AFETIVIDADE NA SALA DE AULA: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS E PROFESSORES DA 8ª SÉRIE, DO ENSINO...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO ESCOLAR VALDECI SILVA CARVALHO DE SANTANA AFETIVIDADE NA SALA DE AULA: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS E PROFESSORES DA 8ª SÉRIE, DO ENSINO FUNDAMENTAL, DO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO XXIII, NO MUNICÍPIO DE ITABERABA, BA.

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O presente estudo apresenta uma discussão sobre as relações interpessoais na escola, com ênfase na sala de aula. Analisa a interação entre afetividade e aprendizagem e de que forma podem influenciar positivamente ou negativamente no processo ensino aprendizagem. Levando em consideração que o tema é bastante complexo e polêmico houve a necessidade de se realizar uma pesquisa para interpretar a realidade do contexto onde ocorre o problema. Por isso, utilizou-se da pesquisa-ação pela possibilidade de integrar a teoria e a prática, uma vez que trata da resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e os participantes estão envolvidos. O estudo foi realizado em uma sala de aula da oitava série do ensino fundamental, em uma escola pública de Itaberaba. Os principais instrumentos utilizados para a construção e resultado da experiência foram questionário e entrevista com professores e alunos da referida turma. A pesquisa mostrou que a escola precisa rever a forma como as relações acontecem tanto no ambiente escolar quanto na sala de aula. A análise dos dados permitiu a conclusão de que afetividade e aprendizagem estão intimamente ligadas, influenciando a formação do ser humano de maneira integral. A afetividade vai além dos aspectos cognitivos e influencia decisivamente sobre os modos de ser e agir.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE EDUCAO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAO BSICA

ESPECIALIZAO LATO SENSU EM GESTO ESCOLAR

VALDECI SILVA CARVALHO DE SANTANA

AFETIVIDADE NA SALA DE AULA:

UMA EXPERINCIA COM ALUNOS E PROFESSORES DA 8 SRIE, DO ENSINO FUNDAMENTAL, DO COLGIO ESTADUAL JOO XXIII, NO MUNICPIO DE ITABERABA, BA.

Itaberaba

2011

VALDECI SILVA CARVALHO DE SANTANA

AFETIVIDADE NA SALA DE AULA:

UMA EXPERINCIA COM ALUNOS E PROFESSORES DA 8 SRIE, DO ENSINO FUNDAMENTAL, DO COLGIO ESTADUAL JOO XXIII, NO MUNICPIO DE ITABERABA, BA.

Monografia apresentada ao Programa de Ps-graduao em Educao, Universidade Federal da Bahia - UFBA, como requisito parcial obteno do grau de Especialista em Gesto Escolar.

Orientador (a): Profa Msc. Adriana Raquel da Silva CastroItaberaba

2011

A

Izabel, minha me e Raulino, meu pai pelo exemplo que me deram.

A Adson, meu esposo querido, Rebeca e Thiago presentes que Deus me deu.AGRADECIMENTOS

Boas-vindas a voc que l.

Um pouco do percurso vou descrever.

Para que ento possa entender.A quem devo agradecer.Deus que em sua infinita sabedoria nos trouxe aqui.

Ligados pelos recursos do chat, da wiki e do frum para aprender.

Distantes, pensantes, gestores, educadores.Neste ambiente AVA nos uniu.

Espalhados pelos cantos deste nosso imenso Brasil.A trajetria, em muitas linhas vai contar.

O MEC, a SEC e a UFBA abre a inscrio para a seleo.

Curso de Especializao em Gesto Escolar.

Ps-graduao na modalidade a distncia.

Para a nossa prtica subsidiar.A possibilidade de aperfeioamento na rea de atuao.

A aula inaugural, a expectativa da espera, nas palavras de Jocelma.

A educao vivenciada na cibercultura.A linguagem adotada no Ambiente Virtual.

A aquisio das habilidades para sua utilizao.

Os primeiros passos, a iniciao.A Sala Projeto Vivencial, conhecida como PV.

Auxiliou-nos na formulao e desenvolvimento do projeto de interveno.

Orientou-nos e acompanhou-nos na construo.

No desenvolvimento do Trabalho de Concluso. Do direito educao e a funo social da escola bsica.

A Sala Ambiente Fundamentos do Direito Educao veio apresentar.

Uma reflexo que permite a apreenso da gesto escolar.

A democracia como valor universal, que todos devem praticar.A Sala Planejamento e Prticas da Gesto Escolar.Promoveu uma reflexo sobre o planejamento e a avaliao.

O processo de organizao do trabalho educativo e a autonomia da escola.Suas interfaces com a qualidade da educao, na tentativa de formar o cidado.A Sala Ambiente, Oficinas Tecnolgicas.

Uma reflexo sobre o uso dos recursos tecnolgicos no ambiente escolar.

O fomento e a utilizao dos diversos recursos da telemtica.Com vistas aplicao nas atividades gestoras.

Uma nova forma de se pensar a didtica.J a Sala Ambiente Polticas e Gesto na Educao.A reflexo terica e prtica sobre as polticas e gesto.

Norteadas por valores democrticos e sobre as polticas de educao.Organizao dos sistemas de ensino no Brasil.

Conhecimentos que muito nos serviu. E a quem agradecer afinal?As ATs muito esforadas:rica Pimentel,

Ida Serra,

Masa Azevedo,

Rosemeire Tavares. Ensinaram-nos a ter novos olhares.E as professoras: Adriana Raquel,

Aid Vieira,Alana Catarina,

Ana Verena,

Juliana Moura,

Lcia Braz,

Mrcia Cordeiro,

Moema Soares,

Cada uma, com seus jeitos particulares. E a coordenao?Jocelma Rios.

Foi puro incentivo e motivao.Ser que esqueci algum?Minha me, meu pai, meus quatro irmos,Meus sobrinhos amados,

Marido e filhos queridos,

Meus parentes, amigos e conhecidos...

Todos os companheiros de jornada.

Sem eles minha histria no existe.Suas presenas garantem o percurso da grande caminhada.

RESUMO

O presente estudo apresenta uma discusso sobre as relaes interpessoais na escola, com nfase na sala de aula. Analisa a interao entre afetividade e aprendizagem e de que forma podem influenciar positivamente ou negativamente no processo ensino aprendizagem. Levando em considerao que o tema bastante complexo e polmico houve a necessidade de se realizar uma pesquisa para interpretar a realidade do contexto onde ocorre o problema. Por isso, utilizou-se da pesquisa-ao pela possibilidade de integrar a teoria e a prtica, uma vez que trata da resoluo de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e os participantes esto envolvidos. O estudo foi realizado em uma sala de aula da oitava srie do ensino fundamental, em uma escola pblica de Itaberaba. Os principais instrumentos utilizados para a construo e resultado da experincia foram questionrio e entrevista com professores e alunos da referida turma. A pesquisa mostrou que a escola precisa rever a forma como as relaes acontecem tanto no ambiente escolar quanto na sala de aula. A anlise dos dados permitiu a concluso de que afetividade e aprendizagem esto intimamente ligadas, influenciando a formao do ser humano de maneira integral. A afetividade vai alm dos aspectos cognitivos e influencia decisivamente sobre os modos de ser e agir.

Palavras-chave: afetividade; escola; aluno.LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EJA Educao de Jovens e Adultos

EMBASA Empresa Baiana de gua e Saneamento

IDEB ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica

IEL Instituto Euvaldo LodiINEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional

MEC Ministrio da Educao e Cultura

PPP Projeto Poltico Pedaggico REDA Regime Especial de Direito AdministrativoSAEB Secretaria de Administrao do Estado da Bahia

SEC Secretaria da Educao do Estado da Bahia

UNEB Universidade do Estado da Bahia

LISTA DE QUADROS

18Quadro 1 Dados cadastrais da unidade escolar

20Quadro 2 Recursos da unidade escolar

24Quadro 3 Objetivos e metas da unidade escolar (estabelecidas no PPP atual)

38Quadro 4 Aes planejadas e realizadas na interveno

38Quadro 6 Aes no planejadas e realizadas na interveno

LISTA DE FIGURAS

17Figura 1 Fachada da unidade escolar

19Figura 2 Organograma da unidade escolar

SUMRIO

111INTRODUO

131.1SITUAO PROBLEMA

131.2OBJETIVOS

131.2.1Objetivos especficos

141.3JUSTIFICATIVA

141.4METODOLOGIA

151.5ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

172CARACTERIZAO DA ESCOLA

182.1ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA

202.2ESTRUTURA FSICA DA ESCOLA

212.3PERFIL DOS ESTUDANTES

222.4PERFIL DA COMUNIDADE DE ENTORNO

222.5CONSELHO ESCOLAR

232.6PPP

232.6.1Misso..

232.6.2Viso..

242.6.3Valores.

242.6.4Objetivos e metas

263FUNDAMENTAO TERICA

273.1AFINAL, O QUE SO RELAES INTERPESSOAIS?

283.2ESCOLA: ESPAO DE DIMENSO SOCIAL E INDIVIDUAL

293.3PROFESSOR E ALUNO: UMA APRENDIZAGEM PARA ALM DA SALA DE AULA

313.4GERIR COM AFETO O ESPAO DE CONFLITO

334RELATRIO DA INTERVENO

405CONSIDERAES FINAIS

405.1CONCLUSO

42REFERNCIAS

44ANEXO A Questionrio aplicado aos professores

46ANEXO B Questionrio aplicado aos alunos

48ANEXO C Entrevista realizada com os professores

50ANEXO D Entrevista realizada com os alunos

1 INTRODUONos ltimos tempos acompanhamos mudanas econmicas e sociais provocadas por uma contnua transformao nos meios de produo que, por sua vez modificaram as relaes sociais. Inserida neste contexto est a escola, responsvel por preparar o ser humano para atender as exigncias da sociedade. A escola pensada para preparar o indivduo para o mercado de trabalho, baseada no modelo de sociedade capitalista, preocupou-se com os aspectos sociais e cognitivos. Por muitos anos pesquisadores estudam os diversos problemas identificados no ambiente escolar e a partir dos resultados encontrados as prticas educativas vo se modificando, surgem diversificadas maneiras de ensinar e aprender, novas metodologias so adotadas para atender a escola que se transforma a cada dia.

As pesquisas sobre a afetividade realizadas no sculo XX deram nfase aos aspectos cognitivos para a aprendizagem e no se atentaram para a relao existente entre os aspectos sociais, cognitivos e afetivos. Atualmente h uma grande preocupao com problemas relacionados a falta da afetividade na escola. Percebe-se que as maiores queixas advindas da escola dizem respeito ao relacionamento interpessoal. Pais se queixam da escola pelo fato de alguns profissionais que nela atuam possurem atitudes grosseiras ao passarem informaes e ao atenderem suas solicitaes. Alm disso, se queixam em relao a maneira como os filhos so tratados em sala de aula por alguns professores. Da mesma forma, alunos denunciam sobre a forma de tratamento que lhes dado por parte de alguns profissionais. Na sala de aula, alunos se queixam de atitudes grosseiras por parte de alguns professores e estes por sua vez reclamam sobre o comportamento dos alunos. O local que deveria ser de harmonia se torna em espao de conflitosNesse sentido, surgiu a inteno norteadora deste trabalho, que foi analisar sobre a afetividade e aprendizagem destacando a importncia da integrao das mesmas para o enriquecimento das relaes humanas no ambiente escolar, especificamente na sala de aula, a fim de compreender um problema complexo e polmico a partir dos seguintes questionamentos: Um clima harmonioso na escola contribui para a melhoria do processo ensino aprendizagem?

Que aes podem ressignificar as relaes existentes no ambiente escolar? Ainda, destacamos os objetivos especficos: compreender a relao afetiva existente entre professores e alunos da 8 srie do ensino fundamental; refletir sobre a competncia interpessoal do gestor escolar, sua atuao enquanto incentivador e mediador de lideranas internas no processo ensino aprendizagem; contribuir para que os agentes educativos, especficamente os professores e os alunos despertem o interesse em melhorar as relaes interpessoais na sala de aula e consequentemente no ambiente escolar.

A metodologia utilizada foi baseada nos moldes da pesquisa-ao pela possibilidade de termos a reflexo integrando a teoria e a prtica, o que possibilitou a transformao da realidade, a partir do momento em que os envolvidos no ato educativo modificaram a sua forma de pensar e agir.

Acreditamos que o contato com autores que tratam deste tema nos proporcionou um esclarecimento maior sobre a questo uma vez que as leituras enriqueceram nossas experincias, ampliando nossos saberes.

Desta forma os autores pesquisados foram: Jean Piaget (1982), cujos estudos tratam sobre o desenvolvimento da inteligncia nos seres humanos. Segundo ele, os seres humanos desenvolvem a inteligncia a partir de exerccios e estmulos fornecidos pelo meio que os cercam. Afirma ainda que necessria a interao com o meio em que vive para que o comportamento seja construdo.Quanto maior e mais complexa for essa interao, melhor ser o seu desenvolvimento intelectual. Henri Wallon (1975, 1986) contribui com os estudos de Jean Piaget ao pesquisar tambm sobre o desenvolvimento humano. Segundo Piaget, para que o ser humano se torne completo e integrado no meio em que vive preciso que haja a interao entre os aspectos afetivo, cognitivo e motores. Lev Semenovich Vygotsky (1988, 1993, 1994, 1998) descobriu atravs de seus estudos a noo de que o desenvolvimento intelectual das crianas ocorre em funo das interaes sociais e das condies de vida. O desenvolvimento da aprendizagem acontece a partir do nascimento, na relao e interao do ser humano com outros seres. Vygotsky afirma ainda que, para ocorrer aprendizagem necessria a interao entre o ser que ensina e o que aprende. Paulo Freire (1996) descreve sobre a importncia da escuta na relao docente. Para ele ensinar exige dos educadores disponibilidade para escutar e responder aos estudantes em suas inquietaes, alm disso, quem ensina precisa estar aberto ao dialogo. Salienta a importncia do afeto nas relaes que so estabelecidas na sala de aula. 1.1 SITUAO PROBLEMAFrequentemente nos deparamos com situaes que refletem a ausncia da afetividade no espao escolar e especificamente na sala de aula. cada vez mais comum encontrarmos pais, professores, funcionrios, gestores e alunos que reclamam sobre a maneira como so tratados na escola. Em muitas atitudes de insatisfao percebe-se que a afetividade passa despercebida e muitas vezes ignorada. Observou-se que o clima que surge pela falta da afetividade nas relaes influencia de forma negativa para o processo ensino aprendizagem. As angstias percebidas nos preocuparam. Diante das inquietaes de como compreender as relaes que se estabelecem na sala de aula e quais aes poderiam ser viabilizadas para a soluo do problema detectado, pensamos em desenvolver uma proposta de interveno que proporcionasse a ressignificao das relaes no ambiente escolar, o que contribuiria para o surgimento de um clima harmonioso, cujo resultado influenciaria de forma positiva no processo ensino aprendizagem.

1.2 OBJETIVOSAnalisar sobre a afetividade e aprendizagem destacando a importncia da integrao das mesmas para o enriquecimento das relaes humanas no ambiente escolar, especificamente na sala de aula.1.2.1 Objetivos especficos

a) Compreender a relao afetiva existente entre professores e alunos da 8 srie, turma A, turno matutino, do ensino fundamental;

b) Refletir sobre a competncia interpessoal do gestor escolar, sua atuao enquanto incentivador e mediador de lideranas internas no processo ensino aprendizagem;

c) Contribuir para que os agentes educativos, especficamente os professores e os alunos despertem o interesse em melhorar as relaes interpessoais na sala de aula e consequentemente no ambiente escolar.

1.3 JUSTIFICATIVAUm dos grandes desafios atuais em relao a educao preparar os profissionais para atuarem nas escolas de maneira que aprendam a administrar os problemas do cotidiano que afetam os relacionamentos, uma vez que os indivduos inseridos neste contexto so frutos de uma sociedade heterognea, revelando e denunciando conflitos de vrias ordens. Conflitos estes muitas vezes inevitveis e necessrios.

A partir dos conflitos detectados na escola, que influenciam de forma negativa o processo ensino aprendizagem, verificou-se a necessidade de uma proposta de interveno que alcanasse a comunidade escolar, inicialmente gestores, professores e alunos de uma referida srie, para que estes fossem capazes de lidar com as relaes de conflitos presentes no cotidiano da escola e da sala de aula.

Acreditamos que esta pesquisa vem somar os esforos empreendidos no sentido de promover uma maior e melhor compreenso do que seja uma ao pedaggica que leve em considerao os saberes acumulados pela humanidade e aos que ainda sero construdos pelos alunos, que estes conhecimentos possam chegar aos indivduos, sem perder de vista a afetividade que permeia as relaes, para que estas possam garantir aos que esto inseridos no contexto escolar, sentimentos de solidariedade e de justia.

A importncia deste estudo para a pesquisa em gesto educacional a possibilidade de criao de espaos e condies para se repensar e ressignificar as relaes estabelecidas na escola, especificamente a relao professor-aluno, assim como, oportunizar o aperfeioamento profissional da comunidade escolar responsvel pelo processo educativo.

1.4 METODOLOGIAA metodologia utilizada para a realizao da pesquisa foi pensada com base na pesquisa ao. De acordo a Barbier:toda pesquisa ao singular e define-se por uma situao precisa concernente a um lugar, a pessoas, a um tempo, a prticas e a valores sociais e esperana de uma mudana possvel (BARBIER,2004,p.119)Portanto h possibilidade de termos a reflexo que relacionando a teoria e a prtica, proporcionando-nos a transformao da realidade, a partir do momento em que os envolvidos no ato educativo modificariam suas atitudes.

Diante da necessidade de se analisar as relaes no ambiente escolar, especificamente na sala de aula e cientes da importncia da interao entre aprendizagem e afetividade para o enriquecimento das relaes, o que resulta na melhoria do processo ensino aprendizagem, pensamos em uma proposta de interveno, cujas aes permitissem a ressignificao das relaes no ambiente, especificamente na sala de aula da 8 srie, da turma A, do turno matutino, uma vez que a ausncia da afetividade nas relaes estabelecidas estavam comprometendo o processo ensino aprendizagem, realizamos uma assemblia em que reunimos os segmentos da comunidade escolar, gestores, pais, professores, alunos e funcionrios para apresentamos os pontos fracos da escola em relao a questo da afetividade e solicitamos a colaborao de todos para a elaborao de uma proposta na qual seriam realizadas algumas aes para sanar o problema detectado. De uma forma coletiva construmos um plano de aes que contemplou um questionrio a ser respondido por professores e alunos da referida srie, entrevistas para professores e alunos, palestra com uma psicopedagoga e hipnoteraputica, para alunos e professores, outra palestra com o tema relaes interpessoais e inteligncia emocional para professores da srie, ministrada por um psiclogo, relato de vivncias, realizada por uma aluna egressa e oficina de ginstica laboral com professor licenciado em Educao Fsica.

1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIAEsta monografia possui cinco partes, sendo os demais descriminados a seguir:

A Parte 2 descreve a caracterizao da escola, abordando o histrico de sua criao, os principais fatos ocorridos desde sua fundao at os dias atuais, os dados cadastrais que contemplam a estrutura organizacional, a estrutura fsica, o perfil dos estudantes, o perfil da comunidade de entorno, o conselho escolar, o PPP, a misso, a viso, os valores, os objetivos e metas.A Parte 3 trata da fundamentao terica a qual est dividida em quatro sesses: A primeira sesso relata sobre a origem das relaes humanas e as alteraes nas relaes interpessoais, a partir do surgimento da escrita e das sociedades. A diviso de classes e a predominncia do papel do lder retratando a relao de poder entre os povos, a desvalorizao das atividades em grupo, da igualdade entre homens e mulheres e o desequilbrio entre os relacionamentos pessoais.

A segunda sesso discute sobre as mudanas na educao a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional- LDB, a autonomia das escolas na escolha de sua maneira de trabalhar.

A terceira sesso descreve as transformaes na educao promovidas pela evoluo tecnolgica e a necessidade de perceber os conhecimentos, a linguagem e o afeto, como constituintes dos atos de ensinar e aprender.

A quarta sesso descreve a nova concepo do gerenciamento da educao, o papel do gestor diante das mudanas organizacionais da escola, o perfil exigido para uma escola que surge com a participao da comunidade.A Parte 4 apresenta o relatrio de interveno descrevendo como foi realizada a interveno proposta, justificando a metodologia e os instrumentos para a coleta de dados. A Parte 5 encerra-se com as consideraes finais fazendo um fechamento de tudo que foi discutido ao longo do trabalho.

2 CARACTERIZAO DA ESCOLA

O Colgio Estadual Joo XXIII, criado no ano de 1966 encontra-se localizado na avenida Rio Branco, s/n, no bairro So Joo, na cidade de Itaberaba,BA.Foi fundado em 24/04/1966, sob o ato de criao publicado posteriormente mediante a portaria n 2593, no Dirio Oficial de 03/03/1982. O nome Joo XXIII deu-se em homenagem ao Papa Joo XXIII. O colgio iniciou com o curso primrio, 1 a 5 srie, at 1972. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao, a 5692/72, instituiu-se o curso fundamental, de 1 a 4 sries. Na sua trajetria para acompanhar o desenvolvimento educacional e social, outros cursos fizeram parte do currculo. Em 1988, foi implantado o curso fundamental de 1 a 8 sries, autorizados pela portaria n 1889 de 13/04/1989. No ano de 2002 foi implantado o ensino mdio com o curso de formao geral. Em 2008, a Educao de Jovens e Adultos- EJA II - estgio 4 (5 e 6 sries) e estgio 5 (7 e 8 sries), atualmente com uma nova nomenclatura, Tempo Formativo II, eixo IV- (5 e 6 sries) e eixo V- (7 e 8 sries).

Em relao ao espao escolar, a figura abaixo apresenta a fachada da escola. A unidade escolar possui uma rea ampla que pode ser aproveitada na construo de novos espaos para melhor atender as necessidades do estudante.

Figura 1 Fachada da unidade escolar

Percebe-se que a escola ainda no possui uma estrutura adequada para atender a comunidade escolar.No quadro a seguir sero citados os dados cadastrais da escola, os quais incluem nome da unidade escolar, endereo, telefones, e-mail, home - page ou blog, cadastro no MEC/Inep, autorizao de funcionamento, classificao da escola no Ideb, modalidades de ensino e quantitativos de alunos.Quadro 1 Dados cadastrais da unidade escolar

Unidade escolarColgio Estadual Joo XXIII

EndereoAvenida Rio Branco, S/N

Telefones75.3251.3737

[email protected]

Home-page ou Bloghttp://joaoxxiiiumsonhopossivel.blogspot.com/

Cadastro no MEC/Inep29084210

Autorizao de funcionamentoPortaria de Criao n 2593, publicado no DO - 03/03/82.

Classificao IdebAno200520072009

Unidade escolar2.23.02.9

Municpio2.93.03.4

Modalidades de ensinoFundamental II, Tempo Formativo II- Eixo IV e V

Quantitativo de alunos910 alunos

Com o passar do tempo a escola foi se modificando para atender as novas exigncias da sociedade. Novas modalidades de ensino foram sendo implantadas. A escola foi se modernizando com a chegada de novos recursos tecnolgicos e o nmero de alunos foi sendo ampliado gradativamente.

2.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA

Diante das mudanas ocorridas na sociedade e consequentemente na escola, ficou clara a necessidade de reformulaes no que diz respeito a sua estrutura organizacional. A escola renova seu quadro de servidores com diferentes perfis, exigindo dos mesmos a capacitao em servio. Outra mudana significativa foi a adoo por parte da Secretaria da Educao do Estado da Bahia, do processo eletivo como critrio para a escolha de diretores escolares, obedecendo a uma determinao prevista na Constituio Federal, reforada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. A comunidade escolar passa a participar de forma direta na escolha de seu representante legal, revertendo o processo que antes vigorava atravs da nomeao poltica.Em 2008, a comunidade escolar elegeu pelo voto direto a primeira diretoria atravs da eleio para dirigentes escolares com durao de trs anos, possibilitando um novo olhar para a instituio tendo como foco, a gesto democrtica.

Com base no organograma, a unidade escolar composta por uma diretora e duas vice-diretoras. No possui coordenador pedaggico, tem uma secretria escolar, um agente pblico, trs auxiliares administrativos, trs merendeiras, duas auxiliares de servios gerais e trs agentes de portaria.

O corpo docente conta com um total de 25 professores. A maioria faz parte do contrato sob regime especial de direito administrativo - REDA e estagirios do Instituto Euvaldo Lodi- IEL. Em sua maioria possuem graduao ou esto em curso e alguns j possuem ps-graduao, o que demonstra uma equipe voltada para constante aperfeioamento pedaggico, buscando sempre atuar de forma a melhorar a qualidade do processo ensino aprendizagem.

2.2 ESTRUTURA FSICA DA ESCOLA

O colgio dispe de oito salas em boas dimenses e iluminao natural, uma direo, uma sala de professores, uma secretaria, porm o mobilirio no adequado e sim adaptado, no tem biblioteca, nem sala de vdeo. Possui um laboratrio de informtica em bom estado de conservao, mas o espao pequeno, insatisfatrio para atender a clientela existente. H ainda uma cantina ampla, dois sanitrios para meninas (divididos em trs partes cada), dois para meninos (divididos em trs partes cada) dois para professores e funcionrios. Uma sala que funciona para o almoxarifado e uma sala adaptada que serve para o arquivo morto. O ptio onde funciona a cantina tambm utilizada para a realizao de apresentaes de projetos e assemblia de pais. Com o aumento do nmero de alunos, h a necessidade da construo de um auditrio.

A escassez de verbas um grande problema para o desenvolvimento das aes previstas e a demora no repasse dos recursos colabora para que a realizao das mesmas sejam prorrogadas ou muitas vezes canceladas.Para a disciplina de Educao Fsica, por exemplo, alm da carncia com relao ao material esportivo, as aulas prticas so prejudicadas, pelo fato da quadra no possuir cobertura. Em perodos de chuvas as aulas prticas so canceladas, comprometendo o cumprimento da carga horria prevista.

Dessa forma, pode-se afirmar que o professor ter mais condies para realizar um trabalho de melhor qualidade, se a escola em que ele atua oferecer espaos e recursos materiais suficientes e adequados.O quadro abaixo mostra os equipamentos, materiais didticos e mobilirios existentes na unidade escolar.Quadro 2 Recursos da unidade escolar

Tipo do recursoDescrioQuantidade

EquipamentosProjetor de multimdia01

Computadores12

Copiadora01

Impressora a laser04

Notebook04

Microssistem03

TV PEN DRIVE 29`11

Material didticoGlobo01

Mapas10

DVD educativo32

Acervo bibliogrfico150

Torso Humano01

Microscpio01

Esqueleto01

MobilirioBancada para computador01

Mesa para computador15

Mesa para docentes08

Cadeiras universitrias266

Armrios23

Estantes11

Portanto, para que a educao de qualidade que tanto se propaga por nossos governantes e almejada por uma grande maioria acontea de fato necessrio que os recursos destinados para a escola sejam eles de ordem financeira, materiais ou humanos precisam ser revistos proporcionando ao cidado que se quer formar a garantia do seu percurso educativo de uma forma digna.2.3 PERFIL DOS ESTUDANTES

O colgio composto por alunos oriundos da classe mdio-baixa, tem idade cronolgica variada e bastante diferente nos aspectos econmicos e culturais. Alunos pertencentes das redes pblica e particular de ensino, sendo que mais de 10% so de escolas da rede privada. O turno matutino composto em sua minoria por alunos provenientes da zona rural. Concentram-se nos turnos matutino e vespertino os que possuem idade entre 11 e 17 anos e no turno noturno uma maioria com defasagem idade/srie.

So filhos e parentes de servidores pblicos, lavradores, autnomos, pequenos empresrios e at desempregados. Alguns fazem parte de lares desagregados faltando a figura do pai ou da me, fator que interfere no processo ensino aprendizagem. O baixo nvel de escolaridade tambm se verifica. Observa-se a presena de pais envolvidos com alcoolismo e uso de algum tipo de entorpecentes, cujos filhos apresentam carncias que vo desde os recursos bsicos para a manuteno de vida at os aspectos emocionais, no caso a afetividade. Diante disso, possuem muitas vezes atitudes agressivas com colegas, professores e demais funcionrios da escola.

Muitos pais trabalham fora de casa e no dispem de tempo para auxiliar os filhos nas tarefas escolares. A escola procura realizar um trabalho alternativo, que centrado no trabalho em sala de aula, tenta oferecer condies para minimizar parte dos problemas citados anteriormente a partir de oficinas, projetos temticos, festivais, na tentativa de oferecer condies dignas aos estudantes.2.4 PERFIL DA COMUNIDADE DE ENTORNO

O colgio fica localizado em um bairro bem situado geograficamente prximo do centro, tendo como ponto de referncia a Rodoviria e a Empresa Baiana de gua e Saneamento- EMBASA, alm de alguns pequenos pontos comerciais como mercados, padarias, mercearias, oficinas de automotores, delicatessen e posto de combustveis. um bairro bastante movimentado por dar acesso a vrios outros. As ruas so pavimentadas, possuem rede de esgoto, rede hidrulica, iluminao pblica e a coleta de lixo acontece a cada dois dias.

2.5 CONSELHO ESCOLAR

O conselho escolar funciona na escola como rgo competente para ampliar os nveis de participao na anlise dos projetos e acompanhar as atividades tcnicas pedaggicas, administrativas e financeiras, de forma a estabelecer relaes de compromisso, parceria e co-responsabilidades entre a escola e a comunidade, visando melhoria da qualidade de ensino.

formado por representantes de pais, funcionrios, alunos, professores, eleitos a cada dois anos pela prpria comunidade escolar.

Como rgo colegiado, adota os princpios de gesto participativa e democrtica, mediante o consenso da maioria do grupo, para deliberar as decises, que lhe so atribudas com o objetivo de contribuir para a melhoria do funcionamento da escola. As reunies acontecem bimestralmente ou quando um fato justifica a sua convocao em carter extraordinrio. 2.6 PPPO projeto poltico-pedaggico do Colgio Estadual Joo XXIII, antes de ser o cumprimento de uma formalidade legal, expressa na Lei 9394/96, Art. 12, que determina que as escolas de ensino fundamental e mdio elaborem seus respectivos projetos, o registro das diretrizes e prticas de ensino, situando as contribuies provindas da reflexo de educadores, alunos, pais, direo e funcionrios com vistas a intensificar o desenvolvimento de aes cooperativas e eficazes, uma vez que ele representa a prpria organizao do trabalho pedaggico escolar como um todo em suas especificidades, nveis e modalidades.

Do ponto de vista terico, a proposta pedaggica que vem sendo desenvolvida na escola inspirou-se nos fundamentos do construtivismo para apoiar o cotidiano didtico-pedaggico, no sentido de conduzi-lo na direo de uma relao de construo do conhecimento sustentada pela interao entre sujeito e objeto, e tenha o professor como elemento mediador. Para tal construo utiliza-se, fundamentados em Vygotsky, o scio-interacionismo como pressuposto terico metodolgico. 2.6.1 Misso

A misso da unidade escolar propiciar uma educao de qualidade visando a formao de cidados ticos, responsveis e conscientes do seu papel, para que possam intervir de forma participativa na comunidade em que vivem.2.6.2 Viso

A unidade escolar tem como viso ser um referencial de educao no municpio, contribuindo para a formao do ser humano.

2.6.3 Valores

A comunidade escolar fundamenta-se no desenvolvimento do ser humano em seus aspectos scio-afetivos, cognitivos, fsicos e espirituais, para o resgate dos seguintes valores:

a) Igualdade;

b) Liberdade de aprender;

c) Amor e respeito a Deus e ao prximo.

2.6.4 Objetivos e metas

Os objetivos e metas da escola, estabelecidos no Projeto Poltico Pedaggico- PPP atual tiveram como parmetros as matrizes de referncia, as escalas de proficincia e os resultados da Prova Brasil/Secretaria de Administrao do Estado da Bahia- SAEB, assim como outros indicadores educacionais (ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica- IDEB) e o Censo Escolar (Taxas de Aprovao, Reprovao e Abandono).

Quadro 3 Objetivos e metas da unidade escolar (estabelecidas no PPP atual)

ObjetivoMeta(s)PrazoResponsvel (is)Status

Oferecer um ensino de qualidade, elevando o desempenho dos educandos e educadores.Diminuir a taxa de reprovao de 12% para 8%.

Maro de 2009 a dezembro de 2011Diretor da

Escola/

Professor.Em andamento

Incentivar a qualificao em servio de professores e demais funcionrios.Capacitar 100% dos profissionais para a utilizao adequada dos recursos pedaggicos existentes na escola.Maro de 2009 a dezembro de 2011Diretor da

Escola/

Professor/ funcionrios.Em andamento

Respeitar as fases de desenvolvimento mental do aluno, orientando-o na construo do prprio aprendizado.Reduzir a taxa do nmero de alunos evadidos de 27,4% para 15%, principalmente no turno noturno.

Maro de 2009 a dezembro de 2011Diretor da

Escola/

ProfessorEm andamento

Contribuir para que os principais agentes educativos (professores/alunos) despertem o interesse em melhorar as relaes interpessoais no ambiente escolar.Promover uma conscientizao de 90% da comunidade escolar quanto a necessidade de um ambiente escolar saudvel.Maro de 2009 a dezembro de 2011Diretor da

Escola/

ProfessorEm andamento

A reformulao das aes do projeto poltico pedaggico acontece a cada incio do ano letivo, tendo como referncia os dados estatsticos dos indicadores de desempenho da unidade escolar no ano anterior.

3 FUNDAMENTAO TERICA

As contnuas mudanas nos meios de produo e nos meios de comunicao fizeram com que as relaes na sociedade fossem se modificando. A escola sendo o reflexo do que ocorre na sociedade, antes vista enquanto instituio responsvel por oferecer uma educao capaz de preparar o ser humano para enfrentar as adversidades, por muito tempo priorizou a transmisso de conhecimentos, enfatizando o desenvolvimento dos aspectos cognitivos em detrimento dos aspectos afetivos.

A partir da contribuio de pesquisadores e estudiosos chega-se ao entendimento de que a mesma no se constitui s pela estrutura fsica. No espao escolar so estabelecidas relaes de convivncia e trabalho, marcado por histrias de vida. Enquanto espao de convvio, as situaes de conflitos so inevitveis, principalmente na sala de aula, lugar onde os relacionamentos entre os sujeitos educacionais, professor e aluno se pautam, na relao estabelecida durante o processo educativo. Neste sentido, afetividade torna-se imprescindvel uma vez que o conhecimento se d pela interao entre afetividade e aprendizagem.

O presente trabalho prope-se analisar sobre a afetividade e aprendizagem destacando a importncia da integrao das mesmas para o enriquecimento das relaes humanas no ambiente escolar, especificamente na sala de aula.

O trabalho est dividido em quatro captulos: No primeiro apresentamos um breve histrico das relaes humanas: afinal, o que so relaes interpessoais? Relata sobre a origem das relaes humanas e as alteraes nas relaes interpessoais a partir do surgimento da escrita e das sociedades. No segundo captulo estudaremos escola: espao de dimenso social e individual, que discute sobre as mudanas na educao a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional- LDB, a autonomia das escolas na escolha de sua maneira de trabalhar. No terceiro captulo, professor e aluno: uma aprendizagem para alm da sala de aula descreve as transformaes na educao promovidas pela evoluo tecnolgica e a necessidade de perceber os conhecimentos, a linguagem e o afeto, como constituintes dos atos de ensinar e aprender. O quarto captulo intitulado: gerir com afeto o espao de conflito descreve a nova concepo do gerenciamento da educao, o papel do gestor diante das mudanas organizacionais da escola, o perfil exigido para uma escola que surge com a participao da comunidade.

Dessa forma, a educao no se resume pura e simplesmente ao aspecto intelectual do aluno, mas faz parte da vida do mesmo em todos os aspectos. E a escola enquanto espao de convvio o local onde as relaes se estabelecem e essas devem ser positivas, sentimentos e emoes que se estende por toda a vida.

A relao professor, aluno, gestor e demais envolvidos no processo ensino aprendizagem perpassa os muros da escola, uma vez que os mesmos fazem parte de um mesmo contexto social e esto em contato permanente.

3.1 AFINAL, O QUE SO RELAES INTERPESSOAIS?Relaes humanas ou relaes interpessoais so expresses utilizadas no sentido de classificar o relacionamento entre as pessoas. Relacionamentos que se estabeleceram ao longo dos tempos, a partir das transformaes entre o homem e a sociedade.

Segundo Moraes (1998) as maiores mudanas foram as de ordem fsica e mental, ocorridas a partir do perodo da Pr-histria. Para ele, a partir desse momento o homem comea a entender a natureza e dela busca retirar subsdios para sua sobrevivncia. Com o surgimento da agricultura e a domesticao de animais fizeram com que o homem se tornasse sedentrio e em consequncia houve um aumento da populao, surgindo assim as comunidades cooperativas, tendo por base a coletividade nos meios de produo, comeando assim a aparecer de uma forma mais clara as transformaes nas relaes humanas.

Na sociedade medieval percebe-se que as relaes interpessoais passam por alteraes, no havia mais a preocupao com o coletivo. Surge a escrita e as sociedades consideradas maiores. Por necessidade, criam-se leis para reger as relaes entre as pessoas, surge a diviso de classes e a predominncia do papel do lder retratando a relao de poder entre os povos, causando assim a desvalorizao das atividades em grupo, da igualdade entre homens e mulheres e o desequilbrio entre os relacionamentos pessoais.

Com a Idade Moderna houve a evoluo dos modos de produo, passando do modelo feudal para o capitalista. A evoluo cientfica e tecnolgica provoca o enfraquecimento das relaes interpessoais.

medida que as grandes navegaes marcaram o alargamento mundial, acontece a distncia fsica entre as pessoas, vivencia-se um momento de decadncia social. As relaes de poder geram forte tendncia de isolamento entre as pessoas, que so foradas pela racionalizao da produo e do comportamento humano diante de sua tarefa.

3.2 ESCOLA: ESPAO DE DIMENSO SOCIAL E INDIVIDUALA partir da segunda metade do sculo XVIII, com a Revoluo Industrial, a sociedade exigia mo-de-obra qualificada, para isto, a escola adotou princpios tambm empresariais visando um conhecimento tcnico, excluindo a reflexo da realidade escolar, revelando assim marcas do Taylorismo. A diviso de atribuies era baseada num modelo de sociedade capitalista. A afetividade no fazia parte do currculo escolar. No final dos anos 80 e o incio dos 90 houve no Brasil a reformulao da organizao e gesto da educao, que privilegiaram a descentralizao, a autonomia e a democratizao dos processos administrativos. Associado a isso, aconteceu a participao dos professores e pais nas decises a respeito do processo educativo, foram criadas as instncias colegiadas (conselhos escolares, grmios estudantis), eleies para cargos administrativos, introduo de mecanismos que favoreciam a eliminao da burocracia e flexibilizao normativa e organizacional do sistema.

Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, em 1996 as escolas passam a ter autonomia para escolher sua maneira de trabalhar. Passam a definir as diretrizes organizacionais como misso, viso e objetivos junto a equipe escolar. A afetividade comea a fazer parte dos projetos polticos pedaggicos das escolas. Alunos e professores se envolvem no planejamento cooperativo, mais uma tentativa de respeitar os direitos das pessoas participarem das decises.

Com base na Lei de Diretrizes e Bases, as escolas passam a valorizar a diversidade de sua comunidade em relao as diferenas de idade, cultura, etnia, sexo, classe socioeconmica, aspiraes e capacidades.

A escola antes considerada tradicional, seletiva e excludente passa por uma mudana revolucionria em seu sistema, deixando para trs a individualidade e a segregao.

3.3 PROFESSOR E ALUNO: UMA APRENDIZAGEM PARA ALM DA SALA DE AULA

Durante a sociedade artesanal, a educao baseava-se no mentoreado. O mentor era contratado para educar os membros da corte, de uma comunidade ou os filhos de uma famlia de posses. Havia tambm o professor particular, que educava um pequeno grupo de alunos, que podia arcar com os custos dessa educao. Servio, que por ser caro, poucos tinham acesso. medida que comeam a surgirem as fbricas ou as empresas, h a necessidade de educar mais pessoas. O modelo adotado para a educao foi o da produo em massa, com a aplicao das idias do Fordismo, uma educao bancria, onde a escola era vista como uma linha de montagem e o aluno o produto que estaria sendo montado. O professor, com formao fundamentada na pedagogia tradicional, acreditava que sua tarefa principal era a de transmitir as informaes, conhecimentos, habilidades, regras sociais e morais. Alm disso, existia a presena dos diretores e supervisores para que controlassem os mtodos, currculo e disciplinas. A organizao curricular era rgida, os alunos precisavam aprender de forma homognea.

Durante muito tempo os sentimentos e os demais indicadores da presena de emoo em nossos alunos foram ignorados. Ao adentrar o espao escolar, os mesmos deveriam apenas adquirir contedos, o que lhes preparariam para a vida. Os desejos e sentimentos seriam expostos fora da sala de aula.

Diante das mudanas promovidas pela evoluo tecnolgica, percebeu-se a necessidade de mudar. A partir de estudos, verificou-se que uma pessoa aprende de diferentes formas e h que se considerar, no processo educacional, a relao entre conhecimentos, linguagem e afeto, como constituinte dos atos de ensinar e aprender.

Um dos pioneiros em perceber que a compreenso fruto da qualidade da interao do sujeito com o objeto foi Piaget (1982). Segundo ele, os indivduos possuem capacidade para se desenvolver intelectualmente a partir do momento em que so oferecidos para eles exerccios e estmulos provenientes do meio em que vivem. Dessa forma, a interao entre o meio e o indivduo essencial para que a aprendizagem acontea.

Ainda de acordo a Piaget, os alunos utilizam o pensamento operacional formal em apenas algumas reas nas quais eles tenham mais experincia ou interesse. Sendo assim, sujeito e objeto fazem parte de uma mesma interao. Para apreender as suas relaes com a vida em geral necessrio determinar quais as relaes que existem entre o organismo e o meio ambiente. E ainda, o sujeito tem a oportunidade de interagir com os objetos, refletir sobre os resultados obtidos e se for desafiado, com situaes novas, maior ser a chance dele assimilar os conceitos envolvidos e assim, alcanar o nvel de compreenso de forma concreta.

Outro pesquisador que realou em seus estudos, a ntima relao entre afeto e cognio foi Vygotsky. No incio da dcada de 30, sua ateno se voltou para o estudo das emoes. Aprofundando-se nos experimentos de vrios pesquisadores, esboando uma nova forma de entender as emoes humanas.

Segundo Vygotsky (1994), a partir da relao familiar que o sujeito estabelece as primeiras relaes com a linguagem, atravs da interao com os outros, a partir da comunidade em que est inserido.

Nesse processo, a aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento do saber e do conhecimento. Afirmando que todo e qualquer processo de aprendizagem ensino-aprendizagem, incluindo os sujeitos que se relacionam no ato educativo.

Para reforar os estudos de Vygotsky, surge Wallon, afirmando que o sujeito acessa o mundo simblico por meio das manifestaes afetivas permeadas pela mediao que se estabelece entre ele e os demais que o cerca.

Afetividade ento, na viso de Henri Wallon (1968) o termo utilizado para identificar um domnio funcional que se manifesta de diferentes formas, que vai desde as orgnicas, at as mais elaboradas como as emoes, os sentimentos e as paixes, tendo um papel imprescindvel no processo de desenvolvimento da personalidade.

Dessa forma, para que a educao se torne humanista, necessrio permitir a qualquer indivduo seu desenvolvimento e isto depende do contexto em que vive.

Assim, a escola enquanto espao social e formal faz parte desse processo e precisa intervir de forma a garantir e promover o desenvolvimento de tantas aptides quantas forem possveis e no somente a habilidade intelectual.

Corroborando com esta afirmao, Paulo Freire destaca a importncia das interaes sociais:Como prtica estritamente humana jamais pude entender a educao como experincia fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoes, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espcie de ditadura racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prtica educativa como uma experincia a que faltasse rigor em que se gera a necessria disciplina intelectual (FREIRE, 1996, p. 146).

Neste sentido, o relacionamento entre aluno e professor precisa ser estabelecido a partir de um pacto democrtico.

Ainda, segundo Freire:

No fundo, passa despercebido a ns que foi aprendendo socialmente que mulheres e homens, historicamente, descobriram que possvel ensinar. Se tivesse claro para ns que foi aprendendo que percebemos ser possvel ensinar, teramos entendido com facilidade a importncia das experincias informais nas ruas, nas praas, no trabalho, nas salas de aula das escolas nos ptios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significao. (FREIRE, 1996, p.25)

Dessa forma, a escola precisa valorizar os dilogos que se estabelecem em suas mltiplas manifestaes como forma efetiva de educar, de ensinar e aprender baseados na percepo e na escuta do outro.

3.4 GERIR COM AFETO O ESPAO DE CONFLITO

A partir do sculo XVIII, o avano industrial fez com que grandes modificaes acontecessem no mbito das organizaes e consequentemente da escola. Com o avano da industrializao houve a necessidade de se ampliar a oferta de vagas na escola para atender ao mercado de trabalho que crescia e precisava de pessoas capacitadas e qualificadas. Para dar conta da demanda, a escola adotou princpios empresariais com vistas ao conhecimento tcnico, fragmentando sua estrutura, excluindo a reflexo de sua realidade. Surge a figura do gestor escolar cuja funo era dar ordens e oferecer toda a assistncia a seus auxiliares visando o bom funcionamento de suas tarefas, precisava ser dinmico e audaz para conseguir vencer sozinho, sendo seu poder hierrquico, que mantinha sob sua guarda a rigidez do trabalho e o controle da equipe.

A administrao nessa poca era baseada em princpios industriais, que atendiam s exigncias do mercado, qualificando mo-de-obra para suprirem as necessidades da indstria que naquele momento, no auge do surgimento do capitalismo, encontrava-se em pleno desenvolvimento.

Com o passar do tempo ocorreram vrias discusses sobre o verdadeiro papel da escola, o que evidenciou a necessidade de mudanas e renovaes do modelo de gesto, forando as organizaes a se adequarem pela busca constante de novas formas de planejar, organizar e realizar suas aes.

O perfil do gestor tambm se modifica, o mesmo precisa ser empreendedor e criativo, para trabalhar como membro da equipe ao lado dos demais colaboradores. Se antes sua atuao era como comandante, a partir dessa modificao, ele deveria adotar o papel de educador, preocupado em aproveitar o potencial e talento de cada membro de sua equipe. Sua arma passa a ser a motivao. Uma das exigncias de sua funo que conhea a realidade da escola na qual atua e exera o papel de integrador junto a seus colaboradores, principalmente os professores, para que possam identificar e amenizar os conflitos que interferem na formao do aluno. Dessa forma, sendo o gestor o personagem central do contexto escolar, compete ao gestor gerenciar conflitos, buscando alternativas para entender os anseios da comunidade escolar, sendo ele responsvel em orientar e direcionar a equipe para um relacionamento saudvel.

Na nova concepo do gerenciamento da educao, no h mais o chefe que determina e centraliza aes, mas algum, que coopera, apia e coordena. Nem tampouco a imagem do professor que sabe tudo e a quem o aluno deve obedincia sem argumentar. Leva-se em considerao a participao de cada membro da equipe, na busca de uma aprendizagem em processo que envolve todos os atores do contexto escolar.Nesse sentido, todos participam da construo da identidade da escola, local no qual as pessoas so tratadas como seres humanos em suas limitaes e dificuldades na promoo da qualidade de ensino onde seja possvel o dilogo. 4 RELATRIO DA INTERVENO

O presente relatrio faz parte do projeto de interveno e descreve as aes planejadas e realizadas, bem como os problemas encontrados na execuo das mesmas e as estratgias de interveno, finalizando com as consideraes sobre os resultados alcanados.

Vrios foram os problemas que motivaram a elaborao do projeto de interveno. Entre elas as situaes de conflitos percebidas nas dependncias da escola: secretaria, sala de professores, corredores, sala de aula, atitudes e comportamentos muitas vezes negativos, comprometendo a qualidade das relaes e consequentemente o processo ensino aprendizagem, fez-se necessrio uma proposta que buscasse resgatar a afetividade no contexto escolar, uma vez que a convivncia harmoniosa fundamental para a formao de uma personalidade sadia.

Idealizado pela equipe gestora e com a parceria da comunidade escolar, o projeto de interveno intitulado: Afetividade na sala de aula: uma experincia com alunos e professores da 8 srie do Ensino Fundamental, do Colgio Estadual Joo XXIII, no municpio de Itaberaba, BA foi pensado para atender inicialmente gestores, professores e alunos da oitava srie, da turma A, do turno matutino, do ensino fundamental. O projeto possua como objetivo analisar sobre a afetividade e aprendizagem destacando a importncia da integrao das mesmas para o enriquecimento das relaes humanas no ambiente escolar, especificamente na sala de aula.Para a realizao do projeto de interveno foi necessrio que se planejassem aes que esto descritas no quadro 4 para que garantisse a participao da comunidade escolar, possibilitando a todos o direito de definir o que fazer de forma coletiva, num processo de discusso aberto e democrtico. Foi necessrio estabelecer prioridades, distribuir tarefas e responsabilidades para ter certeza de que todos estariam envolvidos de uma forma ativa. As aes previstas foram discutidas em assemblia em que reuniu toda a comunidade escolar, gestores, pais, professores, alunos e funcionrios, que tiveram a oportunidade de conhecer sobre os objetivos, as aes e os resultados esperados. Alertamos sobre a importncia do envolvimento de todos e que a equipe deveria estar unida e voltada para o sucesso do grupo.

Levando em considerao a discusso ocorrida durante a assemblia foram elaborados questionrios em torno da afetividade no ambiente escolar. Para responder ao questionrio foram selecionados 09 professores e 35 alunos, porm somente 05 professores e 08 alunos se dispuseram a respond-los. Constavam nos questionrios de 11 questes a serem respondidas pelos professores (ANEXO A) e 09 questes para os alunos (ANEXO B).

Em relao a faixa etria dos respondentes do grupo de professor (Q1) 40% correspondem aos profissionais com faixa etria entre 26 a 35 anos, e 60 % dos professores pertencem a faixa etria entre 46 a 55 anos.

Na questo referente a formao(Q2) 40% possuem o 2 grau completo e 60% possuem o nvel superior completo.

Percebemos que do total de professores pesquisados (Q3) 40% exerce a funo docente a menos de 5 anos e 60% entre 15 e 25 anos

Ainda em relao ao questionrio, quando questionados sobre a escola cumprir sua misso de educar e todos os que a constituem terem uma postura de respeito mtuo, cooperao e criatividade (Q4) 100% responderam de forma positiva.

Quando perguntamos se o aluno precisa ser valorizado, para que acredite em si mesmo, e como consequncia tenha um bom rendimento escolar (Q5) 38% no possui opinio formada sobre o assunto e 62% afirmaram positivamente.

Quando dirigimos a pergunta aos professores, As atitudes na escola precisam ser pautadas na compreenso, no respeito s diferenas, no reconhecimento do outro como ser humano. Para isso, deve ser levado em considerao que os seres humanos vivem em interao e que a ao de um interfere no outro? (Q6) 38% no possuem opinio formada e 62% confirmaram.

Quanto a necessidade de conhecermos as prprias emoes, saber lidar com elas, aprender a control-las e us-las para orientar o nosso comportamento (Q7) 23% no possuem opinio e 77% afirmaram positivamente.

Em resposta a pergunta: um dos principais desafios atuais a falta de comunicao entre professores e alunos? (Q8) 24% responderam negativamente e 76% concordaram com a pergunta.

Em relao s competncias e habilidades, perguntou-se aos professores se os mesmos despertam em seus alunos o interesse e a ateno, motivando-os, convocando-os ao dilogo, para que conheam suas histrias de vida e assim possam compreend-los (Q9) 22% no expuseram suas opinies e 78% concordaram.

Ainda questionados sobra a importncia da competncia tcnica e a competncia emocional que devem estar interligadas para um bom relacionamento professor aluno. (Q10) 22% apontaram negativamente e 88% disseram que sim.

Quando perguntamos sobre o fato do aspecto afetivo est associado ao desenvolvimento intelectual (Q11) 33% no concordaram e 67% confirmaram.

Grfico 1- Resultado do questionrio aplicado aos professores.

Dos respondentes do grupo de alunos quando questionados sobre a importncia da educao escolar (Q1) 33% concordaram e 77% se mantiveram neutros. Ao serem questionados sobre a necessidade da escola onde voc estuda desenvolver o sentimento de respeito e confiana entre os professores e alunos? (Q2) 25% se mantiveram neutro, 30% concordaram e 45% discordaram.

Ainda questionados sobre o respeito na escola, onde os professores respeitem os alunos, aceitando as diferenas (Q3) 34 % neutros e 66% concordaram.

Na pergunta: A escola valoriza alunos e professores pelas boas coisas que fazem? (Q4) 23% se mantiveram neutros e 77% concordaram.

Perguntamos tambm se os profissionais que atuam na escola esperam o melhor de deles (Q5) 38% ficaram neutros e 62% concordaram.

Ainda perguntamos se os professores esperam que todos os alunos tenham sucesso no processo ensino aprendizagem (Q6) 100% concordaram.

Questionados sobre o acompanhamento do desempenho escolar pelos professores (Q7) 56% se posicionaram como neutros e 44% concordaram.

Em resposta a pergunta: Sou avaliado de forma justa (Q8) 56% permaneceram neutros e 44% concordaram.

Em relao a pergunta sobre o relacionamento com os demais alunos na sala de aula(Q9) 45% se mantiveram neutros e 55% concordam.

Grfico 2- Resultado do questionrio aplicado aos alunos.

Percebe-se que na escola atravs das respostas dos professores e alunos que a afetividade existente no ambiente escolar ocorre de forma espordica e muitas vezes so ignoradas e despercebidas, embora os professores reconheam a necessidade da interao da mesma para o processo ensino aprendizagem.

Na entrevista com os professores (ANEXO C), tambm foi possvel perceber, na maioria dos entrevistados que o afeto para os mesmos significa troca de compreenso, carinho e uma energia positiva. Os professores relataram que percebem o afeto dos alunos atravs de elogios, do respeito na forma de agir e falar com eles. Em alguns momentos da rotina da escola demonstram afeto dentro e fora da sala de aula, na forma de se expressar, com gestos de carinhos, at mesmo a distncia. Ainda acreditam que os elogios, a promoo de eventos, momentos em que podem expor as produes individuais e em grupo, a forma de dar e receber feedback, so algumas das contribuies para motivar os alunos e que para transformar o ambiente escolar em espao harmonioso e no competitivo necessrio o estabelecimento de parceria e dilogo entre professor e aluno. De acordo aos professores entrevistados a personalidade do professor e o carter so marcas que podem influenciar positivamente ou no para a formao do aluno. Ainda relatam que a falta de motivao, a no participao dos pais na vida escolar, a omisso por parte de alguns colegas em notar os sentimentos dos alunos so responsveis pelo insucesso escolar e o ato de estimular a produo atravs do apoio, de elogios em prol de uma ao pedaggica positiva o que se denomina motivao. Os entrevistados revelam tambm que a falta de compreenso, rispidez nas respostas, falta de dilogo, enfim a falta de integrao so atitudes consideradas de no afeto e que a relao professor e aluno precisam ser baseados no respeito mtuo, na compreenso, no dilogo franco e sincero.

Na entrevista com os alunos, (ANEXO D), observa-se que um dos fatores que os levam a no gostar de estar na escola diz respeito a falta de dilogo na relao professor e aluno. O que mais gostam na escola a integrao entre colegas e alguns profissionais que atuam na mesma. Em relao a escola considerada ideal, salientam que seria aquela onde no houvesse preconceito, tivesse em seu quadro professores comprometidos, competentes e um ambiente agradvel e acolhedor. Na concepo dos alunos, afeto significa respeito, troca de carinho entre as pessoas. Na turma da escola se sentem bem e protegidos. O afeto na relao aluno e professor percebido no momento em que so acolhidos, ouvidos em suas solicitaes e inquietaes. Para eles, os professores so em sua maioria compreensveis, outros estressados, outros sem competncia para estar atuando na srie. Deixam claro que sentem dificuldade em se relacionar bem com os professores quando estes esto agitados, nervosos ou estressados. Reconhecem que a melhoria das relaes pessoais no ambiente escolar responsabilidade de todos e que a pacincia e a tolerncia devem permear as relaes. Acreditam que o dilogo e a negociao precisam fazer parte do processo ensino aprendizagem.Dando continuidade as aes propostas foi realizado um relato de vivncias, desenvolvido por uma aluna egressa. A mesma relatou que se matriculou freqentando por pouco tempo a escola e que resolveu se transferir para outra unidade escolar pelo fato de ter sido maltratada em sala de aula por uma professora. Continuando, fez um resgate de experincias positivas e negativas, traando um paralelo das relaes existentes na escola atravs dos tempos.

Outra ao realizada foi uma palestra para os alunos e professores da oitava srie com a Psicopedagoga e Hipnoteraputica, Gilcilene Souza, intitulada relaes interpessoais no ambiente escolar.

Com a parceria de profissionais residentes no municpio, foi oferecida aos professores da srie uma palestra com o tema relaes interpessoal e inteligncia emocional, ministrada por um psiclogo, Outra ao desenvolvida foi a oficina de ginstica laboral realizada por um professor licenciado em Educao Fsica.

Quadro 4 Aes planejadas e realizadas na intervenoAoResponsvel (is)Problemas encontrados na execuo da ao e estratgias de interveno

QuestionrioCinelndia e ValdeciA dificuldade encontrada deu-se por conta da indisponibilidade de tempo por parte do professor para responder ao questionrio.

EntrevistaCinelndia e ValdeciA dificuldade encontrada deu-se por conta da indisponibilidade de tempo por parte do professor para responder a entrevista.

Relato de vivnciasCinelndia e ValdeciNo tivemos problemas para executar a ao

Palestra Cinelndia e ValdeciNo tivemos problemas para executar a ao

OficinaCinelndia e ValdeciA escola passava por uma reforma parcial, sendo assim adiamos a ao.

Percebe-se que apesar de termos passado por algumas dificuldades como a indisponibilidade de tempo para a realizao de algumas aes, as mesmas foram concretizadas e contriburam para uma convivncia melhor entre professores e alunos, alunos e alunos e demais servidores da escola, pois os mesmos comearam a se respaldar a partir do respeito mtuo.

Aps o desenvolvimento de algumas aes houve o aumento de visitas dos pais a escola, para ficarem cientes sobre o desempenho escolar e comportamento dos filhos, bem como reivindicar a mudanas de atitudes por parte de alguns profissionais que atuam na mesma.

Alm das aes previstas, conseguimos promover uma palestra com o tema Relaes interpessoais na escola, conforme o quadro 6 abaixo. A mesma foi destinada aos professores, com o objetivo de sensibiliz-los para a importncia da relao harmoniosa no espao escolar e em sala de aula. Os palestrantes procuraram motivar e capacitar os professores para se darem conta do desafio que administrar conflitos, destacando a importncia de um ambiente saudvel para o processo ensino aprendizagem. Atravs de dinmicas, leitura e reflexo de variados portadores de textos que abordavam a temtica, mostraram a relao entre aprendizagem e afetividade.Quadro 6 Aes no planejadas e realizadas na intervenoAoResponsvel (is)Recurso(s) necessrio(s)Como esta ao contribuiu para alcanar o objetivo da interveno?

Palestra sobre relaes interpessoaisCinelndia e ValdeciProjetor de multimdias; computador, impressora, papel ofcio,Alguns professores se tornaram mais sensveis e abertos ao dilogo para com os alunos

Ao trmino da palestra percebemos a satisfao por parte dos professores, uma vez que entenderam que podero lidar melhor com os conflitos internos, pessoais e profissionais, se forem capacitados.

A comunidade escolar acreditou no projeto, por se tratar da construo de um ambiente escolar onde acontea educao de qualidade. Espao onde tero como retorno o fortalecimento de vnculos afetivos.

As aes necessitam ser ampliadas para atingir um nmero maior de pessoas. preciso criar na escola um espao onde aconteam mudanas reais de comportamentos e atitudes. H a necessidade do professor, aluno, gestores e demais servidores que atuam no ambiente escolar assumir diferentes posturas em relao a maneira de se relacionar e isso se dar a partir da capacitao em servio.

Podemos perceber a partir do projeto de interveno que a escola pode proporcionar um ambiente saudvel em que seja possvel construir relaes afetuosas que se propaguem para o interior da sala de aula e consequentemente para alm dos muros da escola.

5 CONSIDERAES FINAISO presente estudo teve como objetivo refletir sobre a afetividade no contexto escolar, especificamente na sala de aula, com alunos e professores da 8 srie, do Ensino Fundamental, do turno matutino, do Colgio Estadual Joo XXIII, em Itaberaba, BA desenvolvendo anlises sobre a interao entre a aprendizagem e a afetividade. Para isto elaborou-se um projeto de interveno, construdo de forma coletiva, cujas aes contribuiriam para a melhoria das relaes estabelecidas no ambiente escolar.Ao analisar os dados do colgio um aspecto positivo na realizao do projeto de interveno foi a participao e o envolvimento da comunidade escolar na definio e avaliao das aes.

A pesquisa evidenciou que as formas como o professor e demais profissionais tratam o aluno pode levar a uma relao afetiva negativa o que influenciar no desempenho escolar do mesmo. Essa pesquisa revelou-nos tambm que os afetos manifestados pelos alunos so percebidos pelos professores e que esses sentimentos muitas vezes fazem com que a prtica pedaggica do professor se modifique. A aprendizagem acontece de fato quando existe relao entre contedos e afeto. Na medida em que o professor se torna consciente de seu papel e se porta enquanto ser inacabado, predisposto a aprender e a compartilhar os conhecimentos com os alunos, acreditando e valorizando suas capacidades, perceber que a aprendizagem um processo mtuo, intencional e recproco e que precisa ser renovado a cada dia.

5.1 CONCLUSO Repensar a construo de uma comunidade escolar mais solidria resgatar valores baseados no afeto, esses fazem a diferena nas relaes do dia-a-dia na escola. A partir desta pesquisa foi possvel confirmar as expectativas sobre a ligao entre aprendizagem e afetividade, ambas possuem influncia na maneira de ser e agir do indivduo, pois o conhecer e o agir so inseparveis.

Mediar os conflitos que surgem na sala de aula um desafio para o educador no momento atual. A relao professor e aluno precisa ser saudvel, baseada na confiana e no respeito. Ao educador cabe gostar do que faz para que consiga contagiar seu aluno, expressando o interesse pelo crescimento do mesmo, na medida em que proporciona um ambiente mais agradvel para que a aprendizagem acontea.

O trabalho desenvolvido para resgatar a afetividade no espao escolar permitiu-nos repensar as relaes que se estabelecem na escola no sentido de que o trabalho pedaggico alm de possibilitar a aquisio dos saberes acumulados pela humanidade e aos que ainda sero construdos, esteja tambm voltados para o estado emocional de todos os profissionais que nela atuam de forma positiva. Para isto, as escolas precisam investir na qualidade das suas relaes, valorizando o desenvolvimento afetivo e social atravs da capacitao dos profissionais que nela atuam para que estes aprendam a administrar situaes de conflitos no interior da escola e se sintam motivados e valorizados.Recomenda-se esse estudo como referncia para os profissionais que atuam na rea educacional no sentido de possibilitar o aprofundamento do estudo sobre a afetividade e sua interao com a aprendizagem e que esses profissionais possam ser capacitados para ressignificar as relaes que se estabelecem nos diferentes espaos da escola.

REFERNCIAS

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MATTOS, Geraldo. Dicionrio Jnior da Lngua Portuguesa. 3 ed. So Paulo: FTD, 2005.

MORAES, Jos Geraldo Vinci de. Caminhos das Civilizaes: histria integrada. Atual, 1998.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligncia na criana. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 389 p.

____________. A epistemologia gentica. Petrpolis, Vozes, 1972.

VYGOTSKY, Lev S.; LURIA, Alexandr R.; LEONTIEV, Alexis N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem (coletnea de textos). So Paulo: cone, 1988.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. Formao social da mente. 3. ed., Rio de Janeiro, Martins Fontes, 1988.

_____________Pensamento e Linguagem. So Paulo: Martins Fontes, 1993.

_____________ Formao Social da Mente. Martins Fontes - So Paulo. 5. ed. 1994.

_____________O desenvolvimento psicolgico na infncia. So Paulo: Martins Fontes, 1998.

WALLON, Henri. Psicologia e Educao da Infncia. Lisboa: Estampa, 1975.

_______________.Psicologia. Maria Jos Soraia Weber e Jaqueline Nadel Brulfert (org.). So Paulo, tica, 1986.

LIVROS E MONOGRAFIASABREU, Marisa Vasques de. Progesto: como desenvolver a gesto dos servidores da escola? Mdulo VIII Braslia. CONSED Conselho Nacional de Secretarias de Educao, 2001.

ASSIS, Hamilton Moreira de. Metodologia do Ensino Superior. 2008 Mdulo 4 Ps Graduao em gesto e desenvolvimento de Pessoas em Ambiente Organizacional FTC-EAD

OLIVEIRA, Patrcia Mendona de Souza. As relaes institucionais entre alunos, professores e a gesto do ensino superior, sob a luz da LDB, na forma da Lei n9394/96, em 20 de dezembro de 1996.A INFLUNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM. Disponvel em: http://www.arteterapiadf.com.br/textos/monografia_completa.pdf Acesso em fevereiro de 2011.

A RELAO AFETIVIDADE APRENDIZAGEM NO COTIDIANO DA SALA DE AULA: ENFOCANDO SITUAES DE CONFLITOS. 2003. Disponvel em: wwwunicampsciencia.com. br/artigos/polticas-educapdf.acessado em 09/02/2011

OS ASPECTOS SCIO-AFETIVO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA VISO DE PIAGET, VYGOTSKY E WALLON. Disponvel em:< http:/ www.educacaoonline.pro.br/art_o_aspecto_socio. Acesso em fevereiro de 2011.

RELAES INTERPESSOAIS E SOCIABILIDADE. Disponvel em: . Acesso em 02/03/2011.

ANEXO A Questionrio aplicado aos professoresIDENTIFICAO FUNCIONAL:

Nome do entrevistado: _____________________________________________

Endereo: _______________________________________________________

Bairro:__________________________________________________________

Cidade: _____________________________CEP: _______________________

Telefone:________________________________________________________

E-mail: _____________________@ __________________________________

Assinale com um X a informao apropriada:

QUESTIONRIO:

1. Faixa Etria

Menos de 18 anos ............................( )

De 18 a 25 anos................................( )

26-35 anos........................................( )

36-45 anos........................................( )

46-55 anos........................................( )

mais de 55........................................( )

2. Formao

( ) 1 grau

( ) 2 grau

( ) Superior completo

( ) Ps-Graduao

( ) Mestrado

( ) Doutorado

3. H quanto tempo voc exerce a funo docente?

( ) menos 05 anos

( ) 05 a 15 anos

( ) 15 a 25 anos

( ) 25 a 35 anos

( ) mais 35 anos

4. A escola cumprir sua misso de educar se todos os que a constituem tiverem uma postura de respeito mtuo, cooperao e criatividade.

( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

5 O aluno precisa ser valorizado, para que acredite em si mesmo, em conseqncia ter um bom rendimento escolar.

( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

6. As atitudes na escola precisam ser pautadas na compreenso, no respeito s diferenas, no reconhecimento do outro como ser humano. Para isso, deve ser levado em considerao que os seres humanos vivem em interao e que a ao de um interfere no outro.

( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

7. Precisamos conhecer as prprias emoes, saber lidar com elas, aprender a control-las e us-las para orientar o nosso comportamento.( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

8. Um dos principais desafios atuais a falta de comunicao entre professores e alunos.

( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

9. So competncias e habilidades exigidas a todos os docentes: despertar o interesse e a ateno dos alunos, motiv-los, convoc-los ao dilogo, conhecer suas histrias de vida, compreend-los.( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

10. A competncia tcnica e a competncia emocional devem estar interligadas para um bom relacionamento professor aluno.

( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

11. O aspecto afetivo est associado ao desenvolvimento intelectual.

( ) Sim ( ) No ( ) No tenho opinio

ANEXO B Questionrio aplicado aos alunos

FICHA DE INFORMAES PESSOAIS

Nome do aluno:_________________________________________________________

Data de nascimento: ____/____/________ Idade: ______________________________

Srie: _________Turma:___________________ Turno:_________________________

Nome do pai: ___________________________________________________________

Nome da me: __________________________________________________________

Endereo: _____________________________________________________________

Telefone:________________ E-mail: ___________________@ __________________

Data da entrevista: _____/____/2010. Hora incio: _____________ fim: ____________

INSTRUES ESPECIAIS:

Leia cada afirmativa atentamente.

Responda de acordo com a maneira que voc se sente.

Deixe os itens que voc no entender em branco

Para as questes de 01 a 10 utilize um X para marcar no parntese correspondente.

QUESTIONRIO:

1. Voc considera a educao escolar importante?

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro 2. H na escola onde voc estuda o sentimento de respeito e confiana entre os professores e alunos.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

3. Na escola, os professores respeitam os alunos, aceitando as diferenas.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

4. A escola valoriza alunos e professores pelas boas coisas que fazem.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

5. Os profissionais que atuam na escola esperam o melhor de mim.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

6. Meus professores esperam que todos os alunos tenham sucesso no processo ensino aprendizagem.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

7. Meus professores acompanham o meu desempenho escolar.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

8. Sou avaliado de forma justa.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

9. Relaciono-me bem com outros alunos na sala de aula.

(1) Concordo (2) Discordo (3) Neutro

ANEXO C Entrevista realizada com os professores

IDENTIFICAO FUNCIONAL:

Nome do entrevistado: _____________________________________________

Endereo: _______________________________________________________

Bairro:__________________________________________________________

Cidade: _____________________________CEP: _______________________

Telefone:________________________________________________________

E-mail: _____________________@ __________________________________

1. Qual a importncia da afetividade para o bom desempenho na aprendizagem?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Como voc percebe a relao de afeto dos alunos?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. comum os alunos demonstrarem afeto com os professores?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Em que momento na escola voc encontra dificuldade em demonstrar afeto com os alunos?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Existem algumas atitudes que voc considera sendo de no afeto? Quais?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6. Como voc caracterizaria a relao professor e aluno no ambiente escolar?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. De que forma o professor pode contribuir para a motivao de seus alunos tornando-os pessoas capazes de demonstrar que podem ir alm das suas possibilidades de aprendizagem?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Voc acredita que o professor pode contribuir para tornar o ambiente escolar em um espao harmonioso?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. O professor precisa pensar e se preocupar com a marca que est deixando em seus alunos. Para voc, quais so essas marcas?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Em sua opinio, qual o principal responsvel pelo insucesso dos alunos?

________________________________________________________________________________________________________ANEXO D Entrevista realizada com os alunosFICHA DE INFORMAES PESSOAIS

Nome do aluno:_____________________________________________________

Data de nascimento: ____/____/________ Idade: __________________________

Srie: _________Turma:___________________ Turno:______________________

Nome do pai: _______________________________________________________

Nome da me: ______________________________________________________

Endereo: __________________________________________________________

Telefone:________________ E-mail: ___________________@ _______________

Data da entrevista: _____/____/2010. Hora incio: _____________ fim: _________

1. O que voc no gosta na escola?Por qu?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. O que voc mais gosta na escola?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Como seria, para voc, a escola ideal? Por qu?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Para voc o que significa afeto?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Como voc se sente na tua turma da escola? Por qu?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Como so teus professores?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Como percebes o afeto dos professores com voc?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Em que momento da rotina da escola encontra dificuldade em demonstrar afeto com os professores?

______________________________________________________________________________________________________________________9. De que forma voc pode contribuir para melhorar as relaes pessoais na sua escola?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Figura SEQ Figura \* ARABIC 2 Organograma da unidade escolar