AcçãO deformaçãO Q T B
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Acção de formação :
execução de gesso Q.T.B suporte teórico
Piedade Lourenço
Enfª. Consulta Externa Ortopedia B e C
Introdução
Esta formação pretende ser uma sessão informal, dinâmica e participativa.
Pretende-se dar a conhecer, ou relembrar, os passos na execução do Q.T.B, disponibilizando também algum suporte teórico.
Espera-se que seja um espaço de comunicação onde se possam trocar dúvidas e experiências e que ajude de alguma forma a integração de novos elementos no nosso serviço.
Plano da formação
Definição do Q.T.B e suas indicações.
Numa primeira fase, vamos relembrar rapidamente algumas noções de anatomia do membro inferior, essenciais na confecção de gessos.
A seguir daremos então início à sessão prática, com ajuda do suporte teórico.
O Q.T.B.
O Q.T.B. ou Quadrilateral Thigh Bearing (literalmente enfaixamento quadrilateral da coxa), é um gesso funcional.
Ou seja, trata-se de um gesso aplicado quando a fractura já tem uma certa estabilidade intrínseca.
Permite ao doente começar a fazer carga progressiva, assim como também alguma mobilidade das articulações.
É normalmente aplicado após fracturas do fémur e respectivo tratamento pré-funcional, cirúrgico ou conservador.
Noções básicas de anatomia do membro inferior
O esqueleto do membro inferior :O esqueleto do membro inferior :
O membro inferior divide-se em quatro segmentos : anca, coxa, perna e pé ;
quatro articulações principais : coxo-femoral, joelho, tibiotársica e falanges.
O esqueleto do membro inferior
Articulação coxo-femoral (anca) e fémur.
Articulação do joelho e rótula
O esqueleto do membro inferior
Tíbia e peróneo
O esqueleto do membro inferior
Tibiotársica e pé
O esqueleto do membro inferior
O sistema muscular do membro O sistema muscular do membro inferior do membro inferiorinferior do membro inferior
Os principais músculos da coxa
Os principais músculos da perna
Noções básicas de anatomia do membro inferior
O sistema muscular do membro inferior
Os principais músculos da coxa (superficiais)
PsoasPsoas : Origem : faces laterais das vértebras lombares Inserção : pequeno trocanter do fémur. Função principal : flexão da coxa e rotação externa.
Os três adutoresOs três adutores : Origem : crista púbica Inserção : fémur Função principal : adução da coxa
Tensor da fáscia lataTensor da fáscia lata : Origem : crista ilíaca Inserção : tuberosidade externa da tíbia, bordo esterno da rótula Função principal : flexão e abdução da coxa.
O sistema muscular do membro inferior
Os principais músculos da coxa (superficiais)
Quadricípete femoral: Quadricípete femoral: constituído por dois músculos laterais, os vastos, interno, externo e anterior ; o crural, músculo profundo, contra o fémur.
Origem : parte superior do fémur. Inserção :confluem para um tendão único, o qual se insere na tíbia.
Na espessura do tendão, pouco antes deste se inserir na tíbia, está incluída a rótula.
Principal função : è um potente extensor do joelho.O costureiroO costureiro :
Origem : espinha ilíaca, percorre toda a coxa obliquamente. Inserção : tendão na região superior interna da tíbia. Principal função : flexão da coxa, abdução e rotação externa.
Bicípete femoral (posterior) :Bicípete femoral (posterior) : Origem : tuberosidade isquiática. Inserção : cabeça do perónio. Principal função : flexão da perna sobre a coxa, extensão da coxa
sobre a bacia.
O sistema muscular do membro inferior
Os principais músculos da coxa (superficiais)
Semi-tendinoso e semi-membranoso :Semi-tendinoso e semi-membranoso : Origem : ísquio. Inserção : tíbia. Principal função : flexão e rotação interna da perna.
O sistema muscular do membro inferior
Os principais músculos da perna (superficiais)
Gémeos :Gémeos : Origem : côndilos externos e internos do fémur e cápsula articular do
joelho. Inserção calcâneo pelo tendão de Aquiles. Principal função : Flexão do pé.
Tibial anterior :Tibial anterior : Origem : tuberosidade externa e diáfise tibial. Inserção : primeiro metatarsico e cuneiforme. Principal função : flexão e inversão do pé.
Peróneo lateral :Peróneo lateral : Origem : cabeça do perónio e tuberosidade externa da tíbia. Inserção : primeiro metatársico e primeiro cuneiforme. Principal função : extensor e eversão do pé
O sistema muscular do membro inferior
Sessão prática
Material necessário para confecção do Q.T.B.
Malha de elasticidade continua (ou joelheira elástica). Malha tubular de jersey, extensível. Pé elástico, ou malha de elasticidade contínua. Ligaduras de algodão prensado. Ligaduras de “gesso sintético”, tipo “Delta-cast”. Pé plástico. Alinhador das hastes policêntricas.
Passos principais na execução do gesso Q.T.B.
Posicionamento do doente em decúbito dorsal, com especial cuidado no alinhamento do membro.
Aplicação da malha de jersey semi-elástica, do pé até à raiz da coxa. Aplicação do pé elástico ou tensoplast. Aplicação da malha de jersey extensível. Aplicação do algodão prensado na coxa, perna e pé, conforme técnica
já dominada pela equipa. imobilização da coxa com as ligaduras sintéticas, desde da raiz até 3
cm acima do pólo superior da rótula. Com especial atenção ao foco de fractura (manter alinhamento) e modelagem na raiz da coxa. Modelagem das faces interna e externa.
Sessão prática
Sessão prática
Passos principais na execução do gesso Q.T.B. Imobilização da perna, desde a Tibiotársica, permitindo a mobilidade
da mesma, até dois dedos acima do pólo superior da rótula. Modelagem da membrana interóssea, 1/3 superior dos gémeos, região supra condiliana da tíbia e tendão rotuliano.
Recortes a nível do joelho conforme P.T.B. (pólo superior da rótula e região poplítea tendo por referência a depressão do tendão rotuliano), de forma a permitir a flexão a 90º.
Aplicação das articulações policêntricas a nível do joelho fazendo coincidir o seu eixo com o tubérculo dos adutores.
Devem ser colocadas em paralelismo, pode-se para isso usar um alinhador próprio.
Podem-se então fixar as hastes com adesivo nas extremidades para evitar que se desloquem durante as manipulações.
Passos principais na execução do gesso Q.T.B Nesta fase procede-se à fixação dos parafusos das hastes. Apertam-se
bem os dois parafusos de cada haste e coloca-se depois o parafuso “travão”, enroscado ao máximo. Depois “libertam-se” os dois parafusos mais pequenos de ¼ a ½ volta, para permitir a articulação das hastes.
Pode-se então terminar a imobilização, fixando as hastes com as ligaduras sintéticas e fazendo os “debruados”.
Nesta fase procede-se à fixação do pé plástico, com o pé em posição neutra e guardando a distância de um dedo entre o calcâneo e o pé plástico.
Verifica-se a boa mobilidade das articulações e de maneira geral o conforto do doente relativamente à imobilização.
Fazem-se os devidos ensinos ao doente.
Sessão prática
Conclusão
Espera-se que este suporte teórico contribua para relembrar noções simples de anatomia do membro inferior, com o objectivo de melhor entender os passos na execução do gesso Q.T.B.
Espera-se também que seja um documento que, conjuntamente com a sessão prática, permita ajudar na confecção de um gesso Q.T.B. Não sendo este um gesso de rotina, torna-se mais difícil a memorização de todos os passos.
Fontes
http://calcadodesportivo.no.sapo.pt/
http://pt.wikipedia.org
http://137.222.110.150/calnet/musculo/musculo.htm
http://www.ilguerriero.it/codinopreatle/anatomia/artoinferiore2.htm
http://www.scoi.com/anklanat.htm
http://www.medisite.fr/medisite/index.php
http://www.medecine-et-sante.com/anatomie/musclmbreinf.html
http://www.corpohumano.hpg.ig.com.br/sist_muscular/membros4.html
http://www.fmh.utl.pt/cinesiologia/JC/JC_aulas/files/aula9.pdf
Método “ortopédico-funcional” no tratamento de fracturas ( Adrião Proença, Jacinto Loureiro, Henrique Vilhena, Paulo Homen) – Hospitais da Universidade de Coimbra, Serviço de ortopedia e traumatologia.
http://www.iqb.es/diccio/m/musculos6.htm#muslo03
Principes d’anatomie et de physilogie, Gerard J. Tortora e Nicholas P. Anagnostakos.