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CAPÍT
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
ÁFRICA DOS GRANDES REINOS E IMPÉRIOS
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
África e Brasiln No período colonial, milhões de africanos, de diversas etnias, foram
trazidos ao Brasil na condição de escravos. Com eles, vieram culturas, idiomas e religiões, que foram ressignificados por meio do contato estabelecido com povos indígenas e europeus.
• Essecontatodeuorigemadiversasmanifestaçõesculturais,comoosamba, a capoeira, o candomblé, as congadas e o maracatu.
n Muitas das comunidades quilombolas, formadas por descendentes de africanos escravizados que buscavam a liberdade, persistem até os dias de hoje.
n A maior parte dos africanos que chegou ao Brasil falava idiomas derivados de dois grupos linguísticos: o sudanês e o banto.
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
O olhar europeu sobre a África
AntiguidadeOs europeus tinham poucas informações sobre a África. Os viajantes da época conheceram inicialmente os territórios localizados ao norte do Deserto do Saara, nos limites do Mar Mediterrâneo.
Idade MédiaRepresentações fantasiosas divulgadas por viajantes europeus contribuíram para disseminar o preconceito em relação aos africanos: demônios eram representados com a pele negra, e havia a crença de que as condições climáticas da África provocavam deformidades físicas e morais em seus habitantes.
Idade ModernaDurante a expansão marítima, os navegantes europeus alimentaram as representações negativas sobre a África ao descrever de maneira preconceituosa os hábitos e costumes dos africanos.
Idade Contemporânea
O legado do preconceito europeu em relação à África ainda se faz sentir por meio dos estereótipos disseminados pelo mundo a respeito dos africanos e de seu continente.
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
A África antes dos europeus
Principais reinos africanos (séculos X a XVI)
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São Jorgeda Mina
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Reino de Gana – séc. III-XIIIReino do Mali – séc. XIII-XVIImpério de Songhai – séc. XV-XVIIReino de Benin – séc. XII-XIXReino do Congo – séc. XIV-XVI
Sudaneses
Bantos
Reinos iorubás
Rotas de comércio transaariano Fontes: MUNANGA, Kabengele. Origens africanas do Brasil contemporâneo: histórias, línguas, culturas e civilizações. São Paulo: Global, 2009. p. 57-87; PARKER, Geoffrey; LOVETT, Robert A. Atlas verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. p. 54-55; HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 34, 41.
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
A África atualmente
África político (2013)Ceuta (ESP)
Melilla(ESP)
Tanger
Casablanca
SafiMarrakech
Fez
El Aaiún
AtarNouadhibou
Fdérik
KayesKaolack
Kaédi
Thiès
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BuakéKumasi
Bobo Dioulasso
TombouctouGao
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Garoua MoundouOgbomoshoIbadã
LagosPorto
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Misurata Bengasi
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Alexandria
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Port Said
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Porto Sudão
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Mwanza
MbaleKisangani
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Lubango
Zanzibar
Toamasina
Fianarantsoa
Lubumbashi
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JohanesburgoSoweto
Port Elizabeth
Durban
East London
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Canal de Suez
OCEANOATLÂNTICO
MAR MEDITERRÂNEO
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Praia
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BanjulBissau
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Uagadugu
BamacoNiamei
ArgelTúnis
Trípoli
Cairo
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Ndjamena
Juba
Adis-Abeba
Djibuti
Yamoussoukro
Abuja
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Malabo
São Tomé
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Bangui
Libreville
Brazzaville
Kinshasa
Mogadíscio
Vitória
Campala
Kigali
Bujumbura
LuandaDar-es-Salaam
Dodoma
Moroni
LusakaLilongue
Harare
WindhoekPort Louis
Antananarivo
MaputoPretória
Bloemfontein
Cidade do Cabo
Gaborone
Maseru
Mbabane
Nairóbi
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 81.
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PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
Reinos sudaneses
n No Norte da África, desenvolveram-se importantes reinos graças ao rico comércio transaariano.
Reino de Ganan Formou-se no século III
graças ao comércio que se estabeleceu entre ganenses e árabes.
n Trocava-se ouro e noz-de--cola por produtos como tecidos, cobre, sal, joias, tâmaras e figos.
n Atingiu o apogeu entre os séculos VII e XI.
n A expansão islâmica e as revoltas dos povos dominados enfraqueceram o reino, que acabou sendo incorporado ao Reino do Mali, no século XIII.
Reino do Malin Desenvolveu-se entre os
séculos XIII e XVI.n Ouro e noz-de-cola
permaneceram como os principais produtos.
n A conversão ao islamismo dos povos urbanos foi mais abrangente do que em Gana.
n A cidade de Timbuctu tornou-se importante polo comercial e cultural.
n Após dois séculos de hegemonia, o Mali foi incorporado ao Império de Songhai.
Império de Songhain Desenvolveu-se no
entorno da cidade de Gao. No século XV, expandiu- -se, conquistando Djenné e Timbuctu.
n O poder era centralizado pelo imperador.
n Djenné e Timbuctu passaram a abrigar milhares de estudantes; a ciência islâmica alcançou grande desenvolvimento.
n O império chegou ao fim com a invasão de Timbuctu pelos marroquinos.
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PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
Reinos iorubás
n Os povos iorubás constituíram sociedades urbanas no território correspondente ao do Sudoeste da atual Nigéria.
n A maior parte dos africanos escravizados levados para a Bahia eram iorubás. Sua contribuição foi fundamental para a formação da cultura afro-brasileira.
Cidade-Estado de Ifén Originou-se de uma conjunto de aldeias
de agricultores e comerciantes formado por volta do século VI.
n Graças a sua posição privilegiada, tornou--se importante entreposto comercial e centro religioso.
n Sua arte destacou-se pelo refinamento, especialmente pelas esculturas de figuras humanas feitas de bronze e terracota.
n Por volta do século XVI, declinou economicamente, mas se manteve como centro de peregrinação religiosa.
Reino de Beninn Desenvolveu-se entre os séculos XII e XIII.n Habitada por povos edos, a região do
Benim se dividia em diversos miniestados que, aos poucos, foram fundidos.
n O reino vivia do comércio. No século XV, incluiu os europeus entre seus parceiros de negócios, fornecendo-lhes escravos, tecidos, marfim e pimenta.
n Sua riqueza se traduziu na arte, com a fabricação de esculturas de cobre e bronze
n O reino foi desintegrado no fim do século XIX, pelos britânicos.
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PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
Povos bantos
n Formados há milhares de anos, os povos bantos ocuparam o Centro-Sul africano por volta do ano 1000 a.C.
n Muitos dos escravos trazidos para o Brasil eram bantos. Sua presença se expressou na música, na arte, na dança e em cerimônias que fazem parte da cultura afro-brasileira.
Reino do Congon Foi fundado no século XIV, na África Centro-Ocidental.n Desenvolveu o comércio de tecidos, sal, metais e derivados de animais.n No final século XV, por meio do contato comercial com o navegador Diogo Cão, o Reino do
Congo estabeleceu fortes relações com os portugueses.n Portugal passou a influenciar o rei do Congo (manicongo), que se converteu ao cristianismo.
Com isso, o Congo se tornou um reino cristão e expandiu sua fé por outras partes da África.n O catolicismo formado no Congo caracterizou-se pelo sincretismo religioso, pois misturou
crenças congolesas e católicas.n Na segunda metade do século XVI, as relações entre Portugal e o Congo entraram em declínio.
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
Família e sociedaden A fertilidade era essencial para a maior parte das culturas africanas:• onúmerodefilhoseraproporcionalaoprestígiodeumafamília;• asmulheresférteiseramdisputadas;• oshomensricospodiamsecasarcomváriasmulheresetercentenasde
filhos.
n Havia nessas culturas noção de responsabilidade coletiva: em geral, as pessoas trabalhavam para o bem da coletividade.
Mulheres Homens Idosos
• Procriação• Agricultura•Criaçãodeanimais• Tarefasdomésticas• Artesanato
• Preparaçãodoespaçovoltadoparaoplantio
• Construçãodecasas• Caça• Guerra
• Cultoaosancestrais
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
Escravidão na África e comércio transatlântico de escravosnAescravidãonaÁfricaerapraticadadesdeostemposmaisremotos.Em
geral, escravizavam-se os inimigos, os prisioneiros de guerra, os condenados por crimes e os que não pagavam suas dívidas.
n Os árabes também praticavam a escravidão: adquiriam escravos africanos, eslavos, búlgaros, gregos, turcos etc., e os comercializavam nos mercados muçulmanos.
n Com a chegada dos europeus, no século XV, o comércio de escravos se tornou uma atividade fundamental no Atlântico.
n Os portugueses, primeiros exploradores, estabeleceram acordos com as elites africanas para organizar o tráfico negreiro, atividade marcada pela violência, que também renderia altos lucros para Holanda, Grã-Bretanha e França.
n Diáspora africana: entre os séculos XV e XIX, milhões de africanos foram trazidos à América como escravos.
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HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO
PARTE 1 CAPÍTULO 12 África dos grandes reinos e impérios
Desembarque de africanos na América (1601-1850)*
Antilhas Francesas
América britânica e Estados Unidos
América Espanhola Brasil
1601-1625 — — 75,0 150,0
1626-1650 2,5 20,7 52,5 50,0
1651-1675 28,8 69,2 62,5 185,0
1676-1700 124,5 173,8 102,5 175,0
1701-1720 166,1 179,9 90,4 292,7
1721-1740 191,1 249,1 90,4 312,4
1741-1760 297,8 367,8 90,4 354,5
1761-1780 335,8 421,1 121,9 325,9
1781-1810 457,4 691,0 205,3 652,1
1811-1830 76,7 12,4 281,3 759,1
1831-1850 0,6 10,2 261,6 712,7
Fonte: ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 43.
* Em milhares de indivíduos
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