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    Sumrio

    28SojaSafra 2012/13 comea sobre o signo da

    instabilidade: o regime irregular de chuvas

    e a ameaa das pragas podem derrubar asestimativas de recorde de produo.

    34CitriculturaProdutores de laranja de So Paulo migram

    para Mato Grosso do Sul e outras regies

    para fugir dos preos baixos da fruta e do

    prejuzo provocados por pragas e doenas

    46Agricultura FamiliarProjeto em curso h 25 anos no Nordeste

    de Rondnia mostra que possvel

    conciliar desenvolvimento econnomico

    e social com preservao ambiental.

    56EntrevistaO novo Secretrio de Poltica Agrcola do Mapa, Neri Geller, fala

    Agro DBOsobre seus planos e objetivos para dinamizar a produo.

    18

    Matriade capa

    Fabricantes de mquinase implementos,

    instituies de pesquisae inovao tecnolgicaapresentam novidades

    no Show Rural Coopavel,um dos maiores eventos

    agrcolas do pas.

    SeesDo leitor ............................................................ 4Ponto de vista ................................................. 8Notcias da terra ...........................................10Marketing da terra .......................................40Politica ..............................................................42

    Deu na imprensa .........................................5Anlise de mercado ....................................5Novidade no campo ...................................6Biblioteca da terra ........................................6Agenda.............................................................6

    Artigos8 Daniel Glatdiscute a questo da produo de sementes prprias26 Rogrio Ariolireclama da falta de investimentos em infraestrutura53 Dcio Gazzonidefende um acordo em prol da preservao ambiental66 Fbio Lamonicaavalia riscos embutidos nas operaes dehedge

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    Do Leitor

    BAHIA

    Gostei dos aspectos abordados e an-

    tevejo um bom futuro para aAgro DBO.Geraldo Porto DantasItabuna

    DISTRITO FEDERAL

    Grande sucesso!Fernando Ponce

    Braslia

    ESPRITO SANTO

    uma revista de muitas informaespara o agricultor, mas eu gostaria quetrouxesse mais informaes tecnolgicassobre vrias culturas mostrando como

    obter o mximo de produo.Srgio Alexandre Nicchio

    So Domingos do Norte

    GOIS

    Sou silvicultor, tenho lavoura deAcacia mangium e conheci a revista naclnica veterinria de um amigo. Gostariade receber aAgro DBOe saber se existealguma matria sobre accias.

    Luiz Pereira Bueno Jr.Pirenpolis

    NR: No temos nada previsto no

    curto prazo sobre accias, mas pensare-mos a respeito. Obrigado pela sugesto.

    MATO GROSSO

    Informativa e clara em suas informaes.Marcel Augusto Chormiak

    Tangar da Serra

    MATO GROSSO DO SUL

    Sempre fui assinante daDBO. Ago-ra, retomei a assinatura e gostaria de re-ceber tambm aAgro DBO.

    Luiz Jacob Barbosa NettoPonta Por

    uma revista importante para quemest inserido no campo, pois serve comoferramenta de apoio aos produtores.

    Anderson Cezar Belmonte GonalvesJardim

    A Agro DBO est de parabns,

    inclusive pela edio de n40. Vale apena ressaltar nesta edio a matriaque fala sobre a demarcao de terrasindgenas. Esse assunto vem tirando osono de muitos colegas agricultores. OSTF deveria ser mais ponderado sobreesse assunto, pois na verdade ningumse apossou de terras de ningum. Essasreas foram compradas e escrituradas.Agora, fica a encargo de profissionaisterceirizados o futuro de centenas defamlias que vivem da terra. Para fina-lizar, gostaria de deixar o pensamento

    de um autor desconhecido que diz oseguinte: Se o campo no plantar, a ci-dade no almoa e nem janta.

    Weslley Torres VieiraIguatemi

    MINAS GERAIS

    Gostaria de parabenizar os editores eresponsveis pela edio da revista, pois de muita qualidade tcnica, com mat-rias atuais e informativas, que muito nosajudam no dia-a-dia do campo.

    Osmar PedronSerra do Salitre

    tima revista, que est evoluindojuntamente com a tecnologia do Brasile do mundo. Sou engenheiro agrnomona cidade de Iturama, em Minas Gerais.Sugiro que publique material informati-

    vo sobre o uso e a aplicao de calcrioagrcola, na forma lquida.

    Geraldo Fonseca de FreitasIturama

    Gostaria de sugerir, juntamente com o

    pedido do amigo leitor Carlos HenriqueLima Chaves na edio de dez/2012-

    -jan/2013, de Santarm-PA, que fizes-sem uma reportagem a respeito da ex-panso do plantio de dend na regionordeste do estado do Par nos ltimosanos, que est reflorestando extensasreas de pastagens espalhadas pela re-gio e recuperando estes locais degra-dados pelo intenso pisoteio de animais.Tenho certeza que a reportagem sermuito bem aceita pelos leitores poistrata de plantio sustentvel e traz muitarenda e emprego para a regio.

    Raphael Morandi RossiJuiz de Fora

    PAR

    Muito informativa e de grande valiapara a profisso.

    Ana Carolina HackbarthNovo Progresso

    NR: A leitora agrnoma.

    PARABA

    As informaes, comunicaespesquisas e tecnologias devem sair dasgavetas, das bibliotecas e da Academia echegar at o campo, para ajudar o Brasie o mundo a acabar com a fome e a mi-sria que est assolando at os pases deprimeiro mundo.

    Ivanildo Pereira DantasJoo Pessoa

    Muito informativa, com reporta-

    gens atuais. Edson Batista de LimaCampina Grande

    PARAN

    Sou engenheiro agrnomo e agri-cultor de Goioer, PR, e gostaria de fazeruma observao sobre um dado apre-sentado na revista. Recebi a edio n40 de Dez/2012 Jan/2013 daAgro DBOReparando a reportagem da pgina 8em Ponto de vista, h a citao de que oprodutor Kip Cullers trabalha com a po-pulao de plantas perto de 250 mil plan-

    tas/ha, mas lendo a reportagem originano site da Pioneer americana (www.pio-neer.com/home/site/us/template.CONTENT/products/soybean/high-yieldgro-wers/guid.699BE47D-4372-6B48-1EFAF6FC31189048#population), o mesmoprodutor afirma que trabalha com apopulao de aproximadamente 230.000plantas por acre, o que daria algo em tor-no de 575.000 plantas por hectare. issoAtenciosamente,

    Andr G. R. CoelhoGoioer

    NR: O leitor est coberto de razo. Pordesateno, no percebemos que a popula-o de plantas foi dada em acre (que re-

    presenta 0,4047 ha). Lamentamos muito.

    RIO DE JANEIRO

    Tcnica, objetiva, atual, diversificadae com redao simples de entender.

    ZulicioAlves NovasSo Joo da Barra

    RIO GRANDE DO NORTE

    Muito interessante e atualizadaCom certeza, vai ser uma excelente fon-

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    AgroDBOse reserva o direitode editar/resumir as mensagens

    recebidas devido falta de espao.

    te formadora de opinio na minha vidaprofissional.

    Antonia Adailha Torres SouzaApodi

    RIO GRANDE DO SUL

    Sem sombra de dvidas, a melhorrevista do gnero. Muito elucidativa,suscinta e muito bem redigida. Gosteidemais.

    Denilson DalalbaSananduva

    Excelente revista, muito boa mes-mo. Vai de encontro ao que o produtorrural precisa.

    Milton Ildefonso SchusterNo-Me-Toque

    Meu cunhado me trouxe um exem-

    plar da revista e gostei muito, pois temreportagens e matrias bem atualizadas.Quero conhecer mais de perto a agricul-tura de preciso.

    Rafael Leandro HahnErnestina

    A revista muito importante paramanter-me por dentro das notcias etecnologias novas que esto surgindo nomundo do agronegcio.

    der Luis GaboardiTapejara

    Excelente ferramenta de trabalho,pois aborda assuntos diversos direta-mente ligados ao homem do campo.

    Julierme Flores XavierAlegrete

    Excelente. Por isso, estou interessadoem receber a revista, tanto devido minhaatividade quanto meu interesse futuroem investir na rea agrcola.

    Ricardo ZemolinHorizontina

    NR: O leitor formado em enge-nhaia mecnica.

    RONDONIA

    Aprecio bastante a formatao daRevista Agro DBO, especialmente porsua permanente difuso das tecnologiasmais recentes!

    Jos Edny de Lima RamosPorto Velho

    SANTA CATARINA

    uma revista que traz informa-es tcnicas nas mais diversas re-as de produo, o que pode atualizarsempre os meus conhecimentos tcni-cos e auxiliar ainda mais os agriculto-res por mim assistidos.

    Sandra BrixiPorto Unio

    Muito boa, a revista. Est sempreatualizada e com informaes de grandeajuda para o homem do campo.

    Geanderson Camargo GoulartSo Joaquim

    SO PAULO

    A logstica o ramo da gestocujas atividades esto voltadas parao planejamento da armazenagem,da circulao (transportes) e dadistribuio de mercadorias. Acon-tece que a nfase de quase todos os

    analistas da rea creditada aostransportes/portos... como se a ar-mazenagem no fosse um compo-nente da logstica. Reconheo osesforos governamentais, mas nemsempre os programas do BNDEStem conseguido a adeso do pbli-co alvo, sobretudo dos agriculto-res menos capitalizados. A armaze-nagem est ficando cada vez maiscrtica e pouco se fala sobre estaquesto. Deixo aqui uma sugesto

    fevereiro 2013 Agro DBO| 5

    de pauta para os prximos nmerosdeste excelente magazine que tratados assuntos do campo.

    S. Nogueira Jr.So Paulo

    NR: O tema muito importante.

    Tratamos de armazenagem nas edi-es de agosto (secadores de gros) eoutubro (silos-bag) e devemos voltar aoassunto em breve. Afinal, a supersafrade soja est comeando, trazendo denovo tona os problemas derivados da

    precria infraestrutura de escoamentoe armazenagem da produo nacional.Logstica tema recorrente nesta po-ca. Sai ano, entra ano e os produtoresrurais continuam sofrendo com fretecaro, falta de armazns adequados etodo tipo de perdas no ps-colheita.

    Achei a revista muito interessante.Lia a de um amigo meu. Tem matriasmuito boas para o meu negcio.

    Jlio Csar Veneroso MelloPirassununga

    Revista para os profissionais darea e para os no (profissionais)tambm. Traz um timo contextodo que est acontecendo no cenrionacional e mundial para o agrone-gcio.

    Anderson Teruo Takasu

    Pereira Barreto

    Maravilhosa. Gostei muito e desejoreceb-la sempre.

    Claudines UzelotoAnhumas.

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    Carta ao leitor

    Despreocupado leitor. Ou seria leitorpreocupado? A safra 2012/2013 j estsendo chamada de a safra da incerte-

    za, em vista da falta de consistncia e dos bonshumores do clima. Tivemos no Sul, Sudeste eCentro-Oeste, desde o incio desta safra, vera-

    nicos e invernadas fora de hora, pois no cho-veu quando precisava, a partir de outubro, edepois choveu muito e irregularmente. Comocontrapeso das diatribes de So Pedro, pragascomo a lagarta, ou doenas como a ferrugem,tiram proveito da situao e, pelo menos noBrasil Central j se observa que esta ser umadas safras com maior custo de produo de todos os tempos. Esses detalhes oleitor poder acompanhar na matria sobre a safra, da jornalista Marianna Pe-res, a partir da pgina 28.

    A matria de capa, do jornalista Glauco Menegheti, antecipa o que sepoder conhecer de novidades e tecnologias, mquinas agrcolas em des-

    taque, que sero lanadas na Show Rural Coopavel, em Cascavel, no Para-n, agora em fevereiro.

    Nesta edio o leitor ir conhecer as razes que levam citricultorespaulistas a migrar seus pomares para o estado do Mato Grosso do Sul,em busca de terras mais baratas, conforme relata a matria do jornalis-ta Ariosto Mesquita. Os citricultores migrantes se aventuram, ainda, naesperana de encontrar menos pragas para controlar, porque os custosaumentaram muito e os preos recebidos desestimulam cada vez mais aatividade, que perde espao em So Paulo para a cana de acar. Assim,muda mais uma vez a agricultura paulista, que j perdeu o boi para o Bra-sil Central, j viu o algodo ir embora para o Centro Oeste por causa dobicudo, e o caf por outras inmeras razes, como os baixos preos, pra-

    gas e terras muito caras, que migrou para Minas Gerais e Oeste da Bahia.Agora, a laranja comea uma nova etapa, deixando os canaviais paulistascom mais espao para crescer.

    Outro destaque da edio o relato do agrnomo Evaristo de Miran-da, da Embrapa, sobre a saga dos agricultores familiares de MachadinhodOeste, em Rondnia, que, quase trs dcadas atrs, comearam a em-preitada de desbravar uma regio inspita nas fraldas amaznicas paraproduzir caf, frutas, gado e tudo o mais que as condies edafo-climti-cas da regio permitem. No relato pico e at mesmo apaixonado de Eva-risto, possvel acreditar que a Amaznia pode ser usada racionalmen-te para a produo agropastoril, sem destruir a sua essncia e tampouco asua biodiversidade, o que permite a sobrevivncia dos 22 milhes de bra-sileiros que l residem, com qualidade de vida e sustentabilidade econ-mica, social e ambiental, o trip mgico que os ambientalistas idealizaram.Aos leitores, preocupados ou despreocupados: mantenham contato atra-vs do e-mail [email protected]

    Richard Jakubaszko

    uma publicao mensal da

    DBO Editores Associados Ltda.DIRETORRESPONSVEL

    Demtrio Costa

    EDITOREXECUTIVORichard Jakubaszko

    EDITORJos Augusto Bezerra

    CONSELHOEDITORIALDcio Gazzoni, Demtrio Costa,

    Evaristo Eduardo de Miranda, Hlio Casale,Jos Augusto Bezerra e Richard Jakubaszko

    REDAO/COLABORADORES

    Ariosto Mesquita, Daniel Glat, Decio Gazzoni,Evaristo Eduardo de Miranda, Fbio LamonicaPereira, Glauco Menegheti, Joo Alfredo de

    Carvalho Mangabeira, Marianna Peres, MaurciMuruci e Rogrio Arioli Silva.

    ArteEDITOR

    Edgar Pera

    EDITORAOEdson Alves e Sergio Escudeiro

    COORDENAOGRFICAWalter Simes

    Marketing

    Gerente: Rosana Minante

    DEPARTAMENTOCOMERCIALGerente: Jos Geraldo S. Caetano

    Vendas:Andrea Canal, Heliete Z anirato,Marlene Orlovas, Naira Barelli

    e Vanda Motta

    CirculaoGerente: Edna Aguiar

    IMPRESSOLog&Print Grfica e Logstica S.A.

    Capa:Foto CNH/DivulgaoDBO Editores Associados Ltda

    Diretores: Daniel Bilk Costa,

    Odemar Costa e Demtrio Costa

    Rua Dona Germaine Burchard, 229Perdizes, So Paulo, SP

    05002-900 - Tel. (11) [email protected]

    Receba a revista Agro DBO em casaCadastre-se no sitewww.agrodbo.com.br.Basta clicar no link Como receber e preencher os es-

    paos em branco com todas as informaes solicitadas. Se necessrio, use o e-mail de algum conhecidoou faa isso na cooperativa ou revenda de sua cidade.

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    Ponto de vista

    Reflexes sobre direitosNosso colunista fez carreira na indstria sementeira. Por isso, sempre

    questionado por agricultores sobre o uso de sementes prprias.Daniel Glat

    * O autor engenheiroagrnomo, consultor e

    produtor rural noestado doTocantins

    importante distinguir os di-reitos sobre os hbridos evariedades dos direitos so-bre os produtos transgni-

    cos. Os primeiros so regidos pe-la lei de Proteo dos Cultivares,que assegura ao produtor o direitode salvar sementes para o prprio

    uso, mas probe a comercializaosem autorizao dos detentoresdos cultivares. Ou seja, a sementesalva para uso prprio um direi-to dos produtores; a semente pira-ta, essa vendida sem autorizaodos obtentores, totalmente ile-

    gal. As empresas podem protegerseus cultivares contra a comercia-lizao sem autorizao, mas nopodem patentear nenhuma par-te do genoma ou do DNA daque-la variedade.

    J os produtos transgnicos,por terem uma construo gen-tica no nativa daquela espcieinserida em seu DNA, so trata-dos na lei de Propriedade Indus-trial; isso que assegurou Mon-santo o direito de cobrar royaltiesdas sementes salvas da soja RR,porque a lei brasileira autoriza ouso dessas sementes.

    Essa construo gentica, queproduz a protena que gera tole-rncia ao glifosato, apesar de fa-zer parte do DNA das varieda-des RR, e ser transmitida de ge-rao para gerao, igual ao restodo DNA, tem tratamento legal di-ferente do resto do genoma. Emoutras palavras, no Brasil no se

    pode patentear genes naturais dasespcies, mas pode-se patentearconstrues genticas introduzi-das naquela espcie.

    Toda patente outorgada porprazo definido. O que entida-des do setor rural discutem coma Monsanto hoje sobre a data

    efetiva da obteno da patente dasoja RR no Brasil, e, consequen-temente, a data de sua expira-o, fato que, segundo as enti-dades, j teria ocorrido em 2010.Essa situao hoje um imbr-glio jurdico que poderia fluir

    com maior facilidade se houves-se mais transparncia da empre-sa sobre suas patentes industriaisnessa rea.

    H quem queira estender es-sa discusso para o direito ouno de se patentear uma cons-truo gentica, mesmo que nonativa; o argumento seria que acobrana de royalties numa se-mente salva contraria o direitoexpresso na legislao brasileira,do produtor salvar a semente pa-ra seu prprio uso.

    Em minha opinio, a semen-te salva, apesar de ser um direi-to do produtor brasileiro, umdos maiores entraves tecnolgi-cos para uma regio ou cultura!Primeiro, porque em mdia, se-mentes salvas tm piores qualida-des fisiolgicas e patolgicas quesementes certificadas. Isso j foidemonstrado inmeras vezes. Se-gundo, porque o melhoramento

    A semente salva um dos maiores entravestecnolgicos para uma regio ou cultura

    gentico tem sido uma das maires alavancas para o desenvolvmento agrcola do Brasil. As tnicas modernas de melhoramenso cada vez mais poderosas, mtambm mais complexas e sofistcadas, exigindo cada vez mais rcursos.

    No devemos nos iludir, os investimentos em Pesquisa e Dsenvolvimento das empresas irsempre onde os maiores retornoestiverem; em outras palavras, verdade inexorvel que quanmaior a percentagem de sementes salvas numa regio ou cultura, menor ser o investimento dempresas em melhoramento gntico para aquela regio ou cutura! s comparar os invest

    mentos em melhoramento gentico de soja feito pelas empresnos ltimos 10 anos para o MTonde o ndice de sementes salv baixo, com o que foi feito paraRS, onde o ndice de semente savas sempre foi muito maior. Ondestaria a sojicultura gacha nfosse a gentica argentina introduzida pela Brasmax nos ltimo5 a 6 anos?

    Acredito que, no final das contas, no longo prazo, a economque se faz em uma cultura ao savar sementes, no compensa neos riscos eventuais da pior qualdade de sementes, nem o ganhgentico que se deixa de ter plo menor investimento anual epesquisa das empresas.

    como se descobrssemodepois de muitos anos, que, pasamos todos esses anos economzando meio saco de soja e deixando de ganhar um saco e meio.

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    Notcias da Terra

    Aproduo mundial de so-ja deve alcanar 269.41 mi-

    lhes de toneladas na tempora-da 2012/13, conforme relatriodo Departamento de Agricultu-ra dos Estados Unidos (USDA,na sigla em ingls), divulgado noms passado. No relatrio de de-zembro, as projees indicavam267.72 milhes de toneladas. Aproduo norte-americana podechegar a 82,06 milhes de tonela-das, acima, portanto, do previsto

    Safra IV

    Milho em alta

    10 |Agro DBO fevereiro 2013

    Safra II

    Mais de 180milhes

    OIBGE confirmou safra recor-de de 162,1 milhes de to-

    neladas de cereais, leguminosase oleaginosas na safra 2011/12,quantidade 1,2% superior de201o/11 (160,1 milhes de tone-ladas) e 0,3% abaixo da estimativade novembro (162,6 milhes detoneladas). No terceiro progns-tico de rea e produo para a sa-

    Safra ICurva ascendente

    fra 2012/13, divulgado em dezem-bro do ano passado, a instituio

    previu 178,0 milhes de toneladas,9,9% acima do obtido em 2012.

    A rea a ser colhida deve cres-cer 23,5% no Nordeste do pas, 4,1no Centro-Oeste, 4% no Sul e noSudeste, e 0,1% no Norte, impulsio-nada pelos bons preos dos produ-tos, notadamente soja e milho.

    Asafra 2012/2013 de gros de-

    ve chegar a 180,41 milhes detoneladas, de acordo com o quarto levantamento de plantio daConab, divulgado no ms passa-do. Tal nmero representa incre-mento de 8,6%, ou 14,23 milhesde toneladas acima do colhido nasafra anterior. A produo de so-ja deve alcanar 82,68 milhes detoneladas, com aumento de 16,28milhes de toneladas. As proje-es indicam 72,19 milhes de to-

    neladas de milho (primeira e se-gunda safras).

    A rea plantada com gros devechegar a 52,01 milhes de hectares2,2% a mais, comparativamente sa-fra passada (50,89 milhes de hecta-res). O estudo contempla informa-es da rea semeada nas culturas deamendoim (1 safra), arroz, feijo (1safra), milho (1 safra) e soja nos estados da regio centro-sul do pas. Odestaque foi a soja, com 2,3 milhes

    de hectares de lavouras a mais em relao rea plantada na safra ante-rior, quando os agricultores cultiva-ram 25,04 milhes de hectares.

    No caso do milho, a produomundial chegar a 852,3 milhes de toneladas, conforme estimativas do USDA. Os EstadoUnidos, maior produtor mundialdevem colher 272,4 milhes detoneladas. Para a China, segundopas no ranking mundial, a previso de 208 milhes de toneladas. Assim como ocorreu em relao aos EUA e China, as projees para a safra brasileira tambm foram reajustadas para cimapela instituio norte-americanapassando de 70 para 71 milhede toneladas

    Safra III

    Balano mundial de sojaem dezembro (80.86 milhes detoneladas). Segundo o relatrio de janei-ro do USDA, o Brasil vai colher82.50 milhes de toneladas, su-perando os EUA e assumindoa liderana no ranking mun-dial (em dezembro, a instituionorte-americana apontava 81milhes de toneladas). A Argen-tina deve produzir 54 milhesde toneladas e a China, 12,6 mi-lhes.

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    Notcias da Terra

    fevereiro Agro DBO|

    Renda Agrcola I

    Lavouras valorizadas

    OVPB Valor Bruto da Produ-o das principais lavouras dopas deve atingir R$ 305, 3 bilhes

    neste ano, 26,3% a mais do queem 2012, conforme clculos daAssessoria de Gesto Estratgi-ca do Ministrio da Agricultura.A soja representar 34% do valorda produo das lavouras pes-quisadas mas, segundo projeesdo governo federal, a maioria dosprodutos deve obter melhores re-

    Renda Agrcola III

    Mato Grosso na ponta

    Renda Agrcola II

    Espigas valiosas

    Oestado de Mato Grosso fechou2012 com o maior VPB ValorBruto da Produo do Brasil, comrenda agrcola bruta de R$ 39,9 bi-lhes, frente aos R$ 31,2 bilhes de2011 crescimento de 28%. A rendado estado de So Paulo, que lideravaem 2011, com 42,2 bilhes, caiu pa-ra R$ 35,7 bilhes queda de 15%.

    O economista e especialistaem comrcio exterior, Vitor Ga-

    O

    valor de produo do mlho na temporada 2011/1

    de R$ 34 bilhes, foi o maior dhistria do gro no Brasil, segundo estudo da Assessoria de Geto Estratgica do Mapa, basedo nos levantamentos de safdivulgados pela Conab e pelo IBGE. A produo de milho atingiu 72,98 milhes de toneladno perodo, superando, inclusve, a de soja (66 milhes de toneladas).

    O resultado se deve princ

    palmente ao Centro-Oeste, cujvalor de produo alcanou R14,4 bilhes (crescimento d83,4% sobre 2011) foi o maioentre todas as regies do pas, sguido pelo Sul (R$ 10,3 bilhesalta de 1,6 %) e Sudeste (R$ 5bilhes; +15,6%). Com a recuprao no Sul do pas, a perspectva para o valor de produo ncional do milho este ano de R41,7 bilhes, o que representa a

    ta de 22,3% sobre 2012.

    sultados em 2013, comparativa-mente a 2012.

    Com exceo de algodo e do

    caf, os demais apresentam aumen-tos expressivos no valor da produ-o. Aps a soja, os maiores desta-ques so: tomate, 72,0%; laranja,70,9%; ma, 36,3%; feijo, 31,6%;cebola, 31,2%; trigo, 25,8% e milho,22,3%. Em nveis pouco mais abai-xo destes encontram-se o arroz, ba-tata inglesa, cana-de-acar e fumo.

    lesso, explica que Mato Grosso foibeneficiado por uma srie de fato-res, especialmente pelas condiesclimticas desfavorveis nos esta-dos do Sudeste e Sul do pas em2011. Em sua opinio, a necessi-dade de alimento deve manter ospreos altos nos prximos anos.Os estoques continuam baixosporque a demanda maior que aproduo, afirma.

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    Notcias da Terra

    Exportaes INavios carregados

    12 |Agro DBO fevereiro 2013

    As folhas de tabaco foram res-ponsveis por 1,34% das ex-

    portaes totais do pas em 2012,segundo dados da Secex/MDIC -Secretaria de Comrcio Exteriordo Ministrio do Desenvolvimen-to, Indstria e Comrcio. Maiorexportador mundial, frente da

    Exportaes IIIFumicultura bate recorde

    A s exportaes brasileiras doagronegcio alcanaram va-lor recorde de US$ 95,81 bilhes em2012, segundo dados do MDIC Ministrio do Desenvolvimen-to, Indstria e Comrcio Exte-rior. Esse nmero representa in-cremento de cerca de 1% (US$846 milhes) em relao a 2011.As importaes totalizaram US$16,41 bilhes, valor 6,2% inferiorao registrado em 2011. Os setores

    Exportaes II

    Chineses abocanham cada vez mais

    AChina o principal desti-no dos produtos do agrone-gcio brasileiro. No ano passa-do, o Brasil faturou US$ 17,975bilhes nas negociaes com oschineses. As remessas passaramde 17,4% para 18,8%. Na lista dosmaiores compradores dos produ-tos nacionais, aparecem em se-

    que tiveram maior crescimentode vendas foram o complexo soja

    (8,2%; de US$ 24,14 bilhes paraUS$ 26,11 bilhes), seguido porfumo e seus produtos (11,0%; deUS$ 2,94 bilhes para US$ 3,26bilhes); cereais, farinhas e pre-paraes (60,3%; de US$ 4,16 bi-lhes para US$ 6,67 bilhes); fi-bras e produtos txteis (20,7%; deUS$ 2,17 bilhes para US$ 2,62bilhes).

    guida os Estados Unidos (US$ 7bilhes), os Pases Baixos (US$6,12 bilhes), o Japo (US$ 3,5bilhes) e a Alemanha (US$ 3,1bilhes).

    As exportaes para naes dasia aumentaram, especialmenteno caso da Coreia do Sul (40,9%a mais), Taiwan (35,9%), Tailn-

    ndia, EUA e Malawi, o Brasil fa-turou US$ 3,26 bilhes com taba-co processado, valor recorde em20 anos de hegemonia (o recordeanterior era de US$ 3,05 bilhes).Cerca de 95% da produo nacio-nal, de 638 mil toneladas, concen-tra-se na regio sul do pas.

    9% - Leste Europeu

    (US$ 301,1 milhes)

    7% - frica/Oriente Mdio

    (US$ 210,7 milhes)

    5% - Amrica Latina(US$ 174,5 milhes)

    Principais Mercados do Brasil

    40% - Unio Europeia

    (US$ 1,3 bilho)

    27% - Extremo Oriente

    (US$ 892,7 milhes)

    12% - Amrica do Norte

    (US$ 379,7 milhes)

    dia (13,5%), China (8,9%), HongKong (6,6%) e Japo (0,2%). Jun-tos, os asiticos expandiram asaquisies em US$ 3,59 bilhesAlm dos pases asiticos, cres-ceram as vendas para o Egito(12,9% a mais), Emirados rabes(7,9%); Estados Unidos (2,6%) eArbia Saudita (0,1%).

    Distribuioda produo

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    Notcias da Terra

    O

    Brasil dever colher entre 46,9e 50,2 milhes de sacas de 60

    quilos de caf (arbica e conilon)nesta ano, segundo esimativas daConab. Tal nmero indica reduoentre 7,6% (caso do arbica) e 1,3%(conilon), comparativamente sa-fra anterior. A reduo se deve prin-cipalmente bienalidade, caracte-rstica natural na cultura: num anoa safra maior, no outro, menor 2013 ano de baixa produo. Es-sa alternncia mais acentuada em re-

    Dados do Cecaf Conselho dosExportadores de Caf do Brasilindicam que as exportaes brasilei-ras em 2013 devem ficar entre 30 e31 milhes de sacas, o que significade 7 a 10 por cento de aumento anteo volume de 2012. A entidade prevreceita em torno de 7 bilhes de d-

    lares, com uma alta moderada nospreos mdios. O Brasil o maiorprodutor e exportador mundial dacommodity.

    As exportaes de caf verde fe-charam o ano passado em 24,92 mi-

    Todos os cafs premiados n13 Concurso de QualidadCafs do Brasil Cup of Exce

    lence Early Harvest foram ngociados no leilo realizado e10 de janeiro. O maior lance fde US$ 12,10 por libra peso, pgo pelo consrcio formado plas empresas japonesas Maruyma Coffee, Saza Coffee, UchidCoffee e Coffee-a-Gogo, alda empresa Orsir Coffee, dTaiwan.

    Esse valor equivale a US1.600,59 (ou R$ 3.249,20, consderando dlar a R$ 2,030, conforme fechamento do dia) pgos por cada uma das 17 sacda fazenda do Moinho, situadem Olmpio Noronha (MG). lote rendeu US$ 27.209,45 ( R55.235,18) ao produtor VinciuJos Carneiro Pereira, vencedona categoria destinada exclsivamente aos cafs brasileiroproduzidos por via mida (cer

    jas descascados ou despolpadona safra 2012.

    O

    s mineiros conquistam o pri-meiro lugar no 9 Concurso Na-

    cional ABIC de Qualidade do Caf enas trs categorias do certame: Cere-

    ja Descascado, Natural e Microlote.O cafeicultor Jos Alexandre de La-cerda, da fazenda Forquilha do Rio,situada no municpio de Espera Fe-liz, foi o vencedor do concurso, com84,63 pontos de qualidade global naxcara. Seu caf tambm conquis-tou o 1 lugar na categoria Microlo-te (2 sacas), na qual concorrem ape-nas pequenos produtores, com pro-

    lao ao arbica (Coffea arabica), masocorre tambm com o conilon (Co-

    ffea canephora). Entretanto, confor-me estudos, as diferenas entre as sa-fras de alta e baixa vm diminuindonos ltimos anos, por vrios fatores:tratos culturais mais adequados, cres-cente aumento na utilizao de irriga-o, manejo de podas nos cafeeiros,adensamento das lavouras, plantio de

    variedades mais produtivas e melho-res adaptadas e a renovao constan-te dos cafezais.

    Caf IColheita menor em 2013

    Caf IIAlta moderada

    Caf IVQuem d mais?

    Caf IIICaf bom, uai

    fevereiro 2013 Agro DBO|

    lhes de toneladas, 17 por centoabaixo de 2011.

    A queda apresentada no volu-me exportado pode ser justificadaem grande parte pelas chuvas nasregies produtoras, que acabaramatrasando a colheita e a comercia-lizao do produto, disse o diretor-

    -geral do Cecaf, Guilherme Braga.

    priedades de, no mximo, 15 hecta-res a de Jos Alexandre tem quatro.

    Na categoria Cereja Descascado, ovencedor foi o produtor Jos Rober-to Canato, da fazenda Monte Verde,de Carmo de Minas, com nota 82,15.Na categoria Natural, a maior nota foidada ao caf produzido por Amlia F.Delarisse, da fazenda Apucarana, si-tuada em Patrocnio: 81,75 pontos.

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    Notcias da Terra

    Amoagem de cana-de-acarno Centro-Sul do Brasil de-ve atingir algo entre 580 milhes e590 milhes de toneladas no ciclo2013/14, contra 535,7 milhes daltima temporada, conforme esti-mativas da Datagro. O presidenteda consultoria, Plinio Nastari, jus-tifica o crescimento pela reformade canaviais, acima da mdia, se-gundo ele, e um pouquinho deexpanso de rea.

    Etanol IIDemanda externa maior

    Etanol IPerspectivas promissoras

    Adiretora-geral da ANP - Agn-cia Nacional do Petrleo, Mag-da Chambriard, informou que o per-centual de etanol na gasolina passa-r de 20% para 25%, no final da safrada cana-de-acar, possivelmente noms de abril. Ela informou ainda queest previsto para este ano o primeiroleilo de gs xisto, tambm chamadode gs no convencional, encontradoem rochas porosas.

    Segundo a ANP, as maiores inci-dncias deste tipo de gs no Brasil (osestoques mundiais podem ser mui-tas vezes superiores s reservas pro-vadas de gs natural) esto nas baciasde Parecis (em Mato Grosso), Par-naba (entre Maranho e Piau), Re-cncavo (Bahia), Paran (Paran, RioGrande do Sul e Mato Grosso do Sul)e So Francisco (entre Minas Geraise Bahia), Estudos preliminares indi-cam que o potencial de gs de xistono pas pode chegar a 500 trilhes demetros cbicos . Se a previso forconfirmada, gs para chuchu, maisque o pr-sal.

    Etanol IIIRedeno energtica

    14 |Agro DBO fevereiro 2013

    A

    empresa gacha Vinema -primeira empresa nacional a

    produzir etanol em grande escalaa partir de cereais ir construirseis biorrefinarias no Rio Gran-de do Sul, utilizando arroz comomatria-prima. De acordo comprotocolo de intenes assinadocom o governo do estado no mspassado, a primeira unidade de-ver estar operando em Cristal apartir de 2014. As demais biorre-finarias, previstas para serem fi-nalizadas em 2020, sero instala-

    Aconsultoria Safras & Merca-do confirma tendncia de re-cuperao para a cana-de-acarno Centro-Sul do Brasil. A produ-o de etanol na regio deve cres-cer 18,7% e chegar a 23,5 bilhesde litros na temporada 2013/14. Ade acar, porm, diminuir 2,8%,caindo para 35 milhes de tonela-

    das, contra 36 milhes no perodoanterior. Na opinio do analista deMaurcio Lima Muruci, esta retra-o est atrelada rentabilidadedo segmento e, simultaneamen-te, ao incremento nas vendas ex-

    das nos municpios de Cachoeirado Sul, Capo do Leo, Dom Pe-drito, Itaqui e Santo Antnio daPatrulha.

    A capacidade de produoanual das seis unidades ser deaproximadamente, 600 mil m deetanol, alm da gerao de ener-gia eltrica utilizando casca de arroz. A tecnologia usada pela em-presa tambm permite processaroutras culturas, como sorgo e ce-vada. O projeto da Vinema previnvestimentos de R$ 720 milhes

    ternas do combustvel. O merca-do internacional est demandan-do muito etanol, e as usinas estomaciamente focadas na expor-tao, explica Muruci. Segun-do ele, nem mesmo a expectativade aumento no preo da gasolinanos prximos meses, que propor-cionaria um vetor de neutraliza-

    o na queda histrica de compe-titividade do etanol, no maisto latente pelo lado das usinaspois agora o mercado j encon-trou outro vis de ganho, atravsdas exportaes.

    Etanol IVCombustveis feitos com arroz

    Quanto s exportaes no prximo ciclo, ele prev embarques

    de 4,1 bilhes de litros de etanolcontra os 3,03 bilhes projetadospara o ciclo 2012/13. Nastari afir-ma que o incremento das vendasexternas de etanol ser puxadopela demanda norte-americanaque abriu seu mercado ao produ-to nacional no ano passado e vempagando um prmio para o pro-duto brasileiro.

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    Notcias da Terra

    Alimento IO mundo inteiro joga comida fora

    SolosConhecimentoacumulado

    Alimento IICombate fome no mundo

    fevereiro 2013 Agro DBO| 1

    Documento de organiza-o britnica, intitulado Glo-

    bal Food; Waste not, Want not(Ali-mentos Globais; No Desperdice,No Queira), revela que entre 30%e 50% dos alimentos produzidos nomundo, ou seja, entre 1,2 bilho e2 bilhes de toneladas/ano, vai pa-rar no lixo. Nos Estados Unidos ena Europa, metade da comida aca-ba sendo jogada fora. Na Inglater-ra, at 30% das frutas, verduras e le-gumes plantados no pas sequer socolhidos por causa de sua aparncia

    As razes, conforme o relatrio, va-

    Em parceria com outras undades da empresa, a EmbrapSolos, sediada no Rio de Janeir(RJ), lanou a rvore do Conhcimento (AC) Solos Tropicaisvitrine virtual com informasobre todos os tipos de solos exi

    tentes no Brasil, para o uso e mnejo correto e preveno da eroso. O acesso feito atravs dendereo eletrnico www.embrpa.br/agencia, no Portal Embrpa. Ao escolher Solos Tropicaio leitor pode optar pelo acesso informaes na forma de rvohiperblica - uma estrutura rmificada, denominada de rvodo conhecimento - ou na formde hipertexto.

    De acordo com a pesquisadora Maria Jos Zaroni, a base deta rvore o sistema brasileiro dclassificao de solos. A Embrpa disponibiliza atualmente 2rvores do Conhecimento sobcultivo, trs sobre criaes e outras oito temticas. Alm de ddos tcnicas validadas pela pequisa cientifica, tambm oferecinformaes complementares eforma de arquivos em PDF, vdos e udios.

    Outro relatrio, este intituladoEstado da Insegurana Alimen-tar no Mundo-2012, produzido pelaOrganizao das Naes Unidas pa-ra Agricultura e Alimentao (FAO,da sigla em ingls) informa que, ape-sar do crescimento constante da pro-duo mundial de alimentos e do au-mento de produtividade no campo,870 milhes de pessoas sofrem coma desnutrio. Praticamente apenasa Amrica Latina tem tido sucesso nareduo da fome, disse o diretor daFAO, Jos Graziano. De acordo comele, a questo da subnutrio atin-

    riam das tcnicas insatisfatrias deproduo e industrializao, infra-

    estrutura inadequada de transportee armazenamento, prazos de valida-de vencidos, no aproveitamento deresduos ou partes (folhas, caules) dealimentos, gula (olhos maiores que oestmago) ou preparo de quantida-de maior do que a necessidade, pas-sando pela exigncia dos supermer-cados de que os produtos sejam visu-almente perfeitos e promoes do ti-po compre um, leve outro grtis, queincentivam os consumidores a com-

    prar mais do que precisam.

    ge mais fortemente naes pobres dasia e da frica Subsaariana.

    Em visita sede da Embrapa,Graziano pediu apoio da empresana organizao de projetos de for-talecimento da produo agrcola ecombate fome no mundo. Segun-do o presidente da Embrapa, Maur-cio Lopes, o problema grave em re-gies de grande crescimento popula-cional, que ainda no conseguiramalcanar sua prpria segurana ali-mentar. So naes que tm tomadoo exemplo brasileiro como uma refe-rncia mundial no combate fome.

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    Notcias da Terra

    gua IGoverno anuncia poltica de irrigao

    Crdito IJuros menores para compra de terras

    Crdito IIJuros mais baixos

    Apresidenta Dilma Rousseffsancionou a Poltica Nacionalde Irrigao, cujo objetivo, alm dareorganizao do setor, incenti-var a ampliao da rea irrigada nopas, reduzindo riscos climticos,aumentando a produtividade daslavouras e favorecendo a produo.

    At ento a agricultura depen-dia de normatizao estabeleci-da em 25 de junho de 1979. Ago-ra, projetos pblicos e privados deirrigao podero receber incenti-vos fiscais, especialmente nos mu-

    nicpios com menores indicadores

    Acontratao de financiamen-tos com recursos do FTRA -

    Fundo de Terras e Reforma Agr-ria ter juros mais baixos a partirde 1 de abril deste ano, confor-me resoluo do CMN Conse-lho Monetrio Nacional, apro-vada em janeiro. As taxas cairode 2% a 5% para de 0,5% a 2%ao ano e os encargos sero defi-nidos de acordo com o perfil dotomador de crdito. Quem for in-tegrante do Cadastro nico pa-

    A

    taxa de juros para o PNCF Programa Nacional de Crdi

    to Fundirio, do MDA Ministrio do Desenvolvimento Agrriopassar de de 5% para 2%. A medida assegura aos jovens entre 18 e29 anos e s famlias de agricultores em situao de pobreza, jurosainda menores, de 1% e de 0,5%respectivamente. Aprovada pelo Conselho Monetrio Nacionano ms passado, a resoluo entraem vigor a partir do dia 1 de abrideste ano.

    Agricultores e empresrios ru-rais afetados pela seca ou pe-lo excesso de chuvas nas regiesnordeste e norte do Brasil temprazo at o dia 28 deste ms defevereiro de para contratar as li-nhas especiais de crdito (comrecursos do FNE Fundo Cons-titucional do Nordeste e FNO Fundo Constitucional do Norte)destinadas recuperao de pre-juzos decorrentes. O prazo para

    contratao vencia em 30 de de-zembro do ano passado, mas osbancos operadores das linhas decrdito solicitaram ao governoprazo adicional para concluir ascontrataes .

    Na regio nordeste, os toma-dores de crdito devem compro-var que so produtores ou empreendedores rurais na rea de atu-ao da Sudene. Na regio nortedo pas, os recursos destinam-se a

    atender aos setores produtivos ru-ral, industrial, comercial e de ser-vios nos municpios que declara-ram estado de emergncia ou decalamidade pblica pelo excessode chuvas nos anos anteriores

    de desenvolvimento social e nas re-gies consideradas estratgicas pa-

    ra o desenvolvimento regional.Com o crdito, ser possvel ob-

    ter equipamentos com uso eficien-te da gua, modernizar instrumen-tos e implantar sistemas de suporte irrigao. A lei prev que o poderpblico criar estmulos contra-tao de seguro rural por agricul-tores que pratiquem agricultura ir-rigada. Atualmente, s 5,5 milhesde hectares so irrigados no pas,mas o potencial de pelo menos 30

    milhes de hectares.

    ra Programas Sociais do GovernoFederal pagar juros de 0,5% aoano. Para jovens de 18 a 29 anos,a taxa de 1% - uma forma de in-centiv-los a permanecer no cam-po. Para os demais beneficirios,o juro ser de 2% ao ano. O valormximo de financiamento, atual-mente em R$ 80 mil, pode ser am-pliado at R$ 87,5 mil. Para obt--lo, o muturio precisa dispor deassistncia tcnica por pelo menoscinco anos.

    16 |Agro DBO fevereiro 2013

    gua IIRecuperaodos prejuzos

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    JavaliPlantaes ameaadas em todo o pas

    Estudo da Conab afirma que o vi-nicultor que valorizar qualidadeda uva ter mais vantagens na safraatual e na do ano que vem, conside-rando a nova modalidade de clcu-lo definida pela instituio. A ideia incentivar o manejo dos parrei-rais, de modo que seja produzidomenos com mais qualidade.

    At 2012, para cada grau babo(que determina o teor de acarna fruta) acima dos 15 graus, ha-via um acrscimo de 5% em rela-o ao valor do preo mnimo. A

    partir desta safra, o produtor re-ceber um gio de 7,5% para ca-

    Um grupo que rene as maio-res empresas produtoras domundo lanou o projeto Ch

    2030 (Tea 2030, emingls) com

    O

    Instituto Agronmico de Campi-nas publicou no final do ano pas-

    sado, on-line, um texto (DocumentosIAC 110) com relatos de ataques devrias espcies de animais silvestres,como capivara (Hydrochoerus hydro-choeris), javali (Sus scroffa), lebre-eu-ropia ou lebro (Lepus europaeus),maritaca (Aratinga leucophthalma) epomba-amargosa (Zenaida auricu-lata) a propriedades rurais, causan-do prejuzos e inviabilizando a produ-o em lavouras de cereais, frutferas,hortalias e de leguminosas no estado

    da grau acima dos 14 graus dasuvas brancas, 15 graus para va-

    riedades americanas e a partirde 16 graus para as vinferas. Damesma forma, sero aplicadosdesgios em igual proporo. Jpara o prximo ano, o gio pas-sa para 10%.

    O novo clculo oferece, segun-do a Conab, melhor remuneraoem troca de mais qualidade, obje-tivo maior da mudana. O preomnimo da uva, aprovado recente-mente pelo CMN - Conselho Mo-

    netrio Nacional, o mesmo da sa-fra anterior, de R$ 0,57 o quilo.

    o propsito de transformar a bebi-da em commodity atualmente, acomercializao feita atravs deleiles e vendas privadas. Infusode folhas processadas de Camellia

    sinensis (chs verde, preto, bran-co e Oolong), a segunda bebidamais consumida do mundo depoisda gua e cultivado em 35 pases.Segundo cientistas, protege o orga-nismo humano contra diversos ti-

    de So Paulo, particularmente nos l-timos cinco anos. A consulta ao do-cumento pode ser feita atravs do sitewww.iac.sp.gov.br/publicacoes/publi-cacoes_online/pdf/Documentos%20IAC%20110.pdf.

    Muitos desses animais no per-tencem fauna brasileira, mas soprotegidos por lei ambiental e suacaa proibida. Alguns mtodosalternativos de controle, tais comoa instalao de cercas eltricas outeladas ao redor das reas cultiva-das nem sempre so eficazes, mas

    UvaPreo mnimo de garantia

    pos de cncer e doenas cardiovas-culares devido presena de polife-nis denominados catequinas, queso oxidadas enzimaticamente du-rante o processamento das folhas.

    A produo mundial tem au-mentado mais do que o consumo,provocando reduo do preo.. NoBrasil, a cultura se concentra noVale do Ribeira (SP) e quase toda aproduo destinada exportao.

    o custo invariavelmente alto enem todos podem pagar por elas.O problema afeta agricultores emvrias regies do pas. Eles pedemprovidncias urgentes.

    ChBebida quer virar commodity e parar na Bolsa

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    18 | Agro DBO- fevereiro/2013

    Termmetrode tecnologiaPara as empresas do agronegio, comea a safra de lanamentos e paraos produtores rurais, a poca de anlise e compra de novas tecnologias.Glauco Menegheti

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    fevereiro/2013 - Agro DBO| 1

    OShow Rural Coopavel, como a primei

    das quatro maiores feiras agropecurido ano no Brasil, dita as tendncias etecnologias e desempenho de vendas d

    setor. Em 2013 no ser diferente. A mostra acontce bafejada pelo otimismo, embora o incio da safrda soja temha sido marcado por problemas climtcos e pragas. Ao que tudo indica, o Brasil ter umsafra cheia a Conab projeta uma produo recordde 180,41 milhes de toneladas e o preo das commodities agrcolas continua aquecido, ainda que cotaes da soja e do milho recuem sob o calor da sfra. No por menos que a previso de vendas na 2

    edio da feira, que ocorre em Cascavel (PR), de 48 deste ms de fevereiro, seja de R$ 1 bilho, o quao se confirmar, representar incremento de 25% emrelao edio passada.

    Desta vez, a mostra dever contar com 430 expositores de mquinas, implementos agrcolas, insumos, servios e pesquisa, como biotecnologia gentica. De acordo com o presidente da CoopavCooperativa Agroindustrial, com sede em CascaveDilvo Grolli, a essncia do evento no so as vendas, mas a tecnologia apresentada e a possibilidaddo agricultor se atualizar. O Show Rural Coopav uma vitrine para o produtor rural, pois durantefeira ele tem uma viso global da tecnologia queoferecida pelas empresas expositoras e assim consgue implantar em sua propriedade, sustenta GrolMaterial que no vai faltar. Estaro mostra nevento 53 modelos de colheitadeiras, 195 de tratores, 232 de plantadeiras, 116 de pulverizadores, 94modelos de implementos agrcolas e muitos outroequipamentos.

    Em termos de tecnologia, de acordo com o consultor em maquinrio agrcola, Arno Dallmeyer, esdever ser a primeira vez que a agricultura de precisvir como srie de fbrica em plantadeiras. Nesta ed

    Vista do parque

    de Exposiesda Coopavel(acima), palco de

    lanamentos demquinas de ponta,como a colheitadeirada foto ao lado.

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    20 | Agro DBO- fevereiro/2013

    Dos 430 expositores com espao reservado na feira, 280 sorepresentantes de empresas de mquinas e implementos agrcola

    o do Show Rural Coopavel, pela primeira vez no Bra-sil, veremos mais empresas de implementos nacionaisadotando a tecnologia de taxa varivel, diz Dallmeyer.Outra questo que dever encher os olhos dos produto-res so os tratores acima de 500 cv, o que representa odobro da potncia que os maquinrios disponibilizadosno pas exibiam at 2012. Isso significa um avano tec-nolgico. Muda totalmente o sistema de mecanizaoagrcola no Brasil.

    O detalhe que ainda no existem no pas imple-mentos para trabalhar com esses equipamentos de peso,tais como escarificadores e subsoladores. O pessoalest utilizando grade, o que uma pena, pois danificao solo, lamenta Dallmeyer. Em plantadeiras, o mximoque se encontra hoje no mercado de 15 a 20 metros,com 45 a 50 linhas, ao passo que um trator de 500 cv

    comporta tracionar semeadora de 40 metros, com 80 a90 linhas. Mas esse gap deve durar por pouco tempo. O

    especialista considera que j em 2013, na Agrishow deRibeiro, haver equipamento compatvel com esses gi-gantes que comeam a trabalhar em fronteiras agrcolascomo as de Mato Grosso, oeste da Bahia, Maranho ePaiu, para propriedades acima de 5 mil hectares. Umtrator de tal porte tem capacidade para operar de 50 a100 hectares por dia.

    O mesmo fenmeno do gigantismo ocorre com ascolheitadeiras, ainda limitado pela parte hidrulica doequipamento e estabilidade. De acordo com Dalmayercolheitadeiras de classes maiores tm mais estmagoe, com isso, plataformas maiores e mais pesadas. Com

    isso, o centro de gravidade do maquinrio projeta-do para frente, com risco de capotagem em frenagensou declives. O problema da gravidade longitudina solucionado com plataformas mais leves, tais comono caso da tecnologia draper, utilizada na colheita desoja, diz o especialista. Esse problema tem dois cami-nhos de soluo: um deles baixar o centro de gravi-dade das mquinas, o que uma questo de projetoa outra reduzir o tamanho do depsito graneleiro, oque o produtor e os operadores no querem, porque au-menta o nmero de paradas para descarregar os grosNas plataformas de soja, a tecnologia draper resolve o

    problema por ser mais leve que o caracol metlico. Jpara as plataformas de milho no existe uma tecnologiadisponvel at o momento, estando limitado a 12 linhasNesse caso, o efeito do deslocamento gravitacional paraa frente ampliado em funo dos bicos. possvel nofuturo que haja materiais plsticos, como o polmeroque substituam as carenagens dos bicos e das laterais

    Montana Solis20, com motor de

    3 cilindros, parapequenos e

    grandes produtores

    PulverizadorPatriot 250, da CaseIH, desenhada para

    atender terrenosirregulares.

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    fevereiro/2013 - Agro DBO| 2

    De qualquer forma, esse gargalo no est na mo doprodutor para resolver, mas de engenharia das inds-trias, pondera o pesquisador.

    Novidades em maquinrioDos 430 expositores, 280 correspondem a empre-

    sas de maquinrio e implementos agrcolas. Embora noincio do ano seja uma espcie de limbo para o agricul-tor e, por tabela, para a indstria que gravita em tornodele, uma vez que muitas variveis estejam indefinidas,tais como o clima, o Plano Safra, e os preos de commo-dities, algumas empresas trazem novidades exclusivaspara lanar no Show Rural Coopavel. A reportagem daAgro DBOfoi atrs de mais de uma dezena de empre-sas para saber quais sero os principais destaques.

    A fbrica paranaense Montana traz como lana-mento ao Show Rural o trator Montana Solis 20. Onovo modelo da linha Montana Solis, considerado o

    trator multiuso da Montana, apresentado na verso20 cavalos de potncia, com motor de 3 cilindros, blo-queio no diferencial, trao 4x4, e bitola mxima de90 cm. Para o gerente de produto da Montana, EdersonFrancisquini, trata-se de um equipamento de pequenoporte, mas que vai atender s necessidades do pequenoao grande produtor rural. O Montana Solis 20 umtrator compacto que traz vantagens para o produtorque precisa trabalhar em pequenos espaos e em dife-rentes cultivos, facilitando a vida e trazendo benefciosao bolso, comenta ele.

    De acordo com o gerente de marketing, Giancarlo

    Fasolin, a vantagem do trator est na relao custo--benefcio. O equipamento no tem competidor nasua faixa de potencia. Vai competir com uma tobata, naqual o operador precisa ficar em p, destaca ele. Almdas cinco linhas de pulverizadores (auto-propelidos,acoplados, arrasto, barras e canho), a Montana parti-cipa do Show Rural Coopavel com equipamentos para

    agricultura de preciso e colheitadeira de algodo e trtores. A Case IH traz ao Show Rural Coopavel o nov

    pulverizador Patriot 250, produzido na fbrica da CaIH em Piracicaba (SP). O novo produto de uma clasmenor em relao ao equipamento j comercializadpela marca (Patriot 350). Ideal para pequenos e mdios produtores, o Patriot 250 possui um motor CaIH FPT, localizado na parte traseira da mquina, umnova cabine na parte frontal e o tanque do produto co2500 litros centralizado, garantindo melhor distribuo do peso e o melhor arranque com suspenso ativa

    Para Alberto Maza, especialista de marketing dproduto da Case, um dos grandes diferenciais do puverizador seu design inovador. A mquina tem u

    desenho feito para atender terrenos irregulares. Aldisso, o Patriot 250 flexvel e simples em sua operae j chega com toda tecnologia direto de fbrica, detaca Alberto.

    A Case IH apresenta na Coopavel do plantio colheita, com tratores em todas as faixas de potncia de 6cv a 550 cv, plantadeiras de 11 a 40 linhas, pulverizado

    PulverizadoresautopropelidosUniport, da

    Jacto, com nova

    carenagem nacabine e farois, edesign diferenciado.

    Mais caldinho no feijoO Iapar Instituto Agronmico do Paran deve ampliar,

    na safra 2012/13, a influncia que suas cultivares tm naslavouras de feijo do Paran com o lanamento, no ShowRural Coopavel, da variedade Andorinha. Segundo o diretorde Inovao e Transferncia de Tecnologia do instituto, AdelarMotter, a parceria fechada com a Coopavel, que pretende lan-ar neste ano marca prpria de feijo no varejo paranaense,vai contribuir para a ampliao do market share do Iapar nomercado de sementes do Paran.

    O mercado promissor: Cerca de 80% dos municpiosem que a cooperativa atua h produo de feijo. Um dosbenefcios da cultivar a precocidade. Em 70 dias j estem ponto de colheita, o que permite inserir a cultura em

    propriedades que j produzem soja e milho. Nesta safra,segundo Motter, os sementeiros recebero a semente bsi-ca da variedade Andorinha para a primeira multiplicao. Aexpectativa ter material fiscalizado para disponibilizar aomercado. Neste caso, um ponto importante que a novavariedade pode ser colhida com apenas 65 dias quandoplantada em regies de clima quente, e com 82 dias emcondies de temperatura amena, o que equivale a umamdia de 73 dias, tempo suficiente para ajudar a reduziros riscos climticas. Alm do feijo, o Iapar traz mostratcnicas para conservao do solo; cultivares de batata, caf,mandioca, arroz e forrageiras, alm de espcies frutferas,sistemas agroflorestais e agroecologia.

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    res autopropelidos de 3500 e 2500 litros, alm da linhade colheitadeiras Axiais. Paralelamente ao lanamentode produtos, a empresa est preocupada com a assistn-

    cia tcnica e vem abrindo concessionrias no interiordo pas. Entre 2011 e 2012, a marca inaugurou 37 lojas,fechando 2012 com o nmero de 100 distribuidores portodo o Brasil. Para 2013 est programada a abertura demais 14 novas concessionrias com profissionais trei-nados pela marca.

    A New Holland apresenta no Show Rural Coopa-vel a maior e a menor das colheitadeiras com sistemade duplo rotor do mercado brasileiro. A CR 9090 umequipamento da classe 9 importado da Blgica. De acor-do com o diretor de Marketing da New Holland para aAmrica Latina, Carlos Darce, o mercado consumidor

    desse gigante so os proprietrios de grandes extensesde terra no Centro-Oeste e Nordeste, incluindo oesteda Bahia, Piau e Maranho. Alm disso, a colhedeiravem equipada com uma cabine confortvel, controleshidrulicos, sensor de umidade e de produtividade,alm de agricultura de preciso de fbrica. Segundo oexecutivo, o duplo rotor permite perdas menores deproduo colhendo mais rpido. Sua potncia de 530

    cv suporta plataforma de at 45 ps. A CR 9090 equi-pada com todos os equipamentos de agricultura de preciso, monitor de piloto automtico, maior cabine dacategoria, com frigobar integrado, transmissor varivedo elevador de palha, exclusivo sistema IntelliCruisecapacidade de descarga de 126L/s e tier 4.

    Vislumbrando um mercado crescente de mdios epequenos produtores que procuram mais tecnologia, aNew Holland lanar no mercado domstico, a partirdo Show Rural Coopavel, a CR5080 menor mquinacom sistema de duplo rotor do mercado, que deve aten-der bem os produtores de gros. A colheitadeira possutanque graneleiro de 7,050 litros e, nas condies ideaisa mquina opera com plataformas de 20 a 25 ps. um equipamento que serve de porta de entrada paraos produtores que possuem reas menores e queremdeixar de utilizar o sistema convencional de debulha eaderir ao duplo rotor, afirma Darce.

    A empresa tambm apresenta o pulverizador au-topropelido SP2500 para atender uma demanda dosclientes: pulverizar culturas diferentes em qualquertipo de solo, com qualidade e estabilidade de barraTambm com fabricao brasileira, a mquina possumotor eletrnico, transmisso hidrosttica, piloto auto-mtico, controlador IntelliView IV, banco de instrutorvo-livre de 1,65m, bloco ptico que permite perfeitaaplicao noturna, distribuio de peso 50x50, barra de24m ou 27m. Segundo Darce, o equipamento vem comopo com injeo direta.

    Novos padresNo ano em que completa 65 anos, a Jacto, inds-tria paulista, padroniza a sua linha de pulverizadoresautopropelidos em 2013 e a apresenta no Show RuralCoopavel. Se antes a empresa esperava o Agrishowpara fazer os lanamentos do ano, considerada amostra mais importante da Amrica Latina, passoutambm a trazer novidades para o Show Rural. A

    PlantadeiraMarathon,

    lancamento da Kuhnaps cinco anos de

    de pesquisa e testesem cinco pases.

    Plantadeira Baldan,modelo SP GraficTotal, com sistemaindependente deadubo e semente,

    construdo em formade pantgrafo.

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    As empresas vem investindo em equipamentos e servios paraatender o mercado crescente de pequenos e mdios produtoresfeira ganhou importncia nacional e a primeiragrande do ano, explica Robson Zfoli, diretor co-

    mercial da Jacto. Para a edio de 2013, a Jacto apre-senta os modelos de pulverizadores autopropelidosUniport 2000 Plus e Uniport 2500 Star, que passam acontar com uma nova carenagem na cabine e faris,com design diferenciado para esta edio do ShowRural, mais modernos e em sintonia com a aparn-cia do Uniport . As mudanas, sobretudo de ordemesttica e visual, visam oferecer aos equipamentos dalinha uma nova roupagem externa, mais moderna epadronizada, facilitando no s a produo das pe-as em srie, mas com maior eficincia na disponi-bilidade de peas de reposio para os produtos da

    linha, explica Zfoli. Dessa forma, no preci-so ter peas no estoque diferentes para cadamodelo. Alm do novo padro visual, os doismodelos passam a oferecer a escada hidrulica, maisuma melhoria durante a operao, completa Zfoli.J em relao ao Uniport, lanado no ano passado, averso 2013 ganhou cmeras de r, proporcionandomais facilidade na locomoo, sobretudo nas mano-bras executadas para estacionar o equipamento. Opulverizador possui tanque de 3 mil litros, barras depulverizao de 32 metros e autonomia de 600 a 700hectares por dia.

    Novidade, tambm, no Show Rural ser o lanmento de sistema de barra de luz, tornando disponvel e acessvel essa tecnologia ao pulverizador puxadpor trator. O Otmis LB 550 substitui os marcadorde linha mecnicos ou por espuma. O equipamenutiliza GPS para evitar faixas sem pulverizao, mlhorando a qualidade e eficincia de pulverizaoexplica Zfoli.

    A Baldan criou um conceito em plantadeira, quune o desenvolvimento da engenharia com a necess

    Fertiliza 12000,da Baldan, utilizada

    na distribuio decorretivos de solose adubos.

    EmbrapaQuando se fala na participao da Embrapa em feiras

    agropecurias pode-se esperar muita tecnologia. Na 25 edi-o do Show Rural Coopavel sero 22 unidades de pesquisaapresentando novidades e tecnologias j consolidadas.

    Cultivares de soja, feijo, milho, milheto; tecnologias paramanejo de pastagem; coletor solar para desinfetar misturasde solo para quem trabalha com mudas em sacos plsticos;variedades de mandioca, uva, morango, pssego, banana;implantao de cisternas para captao de gua da chuva,bem-estar de sunos no pr-abate, so algumas das tecno-logias que estaro sendo apresentas em Cascavel. Essa aoportunidade de estreitarmos relaes com os produtores,diz a pesquisadora da Embrapa Soja, unidade responsvelpelo estande da Embrapa no Show Rural, Divania de Lima. Ointeresse maior, salienta a pesquisadora, recai sobre as varie-dades de soja e milho. Mesmo assim, os visitantes do estan-de podero conhecer vrias outras tecnologias. Produtores detrigo podero conhecer o novo programa para rastreabilidadedigital do cereal. O e-rastrear utilizado para identificar a pro-

    cedncia de produtos e disponibilizar as informaes sobre aqualidade e o manejo adotado na produo. O programa temcomo principais objetivos a produo de alimentos seguros ecom qualidade, a organizao de informaes, a segregaode produtos com caractersticas diferenciadas, a promoo daconfiana de consumidores, o atendimento a requisitos deprogramas de controle de qualidade e a certificao. umatecnologia disponvel para produtores, cooperativas, moinhose indstrias de alimentos.

    Uma das novidades da Embrapa para quem trabalha comviveiros o coletor solar para desinfeco de misturas desolos, estercos e adubos, que ser apresentado na UnidadeDidtica de Agroecologia. O equipamento, desenvolvido pelaEmbrapa Meio Ambiente, utiliza a energia solar para eliminarfungos patognicos, bactrias e sementes de plantas dani-nhas dos substratos que sero usados para o plantio de mu-das em recipientes como sacos plsticos, vasos ou bandejas.Um tecnologia extremamente simples, barata e que pode serconstruda pelo prprio usurio.

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    dade do agricultor: a SP Grafic Total, capaz de seme-ar vrios tipos de culturas em diversas condies eespaamentos. O implemento conta com sistema in-dependente de adubo e semente construdo na formade pantgrafo, o que permite acompanhar a desuniformidade do terreno. Com isso, a semente e o adubofiquem depositados onde o cliente desejar sem sofrerinterferncia. Segundo o coordenador de marketing

    da Baldan, Adilson Doniseti Batista, o equipamen-to pode ser fornecido com sistema de distribuiode semente a ar (pneumtico). O implemento serapresentado oficialmente no Show Rural Coopavel epercorrer todas as feiras agrcolas do pas.

    Outra novidade da Baldan para 2013 a Fertiliza9000, utilizada na distribuio de corretivos de so-los e adubos. O equipamento j sai de fbrica prontopara receber equipamentos de agricultura de preciso nas verses 9000, cuja capacidade de carga de6 metros cbicos (m3). J a verso 12000 comporta 8m3, sendo este o maior modelo da categoria.

    A plantadeira Marathon um lanamento daKuhn aps cinco anos de pesquisa e testes em cincopases, sendo eles Ucrnia, Cazaquisto, frica doSul, Austrlia e Rssia. O implemento foi desenvol-vido para trabalhar com alta velocidade, podendochegar at 12 km/h, segundo a empresa, mantendoa homogeneidade no plantio. Alm da velocidade, aplantadeira possui sistema pneumtico que mantma regularidade no plantio da semente por metro li-near. Ela pode ser configurada nas verses de 27, 31e 35 linhas.

    A plantadeira articulada para o cultivo de grogrosso (milho, soja, algodo, sorgo, girassol, entre

    De acordo com os promotores, a essncia da feira no so asvendas, mas a oportunidade de o produtor rural se atualizar.

    Caminho8700, da Agrale,

    ideal, segundoa empresa, paraa utilizao noescoamento da

    produo agricolae servios rurais.

    Novidades emaplicativos mveisAlm da linha de tratores, colheitadeiras e

    implementos, a Massey Ferguson apresenta noShow Rural Coopavel o sistema de telemetriaAGCOMMAND. Nesta edio do Show Rural Co-opavel o sistema chega s plataformas IOS dosdispositivos mveis paranaenses. O aplicativomvel, desenvolvido para produtores agrcolasque j utilizam, ou desejam adquirir sistemas

    de gerenciamento de telemetria AGCOMMAND,melhora o acompanhamento do desempenhodas mquinas em campo, agilizando e facilitan-do trabalhos de manuteno preventiva, evitan-do assim perdas de produtividade no campo. Odownload do aplicativo poder ser feito gratuita-mente por portadores de iPhones/iPads que te-nham adquirido ou no o sistema de telemetria.O aplicativo oferecer uma verso demonstrati-va para os empresrios que desejam conhecer osistema e sua efetividade nas lavouras.

    Todas as informaes para acompanhar a

    eficincia da mquina podem ser visualizadaspor meio do aplicativo, inclusive remotamen-te. Alm de monitorar a mquina, o sistemapermite a gerao de relatrios que podemidentificar, quantificar e enderear problemasde logstica e operao. O programa ainda pos-sibilita determinar parmetros de operao eajustar alertas por mensagem em celular casoo equipamento trabalhe fora dos padres esta-belecidos.

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    outros) um equipamento desenvolvido especial-mente para trabalhar em reas de plantio direto,atendendo principalmente as regies com topografiaplana. Trabalha com sistema de distribuio pneu-mtico e transmisses eletro-hidrulicas com cabos,monitoradas via GPS. Com isso, a tecnologia garante

    a abertura ou a interrupo do fluxo de gros a cadalinha, guiando o trator e permitindo que a regulagemde quantidade de gros por hectare seja efetuada dedentro da cabine de operao. Na verso mais pode-rosa, de 35 a 31 linhas, o reservatrio comporta ca-pacidade de 4230 litros de calda e 3385 quilos de se-mentes, proporcionando uma autonomia de at 180hectares no plantio de milho, garante o responsvelpor Produto da Kuhn do Brasil, Fbio Souilljee. Osdiscos de corte do implemento so de 22 polegadase o sistema de abertura realizado em 15 segundos,enquanto o fechamento em 20 segundos.

    J as rodas e os pneus esto preparados para su-portarem cinco toneladas. Suas trs turbinas so pro-pulsionadas por motores a leo com fluxo contnuo. Onico cilindro hidrulico individual o do cabealho,onde o fluxo do leo no passa pelo bloco, portanto,no necessita de fluxo contnuo. Para facilitar o aco-plamento hidrulico entre o trator e a mquina utili-za-se um sistema exclusivo de engate rpido com blo-co, no permitindo a inverso dos comandos. A Kuhntraz tambm uma nova semeadora para o Show RuralCoopavel, a NEO, com 13 e 17 linhas. O produto feito para gros finos, como o arroz e o trigo. Desen-

    volvida e fabricada na unidade brasileira da empresa,o novo equipamento tem alta tecnologia embarcada eser integrante do portflio mundial da companhia.O implemento ganha com produtividade de trabalhodevido ao design do reservatrio de metal para aduboe semente. Com a divisria mvel, o produtor quedecide quanto quer de semente e de adubo, no a m-quina. No sobra adubo na caixa, pois h fluxo con-tnuo. Segundo Serro, pode-se ajustar a capacidadeda semente e adubo conforme a dosagem. Isso reduzo nmero de paradas devido a sincronia no esvazia-mento dos reservatrios. Mantm o fluxo contnuo nadescida da semente e adubo, evitando o acumulo nofundo do reservatrio, garante o engenheiro.

    A NEO no utiliza recmbio de engrenagens ma-nual. O acerto Just in time, ou seja, o operadorapenas precisar regular a dosagem por meio de umamanopla na caixa variadora, sendo uma regulagemlimpa. Essa tecnologia evita a perda de tempo na re-gulagem anterior ao incio do plantio, alm de permi-tir uma amplitude maior de dosagem: variando de 0,5quilo a 1.000 quilos de semente e adubo por hectare.

    Com o Distribuidor Flex possvel plantar comqualquer adubo e dosar sementes midas, como pas-tagem, tudo no mesmo distribuidor. Esse novo sis-

    tema uma criao mundial desenvolvida pela Engenharia do Grupo Kuhn. Outra caracterstica desmquina o sistema de regulagem esttica, gerandconforto e segurana para regular a mquina paraddiminuindo a perda de tempo e maximizando a trefa do plantio.

    A NEO pode ser configurada com linhas pantogrfica e pneus estreitos para o cultivo do trigo

    da canola, por exemplo, ou com linhas pivotadaspneus largos para ser empregada na cultura do arro

    Escoamento da produoEmbora os tratores sejam os carros-chefe d

    Agrale no segmento agrcola, a indstria de Caxido Sul apresenta como novidades os caminh8700, 10000 e 14000 com tecnologia Euro V. Segundo o diretor de vendas da empresa, Flvio AlbertCrosa, robustez e economia com alta performancso caractersticas que se destacam nos caminhAgrale. So ideais para a utilizao no escoamentda produo agrcola e em servios rurais.

    O painel de instrumentos dos caminhes concom computador de bordo que fornece importantinformaes para o motorista, como consumo intantneo, mdio e por 100 km, alm de autonome nvel de combustvel no tanque. Outras novidadso os faris, lanternas e luzes de direo em LEDvidros e espelhos com acionamento eltrico, novsistema de ar-condicionado e o exclusivo DaytimRunning Light, dispositivo de acendimento automtico dos faris mesmo durante o dia. A linha de caminhes Agrale Euro V possui motor com PBT ent8.700 kg e 22.000 kg.

    Adubadeira NEO,da Kuhn,configurada paravrios tipos deculturas e solos.

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    Tornou-se costumeiroo anncio de safras re-cordes que, ano apsano, so festejadas pe-

    los governos como exemplo derobustez e potencialidade nacio-nais. A se confirmarem as pro-jees da Conab, o Brasil ultra-

    passar as 180 milhes de tone-ladas na safra atual, superandoem 8,6% a de 2011/12. Uma r-pida anlise da evoluo na reaplantada, produo e produtivi-dade de apenas duas culturas, so-ja e milho, demonstra haver claraevidncia do potencial que ain-da hiberna em muitas regies dopas. Existindo mercado e preosremuneradores, as notcias degrandes safras certamente conti-

    nuaro fazendo parte da rotina,consolidando a tecnologia tropi-

    cal brasileira e levando tranquili-dade s populaes assombradaspelo fantasma da inanio.

    Segundo a Conab, a soja, nasafra de 2002/03, ocupava reade 18,47 milhes de hectares eatingiu neste ciclo 27,24 milhesde hectares, o que significa umcrescimento de 47,5%. Melhordo que isso, apenas o aumento deproduo, que passou de 52 para82,6 milhes de toneladas, perfa-zendo um incremento de 58,9%no mesmo perodo (uma dca-da). Observa-se, portanto, ga-nhos significativos de produti-vidade, apesar do aparecimentoda ferrugem asitica, doena que

    nos ltimos anos disseminou-sepor todas as regies produtoras.

    O milho, por outro lado, ob-teve grande parte de seu cresci-mento creditado ao cultivo dasegunda safra na regio centro--oeste do pas. Saiu de de 13,23milhes de hectares na safra de

    2002/03 para 14,76 milhes noatual ciclo (aumento de 11,6%).A produo, por sua vez, cres-ceu 51,73% saindo de 47,41 (sa-fra 2002/03) para 71,94 milhesde toneladas (estimativa para2012/13). Este aumento refle-te ganho de produtividade supe-rior a 35% em apenas uma dca-da, passando de 3.585 kg/ha para4.873 kg/ha, apesar de estar mui-to aqum dos rendimentos das

    lavouras norte-americanas (emtorno de 10.500 kg/ha).

    Analisando estes dois impor-tantes gros (soja e milho) obser-va-se que, na ltima dcada, hou-ve um incremento de aproxima-damente 60 milhes de toneladas.A produo, cada vez maior, pas-sa pelas mesmas estradas e mes-mos portos de uma dcada atrs.Este fato e seus desdobramentoseconmicos atingem de maneiracruel os produtores rurais brasi-leiros, abocanhando grande par-te da renda que poderia ser uti-lizada para incrementar aindamais o volume produzido. Atual-mente, a saca de milho encontra--se cotada em R$ 33 no porto deParanagu e em R$ 17 na regio

    Demandas que a fartura produzNosso colunista alerta: sem investimentos em infraestrutura, grande

    parte da riquezas colhidas no campo sero perdidas na estrada.Rogrio Arioli Silva *

    * O autor engenheiroagrnomo e

    produtor ruralem Mato Grosso

    norte do Mato Grosso. Esta difrena de quase 100% compromte quem utiliza o cereal para amentao animal, notadamete os criadores de aves e sunda regio Sul do pas, ao mesmtempo em que afeta a rentabilidde dos produtores de grande pa

    te do Centro-Oeste.Dados divulgados pela Co

    federao Nacional do Transpote revelam que na ltima dcda os portos brasileiros recebram recursos da ordem de R$ 3bilhes, o que foi insuficientNos prximos anos esto previtos pelo governo federal R$ 60bilhes em investimentos poturios a maioria oriunda iniciativa privada, o que talv

    amenize a defasagem existentEntretanto, devem andar simutaneamente a estes investimentquestes importantes como o ato custo da mo de obra, a prcariedade dos acessos aos portoalm da burocracia e tributaexcessivas. Todos estes fatores fzem parte do j conhecido cuto Brasil, lembrado ciclicamete, cada vez que as safras se tonam mais abundantes.

    Embora os recordes de safrsejam comemorados por todosimportante a certeza de que, no acontecerem os investimetos necessrios em infraestrtura, concomitantemente coo aumento das safras, boa pate desta riqueza brasileira se peder no meio do caminho, o qulembra aquele sbio pensamentVergonha maior do que no sber administrar a escassez nsaber administrar a fartura.

    Enquanto a produo brasileira de gros aumentao chamado custo Brasil, que deveria cair, sobe.

    Artigo

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    A safra da incertezaClima instvel e problemas sanitrios inesperados, como a infestaode lagartas da ma, marcaram o incio da safra 2012/13.

    Marianna Peres

    veu o quanto e quando deveria latrs e agora, no incio da colhei-ta, as chuvas vieram travestidas deinvernadas, com gua constante evrios dias seguidos de tempo nu-

    blado, deixando todo mundo pre-ocupado com a possibilidade dequebra decorrente do ataque depragas e doenas e perdas na qua-lidade do gro.

    At o dia 17 de janeiro, todas asregies produtoras de Mato Gros-so, com exceo da nordeste, colo-caram as mquinas em campo, co-lhendo 2,8% da rea prevista parao atual ciclo, de 7,89 milhes dehectares. Mesmo 11,6% maior do

    que a rea anterior, o ritmo seguiua pegada de 2012. As mais adian-

    tadas eram a mdio norte e oesteresponsveis por mais de 51% daproduo mato-grossense de soja39,24% e 13,79% respectivamenteO produtor Fernando Pozzobon

    com propriedades em Sorriso, Ipi-ranga do Norte e Vera, no mdio--norte do estado, foi um dos pri-meiros a acionar as colheitadeirasno dia 26 de dezembro. Colheusoja superprecoce enquanto o cli-ma permitiu, e plantou o que deude milho e algodo como opesde segunda safra. Ele no revelou area plantada, mas registrou mdiade 47 a 50 sacas por hectare, volu-me satisfatrio, em sua opinio

    em se tratando de variedades maisprecoces, que devido ao ciclo mais

    Oano de 2012 ainda nemtinha virado, mas al-guns agricultores deMato Grosso j estavam

    com os dois ps em 2013. Em ple-

    na semana do Natal, iniciaram acolheita da nova safra brasileirade soja. Em pouco mais de 90 dias o que se pode chamar de uminvestimento de curtssimo pra-zo , os mato-grossenses planta-ram e comearam a colher, man-tendo apole positionda sojiculto-ra do hemisfrio sul. No entanto,a euforia da largada durou pouco.A irregularidade do clima impsaos produtores uma nova dinmi-

    ca de trabalho, adaptada s condi-es da ocasio. Afinal, no cho-

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    curto e maior sensibilidade aos fa-tores externos, rendem um poucomenos em relao s variedadesmais tardias.

    Mesmo com a mdia dentrodas perspectivas, Pozzobon esta-va apreensivo at meados de ja-neiro. Ficou mais de uma semanasem poder entrar na lavoura, sejapara colher, aplicar qumicos nocombate s pragas e doenas, oupara plantar a segunda safra. Dodia 10 ao dia 18, ficou literalmentede braos cruzados, com um olhono cu, espera de uma trgua deSo Pedro, e o outro na soja, que

    via brotar da prpria vagem. Aslavouras dessecadas, no ponto decolheita e que ficam por cerca dequatro a cinco dias sob umidadee ou chuvas, costumam rebrotarna vagem que carrega os gros.Como dizem os produtores, bro-tando no p. No cronograma doprodutor, nesta semana em queesteve parado, era para ter atingido10% da rea colhida, o que conse-quentemente, garantiria janelas de

    plantio mais firmes a sua segundasafra. A cada dia sob chuvas in-

    cessantes a deteriorao dos grosque esto no ponto de colheita au-menta. O grau de ardidos cresce,a depreciao na hora de entregar

    o gro amplia as perdas que po-dem ser significativas na hora defechar o real custo de produo,receita versus despesas.

    Dentro de um escalonamen-to de plantio e colheita, para queno haja congestionamento e sojapassando do ponto de extrao,Pozzobon previa concluir os tra-balhos em meados de maro, jque deu incio ao plantio em 23de setembro do ano passado. Mas

    com as invernadas que registramosneste ano, o clima quem vai di-tar o ritmo dos trabalhos no cam-po. No comeo da safra, a maiorpreocupao do produtor com aqualidade da soja que ele ter emmos, j que a umidade e a pos-svel exploso da ferrugem asi-tica que encontra nas chuvas ascondies ideais de disseminao podem comprometer o peso eas caractersticas do gro. Em re-

    lao ao atraso no cultivo do mi-lho segunda safra, Pozzobon dizque ainda est dentro da janela. Omelhor perodo para o plantio docereal, no estado, vai at meadosde fevereiro.

    Janela no cuElso Pozzobon, tio de Fernan-

    do, que tambm tem propriedadeem Sorriso, municpio com a maiorrea plantada de soja do mundo,com 600 mil hectares, conta queem oito dias seguidos no teveuma hora de sol sobre suas lavou-ras. Ficou at o dia 15 de janeiroesperando uma janela no cupara colher os 120 hectares queestavam prontos para as mqui-nas, correndo o risco de apodrecer,caso os trabalhos fossem adiadosmais uma vez. Elso, assim comoFernando, ampliou rea, seja pormeio de arrendamentos ou con-verso de pastagens e incorpora-

    o de superfcies antes destinadasao arroz. Temos um cronogramapara cumprir e quando o tempofecha e atrasa os trabalhos, cor-remos o risco de ter uma colheitaestrangulada e, em casos mais gra-ves, deixar de fazer a segunda safracomo o planejado. Elso cultivou3,8 mil hectares, ante 3,2 mil da sa-fra passada. A rea mais antiga temhistricos de produtividade em 60

    sacas e as pores mais novas, mi-gradas da pastagem, tm expecta-tiva de 45 a 47 sacas. Esse perodochuvoso sempre faz o produtor deMato Grosso refm, mas, em ge-ral, temos chuvas distribudas dedezembro a maro. Em dezembro,houve veranicos e agora pareceque est chovendo tudo que esteverepresado.

    Em Sapezal, onde foram se-meados os primeiros hectares danova soja brasileira, o agricultorClaudio Schechelli ficou paradoat o dia 18 de janeiro, de olho nasnuvens sobre sua propriedade, afazenda Nossa Senhora Aparecida.Segundo seu planejamento, cercade mil hectares, dos 13 mil culti-vados com soja, deveriam ter dadolugar ao milho safrinha. Ele lem-bra que as invernadas no apenasimpedem a colheita da oleaginosae o cultivo do milho e algodo se-gunda safra, mas tambm o mane-

    Entre outrosproblemas,FernandoPozzobom viu

    botar soja naprpria vagem,em alguns talhesde sua lavoura.

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    jo das lavouras, inviabilizando obom desenvolvimento das varie-dades de ciclo tardio. Sob chuva,no podemos aplicar fungicidas ouinseticidas porque a gua vai lavara planta e, literalmente, levar tudo

    pelo ralo. Se no tratamos, ficamosmais vulnerveis, justamente nummomento extremamente favorvel ferrugem asitica. Com o temponublado, as plantas no fazem a fo-tossntese, e tudo isso leva perdade produtividade. Se a planta estem desenvolvimento, as chuvasajudam, mas o tempo encoberto,no. Se a lavoura foi dessecada, aumidadee as guas levam o gro

    perda de qualidade e, logicamen-te, de valor.

    Em Campo Novo do Pare-cis (396 quilmetros ao norte deCuiab), a constncia das chuvastambm deixou o produtor Alex

    Utida de braos cruzados do dia11 ao dia 17 do ms passado.Como seus colegas, no colheu,no pde plantar a segunda safra etopouco tratar a lavoura. O queme preocupa que com casos daferrugem asitica confirmados, asinvernadas esto retendo as pul-verizaes e a m distribuio daschuvas vem de fato tirando o sonode qualquer um. Ele frisa que os

    primeiros hectares colhidos, tan-to em Campo Novo como em Sa-

    pezal, revelam uma safra precocede rendimento ruim. A precocese colhe com 90 dias, algo muitocurto, mas elas so extremamentesensveis ao clima. Temos mdiasde 50 sacas e estamos colhendocerca de 40.

    Utida classifica esta safracomo a do ciclo das disparidadesChoveu para uns e para outrosno. Quem precisou de chuvasno incio do plantio no teve, e

    agora que no precisa, est sendoprejudicado pelas precipitaes uma safra do contra e marca-da pela severidade do ataque daslagartas!, exclama. E essas reali-dades diferentes, como frisa, nopermitem traar qualquer esti-mativa do que ser a safra mato--grossense. Aquela exploso deferrugem anunciada para lavou-ras em estdios R1, por exemplo devido alta populao de soja

    guaxa com o fungo da doena vi-vel, mesmo durante os 90 dias deentressafra no aconteceu, maso clima est permitindo que a ex-ploso venha a ocorrer doravantee por no estar descartada, queno podemos ter ideia do que serde fato esta safra. Ele destaca queonde no choveu, houve regis-tros do ataque de lagartas, inse-tos prprios da sojicultora, como

    Tcnicos daFundao MT,em vistoria s

    lavouras de soja,grande parte das

    quais afetadas porpragas e doenas.

    Lavoura em estgio dedesenvolvimento.

    A ferrugem noexplodiu quandoas plantasemergiram, como

    se temia, mas pode

    impactar a colheita,dependendo doclima vigente.

    Houve inmeros registros de ataque de lagartas e insetos tpicosda sojicultura, mas tambm migrados do algodo e do milho.

    WanderleiDiasG

    uerra

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    tambm migrados do algodo edo milho. Isso nos impressio-nou muito. Onde a praga proli-ferou, o ataque foi severo. Comoelas no gostam de chuvas, quemteve esta praga corre o risco de ter

    ferrugem porque no conseguepulverizar fungicida e todos essesproblemas vo impactar o peso, aqualidade e o retorno financeirodo gro. Utida cultivou 6,1 milhectares de soja, sendo um quartocom precoce, metade com varie-dades de ciclo mdio e o quartorestante com soja mais tardia. Aexpectativa a de encerrar os tra-balhos at o dia 10 de maro.

    Ano atpicoEm Nova Mutum, a 269 quil-

    metros de Cuiab, a situao eraa mesma para o produtor Alfre-do Horn. Proprietrio da fazendaDois Irmos, Horn pode ser con-siderado pequeno produtor paraos padres superlativos de MatoGrosso. Plantou 400 hectares, masconvive com os mesmos problemasdos mega grupos e grandes sojicul-tores: a falta de chuva no plantio e

    o excesso que ameaa a colheita.Gacho de Cruz Alta, Horn che-gou ao estado em 1978 e lembraque em 1990 bateu seu recorde de

    produtividade (69 sacas), numapoca em que a sojicultora cami-nhava para a profissionalizao.Naquela poca, no tnhamos atecnologia embutida nas semen-tes e nas prticas de manejo, mastambm no tnhamos preocupa-o com a ferrugem ou pragas. Aferrugem chegou mais de uma d-cada depois ao estado. Era plantare colher, lembra. No ano passado,

    ele obteve mdia de 57 sacas porhectare. Agora, prefere no fazerprojees. Foi um ano agrcolaatpico. Plantei no incio de outu-

    bro e faltou chuva. Tenho certezaque parte da minha produo vaiter quebra de produtividade, vejoisso como certo, mesmo antes decolher, afirma.

    O empresrio Elton Jos Ema-nuell, coordenador do grupo BomJesus, que detm lavouras de mi-lho, soja e algodo, alm de umaempresa sementeira e uma bene-ficiadora de algodo, apresenta

    um panorama geral das condiesda soja no estado neste incio decolheita: Ao sul, a soja vem mos-trando bom desempenho com-

    gua empoadaentre rea de sojatardia, em primeiro

    plano, e prontapara a colheita, aofundo. Como disse

    produtor Alex Utidaesta a safra dasdisparidades: chov

    para uns e paraoutros, no.

    O ataque das lagartas

    O vice-presidente da Aprosoja/MT para o m-

    dio-norte do estado, Naildo Lopes, frisa que, h 19

    anos na regio, foi a primeira vez que viu uma in-festao de lagartas no nvel ocorrido nesta safra,

    especialmente da falsa-medideira e da lagarta da

    ma. Produtor e agrnomo, ele ficou especialmen-

    te preocupado com a migrao da lagarta da ma do algodo para a soja. O pesquisador e gestor da

    Fundao MT, Fabiano Siqueri afirma que se trata

    de uma adaptao natural. Na falta de milho, por

    exemplo, uma praga tpica do cereal pode infestar

    a soja e, embora seja a mesma praga, em plantasdiferentes a dinmica muda totalmente. No milho, a

    lagarta est sempre exposta, o que torna o controle

    mais fcil. J na soja, ela fica escondida.

    A Fundao MT, segundo ele, est desenvolven-

    do pesquisas desde que se detectou o problema,fazendo ensaios para adequar as doses de controle.

    Sabemos que, no caso da soja, as doses devem ser

    maiores em relao ao trato habitual no milho, por

    exemplo. Estamos fazendo a pesquisa no sentidode trazer a recomendao ao produtor e assim, tor-

    nar esse combate mais simples, rpido e eficaz, diz

    Siqueri. Em sua opinio,, a adaptao das lagartas

    uma consequncia da intensidade da agriculturaque se pratica no estado. Consequncia do modelo

    que adotamos, e no do advento dos transgnicos,

    como vem sendo citado. As pragas que ficam na

    soqueira do algodo logo encontram a soja e ali se-

    adaptam e vice e versa.

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    Alguns produtores vem usando misturas no recomendadas demolculas, em sub-doses, na tentativa de controlar as lagartas.

    mdias de 50 sacas e casos de at57 por hectare. No mdio norte,

    onde a seca foi mais prolongada,a produtividade da superprecocedeclinou ante o ano passado emcerca de cinco sacas, passando de50 a 51 sacas/ha para 45 a 46 sacas.

    Perspectivas melhoresAs lavouras mais tardias tm

    perspectivas melhores e podemrecuperar a produtividade, de-pendendo das condies climti-cas. No entanto, esse mesmo cli-

    ma ser determinante para a ex-ploso da ferrugem asitica e, porisso, h ateno redobrada com asplantas de ciclo mais longo. Espe-ro que tenhamos boa janela paraas aplicaes de agora em diantee com isso obter boa performan-ce. O grupo Bom Jesus planta nomdio norte, na regio do Parecise no sul de Mato Grosso. Foramcultivados nesta safra 130 mil hec-tares com a oleaginosa, sendo 32

    mil apenas com a superprecoce.Ele tambm ficou surpreso com aseveridade do ataque das lagartas,especialmente com a mudana de

    hospedeiro, as espcies original-mente comuns no algodo e no

    milho passaram a atacar a soja.Acredito que est havendo

    um desequilbrio do ambien-te, porque umas eram canibaisdas outras e no esto mais noambiente, podendo impor umaperda de at 30% nas lavouras.As lagartas comem a ponteirada soja, o que dificulta o cresci-mento num primeiro momento,e depois, na formao do gro,o destroi. So insetos que acom-

    panham a lavoura do comeoao fim. Com essa migrao dosinsetos de espcies diferentes ,ocontrole se tornou difcil, feitopor tentativas, j que no h umareceita para atac-los.

    O coordenador da Comis-so de Defesa Sanitria Vegetalda Superintendncia Federal deAgricultura de Mato Grosso,Wanderlei Dias Guerra, lembraque pragas como lagartas, mosca

    branca e lagartinhas, ocorrem emveranicos insetos so favoreci-dos pelos veranicos. Mas existemagravantes que podem piorar a

    incidncia dos ataques para asprximas safras.

    Em Campo Novo do ParecisGuerra constatou que h misturade diferentes molculas, feitas portcnicos e at grnomos, em sub--doses, para tentar controlar as la-gartas. Os piretrides tm grandepoder de devastao da flora be-nfica, o que pode provocar umaresistncia sria nesses insetos. Asmisturas de vrios produtos paratentar controlar as lagartas atra-vs de portaria ministerial, por-

    que voc pode potencializar umamolcula e possvel que nestamistura se produza uma terceiramolcula da qual no se sabe osefeitos sobre o ambiente e o ho-mem. Estamos atentos para essasocorrncias, mas infelizmente, nodesespero, os tanques de misturastm sido realidade no estado, ad-verte o coordenador.

    Ainda em dezembro, umaequipe tcnica da Aprosoja per-

    correu o estado para verificar aincidncia de plantas de milhovoluntrias, resistentes ao gli-fosato, em meio s lavouras de

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    Panorama nacionalA empresa Agroconsult revisou para cima as

    projees para as safras 2012/13 de soja e milho

    no pas, indicando novos recordes e divulgou seus

    nmeros no incio da segunda quinzena de janeiro.A produo de soja foi ampliada em mais 900 mil

    toneladas, chegando a 84 milhes de toneladas. A

    de milho passou para 74,7 milhes de toneladas,

    com o milho vero alcanando 37,2 milhes de to-neladas e o safrinha, 37,5 milhes de toneladas, su-

    perando a safra principal.

    Chuvas regulares que favoreceram muito a cul-

    tura do milho durante a fase crtica de desenvolvi-

    mento, em sua maior parte, levaram a Agroconsulta revisar as estimativas de produtividade para a re-

    gio sul do pas e So Paulo. No oeste do Paran,

    segundo maior produtor de gros do pas, 55% das

    lavouras de soja estavam em maturao e parte de-

    las foi colhida na primeira quinzena de janeiro. No

    Sul do Mato Grosso do Sul, as chuvas irregularesprejudicaram o desenvolvimento das lavouras super

    precoces, mas as precoces e tardias apresentavam

    bom desenvolvimento com previso de boas pro-

    dutividades.As lavouras de milho vero de Gois, Minas Ge-

    rais, Bahia, Piau e Maranho sofreram com a estia-

    gem. Embora poucas lavouras tenham sido afeta-

    das durante o perodo de pendoamento, o estressehdrico prejudicou o desenvolvimento, levantando