A Psicossíntese Astrológica
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O que é a Psicossíntese
Introdução
A Psicossíntese é uma abordagem para o crescimento da pessoa, que foi
desenvolvida pelo psiquiatra italiano Roberto Assagioli (1888-1974) por volta de1910, e que vem evoluindo até os dias de hoje.
No seu significado mais básico, a psicossíntese se refere ao processo decrescimento pessoal - a tendência natural em cada um de nós de harmonizar, ou
sintetizar, nossos vários aspectos em níveis sempre mais altos de organização. Apsicossíntese acredita que cada um de nós tem um impulso inato para o
desenvolvimento de si mesmo, e que nós podemos escolher apoiar esse processoconscientemente. Sabe-se geralmente que nós temos uma responsabilidade nestadireção, porém nem sempre sabemos como progredir nela. Para atender a isso, a
psicossíntese fornece respostas tanto teóricas como práticas. Ela oferece umaestrutura que permite um entendimento mais completo de nós mesmos, de nossascapacidades e de nossas relações e oferece ainda habilidades e técnicas para nos
ajudar a lidar com estes de maneira eficiente e segura.
A psicossíntese é fundada na premissa que a vida humana tem um propósito e umsignificado, e que nós participamos de um universo ordenado e estruturado parafacilitar a evolução da consciência de si. Uma conseqüência disso é que a vida de
cada pessoa tem um propósito e um significado dentro deste contexto maisamplo, e que o indivíduo pode descobrir isso.
O Self
Ao contrário da maioria das abordagens em psicoterapia, a psicossíntesereconhece um aspecto nosso que é difícil de nomear. Foi chamada a parte de nós
"mais alta" ou "mais profunda". Em todo caso, essa parte é para nós a fonte deinspiração, de orientação, de conforto, de força, de paz, de esperança. A
psicossíntese chama esta parte de "self", e acrescenta que a integração, a síntese, aunificação da personalidade acontece em volta desse self. Como esse "self" temdois aspectos - o pessoal e o transpessoal - a síntese acontece em duas etapas -
primeiro a pessoal, e depois a transpessoal.
O reconhecimento do self é essencial, porque sem ele, a tentativa de integração sefaz em detrimento da diversidade e da individualidade. Uma unidade que é
realizada por meio da uniformidade é, por natureza, frágil, e é ameaçada pelasingularidade e pela diferença. Por outro lado, uma unidade baseada no self é
estável, porque ela pode equilibrar os interesses do todo com os interesses de cadauma das partes.
Força e Gentileza
Um dos pontos fortes da psicossíntese é que ela fornece métodos práticos para
reconhecer e ter acesso à parte "mais alta" ou "mais profunda" de nós mesmos, demaneira que o processo de crescimento acontece de acordo com uma "sabedoria
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interna". Isto significa também que no acesso a esta parte verdadeiramentefortalecedora de nós mesmos, o próprio self interno da pessoa não é violado ou
forçado. Ele pode se desenvolver no seu próprio tempo e ritmo, e de acordo comseu próprio processo. Deste modo, o trabalho interior se realiza honrando todas as
partes do ser e favorecendo o desbloqueio suave dos obstáculos internos que
impedem o crescimento, sem criar bloqueios adicionais no processo.
Contexto
A meta da psicossíntese é a integração e a visão do todo. Como a psicossíntese émuito ampla e adaptável, ela pode ser - e efetivamente é - aplicada a muitas áreas
de atividade onde essa meta é requerida. Citamos como exemplos: oaconselhamento e a terapia, a educação, a medicina e a área de saúde preventiva,
os negócios e a administração, a diplomacia e as relações internacionais, a religiãoe o desenvolvimento organizacional. Por isso, os profissionais consideram apsicossíntese - com sua postura compreensiva, com suas ferramentas e suas
técnicas - muito valiosa para lhes dar um sólido embasamento nas suas própriasprofissões.
A Psicossíntese, que vem evoluindo desde 1910 quando de sua elaboração porRoberto Assagioli, tem muito a oferecer ao mundo e seu potencial parece ser
ilimitado. É um movimento crescente que já tem centros disseminados no mundotodo: na Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, EUA, Japão, México e Nova Zelândia e
na maioria dos países da Europa.
Uma Descrição da Psicossíntese
No seu sentido mais básico, a psicossíntese é o processo de crescimento pessoal - atendência natural em cada um de nós de harmonizar, ou sintetizar, nossos vários
aspectos em níveis sempre mais altos de organização. Em seres humanos, esseanseio de evolução para um nível mais refinado se torna consciente, o que permitefacilitar e cooperar com esse processo natural. Para tornar essa cooperação mais
eficiente, é necessário adquirir uma compreensão conceitual e estrutural, e entrarem contato com o leque de técnicas práticas disponíveis. A psicossíntese oferece
uma metodologia e conceitos claros - dentro de um sistema abrangente e flexível -para ajudar e facilitar o impulso humano natural rumo a seu desenvolvimento e a
sua integração.
A psicossíntese acredita que cada ser humano possui um vasto potencial que,geralmente, é pouco reconhecido e pouco usado. Ela também acredita que cada umde nós tem dentro de si a capacidade de ter acesso a esse potencial. A psicossíntese
é vista freqüentemente como um processo de tomada de consciência, dedesvelamento do seu próprio potencial, no qual a pessoa possui um conhecimentointerno e uma sabedoria daquilo que necessita a qualquer momento para que esseprocesso se desenvolva. O papel do guia (ou terapeuta) é ajudar a identificar esses
recursos internos, apoiar o processo, e estar atento ao que está acontecendo.
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O Supraconsciente
A Psicossíntese foi inicialmente formulada em 1910 pelo psiquiatra italianoRoberto Assagioli (1888-1974), um pioneiro do movimento psicanalítico na Itália e
um contemporâneo de Freud e Jung. Cedo no seu trabalho, ele observou que essa
repressão dos impulsos mais altos, supraconscientes (conhecida mais tarde como"a repressão do sublime") poderia ser tão danosa para a psique quanto a repressão
do material inconsciente inferior. A psicanálise tradicional reconhece uminconsciente primitivo, ou "inferior" - a fonte de nossos impulsos atávicos e
biológicos. Mas há também um inconsciente "superior", um supraconsciente - umreino autônomo no qual se originam nossos impulsos mais evoluídos, tais como: o
amor e a vontade altruísticos, a ação humanitária, a inspiração artística e científica,a introspecção filosófica e espiritual e a procura do propósito e do significado da
vida. A psicossíntese trabalha com a integração do material do inconscienteinferior e com a realização e a atualização do conteúdo do supraconsciente.
Para este fim, ela usa uma larga gama de técnicas para contatar o supraconscientee para estabelecer uma ponte com aquela parte de nosso ser onde a verdadeirasabedoria deve ser encontrada. O supraconsciente é assim acessível, em grau
variável, para cada um de nós, e pode se tornar uma grande fonte de energia, deinspiração e de orientação. A psicossíntese nos ajuda a entrar em contato e a
manifestar essa parte de nós mesmos tão completamente quanto possível na vidacotidiana.
O Diagrama do Ovo e o Diagrama da Estrela
A psicossíntese usa diversos diagramas para ajudar no entendimento dos diversoscomponentes do self. Embora estejam necessariamente limitados em escopo eperspectiva, esses diagramas são úteis por fornecerem uma representação pelo
menos parcial do mistério do self. O Diagrama do Ovo e o Diagrama da Estrela sãobásicos para a psicossíntese. O primeiro pode também ser visto em cor. O segundo
descreve as funções psicológicas, com a vontade exercendo o papel central.
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O Diagrama do Ovo
1. O Inconsciente Inferior2. O Inconsciente Médio
3. O Inconsciente Superior ou Supraconsciente4. O Campo da Consciência5. O Self Consciente ou "Eu”
6. O Self Superior7. O Inconsciente Coletivo
O Diagrama da Estrela
1. Sensação2. Emoção-Sentimento
3. Desejo Impulso4. Imaginação5. Pensamento
6. Intuição7. Vontade
8. Ponto central: O Eu, ou self pessoal
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O Self
O self é uma entidade soberana e independente dos diversos aspectos dapersonalidade, tais como o corpo, os sentimentos e a mente. Este conceito é achado
nas principais religiões e, cada vez mais, em ramos da psicologia e da filosofia
ocidental. Livrando esse conceito de qualquer fundo doutrinal e examinando-oempiricamente, achamos primeiro um centro de consciência e de vontade. Isto é o
"self pessoal", o "Eu" ou o centro da identidade pessoal, a partir do qual os diversosaspectos da personalidade podem ser reconhecidos, reorganizados e integrados.Porém, o self pessoal é distinto do "Self Transpessoal" que é o ponto central do
nível do supraconsciente. O self pessoal é um centro de identidade e de ser maisprofundo e abrangente, onde a individualidade e a universalidade se combinam.
Uma imagem útil é a de uma orquestra onde os músicos representam as diversaspartes ou aspectos de nós mesmos. Sem um maestro, haveria pouca cooperação
porque cada um dos músicos tentaria que fosse executada a sua música favorita, deacordo com a sua própria interpretação. A aceitação e a submissão ao maestroresultam numa integração da orquestra, e isto se reflete subseqüentemente na
música. Enquanto o maestro representa o self, o self transpessoal pode serimaginado como o compositor ou o produtor.
Funções do Self
As duas funções centrais do self pessoal são a consciência e a vontade. Aconsciência do self permite que a pessoa seja claramente consciente do que está
acontecendo dentro e em volta dela, e que ela se perceba sem distorção e sem ficar
na defensiva. Isto foi chamado de "atitude do observador interno". Na medida emque a pessoa consegue alcançar este ponto de centramento, as reivindicações dapersonalidade e sua tendência para a auto-justificação não a impedem mais de se
ver com uma visão clara.
A vontade é considerada na psicossíntese como uma expressão direta do self eocupa um lugar central. Libertando a vontade do Self, ganhamos a liberdade deescolha, a responsabilidade pessoal, o poder de decisão sobre nossas ações e a
possibilidade de controlar ativamente e dirigir as muitas funções da personalidade.Deste modo, somos liberados da reação inútil aos nossos impulsos internos não
desejados e às expectativas dos outros. Nós nos tornamos verdadeiramente
"centrados" e, gradualmente, ficamos capazes de seguir um caminho que estáconforme com o que é melhor dentro de cada um de nós. No nível mais alto do
desenvolvimento da vontade, procuramos alinhar nossa vontade pessoal com umavontade mais universal, aumentando assim a capacidade de servir as forças de
evolução e de encontrar um significado e um propósito mais profundo em nossasvidas pessoais e em nossas tarefas sociais, e a capacidade de funcionar de maneiramais eficiente e mais serena no mundo, num espírito de cooperação e boa vontade.
Falsas Identificações
Agir "a partir de nosso centro" pode ser difícil, como todos nós já experimentamos.Uma das maiores dificuldades encontradas quando se aprende a agir "do centro" é
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a grande quantidade de falsas identificações que nós fazemos com aspectosinternos específicos de dentro de nós. Por exemplo, podemos nos identificar asvezes com um sentimento passageiro de medo ou de raiva e perder ou distorcernossa verdadeira perspectiva. Ou podemos nos identificar com uma de nossas
"subpersonalidades" - esses aspectos semi-autônomos e freqüentemente
contraditórios de nós mesmos que seguem uma rotina previsível, pré-programada,quando são evocados por um determinado conjunto de circunstâncias. Muito do
trabalho básico da psicossíntese é orientado para o reconhecimento e aharmonização das subpersonalidades. Deixamos, então, de ser controlados por
essas subpersonalidades de maneira desamparada, e podemos aprenderprogressivamente a dirigi-las conscientemente. Para isso, é essencial a
aprendizagem do processo fundamental da "des-identificação" de tudo que não é oself, e da "auto-identificação" ou realização de nossa verdadeira identidade como
um centro de consciência e de vontade.
Métodos Utilizados
Há uma grande variedade de técnicas utilizadas na psicossíntese para atender àdiversidade de necessidades apresentadas por situações diversas e pessoas
diversas. Cada pessoa é tratada como um indivíduo e um esforço é feito para acharos métodos mais adequados à situação existencial, ao tipo psicológico, às metas
individuais, às necessidades e ao caminho de desenvolvimento da pessoa. Algumasdas técnicas mais comumente usadas são: a imaginação dirigida, a consciência e omovimento do corpo, o trabalho com símbolos, o trabalho com a arte, manter umdiário, o treinamento da vontade, a fixação de meta, o trabalho sobre os sonhos, o
desenvolvimento da imaginação e da intuição, a gestalt, os modelos ideais e a
meditação. A abordagem principal da psicossíntese é o tratamento da pessoa comoum todo, embora em cada sessão se possa focalizar um nível ou um aspectoparticular da pessoa. Tendo como objetivo a integração do corpo, dos sentimentose da mente, a psicossíntese tem como meta promover um processo de crescimento
contínuo, onde aplicamos as atitudes e técnicas básicas da psicossíntese na vidacotidiana para promover uma atualização mais jovial, harmoniosa e plena de
nossas vidas.
Fases da Psicossíntese
Toda pessoa é um indivíduo, e a integração de cada pessoa segue um caminho
particular. Mas no processo global da psicossíntese, podemos distinguir duas fasessucessivas - a psicossíntese pessoal e a transpessoal. Na psicossíntese pessoal, aintegração da personalidade ocorre em volta do self pessoal, e o indivíduo atinge
um nível de funcionamento, em termos do seu trabalho e de suas relações, queseria considerado como plenamente saudável pelos padrões atuais de saúde
mental.
Na fase transpessoal da psicossíntese, a pessoa aprende a alinhar-se com o SelfTranspessoal e a expressar as energias desse Self Transpessoal, manifestandoentão qualidades tais como: responsabilidade social, espírito de cooperação,
perspectiva global, amor altruístico e propósito transpessoal. Freqüentemente, as
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duas fases se sobrepõem, e pode haver uma atividade transpessoal considerávelbem antes da fase de psicossíntese pessoal estar completada.
Roberto Assagioli
O italiano Roberto Assagioli (1888-1974) foi o primeiro psicólogo ocidental aincorporar a sério a religião e a espiritualidade em uma visão global da psiquehumana. Quando olhamos para os seus antecessores no campo da psicanálise,
Freud estava absolutamente incrédulo sobre a religião. Ele considerou todas asformas de religião e espiritualidade como uma regressão infantil em estados deconsciência. Para Freud, o maior e mais saudável estado que a psique poderia
atingir, era uma forte consciência racional e plenamente desenvolvida, presididapor um ego realista, que seria capaz de integrar e regulamentar os muitos aspectosdo consciente e do inconsciente quanto possível. Tudo que era irracional tinha deser evitado ou pelo menos controlado e dado o seu lugar na mente. Os impulsos
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inconscientes tinham de ser canalizados. O ego tinha que ser um mediador entreas normas e regulamentos do superego (a soma total de todos os mandamentos
internalizados e aconselhamentos adquiridos) e as exigências do Id (o inconscientee todas as suas unidades). A religião e a espiritualidade seriam formas inferiores
de consciência, que há lugar e função no mundo psicológico da criança, mas teriam
que ser deixadas para trás para se alcançar a maturidade.
O aluno de Freud, o suíço Karl Gustav Jung, estava em desacordo com o velhomestre. Ele foi mais positivo sobre o papel da religião na psique humana. Ele
descobriu que, no fundo do inconsciente coletivo do homem havia símbolos notrabalho que ele chamou de "arquétipos". Esses símbolos foram imagens
inconscientes de determinadas realidades psicológicas, carregadas de energiapsicodinâmica tremendo, como a imagem da Mãe arquetípica, que sempre cuida de
você, como, por exemplo, o cavalo branco, como símbolo de liberdade. Algunsdestes símbolos eram de natureza religiosa, como o Anjo da Guarda ou o Filho de
Deus, o Salvador.
Jung fez sua vida de trabalho o estudo destes símbolos arquetípicos e, assim,desvendou os segredos do inconsciente. Mostrou-nos a riqueza de material que
podemos encontrar nesses arquétipos em mitos e histórias de todo o mundo. Também em nossos sonhos poderemos descobrir o funcionamento desses
símbolos. Estes arquétipos tinham um significado para a psique individual epoderiam ser estudados com a finalidade de diagnóstico e utilizados em terapia.
Para Jung os arquétipos tinham o poder de integrar as diferentes funçõespsicológicas, tanto do consciente e do inconsciente. Eles eram como as baterias
cheias de alta energia, capaz de inflamar a psique em altas aspirações, metas
elevadas e imagens de um ser humano melhor. Arquétipos especialmentereligiosos, como o herói, o avatar, o Deus encarnado, ou o santo, para citar apenasalguns, tinham o poder de harmonizar e estabilizar a psique. Eles pareciam ser as
imagens do Self, a maior parte da psique.
Assim, Jung foi mais positivo sobre a religião e a espiritualidade e seu papeldesempenhado na vida da psique. Ele não reduziu todo o sentimento religiosopara expressões baixas, drives imaturos no inconsciente. Jung, no final, não fezmuito em favor da espiritualidade. Ele não foi capaz de dar à espiritualidade e areligião um bem merecido e muito estimado lugar na psicologia. Ele não fez uma
distinção clara entre os arquétipos dos reinos espirituais (supra-consciente e
transpessoal facetas da psique) e os arquétipos mitológicos (infra consciente einfra pessoal) de origem, mesmo que às vezes originados a partir do início da
evolução da consciência. Ele tratou-os como se não tivessem valores hierárquicos.Porque que nem todos os arquétipos e símbolos espirituais e psicológicos são de
valor real na natureza. Freud foi efetivamente direto na rotulagem de algunssentimentos religiosos como primitivos e infantis, por exemplo, as imagens
produzidas pelas camadas inferiores da nossa (sub) consciência.
A psicologia de Jung não conseguiu nos oferecer um mapa geral do espectro daconsciência, que desse crédito a todos os aspectos da psique humana, incluindo oreligioso e o espiritual. Para que este mapa global fosse elaborado era preciso um
acordo entre todos os dados psicológicos de uma ou outra forma hierárquica, ouseja, campos de valores superiores e inferiores tinham que ser delineados. Por
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que precisamos desesperadamente fazer uma distinção entre um sentimento eoutro, entre um e outro arquétipo, a fim de compreender os diferentes níveis de
integração dos arquétipos diferentes oferecidos em nossa psique. Em outraspalavras, precisávamos de um mapa científico que possa nos dar um levantamento
detalhado dos diferentes significados e valores de cada fenômeno psicológico.
Roberto Assagioli foi o primeiro cientista da psicologia a nos dar um mapa global. Sua visão da psique humana está aqui apresentada. Essa visão oferece-nos umavisão mais precisa de consciência do que ambos os sistemas de Freud e Jung. No
sistema de Freud 1, 2 e 3 em conjunto formaram o Id e do superego, ambos sendoirracional e inconsciente, e 4 do campo da consciência, com 5, o seu agente, o Ego. Mas Freud nunca falou sobre os 3 e 6. Ele colocou o campo 4 no mais elevado daconsciência, como ele considerava o ego dentro de seu campo de consciência, a
mais alta forma de evolução. Jung falou sobre o campo 6, mas não há quediferenciar claramente entre 1, 2 ou 3. Vamos entrar em detalhes sobre o mapa
Assagioli da psique humana.
1. Inferior (infra) inconsciência
Nesta parte de nossa psique inconsciente todos os nossos instintos e impulsosinconscientes são armazenados. Muito do que inconscientemente motiva nosso
agir e pensar tem sua base aqui. Este é também o lugar onde todos os nossospensamentos e sentimentos reprimidos estão postos de lado, lembranças remotas
de nosso campo de consciência, que podem nos incomodar no estado de vigília pormedos, tristezas e angústias. Ou para colocá-lo negativamente, este é o lugar onde
todas as patologias mentais têm as suas raízes. Trata-se de "território do mal"para a maioria das pessoas, um verdadeiro terreno escuro e um abismo infernal.Quando o sistema nervoso é muito tenso e mal, este é o lugar de onde neuroses,
psicoses e fobias entram na consciência.
2. Meia inconsciência
Esta é a parte do inconsciente que temos acesso durante o nosso estado de vigília. É uma espécie de "sala de espera" para as coisas que temos experimentado
recentemente. Aqui estamos, inconscientemente, a elaborar e desenvolver osnossos pensamentos e sentimentos, idéias ou soluções que possam, mais tarde,
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entrar em nosso campo de consciência. É uma espécie de um estado intermediárioentre a vigília e o sono.
3. Maior inconsciência
Este é o campo onde todos os nossos sentimentos e pensamentos são elevados eentram na consciência, como a intuição artística ou científica e a inspiração. Todos
os nossos nobres sentimentos éticos, como o amor altruísta ou auto-sacrifício,ocorrem neste nível. É também o lugar do gênio e das formas espirituais
superiores, como o êxtase e o poder de iluminação. Aqui as energias psíquicasocultas são enormes e não podem apenas exaltar a psique, mas também podem
destruir e desintegrar as suas funções pelo seu poder absoluto. Este é um campode consciência que não é acessível, ou apenas raramente, para a maioria das
pessoas.
4. O campo da consciência
Esta parte de nossa personalidade é acessível para nós durante o estado de vigília:"um fluxo interminável de sensações, imagens, pensamentos, sentimentos, desejos
e impulsos que podemos observar, analisar e julgar."
5. O Eu consciente ou Ego
Esta é designada pelo ponto central no diagrama. É o centro da nossa consciênciade onde estamos a regular, observar e avaliar todo o conteúdo da nossa
consciência. Ele pode ser comparado a um timoneiro ou um cocheiro na conduçãoe controle de tudo o que está acontecendo em nossa consciência. É o nome
definitivo de uma pessoa. Dá a impressão que é algo permanente no conteúdo
fugaz de consciência. Freud deu-lhe o lugar central em sua psicologia, por causa deseu grande poder de regular e integrar. Mas é também o mecanismo que reprime e
torna inconsciente. Assim, em certo sentido, o ego é também responsável pelamanutenção de grande parte das nossas funções psíquicas e conteúdos
inconscientes.
6. O Eu superior
Quando estamos dormindo, anestesiados ou hipnotizados por narcóticos, o nossoeu, ou eu consciente, parece estar totalmente perdido e desaparece. Porém,
quando estamos acordados e voltamos aos nossos sentidos, podemos recuperar a
nossa consciência novamente. Portanto, deve haver um outro por trás do eu quemantém viva a nossa consciência, quando não podemos controlá-la. De outro
modo nós morreríamos cada vez que adormecemos, ou ficaríamos intoxicados. Também é responsável por manter vivas as nossas funções involuntárias,
biológicas e psicológicas.
Portanto, deve inferir-se que o fundamento de nosso sentimento é algo maiselevado. Segundo Assagioli este Self é algo permanente e que não é atingida pelo
fluxo diário de nossa consciência, nem pelo processo físico de nosso corpo, masque pode ser sentido e vivido como a Fonte da nossa consciência. Kant chamou-lhe
o ego nominal e distingui este Eu Superior do ego empírico. O ego parece ser
algum tipo de uma imagem desse Eu superior.
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O conceito do Eu superior é uma questão importante na psicologia de Assagioli,porque ele dizia ser a psicologia uma ciência que pode integrar todas as diferentes
funções da psique humana num todo harmonioso. Ele afirmou que de todos os
campos da consciência do Self têm o maior potencial para criar esta harmonia. Elequeria reconstruir na terapia toda a estrutura da personalidade em torno desteconceito do Eu superior e usar todas as suas potencialidades na consciênciaindividual unificada. Ele queria sintetizar as diferentes funções psicológicas,
estabelecendo a integração por uma análise minuciosa, com o auxílio de métodos etécnicas desenvolvidas por Freud e seus sucessores. Para Assagioli, como Freud
também acreditava, o ego e seu campo de consciência eram muito importantes nosentido de tornar possível essa integração. Mas uma verdadeira síntese pode serprovocada quando também se faz uso de todas as energias do Eu superior. Esse
era seu principal objetivo e essa é a razão pela qual ele chamou sua nova psicologiade psicossíntese.
7. O inconsciente coletivo
No diagrama da consciência parece estar isolado e excluído num campo em tornodela, por uma linha marcada. Isto é feito somente para a conveniência de
representação. Pois na verdade não existe um intercâmbio constante entre omundo interior da consciência individual e consciência que o rodeia (muito
parecido com a célula dentro de um corpo está em contínua osmose com o mundoexterior). Nossa consciência não é isolada, mas diz respeito ao passado, presente e
futuro consciência de trabalho em nosso mundo, tanto no homem como noexterior. Esta consciência global pode ser chamada de inconsciente coletivo,
porque a maioria das pessoas não está consciente do fato de que elas sãoincorporadas neste campo maior de consciência.
Temos de dar a Assagioli o crédito para a introdução do conceito do Eu superiorem psicologia ocidental. Ele merece o nosso agradecimento na abertura de
psicologia para todos os tipos de investigações sobre isso e, o que posteriormentefoi chamado de reinos transpessoais da consciência. Assagioli foi o pioneiro que
lançou as bases para futuros exploradores da psique humana, como Ken Wilber etodos os seus colegas da psicologia transpessoal de hoje. Ele é muitas vezesacusado de não declarar suas fontes. Assagioli baseou sua psicossíntese em
psicologia esotérica e o trabalho da Alice Bailey, uma acadêmica Teosófica. Mas
nós podemos ver agora porque ele estava tão relutante em apontar as origensorientais da sua psicossíntese. O mundo científico do seu tempo não estava
maduro para reconhecer a profunda sabedoria das tradições esotéricas e era muitocéptico em relação a tudo mais. Então, ele escolheu para enquadrar as suasconclusões sobre o Self no vocabulário científico da Europa Ocidental. Esta
prudência fez seus escritos mais aceitáveis nos círculos acadêmicos. Ele era sábioem fazê-lo.
Seu método de psicossíntese é muito minucioso. Ele começou o tratamentocentrando a atenção do paciente no campo 4, o campo da consciência, porque essaera para a pessoa média o mais próximo à mão. Com o fortalecimento deste campo
de consciência e, em especial o ego como o controlador, os próximos passos dariammais resultados. Então ele tentou fortalecer a vontade consciente do ego. Para
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uma terapia eficaz seria facilitada e reforçada a capacidade do paciente para oautoconhecimento. Perseverança e bravura eram necessárias para uma bem
sucedida psicossíntese ter resultado.
O segundo passo foi analisar o inconsciente dos campos 1 e 2. Todos os medos e
ansiedades, todos os bloqueios e inibições, todos os traumas e as neuroses tinha deser tratadas conscientemente. Os hábitos profundamente ancorados dapersonalidade teriam que ser analisados para estimar o valor e os padrões decomportamento a que o paciente era inclinado. Por que o paciente sempre se
comporta da forma como ele ou ela fez? Qual foi a causa raiz de todos osproblemas? Assagioli concordou com Freud que a consciência trazendo
sentimentos e pensamentos inconscientes criaria uma catarse: para ser consciente,para conhecer a si mesmo e obter a cura e a integração sobre a consciência.
Para a maioria das pessoas o sucesso desta primeira etapa e a segunda seria já umagrande melhoria em sua saúde mental. Se o campo de consciência pode ser
alargado e pode ser trazido para incluir também o campo 1 e 2 (se, em nossarepresentação acima, o campo 1 e 2 também pode tornar-se vermelho), então aterapia será já de algum sucesso na maioria dos casos. A maioria das pessoas irácertamente se beneficiar do alargamento de sua consciência. Para a maioria dos
pacientes só a cura se forem capazes de realizar uma psicossíntese pessoal. Amaior inconsciência não é facilmente acessível à maioria das pessoas. Suas
energias na maioria dos casos ainda estão pendentes. Assim Assagioli trabalhouduro para desenvolver técnicas para promover esta forma de psicossíntese. Ele
queria levar em conta as limitações que a maioria dos pacientes tem na realizaçãodo seu self.
Ele também desenvolveu técnicas para realizar um psicossíntese espiritual, a maisalta forma de síntese que se poderia ter alcançado. Ele estava muito certo sobre o
fato de que apenas este tipo de síntese poderia realmente trazer o fim de todo osofrimento e da doença mental. Só se todo o espectro de consciência se tornar
consciente (se todo o círculo tornar-se vermelho, incluindo 6, o Self), poderá haverharmonia, alegria e felicidade na psique humana. Que realmente seria uma síntese
do fato.
Portanto, vamos discutir a terceira etapa Assagioli queria ter no tratamento deseus pacientes, o psicossíntese espiritual.
Ele começa por afirmar que é um fato científico de que há uma tendência na psiquehumana para chegar a formas superiores de consciência. O ego quer entrar emcontato com sua própria fonte do ser, o Self, que é representado no diagrama pelalinha traçada entre 5 e 6. Na verdade ele pode ser visto como uma forte linha de
puxar, provenientes do Self, para levantar a consciência e incluir a SupraConsciência e o Eu Superior. A Vontade de sua própria natureza quer que seja
levantado. Em qual vocabulário se enquadra esta tendência, seja religiosa,metafísica, filosófica ou artística é de nenhum interesse para o psicólogo. Assagioli
quer apenas indicar o fato de que há essa tendência e que ela funciona. Seriaanticientífico negar o trabalho dessas tendências psicológicas. Elas têm que serem
descritas por uma psicologia que quer ser precisa, exata e factual. Além disso,
estas tendências mais parecem trabalhar na integração das funções e sintetizar
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todos os níveis psicológicos. Então, elas podem ser muito úteis para uma psicologiaque pretende também ser terapêutica.
A vida e obras de artistas excepcionais, gênios superdotados nos da umexemplo, que de fato é possível ampliar a consciência e assim incluir os reinos mais
elevados. Eles têm uma consciência alargada, que não se limita ao campo 4sozinho, mas se estende para o campo 3. Há que fazer uso das potencialidadesextraordinárias, que os homens comuns só podem sonhar. Mas é claro que se devefazer uma distinção entre a maior parte da consciência e do Ser em si. Para gênios,
artistas ou místicos poderem ter (temporariamente) o acesso ao inconscientesupra, nem sempre significa que eles tenham a auto realizado. Sua personalidade
ainda pode ter falhas. Somente quando a vontade é totalmente incluída naexpansão da consciência, pode haver harmonia completa de todas as funções
psíquicas. Porque nós não devemos esquecer que o inconsciente superior tambémpode ser aberto, às vezes para pessoas comuns (as chamadas experiências de pico)
e até mesmo para pessoas doentes mentais, como esquizofrenia, mas isso não
significa que eles tenham realizado com vontade. Realização do Self é o objetivofinal no desenvolvimento humano e (ainda!) acontece muito raramente.
Mas cada ser humano sente a atração da linha e esta força puxando deve serbenéfica. É da natureza da psique sempre chegar mais alto e mais além. Isso já
acontece de modo salutar. Assim Assagioli queria desenvolver técnicas quepossam reforçar a puxada da linha, por assim dizer. Vamos discutir algumas
técnicas que podem ser úteis para chegar para o Self.
1. O uso de símbolos e arquétipos espirituais
Símbolos espirituais não são reflexos apenas das tendências mais elevadasde nossa psique, mas podem definir essas tendências no movimento também. Desta forma, os símbolos são usados em todos os tipos de configurações
espirituais, como em liturgias ou na arte. Essas imagens arquetípicas abrem aconsciência para os campos mais altos. Abstrações e símbolos da natureza
repetidamente surgem nestas definições, como a imagem do sol, a estrela, o olho(muitas vezes as imagens do Self) ou imagens de flores como a rosa ou o lótus.
Também o pão e o vinho no Ocidente são utilizados como símbolos de nossa fomeespiritual.
Mas também a imagem das pessoas pode ser utilizada como símbolos de um maior
crescimento espiritual, como a interiorização de alguns homens e mulheres santos(Jesus, Krishna, Buda, etc.) Especialmente para as pessoas religiosas estas imagenssão de potência enorme em trazer uma síntese, mas também os ateus ou
agnósticos fazer progressos quando visualizar e internalizar certas pessoasexcepcionais, como o Mestre Interior, ou a Velha Sábia, o Guerreiro Interior, paracitar apenas alguns. Todo mundo é capaz de nomear uma pessoa assim, refletir e
internalizar as qualidades percebeu essas pessoas representam.
2. O diálogo interior
Esta é uma das técnicas mais bonitas de Assagioli. Ele pedia que o paciente
visualizasse com os olhos fechados um Mestre Interior. Ele convidava o paciente aexpressar o seu problema antes deste guia interior e pedir explicações e soluções.
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Na maioria dos casos o problema não se manifestava instantaneamente resolvido,mas no longo prazo, em momentos inesperados, alguns insights surgiam, de modo
benéfico. Assagioli explicou o funcionamento desta técnica, afirmando que oMestre Interior do paciente não era outro que senão o Eu próprio, que oferecia
sabedoria e equilíbrio para a mente do interlocutor.
Pessoalmente acho muito aplaudir esta técnica, porque a pessoa que faz asperguntas está à procura de respostas e soluções de si mesmo. Gradualmente, a
visão inicial será que os problemas poderão ser resolvidos a partir do interior. Quenão há mais necessidade de qualquer terapeuta ou qualquer autoridade externa
para dar orientação. Em seguida, o paciente será um agente de cura para simesmo, o que é a única maneira de ter progresso no caminho espiritual.
O terapeuta deve ter grande cuidado em fazer o paciente ver isso, que érealmente a si mesmo que está a dar as soluções e obter as recuperações mentais.
Que o Mestre Interior ou a mulher certamente é um mero símbolo e nada mais.
Dessa forma, o paciente encontra a autoconfiança e a confiança, que todos ospotenciais de cura realmente residem no interior. Por fim, só podemos nos curaratravés de nossa vontade. Pode ser prejudicial para a saúde mental do paciente se
ele ou ela conta com a ajuda de alguma autoridade exterior.
3. A Dramatização articulada da busca espiritual
Assagioli tinha confiança no poder da cura das histórias espirituais domundo da literatura. Ele, por exemplo, disse aos seus pacientes para jogar fora,sozinhos ou em pequenos grupos, algumas cenas da lenda do Santo Graal ou da
Divina Comédia de Dante. Através da identificação do papel que colocava ospersonagens da peça identificados com o paciente (s) que psicologicamentesofriam dos mesmos problemas e, eventualmente, da mesma catarse, que os
personagens principais da história. A atuação da história espiritual do paciente oconvida para fazer uma busca espiritual para si mesmo.
Embora Assagioli admitisse que a natureza e as funções do Self descritas naliteratura psicológica ainda eram relativamente pobres e que era necessária muitapesquisa para obter insights sobre o mundo do inconsciente e do Eu, ele também
achava que haveria muito a ganhar, quando investigações futuras tivessem um foconeste domínio importante. O mérito de Assagioli reside em ser um dos primeiros a
ter alargado o leque de psicologia para incluir também os aspectos religiosos eespirituais da consciência. Pela primeira vez na história da ciência moderna areligião foi estudada como um assunto sério, digno de nossa atenção profunda.
Mas para chegar a este ponto crítico era necessário para a psicologia se tornar umramo da religião em si (o que é, na verdade).
Do ponto de vista do misticismo, no entanto, as investigações de Assagioli sobre anatureza do Eu e seus conseqüentes recomendações que dizem respeito ao contatoe integração deste domínio psicológico, parecem um pouco superficial. Ele parece
mais interessado em reforçar a linha entre 5 e 6, em um total de expansão daconsciência para incluir todos os campos, para trazer à tona todo o espectro
vermelho da consciência. A sua abordagem à religião e à espiritualidade parece sercomportamental. Ele está mais interessado no que a espiritualidade não é do que
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aquilo que realmente é. Ele teria se defendido afirmando que sua principalpreocupação era a psicoterapia e que ele queria curar seus pacientes. Mas, para a
leitura, o místico de seus livros deixa por vezes um pouco a desejar.
Um capítulo inteiro da Psicossíntese é dedicado às técnicas sobre como fortalecer a
vontade pessoal. Assagioli afirma que é crucial para o ego ter uma fortedeterminação e uma resolução firme, para poder progredir e ganhar ou restaurar asaúde mental. Agora é certamente o caso de que a vontade da pessoa torna-se
forte, mas não é a sua vontade pessoal, mas algo completamente diferente, é a suavontade espiritual, que se torna fortalecida e, de fato, torna-se a força de todos os
determinantes da psique. Para conseguir este objetivo, a vontade pessoal tem queser secundária. Na verdade, é muito prejudicial para a realização do Self ocorrer,
manter o esforço sobre a vontade pessoal. Do ponto de vista do misticismo avontade pessoal deve ser de pouco interesse. Devemos concentrar a nossa atenção
mais sobre a maior vontade de toda a consciência abrangente.
Assagioli parece ser muito realista. Como terapeuta, ele quer levar emconsideração que nem todos os pacientes podem chegar aos níveis mais elevadosde 3 e 6. Que a maioria dos pacientes só será capaz de sintetizar os níveis mais
baixos de 1, 2 e 4. Mas os objetos místicos da verdadeira saúde mental só podemser adquiridos nos níveis mais elevados. Somente a partir destes níveis de
consciência pode nascer a força integradora que realmente sintetiza todas asnossas funções psicológicas. Toda a atenção deve, portanto, em última análise,
deve ser focada na vontade. Para ficar no nível consciente e infra inconsciente nãoé suficiente livrar-se de toda a dor e sofrimento. Se quisermos ser
verdadeiramente livres, se queremos que a saúde mental seja completa, sequeremos a libertação eterna, então nós temos que fazer mais do que reforçar a
nossa vontade pessoal, escrever diário, usando a terapia de cores ou a analisar osnossos sonhos; todas essas técnicas podem ser úteis certamente para a maioria dos
pacientes. Mas Se quisermos nos livrar de tudo isso, temos que ser um com aVerdade, um com deus / Brahman.
A busca do Self é o único caminho. Nós certamente podemos seguir Assagioli natomada de cada passo, mas todos nós temos de terminar com o terceiro passo.
Assagioli assumiu a terceira etapa e, assim ele abriu os olhos de toda a psicologiaocidental. Finalmente a sabedoria esquecida de todas as idades e culturas estavacomeçando a ser reintroduzida na ciência ocidental. Os resultados são enormes.
Agora, no terceiro milênio a espiritualidade é um assunto sério em currículosuniversitários novamente. Não está sendo julgada cientificamente, mas volta a
chamar a atenção do cientista sério ocidental. Assim Assagioli fez algo de enormevalor. Ele tirou os nossos preconceitos. Ele uniu os mundos do Oriente e do
Ocidente. Se alguém disse um dia que os dois nunca se encontrariam, Assagioliprova o contrário.
A Natureza Transpessoal da Consciência
* Este artigo foi cedido gentilmente pelo psicólogo Carlos Antônio Fragoso
Guimarães
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As neurociências e seus seguidores nos dizem que a nossa consciência é criadadentro do nosso cérebro e está contida na caixa óssea que denominamos “cabeça”.
Afirma também, que a consciência se finda quando morremos. Em termos dosconceitos transpessoais as coisas se passam de forma diferente: a consciência éalgo que existe independentemente de nós e que, na sua essência, não é limitada
pela matéria. É independente dos nossos cinco sentidos físicos, sendo usada poreles, apenas, para nos fazer perceber, cotidianamente o decorrer das nossas vidas.
Na área transpessoal aprendemos também, que a consciência é infinita e seestende para além do espaço e do tempo. Nós limitamos a amplitude da nossa
consciência, devido aos conceitos que nos foram impostos desde a infância pelanossa cultura materialista. A consciência é una, não é uma exclusividade nossa e
não conhece a separatividade que a humanidade criou: o eu e o você. A consciênciauna é sua e minha, e permeia toda a natureza, desde as formas as mais
elementares, às mais sofisticadas e complexas.
A nossa dificuldade em admitirmos a natureza transpessoal da consciência foiimposta por aquilo que se convencionou, na nossa cultura, a chamarmos de “bom
senso”.
A consciência é como uma teia onde todos nós estamos ligados haurindo os seusbenefícios sem o sabermos que os compartilhamos integralmente uns com os
outros.
Na atualidade, o físico e quântico Amit Goswami, Ph.D., criou uma teoria – OIdealismo Monístico – onde afirma que a consciência é a matrix de toda a matéria
existente, é o princípio da VIDA que a ciência vêm procurando há tanto tempo, emvão.
O Histórico
A consciência transpessoal passou a ser o objeto de investigação séria há mais demeio século, pelos cientistas pioneiros que nela viram muito mais do que o “reino
do misticismo”, da “religião”, do “paranormal” ou do “mágico”. A ciência, de hámuito delegara esta área aos sacerdotes e aos místicos.
O considerado “precursor” da psicologia transpessoal foi o psicólogo suíço CarlGustav Jung.
Jung declarou, no final da sua vida, que o seu trabalho mais maduro durante toda asua carreira, cresceu com as experiências transpessoais que fez e relatou isto no
seu livro “Septem Sermones ad Mortuos” (Os Sete Sermões aos Mortos), publicadoprimeiramente em 1916. Neste livro, Jung descreve a sua descoberta do mundo
transpessoal quando rompeu as barreiras do estado de consciência comum,penetrando num mundo que ele, sequer imaginava. Neste mundo ele encontrou
uma entidade que lhe disse chamar-se “Basilides”. Basilides, perguntado por Jung,esclareceu-lhe que vivera em Alexandria, muitos séculos antes do nascimento dopsicólogo. Basilides transmitiu a Jung o conhecimento do “Pleroma”, um conceito
transpessoal que mais tarde influenciaria o psicólogo na descoberta do
“inconsciente coletivo” da humanidade.
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O Pleroma, como ensinado por Basilides
“O Pleroma é, ao mesmo tempo, o princípio e o fim dos seres criados. Ele ospenetra, como a luz do sol penetra em qualquer lugar, penetra o ar... Somos,
entretanto, o próprio Pleroma porque somos parte do eterno e do infinito. Mesmono seu ponto o mais insignificante o Pleroma não tem fim, é inteiro, desde que
pequeno e grande são qualidades contidas nele. Ele é este nada o qual é tudo e écontinuidade”!
A segunda entidade encontrada por Jung no mundo transpessoal foiPhilemon, quem influenciou profundamente o seu trabalho. Philemon lhe apareciacomo sendo uma “figura espiritual”. Jung atribuiu a Philemon muito do sucesso do
seu trabalho e da sua obra.
Como curiosidade: Jung foi o primeiro ser humano a conhecer e divulgar a “corazul” do planeta Terra.
Na sua autobiografia ele relata que, doente, frágil, ele obteve uma expansãodesmesurada da sua consciência (semelhante a uma OBE ou “saída fora do corpo”)
e constatou, deslumbrado, a coloração azul da Terra. Depois, conta ele, procurousaber a que distância deveria estar fora da Terra para presenciar tal espetáculo. Aoconhecer as coordenadas, ficou literalmente em órbita! Há que se notar que nesta
época, o astronauta russo Yuri Gagarin ainda nem havia nascido!
Abraham Maslow
Um dos mais importantes pioneiros cujo trabalho e pesquisas científicasforneceram a base e as vigas de suporte da psicologia transpessoal. Foi Maslowquem cunhou o termo “experiências culminantes” ou “de pico”, aquelas que nos
comprovam a tese de que: “somos mais do que os nossos corpos físicos, porquesomos mais do que matéria física”, realidade esta só encontrada quando,
deliberada ou ocasionalmente, fazemos a descoberta do nosso nível transpessoal.Outra das suas grandes contribuições para a área transpessoal foi a
“despatologização” da psique, ou seja, Maslow não catalogou como “doença” ou
“estado de escuridão” as manifestações provenientes do âmago ou “core interno”existente em cada um de nós. Ao contrário ele glorificou e dignificou estas
manifestações elegendo-as como fonte de saúde e de criatividade.
A sua teoria a respeito do que se pensava acerca deste núcleo, âmago ou “coreinterno” dos seres humanos, mostrou que a realidade é muito diferente dos
conceitos existentes sobre este núcleo. Os ocidentais desprezaram e obscurecerama sua importância relegando-o ao reino da superstição, como pertencente a forças
malignas perigosas ou a neuroses. Todos nós deveríamos reprimir asmanifestações do “core interno”, catalogadas como “impulsos neuróticos”, nocivos
para nós. O feito de Maslow foi o de provar através do seu trabalho com pessoas“realizadas” (que haviam completado a sua auto-realização do self) que este
acontecimento pode e nos coloca diante do nosso potencial máximo, se nãoreprimirmos as suas manifestações ou os seus sinais, todos provenientes deste
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“self ou core”. Ao contrário, tudo o que deveríamos fazer para conseguirmos a
nossa auto-realização seria receber estas manifestações, aprendermos com elas eouvirmos o que têm para nos dizer.
A pesquisa de Maslow indica: mesmo que estas “vozes e impulsos” provenientes do
“core self” (como o Philemon de Jung) nos possam parecer “murmúrios sutis edelicados, que podem ser facilmente sufocados pelos ensinamentos da
desaprovação recebidos da nossa cultura ou pelo medo da desaprovação e dassanções”, é verdadeira a assertiva de que: “a autêntica manifestação do self pode
ser definida, em parte, como sendo apta para ouvir estas vozes-impulsivasinteriores”... Abraham Maslow diz: “Nenhuma saúde psicológica é possível a menos
que este “core” essencial de cada pessoa seja fundamentalmente aceito, amado erespeitado”.
Anthony (Tony) Sutich
Juntamente com Abraham Maslow e Stanislav Grof , o pioneiro da PsicologiaTranspessoal também com Maslow, da Psicologia Humanística, a matriz da
Psicologia Transpessoal. Sutich fundou o “Journal of Humanistic Psychology” em1958 .
Após profundas discussões sobre os assuntos que fundamentariam a PsicologiaTranspessoal com Abraham Maslow e Stanislav Grof, a respeito das suas próprias
experiências decorrentes das Buscas Espirituais e seus efeitos nas quais os trêsestavam envolvidos, Sutich fundou mais um jornal: “Journal of Transpersonal
Psychology” e também o “Transpersonal Institute” mais t arde transformado na”
Association for Transpersonal Psychology”.
A diferença entre a Psicologia Humanística e a Transpessoal é a seguinte: aPsicologia Humanística visa conhecer o potencial do ser humano em termos do seu
desenvolvimento existencial e fenomenal. A Psicologia Transpessoal abrange umconhecimento universal amplo relativo à religião, espiritualidade e fenomenologia
e também procura pelos resultados da transcendência, a mais conclusiva, arespeito do que ocorre nas experiências “de pico” ou “culminantes”, acontecidas
durante os Estados de Consciência Alterados....e vai mais além.....
Se a Psicologia Humanística era vista pelos três colegas como sendo a terceira
força, a Psicologia Transpessoal foi reconhecida por eles como sendo a quartaforça. As duas outras: O Behaviorismo e a Psicoterapia.
Quarta Força, porque ela transcende as outras três mergulhando profundamenteno reino da fenomenologia transcendental e da metafísica, ultrapassando assim
todos os limites do conhecimento científico materialista também.
Sutich faleceu no ano de 1976 deixando uma extensa e frutífera obra expostaatravés dos seus livros e “papers”.
O jornal fundado por Sutich contribuiu e contribui para a Psicologia Transpessoal,publicando “papers” empíricos, artigos e estudos feitos sobre o transpessoal,
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avaliações mais recentes, contribuições originais, consciência e estados deconsciência alterados, experiências culminantes, Êxtases, experiências místicas
essenciais, estados de bem-aventurança, transcendência do “self”, conhecimentocósmico, encontros transpessoais máximos, fenômenos transcendentais , atividade
sensorial máxima, etc.
William James
Considerado o “pai” da pesquisa psicológica moderna, William James, concordandocom as teorias de Jung e de Maslow, rogou às pessoas para que se esforçassem por
libertarem os seus “core selfs” das fronteiras arbitrárias que foram erigidas aoredor dele e que são verdadeiramente, as cercas dentro das quais aprisionamos anossa psique, impedindo-a de nos fornecer as vastas possibilidades de realizações
das quais dispõe para nos oferecer.
“Muitas pessoas vivem... num verdadeiro círculo restrito do seu potencial. Elas
usam apenas uma pequena porção da sua consciência e das provisões contidas nasua alma. De uma maneira geral, são semelhantes a um homem que, desprezando
todo o seu corpo, criasse o hábito de só usar e mover, apenas, o seu dedomindinho”. William James.
Roberto Assagioli
Psiquiatra e cirurgião nascido em Veneza – Itália
Roberto Assagioli foi um ser humano maravilhoso sempre pronto a ajudar os que o
procuravam e sempre apresentando a atuação dos que vivem em paz, construiu àsua volta uma “aura” de gratidão, afeto, admiração e respeito. Inconformado com a
psicanálise, que para ele não atingia a “longa distância da natureza humana”,explorada sessenta anos antes por Abraham Maslow, em 1910, criou a
psicossíntese, um sistema de crescimento pessoal com a qual entrou para o rol dospioneiros da psicologia transpessoal.
A proposta de Assagioli foi a criação de uma abordagem científica envolvendo o serhumano: criatividade e arbítrio, alegria e sabedoria, seus impulsos e outros.
Assagioli desejava esta abordagem simples e prática, mas que produzisse saúde e obem viver de forma superior e com qualidade. Assim nasceu a psicossíntese.
Conhecido ao redor do mundo através dos seus livros, artigos e estudantesestrangeiros, Assagioli privou com Jung, Maslow, Tagose e outros de igual porte.
Erudito, Roberto Assagioli foi filósofo, literato, espiritualista, um homemtranscultural. Faleceu em 23/8/1974. O Instituto de Psicossíntese fundado por ele(1933) continua divulgando e trabalhando de acordo com as suas teorias em: “Ente
Moralo dello Stato/Roma”.
“A matéria subjugada... não é aquela coleção de objetos sólidos e estáticosestendidos no espaço, mas a vida que é vivida no cenário que ela compõe; portanto,
a realidade não é só esta cena externa, mas a vida que é vivida nela. A realidade éas coisas como elas são”. William Stevens.