abdominal

subcutaneous tissue. The animals, except the normal control group, received food

with 1,25% cholesterol. The surgical procedure was carried out 30 days after the

beginning of the food administration. Two months after the operations, serum

triglycerides, cholesterol and glycemia were studied. Histological assessments in

the spleen or implants and in the liver were carried out. No significant difference

was found in the lipidograms of the animals of the control groups when compared

with the splenectomized ones, as well as in the animals submitted to the

autogenous splenic tissue transplantation. The preservation of the splenic

histological architecture was similar on the three implantation sites. The spleen,

splenectomy and splenic implants do not influence lipidogram in BALB/c mice.

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Lista de Abreviaturas e Símbolos BALB/c - Linhagem de camundongos isogênicos - Mc Dowell em 1923 CN - Controle Normal CO - Controle Obeso g - Grama HDL - High-density lipoproteins/Lipoproteínas de alta densidade LDL - Low-density lipoproteins/Lipoproteínas de baixa densidade ml - Mililitro nº - Número OS - Operação Simulada OM - Omento Maior p - Significância estatística PA - Parede Abdominal RP - Retroperitônio VLDL - Very low density lipoproteins/Lipoproteínas de muito baixa densidade

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Lista de Figuras 01 – Técnica cirúrgica – (A) Pedículo vascular e vasos curtos esplênicos. (B) Secção do baço para o transplante autógeno; aproximadamente 30% do tecido esplênico é dividido em duas partes................................................. 16 02 – Transplante autógeno de baço em omento maior – (A) Transfixação dos fragmentos. (B) Bolsa confeccionada com omento maior envolvendo os fragmentos................................................................................................... 17 03 – Transplante autógeno de baço em retroperitônio - (A) Acesso ao retroperitônio. (B) Colocação dos fragmentos sem fixação.............................. 17 04 – Transplante autógeno de baço em parede abdominal. Fragmentos posicionados no tecido celular subcutâneo sem fixação.................................. 18 Artigo 01 – Implante de tecido esplênico (setas) em três locais diferentes. A: Omento maior. B: Retroperitônio. C: Parede abdominal.................................. 55 02 - Estudo histopatológico do tecido esplênico e hepático. Hematoxilina- eosina (x10). A: Tecido esplênico original (grupo OS). B: Implante esplênico com estrutura compatível com o órgão original (grupo R.P). C: Implante esplênico com pequenas alterações (grupo OM). D: Tecido hepático sem alterações (grupo CN). E: Tecido hepático com esteatose de baixo grau (grupo PA). F: Tecido hepático com esteatose de alto grau (grupo CO).......... 56

Lista de Tabelas 01 - Composição da dieta AIN-93G acrescida de 1,25% de colesterol............ 14 Artigo 01 - Valores de colesterol total e suas frações, triglicérides e glicemia (média + desvio padrão) nos camundongos dos diferentes grupos................. 58

Tabela Geral..................................................................................................... 61 Tabela Lipidograma.......................................................................................... 63 Tabela Histologia.............................................................................................. 65

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SUMÁRIO

p.

1 Introdução.................................................................................................. 1 2 Metodologia............................................................................................... 11 2.1 Animais................................................................................................ 12 2.2 Dieta..................................................................................................... 13 2.3 Anestesia e Intervenção Cirúrgica....................................................... 14 2.4 Coleta de sangue................................................................................. 18 2.5 Avaliação dos níveis de lipídeos plasmáticos...................................... 19 2.6 Estudo Histopatológico........................................................................ 19 2.7 Análise Estatística............................................................................... 20 3 Referências Bibliográficas......................................................................... 21 4 Artigo.......................................................................................................... 31 5 Anexos....................................................................................................... 60

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1. Introdução

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O baço é um órgão do nosso corpo sobre o qual, até hoje, pouco se sabe.

Vários mistérios estão envolvidos em sua existência e o baço vem fascinando

desde os sábios antigos até os pesquisadores atuais. Por ter sua importância

pouco esclarecida e pelo fato de sua ausência ser compatível com a vida, durante

muito tempo o baço foi retirado indiscriminadamente. A esplenectomia total, até

pouco tempo atrás, era a única opção terapêutica independente do tipo e da

extensão da lesão esplênica. Este padrão de tratamento estava baseado em três

princípios: o baço é um órgão dispensável; qualquer procedimento menor que a

esplenectomia é quase sempre fatal e a sutura do órgão é trabalhosa e pouco

segura (AVENDAÑO, 1997; CHRISTO, 2001; PETROIANU, 2003a).

King e Schumacker Júnior, em 1952, ao publicarem um estudo sobre

complicações infecciosas pós-esplenectomia, despertaram as atenções da

comunidade científica para a importância do tecido esplênico na prevenção de

infecções graves. Os autores e, posteriormente, outros estudiosos, descreveram a

sepse fulminante pós-esplenectomia, uma situação clínica grave, 58 vezes mais

freqüente nos pacientes esplenectomizados do que na população em geral,

atingindo pessoas de qualquer idade, com uma freqüência maior na infância. Esta

síndrome pode ocorre até 40 anos após a cirurgia e tem uma mortalidade de 50 -

75% (HORAN e COLEBATCH, 1962; ALBERTI et al., 1986; CASANOVA et al.,

1994).

Uma vez iniciados os estudos sobre o baço, eles tornaram-se cada vez

mais freqüentes e, atualmente, importantes funções são associadas a este órgão.

A sua participação no sistema imunológico é evidente. O baço é um órgão linfóide

secundário, bastante organizado, no qual as células do sistema imune estão

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presentes em grande número – 25% de todos os linfócitos estão no baço, sendo

um dos principais locais de interação e regulação do sistema imunológico

(PETROIANU, 2003a). Outra atribuição do baço é a fagocitose e depuração de

uma enorme variedade de partículas da corrente sanguínea, essencial para o

equilíbrio desse compartimento (TRAUB et al., 1987; PETROIANU, 2003b).

Recentemente, estudiosos tem apontado para uma nova função do baço, sendo a

ele atribuído papel importante na regulação do metabolismo lipídico (PAULO e

SILVA, 2001; JAMEL et al., 2002).

O baço é maciço, muito vascularizado e está situado à esquerda do

abdome, abaixo do diafragma. É o órgão mais lesado em traumatismo abdominal

fechado. É também susceptível a vários tipos de incidentes iatrogênicos,

principalmente em intervenções sobre o estômago, cólon e pâncreas (BUNTAIN e

GOULD, 1985; PISTERS e PACHTER, 1994; ABRANTES et al., 2002). As lesões

esplênicas são, portanto, extremamente freqüentes. Ainda hoje, é alta a incidência

de esplenectomias totais, apesar do conhecimento das alterações que ocorrem

após este procedimento, principalmente no sistema imunológico, como queda da

atividade fagocítica a antígenos, dos níveis séricos de IgM, do complemento, de

linfócitos T reguladores e aumento da atividade de auto-anticorpos (IZBICKI et al.,

1989; TORRES et al., 1993).

Considerando que a importância da preservação do tecido esplênico é bem

definida, é crescente a necessidade de se pensar em conduta mais conservadora

na abordagem cirúrgica das lesões esplênicas. São descritas técnicas como

esplenorrafia, hemiesplenectomia, esplenectomia subtotal, ligadura da artéria

esplênica (JAMEL, 1979; VADRA, 1989; REZENDE et al., 1990). São feitas todas

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as tentativas de se conservar o baço em seu local anatômico, integral ou

parcialmente, mas em situações onde não é possível essa preservação, o

transplante autógeno de baço é a única maneira de ser obter a manutenção da

função esplênica (BUTAIN e GOULD, 1985; ALBERTI et al., 1986; TORRES et al.,

1993; CLAYER et al., 1994; RESENDE e PETROIANU, 2001). Há ainda situações

onde a esplenectomia total é a opção terapêutica, como na hipertensão porta, mas

a perda da função esplênica não é desejável (BRANDT et al., 1998; BRANDT et

al., 2001; FERRAZ, 2003).

A idéia de semear segmentos de baço em diferentes locais do abdome –

transplante autógeno de baço - fundamenta-se na esplenose, que é a implantação

natural de tecido esplênico oriundo de traumatismo (BUCHBINDER e LIPKOFF,

1939; CALDER; 1939). Os primeiros auto-implantes de tecido esplênico foram

realizados de maneira experimental. No homem, este procedimento começou a

ser utilizado por Albrecht em 1896, e depois por Schilling em 1907 (PETROIANU,

2003a). Acredita-se que para que os fragmentos implantados possam manter de

forma adequada as funções esplênicas são necessários pelo menos 25 - 30% da

massa tecidual do órgão original (VAN WYCK et al., 1980; TORRES et al., 1993;

RESENDE e PETROIANU, 2001). Outro aspecto a ser considerado é o local de

implante. Atualmente preconiza-se que para que os implantes cumpram

perfeitamente seu papel, a drenagem sanguínea deve seguir para o fígado,

através de veias do sistema porta. O omento maior por respeitar esta exigência e

por ser extremamente vascularizado é, hoje, o sítio de implante utilizado pela

maioria dos especialistas (PATEL et al., 1982; IINUMA et al., 1992; LIAUNIGG et

al., 1992).

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Há na literatura evidências de que o enxerto transplantado é viável

(TAVASSOLI et al., 1973; KRASNA e THOMPSON, 1985; CASTELANI et al.,

2001). Sharma e colaboradores, em 1996, mostraram que os fragmentos

implantados são captantes à cintilografia, evidenciando um processo de

neovascularização e, conseqüentemente, a viabilidade do enxerto. Sugeriram que

o método descrito é uma excelente técnica de imagem para verificação do

sucesso do transplante autógeno de baço no menor tempo possível.

Vários autores já evidenciaram que a histologia dos enxertos autólogos é

semelhante a do baço normal (MARINE e MANLEY, 1920; PABST, 1999; GOMEZ

et al., 2000). Nunes e colaboradores (2005) descreveram que as principais

diferenças encontradas entre os baços originais e os transplantados são a perda

da cápsula verdadeira, espessamento desta cápsula e a presença de tecido de

granulação com macrófagos fagocitando pigmento hemossiderótico na periferia. O

tecido implantado apresenta discretas alterações: polpa branca presente

estruturalmente adequada, porém discretamente reduzida quanto ao seu volume;

polpa vermelha mais congesta; sinusóides com padrão ligeiramente mais dilatado

e com discreta desorganização e proliferação das fibras reticulínicas.

Estudos anteriores observaram que a alterações de parâmetros

imunológicos que previsivelmente ocorrem após uma esplenectomia, podem ser

prevenidas pelo transplante autógeno de baço. Properdina e tuftisina, peptídeos

envolvidos com a atividade e resposta migratória de células fagocíticas, assim

como os níveis de anticorpos circulantes, IgM e IgG, mantêm valores próximos da

normalidade no enxerto autólogo do baço (IZBICKI et al., 1989; WESTERMANN et

al., 1990; KOBAYASHI et al., 1996; RESENDE e PETROIANU, 2001).

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Likhite, em 1978, relatou que camundongos esplenectomizados e

posteriormente infectados com Diplococcus pneumoniae tipo III estariam

protegidos da sepse fulminante pós-esplenectomia se fosse realizado o

transplante autógeno de baço, devido à manutenção dos níveis de anticorpos

opsonizantes. A capacidade fagocitária do enxerto autólogo frente a pneumococos

também foi verificada em seres humanos (SCHWARTZ et al., 1978; LEEMANS et

al., 1999). Foi relatada também a importância da preservação de tecido esplênico

para a fagocitose de outras bactérias, como a Escherichia coli (RODRIGUES

JÚNIOR et al., 1988; WESTERMANN e PABST, 1997; MARQUES e PETROIANU,

2003; SILVA et al., 2003). Os dois microorganismos descritos são importantes

agentes causadores da sepse fulminante pós-esplenectomia, sendo o Diplococcus

pneumoniae o principal, respondendo por aproximadamente 50% dos casos

(TORRES et al., 1993; NUNES et al., 1994).

Nunes e colaboradores (2005) evidenciaram uma comprovação definitiva da

produção de anticorpos no desenvolvimento de resposta imune T-dependente pelo

tecido esplênico transplantado. As células do fragmento enxertado foram isoladas

e visualizadas na sua capacidade de produzir anticorpo após imunização com

hemácias de carneiro. Este estudo mostrou que o enxerto é imunologicamente

ativo.

A manutenção da homeostase sanguínea, pela retirada de uma enorme

variedade de partículas da circulação, é uma atribuição do baço que também é

preservada pela realização do enxerto autólogo. Nos pacientes submetidos ao

transplante autógeno de baço não foram encontrados corpúsculos de Howell-Jolly

nos esfregaços de sangue periférico (RESENDE e PETROIANU, 2001). Estes

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corpos, constituídos por hemoglobina proveniente do processo de hemocaterese,

quando presentes no sangue periférico sugerem ausência ou prejuízo da atividade

esplênica e por isso são freqüentemente encontrados em pacientes

esplenectomizados. Outros autores já haviam descrito resultados semelhantes

(TRAUB et al., 1987; WITTE et al., 1988; BUDIHNA et al., 1991; HAKLAR et al.,

1997).

O papel do baço e do enxerto autólogo de baço no metabolismo lipídico,

diferentemente das funções imunológica e hematológica, já bastante exploradas,

ainda precisa ser esclarecido. Isto porque apenas recentemente é que se sugeriu

a participação do tecido esplênico na regulação dos lipídios plasmáticos. A

hipótese surgiu a partir de duas observações clínicas principais: o aumento dos

lipídios plasmáticos e da freqüência de doenças isquêmicas coronarianas

observados em indivíduos que sofreram esplenectomia por trauma e os baixos

níveis de colesterol encontrados em pacientes com hiperesplenismo (ROBINETE

e FRAUMENI JUNIOR, 1977; SUGIHARA et al., 1989).

Robinete e Fraumeni Júnior, em 1977, estudando a esplenectomia e sua

subseqüente mortalidade em veteranos que estiveram na 2ª Guerra Mundial

observaram uma alta incidência de infarto agudo do miocárdio. As alterações no

metabolismo lipídico que ocorreriam após a esplenectomia, principalmente nos

níveis de colesterol circulante, poderiam explicar, pelo menos em parte, esta

observação.

Pacientes com doenças mieloproliferativas demonstram um declínio das

concentrações plasmáticas de lipídios e este fenômeno está associado, à

princípio, a uma hiperfunção do baço. Aviram e colaboradores (1986) compararam

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os lipídeos plasmáticos de pacientes com desordens mieloproliferativas antes e

depois da esplenectomia com os níveis apresentados por pacientes submetidos a

procedimentos ortopédicos e a colicistectomia. Após a esplenectomia houve um

acréscimo nos níveis de colesterol total e LDL-colesterol. Nos demais grupos

essas lipoproteínas, após um pequeno declínio inicial, retornaram às

concentrações pré-operatórias. Esses resultados sugerem que o baço participa da

regulação do metabolismo do colesterol nesses pacientes o que foi corroborado

por outros autores (SUGIHARA et al., 1989).

Trabalhos experimentais avaliaram o impacto da esplenectomia nos níveis

circulantes de lipoproteínas. Asai e colaboradores, em 1988, estudando dois

grupos de coelhos, observaram que os animais esplenectomizados apresentavam

aumento do colesterol total, triglicérides, fosfolipídios e redução do HDL-colesterol

quando submetidos a uma dieta enriquecida com 1% de colesterol, alterações que

não foram registradas no grupo controle. A percentagem de placas ateromatosas

na artéria aorta também foi maior no grupo submetido a esplenectomia. Esses

achados associam o tecido esplênico ao metabolismo lipídico e processo

aterosclerótico em coelhos, coincidindo com outros trabalhos experimentais

(FATOUROS et al., 1995) e com as observações previamente descritas em seres

humanos (AVIRAM et al., 1986; SUGIHARA et al., 1989).

Alguns mecanismos já foram propostos para explicar a participação do baço

no metabolismo lipídico. Acredita-se que o tecido esplênico agindo como um

grande filtro biológico produziria captação e destruição de LDL-colesterol, através

de receptores na membrana de macrófagos, controlando assim os seus níveis e

os de colesterol total (FATOUROS et al., 1995; SILVA, 2002). No entanto, foi

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Caligiuri e colaboradores, 2002, que sugeriram a atuação dos linfócitos B no

controle das concentrações de LDL-colesterol. Segundo estes autores o linfócito B

produz anticorpos contra o LDL-colesterol oxidado, que é o principal responsável

pelo processo de ateromatose no endotélio vascular. O complexo antígeno-

anticorpo, ou seja, o LDL-colesterol oxidado-anticorpo, seria, então, retirado da

circulação através da fagocitose.

Alguns trabalhos procuraram avaliar o papel da conservação parcial do

tecido esplênico no perfil lipídico. Paulo e Silva (2001), em modelo experimental

em cães, compararam a esplenectomia total com a hemiesplenectomia e a

esplenectomia subtotal com preservação do pólo inferior do baço. Observaram

que a esplenectomia total aumentou significativamente os níveis de colesterol total

e LDL-colesterol. Essas alterações não foram relatadas nos demais grupos,

mostrando que o tecido esplênico conservado na hemiesplenectomia e na

preservação do pólo inferior do baço foi capaz de evitá-las.

Jamel e colaboradores, em 2002, realizaram pesquisa semelhante em ratos

Wistar, incluindo mais um grupo, o transplante autógeno de baço realizado em

omento maior. Relataram uma elevação significativa do LDL-colesterol e do

colesterol total no grupo esplenectomizado. O mesmo ocorreu nos grupos

hemiesplenectomia e transplante autógeno de baço, embora de forma muito mais

amena, evidenciando que o remanescente esplênico protegeu parcialmente contra

as mudanças provocadas no lipidograma pela retirada total do baço.

O papel do transplante autógeno de baço no metabolismo lipídico, atuando

na prevenção das supostas alterações no lipidograma induzidas pela

esplenectomia, precisa ser esclarecido. Outra dúvida que permanece é quanto a

9

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localização do enxerto autólogo do baço. Acredita-se que para os implantes

cumprirem suas funções é necessário que a drenagem sanguínea siga para o

fígado como no órgão original. O omento maior é o local preconizado pela

literatura para a realização do transplante autógeno de baço, entretanto, o estudo

de outros sítios de implante é de grande importância (PATEL et al., 1982; IINUMA

et al., 1992; LIAUNIGG et al., 1992).

Atualmente, a preocupação com o metabolismo lipídico é crescente. Sabe-

se que os níveis plasmáticos de colesterol total e, principalmente de LDL-

colesterol, estão diretamente relacionados com a formação de placas de ateroma.

A doença ateromatosa é extremamente comum e manifesta-se através de eventos

isquêmicos de alta morbidade e mortalidade como o infarto agudo do miocárdio e o

acidente vascular cerebral (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2005).

Considerando que as doenças ateroscleróticas são, atualmente, uma das principais

causas de mortalidade no Brasil e no mundo e que a influência do baço no

metabolismo lipídico ainda é um assunto controverso, é de grande necessidade

que se verifique se a esplenectomia realmente predispõe a alterações no

lipidograma e se o transplante autógeno de baço poderia exercer papel protetor

contra essas intercorrências e suas conseqüências patológicas.

O objetivo deste trabalho foi estudar a função atribuída ao baço de

regulação do metabolismo lipídico, através da avaliação do impacto da

esplenectomia no perfil lipídico de camundongos BALB/c e da verificação do efeito

do transplante autógeno de baço em diferentes locais de transplantação.

10

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2. Metodologia

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2.1 Animais

Foram utilizados 70 camundongos isogênicos da linhagem BALB/c,

machos, a partir de quatro semanas de idade. Foram escolhidos camundongos

BALB/c porque o modelo experimental neste animal já havia sido padronizado

pelo grupo de pesquisa do Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (NUNES et al., 2005). Além

disso, a modificação dos níveis de colesterol em camundongos através de dietas

enriquecidas já está estabelecida na literatura (JOHNSTON et al., 2002; ISHIMORI

et al., 2004). A opção por machos objetiva excluir as alterações no lipidograma

ocasionadas pelo ciclo reprodutivo das fêmeas. Os animais ficaram no setor de

experimentação do Laboratório de Imunologia e foram mantidos em estante

ventilada e gaiolas padrão. A alimentação foi baseada em dieta composta por

ração rica em colesterol e água. Os camundongos foram acompanhados, sendo

os procedimentos e as intercorrências registrados.

Os animais foram divididos em sete grupos, assim distribuídos: Grupo 1:

Controle Normal (CN) - dez camundongos não esplenectomizados e não

submetidos à dieta com colesterol - único grupo que não receberá dieta

enriquecida; Grupo 2: Controle Obeso (CO) - dez camundongos não

esplenectomizados; Grupo 3: Operação Simulada (OS) - dez camundongos com

operação simulada; Grupo 4: Esplenectomia Total (ET) - dez camundongos

esplenectomizados; Grupo 5: Omento Maior (OM) - dez camundongos

esplenectomizados e submetidos ao transplante autógeno de baço em omento

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maior; Grupo 6: Retroperitônio (RP) - dez camundongos esplenectomizados e

submetidos ao transplante autógeno de baço em retroperitônio; Grupo 7: Parede

Abdominal (PA) - dez camundongos esplenectomizados e submetidos ao

transplante autógeno de baço em parede abdominal.

O projeto está de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação

Animal, adotados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), e

foi aprovado pela Comissão de Ética na Experimentação Animal (CEEA) da Pró-

Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (Protocolo nº

041/2005).

2.2 Dieta

Todos os animais, com exceção dos do grupo Controle Normal, foram

submetidos à dieta enriquecida com colesterol. A dieta foi iniciada após o

desmame, o que aconteceu com aproximadamente quatro semanas de idade.

Estudos prévios em roedores utilizaram rações enriquecidas com colesterol

em concentrações que variam de 1 - 2,5% (ASAI et al., 1988; ASAI et al., 1990;

PAULO et al., 2005). A ração utilizada neste trabalho foi a AIN-93G (RHOSTER

Indústria e Comércio Ltda) acrescida de 1,25% de colesterol (Tabela 1).

Os camundongos da linhagem BALB/c ingerem em torno de 5,8 a 6,0g de

ração por dia. Estes valores serviram como base para oferecer a quantidade de

alimento adequado a ser deixada em cada gaiola, de acordo com o número de

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animais, garantindo que todos tivessem oferta satisfatória da ração qualitativa e

quantitativamente.

Produtos Peso (gramas) Amido de Milho 7.122,24 Caseína 3.700,00 Amido Dextrinizado 2.442,00 Sacarose 1.850,00 Óleo de Soja 1.295,00 Celulose 925,00 Mix Mineral AIN-93G 647,50 Mix Vitamínico AIN-93 185,00 L-Cistina 55,50 Bitartarato de Colina 46,25 Colesterol 231,25 Tert-Butilhidroquinona 0,26 TOTAL 18.500,00 Fonte: RHOSTER Indústria e Comércio Ltda.

Todos os animais foram pesados antes do início da dieta, no momento da

intervenção cirúrgica e na coleta de sangue. Os valores obtidos foram registrados

e o ganho de peso neste período foi avaliado.

2.3 Anestesia e Intervenção Cirúrgica

A anestesia e a intervenção cirúrgica foram realizadas 30 dias após o início

da dieta. Os animais estavam com aproximadamente oito semanas de idade.

Tabela 1: Composição da dieta AIN-93G acrescida de 1,25% de colesterol.

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Anestesia

Para a anestesia foi utilizada solução anestésica composta pelas seguintes

substâncias: quetamina (5%), xilazina (2%) e solução salina (0,9%). A proporção

entre elas foi de 3:1:8. Foi aplicado 0,1ml intraperitonialmente. O plano anestésico

desejado foi atingido em um minuto e mantido por aproximadamente 13 minutos.

Intervenção Cirúrgica

A intervenção cirúrgica foi realizada na capela de fluxo laminar e utilizou

material previamente esterilizado. Os animais dos grupos Controles Normal e

Obeso não foram submetidos a nenhum procedimento cirúrgico. Nos animais do

grupo Operação Simulada foram realizados laparotomia mediana, inventário da

cavidade abdominal, mobilização do baço e isolamento dos vasos esplênicos e

laparorrafia. Nos grupos esplenectomizados foram realizados laparotomia

mediana, esplenectomia total convencional, ligadura do pedículo vascular e dos

vasos do ligamento esplenogástrico com categute simples nº 5-0 em separado.

Nos grupos com implantes autógenos, 30% do tecido esplênico ressecado foi

individualizado, pesado e dividido em duas partes (Figura 1).

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Os fragmentos obtidos foram implantados em um dos três locais de

transplantação, de acordo com o grupo estudado. No grupo Omento Maior, os

fragmentos foram colocados em um envelope de omento maior, onde foram

fixados com pontos de ácido poliglicólico nº 6-0, transfixados e envolvidos pelo

omento (Figura 2). No grupo Retroperitônio, o retroperitônio foi aberto por

dissecção romba, após tração do rim esquerdo, e os fragmentos foram colocados

próximo aos grandes vasos abdominais, sem fixação (Figura 3). No grupo Parede

Abdominal, os fragmentos foram colocados no tecido celular subcutâneo da

parede abdominal, sem fixação (Figura 4). A laparorrafia foi realizada em plano

único com poligalactina nº 4-0. Os tempos cirúrgicos e as intercorrências foram

registrados.

Figura 1 – Técnica cirúrgica – (A) Pedículo vascular e vasos curtos esplênicos.(B) Secção do baço para o transplante autógeno; aproximadamente 30% do tecido esplênico é dividido em duas partes.

A B

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Figura 2 – Transplante autógeno de baço em omento maior – (A) Transfixação dos fragmentos. (B) Bolsa confeccionada com omento maior envolvendo os fragmentos.

Figura 3 – Transplante autógeno de baço em retroperitônio - (A) Acesso ao retroperitônio. (B) Colocação dos fragmentos sem fixação.

A B

A B

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2.4 Coleta de Sangue

Após o procedimento cirúrgico foi realizada a coleta de sangue no 60° dia

pós-operatório. Em todos os animais foram colhidos cerca de 2ml de sangue

através de punção do plexo axilar sob sedação. O volume retirado foi satisfatório

para a obtenção de uma fração de soro do sangue para análise bioquímica.

A coleta de sangue realizada no grupo Controle Normal estabeleceu os

valores normais do perfil lipídico dos camundongos. Os resultados foram

comparados com os valores obtidos nos demais grupos, sendo de grande

importância para a elaboração da análise estatística do estudo.

A coleta de sangue foi realizada em tubos próprios da linha BD

VacutainerTM SSTTM Gel & Clot Activator.

Figura 4 – Transplante autógeno de baço em parede abdominal. Fragmentos posicionados no tecido celular subcutâneo sem fixação.

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2.5 Avaliação dos níveis de lipídeos plasmáticos

Após a coleta, o material obtido foi mantido em uma temperatura de 4 - 8°C

e enviado para o Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da

Universidade Federal de Juiz de Fora.

As frações do lipidograma dosadas foram os níveis de triglicérides,

colesterol total, HDL-colestrol, LDL-colesterol e VLDL-colesterol. A dosagem da

glicemia também foi efetuada. Os exames foram realizados no aparelho LABMAX

240 (LABTEST) que utilizou as seguintes metodologias: triglicérides e colesterol

total - Enzimático Trinder; HDL-colesterol - Inibição seletiva. As frações LDL-

colesterol e VLDL-colesterol foram calculadas pela fórmula de Friedwald. A

dosagem da glicemia utilizou a metodologia GOD-Trinder.

2.6 Estudo Histopatológico

Após a coleta de sangue, os animais mortos (exsanguinação sob anestesia)

foram submetidos a um inventário da cavidade abdominal. A retirada do baço,

implantes autógenos e do fígado foi realizada em cinco animais de cada grupo do

experimento selecionados aleatoriamente.

O material obtido foi enviado para análise histopatológica fixado em formol

a 10%. Todo material foi processado e então incluído em parafina. Foram

realizados cortes histológicos com cerca de três micrômetros de espessura

corados pela hematoxilina-eosina. O estudo histopatológico foi realizado no

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Laboratório de Histologia - Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora e o material foi avaliado pelo

mesmo patologista que analisou as seguintes estruturas:

• Baço/ fragmentos esplênicos: (i) estrutura geral do órgão e a presença de

cápsula; (ii) padrão morfológico da polpa branca, existência de folículos primários

e secundários; (iii) condições da polpa vermelha.

• Fígado: (i) estrutura geral do órgão e a presença de cápsula; (ii) presença

de esteatose hepática – acúmulo de lípides no interior do citoplasma dos

hepatócitos – e sua classificação em macrovesicular, microvesicular ou padrão

intermediário. Também foi realizada uma análise quantitativa: as lesões hepáticas

por esteatose foram classificadas em baixo grau (acometimento de até metade do

lóbulo hepático) e alto grau (acometimento de mais da metade do lóbulo hepático).

2.7 Análise Estatística

As diversas variáveis numéricas foram avaliadas nos diferentes grupos pelo

teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov para distribuição gaussiana dos

dados. Para as variáveis que possuíam distribuição normal e homocedasticidade,

a avaliação estatística foi realizada por meio de análise de variância (ANOVA),

seguida pelo teste de Bonferroni de comparação múltipla. Caso contrário, foi

utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. As variáveis nominais foram

analisadas por meio do teste não-paramético qui-quadrado. Os valores foram

considerados significativos para p < 0,05.

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3. Referências Bibliográficas

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4. Artigo

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Considerações O artigo “Influência do baço, da asplenia e do implante esplênico

autógeno no metabolismo lipídico de camundongos” dos autores Alice

Belleigoli Rezende, Sérgio Ibañez Nunes, Rogério Estevam Farias, Fernando

Rocha Vieira, Andy Petroianu e Henrique Couto Teixeira foi submetido à

apreciação dos revisores da Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões em

08/01/2007.

A revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões abrange trabalhos de clínica

cirúrgica e cirurgia experimental, sendo QUALIS A nestas áreas, segundo

classificação da CAPES. O artigo encontra-se no formato padronizado pela

Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, sendo respeitadas todas as regras

estabelecidas pelo periódico.

32

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INFLUÊNCIA DO BAÇO, DA ASPLENIA E DO IMPLANTE ESPLÊNICO

AUTÓGENO NO METABOLISMO LIPÍDICO DE CAMUNDONGOS.

INFLUENCE OF THE SPLEEN, ASPLENISM AND AUTOLOGOUS SPLENIC

IMPLANTS ON LIPID METABOLISM IN MICE.

Alice Belleigoli Rezende1, Sérgio Ibañez Nunes2, Rogério Estevam Farias3,

Fernando Rocha Vieira4, Andy Petroianu5, Henrique Couto Teixeira6

1. Mestranda em Saúde Brasileira, Faculdade de Medicina, Universidade Federal

de Juiz de Fora.

2. Professor do Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina, Fundação

José Bonifácio de Andrade (FUNJOB). Doutor em Cirurgia.

3. Professor Adjunto do Departamento de Morfologia, Instituto de Ciências

Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutor em Patologia

Experimental.

4. Bioquímico, Laboratório de Análises Clínicas, Hospital Universitário,

Universidade Federal de Juiz de Fora.

5. Professor Titular do Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina,

Universidade Federal de Minas Gerais. Docente Livre da UNIFESP-EPM e da

USP. Doutor em Fisiologia e Farmacologia. Pesquisador IA do CNPq.

6. Professor Associado do Departamento de Parasitologia, Microbiologia e

Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora.

Doutor em Imunologia. Pesquisador do CNPq.

33

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RESUMO

Objetivo: Estudar a influência do baço, da asplenia e do implante esplênico

autógeno no metabolismo lipídico, por meio da avaliação do lipidograma sérico de

camundongos e da verificação do efeito do transplante autógeno de baço em

diferentes locais do abdome. Método: Foram utilizados camundongos BALB/c

distribuídos em sete grupos de 10 animais: controle normal (CN); controle obeso

(CO); operação simulada (OS); esplenectomia total (ET); três grupos submetidos

ao transplante autógeno do baço: omento maior (OM), retroperitônio (RP), tecido

subcutâneo da parede abdominal (PA). Os animais, com exceção do grupo CN,

foram submetidos a dieta com 1,25% de colesterol. A intervenção cirúrgica foi

realizada 30 dias após o início da dieta. A coleta de sangue ocorreu no 60° dia

pós-operatório. Foram dosados os níveis de triglicérides, de colesterol total e de

suas frações, bem como a glicemia. O baço, os implantes esplênicos e o fígado

foram submetidos a estudo histológico. Resultados: A dieta aumentou os níveis

plasmáticos de colesterol total, HDL e LDL dos camundongos (p < 0,05 versus

CN). Entre os animais em uso da dieta, não houve diferença no lipidograma dos

grupos controles (CO e OS) quando comparados ao grupo esplenectomizado

(ET), assim como em relação aos animais submetidos ao transplante autógeno do

baço (OM, RP, PA). A capacidade de preservação da arquitetura histológica

esplênica foi semelhante nos três locais de implante. Todos os animais que

utilizaram a dieta enriquecida apresentaram esteatose hepática. Conclusão: De

acordo com os resultados obtidos o baço não parece participar da regulação dos

níveis de lipídeos plasmáticos em camundongos BALB/c.

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Descritores: Baço. Esplenectomia. Transplante autógeno de baço. Auto-implante

esplênico. Metabolismo lipídico. Colesterol. Triglicérides.

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Introdução

Durante muito tempo as atribuições do baço permaneceram desconhecidas.

Por ter sua importância pouco esclarecida e pelo fato de sua ausência ser

compatível com a vida, até hoje este órgão vem sendo retirado

indiscriminadamente no trauma e em diversas doenças hematológicas1. A

esplenectomia total era considerada a única opção terapêutica

independentemente do tipo e da extensão da afecção esplênica2,3.

King e Schumacker Jr4, em 1952, ao descreverem a sepse fulminante pós-

esplenectomia, despertaram a atenção da comunidade científica para a

importância do tecido esplênico na prevenção de infecções graves. Uma vez

iniciados, os estudos sobre o baço tornaram-se progressivamente mais

freqüentes. A participação do baço no sistema imunológico é bem conhecida5,6. O

baço é o principal responsável pela fagocitose e pela depuração de partículas,

bactérias, vírus, fungos e parasitas da corrente sanguínea7,8. Uma nova função do

baço que vem sendo pesquisada é o sua participação na regulação do

metabolismo lipídico9,10. Apesar de alguns autores terem encontrado evidências de

hiperlipidemia associada à asplenia, o papel do baço no metabolismo lipídico

ainda não foi esclarecido9,10.

Observada a importância desse órgão, sua preservação total ou parcial

passou a ser realizada de forma mais freqüente. Entre os métodos de

conservação do baço destacam-se a esplenorrafia, a hemiesplenectomia, a

esplenectomia subtotal e a ligadura da artéria esplênica. Quando a esplenectomia

total é inevitável, o transplante autógeno de tecido esplênico é a única maneira de

obter a manutenção da função esplênica e evitar as complicações da asplenia11-14.

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A participação do tecido esplênico na regulação dos lipídios plasmáticos foi

inicialmente apontada por Robinete e Fraumeni Jr15, que em 1977, estudaram a

mortalidade tardia de veteranos que foram esplenectomizados durante a Segunda

Guerra Mundial. A alta incidência de infarto agudo do miocárdio fez com que

esses autores atribuíssem à asplenia possíveis distúrbios lipídicos que

provocariam os incidentes vasculares15. Em pacientes com doenças

mieloproliferativas foi encontrada redução nas concentrações plasmáticas de

lipídios provavelmente decorrentes da hiperfunção esplênica16,17.

Trabalhos experimentais avaliaram o impacto da esplenectomia nos níveis

circulantes de lipoproteínas18-20. Asai et al19, em 1988, observaram que coelhos

esplenectomizados apresentavam aumento do colesterol total, dos triglicérides e

dos fosfolípides, enquanto a fração HDL era reduzida após dieta enriquecida com

colesterol. Paulo e Silva20 observaram em modelo experimental em cães que a

esplenectomia total aumentou os níveis de colesterol total e de sua fração LDL.

Essas alterações também foram encontradas por Jamel et al10, em ratos.

Apesar dos vários trabalhos já descritos na literatura, os resultados

encontrados ainda são conflitantes e a participação do baço no metabolismo

lipídico ainda é um assunto controverso. Considerando que a hiperlipidemia está

diretamente associada à formação de placas de ateroma e que as doenças

ateroscleróticas são uma das principais causas de morte21, é pertinente verificar se

de fato a esplenectomia predispõe a alterações no lipidograma e se o transplante

autógeno de baço influencia nesse índice metabólico.

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Método

Animais. Foram utilizados 70 camundongos isogênicos da linhagem

BALB/c, machos, a partir de quatro semanas de idade. Os animais foram alocados

no setor de experimentação do Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências

Biológicas - UFJF e mantidos em gaiolas padrão sobre estantes ventiladas. Foram

estudados sete grupos de 10 animais, assim distribuídos: grupo controle normal

(CN) – nenhum procedimento cirúrgico; grupo controle obeso (CO) – nenhum

procedimento cirúrgico; grupo operação simulada (OS); grupo esplenectomia total

(ET); grupo omento maior (OM) - transplante autógeno de baço em omento maior;

grupo retroperitônio (RP) - transplante autógeno de baço em retroperitônio; grupo

parede abdominal (PA) - transplante autógeno de baço em parede abdominal.

O projeto está de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação

Animal, adotados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), e

foi aprovado pela Comissão de Ética na Experimentação Animal (CEEA) da Pró-

Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (Protocolo nº.

041/2005).

Dieta. A alimentação foi constituída por ração rica em colesterol e água. A

ração utilizada neste trabalho foi a AIN-93G (RHOSTER Indústria e Comércio

Ltda.) acrescida de 1,25% de colesterol. Todos os animais, com exceção dos do

grupo controle normal, foram submetidos à dieta enriquecida com colesterol. A

dieta foi iniciada após o desmame, com quatro semanas de idade. Foi observado

que camundongos da linhagem BALB/c ingerem em torno de 5,8 a 6,0 g de ração

por dia. Esses valores serviram como base para a quantidade de alimento

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adequada a ser colocada em cada gaiola. O ganho de peso foi acompanhado

durante todo o experimento.

Procedimento cirúrgico. A anestesia e a intervenção cirúrgica foram

realizadas 30 dias após o início da dieta. Para a anestesia foi utilizada solução

anestésica composta pelas seguintes substâncias: quetamina (5%), xilazina (2%)

e solução salina (0,9%), na proporção de 3:1:8, por via intraperitoneal, na dose de

0,005 ml/g de peso corporal. A intervenção cirúrgica foi realizada na capela de

fluxo laminar e utilizou material previamente esterilizado.

Nos animais do grupo operação simulada realizou-se laparotomia mediana,

inventário da cavidade abdominal, mobilização do baço, isolamento dos vasos

esplênicos e laparorrafia.

Nos grupos esplenectomizados realizou-se laparotomia mediana,

esplenectomia total convencional, ligadura do pedículo vascular e dos vasos

curtos esplênicos com categute simples 5-0.

Nos grupos com implantes autógenos, 30% do tecido esplênico ressecado

foi individualizado, pesado e dividido em duas partes, conforme a técnica já

descrita por Nunes et al22. No grupo omento maior, os fragmentos foram

colocados em um envelope de omento maior, onde foram fixados com pontos de

ácido poliglicólico 6-0 e envolvidos pelo omento. No grupo retroperitônio, o

retroperitônio foi aberto por dissecção romba, após tração do rim esquerdo, e os

fragmentos foram colocados próximo aos grandes vasos abdominais, sem fixação.

No grupo parede abdominal, os fragmentos foram colocados no tecido celular

subcutâneo da parede abdominal, sem fixação. A quantidade de tecido esplênico

implantado nos grupos submetidos ao transplante autógeno de baço foi

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semelhante. O peso médio e o desvio padrão do tecido implantado foram de 0,056

+ 0,009 g no grupo OM, 0,054 + 0,009 g no grupo RP e 0,053 + 0,009 g no grupo

PA (p = 0,78). A laparorrafia foi realizada em plano único com poliglactina 4-0

(Figura1).

Coleta de sangue e análise bioquímica. A coleta de sangue foi realizada

no 60° dia pós-operatório. Foram colhidos cerca de 2 ml de sangue através de

punção do plexo axilar sob sedação. A coleta de sangue foi realizada em tubos de

4 ml (BD VacutainerTM SSTTM Gel & Clot Activator). Após a coleta, o material obtido

foi mantido em uma temperatura de 4 a 8°C. As frações do lipidograma dosadas

foram os níveis de triglicérides, colesterol total, HDL-colestrol, LDL-colesterol e

VLDL-colesterol. A dosagem da glicemia também foi efetuada. Os exames foram

realizados no aparelho LABMAX 240 (LABTEST). O triglicérides, colesterol total e

o HDL-colesterol foram dosados pelo método colorimétrico enzimático. As frações

LDL e VLDL foram calculadas pela fórmula de Friedwald.

Estudo Histopatológico. Após a coleta de sangue, os animais mortos

(exsanguinação sob anestesia) foram submetidos a um inventário da cavidade

abdominal. A retirada do baço, implantes autógenos e do fígado foi realizada em

cinco animais de cada grupo selecionados aleatoriamente. O material obtido para

análise histopatológica foi fixado em formol a 10%. Foram realizados cortes

histológicos com cerca de três micrômetros de espessura corados pela

hematoxilina e eosina. O material foi avaliado pelo mesmo patologista que

analisou o padrão histológico do baço, implantes esplênicos e do fígado. Neste

último foi verificada também a presença de esteatose hepática, sua classificação e

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grau de comprometimento. As lesões hepáticas por esteatose foram classificadas

em baixo grau (acometimento de até metade do lóbulo hepático) e alto grau

(acometimento de mais da metade do lóbulo hepático).

Análise Estatística. As diversas variáveis numéricas foram avaliadas nos

diferentes grupos pelo teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov para

distribuição gaussiana dos dados. Para as variáveis que possuíam distribuição

normal e homocedasticidade, a avaliação estatística foi realizada por meio de

análise de variância (ANOVA), seguida pelo teste de Bonferroni de comparação

múltipla. Caso contrário, foi utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. As

variáveis nominais foram analisadas por meio do teste não-paramético qui-

quadrado. Os valores foram considerados significativos para p < 0,05.

Resultados

A sobrevida dos camundongos envolvidos no estudo foi de 97,1% (68/70).

Foram registrados dois óbitos no pós-operatório, um no grupo ET e um no grupo

PA, por causas não identificadas mesmo após exame das cavidades abdominal e

torácica.

A cavidade abdominal não apresentou alterações em nenhum dos animais.

O aspecto macroscópico do baço foi normal nos grupos CN, CO e OS. Nos

camundongos submetidos ao transplante autógeno de baço, no omento e no

retroperitônio, foram observadas aderências nas proximidades dos implantes. O

fígado dos animais que estavam em uso da dieta enriquecida com 1,25% de

colesterol mostrou alterações macroscópicas sugestivas de esteatose em 65,5%

(38/58) dos casos.

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A dieta AIN-93G + 1,25% de colesterol foi eficaz para aumentar os lipídios

plasmáticos dos camundongos BALB/c. O colesterol total e suas frações HDL e

LDL dos animais que fizeram uso da dieta especial foram maiores do que os dos

animais em uso da dieta padrão, grupo CN (p < 0,002). Não foram observadas

diferenças nos níveis séricos de VLDL-colesterol e triglicérides, assim como de

glicemia, entre os animais que utilizaram e os que não utilizaram a dieta

enriquecida com colesterol. O ganho de peso durante o experimento também foi

similar entre todos os grupos (p = 0,51).

As dosagens de colesterol total foram semelhantes entre o grupo CO e

todos os grupos submetidos à intervenção cirúrgica, independentemente do

procedimento realizado ter sido a operação simulada, a esplenectomia ou a

esplenectomia seguida de transplante autógeno do baço (p = 0,20) (Tabela 1).

As frações do colesterol total também foram equivalentes entre os grupos

em uso da dieta enriquecida. Não foram registradas diferenças nos níveis séricos

de HDL-colesterol entre os grupos (p = 0,27). Também não houve diferenças entre

os valores encontrados para a fração LDL-colesterol nos diferentes grupos em uso

da dieta acrescida de 1,25% de colesterol (p = 0,39). Os resultados da fração

VLDL-colesterol também não foram diferentes entre os grupos em uso da dieta

especial (p = 0,77) (Tabela 1). Os níveis séricos de triglicérides, assim como o

colesterol total e suas frações, também não tiveram diferença entre os grupos que

fizeram uso da dieta AIN-93G + 1,25% de colesterol (p = 0,76). Não foram

registradas diferenças nos níveis plasmáticos de glicose entre os grupos (p = 0,12)

(Tabela 1).

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Os implantes esplênicos, em 18/30 dos casos, apresentaram estrutura

compatível com o baço normal. O tecido esplênico implantado dos outros 12

camundongos apresentou alterações nas polpas branca e vermelha que reduziram

suas espessuras (Figura 2). Em 80% dos animais dos grupos RP e PA os

implantes mantiveram a estrutura normal, enquanto apenas 20% dos

camundongos do grupo OM não tiveram hipotrofia parenquimatosa (p = 0,01).

Esteatose hepática foi encontrada em 30 dos 35 fígados avaliados, sendo

que apenas os camundongos do grupo CN não tiveram alteração do tecido

hepático. O padrão histológico identificado em todos os casos foi o de esteatose

microvesicular de graus variados (Figura 2).

Discussão

A importância incontestável do baço na resposta imunitária orgânica e a

descoberta de outras atribuições desse órgão trouxeram uma nova orientação no

tratamento das afecções esplênicas23-29. Tanto a indicação quanto a abordagem

cirúrgica tornaram-se cada vez mais conservadoras30,31.

Neste estudo, a mortalidade observada após o procedimento cirúrgico foi de

aproximadamente 2,9%, valor muito inferior ao registrado por outros autores32. É

possível que o controle rigoroso das condições de manutenção e manuseio dos

animais tenha contribuído para esse resultado favorável. Em relação ao

procedimento cirúrgico, a quantidade de tecido esplênico implantado,

independentemente do local de implante, seguiu a orientação da literatura, que

definiu serem 25% do tecido esplênico o mínimo necessário para a manutenção

das funções desse órgão33.

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No presente trabalho, em concordância com achados anteriores, a análise

histopatológica do tecido esplênico implantado foi semelhante nos três locais de

implante e evidenciou em todos os casos arquitetura característica de baço34,35. As

pequenas alterações encontradas foram decorrentes do trauma operatório e são

previstas em todas as operações esplênicas22,36. Por outro lado, é importante

ressaltar que o aspecto morfológico não tem necessariamente correspondência

funcional. Portanto, o tecido pode ser viável e aparentar normalidade mesmo sem

funcionar adequadamente. Tal fato justificou o estudo funcional do tecido

esplênico no metabolismo lipídico.

Outro aspecto relevante é o uso de uma dieta enriquecida, com o objetivo

de induzir hiperlipidemia e enfatizar as possíveis alterações no lipidograma. Esse

método já foi utilizado em outros trabalhos10,19 e, de fato, a dieta utilizada foi eficaz

em aumentar os níveis de lipídeos plasmáticos nos camundongos BALB/c. Cabe

ressaltar a ausência de diferenças nos níveis de lipídios plasmáticos entre os

grupos avaliados. Dessa maneira, o trauma cirúrgico e a esplenectomia, com ou

sem os auto-implantes, não interferiram nos valores do lipidograma dos

camundongos estudados. Morfologicamente, a esplenectomia total também não

predispôs os animais a esteatose hepática maior.

Asai et al37, em 1990, observaram aumento de triglicérides, de colesterol

total e da fração HDL em coelhos esplenectomizados, porém não foram

encontradas diferenças na fração LDL37. Todavia, o principal mecanismo proposto

para a participação do baço no metabolismo lipídico é a produção de anticorpos

anti-LDL-colesterol oxidado10,32. Por outro lado, Paulo et al32, em 2005,

descreveram que a esplenectomia induz uma elevação dos níveis de triglicérides,

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de colesterol total e das frações HDL, LDL e VLDL em ratos. Petroianu et al38, em

2006, verificaram que após a esplenectomia em ratos os níveis de colesterol total

e da fração LDL elevam-se, enquanto que a fração HDL diminui.

Este trabalho não encontrou que a esplenectomia influencia nos níveis

plasmáticos de lipídeos de camundongos BALB/c. Este resultado pode ser

explicado em parte pelo modelo experimental utilizado. Resultados semelhantes

foram publicados por Caligiuri et al39 que também não encontraram alterações nos

níveis de colesterol em camundongos esplenectomizados. Segundo esses autores

o baço influencia no metabolismo lipídico por meio de linfócitos B capazes de

produzir anticorpos anti-LDL-colesterol oxidado. Esse complexo antígeno-

anticorpo seria retirado da circulação por macrófagos teciduais, incluindo os

esplênicos. O baço participaria não apenas da depuração dos imunocomplexos,

mas também da produção de anticorpos anti-LDL-colesterol oxidado, por conter a

maior parte dos linfócitos B de memória e por ser o principal local de apresentação

antigênica e produção de anticorpos40.

Alguns estudos experimentais identificaram que as alterações lipídicas

induzidas pela esplenectomia total podem ser prevenidas por técnicas

conservadoras do baço32,38. No entanto, este trabalho não mostrou alterações no

lipidograma, mesmo com preservação esplênica mediante transplante autógeno

de baço em três locais, cujas drenagens venosas são distintas e ocorrem,

respectivamente, para a circulação porta, para a circulação sistêmica ou para

ambas. É fundamental ressaltar que apenas o lipidograma não é suficiente para

estabelecer a influência do tecido esplênico no metabolismo lipídico de

camundongos. Novas pesquisas relacionadas aos anticorpos anti-LDL-colesterol

45

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oxidado e ao desenvolvimento de lesões ateroscleróticas são necessários para

conhecer melhor o papel do baço no metabolismo lipídico.

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ABSTRACT

Background: This work verify the influence of the spleen and splenic remnants on

lipid metabolism, by evaluating the impact of splenectomy on lipidogram of mice

and by studying the effect of autogenous spleen tissue implanted in different sites.

Methods: 70 BALB/c mice were divided into seven groups of 10 animals: normal

control group, with no diet or surgery; fat control group, without surgery; surgical

procedure sham group; total splenectomy group and three groups with implants in

different sites: greater omentum, retroperitonium and abdominal subcutaneous

tissue. The animals, except the normal control group, received food with 1,25%

cholesterol. The surgical procedure was carried out 30 days after the beginning of

the food administration. Two months after the operations, serum triglycerides,

cholesterol and glycemia were studied. Histological assessments in the spleen or

implants and in the liver were carried out. Results: The enriched food increased

the plasmatic levels of total cholesterol, HDL, and mainly LDL of the mice (p<0.05).

No significant difference was found in the lipidograms of the animals of the control

groups when compared with the splenectomized ones, as well as in the animals

submitted to the autogenous splenic tissue transplantation. The preservation of the

splenic histological architecture was similar on the three implantation sites. All the

animals received enriched food presented liver steatosis. Conclusion: The spleen,

splenectomy and splenic implants do not influence lipidogram in BALB/c mice.

Key Words: Spleen. Splenectomy. Splenic autoimplants. Lipid metabolism.

Cholesterol. Triglycerides.

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Endereço para correspondência:

Dr. Henrique Couto Teixeira

Laboratório de Imunologia - Departamento de Parasitologia, Microbiologia e

Imunologia

Instituto de Ciências Biológicas – Universidade Federal de Juiz de Fora

36036-900 - Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil

Fone/fax: (32) 3229-3214

E-mail: [email protected]

54

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Ilustrações Figura 1

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Figura 2

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Legendas Figura 1 – Implante de tecido esplênico (setas) em três locais diferentes. A:

Omento maior. B: Retroperitônio. C: Parede abdominal.

Figura 2 – Estudo histopatológico do tecido esplênico e hepático. Hematoxilina-

eosina (x10). A: Tecido esplênico original (grupo OS). B: Implante esplênico com

estrutura compatível com o órgão original (grupo RP). C: Implante esplênico com

pequenas alterações (grupo OM). D: Tecido hepático sem alterações (grupo CN).

E: Tecido hepático com esteatose de baixo grau (grupo PA). F: Tecido hepático

com esteatose de alto grau (grupo CO).

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Grupo Colesterol Triglicérides Glicemia Total HDL LDL VLDL Controle Normal 103+15* 62+07* 09+04* 32+12 161+58 167+21 Controle Obeso 114+07 69+03 22+07 23+05 113+24 166+28 Operação Simulada 121+11 74+05 21+04 27+08 131+38 188+33 Esplenectomia Total 112+11 67+06 21+06 25+08 123+39 191+26 Omento Maior 125+20 72+12 27+09 26+10 132+52 194+37 Retroperitônio 118+13 68+08 22+06 28+11 142+56 164+16 Parede Abdominal 113+11 69+12 21+07 23+06 114+31 185+10 * p < 0,002 em relação aos animais em uso da dieta.

Tabela 1 – Valores de colesterol total e suas frações, triglicérides e glicemia (média + desvio padrão) nos camundongos dos diferentes grupos.

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Outras informações: Agradecimentos: Agradecemos a Márcio José Martins Alves (Departamento de

Saúde Coletiva, Faculdade de Medicina, UFJF) por auxiliar na análise estatística

dos resultados.

Suporte financeiro: Agências FAPEMIG (CDS 255/03) e CNPq (471696/2004-8).

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5. Anexos

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5.1 Tabela Geral

Grupo

Peso 1* Peso 2* Peso 3* Tempo Cirúrgico** Peso 1/3 baço*

01 RP 21,4 26,4 28,2 5,05 0,049 02 RP 21,6 26,8 29,2 5,41 0,054 03 RP 20,9 25,5 28,2 6,02 0,061 04 RP 17,6 22,4 26,0 5,10 0,063 05 RP NR 21,5 25,1 7,20 0,035 06 RP 20,6 24,0 27,9 5,41 0,055 07 RP 17,8 23,6 27,7 4,54 0,057 08 RP 22,4 27,2 29,3 5,44 0,066 09 RP 17,1 25,1 27,5 6,19 0,054 10 RP NR 24,6 26,1 6,10 0,043 11 PA 18,2 21,5 28,8 4,42 0,039 12 PA 20,8 26,5 27,8 4,20 0,049 13 PA 19,9 24,4 27,4 4,51 0,045 14 PA 20,3 26,1 28,7 5,06 0,052 15 PA 20,6 25,0 NR 4,40 0,066 16 PA 19,7 26,4 31,9 5,04 0,062 17 PA 22,2 27,4 30,7 4,38 0,062 18 PA 20,1 26,4 31,5 4,54 0,049 19 PA 20,8 26,3 29,8 4,04 0,048 20 PA 21,0 27,2 29,2 4,30 0,061 21 OM 16,8 22,8 24,3 6,18 0,047 22 OM 21,2 26,7 29,3 6,58 0,057 23 OM 19,9 25,4 29,7 6,50 0,070 24 OM 16,7 23,8 26,3 7,40 0,041 25 OM 18,2 24,2 26,0 7,20 0,055 26 OM 16,7 26,5 28,8 7,48 0,052 27 OM 18,1 30,2 37,7 5,26 0,067 28 OM 19,5 26,4 29,3 5,14 0,049 29 OM 17,8 23,9 26,4 6,19 0,067 30 OM 18,1 23,5 26,7 6,08 0,055 31 ET 20,5 27,6 29,8 4,43 NR 32 ET 18,5 25,1 29,3 3,52 NR 33 ET 19,7 24,4 27,9 4,18 NR 34 ET 19,8 26,9 30,1 3,44 NR 35 ET NR 20,5 26,2 4,05 NR 36 ET 19,9 24,6 27,2 4,01 NR 37 ET 21,0 25,9 NR 3,59 NR 38 ET 19,1 25,5 29,6 3,46 NR 39 ET 18,3 25,7 28,8 3,52 NR 40 ET 19,8 25,5 31,3 4,30

NR

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41 OS 19,8 24,2 28,8 2,04 NR 42 OS 22,7 28,2 33,9 2,30 NR 43 OS 20,3 23,2 26,9 1,58 NR 44 OS 20,0 27,4 35,0 2,03 NR 45 OS 19,7 24,9 31,0 2,11 NR 46 OS 21,6 26,1 31,1 2,03 NR 47 OS 19,2 26,5 31,1 2,10 NR 48 OS 21,7 26,6 31,1 2,20 NR 49 OS 17,4 22,2 27,1 2,09 NR 50 OS 21,5 27,3 32,1 2,50 NR 51 CO 18,4 NR 29,3 NR NR 52 CO 18,8 NR 26,8 NR NR 53 CO 16,8 NR 25,5 NR NR 54 CO 19,8 NR 28,0 NR NR 55 CO 19,6 NR 28,1 NR NR 56 CO 19,2 NR 29,5 NR NR 57 CO 20,4 NR 29,1 NR NR 58 CO 20,6 NR 27,4 NR NR 59 CO 18,5 NR 26,2 NR NR 60 CO 20,5 NR 29,5 NR NR 61 CL 21,9 NR 31,0 NR NR 62 CL 19,8 NR 30,9 NR NR 63 CL 23,4 NR 33,8 NR NR 64 CL 18,7 NR 26,1 NR NR 65 CL 22,5 NR 31,4 NR NR 66 CL 15,3 NR 31,4 NR NR 67 CL 21,5 NR 22,2 NR NR 68 CL 21,7 NR 31,1 NR NR 69 CL 18,9 NR 27,8 NR NR 70 CL 19,0 NR 29,3 NR NR

Tabela Geral: pesos dos camundongos em três momentos (início da dieta – peso1, intervenção cirúrgica – peso 2, coleta de sangue – peso 3); tempo cirúrgico e peso do tecido esplênico implantado. * Pesos: gramas ** Tempo cirúrgico: minutos NR Não realizado

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5.2 Tabela Lipidograma Nº

Grupo Colesterol Total HDL LDL VLDL Triglicérides Glicemia

01 RP 120 73 15 32 160 185 02 RP 132 77 21 34 169 160 03 RP 135 75 20 40 201 173 04 RP 129 66 12 51 257 175 05 RP 132 77 29 26 130 185 06 RP 104 59 30 16 78 153 07 RP 100 53 24 23 117 152 08 RP 103 62 21 20 102 140 09 RP 113 65 32 17 85 149 10 RP 116 71 20 24 121 168 11 PA 100 57 22 21 103 203 12 PA 103 57 28 17 87 181 13 PA 118 63 33 21 107 182 14 PA 99 59 22 18 91 176 16 PA 110 65 13 32 164 NR 17 PA 114 75 17 22 113 NR 18 PA 129 80 26 24 118 180 19 PA 126 76 17 33 165 NR 20 PA 116 90 10 16 78 186 21 OM 145 68 49 29 143 138 22 OM 112 70 25 17 87 244 23 OM 123 77 23 23 113 205 24 OM 109 70 25 14 72 167 25 OM 127 81 30 15 76 168 26 OM 90 48 20 22 110 181 27 OM 163 92 24 46 229 247 28 OM 133 79 23 31 157 219 29 OM 132 74 19 39 196 160 30 OM 119 65 27 28 140 209 31 ET 125 68 26 32 158 159 32 ET 129 79 13 37 186 158 33 ET 107 69 16 22 110 187 34 ET 109 62 33 15 75 224 35 ET 120 67 20 33 163 NR 36 ET 96 58 13 25 125 181 38 ET 114 72 22 20 102 228 39 ET 98 62 21 15 76 186 40 ET 113 68 22 23 114 203

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41 OS 111 69 22 20 100 172 42 OS 118 71 24 23 114 249 43 OS 129 79 28 22 112 157 44 OS 103 65 17 21 103 NR 45 OS 119 77 17 25 127 NR 46 OS 114 71 27 16 82 157 47 OS 127 77 20 30 152 183 48 OS 113 69 15 29 146 187 49 OS 134 77 20 37 168 NR 50 OS 139 81 17 42 208 214 51 CO 110 67 23 20 99 155 52 CO 103 67 11 25 126 164 53 CO 111 67 20 25 124 196 54 CO 113 68 23 22 112 118 55 CO 110 71 20 19 95 177 56 CO 110 66 13 31 153 193 57 CO 128 75 26 28 139 194 58 CO 120 71 29 19 97 140 59 CO 119 70 34 14 71 136 60 CO 115 71 21 23 114 183 61 CL 91 58 03 31 153 187 62 CL 104 68 06 30 150 148 63 CL 102 63 08 31 157 152 64 CL 76 45 10 21 105 144 66 CL 100 67 06 26 130 198 67 CL 92 55 13 24 122 144 68 CL 108 67 13 28 139 181 69 CL 93 53 14 26 129 142 70 CL 102 66 12 24 119 165

Tabela Lipidograma: dosagens de colesterol total e suas frações HDL, LDL e VLDL, triglicérides e glicemia dos camundongos (mg/dl). NR: Não realizado. OBS: Os camundongos 15 e 37 foram a óbito no pós-operatório.

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5.3 Tabela Histologia

Grupo Histologia Esplênica* C** Histologia Hepática C***

01 RP PV: pouco desenvolvida PB: idem, folículos linfóides menores

DA Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

02 RP PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

03 RP PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

04 RP PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

05 RP PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

16 PA PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

17 PA PV: pouco desenvolvida PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

DA Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

18 PA PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

19 PA PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

20 PA PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

21 OM PV: pouco desenvolvida PB: idem, folículos linfóides menores

DA Esteatose microvesicular 1/3 do lóbulo hepático

BG

22 OM PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 1/3 do lóbulo hepático

BG

23 OM PV: congesta PB: folículos linfóides menores

DA Esteatose microvesicular 1/3 do lóbulo hepático

BG

24 OM PV: congesta PB: folículos linfóides menores

DA Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

25 OM PV: congesta PB: folículos linfóides menores

DA Esteatose microvesicular 1/3 do lóbulo hepático

BG

32 ET NR

Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

33 ET NR Esteatose microvesicular Focal e leve

BG

34 ET NR Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

35 ET NR Esteatose microvesicular 1/3 do lóbulo hepático

BG

38 ET NR Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

40 SH PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/3 do lóbulo hepático

BG

41 SH PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular Focal e leve

BG

65

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43 SH PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

44 SH PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular 1/2 do lóbulo hepático

BG

46 SH PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes (CG)

EN Esteatose microvesicular Focal e leve

BG

51 CO PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 2/3 do lóbulo hepático

AG

52 CO PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 2/3 do lóbulo hepático

AG

53 CO PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 2/3 do lóbulo hepático

AG

54 CO PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 2/3 do lóbulo hepático

AG

55 CO PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Esteatose microvesicular 2/3 do lóbulo hepático

AG

61 CN PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Ausência de esteatose NR

62 CN PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Ausência de esteatose NR

63 CN PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Ausência de esteatose NR

64 CN PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Ausência de esteatose NR

65 CN PV: congesta PB: folículos linfóides proeminentes

EN Ausência de esteatose NR

Tabela Histologia: aspecto histológico esplênico e hepático de 05 camundongos por grupo. * PB: polpa branca; PV: polpa vermelha. ** Classificação - EN: estrutura normal; DA: discretas alterações. *** Classificação - BG: esteatose de baixo grau; AG: esteatose de alto grau. NR Não realizado

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