A revelação - Pepetela
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EDIÇ0ES:NELS0NH MAT0S
Alameda D. Afonso Henriques, 43 r/c esq
rooo-r?3 I Lisboa I PoúugalTeleÍ.zro9974zB I Faxqr 847563a,
edicoes- nelsondematos@clü.pt
Colecção Mil Horas de Leitura N." oz
@ coo8, Pepetela
Desi,gn d,a capa
Paulo Condezm.designedbynada.com
Ilustroçõo d,a Capa
Sónia Oliveira
Revisõo
Lídia FreitasPaglnoçdo
Segundo Capitulolmpressão e acabamento
Gráfica Manuel Barbosa & Filhos
r." edição: Maio de zooSEdição, MHL.ooz.zoo8
Depósito legal, 273 938/oBISBN, 978-989-9559?-3-8
Distnbuiçdo
SodiliwosTelef. zr 38r 56 oo I Fax zr 387 6z Br
As rurcas e direitos mencionados encontram-se devidamente registadose reservados de acordo com a legislaçâo emügor.
De acordo com a Lei é interdita a reprodução do texto, total ou parcialmente,sem a autorização expressa do Editor-à excepçâo de brwes transcrições para critica
ou trabalho da comunicaçáo Bocial.
Os seus grandes romances sugerem uma continuidddeentre gerações, uma harmonização de diferenças rlumamesma totalidade. Esta urgência de pertença, esse con-torno que contém e esbate diferenças é, afinal, Angola.A ideia de angolanidade está presente em toda a sua obramas de forma tão natural que não a condicionâ do ponto de
vista literário. Pepetela está a escrever não sobre Angola. Ele
estd, escreí)end,o Angola, essa que há mas que ainda não existe,
à sonhada e a geradora de sonhos.
Mia Coutoquando da outorga do prémio holandês Prinz Klaus
ao conjunto da obra de Pepetela(rggg)
coMo UMA ESPECTE DE TNTRODUÇAO...
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sÃO RTCUNS CONTOS que percorrem muitosanos e talvez maneiras diferentes de olhar o
mundo. O primeiro e mais antigo, <A Reve-lação>>, situa-se no iniciar da luta pela liber-tação de Algola, quando os motivos eramfortemente raciais e menos políticoso emprimeiro lugar, e ilerfilava-se a descobertade outra maneira de apreciar o que pare-cia acontecer. Também o autor era jovem e
aprendia.Outros contos são mais recentes, embora
alguns tentem evocar ambientes antigos, deerâs passadas, como <Estranhos Pássaros>>,
conto para servir de introdução ao canto Vde 0s Lusíad,as, a pedido da revista do sema-
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f!PEPETELA
nário Erpresso, ou messle <<Mandioca de
Feitiço>>, numa homenagem a Miguel Torga
parâ a Câmara de Sintra ou <O Caixão do
Molhado>>, escrito para uma antologia de
Porto, Capital da Cultura, em que se reme-
mora a época colonial e a posterior' <<O nosso
País é bué> retrata claramente um amhiente
pós-colonial e os mitos criados por nós pró-
prios, muitas vezes independentemente da
nossa vontade.De facto, mais de quarenta anos separam
o mais antigo do mais moderno. Talvez haja
pontos comuns na maneira de ver o mundo,
embora o autor tenha forçosamente mudado'
Mas pode ser que as realidades focadas não
sejam afinal tão diferentes assim, ou pelo
menos haja alguns fios de ligação.
O Mundoo esse, continua a andar à roda e
a confundir todos.
Pepetela
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AREVELAÇAO
O MOLEQUE PAROU DE MASTIGAR. Ficou sus-
penso, a boca cheia da jinguba surripiada na
panela que estalava sobre a fogueira. Avoz da
mãe repetiu o chamamentot
- Candimba, vem aqui.O miúdo levantou-se, engolindo rapida-
mente a massa de jinguba e saliva. Apro-ximou-se êm passo lento, mãos nos bolsosdos calções, cabeça baixa. Mamã me viuroubar na panela e vai castigar? O sem-blante da mulher aquietou-o. Não tinha os
olhos que fazia quando descobria uma falta.Era então para um recado, só podia ser.E ele preferia estar descansado à sombrada mandioqueira, vigiando a mãe: à espera
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PEPETELA
de uma oportunidade para encher os bolsos
com a jinguba.
- Candimba, vai na loja do Sô Ferreira.
Compra sal até encher isto mesmo.
E a mãe entregou-lhe uma caneca
pequena, de mistura com algumas moedas
que tirou da dobra do pano. O miúdo rece-
beu as moedas, enfiou-as nos bolsos dos
calções. Com a caneca na mão, perguntou,
aborrecido,
- Sal cabou, mamã?
- Se te mando! Mania só de fazer pergun-
tas! Vai depressa, hein? E volta logo. Não te
quero ver com esses vadio da rua que não tra-baia nada. Se t'apanho a jogar à bola chapo-
-te mal. Toma conta!
- Posso tirar um bocadinho? Só pra pro-var...
E o menino olhava gulosamente para a jin-goba descascada, repousando num tabuleiro
de folha. Em seguida, a mãe deitaria os bagos
na panela de açúcar em calda, mexendo com
a colher. Depois de deixar secar, dividiriaempacotinhos de pãpel de seda que o miúdo
venderia na cidade. Cinc' ostões cada um, Sri -
2O2r
CONTOS DE MORTE
taria Miúdo Candimba pelas ruas. Quando jáestá distribuída pelos pacotes não há possi-bilidades de petiscar.Tâtudo bem contado,
mamã confere o dinheiro, topa logo se falta.Agora era aúItima ocasião de poder saborear
a jinguba. Por isso os olhos Luziram quando
entendeu a resposta:
- Bom, tira uma mãozada. Mas andadepressa, tás ouvir?
Candimba encheu os bolsos precipitada-mente, saiu a correr. Passou uma tangentena cerca de Dona Joana - essa gorda que só
fala mal dos outros - meteu pela rua esbu-racada, insensível aos chamamentos dos
companheiros. Parou à frente da loja. Queriadespachar-se rapidamente, ansiando metero dente naquela jingrrba toda que o esperava
no tabuleiro. S'inda tenho tempo...À entrada ouviu avozirada de Sô Ferreira.
Discutia com a Mariana, rapariga que casou
no ano passado com o Chico da serração.
Eué, manda zanga, pensou o miúdo. Meteu
a cabeça na porta, os olhos muito grandes e
redondos, espiando. O branco do balcão não
reparou nele. Estava vermelho, gesticulava,
PEPETELA
tudo acompanhado de muitos berros. Miúdo
Candimba achou ele não era como as outras
pessoas, nele avoz é que acompanhava os ges-
tos. Mariana chorava, de costas para a porta,
tapando a boca com o antebraço. O moleque
ouvia-a suplicar,
- Sô Ferreira, meu marido vai saber. Filho
sai mulato, Chico vê logo não é dele. Ele me
mata, Sô Ferreira...
- Quero lá saber! Que culpa tenho eu?
Agora avia-te... Ora bolas! Que provas tens
que o filho é meu? Ainda nem nasceu! Como
é que podes saber?
- Sei, sim, juro com Deus. Senti mesmo!
Miúdo Candimba esqueceu a jinguba na
boca aberta, os assustados olhos tudo perscru-
tando. Não percebia bem a conversa. Embora
já falasse aos companheiros acerca dessas
coisas proibidas, ainda era muito pequeno
para compreender imediatamente. Mas sen-
tia algo de terrível nas palavras trocadas.
- Ouve 1á. julgas que me levas assim?
Como podes ter sentido? Como se eu fosse
parvo... O filho é do teu marido, dormistecom ele muito mais vezes do que comigo.
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CONTOS DE MORTE
- Mas eu sei. Eu sei! Juro vai sair mulato.
- E depois? E se fui eu que o fiz? Éscasada
com o teu homem, não tenho nada comisso.
O moleque já percebera tudo. Fez-semais pequenino, encostado à porta. A mãoapertava nervosamente a caneca de lata. ViuMariana erguer decididamente a cabeça,passar os dedos pela barriga inchada, falarcom raiva:
- Sô Ferreira prometeu. Te dou vestidos,vais mesmo na cidade, vais pra minha casa.
Te tiro da sanzala, te dou comida boa, te doupulseiras e brincos. Sô Ferreira prometeu,jurou mesmo. Teu filho vai ser meu no papel,Ihe dou educação. Não vai ser menino desanzala, não. Agora já lhe dei tudo que que-ría, jâ se deitou comigo, m'abandona. Nãoquer saber mais de mim!
- Então? Prometi? Alguém ouviu? Só tumesmo. Vai dizer no teu marido, vê Iá se eleacredita. Digo-lhe que é mentira, que fostetu que me pediste, que vocês todas queremé dormir com os brancos. Vai na polícia, se
eles acreditam em ti ou em mim.
Pf]PBTEI,A
Eq*il*KA
Mariana abateu-se novamente sobre obalcão. Os soluços voltaram a sacudir-lheo corpo. Miúdo Candimba, perturbado, se
chegou mais para dentro da loja. Emhora a
sua vontade fosse fugir como um mbambi.
-Vou dizer no meu marido, sim, vou
mesmo. Me mata, mas depois lhe vem matar
a você... Não é homem Pra se ficar.
O comerciante riu, escarninho. Desferiu
uma palmada no halcão para indicar que já
se fartava da discussão. Falou com voz ran-
COfOSâ:
- Qr" venhal Tenho uma esPingarda à
espera dele. Dou-lhe tantos tiros que fica
como um Cristo!Miúdo Candimba sentiu um arrepio per-
correr-Ihe a espinha ao ouvir a ameaça.
E voltou-se assustado quando, repentina-mente, uma mão the pousou no ombro. AcaI-
mou-se ao contemplar o sorriso bondoso de
Dona Marcelina.
- Qr. tás fazer aqui na Porta? Me deixa
entrar...O moleque sentiu os olhos do comerciante
fixos nele. E Mariana disfarçando o choro.
24 1J
OONTOE DM MORTT]
Empurrou a velha Marcelina para o lado e
desatou a fugir. Percorreu a ru4, passou uma
tangente na cerca de Dona Joana, entrou no
quintal da sua casa. Aí susteve a corrida. Res-
pirando dificilmente, escondeu-se entre as
moitas que abrigavam a capoeira. Olhou por
entre os ramos e viu a mãe acocorada sobre o
tabuleiro, descascando a jinguba. O ar abor-
recido indicava que estranhava a demora do
filho.Mas o menino não se Preocupa com
isso. Pensa, sim, no semblante derrotadode Mariana. E os berros misturam-se no
seu cérebro, deixam-lhe uma sensação de
angústia revoltada. Nota repentinamenteo coelho branquinho à sua frente. Olhos
vermelhos como os de Sô Ferreira. Branco
como ele. Coelho, me puseram o teu nome.
Pruquê? Porque faztaassim como tu quando
erapequeno, mexia o nariz, depressa, assim,
assim, depressa, muito depressa, como tu
faz. Me chamaram Candimba. Aí ficou meu
nome. Mas não sou igual na ti, não tenho
os olho vermelho, não tenho o pêIo branco.
Estendeu a mão para o animal. Este pulou
PEPETELA
para trás e ficou espiando, assustado, espe-
rando o próximo gesto. O miúdo não se
mexeu. Via a Mariana chorando, suplicando
e chorando, a barriga inchada, as mãos a
tremer. E o comerciante rindo o seu riso de
gengivas desdentadas, vermelhas como os
olhos do coelho. Jogou com raiva o punho
fechado. Mas falhou o golpe e o animal esca-
puliu-se para perto das galinhas.
O despeito fez as lágrimas correrem, vaga-
rosas, na face escura do moleque. E o coelho
observando-o. Miúdo Candimba, de repente,
julgou-o penalizado com sua dor. Comoveu-
-se. Era apenas um pobre animal sem culpas,
que o estimava, afinal. O coelho não fugiu à
carícia da mão infantil. Deixou-se afagar e os
olhos vermelhos adoçaram-se. Miúdo Can-
dimba estendeu-se no chão de terra batida,
insensívelà humidade transpirada pelo solo.
Ficou assim, perdida a noção do tempo, avista
fixa na bola hranca que se mexia. Arrepen-
deu-se, em breve, do murro que lhe enviara.
Pensou em pedir-lhe desculpa, justificar a
acção com o estado'de espírito provocado pela
cenadaloja. Decidiu-se, porém, anão oÍazer.
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CONTOS DE MORTE
Coelho não percebe palavras, percebe os ges-tos e as carícias, é como as crianças.
Ouviu a mãe chamá-lo em alta grita,inquirir por ele às vizinhas, sair de casa. Foitalvez à venda procurá-lo. Mas não voltou.Miúdo Candimba não se deu âo trabalho de
responder, de se mostrar. Queria estar só,
contemplando o novo amigo, aquele animal-zinho branco que parecia tão meigo. Queriafugir às gentes com seus dramas e rancores,fechar-se na concha dos seus sonhos infan-tis. E sentia o íntimo cheio de paz e ternura,esquecido já da revolta que há pouco experi-mentara.
Miúdo Candimbavoltou a ter consciênciado mundo ao escutar grande gritaria ali pe rto.Levantou-se com uma última carÍcia ao ani-mal, afastou as moitas e deitou uma olhadapara o sítio onde a mãe preparava a jinguha.Deserto. Os gritos vinham da esquerda.O moleque atravessou a cerca, entrou na ruae na luz do Sol. Dirigiu-se à casa para queconcorriam as mulheres e as crianças. Acasade Mariana. Lá chegado, percebeu imedia-tamente o que se passara, Mariana morrera.
PE PETE LA
- Se matou. Uma facada mesmo no coração.
-Aiué, se matou.
- Pruquê?... Pruquê?
Miúdo Candimba sentiu um frio invadi--1o. Depoisumcalor, quente, quente, erauma
fogueira que nele se instalara. Novamente o
frio. Começou atremer. Deuuma espiada para
o sÍtio da loia, viu Sô Ferreira à porta, mirando,
indiferente. Se matou! Pruquê? Eu sei, eu sei,
foi por causa daquilo que euvi navenda.
O menino abriu a boca, ia gritar a razã'o
do suicídio. Mas ninguém reparou no gesto,
as mulheres e as crianças empurravam-separa observar o corpo banhado em sangue.
Ouviu avoz da mãe lamentando a tragédia,
sentiu uma vontade doida de se atirar nos
seus braços e lhe contartudo. Mas haviauma
multidão separando-o do colo materno, não
encontrou coragem de a romper. Gritou o
mais alto que podia'
- Eu sei pruquê ela se matou. Eu sei, juro
com Deus que sei mesmo.
As mulheres nem voltaram os pescoços
esticados. It{ao fecharam as bocas abertas de
pasmo e tristeza. Os miúdos continuaram a
zB
CONTOS DE MORTE
tentar furar a multidão, não ligaram ao aviso
do companheiro. Miúdo Candimba apertouo braço de Teresinha, falou gravemente:
- Eu sei pruquê foi...EIa olhou-o, porémo sem interesse. Ime-
diatamente redobrou os gritoS lamentosos:
- Deixa ver, deixa ver...Miúdo Candimba sentiu-se miseravel-
mente esquecido. Era o único que sabia,além de Sô Ferreira, e ninguém o escutava,
lhe prestava atenção. Saiu da multidão, afas-tando as crianças com os braços magrinhos,os lábios apertados para não chorar.
- Comé qu'ela stá? De boca aberta?Não se dignou responder à pergunta de
Juca que se afadigava para ver alguma coisa.
Poderia serumbom ouvinte, mas Miúdo Can-dimba já nã'o se importava de revelar a ver-dade. Olhou o yulto de Sô Ferreira, parado à
porta da loja. Adivinhou o riso escarninho na
boca do comerciante. Se não era tão grande...Sim, se não fosse tão grande e tão forte, era
ele, Miúdo Candimba, ![ue lhe faria morrer o
riso de escárnio na boca. Mas viu-se pequenoe fraco, uma criança em gue ninguém sequer
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PEPETELA
acreditava, a que ninguém sequer prestava
atenção. Viu-se miserável e inútil, um bichi-nho pequeno que para nada serve. Um boneco
talvez, um boneco semvalor nem preço.
Virou as costas aos curiosos observa-dores do espectáculo mórbido, foi cami-nhando para casa. Devagarinho, afogando
o despeito e a revolta nas pedras da rua.
Atravessou a cerca, aproximou-se do tabu-Ieiro de jinguba. Hoje não iria vender a
guloseima. Nunca mais gritaria pela cidade,
cinc'ostões cada pacote. Mesmo que mor-ressem de fome. Nem que a mãe xingasse,
nem que a mãe lhe chapasse. Mexeu os
bagos com a mão distraída, não se tentoua tirar nenhum. Viu as moitas que limita-vam a capoeira, encaminhou-se para elas.
Afastou os ramos com lentidão. O coelho
branco fitou-o com seus olhos vermelhos.Iguais aos de Sô Ferreira. O animal deixou--o aproximar, um pouco receoso. Mas não
fugiu. Talvez esperasse mais uma carícia,lembrando da anterior cena de ternura.
Miúdo Candimba sentiu-se enganado.
Uma vergonha vinha desde os olhos verme-
3o
CONTOS DE MORTE
lhos, desde o pêlo branco, incmstava-se noseucérebro de menino. M'enganaste, coelho.Mariana matou-se, espetou a faca mesmono coração. Morreu num mar de sangue.As lágrimas caíam dos olhos do moleque. Mederamteu nome, Candimba mesmo, mas não
sou igual na ti. Não tenho os olho vermelho,pêlo branco. Não sou como tu. Pensei a genteia ser amigo, te fiz festa. Mariana se matou!Meteu a mão no holso dos calções, tirou o
canivete. Abriu-o e a lâmina luziu. Agarrouno pescoço do animal com o braço esquerdo.O coelho não tentou escapulir. Então, Ienta-mente, reflectidamente, Miúdo Candimbaenterrou-lhe a lâmina no peito.
Ficouvendo o pequeno corpo estremecer,o sangue esvaindo-se, manchando de ver-melho o pêlo branquinho. A mancha alas-trando, alastrando, correndo para as patas,para o chão de terra batida. Depois um estre-meção mais violento . E os olhos ficaram rígi -dos, enormemente abertos, fitando-o fir-memente. Miúdo Candimba não encontrouuma acusação naquele eterno olhar. Pousou
delicadamente o corpo no solo. Ajoelhou-
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3r
PEPETELA
-se, uniu as mãosvermelhas de sangue, uma
delas ainda segurando o canivete aberto,'e
feZoü:*.Nosso Senhor, faz que eu acertei bern no
coração.
Lisboa, r962
(in << Poetas e Contistas Africanos>>,
Brasiliense, São Paulo, r963)
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O CAIXAO DO MOLHADO