Acidente Queda Altura - UHE Coqueiros
-
Upload
marcos-aurelio -
Category
Documents
-
view
32 -
download
1
Transcript of Acidente Queda Altura - UHE Coqueiros
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 1 de 24
RELATÓRIO DE ACIDENTE DO TRABALHO
Gravidade: “ A” com óbito
Acidentado: Admilson da Silva
Data nascimento : 30/12/1980
Função : Soldador
Empresa: Consórcio TBC
Data de admissão: 02/02/2009
Data do acidente: 25/06/2009 Horário: 23:30hs
Empreendimento : UHE Barra dos Coqueiros
Descrição resumida do acidente ocorrido:
O colaborador Sr. Admilson da Silva, estava desenvolvendo a atividade
de soldagem do alinhamento da guia da forma deslizante da parede 1 do
vertedouro, na UHE Barra dos Coqueiros, por volta das 23:30hs do dia
25/06/2009, à uma altura aproximada de 19 metros, quando o cinto de
segurança rompeu e o mesmo caiu.
O funcionário foi imediatamente socorrido e conduzido ao hospital local,
onde, depois de examinado foi encaminhado para hospital em Goiânia vindo a
falecer no trajeto.
Foto 01. Vista do local do acidente ocorrido (foto tirada dia 17/06/2009).
Parede 1 do vertedouro
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 2 de 24
Foto 02. Vista do local do acidente.
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 3 de 24
Fatos:
Levantaram-se os seguintes fatos:
• Todos os exames indicados no PCMSO – Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional para a função de
soldador foram realizados e o ASO – Atestado de Saúde
Ocupacional, emitido em 02/02/2009 concluiu que o
funcionário estava apto para a função de soldador;
• Em 10/05/2009 há registro de uma medição da pressão arterial
do Sr. Admilson da Silva, cujo resultado foi de 130x90 mmHg;
• Na ordem de serviço emitida em 02/02/2009 assinada pelo Sr.
Admilson da Silva, consta a instrução de usar cinto de
segurança para atividades acima de 2 metros de altura;
• O funcionário participou da elaboração da APR – Análise
Preliminar de Risco elaborada dia 25/06/2009, que indicava o
uso do cinto de segurança com 03 pontas;
• Há evidencias de treinamento do acidentado sobre segurança
em equipamentos oxicombustíveis, com carga horária de 4
horas, emitido em 26/03/2009;
• A ficha de EPI´s do Sr. Admilson da Silva, consta a retirada de
vários EPI`s, inclusive do cinto paraquedista com 03 pontas
(CA 15.730), dois conjuntos talabarte mosquetão grande de
aço (CA 14.257) e um conjunto de talabarte mosquetão
poliamida (CA 9915);
• O acidentado estava usando todos os EPI´s necessários para
o desenvolvimento de sua atividade (Foto 03).
• O trabalhador estava atracado, aparentemente, somente com
o cabo de aço passando pela ferragem e preso na outra
extremidade de sua cintura (Foto 04).
• A máquina de solda estava aterrada, conforme verificação
realizada em 26/06/2009.
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 4 de 24
Foto 03. Alguns EPI´s que o acidentado estava utilizando no momento
do acidente.
Foto 04. Simulação da situação de uso do cinto de segurança no
momento do acidente.
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 5 de 24
Análise Técnica:
• A NR-18 diz no item 18.23.3, que o cinto de segurança tipo
pára-quedista deve ser utilizado em atividades a mais de
2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de
queda do trabalhador;
• Para o trabalho em altura, nestas situações, o recomendado é
a utilização de, no mínimo, dois talabartes atracados em locais
diferentes. Assim, haverá a garantia de que, se houver falha
em deles, há a segurança de um segundo para a manutenção
do trabalhador até que o mesmo seja resgatado. Ou ainda, o
uso de um cabo guia com um trava-quedas preso ao cinto de
segurança, como um segundo sistema de segurança;
• A máquina de solda elétrica utilizada estava aterrada,
conforme determina o item 18.11.8 da NR-18;
Avaliação preliminar:
O funcionário estava trabalhando em altura, desenvolvendo sua
atividade de soldagem, para a qual estava capacitado. O procedimento usual é
a utilização de dois talabartes presos, o que, neste caso, aparenta-se que o
acidentado estava utilizando apenas um deles, que veio a se romper e
ocasionou a sua queda.
O rompimento do cabo, que neste caso era de aço galvanizado de
4,8mm de diâmetro, aparenta ter sido pela fusão de seu metal, provocada por
uma possível fuga de corrente elétrica, ficando apenas uma trama que se
rompeu por esforço (Foto 05). Observou-se também que o olhal possui marcas
de fuligem (incandescência de carbono), reforçando a hipótese de um
rompimento por excesso de temperatura (Foto 06).
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 6 de 24
Foto 05. Cabo de aço do talabarte que rompeu.
Foto 06. Olhal que era a ancoragem do cabo de aço que rompeu.
O cinto de segurança utilizado (CA 15.730) possui dois conjuntos de
cabos e talabartes. Um conjunto sendo de cabo de aço (Foto 07) com talabarte
(CA 14.257) e outro com poliamida (Foto 08) e talabarte (CA 9915). Isto porque
a soldagem gera calor e pode no contato com a poliamida romper a mesma
pelo aquecimento. Já o cabo de aço é condutor de energia. Por isso, o uso dois
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 7 de 24
conjuntos, sendo recomendado que o cabo de poliamida seja utilizado como o
ponto das costas, ficando fora do alcance da área contato com a ferragem ou
com o jacaré.
Foto 07. Conjunto de cabo de aço e talabarte.
Foto 08. Conjunto de poliamida e talabarte.
Observou-se que uma pequena parte do cabo de aço, que possui uma
proteção de material flexível e transparente estava exposto (Foto 08). Não há
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 8 de 24
indícios de que esta exposição tenha sido causada por aquecimento e sim por
contato mecânico. Talvez, causado pelo freqüente atrito com as ferragens.
Foto 08. Parte do cabo de aço sem a proteção flexível e transparente.
Recomendações:
Diante do relatório apresentado, recomenda-se:
• Paralisar as atividades de soldagem com solda elétrica em
altura até que as causas deste acidente sejam devidamente
investigadas e corrigidas para a garantia dos demais
trabalhadores;
• Aguardar a emissão do atestado de óbito do Sr. Admilson da
Silva, para a confirmação da causa mortis;
• Realizar a investigação do acidente para a identificação das
causas básicas e tratá-las adequadamente.
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 9 de 24
Elaboração:
Kleber Lúcio Borges Assessor Técnico – Eng. Seg. Trabalho Gerdau Aços Longos S/A
Ricardo Marques Assessor Técnico Gerdau Aços Longos S/A Fábio Ribeiro Gestão EPC Segurança e Meio Ambiente Engevix
Data: 26/06/2009
ANEXOS
• Ficha de entrega e controle de EPI;
• Certificado de participação no treinamento de segurança em
equipamentos oxicombustíveis;
• Ordem de serviço;
• APR da atividade;
• ASO;
• Controle de pressão arterial;
• Boletim de ocorrência do acidente;
• Verificação do aterramento da máquina de solda.
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 10 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 11 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 12 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 13 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 14 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 15 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 16 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 17 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 18 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 19 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 20 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 21 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 22 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 23 de 24
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros Página 24 de 24