Alergia alimentar em idade pediátrica
-
Upload
natacha-santos -
Category
Health & Medicine
-
view
607 -
download
8
Transcript of Alergia alimentar em idade pediátrica
ALERGIA ALIMENTAR EM IDADE PEDIÁTRICA COMO ORIENTAR?
ALICE COIMBRA ASSISTENTE HOSPITALAR DE IMUNOALERGOLOGIA
PORTO
17 MAIO 2013
NATACHA SANTOS INTERNA COMPLEMENTAR DE IMUNOALERGOLOGIA
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
ALERGIA ALIMENTAR EM IDADE PEDIÁTRICA: COMO ORIENTAR?
² O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA?
ü Alimentos
ü Clínica ü Evolução
² COMO ORIENTAR?
ü História clínica e exame objeHvo
ü Evicção e tratamento sos
ü Meios complementares de diagnósHco
² PREVENÇÃO
² CASOS CLÍNICOS
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I Menina de 2 anos. Enviada ao Serviço de Imunoalergologia por alergia alimentar ao leite de vaca. Vómitos e urHcária 30 minutos após a ingestão de leite de vaca desde a infância. Ingere e tolera bebida de soja desde os 12 meses. Não atópica. Mãe com asma alérgica. IgE leite de vaca posiHva (10,3kU/L) (posiHvo ≥0,35kU/L)
1) Manter evicção de leite de vaca e manter bebida de soja 2) TentaHva de ingestão de leite de vaca no domicílio 3) Pedir IgE específicas para ovo antes de introduzir 4) Medicação em caso de ingestão acidental
O que fazer?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO II Criança de 14 meses, sexo masculino. Enviado ao Serviço de Imunoalergologia por alergia alimentar ao ovo IgE específica ao ovo posiHva (0,85kU/L) VASPR em atraso
1) Reavaliar diagnósHco de alergia alimentar -‐ história clínica 2) Adiar VASPR até resolução da alergia ao ovo 3) Manter evicção alimentar de ovo
O que fazer?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO III Adolescente de 15 anos, sexo feminino. Enviado ao Serviço de Imunoalergologia por suspeita de alergia alimentar a cefalópodes (polvo e lulas). Mau-‐estar e vómitos 2-‐3 horas após a ingestão de polvo. IgE específica ao polvo e lula negaHvas
1) Intoxicação alimentar 2) Intolerância alimentar 3) Alergia alimentar 4) Aversão alimentar (resposta psicológica)
Qual o diagnós4co?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
ALERGIA ALIMENTAR EM IDADE PEDIÁTRICA: COMO ORIENTAR?
² O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA?
ü Alimentos
ü Clínica ü Evolução
² COMO ORIENTAR?
ü História clínica e exame objeHvo
ü Evicção e tratamento sos
ü Meios complementares de diagnósHco
² PREVENÇÃO
² CASOS CLÍNICOS
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA? ALIMENTOS
² Crustáceos ² Peixe ² Amendoim
² Frutos secos ² Frutos frescos
² Leite de vaca ² Ovo ² Peixe
² Amendoim
² Frutos secos
² Crustáceos ² Trigo ² Soja
Alergia alimentar em crianças numa consulta de Imunoalergologia. Rev Port Imunoalergologia 1999;7:167-‐171
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
Registo anual de anafilaxia em idade pediátrica num centro de Imunoalergologia. Rev Port Imunoalergologia 2012;20(Suppl.1):30
O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA? ALIMENTOS
2
4
1 1 2
1
3 1
1
5
1
1
4
1
1
6 12
8
1 1
<2 anos 2 a 5 anos 6 a 11 anos ≥ 12 anos
Leite (n=22)
Ovo (n=7)
Amendoim (n=6)
Frutos secos (n=6)
Frutos frescos (n=6)
Crustáceos (n=4)
Peixe (n=4)
Trigo (n=2)
Idade da primeira
reação anafiláHca
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA? CLÍNICA
² IgE-‐mediada
ü Anafilaxia
ü UrPcária / Angioedema
ü Rinite / Broncospasmo
ü Síndrome de alergia oral
² Não IgE-‐mediada
ü DermaHte de contacto
ü Enterocolite induzida por proteínas alimentares
ü Proctocolite alérgica ü Síndrome de Heiner
ü Doença celíaca
² IgE e não IgE-‐mediada
ü DermaPte atópica
ü Esofagite e gastroenterite eosino]lica
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA? CLÍNICA
Registo anual de anafilaxia em idade pediátrica num centro de Imunoalergologia. Rev Port Imunoalergologia 2012;20(Suppl.1):30
94% 84%
44% 25% 22% 6%
Cutâneos Respiratórios GastrintesHnais Cardiovasculares Edema da glote Perda de consciência
80% 89% em idades ≤ 3 anos
Órgãos envolvidos
na anafilaxia
1. Início súbito (minutos a horas) de sinais ou sintomas muco-‐cutâneos ¤ E PELO MENOS 1 DOS SEGUINTES: a. Compromisso respiratório b. Hipotensão ou disfunção de órgão
2. OCORRÊNCIA DE 2 OU MAIS DOS SEGUINTES após exposição a um alergénio provável para o doente (minutos a horas): a. Sinais ou sintomas muco-‐cutâneos b. Compromisso respiratório c. Hipotensão ou disfunção de órgão d. Sintomas gastrintesHnais persistentes
3. Hipotensão após exposição a um alergénio conhecido para o doente (minutos a horas)
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA? EVOLUÇÃO
AQUISIÇÃO DE TOLERÂNCIA
Gut maters: microbe-‐host interacHons in allergic diseases. J Allergy Clin Immunol. 2012 Jun;129(6):1452-‐9
Microbiota
Composição
Funcionalidade
Homeostase
IntesPnal
Função barreira
Regulação imune
Guidelines for the diagnosis and management of food allergy in the United States (NIAID). Allergy Clin Immunol. 2010 Dec;126(6 Suppl):S1-‐58
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O QUE É DIFERENTE EM IDADE PEDIÁTRICA? EVOLUÇÃO
² IgE-‐mediadas
ü Leite de vaca -‐ 80% aos 5 anos ü Ovo -‐ 66% aos 7 anos
ü Soja – 69% aos 10 anos ü Trigo – 65% aos 12 anos
AQUISIÇÃO DE TOLERÂNCIA
² Não IgE-‐mediadas
ü Enterocolite induzidas por proteínas e proctocolite
alérgica resolvidas entre os
1 e 3 anos
² IgE e não IgE-‐mediada
ü Melhoria ou resolução da
dermaHte atópica
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? HISTÓRIA CLÍNICA
Diagnosis and assessment of food allergy in children and young people in primary care (NICE). Br J Gen Pract. 2011 Jul;61(588):473-‐5
ü Idade da primeira reação
ü Caracterizar tempo de início, sintomas, duração, tratamento
ü Número e reproduHbilidade das reações
ü Relação com exercício ou outros co-‐fatores
ü Alimentos suspeitos: quanHdade, confeção, ingestão/contacto/inalação
ü História alimentar: aleitamento materno exclusivo, introdução de fórmula
láctea e de alimentos sólidos
ü Evições alimentares?
ü Alimentos que tolera
ü Antecedentes pessoais e familiares de atopia
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EXAME OBJETIVO
Diagnosis and assessment of food allergy in children and young people in primary care (NICE). Br J Gen Pract. 2011 Jul;61(588):473-‐5
Prega de Dennie-‐Morgan / DermaHte atópica
Prega nasal
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO
NaHve & recombinant allergen components: Allergy – Which allergens?. Phadia AB. 2010
Proteínas do leite de vaca
(30-‐35 g/L)
Caseínas (80%)
β-‐lactoglobulina -‐ BLG (50%)
α-‐lactalbumina -‐ ALA (25%) Albumina sérica bovina, lactoferrina, Igs, proteose-‐peptona
Proteínas do soro (20%)
Leite materno
(11 g/L)
Caseínas (40%)
α-‐lactalbumina – ALA
Lactoferrina Albumina sérica, Igs, lisozima
Proteínas do soro (60%)
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO ü Leite (evaporado, desnatado, em pó)
ü Soro, soro de leite ü Caseína, caseinato
ü Lactoalbumina, lactoglobulina
ü Lactulose, lactose
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO ² Leite extensamente hidrolizado
ü Nutramigen Lipil (MeadJohnson©)
ü Aptamil PepH 1, 2 e Júnior (Milupa©)
ü Alfaré e Althéra (Nestlé©)
² Bebida de soja ü Visoy (Pfizer©)
² Bebida de arroz
ü Novorice (Novalac©)
² Fórmula de aminoácidos
ü Nutramigen AA (MeadJohnson©)
ü Neocate (Nutricia©)
Leite HA (parcialmente hidrolizados)
Leite de cabra ou ovelha
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO
Lípidos (34%)
Proteína (16%) Proteína (10%)
Ovalbumina (54%) Ovotransferrina, ovomucoide,
ovomucina, lisozima
Lipoproteína, lipovitelina,
fosfiHna, ovotransferrina
NaHve & recombinant allergen components: Allergy – Which allergens?. Phadia AB. 2010
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO ü Ovo, leciHna de ovo ü Lisozima
ü Apovitelina
ü Ovalbumina
ü Ovoglobulina
ü Ovomucina, ovomucoide
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO
Vacinação com a VASPR e anP-‐influenza são seguras em crianças com alergia ao ovo
Uma história de reacção anafiláctica ao ovo não implica uma reacção anafiláctica às vacinas produzidas em culturas celulares de embrião de galinha, como é o caso das vacinas VASPR. Nestes casos, apesar de uma reacção anafiláctica ser improvável, recomenda-se que a vacina seja administrada em meio hospitalar.
Programa Nacional de vacinação. In htp://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i016935.pdf MMR vaccinaHon of children with egg allergy is safe. Dan Med J. 2013 Feb;60(2):A4573. Safe administraHon of the seasonal trivalent influenza vaccine to children with severe egg allergy. AAAI. 2012 Dec;109(6):426-‐30. Egg-‐allergic paHents can be safely vaccinated against influenza. J Allergy Clin Immunol. 2012 Nov;130(5):1213-‐1216.e1
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? EVICÇÃO DO ALIMENTO SUSPEITO
Important variaHons in parvalbumin content in common fish species. Int Arch Allergy Immunol. 2010;153(4):359-‐66 Safety and clinical value of oral challenges with fish: a case series. Allergy 2012;67(Suppl. 96)
Peixes ósseos Clupeiformes: arenque, sardinha
Cypriniformes: carpa
Gadiformes: bacalhau, pescada
Perciformes: perca, atum, cavala
PleuronecPformes: linguado, solha
Salmoniformes: salmão e truta
Peixes carPlagíneos: raia, tubarão
Parvalbumina
92% das crianças com alergia ao peixe toleraram pelo menos um peixe
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? MEDICAÇÃO S.O.S.
ü AnHhistamínico
ü CorHcosteróide
ü Adrenalina intramuscular Anapen Junior (0,15mg) <30 Kg
Anapen (0,3mg) ≥30Kg 1. ReHrar tampa preta da agulha
2. ReHrar protector preto do botão de disparo
3. Colocar a Anapen na face externa da coxa e disparar o botão vermelho.
4. Manter a Anapen no lugar durante 10 seg.
World Allergy OrganizaHon Guidelines for the assessment and management of anaphylaxis. COACI. 2012 Aug;12(4):389-‐99.
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? MEIOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
ü IgE específica
ü Testes cutâneos por picada
ü Testes cutâneos picada-‐picada
ü Prova de provocação oral
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? MEIOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
ü IgE específica
Norma de Orientação Clínica: Prescrição de Exames Laboratoriais para Avaliação de Doença Alérgica. www.dgs.pt
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? MEIOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
ü IgE específica
(Phadiatop)
Phadiatop infant in the diagnosis of atopy in children with allergy-‐like symptoms. Int J Pediatr. 2009:460737.
QualitaHvo – posiHvo vs. negaHvo
Boa sensibilidade e especificidade para atopia
Não é diagnósHco de alergia
Não é generalizável a todos os alimentos testados
Phadiatop alimentar (fx5): Mistura de leite de vaca, clara de ovo, peixe, amendoim, trigo e soja
Phadiatop infanPl: Mistura de leite de vaca, ovo, amendoim, camarão, epitélio de gato e de cão, ácaros do pó domésHco,
bétula, phleum (gramínea), ambrósia e parietária
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? MEIOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
ü IgE específica Falsos posiHvos (sensibilização com tolerância)
Falsos negaHvos (alergia não IgE-‐mediada)
Elevado custo
Desconforto para a criança
Resultados dias após a colheita
Não são úteis como rastreio de alergia Não devem guiar a orientação clínica
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
COMO ORIENTAR? CONSULTA DE IMUNOALERGOLOGIA
ü IgE específica
ü Testes cutâneos por picada
ü Testes cutâneos picada-‐picada
ü Prova de provocação oral
História sugesHva de alergia alimentar
Alergia alimentar vs Intolerância alimentar
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
PREVENÇÃO DA ALERGIA ALIMENTAR
Dietary prevenHon of allergic diseases in infants and small children. Pediatr Allergy Immunol. 2008 Feb;19(1):1-‐4. Guidelines for the diagnosis and management of food allergy in the United States (NIAID). Allergy Clin Immunol. 2010 Dec;126(6 Suppl):S1-‐58 IntroducHon of complementary foods in infancy and atopic sensiHzaHon at the age of 5 years. Allergy. 2013 Apr;68(4):507-‐16.
² Sem evidência para dietas de exclusão materna durante gravidez ou aleitamento
² Aleitamente materno exclusivo 4 a 6 meses
² Fórmulas de leite extensamente hidrolizado nos lactentes de alto risco
² A introdução de alimentos sólidos não deve ser adiada para além dos 4-‐6 meses
(incluindo nos lactentes de alto risco)
Criança de alto risco:
ü Pai, mãe e/ou irmã(o) com história de rinite alérgica,
asma, dermaHte atópica ou alergia alimentar
² Introdução mais precoce e a diversidade de alimentos introduzidos reduzem o risco de
alergia alimentar?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASOS CLÍNICOS
I II III
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I Menina de 2 anos. Enviada ao Serviço de Imunoalergologia por alergia alimentar ao leite de vaca. Vómitos e urHcária 30 minutos após a ingestão de leite de vaca desde a infância. Ingere e tolera bebida de soja desde os 12 meses. Não atópica. Mãe com asma alérgica. IgE leite de vaca posiHva (10,3kU/L) (posiHvo ≥0,35kU/L)
1) Manter evicção de leite de vaca e manter bebida de soja 2) TentaHva de ingestão de leite de vaca no domicílio 3) Pedir IgE específicas para ovo antes de introduzir 4) Medicação em caso de ingestão acidental
O que fazer?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I
1. Início súbito (minutos a horas) de sinais ou sintomas muco-‐cutâneos ¤ E PELO MENOS 1 DOS SEGUINTES: a. Compromisso respiratório b. Hipotensão ou disfunção de órgão
2. OCORRÊNCIA DE 2 OU MAIS DOS SEGUINTES após exposição a um alergénio provável para o doente (minutos a horas): a. Sinais ou sintomas muco-‐cutâneos b. Compromisso respiratório c. Hipotensão ou disfunção de órgão d. Sintomas gastrintesPnais persistentes
3. Hipotensão após exposição a um alergénio conhecido para o doente (minutos a horas)
Menina de 2 anos. Enviada ao Serviço de Imunoalergologia por alergia alimentar ao leite de vaca. Vómitos e urPcária 30 minutos após a ingestão de leite de vaca desde a infância. Ingere e tolera bebida de soja desde os 12 meses. Não atópica. Mãe com asma alérgica. IgE leite de vaca posiHva (10,3kU/L) (posiHvo ≥0,35kU/L)
Anafilaxia ao leite
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I
1) Manter evicção de leite de vaca e manter bebida de soja
2) TentaHva de ingestão de leite de vaca no domicílio
3) Pedir IgE específicas para ovo antes de introduzir
4) Medicação em caso de ingestão acidental
O que fazer?
ü AnHhistamínico
ü CorHcosteróide ü Adrenalina intramuscular
Anapen Junior (0,15mg) <30 Kg
Anapen (0,3mg) ≥30Kg
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I
1) Manter evicção de leite de vaca e manter bebida de soja
2) TentaPva de ingestão de leite de vaca no domicílio
3) Pedir IgE específicas para ovo antes de introduzir
4) Medicação em caso de ingestão acidental
O que fazer?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I
Após 6 meses (3 anos):
-‐ IgE específicas: caseína=1,96, α-‐lactoalbumina=1,93, β-‐lactoglobulina<0,35kU/L
-‐ TCPP com leite de vaca: negaHvos
-‐ PPO em ocultação simples: posiPva com a dose cumulaHva de 16 mL
Aquisição de tolerância natural
Após 2 anos (5 anos):
-‐ IgE específicas: caseína=0,45, α-‐lactoalbumina=0,90, β-‐lactoglobulina<0,35kU/L
-‐ TCPP com leite de vaca: negaHvos
-‐ PPO aberta: negaPva (dose cumulaHva de 200mL)
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO I
1) Manter evicção de leite de vaca e manter bebida de soja
2) TentaHva de ingestão de leite de vaca no domicílio
3) Pedir IgE específicas para ovo antes de introduzir
4) Medicação em caso de ingestão acidental
O que fazer?
Ingere ovo cozinhado: bolachas, bolos, rissóis, …
Introduziu gema cozida cerca dos 9 meses de idade com tolerância
Sem história clínica sugesHva de alergia ao ovo
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASOS CLÍNICOS
I II III
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO II Criança de 14 meses, sexo masculino. Enviado ao Serviço de Imunoalergologia por alergia alimentar ao ovo IgE específica ao ovo posiHva (0,85kU/L) VASPR em atraso
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO II
1) Reavaliar diagnósPco de alergia alimentar -‐ história clínica
2) Adiar VASPR até resolução da alergia ao ovo
3) Manter evicção alimentar de ovo
O que fazer?
Exantema aos 9 meses, sem relação com a ingestão de ovo. Ingere bolachas, bolos, tostas, gema,… sem qualquer reação Não introduziu clara de ovo na dieta.
Sem clínica de alergia alimentar
Sem moHvo para pedido de IgE
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASOS CLÍNICOS
I II III
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO III Adolescente de 15 anos, sexo feminino. Enviado ao Serviço de Imunoalergologia por suspeita de alergia alimentar a cefalópodes (polvo e lulas). Mau-‐estar e vómitos 2-‐3 horas após a ingestão de polvo. IgE específica ao polvo e lula negaHvas
1) Intoxicação alimentar 2) Intolerância alimentar 3) Alergia alimentar 4) Aversão alimentar (resposta psicológica)
Qual o diagnós4co?
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
CASO CLÍNICO III Adolescente de 15 anos, sexo feminino. Enviado ao Serviço de Imunoalergologia por suspeita de alergia alimentar a cefalópodes (polvo e lulas). Mau-‐estar e vómitos 2-‐3 horas após a ingestão de polvo. IgE específica ao polvo e lula negaHvas
1) Intoxicação alimentar 2) Intolerância alimentar 3) Alergia alimentar não IgE-‐mediada (FPIES) 4) Aversão alimentar (resposta psicológica)
Qual o diagnós4co?
2 reações reprodu�veis no domicílio (arroz e filetes de polvo)
IgE específica ao polvo e lula negaHvas
TCPP negaHvos
PPO polvo cozido: posiHva (dose cumulaHva de 127.3g)
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
Take home messages... ü O diagnósHco de alergia alimentar é sobretudo clínico
ü As IgE específicas isoladamente não são suficientes para fazer o diagnósHco
ü As IgE específicas não devem ser usadas no “rastreio” de alergia
ü Os doentes alérgicos ao ovo não têm contra-‐indicações ao cumprimento do Plano
Nacional de Vacinação
ü Os doentes com anafilaxia ou reações sistémicas com alimentos em baixas doses ou por
via inalatória devem ser portadores de Anapen©
ü Na criança de alto risco deve ser uHlizado o leite extensamente hidrolizado
ü Não existe evidência para o adiamento da introdução de alimentos potencialmente
alergénicos
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
ALERGIA ALIMENTAR EM IDADE PEDIÁTRICA: COMO ORIENTAR?
OBRIGADA PELA ATENÇÃO
I ENCONTRO DE IMUNOALERGOLOGIA PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR
BIBLIOGRAFIA Burks AW, Jones SM, Boyce JA, Sicherer SH, Wood RA, Assa'ad A, Sampson HA. NIAID-‐sponsored 2010 guidelines
for managing food allergy: applicaPons in the pediatric populaPon. Pediatrics. 2011 Nov;128(5):955-‐65
NIAID-‐Sponsored Expert Panel. Guidelines for the diagnosis and management of food allergy in the United
States: report of the NIAID-‐sponsored expert panel. J Allergy Clin Immunol. 2010 Dec;126(6 Suppl):S1-‐58
World Allergy OrganizaHon (WAO) Special Commitee on Food Allergy. World Allergy OrganizaPon (WAO)
Diagnosis and RaPonale for AcPon against Cow's Milk Allergy (DRACMA) Guidelines. Pediatr Allergy Immunol.
2010 Jul;21 Suppl 21:1-‐125.
Walsh J, O'Flynn N. Diagnosis and assessment of food allergy in children and young people in primary care and
community serngs: NICE clinical guideline. Br J Gen Pract. 2011 Jul;61(588):473-‐5.
Livro de receitas: www.spaic.pt -‐> publicações -‐> alergias alimentares