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Acesso às tecnologias do agronegócio caju na Embrapa Agroindústria Tropical PARTE 8 Foto: Cláudio de Norões Rocha

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Acesso às tecnologias do agronegócio caju na Embrapa Agroindústria Tropical

Parte 8

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Antônio Genésio Vasconcelos NetoLucas Antônio de Sousa LeiteJoão Pratagil Pereira de Araújo

Sistema Embrapa Agroindústria Tropical de transferência de tecnologias

Resumo: A transferência de tecnologias é parte do macroprocesso de produção de uma instituição de ciência e tecnologia, como a Embrapa. Nessa fase, a tecnologia é repassada ao setor produtivo, para que ele a insira em um contexto econômico, social e ambiental, contribuindo para a evolução do cenário vigente. Para que a transferência ocorra, pode-se lançar mão de diversas metodologias, de acordo com as circunstâncias, levando-se em consideração variáveis como público-alvo e o objetivo das ações, entre outras. A seguir, apresentam-se algumas das metodologias utilizadas pela Embrapa Agroindústria Tropical, com o intuito de contribuir para aplicação e uso das diversas tecnologias pesquisadas, desenvolvidas ou adaptadas por essa instituição.

IntroduçãoA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), empresa pública de

direito privado, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi criada em 26 de abril de 1973. Atualmente, tem como missão “Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira” (EMBRAPA, 2011). Tendo em vista a diversidade de ecossistemas e biomas existentes no território brasileiro, para realizar os trabalhos demandados pela sua missão, foram criadas várias Unidades Descentralizadas, com o objetivo de atuarem mais especificamente, de acordo com as finalidades para as quais foram designadas. Atualmente, são 46 Unidades de Pesquisa e de Serviços localizadas em quase todo o território nacional, sendo divididas em Unidades Ecorregionais (15), Unidades de Produtos (16), Unidades de Serviços (04) e Unidades Temáticas (11), conforme Figura 1.

Capítulo1

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Figura 1. Distribuição geográfica das Unidades da Embrapa no Brasil.

Embrapa Agroindústria TropicalÉ uma das Unidades Descentralizadas da Embrapa, classificada como Unidade

Temática, e encontra-se localizada em Fortaleza, CE. Ela provém do antigo Centro Nacional de Pesquisa de Caju (CNPCa) da Embrapa, fundado em 27 de abril de 1987. Sua função era o atendimento das demandas de pesquisas tecnológicas para a cajucultura. Porém, devido às alterações do agronegócio nacional e às demandas sociais, o CNPCa teve sua missão ampliada e foi transformado em Centro Nacional de Pesquisa da Agroindústria Tropical da Embrapa – Embrapa Agroindústria Tropical –, em 1o de abril de 1993. Foi implantado, de acordo com o seu primeiro Plano Diretor (EMBRAPA, 1993), com a missão de “gerar, promover e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos para o desenvolvimento sustentado da agroindústria tropical”. A partir de então, sua missão é revisada quando da elaboração de seus Planos Diretores, e atualmente, já no IV Plano Diretor, sua missão é “viabilizar, por meio de pesquisa, desenvolvimento e inovação, soluções para a sustentabilidade de cadeias produtivas da agroindústria tropical em benefício da sociedade brasileira” (EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL, 2012h). Assim, apesar de estar situada no Estado do Ceará, essa Unidade da Embrapa possui um mandato nacional para atender as demandas de toda agroindústria tropical.

1. Embrapa Clima Temperado 2. Embrapa Pecuária Sul 3. Embrapa Uva e Vinho 4. Embrapa Trigo 5. Embrapa Suínos e Aves 6. Embrapa Florestas 7. Embrapa Soja 8. Embrapa Agropecuária Oeste 9. Embrapa Gado de Corte10. Embrapa Pantanal11. Embrapa Agrossilvipastoril12. Embrapa Rondônia13. Embrapa Acre14. Embrapa Amazônia Ocidental15. Embrapa Roraima16. Embrapa Amapá17. Embrapa Amazônia Oriental18. Embrapa Cocais19. Embrapa Meio-Norte20. Embrapa Caprinos e Ovinos21. Embrapa Agroindústria Tropical22. Embrapa Algodão23. Embrapa Semiárido24. Embrapa Tabuleiros Costeiros25. Embrapa Mandioca e Fruticultura26. Embrapa Pesca e Aquicultura27. Embrapa Cerrados Embrapa Hortaliças Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Embrapa Agroenergia Embrapa Café Embrapa Informação Tecnológica Embrapa Transferência de Tecnologia Embrapa Estudos e Capacitação Embrapa Quarentena Vegetal

28. Embrapa Arroz e Feijão29. Embrapa Milho e Sorgo30. Embrapa Gado de Leite31. Embrapa Solos Embrapa Agroindústria de Alimentos32. Embrapa Agrobiologia33. Embrapa Informática Agropecuária Embrapa Monitoramento por Satélite Embrapa Gestão Territorial34. Embrapa Meio Ambiente35. Embrapa Pecuária Sudeste Embrapa Instrumentação

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O seu diferencial está em trabalhar com o enfoque de cadeias produtivas, por possuir infraestrutura e equipes de pesquisadores que permitem viabilizar soluções para as diferentes etapas do processo agroindustrial e por estar alinhada ao conceito de cadeia produtiva como “um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos” (DANTAS et al., 2002). Para a Embrapa Agroindústria Tropical, essa cadeia produtiva pode ser entendida, de forma resumida, como sendo formada por: fornecedores de insumos agropecuários, a produção agropecuária, o processamento agroindustrial, a distribuição atacadista, a distribuição varejista e o consumidor final. Verifica-se que, nessa ordem, existe o fluxo do produto físico em si e, na ordem inversa, tem-se o fluxo de informações e pagamentos. Influenciando todas essas correlações, existem dois ambientes – o “Ambiente Institucional” (normas, regulamentos, leis, hábitos, políticas, etc.) e o “Ambiente Organizacional” (educação, pesquisa, fomento, comunicação, etc.) –, cujas interações e correlações podem ser observadas na Figura 2. Ou seja, quando se trabalha com o enfoque de cadeia produtiva, tem-se a preocupação de apresentar soluções que não tragam apenas benefícios pontuais. Procura-se verificar quais os principais problemas de todo o sistema e como intervenções pontuais podem trazer resultados sistêmicos, trazendo, consequentemente, benefícios a um maior número de agentes presentes em uma referida cadeia produtiva.

Figura 2. Visão holística da cadeia produtiva agroindustrial.

(1) Figura apresentada por Vitor Hugo de Oliveira, então Chefe-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical, em palestra sobre “Gestão da Carteira de Tecnologias da Embrapa Agroindústria Tropical”. Brasília, 14 de setembro de 2011.

Fonte: Oliveira (2011)(1).

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Sistema de transferência de tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical

Parcerias e formação de multiplicadoresPara acelerar o acesso às soluções tecnológicas e aumentar a capilaridade

de atuação do processo de transferência de tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical, tem-se atuado juntamente com as estruturas parceiras existentes nos estados e municípios, a saber, empresas de assistência técnica e extensão rural, agentes locais, escolas técnicas e profissionalizantes, universidades, secretarias municipais e estaduais, entre outras instituições. Para esses parceiros, a transferência das tecnologias é feita pela formação de multiplicadores que passarão a atuar para atender às variadas demandas locais, geograficamente dispersas, gerando um efeito multiplicador desse processo de transferência de tecnologia. Com isso, atende-se ao maior número possível dos solicitantes, superando barreiras de infraestrutura física, humana e socioeconômica das instituições geradoras de tecnologias (CYSNE, 1996; MACULAN, 1996; ZAWISLAK, 1996). Soma-se, a essa estratégia, a disponibilização de suas tecnologias por diferentes metodologias e canais de transferência, podendo variar de acordo com o perfil tecnológico, público-alvo e outras necessidades específicas.

A partir disso, pretende-se mostrar, a seguir, as formas de acesso às tecnologias da Embrapa Agroindústria Tropical, voltadas para a cadeia produtiva da cajucultura, por meio do seu trabalho de transferência de tecnologia.

Com relação à cadeia produtiva da cajucultura, ela tem recebido a mesma sistemática trabalhada pela Embrapa Agroindústria Tropical. Procura-se atuar nas diversas etapas dessa cadeia, propondo-se soluções tecnológicas para os variados atores ali presentes, porém com ênfase no resultado holístico, auxiliando no desenvolvimento da cadeia como um todo.

Por outro lado, ao se analisar o contexto da cadeia produtiva do caju, em todo o território nacional, verifica-se que existem muitas demandas por soluções tecnológicas (já existentes). Elas vão desde o melhoramento genético, passando pelo preparo do solo, cultivo, manejo, tratos culturais, colheita, pós-colheita, até o processamento e o uso de resíduos agrícolas e industriais. Tendo em vista essa necessidade e a importância da cajucultura para o agronegócio brasileiro, principalmente para os estados produtores, localizados na região nordeste (IBGE, 2011), a Embrapa tem procurado atuar de forma a fazer com que o maior número de pessoas tenha acesso às tecnologias disponíveis.

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As soluções tecnológicas e formas de transferência As soluções tecnológicas, adaptadas ou desenvolvidas pela Embrapa

Agroindústria Tropical, são constituídas por resultados de pesquisas que podem ser expressos na forma de produtos (inclusive máquinas e equipamentos), processos ou serviços especializados. Como a Embrapa lida com diferentes tipos de público e com diferentes níveis de pesquisa, ela possui variadas formas de levar suas tecnologias para os demandantes. A finalidade, além de atingir o público-alvo, é a redução do intervalo de tempo entre a finalização de uma pesquisa pela instituição e sua efetiva adoção pela sociedade, um dos grandes gargalos existentes nas instituições de ciência e tecnologia (ICT) (GOMES; ATRASAS, 2005; MACULAN, 1996; ZAWISLAK, 1996).

Como ter acesso às soluções tecnológicasOs resultados da transferência de tecnologia são consequências das interações

entre profissionais especializados (fornecedor – nesse caso particular, os profissionais da Embrapa Agroindústria Tropical) com o público-alvo específico (receptor).

Para que esse processo ocorra com maior efetividade, é fundamental que o solicitante formalize sua demanda à Unidade, especificando qual sua necessidade, com o maior detalhamento possível, para que se possa definir qual a melhor forma de atendimento. Essa formalização pode ser realizada via correspondência, impressa ou eletrônica, sendo o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) um dos canais mais apropriados para tal. Na página eletrônica da Embrapa Agroindústria Tropical, estão presentes todos os contatos disponíveis para o cidadão.

Serviços de acesso às soluções tecnológicasA seguir, serão destacados os principais serviços de acesso às tecnologias da

Embrapa. No entanto, vale ressaltar que as opções apresentadas não representam uma lista conclusiva. De acordo com cada caso específico, poderão ser viabilizados acessos às soluções tecnológicas por outras metodologias, desde que estejam de acordo com as funções e a missão desta Unidade.

Consultoria técnicaA consultoria técnica se caracteriza por uma prestação de serviços

especializada, com o objetivo de solucionar um problema específico do solicitante, pela inserção de tecnologias desenvolvidas ou adaptadas pela Embrapa Agroindústria Tropical. Por se tratar de serviços prestados voltados para demandas específicas, cada solicitação deverá ser analisada de forma independente para que se possa verificar como será a atuação da Unidade na referida consultoria técnica. Pela sua individualidade, esses serviços terão um custo financeiro a ser pago pelo demandante. No custo do serviço, levam-se em consideração vários itens, como o

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tempo dedicado pelos profissionais da Embrapa, a necessidade de material de consumo, o uso de equipamentos da Empresa, deslocamentos (envolvendo diárias e passagens, em caso de viagens), o valor da tecnologia, produto ou processo, entre outros fatores. Esses custos poderão ser pagos com recursos do próprio demandante, ou por meio de projetos ou linhas de créditos de instituições de fomento.

CursosOutro mecanismo bastante utilizado para transferência das tecnologias é a

realização de cursos e capacitações. A metodologia aplicada aos cursos permite mesclar os conhecimentos teóricos com as práticas e soluções inovadoras, proporcionando um maior nível de aprendizado para os participantes.

Visando atender um maior número de pessoas que demandam soluções tecnológicas, para serem aplicadas em suas atividades profissionais, a Embrapa Agroindústria Tropical trabalha com o conceito de formação de multiplicadores. A estratégia dessa metodologia é capacitar profissionais que atuarão como multiplicadores do conhecimento adquirido nesta Unidade da Embrapa, para outras pessoas que necessitam utilizar esses conhecimentos em suas atividades agroindustriais. Dessa forma, consegue-se disseminar as soluções tecnológicas para um grande número de pessoas, distribuídas nos mais variados locais do Brasil ou do exterior. Para se alcançar esses objetivos, o público-alvo dessas capacitações são, prioritariamente, pessoas que possuam vínculos formais com instituições de reconhecida prática de difusão técnica, capacitação, além das que realizam trabalhos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Também poderão receber esses cursos outras instituições, como, por exemplo, as empresas (públicas ou privadas) de Ater; as instituições de ensino superior, técnico ou profissionalizante; as instituições de ciência e tecnologia; os governos (municipais, estaduais, federal ou internacional), entre outros.

Cursos sob demanda e sob ofertaOs cursos organizados e oferecidos pela Embrapa Agroindústria Tropical

poderão ocorrer sob oferta ou sob demanda. Cursos sob oferta – São aqueles ofertados pela Embrapa, com um conteúdo

específico, voltado para transmitir tecnologias específicas. Eles podem ser gratuitos ou pagos, a depender da existência de projetos ou outras fontes de recursos financeiros que custeiem em parte ou a totalidade da capacitação.

Cursos sob demanda – São os que ocorrem em resposta a uma solicitação formal direcionada à Embrapa Agroindústria Tropical, em que o demandante informa sua necessidade de realização de um curso específico, para um determinado grupo de pessoas, com foco delimitado de conteúdo. Nesse caso, ele é realizado com ônus para o demandante. Este receberá uma proposta didática e financeira para a realização da referida capacitação, visando ao atendimento da necessidade

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explicitada. Destaca-se que esse tipo de curso pode ser solicitado tanto por instituições públicas quanto particulares, nacionais ou internacionais. No entanto, o atendimento às solicitações estará sujeito à disponibilidade do quadro de profissionais da Embrapa, quanto ao tempo e expertise no assunto demandado.

Unidade Didática de Processamento de Frutos TropicaisCom a crescente demanda por cursos de formação de multiplicadores

específicos para o processamento de frutas tropicais e para o beneficiamento da castanha-de-caju, a Embrapa Agroindústria Tropical construiu a Unidade Didática de Processamento de Frutos Tropicais, em seu Campo Experimental de Pacajus, CE, situado a, aproximadamente, 60 km da capital, Fortaleza. O seu principal objetivo é ser uma unidade didática de capacitação de técnicos, além de pequenos e médios produtores rurais, em processamento de frutos tropicais. Além disso, a sua infraestrutura e equipe técnica estão capacitadas para testes de novos equipamentos e desenvolvimento de novos processos agroindustriais.

Infraestrutura de processamento de frutas e processamento artesanal de castanha-de- -caju no Campo Experimental de Pacajus

A área total da Unidade Didática de Processamento de Frutas é de 400 m², sendo dividida em duas plataformas estratégicas. A primeira delas é destinada ao processamento de frutas tropicais, e a segunda, ao beneficiamento de castanha-de-caju. Além disso, somando-se a esse espaço, existem salas de apoio técnico e didático, com 150 m² de área, bem como um local destinado ao Processamento Artesanal e um depósito para o armazenamento de castanhas e sementes, com área de 230 m². Ou seja, ao todo são 780 m² nesse complexo voltado para a transferência de tecnologias da Embrapa Agroindústria Tropical, situado em Pacajus, CE.

Dentre os temas oferecidos para capacitação, destacam-se: processamento de doces e geleias, desidratação de frutas e hortaliças, processamento de polpas e sucos de frutas, processamento de cajuína, xaropes e licores, elaboração de produtos filtrados por membranas, beneficiamento de castanha-de-caju e caramelização e fritura de amêndoa de castanha-de-caju (EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL, 2012i). Ou seja, o grande foco das capacitações oferecidas é a valorização da matéria- -prima pela agregação de valor, por meio do seu processamento e oferta de produtos diferenciados aos mais variados tipos de mercados.

Unidade Didática MóvelA Unidade Didática Móvel de Transferência de Tecnologia é composta por

um caminhão, do tipo “baú” (Figura 3), com diversas máquinas e equipamentos necessários para a capacitação de técnicos e produtores rurais, tanto na parte prática quanto na teórica, uma vez que sua estrutura pode ser utilizada como sala de

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Figura 3. Unidade Didática Móvel para transferência de tecnologias agroindustriais.

Transferência de tecnologias agroindustriais e o Cozinha Brasil

A Unidade Didática Móvel serve, também, como apoio às ações do programa Cozinha Brasil – Alimentação Inteligente, uma ação do Conselho Nacional do Sesi em parceria com os ministérios de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Educação e da Saúde.

O Cozinha Brasil tem como principal objetivo ensinar à população em geral como preparar e consumir alimentos com baixo custo e alto valor nutritivo, evitando o desperdício de fontes nutritivas (SESI, 2012).

Por isso, as capacitações ministradas também servirão de suporte às ações do programa Cozinha Brasil, principalmente no que diz respeito ao fornecimento de ingredientes provenientes de frutas tropicais processadas.

Assim como a Unidade Didática de Processamento de Frutas, a Unidade Didática Móvel tem como foco a agregação de valor ao caju e outras frutas tropicais. Nela se realiza o processamento dessas matérias-primas e suas transformações em farinhas, desidratados, doces, geleias, polpas e outros produtos, conferindo-lhes maior vida útil. Isso oferece uma alternativa para a sua exploração comercial, além de sua comercialização no seu período de safra. Nessa época, os preços são reduzidos devido ao aumento da oferta e por serem os frutos muito perecíveis.

aula interna ou externa ao veículo. Assim, consegue-se superar barreiras estruturais necessárias para o aprendizado e efetiva aplicação dos conhecimentos, em locais que não possuem condições para o recebimento de cursos mais específicos, ou para públicos cujo deslocamento de toda uma turma de alunos seria demasiado oneroso.

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Parcerias de sucesso

A aquisição dos equipamentos da Unidade Didática Móvel foi viabilizada pelo Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa (PAC Embrapa) e pelo Projeto Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Os recursos para a aquisição do veículo e sua estrutura física interna são advindos da parceria entre a Embrapa e o Conselho Nacional do Sesi (Consesi). Participou, ainda, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por meio do Sesi e do Senai.

Os primeiros cursos de transferência de tecnologia, com objetivo de capacitação de técnicos, foram viabilizados pelo Banco do Nordeste, por meio do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundeci).

Incubação de empresas do agronegócio

Outra metodologia para a transferência de tecnologias desenvolvidas ou adaptadas pela Embrapa Agroindústria Tropical é a incubação de empresas. A incubação é definida como o ato de uma empresa estar vinculada a uma instituição (incubadora de empresas), que possui sua infraestrutura voltada para o estímulo à criação de novos negócios, tendo como base a transferência de tecnologia para empreendedores interessados (ANPROTEC, 2012).

Assim, tendo em vista a disponibilidade, no Brasil, de um grande número de incubadoras para a criação de novas empresas de base tecnológica agropecuária, a Embrapa optou pela criação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e Transferência de Tecnologia, o Proeta, com apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (PROETA, 2012).

O Proeta atua estimulando os empreendedores a iniciarem novos negócios a partir de tecnologias desenvolvidas ou adaptadas pela Embrapa, e que estejam disponibilizadas em seu site (http://www.embrapa.br/proeta). Dentre as suas finalidades, destacam-se: a transferência de tecnologias para a iniciativa privada, a contribuição para a geração de novos negócios de base tecnológica agropecuária, o apoio à disseminação da cultura de empreendedorismo e inovação, bem como a contribuição para a geração de emprego e renda.

Um dos grandes diferenciais do Proeta em relação aos métodos convencionais de incubação reside no fato de que a Embrapa já oferece a tecnologia, validada, pelo menos, em escala laboratorial. Por outro lado, no sistema tradicional, o empreendedor vai à incubadora de empresas com uma ideia ou tecnologia para ser desenvolvida na incubadora. Com o Proeta, o empreendedor reduz os riscos tecnológicos, uma vez que terá acesso a uma tecnologia já trabalhada pelos profissionais da Embrapa (VASCONCELOS NETO et al., 2009).

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Os empreendedores interessados em iniciar novos negócios com as tecnologias disponibilizadas devem submeter sua proposta a uma incubadora de empresas, parceira ao programa, mais próxima à região da sua empresa. Lá, eles participarão de um processo seletivo que possui, entre as suas etapas, a elaboração (com apoio das instituições) de um Plano de Negócios e sua avaliação por um comitê. Após a aprovação, dá-se início ao processo de incubação propriamente dito, em que a incubadora parceira irá apoiar o novo empreendimento nos itens relativos à gestão do negócio, principalmente, com facilidades de acesso a consultorias e capacitações específicas, bem como de financiamentos, que podem ser de duas modalidades de recursos. Os recursos reembolsáveis fazem parte da metodologia mais comum de financiamento, em que o financiado é obrigado a reembolsar a fonte financiadora com o valor retirado mais acréscimo de juros ou taxas, que podem variar de acordo com cada caso específico. Já os recursos não reembolsáveis são aqueles em que o financiado não precisa reembolsar a fonte financiadora, desde que empregue os recursos de acordo com um projeto aprovado pela instituição financeira.

Além disso, no sistema de incubação via Proeta, a Embrapa fica responsável pela capacitação dos representantes da empresa no que diz respeito à tecnologia selecionada para incubação, com o objetivo de transferir o conhecimento aos futuros utilizadores, para que eles adquiram condições técnicas para a sua comercialização. O processo de incubação possui duração média de 3 anos, podendo sofrer variações para mais ou para menos, de acordo com cada caso. Os interessados nessa metodologia devem acessar o site do programa (http://www.embrapa.br/proeta) e verificar as condições para participação.

Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em parceria com a iniciativa privada

A articulação de projetos de P&D em parceria com a iniciativa privada é uma forma de acelerar o processo de transferência de tecnologia para os seus beneficiários. Na Embrapa Agroindústria Tropical, todas as tecnologias desenvolvidas ou adaptadas foram resultados de projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados pela própria Embrapa, por agências de fomento (como BNB, Finep, CNPq, Funcap, Banco Mundial, Bird, entre outros) ou parceiros privados. Em qualquer forma de financiamento, todas as ações de P&D estão fundamentadas em projetos, nos quais são definidos os objetivos, as metas, as atividades, a equipe, o orçamento que irá custear as ações, cronograma de execução, entre outras informações. No entanto, isso não quer dizer que as tecnologias passem por esse processo de forma linear e única. Podem existir situações em que a tecnologia é fruto de várias sucessões de projetos de pesquisas, da mesma forma que, por outro lado, podem existir tecnologias que sejam fruto de apenas um projeto de pesquisa. Ou seja, não existe uma regra para essas ações.

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Fontes de recursos financeirosNessas parcerias, deve-se verificar como se dará o financiamento do custeio

das atividades a serem exercidas no projeto. Ele poderá ser de fonte particular, pública ou uma junção das duas fontes, devidamente coordenadas de acordo com as possibilidades vigentes. Para o financiamento de projetos de P&D e de inovação para a agroindústria tropical, os interessados deverão prospectar as diferentes fontes de financiamento disponíveis no País e entrar em contato com a Unidade, para apresentação do interesse e verificação das possibilidades de interação.

Vantagens da parceria Embrapa – iniciativa privadaNo meio científico, é senso comum que um dos fatores de sucesso dos projetos

de pesquisa e desenvolvimento é sua correlação com as demandas da iniciativa privada. Vale ressaltar que, quando se menciona o termo “iniciativa privada”, está se fazendo menção não somente às empresas (de qualquer porte), mas, também, às outras formas de organização social, tais como as Organizações Não Governamentais (ONG), cooperativas, associações, entre outros.

Uma das vantagens da interação da Embrapa com a iniciativa privada reside nos benefícios que são consequência da atuação em conjunto. Quando a iniciativa privada propõe parceria com uma instituição de ciência e tecnologia (ICT), como a Embrapa, em sua grande maioria, sua demanda representa um gargalo tecnológico que necessita da interferência de pesquisa e desenvolvimento para a obtenção de soluções para resolver problemas identificados. Os resultados advindos, como produto dessa interação, serão uma tecnologia voltada para a aplicação prática, em resposta a um problema destacado.

Outra vantagem dessa parceria é a possibilidade de submissão de propostas de projetos em conjunto, entre ICT e iniciativa privada, para editais que são voltados para estimular essa interação.

Beneficiários da parceria Embrapa – iniciativa privadaOs resultados obtidos na parceria entre Embrapa e iniciativa privada não

beneficiam apenas o parceiro contratante ou financiador da P&D. A Embrapa também se beneficia ao trabalhar com demandas efetivas do setor produtivo, além da possibilidade de avaliar, já no momento do desenvolvimento do projeto, as ampliações de escala (scale up), saindo de uma escala laboratorial para uma escala real, que avalia a solução tecnológica exatamente nas condições em que será utilizada.

Com os resultados dos projetos postos em práticas, essas soluções irão beneficiar diretamente a sociedade, uma vez que terão acesso a produtos, processos ou serviços cada vez mais avançados e com resultados melhores do que os existentes até então. Destaca-se que os indicadores sociais são sempre levados em consideração no momento do desenvolvimento de uma tecnologia. Assim, as

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tecnologias da Embrapa irão atingir a sociedade de forma direta ou indireta, nos mais diferentes setores, contribuindo para o desenvolvimento do País de forma socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente correta.

Desse modo, verifica-se que essas ações estão em consonância com o processo de inovação que toma por base o modelo da Hélice Tripla (ETZKOWITZ; LEYDESDORFF, 1997), que consagra o envolvimento de pelo menos três agentes nesse processo: a contribuição das instituições de ciência e tecnologia, a participação da iniciativa privada (empresas) e demais organizações sociais (ONGs, associações, cooperativas, movimentos sociais, etc.) e envolvimento do governo (políticas públicas). Somente com essa interação é que se consegue avançar, de forma mais expressiva, na obtenção de tecnologias aplicáveis com maior rapidez e efetividade.

Disseminação rápida de informações, tecnologias e resultadosA disseminação rápida de informações, das tecnologias e dos resultados de

pesquisa da Embrapa Agroindústria Tropical é uma das ações prioritárias de seus pesquisadores e gestores. Acompanhando as rápidas mudanças nos sistemas de comunicação, com o advento e crescimento da internet, essa Unidade da Embrapa investiu em novos produtos e processos de comunicação, visando disponibilizar, com mais rapidez, o acesso do público externo às informações e resultados das pesquisas desenvolvidas por profissionais, atingindo um maior número de pessoas e rompendo barreiras geográficas. Para isso, a Embrapa Agroindústria Tropical conta com vários mecanismos de divulgação de suas tecnologias, para atender os mais diversos públicos. A seguir, serão apresentadas algumas opções de acesso às tecnologias e informações disponibilizadas pela empresa para o seu público. Unidade Demonstrativa

A Unidade Demonstrativa é definida pela Embrapa, segundo Oliveira e Oliveira (2010), como a

demonstração de resultados de tecnologias geradas, adaptadas ou adotadas pela Embrapa, na forma de produto final, instalada sob a supervisão de um de seus centros de pesquisa, podendo ser com a coparticipação de órgãos de assistência técnica privada (ex: escritórios de planejamento) ou oficial (ex: Emater).

A Embrapa Agroindústria Tropical possui algumas Unidades Demonstrativas de suas tecnologias que podem ser visitadas pelo público para conhecer na prática os resultados das pesquisas desenvolvidas ou adaptadas por ela. Os interessados podem entrar em contato com a sede da Embrapa Agroindústria Tropical para saber mais informações sobre as localizações dessas Unidades Demonstrativas e as tecnologias ali disponibilizadas.

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Unidade de observação A unidade de observação refere-se à observação/validação de resultados

gerados ou de interesse da Unidade em diferentes ambientes e épocas, antes da obtenção do resultado final. A instalação pode ser feita isoladamente pela Embrapa ou em parceria com outras organizações, em área da própria Embrapa ou de terceiros, podendo ser com a colaboração de produtores, cooperativas, instituições de pesquisa pública ou privada. A sua finalidade é aproximar o agricultor dos benefícios gerados pela pesquisa.

Dia de Campo na TVO Dia de Campo na TV, veiculado pela Embrapa desde 1998, tem como objetivo

tornar disponíveis os resultados dos trabalhos desenvolvidos pela Empresa, em linguagem de fácil compreensão para um público diversificado, como agricultores, técnicos, estudantes, donas de casa, empresários e interessados nas tecnologias geradas ou adaptadas pela Embrapa e parceiros. Além de reportagens sobre o tema principal e debate com pesquisadores e outros convidados, o programa também apresenta os quadros “Falando sobre”, “Terra saudável”, e “Na prática”, que destacam lançamentos, dicas, outras tecnologias desenvolvidas pela pesquisa ou informações de temas mais abrangentes de interesse dos telespectadores. Os vídeos podem ser visualizados diretamente no site da Embrapa Agroindústria Tropical ou pelo site do Dia de Campo na TV pelo endereço <http://www.embrapa.br/diacampo>.

Figura 4. Capa do site do programa Dia de Campo na TV.Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012a).

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Página eletrônica da Embrapa Agroindústria TropicalA página eletrônica da Embrapa Agroindústria Tropical (Figura 5) pode ser

acessada na internet pelo endereço eletrônico <http://www.cnpat.embrapa.br>. Além de várias informações sobre a Unidade, sua história, estrutura e notícias periódicas, o leitor tem acesso a vários espaços que possuem vasto conteúdo sobre as tecnologias da Embrapa. Assim, é interessante que o usuário tenha essa página como uma entrada para uma série de conteúdos, com atalhos em um único ambiente, o que proporciona maior facilidade e agilidade no acesso às informações. Alguns desses espaços serão citados neste capítulo, porém, vale destacar que, por se tratar de um ambiente dinâmico, essas informações podem sofrer alterações de acordo com a necessidade do desenvolvimento de novas ferramentas.

Figura 5. Capa do site da Embrapa Agroindústria Tropical.Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012b).

Banco de TecnologiasO Banco de Tecnologias (BTec) é um espaço criado para expor, ao usuário, um

resumo das tecnologias desenvolvidas ou adaptadas pela Embrapa Agroindústria Tropical, separadas por grupos, tais como: Cultivar Gerada/Lançada; Metodologia Científica; Prática/Processo Agropecuário; Processo Agroindustrial. Ao acessar qualquer uma das tecnologias, serão apresentadas informações de resumo geral sobre elas, para que se tenha um conhecimento inicial sobre o assunto tratado, tais como: o que é a tecnologia, qual sua abrangência geográfica, seus benefícios, o público-alvo e como ela está disponibilizada, além de links para os documentos relacionados a ela. Caso o usuário tenha interesse em obter mais informações sobre

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Figura 6. Capa do site do Ceinfo.Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012c).

qualquer uma das tecnologias apresentadas, ele pode entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), acessando o atalho que consta ao fim da página de cada tecnologia.

Centro de Informações Tecnológicas e Comerciais para Fruticultura Tropical (Ceinfo)O Ceinfo é um site criado pela Embrapa Agroindústria Tropical com o objetivo

de oferecer ao usuário informações sobre diversos aspectos relacionados à fruticultura tropical, tais como: novidades da área (notícias), informações climáticas, economia e gestão, principais perguntas e respostas, políticas e normas técnicas, processos agroindustriais, pós-colheita, sistemas de produção, entre outros. O acesso a esse site pode ser feito por link existente dentro do site da Embrapa Agroindústria Tropical ou diretamente pelo endereço eletrônico <http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br>. As informações podem ser consultadas por um menu ao lado esquerdo do site, onde o usuário deverá escolher uma opção que vai proporcionar acesso aos documentos e informações disponíveis dentro do item escolhido (Figura 6).

Acervo DigitalO Acervo Digital é um banco de dados que reúne todas as publicações editadas

pela Embrapa Agroindústria Tropical, desde 1988, ano de início de suas atividades editoriais. Nele estão contidas as digitalizações de todo o acervo desta Unidade, com exceção de seus livros, tendo como objetivos principais a ampliação da visibilidade dos documentos técnicos produzidos e a reunião deles em um mesmo local de acesso eletrônico. A busca das informações desse banco de dados pode ser feita por cinco opções divididas em: assunto, autor, série/tipo, ano/título e palavra-chave.

526 Parte 8 Acesso às tecnologias do agronegócio caju na Embrapa Agroindústria Tropical

Figura 7: Capa do site do Acervo Digital.Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012d).

Livraria da Embrapa Agroindústria TropicalCom o objetivo de disponibilizar a aquisição local de publicações da Embrapa,

a Unidade possui uma livraria em sua sede onde estão expostas publicações suas e de outras Unidades da Embrapa. Outra opção é o acesso ao site da livraria, pelo link disponível no site da Embrapa Agroindústria Tropical. Caso o usuário tenha interesse em pesquisar todas as publicações das Unidades da Embrapa em todo o País, ele deve acessar o site da Livraria Embrapa, pelo endereço eletrônico <www.embrapa.br/liv>.

Revista Agroindústria TropicalA revista Agroindústria Tropical é uma publicação editada pela Embrapa

Agroindústria Tropical que busca, com uma linguagem dinâmica e atual, abordar assuntos ligados aos temas de pesquisas da Unidade, além de temas correlatos, auxiliando na divulgação de novidades de resultados de pesquisas e como eles

Após selecionar a opção desejada, o usuário terá acesso ao documento digitalizado na íntegra. Até 2011, a Embrapa Agroindústria Tropical disponibilizou mais de 550 publicações. Conforme afirma Vitor Hugo de Oliveira, na apresentação do site, todo esse volume de informação retrata o potencial de seus técnicos, além de evidenciar o compromisso de disseminar o conhecimento gerado e/ou apropriado por essa Unidade (EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL, 2012b). O acesso ao acervo pode ser feito diretamente do site da Embrapa Agroindústria Tropical (Figura 7).

527Capítulo 1 Sistema Embrapa Agroindústria Tropical de transferência de tecnologias

Figura 8. Exemplos de capas da Revista Agroindústria Tropical.

Vídeos do CNPAT no YouTube Com o intuito de divulgar seus resultados e atividades disponíveis em vídeo,

a Embrapa Agroindústria Tropical possui uma página no site YouTube onde são postados os vídeos gerados pela Unidade, Dia de Campo na TV, reportagens sobre os temas da agroindústria, fruticultura e floricultura tropical, entre outras produções. Já foram postados 13 vídeos, com 24 inscritos e 23.858 exibições de fevereiro de 2009 a janeiro de 2011. Os interessados podem acessar diretamente da página da Embrapa Agroindústria Tropical na internet (<http://www.cnpat.embrapa.br>) ou diretamente no YouTube pelo endereço <http://www.youtube.com/cnpat> (Figura 9).

podem ser acessados. A revista possui tiragem trimestral de 4.000 exemplares impressos. Porém, visando alcançar um maior número de leitores, dispersos nas mais diversas localidades, tem-se disponibilizado sua versão eletrônica para leitura no próprio site da Embrapa Agroindústria Tropical (Figura 8).

528 Parte 8 Acesso às tecnologias do agronegócio caju na Embrapa Agroindústria Tropical

Figura 9. Capa da página da Embrapa Agroindústria Tropical no YouTube. Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012e).

TwitterCom foco nas novas mídias eletrônicas, a Embrapa Agroindústria Tropical

possui uma página no Twitter. Essa rede social, com atualizações em tempo real, funciona como um microblog, onde os usuários podem inserir ou receber informações de assuntos que os interessam. Nele, a Unidade difunde novidades sobre suas ações, bem como de parceiros e notícias correlatas ao tema da agroindústria tropical. Além disso, esse microblog é um importante meio de comunicação rápida com a Unidade, uma vez que permite que os usuários repliquem as notícias disponibilizadas, bem como as respondam ou façam comentários. Ele pode se acessado no endereço eletrônico <http://www.twitter.com/embrapacnpat> (Figura 10).

Figura 10. Capa da página da Embrapa Agroindústria Tropical no Twitter.Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012f).

529Capítulo 1 Sistema Embrapa Agroindústria Tropical de transferência de tecnologias

FacebookSeguindo a tendência de novas mídias, a Embrapa Agroindústria Tropical lançou

sua página no site de relacionamentos Facebook. Com isso, a Unidade passa a dispor de outra ferramenta de divulgação de seus resultados de pesquisas, tecnologias, atividades e muitos outros assuntos de interesse social amplo, relativos à agroindústria tropical e suas cadeias produtivas. Assim como o microblog Twitter, essa ferramenta abre a possibilidade de interação do usuário com a Unidade, em uma linguagem mais ampla e acessível ao público em geral. Os interessados em conhecer essa página podem fazer o acesso diretamente pelo endereço <https://www.facebook.com/embrapaagroindustriatropical> (Figura 11).

Figura 11. Capa da página da Embrapa Agroindústria Tropical no Facebook. Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical (2012g).

Divulgação dos resultados de pesquisaA divulgação dos resultados das ações de P&D da Embrapa Agroindústria

Tropical faz parte da estratégia de disseminação rápida da informação. Essas divulgações ocorrem na forma de publicações técnicas e apresentação de trabalhos em congressos, seminários e simpósios, tanto no âmbito nacional quanto no internacional. No período de 2004 a 2010, a produção técnico-científica dos pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical totalizou 1.494 publicações, sendo 570 com a cultura do caju e 924 com frutas, flores e outros temas agroindustriais, sociais e ambientais. Esses resultados fazem parte da base de dados do Sistema de Acompanhamento de Metas – Relatório de Indicadores, componente do Sistema de Acompanhamento e Avaliação de Desempenho e do Sistema de Acompanhamento

530 Parte 8 Acesso às tecnologias do agronegócio caju na Embrapa Agroindústria Tropical

e Avaliação das Unidades da Embrapa. Os sistemas contemplam os indicadores de Produção Técnico-Científica (Artigo em Periódico Indexado, Artigo em Periódico não Indexado, Capítulo em Livro Técnico-Científico, Artigo em Anais de Congresso e Resumo em Anais de Congresso); Produção de Publicações Técnicas (Sistema de Produção, Circular Técnica, Comunicado Técnico/Recomendações Técnicas, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento e Documentos); e Desenvolvimento de Tecnologias, Produtos e Processos (Cultivar Gerada/Lançada – Evento Elite, Cultivar Testada/Indicada, Insumo Agropecuário, Processo Agroindustrial, Monitoramento/Zoneamento e Organização da Informação para Base de Dados).

ConclusãoCom essas formas e instrumentos apresentados, o Sistema Embrapa

Agroindústria Tropical de Transferência de Tecnologia se mostra bastante dinâmico e capaz de se moldar de acordo com as necessidades apresentadas. Com esse sistema, a Unidade permite o acesso rápido às informações tecnológicas, bem como aos resultados ou adaptações e melhorias específicas em soluções existentes, alterando as realidades dos beneficiários e usuários e contribuindo para agregação de valor à sua atividade empreendedora relativa à agroindústria tropical, nos mais variados âmbitos e proporções.

Vale destacar que as informações aqui apresentadas não possuem intenção de ser conceituadas como uma lista exaustiva. Ao contrário, são apenas algumas opções de acesso às informações tecnológicas e às próprias tecnologias em si. Devido à dinamicidade do Sistema de Transferência de Tecnologias da Embrapa Agroindústria Tropical, algumas dessas informações podem ser alteradas para se adaptarem às necessidades do ambiente e de seus usuários.

Para que o processo de transferência de tecnologia se torne permanente, efetivo e essencial ao desenvolvimento dos agronegócios relacionados à agroindustrial tropical, faz-se necessária uma atuação conjunta de governos, parceiros institucionais, instâncias de fomento e apoio à pesquisa, multiplicadores, representações de classes, organizações não governamentais, particulares e tantos outros para a consolidação desse processo.

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