A Teologia Da Prosperidade I
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Segundo Trimestre de 2006LIÇÃO 10 – A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
TEMA – Heresias e modismos – Combatendo os erros doutrinários COMENTARISTA : Esequias Soares
Colaborador: Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco
� - “Teologia da prosperidade” ou “confissão positiva” ou “movimento da fé” - doutrina distorcida a respeito de Deus, de forte conteúdo materialista, infiltrada no meio do povo evangélico.
� - Paulo foi claríssimo ao afirmar que se esperarmos em Cristo só para as coisas desta vida seremos os mais miseráveis de todos os homens (I Co.15:19). Esta é a triste situação espiritual dos milhões que têm procurado Jesus única e exclusivamente para terem a “prosperidade” apregoada pelos falsos mestres da atualidade, eles mesmos escravos da ganância (II Pe.2:3).
INTRODUÇÃO
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� - As raízes da teologia da prosperidade encontram-se no livro de Jó na “teologia distorcida” dos amigos de Jó, cujos conceitos sobre Deus foram reprovados pelo próprio Senhor - Jó 42:7.
� - Conteúdo da “teologia dos amigos de Jó”:
� a) há uma relação de barganha entre Deus e os homens
� b) há uma correspondência entre o bem-estar físico e social e o bem-estar espiritual de alguém
� c)o arrependimento dos pecados concede automaticamente saúde física e prosperidade material.
I – A TEOLOGIA DISTORCIDA DOS AMIGOS DE JÓ: A ORIGEM REMOTA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
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� - A história da teologia da prosperidade teve início com o norte-americano Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), que se dedicou à cura de doenças por intermédio da mente.
� - Suas idéias deram origem a movimentos como o “Novo Pensamento”, de Julius e Anneta Dresser e a “Ciência Cristã”, de Mary Baker Glover Patterson Eddy.
II – HISTÓRIA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE : OS INSPIRADORES OCULTISTAS DO MOVIMENTO
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� - Para Quimby, saúde é “… sabedoria perfeita e o quanto um homem é sábio, assim é a sua saúde. Como nenhum homem é perfeitamente sábio, nenhum homem pode ter perfeita saúde, pois a ignorância é a doença, embora não necessariamente acompanhada por dor…”
� - Idéias de Quimby sobre Jesus:
� a) Jesus, enquanto homem, não era nem podia ser Deus, jáque Deus não Se manifestaria em carne e sangue
� b) Jesus não pretendeu convencer o mundo de que era o Filho de Deus
� c) o corpo de Cristo era distinto do corpo de Jesus
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� - Movimento “Ciência Cristã” - fundado por Mary Baker Glover Patterson Eddy(1821-1910) – antiga paciente de Quimby
� - Eddy apresentou diversas doutrinas contrárias às Escrituras, entre as quais:
� a) Seu livro Ciência e Saúde tinha o mesmo valor que a Bíblia
� b) Jesus é a idéia espiritual e verdadeira de Deus
� c) O Cristo morou eternamente como idéia no seio de Deus, o Princípio divino do homem Jesus.
� - Para Mary Baker Eddy, “…uma doença era sempre uma ilusão mental que poderia ser curada por meio de uma mais clara percepção de Deus.
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� - Essek William Kenyon (1867-1948) aproxima-se das idéias de Mary Eddy e, com base nelas, constrói uma nova leitura da redenção em Cristo Jesus
� - Kenyon é o grande mentor dos “pregadores da teologia da prosperidade”, entre os quais se destacam Kenneth Hagin, Tommy L. Osborn e F.F. Bosworth.
III – A HISTÓRIA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: ESSEK WILLIAM KENYON E SUAS PRINCIPAIS DOUTRINAS
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� - Primeiro ensino de Kenyon, onde se percebe a nítida influência de Quimby e de Eddy - “…pecado e doença são um só. Eles não podem dominar a nova criatura(…).O que Deus diz, é. Se você é uma nova criatura, então não há condenação para você. Se não há condenação, a doença não pode ser Senhora sobre você.…”
� - Refutação bíblica – A doença está inserida nas conseqüências do pecado (Gn.3:19) mas a doença não significa necessariamente que haja pecado. Exemplos de pessoas que, embora estivessem doentes, estavam em comunhão com Deus: Jó, Eliseu (II Rs.13:14), o cego de nascença (Jo.9:3) e Timóteo (I Tm.5:23).
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� - Segundo ensino de Kenyon - a salvação nos livrou da pobreza e da necessidade: “…Virá a hora em que vocêsaberá que a necessidade e a pobre são coisas do passado…”
� - Refutação bíblica – a penosidade e a necessidade do trabalho para sobrevivência é conseqüência do pecado (Gn.3:18,19), mas pobreza não significa necessariamente que haja pecado. Exemplos de pessoas pobres, mas fiéis: as viúvas da igreja primitiva (At.6:1,2), os crentes da Judéia chamados(Rm15:26).
� - Se pobreza fosse pecado, Jesus jamais Se faria pobre(II Co.8:9), pois nunca pecou (Hb.4:15).
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� - Terceiro ensino de Kenyon - Jesus, para nos remir, não só sofreu no Calvário, morrendo por nós, como também teve de sofrer no Hades, sede do domínio de Satanás, atéque Seus direitos fossem reclamados, quando, então, o diabo não pôde mais detê-lO e Ele ressurgiu.
� - Refutação bíblica - A morte de Jesus foi suficiente para alcançar a nossa justificação. Sua obra completou-se no Calvário (Jo.19:30; Rm.5:10). Não se fez necessário “acerto de contas” algum no Hades com Satanás para que Jesus obtivesse o perdão dos nossos pecados, até porque o diabo lá não está (Lc.16:19-31), mas, sim, nas regiões celestiais (Ef.6:12), de onde será defenestrado, junto com os seus anjos, quando chegar a Nova Jerusalém, para receber os santos arrebatados pelo Senhor (Ap.12:7-12).
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� - Quarto ensino de Kenyon - Deus criou o homem, pondo-o aqui na Terra e lhe conferiu alguns direitos legais, que o homem transferiu para Satanás, inimigo de Deus. Isto dá a Satanás o direito legal de ditar regras ao homem e à criação.
� - Refutação bíblica: Deus nunca deixou de ser o Ser Soberano, o Ser Supremo, nunca entregou o domínio da Terra ao homem (Sl.24:1). O diabo domina sobre os pecadores, porque quem peca é escravo do (Jo.8:34), não tendo o homem condições de escapar da natureza pecaminosa que tem dentro de si (Rm.7:15-24). Éescravidão provocada pelo pecado de cada homem (Tg.1:14,15), que faz com que o homem faça os desejos do diabo (Jo.8:44).
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� - Quinto ensino de Kenyon - “Como Deus está em nós”, nós passamos a fazer parte da “divindade”, não podendo, pois, ter qualquer espécie de sofrimento ou de dor.
� - Refutação bíblica - A salvação não nos faz tornar “pequenos deuses”, mas, sim, “filhos de Deus”, que não deixam, porém, de ser homens e, por isso mesmo, submissos ao Senhor. (Mc.12:25; Ef. 1:22; 5:23; Fp.2:9-11; Ap.3:21)
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� - Sexto ensino de Kenyon – O salvo não precisar aguardar a vontade de Deus para pedir algo, basta reclamar pelos seus direitos legais
� - Refutação bíblica – Devemos aguardar a vontade de Deus para conseguirmos as bênçãos, pois nem sempre é vontade de Deus no-las conceder. Exemplos de homens de Deus cujas vontades foram contrariadas ou não levadas em conta: Enoque (Gn.5:24 “in fine”; Hb.11:5), Moisés (Dt.3:26), Elias (I Rs.19:4; II Rs.2:9,10), João Batista (Mt.11:3,4), Pedro (Jô.21:18), Tiago (At.12:1,2) e João (Ap.1:9).
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IV – HISTÓRIA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: KENNETH HAGIN E A PROPAGAÇÃO DAS DOUTRINAS DA CONFISSÃO POSITIVA
-Kenneth Erwin Hagin (1917-2003) – o grande divulgador
da “teologia da prosperidade”
- Os ensinamentos de Hagin são, basicamente, os
mesmos de Kenyon. Aliás, segundo se descobriu em
1983, Hagin copiou vários escritos de Kenyon, em
verdadeiro caso de plágio.
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� - Contribuição de Hagin à “teologia da prosperidade” - a “palavra da fé”.
� - Origem da idéia a respeito da “palavra da fé” - uma aparição de Jesus a Hagin, em Phoenix, Arizona, quando lhe foram reveladas as “chaves para que o povo obtivesse de Deus o que desejasse”.
IV – OS MODERNOS JUDAIZANTES
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� - Motivação da “visão” de Hagin - inquietação com a prosperidade dos ímpios, que é fonte de desvio espiritual - Sl.73.
� - Posição bíblica quanto à prosperidade material – a porção acostumada de Agur (Pv.30:7-9), pedido que foi ratificado por Jesus (Mt.6:11), até porque a prioridade, em nossas vidas, é o reino de Deus e a sua justiça (Mt.6:31-33).
� - Busca incessante pela satisfação dos desejos e necessidades desta vida, ao invés de mostrar a “palavra da fé”, é uma demonstração de falta de fé - Mt.6:30.
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� - Primeiro ensino de Hagin - Para se obter o que se deseja de Deus, é preciso fazer quatro coisas, as chamadas “regras da fé” ou “fórmulas da fé”, a saber:
� a) confessar o que você quer
� b) crer que você tem aquilo que você quer
� c) receber o que você quer
� d) contar aos outros que você tem o que você quer
III – A REGRESSÃO PSICOLÓGICA NO MOVIMENTO G-12
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� - Refutação bíblica - As “regras de fé”:� a) não levam em consideração a vontade de Deus, o
que contraria o ensino e o exemplo de Jesus (Mt.6:10; 26:39)
� b) ao dispensar a vontade de Deus, torna o homem independente de Deus, desejo este que sempre foi condenado pelo Senhor (Gn.3:5,6,16-19; Gn.11:4-8; Is.14:13-15; Ez.28:6-10; Dn. 4:30-37; At.12:21-23)
� c) ao se fiar na própria vontade, esquece-se que o coração do homem é enganoso (Jr.17:9).
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� - Segundo ensino de Hagin – “rhema” - Da idéia da “força da mente”, expressa através de “fórmulas de fé”, chegamos à idéia de “rhema”, palavra grega que significa “palavra” e que, para Hagin, seria distinta de “logos”, cujo significado também é “palavra”.
� - “Rhema” - a palavra falada de Deus diretamente àpessoa, dotada da mesma autoridade que as Escrituras -Hagin procura, assim, dar legitimidade a suas “visões” e “revelações”, esquecendo-se que a Palavra foi completamente revelada por meio do Filho (Hb.1:1).
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� - Refutação bíblica :
� a) No texto bíblico, não há distinção entre “rhema” e “logos”, termos que são sinônimos e se alternam nos escritos sagrados.
� b) Se “Rhema” é a “palavra da fé”, vem de Deus e não éresultado da vontade do homem.
� c) A palavra que nos mantém como filhos de Deus (Jo.15:3) é, no texto bíblico, “logos” e não “rhema”
� d) A revelação de Deus completou-se em Jesus, o “Logos” de Deus (Jô.1:1; Hb.1:1)
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� - Terceiro ensino de Hagin – a “determinação” – “…Não precisamos pedir a bênção e sim determinar, exigir, mandar, ou seja: tomar posse daquilo que aprendemos pela Palavra que nos pertence.(…).Quando o Senhor nos dá uma revelação, junto a ela Ele nos dá a bênção.(…). A partir de agora, não precisamos mais orar pedindo a cura, a prosperidade ou a vitória sobre as tentações. Mas, determinar ou exigir que o mal saia da nossa vida.…”(R.R. Soares)
� - Uma vez “revelada” a bênção, o que se dá por meio de “rhema”, devemos “determinar”, “confessar” – “O que eu confesso, eu possuo”. É o que estaria escrito em Jo.14:13.
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� - “…determinar não é ordenar a Deus e sim ao diabo que tire de nós suas garras e desapareça de nossas vidas, de nosso dinheiro e de nossas famílias…” (R.R. Soares)
� - Refutação bíblica:
� a) Em Jo.14:13, a palavra “aitesete”( ) significa , “pedirdes”, “suplicardes”, “requererdes”, “implorardes”, ou seja, em momento algum se deixa de ter o significado de “pedido”, de “reconhecimento de autoridade superior”
� b) o salvo não está sob o domínio de Satanás e, por isso, não precisa mandar que ele se retire de nossas vidas, pois já estamos nas mãos do Senhor (Sl.91:1,2; Jo.6:37; 10:28)
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� - Refutação bíblica (continuação):
� c) ser salvo é viver em constante luta contra o mal, luta que só terminará com a glorificação
� (Mt.16:18; Ef.6:12,13; II Tm.4:7,8). Até lá o diabo não desaparecerá da nossa frente.
� d) se o diabo nos atingiu, isto decorre de permissão divina como resultado de uma provação, que nos trarábenefícios ao final do processo (Rm.8:28), ou é fruto da lei da ceifa (Gl.6:7,8) e, neste caso, cumpre-nos glorificar a Deus porque, apesar das adversidades, sabemos que a nossa salvação está garantida por Cristo Jesus.
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� - Fatores que explicam o aumento dos adeptos da teologia da prosperidade:
� a) mensagem está de acordo com o materialismo e individualismo reinantes no mundo de hoje
� b) há grande falta de conhecimento da Palavra de Deus por parte dos crentes
� c) mensagem atraente abre as portas para os pregadores da prosperidade na mídia, que é muito mais freqüentada pelos crentes do que as igrejas locais
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� - Como enfrentar a teologia da prosperidade nas igrejas locais?
� a) Voltando ao estudo da Palavra e à pregação do evangelho genuíno, principalmente dando primazia às bênçãos espirituais
� b) Voltando a uma vida de santificação e consagração, para que haja, inclusive, a satisfação das necessidades físicas e materiais do povo, mediante a confirmação da palavra pelos sinais.
� c) Alertando os ouvintes da mensagem da prosperidade antes que eles venham a ser inoculados pelo “veneno da decepção com Deus”, o verdadeiro objetivo satânico atrás da “teologia da prosperidade”
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� - “…Não há coisa alguma errada com os cristãos sendo
pensadores positivos e é uma boa coisa viver uma vida
positiva em Cristo, sabendo que “maior é O que está em
nós, do que o que está no mundo”. Mas nós não
deveríamos confundir nossa pensamento positivo natural
como sendo aquela coisa que resolverá todos os nossos
problemas terrenos e que nos põe no assento de um
Cadillac novo todo ano…” (Elwin R. Roach)