A Psicologia Positiva Atuando Na Prevenção Ao Estresse - Claudia Napolitano
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7/24/2019 A Psicologia Positiva Atuando Na Preveno Ao Estresse - Claudia Napolitano
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A PSICOLOGIA POSITIVA ATUANDO NA PREVENO AO
ESTRESSE
Por: Claudia Aparecida Napolitano
OrientadorProf. Ricardo S
Rio de Janeiro
2015
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A PSICOLOGIA POSITIVA ATUANDO NA PREVENO AOESTRESSE
Apresentao de monografia AVM FaculdadeIntegrada como requisito parcial para obteno do
grau de especialista em Psicologia Positiva: Uma
integrao com Coaching
Por: Claudia Aparecida Napolitano
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AGRADECIMENTOS
Agradeo ao apoio do meu marido
Carlos Eduardo, pelo incentivo a mais
essa conquista.
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DEDICATRIA
Dedico a memria de minha me que
sempre teve a preocupao com minha
formao acadmica e no meu
desenvolvimento pessoal e profissional.
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RESUMO
Nesse trabalho discorremos sobre os principais conceitos e dados em
relao ao estresse emocional e como ele atua em nossas vidas. A Psicologia
Positiva exposta com seus objetivos, pesquisas e sua atuao preventiva.
Nesse sentido a preveno o foco, j que o nmero de pessoas com estresse
vem aumentando cada vez mais, na populao adulta e de crianas.
Devido ao cenrio acima exposto, propomos um modelo de interveno
preventiva ao estresse, no intuito de comearmos a mudar esse contexto tosignificativo na atualidade.
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METODOLOGIA
Para a realizao deste trabalho, os dados foram colhidos, a partir de
pesquisas bibliogrficas de livros, artigos cientficos e pesquisas realizadas
com estudiosos que se destacam sobre o tema. A partir da coleta realizada, foi
possvel reunir os principais estudos e assim propor um modelo de interveno.
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SUMRIO
INTRODUO 08
CAPTULO I - O Estresse Emocional 09
CAPTULO II - Psicologia Positiva: Uma nova cincia 19
CAPTULO III Proposta de Interveno na Preveno ao Estresse 31
CONCLUSO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
NDICE 45
FOLHA DE AVALIAO 46
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INTRODUO
Segundo Marilda Lipp, o brasileiro est cada vez mais estressado e
sem alternativas, pois a maioria das pessoas no possui o conhecimento de
como lidar com suas fontes de tenso.
Pesquisas realizadas no LEPS Laboratrio de Estudos
Psicofisiolgicos de Estresse mostram que quando o ser humano se encontra
em um estado crnico de estresse, ou quando est sob a ao de um estressoragudo, sua sade fsica e mental sofre consideravelmente. Alm da sade, a
qualidade de vida, a sensao de bem-estar tambm so muito afetadas.
O nmero de crianas estressadas tambm est aumentando. Isto
porque pais estressados tornam as crianas estressadas. Diante desse
cenrio, nos indagamos em relao ao tipo de sociedade que teremos dentro
de alguns anos.
Se o nvel de estresse est muito alto num pas ou em uma
comunidade, os adultos podem tornar-se frgeis, sem resistncia aos embates
e dificuldades da vida. Assim, no podero contribuir para o crescimento,
sade e o bem-estar de sua populao. J adultos resistentes, que possam
pensar de modo lgico e no estressante nos momentos difceis de mudanas
sociais, econmicas e polticas so de grande importncia no mbito da
sociedade em geral.
Devido ao exposto acima, de grande relevncia, que o combate ao
estresse, seja realizado atravs de campanhas educativas e preventivas. A
Psicologia Positiva vem nos trazendo um rico estudo e material, para
comearmos a mudar esse cenrio.
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CAPTULO I
O ESTRESSE EMOCIONAL
A maior arma contra o estresse a nossa
habilidade de escolher um pensamento ao
invs do outro.
Willian James
A proposta deste captulo discorrer sobre o transtorno de adaptao,
mais conhecido como o estresse emocional, dandonos um panorama geralsobre o tema.
H algum tempo o termo estresse se popularizou em nosso
vocabulrio. O que mais escutamos em nosso dia a dia, so pessoas se
dizendo estressadas. O senso comum banalizou o termo, trazendo o
empobrecimento do significado. Por isso, a importncia de falarmos um pouco
sobre a origem do termo e suas definies.
O termo estresse origina-se da fsica e, nesse campo de conhecimento,
tem o sentido do grau de deformidade que uma estrutura sofre quando
submetida a um esforo.
Hans Selye, mdico canadense, um dos mais importantes nomes, no
estudo sobre o estresse, dedicou-se ao longo de quatro dcadas de pesquisa
(1936-1976), sobre o tema. Responsvel por trazer o termo para a medicina,
definiu essa sndrome produzida por vrios agentes aversivos. Ampliou o
trabalho de Walter Cannon (1926), fisiologista americano, que formulou o
conceito de homeostase (1939), para designar o esforo dos processos
fisiolgicos para manterem um estado de equilbrio interno no organismo. A
partir de ento, a reao de estresse passou a ser compreendida, enquanto um
fenmeno relacionado interao corpo-mente.
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Selye percebeu em estudos que, quando se submete um organismo a
estmulos que ameacem sua homeostase (seu equilbrio orgnico), ele tende a
reagir com um conjunto de respostas especficas que constituem uma
sndrome, desencadeada independente da natureza do estmulo. A isso ele
denominou de estresse: um conjunto de reaes, que ocorrem em um
organismo quando est submetido a um esforo de adaptao (HANS SELYE
1936).
Myers (1999), psiclogo, ressalta em seus estudos:
O modo como nos sentimos estressados depende
da maneira como avaliamos os eventos. Uma pessoasozinha numa casa pode ignorar os rangidos e no
experimentar qualquer estresse; outra pode desconfiar da
presena de um intruso e ficar alarmada. Uma pessoa pode
encarar um novo emprego como um desafio bem vindo;
outra pode consider-lo como um risco de fracasso.
Outra definio seria de LIPP e MALAGRIS (2001) que nos apresenta:
O estresse uma resposta complexa do
organismo, que envolve reaes fsicas, psicolgicas,
mentais e hormonais frente a qualquer evento que seja
interpretado pela pessoa como desafiante. Nosso enfoque
na resposta do organismo a um estmulo mediado pela
interpretao que lhe dado.
Percebemos que as definies acima citadas decorrem de uma
evoluo de estudos e pesquisas que se complementam, mostrando-nos a sua
complexidade.
importante citar que LIPP e MALAGRIS (2001) complementam que o
estresse um processo que se desenvolve de acordo com etapas, que
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possvel se ter um estresse temporrio, de baixa ou grande intensidade. Estar
na etapa de resistncia ao fator gerador de desequilbrio ou j estar em estado
avanado, onde doenas mais complexas possam surgir. Logo, geralmente se
diz que a pessoa est estressada, independente do grau ou de onde se situa
na reao complexa do estresse. Assim, quem est com um nvel de estresse
baixo, inicialmente diagnosticado como estando estressado, do mesmo
modo como uma pessoa que esteja em situao de exausto do estresse. A
palavra no d a medida da intensidade do estado do sujeito.
Lazarus e Folkman (1984) postulam que as atividades cognitivas,
usadas pelo indivduo para interpretar eventos ambientais, so fundamentaisno processo do estresse. Segundo os autores, as condies ambientais da
pessoa podem embasar as diferenas nas avaliaes cognitivas.
Adicionalmente, caractersticas de personalidade podem ser fontes internas de
estresse bastante significativas determinando como cada pessoa reage a
eventos da vida.
Diante dos recortes acima, podemos verificar que so diversas asvulnerabilidades a que estamos expostos em nossas vidas e que o
pensamento o veculo comum de todas elas. Como percebemos as situaes
e como as interpretamos so os grandes determinantes do processo de
evoluo do estresse.
1.1 - O modelo quadrifsico do estresse
Atravs de pesquisas, Selye (1956), prope que o fenmeno do
estresse envolve trs alteraes no organismo, que explicam como os
sintomas se desenvolvem e so caracterizados pela existncia de trs fases:
Alarme, Resistncia e Exausto.
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Marilda Lipp, quando estava padronizando o ISSL - Inventrio de
Sintomas de Stress para Adultos (2000), instrumento que visa identificar a
presena, tipo de sintomas de estresse e a fase em que se apresentam, Lipp
identificou uma quarta fase. Esta foi denominada de quase-exausto, por se
encontrar entre a resistncia e a exausto.
Os estudos de Lipp trouxeram dados que mostraram que a fase de
resistncia, como proposta por Selye, era muito extensa apresentando dois
momentos distintos caracterizados no por sintomas diferenciados, mas sim,
pela quantidade e intensidade dos sintomas. Deste modo, no modelo
quadrifsico de Lipp, a fase de resistncia refere-se a primeira parte doconceito de resistncia de Selye, enquanto a de quase-exausto, refere-se
sua parte final quando a resistncia da pessoa est se exaurindo.
Para melhor entendimento de tais ideias, disponibilizamos o quadro
abaixo, com o modelo quadrifsico, que Marilda Lipp, faz a classificao:
MODELO QUADRIFSICO MARILDA LIPP
FASES EVOLUO
Alerta Neste estgio de desenvolvimento do estresse, a pessoa necessita produzirmais fora e energia a fim de poder fazer face ao que est exigindo dela umesforo maior. O processo auto-regulatrio se inicia com um desafio ouameaa percebida. Ocorrem mudanas hormonais e tais mudanasresultam na contribuio do aumento da motivao, entusiasmo e energia,o que pode, desde que no excessivo, gerar produtividade no indivduo.
Resistncia Ocorre um aumento na capacidade de resistncia acima do normal. Nessafase h sempre busca do organismo pelo reequilbrio, acarretando umautilizao grande de energia, o que pode gerar uma sensao de desgastesem causa aparente. Dificuldade de memria.
Quase-
exausto
As defesas do organismo comeam a ceder e ele j no consegue resistirs tenses e reestabelecer a homeostase interior. H momentos em queele consegue resistir e sente-se razoavelmente bem e outros em que eleno consegue mais. comum nesta fase a pessoa sentir que oscila entremomentos de desconforto, cansao e ansiedade. Algumas doenascomeam a surgir demonstrando que a resistncia j no est to eficaz.
Exausto Ocorre a exausto psicolgica em forma de depresso e exausto fsica, naforma de doenas que comeam a aparecer, podendo ocorrer a mortecomo resultado final.
Modelo Quadrifsico, desenvolvido por Marilda Lipp (2000), no Laboratrio de EstudosPsicofisiolgicos de Estresse PUC Campinas-SP.
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Entendemos que o conhecimento e a identificao da fase de estresse
que o indivduo se encontra mostra-se como um importante subsdio para o
autoconhecimento, de modo que os indivduos tenham uma referncia para
identificar seu limite e buscar uma ajuda profissional. A partir de ento, o
profissional pode dar foco a sua interveno.
1.2 - Tipos de estresse
Como percebemos no Modelo Quadrifsico, a fase de alerta nos mostra
que o estresse tambm tem seu papel positivo e motivador. As reaes de
estresse so naturais e necessrias para a prpria vida.
No eustresse estresse positivo o esforo de adaptao gera
sensao de realizao pessoal, bem-estar e satisfao das necessidades.
Existe uma tenso com equilbrio entre esforo, tempo, realizao e resultados
(Limongi & Rodrigues).
No distress estresse negativo Existe uma tenso com rompimento do
equilbrio biopsicossocial por excesso ou falta de esforo incompatvel com
tempo, resultados e realizao (Limongi & Rodrigues).
Na figura a seguir podemos entender de forma mais esquemtica os
tipos de estresse.
Apud: Rodrigues, 1988 e Lipp, 1996.
Tempo
Esforo
Distress DistressEustress
Monotonia(- esforo)
Sobrecarga(+ esforo)
rea de melhordesempenho e conforto
Manifestaes esintomas da doena
Manifestaes esintomas da doena
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A partir da figura entendemos melhor como a relao tempo x esforo
pode nos levar do bom estresse, que motivador, para o estresse que pode
nos adoecer.
1.3 - Classificao de origem
A reao ao estresse pode ser classificada conforme a causa que a
originou, como estmulos, eventos ou situaes de natureza diferenciada,
chamada de estressores, que podem ser:
Estressores Externos - Como o prprio nome diz, so estressores que vem
do ambiente. So eventos ou condies externas que afetam o organismo.
Eles independem, muitas vezes, das caractersticas ou comportamento da
pessoa, como exemplo, mudana de chefia, acidentes, separao do cnjuge e
qualquer outra situao que ocorra no ambiente onde o sujeito esteja inserido.
Um estressor externo que tem sido fortemente observado, o que se
refere profisso dos sujeitos, denominado de estresse ocupacional. Sabe-se
que algumas profisses so eminentemente mais estressantes do que outras,
tais como a de professor (Reinhold, 1984), a de policial militar (Romano, 1990),
a de executivos (Couto, 1987; Soares, 1990, Pacheco, 1993), entre outras.
Estressores Internos - So determinados pela prpria pessoa. Eles se
constituem do modo de ser da pessoa, por exemplo, se ansiosa ou tmida.
Outros estressores internos seriam as crenas irracionais (Ellis, 1973), Padro
Tipo A de Comportamento (Hilton, & Rotheiler, 1991), falta de assertividade e
dificuldade de expressar sentimentos (Lipp, & Rocha, 1991). Assim, a reao
ao estresse pode ocorrer frente aos estressores inerentemente negativos,
como no caso de fome, frio ou calor excessivo ou devido interpretao que se
d ao evento desafiador. Logo, o mesmo evento pode desencadear ou no
uma reao de estresse em pessoas diferentes, dependendo da interpretao,
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que cada pessoa d ao evento, como vem sendo colocado por Lazarus desde
1966. De acordo com Lazarus e Folkman (1984), as atividades cognitivas
usadas pelo indivduo para interpretar eventos ambientais so fundamentais no
processo do estresse.
Com a classificao dos fatores internos e externos, percebemos a
complexa e diversificada etiologia do estresse emocional. Os fatores externos
so de fcil percepo e entendimento, no entanto, os fatores internos ligados
a nossa personalidade, so de difcil auto percepo, requerendo assim por
muitas vezes a interveno de um profissional.
1.4 - Pesquisas realizadas
Um ponto importante para a nossa reflexo so as pesquisas realizadas
em diversas culturas, que esto sendo desenvolvidas. Nelas podemos
constatar um enorme nmero de pessoas afetadas por diversas doenas,
decorrentes da inabilidade de lidar com o estresse.
O Brasil um pas em desenvolvimento que passa por mudanas
intensas de hbitos, valores, novas tecnologias, que impactam o pensar e o
fazer. Tudo isso faz parte do crescimento, mas aprender a lidar com essas
mudanas, dentro de um tempo limitado tem seu custo. Alm disso, temos o
aumento de desestruturao das famlias, violncia, excesso de competio
que contribuem para que o indivduo viva constantemente em um alto nvel deestresse.
Infelizmente em diversos estudos (Rossi, 2005) tem-se comprovado que
o nmero de crianas afetadas pelo estresse tambm vem aumentando. Isso
porque pais estressados tornam estressadas as crianas, as quais futuramente
tendem a repetir o ciclo com as novas geraes. No tem como no nos
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questionarmos como ser nossa sociedade dentro de alguns anos e o que
podemos fazer para modificar esse cenrio que vem se estabelecendo.
Marilda Lipp, pesquisadora da UNICAMP, que vem se dedicando a
diversos estudos sobre o tema, realizou a primeira pesquisa em nvel nacional
em 2013. O estudo foi realizado on-line pelo Instituto de Psicologia e Controle
de Stress, sob sua orientao.
O estudo contou com a colaborao de 2.195 brasileiros com idade
entre 18 a 75 anos, sendo 25,65% do sexo masculino e 74,35% do sexo
feminino de todo o pas.
Os objetivos da pesquisa foram:
Fazer um levantamento da incidncia de estresse no Brasil, de
acordo com a auto percepo dos brasileiros;
Verificar se os brasileiros acham que o estresse diminuiu,
aumentou ou continua igual;
Verificar qual o nvel de estresse que julgam aceitvel noindivduo adulto;
Mapear as maiores fontes de estresse; mapear estratgias de
enfrentamento e levantar as doenas mais comuns nos
respondentes e ver sua ligao com o estresse.
Seguem abaixo os principais resultados.
Quando questionados sobre seu nvel de estresse em uma escala de 1 a
10, sendo 1 o nvel mais baixo e 10 o nvel mais extremo, 34,26% relataram
estar experienciando estresse extremo (notas 8,9 e 10 na escala de 10 pontos).
Levando-se em considerao que, quando solicitados a dizerem o que
achavam ser o nvel normal de estresse para um ser humano adulto e se
julgavam saudveis e o nvel de estreses que estavam experimentando, a
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quase totalidade (91,96%) dos respondentes alegaram que o normal seria at
nota 5/6 em uma escala de 10 pontos. Trinta e trs por cento deles afirmaram
considerar que seu nvel de estresse era excessivo e somente 11,96% o
consideraram saudvel.
Averiguou-se tambm como comparavam o estresse atual frente ao que
j haviam experimentado no passado. Mais de um tero do povo brasileiro
avaliado (37,79%) considera que o estresse est maior ou muito maior, 47,29%
acha que est menor e 15,02% acha que est igual.
Avaliaram-se adicionalmente as doenas que os respondentes disseramter e verificou-se que 1.100 participantes, ou seja, 52,28% deles disseram ter
ou j ter tido o diagnstico de estresse. Outros 55,60% deles sofrem ou j
sofreram de ansiedade, 23,20% tem ou tiveram o diagnstico de depresso e
10,37% tem ou tiveram pnico, todos esses transtornos sendo de origem
psicolgica. Gastrite (32,64%) e asma ou outras doenas respiratrias
(20,45%) lideram as doenas psicossomticas.
A pesquisa averiguou o que mais criava estresse. As relaes
interpessoais (18,56%) surgiram como o primeiro dos estressores, seguida de
dificuldades financeiras (17,32%) e sobrecarga de trabalho (16,58%). Devido
alta incidncia de dificuldades interpessoais, pesquisou-se esse dado mais
profundamente. Foi verificado que as relaes familiares contriburam de modo
mais significativo para o estresse dos brasileiros que responderam (7,85%),
seguidas de relacionamentos amorosos (7,01%).
O estudo pesquisou as estratgias de enfrentamento que os brasileiros
utilizam para lidar com o nvel de estresse elevado que experimentam no seu
dia a dia.
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Os resultados encontram-se na tabela abaixo:
Fonte: http://www.estresse.com.br/pesquisas/
Como podemos observar h um nmero significativo dos entrevistados
(34,26%) que percebem seu nvel de estresse como extremo, e mais de 1/3
acha que o nvel de estresse aumentou nos ltimos anos.
Como vimos nesse captulo, o estresse uma reao muito complexa
que vem trazendo o desafio para os seres humanos, em saber lidar e enfrentar
situaes e eventos do dia a dia, de modo que no adoeam. A busca de
alternativas para o tratamento e, principalmente, em preveno do estresse
excessivo, acreditamos ser o caminho para melhorar a qualidade de vida de
todos ns. Assim no prximo captulo, trataremos do que h de mais avanado
nos estudos sobre bem-estar, a Psicologia Positiva.
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CAPTULO II
PSICOLOGIA POSITIVA: UMA NOVA CINCIA
Neste captulo trataremos sobre alguns marcos da psicologia ao longo
de sua construo, chegando ao nosso objeto de estudo que a Psicologia
Positiva.
Podemos comear dizendo que a preocupao do homem com a
subjetividade to antiga quanto as primeiras formas do pensamento racional.
Historiadores apontam para os escritos dos antigos filsofos gregos, comoScrates, Plato, e Aristteles como os primeiros estudos sobre a alma
humana. Em toda filosofia, da Antiguidade Idade Moderna, encontramos
obras relacionados aos temas da psicologia: estudos sobre os humores,
temperamentos, sofrimentos, tica, entre outros.
Na trajetria da Psicologia, destacamos Wilhelm Wundt (1832-1920),
considerado "o pai da psicologia moderna". Fundador da psicologia como
cincia experimental, Wundt criou no fim do sculo XIX, mais precisamente em
1879, o primeiro laboratrio de psicologia, na Universidade de Leipzig, na
Alemanha.
Wundt atraiu para Leipzig uma enorme quantidade de estrangeiros que
vinham das mais variadas partes da Europa e do mundo. Foi este intercmbio
que conferiu ao seu laboratrio o ttulo de primeiro centro internacional de
formao de psiclogos.
Aps a Segunda Guerra Mundial, a psicologia despertou interesse
significativo, recebendo grande incentivo financeiro em pesquisas sobre
doenas mentais. Os principais eventos foram em 1946 com a criao da
Administrao para Veteranos de Guerra, onde os psiclogos atuavam no
tratamento de veteranos vindos dos campos de guerra e em 1947, quando se
estabeleceu o Instituto Nacional de Sade Mental, que obteve um grande
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volume de financiamentos para a pesquisa de doenas mentais (Seligman e
Csikszentmihalyi, 1988).
Podemos observar a partir do fato acima citado que, historicamente, a
preocupao da Psicologia era investigar doenas, deixando de lado os
aspectos saudveis dos seres humanos. A partir de 1998, Seligman,
assumindo a presidncia da American Psychological Association (APA) iniciou
um movimento denominado Psicologia Positiva. Este movimento parte do
princpio de que sua especialidade deve ir alm do alvio do sofrimento humano
e que tambm deve buscar elevar o padro da qualidade de vida individual e
coletiva. Alm do papel de tratar psicopatias e estados psicolgicos negativos,a Psicologia tambm teria importante contribuio a dar para o
desenvolvimento pessoal dos indivduos, comunidades e naes inteiras
(Yunes, 2003).
2.1 O que a Psicologia Positiva
H aproximadamente duas dcadas, um grupo de psiclogos
pesquisadores norte-americanos iniciou um movimento em prol do estudo
cientfico do que faz a vida ser digna e vivida (Peterson, 2006). Esse
movimento ganhou o nome de Psicologia Positiva, que pode ser entendido
como um termo guarda-chuva para o estudo das emoes, das caractersticas
individuais e das instituies positivas centrado na preveno e na promoo
da sade mental (Seligman, Steen, Park, & Peterson, 2005).
O principal interesse na psicologia positiva, nessa perspectiva, ter um
entendimento cientfico sobre as foras e vivncias humanas com foco na
felicidade e nas possveis intervenes no sentido de aliviar as dores e
incrementar o bem-estar subjetivo (Seligman, Steen, Park, & Peterson, 2005).
O carter cientfico enfatizado por esse movimento sinaliza que a psicologia
positiva no deve ser confundida com autoajuda.
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Gostaramos de salientar que a psicologia positiva no ignora o
sofrimento humano e os problemas que as pessoas experienciam, tampouco
desvaloriza ou afirma que o estudo das patologias mentais e comportamentais
deva ser destacado ou substitudo. O objetivo desse movimento completar e
ampliar o foco da psicologia que tem sido, desde seu estabelecimento como
cincia, predominantemente patolgico.
Ao direcionar os estudos cientficos para as caractersticas humanas
positivas, como foras e virtudes, os psiclogos podero desenvolver mtodos
para ajudar pessoas e comunidades a enfrentarem as vicissitudes da vida,
mantendo os nveis de felicidade e bem-estar (Scorsolini-Comin & Santos,2009; Peterson, 2013).
A psicologia positiva no est criando uma nova rea do saber
psicolgico, mas propondo um exerccio terico e, especialmente
metodolgico, no sentido de orientar a viso que se lana aos fenmenos
investigados pela psicologia para os aspectos positivos e saudveis do
desenvolvimento, visando priorizar a preveno ao tratamento (Scorsolini-Comin & Santos, 2009; Seligman, Steen, Park, & Peterson, 2005).
De acordo com Seligman e Csikszentmihalyi (2000), a psicologia positiva
possui trs reas de investigao cientfica situadas nos nveis:
Nvel subjetivo O interesse concentra-se nos estudos de experincias
subjetivas de valor, como bem-estar subjetivo e satisfao de vida (nopassado), otimismo e esperana (no futuro), felicidade e flow (no presente).
Nvel individual Busca-se compreender os traos positivos ligados s
caractersticas e ao funcionamento de cada pessoa, como capacidade para o
amor, talentos, habilidades interpessoais, generosidade, perdo e sabedoria.
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Nvel grupal Onde so analisadas as virtudes cvicas e as instituies que
contribuem para que os indivduos se tornem cidados melhores, com foco em
responsabilidade, altrusmo, tolerncia e tica no trabalho.
2.2 - Categorias de Interveno
O papel da interveno positiva auxiliar o indivduo a construir uma
vida prazerosa, engajada e com sentido (Duckworth, Steen & Seligman, 2005).
Um modelo bsico para as intervenes nessas reas foi apresentado em
Snyder e Lopez (2009), que tem por base a preveno e a potencializao:
PREVENO POTENCIALIZAO
Primria Secundria Primria Secundria
Consiste em identificar
o que pode ser ruim e
par-lo antes mesmo
que comece.
Trata de um
problema quando
ele comea a
surgir. Sinnimo de
Psicoterapia.
Sugere aes
no sentido de
tornar a vida
boa.
Tem por objetivo tornar a
vida o melhor possvel,
aumentar os nveis
positivos para se chegar
ao mximo em termos de
satisfao e desempenho
na vida.
Observamos no esquema acima que a preveno primria e secundria
implicam esforos para garantir que os resultados negativos no aconteam,
ao passo que a potencializao primria e secundria refletem iniciativas para
garantir que os resultados positivos aconteam. Porm, elas juntas,prevenes e potencializaes formam uma dade poderosa para o
enfrentamento com excelncia (Snyder, 2009). Enquanto a preveno reflete
processos voltados a evitar resultados prejudiciais, a potencializao reflete os
processos que tratam de atingir resultados benficos.
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2.3 Teoria do Bem-Estar
Seligman ao revisar a teoria da Felicidade Autntica, chegou a
concluso que preciso relativizar a importncia das emoes positivas. Para
o autor perseguir apenas a felicidade enganoso, disse a uma entrevista
realizada para a Revista poca em 2011. Segundo ele, a felicidade pode tornar
a vida um pouco mais agradvel, e s. O ser humano deveria sim, buscar o
bem-estar.
A teoria do bem-estar apresentada em seu livro Florescer uma
evoluo da teoria anterior apresentada no livro Felicidade autntica, por isso
importante entender esta teoria.
A Felicidade autntica baseava-se na premissa de que a felicidade
poderia ser analisada segundo trs elementos diferentes que escolhemos por
eles mesmos: emoo positiva, engajamento e sentido. E cada um desses
elementos mais bem definido e mais mensurvel do que a felicidade
(Seligman, 2011). A soma destes elementos iria resultar em quanto a pessoaestava satisfeita com sua vida e aumentar esse grau de satisfao era o
objetivo da primeira teoria.
A nova teoria se desenvolve a partir da percepo de trs deficincias
fundamentais na teoria anterior: o fato de que o termo felicidade est muito
ligado a um estado de boa disposio que seriam as emoes positivas que,
segundo as pesquisas, um estado muito pobre de felicidade pelo fato de queas emoes positivas so facilmente ligadas esteira hedonista na qual a
pessoa precisa cada vez mais de prazer para se satisfazer e fcil de cair no
tdio. A segunda tem relao com o fato de que as pesquisas realizadas pela
prpria equipe de Seligman constataram que as pessoas, ao se referirem
satisfao com a vida, esto falando muito mais sobre seu estado de humor
atual (70%) do que com um julgamento crtico sobre sua prpria vida (30%),
assim sendo, se a avaliao da satisfao da vida for feita ao final de uma
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semana boa na qual o humor da pessoa est muito bom ser uma boa
avaliao, porm se feita numa semana ruim, ter uma avaliao ruim. Um
fenmeno relativamente fcil de perceber em nosso cotidiano. O ltimo ponto
para a renovao da teoria de que emoo positiva, engajamento e sentido
no so as nicas coisas que as pessoas buscam, relacionamentos positivos e
realizao tambm so elementos importantes.
A teoria da Felicidade Autntica, ento, cede lugar para a teoria do
bem-estar. A mudana traz em si a percepo de que o tema da psicologia
positiva um constructo, ou seja, algo criado por vrios elementos que
juntos o constituem, mas que no o definem quando tomados individualmente.Isso permite que os elementos sejam revistos, ampliados, diminudos; permite
a insero e a excluso de elementos, ou seja, d flexibilidade teoria. Todos
estes elementos possuem trs critrios que os tornam elegveis como
constituintes do bem-estar: cada um deles, individualmente ao ser melhorado,
contribui para um aumento no bem-estar; as pessoas buscam o elemento sem
pensar em um ganho secundrio e, por ltimo, cada elemento exclusivo, ele
definido e medido de forma independente dos outros elementos.
Os elementos que atualmente constituem o bem-estar segundo os
estudos de Seligman so cinco: emoes positivas, engajamento, sentido,
realizao e relacionamentos positivos. Detalhados abaixo:
Emoes positivas
um elemento de avaliao exclusivamente subjetivo; so divididas emtrs categorias: voltadas ao presente, passado e futuro.
Passado: satisfao, orgulho e serenidade.
Futuro: otimismo, esperana, confiana e f.
Presente: so os prazeres que podem ser de dois tipos: fsicos ou
maiores. Os fsicos so emoes momentneas experimentadas atravs
dos sentidos. Os prazeres maiores tambm so momentneos
provocados por eventos mais complicados e mais aprendidos que os
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sensoriais, so sentimentos que despertam: xtase, enlevo, regozijo,
alegria, encantamento, jbilo, entusiasmo, conforto e relaxamento.
Engajamento
um elemento de avaliao exclusivamente subjetivo.
Tem a ver com as gratificaes que so atividades que fazemos e que
absorvem a pessoa bloqueando a conscincia de eu e gerando a experincia
de flow (quando parece que o tempo pra), podem ser sentidas apenas em
retrospecto (quando se lembra do evento). Estar engajado quando a pessoa
realiza atividades que provoquem um estado de flow e usando suas foras
pessoais.
Sentido
um elemento que possui uma avaliao subjetiva e objetiva.
Tem a ver com pertencer e servir a algo que acredita-se ser maior do
que o eu. O sentido, em geral possui mais fora quando a pessoa serve a
causa usando suas foras pessoais.
Realizao
um elemento que possui uma avaliao subjetiva e objetiva.
Tem a ver com conquistar metas, realizar feitos. A realizao dentro
desta teoria refere-se busca da concretizao de algo apenas pela
concretizao em si, mesmo que isso no traga emoes positivas, retorno
financeiro, sentido, engajamento ou relacionamentos positivos. A realizao
tomada aqui trata-se da busca de perceber que se realizou ou conquistou algoe essa realizao auto-perpetuadora.
Relacionamentos positivos
um elemento que possui avaliao subjetiva e objetiva.
Tem a ver com as novas teorias sobre a evoluo e seleo natural nas
quais as relaes no so buscadas pelos ganhos secundrios que trazem ao
indivduo, mas sim pelo fato de que ser social a forma mais bem-sucedida de
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adaptao superior, as relaes para o ser humano, desta forma, seriam
buscadas per se, as emoes positivas, engajamento e sentido provocados
pelos relacionamentos positivos seriam apenas efeitos colaterais.
Alm destes elementos, o bem-estar tambm possui outros
componentes que so as foras e virtudes. O estudo da equipe descobriu 24
foras e virtudes que so encontradas em todas as culturas humanas ao longo
do tempo que se relacionam direta e positivamente com o aumento do bem-
estar. Um dos focos da psicologia positiva consiste nas pessoas descobrirem
suas foras e aplic-las na sua vida de formas criativas e teis, alm de
poderem desenvolver algumas foras que vo ajud-las a alcanar seussonhos e metas de vida.
Com isto uma formulao simples para termos um bem-estar elevado
seria cultivar os cinco elementos citados em conjunto com suas foras
pessoais, buscando desenvolver comportamentos, atitudes e novas foras
sempre que elas se fizerem necessrias para atingir novas metas de vida nas
vrias reas de nossa vida: pessoal, profissional, relacionamentos, educacionale espiritual, que so algumas das reas nas quais a psicologia positiva
desenvolve o seu trabalho.
A psicologia positiva prope o enfrentamento das dificuldades atravs
das foras, competncias e emoes positivas. Melhorar o meio ambiente,
moldar o carter, focar nos bons acontecimentos, nas grandes realizaes com
nfase no futuro so as metas de uma psicologia que visa o desenvolvimentodo ser humano em sua amplitude ao invs de somente mitigar o sofrimento j
existente. E a psicologia positiva busca fazer isso com base em evidncias e
no em ideias, ou seja, a experimentao tema fundamental de todo o
trabalho. Exerccios, conceitos, mtodos que no tragam resultados no so
aceitos - a maior prova disso a evoluo da teoria.
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Gentica
50%
Circunstncias da
vida
10%
Atividades
intencionais
40%
Frmula da Felicidade
2.4 Atividade Intencional
Sonja Lyubomirsky, depois de alguns anos de estudos e pesquisas
sobre o que determina a felicidade, chegou a concluso sobre as causas do
bem-estar, que ela chama de Frmula da Felicidade.
Como ilustrado no grfico, 50% de nossa felicidade atribuda a fatores
genticos, ou seja, nascemos com um ponto decisivo inato, que determina o
quanto seremos felizes ao longo de nossa vida. Outros 10 % da variao em
nossos nveis de felicidades so explicados pelas diferenas nas circunstncias
ou situaes de vida, tais como nvel cultural e scio econmico. Sobram 40 %,
que diz que alm dos nossos genes e das situaes que enfrentamos, existe
um fator importantssimo que o nosso comportamento. J que no podemos
mudar nossa constituio gentica, e no temos como controlar as
circunstncias de vida, ns temos preciosos 40% que est ao nosso controle etemos a oportunidade de trabalharmos a nosso favor, aumentando nossa
felicidade.
O centro da pesquisadora Sonja est voltado para a proporo de 40%
sobre as quais temos aes e preocupa-se em observar, comparar e fazer
experincias sistemticas com pessoas muito felizes e infelizes. Citamos
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alguns dos modelos de pensamento e comportamentos de participantes mais
felizes, observados em estudos de Sonja:
Eles dedicam grande parcela de tempo famlia e aos amigos,
alimentando e desfrutando das relaes.
Sentem-se vontade para expressar gratido por tudo o que tm.
Com frequncia so os primeiros a oferecer ajuda a colaboradores e
transeuntes.
So otimistas quando imaginam o futuro.
Saboreiam os prazeres da vida e tentam viver no momento presente.
Fazem do exerccio fsico um hbito semanal ou mesmo dirio.
Esto profundamente, comprometidos com objetivos e ambies por
toda a vida (combater fraudes, construir mveis)
Pessoas felizes tem sua parcela de estresse, crise ou tragdia. Elas
podem se tornar to aflitas e emotivas quanto qualquer um, mas sua
arma o equilbrio e a fora que demonstram para lidar e enfrentar o
desafio.
A autora sugere estratgias e prticas atravs de 12 atividades, para
aumentar e manter o nvel de felicidades da pessoa acima do ponto decisivo,
resumido no quadro abaixo:
ESTRATGIAS DE ATIVIDADES INTENCIONAIS
Praticar a gratido e opensamento positivo
1.Expressar gratido2.Cultivar o otimismo3.Evitar cismar e fazer comparaes sociais
Investir nas relaes sociais 4.Praticar gestos de cortesia
5.Cultivar relaes sociaisAdministrar o estresse, aadversidade e o trauma.
6.Desenvolver estratgias de superao de dificuldades7.Aprender a perdoar
Viver no presente 8.Aumentar as experincias de fluxoSaborear as alegrias da vida
Comprometer-se com seusobjetivos
9.Comprometer-se com seus objetivos
Cuidar do corpo e da alma 10.Praticar a religio e a espiritualidade11.Cuidar do corpo Meditao12.Cuidar do corpo Atividade fsica
Fonte: A Cincia da Felicidade, 2009.
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2.5 Estilo Atributivo
A maneira como aprendemos a perceber, explicar e interpretar eventos
chamada de estilo atributivo.
Nossa histria de vida tem um papel relevante em nossos pensamentos,
pois a partir das nossas experincias que vamos compreendendo o que
ocorre a nossa volta, mas nem sempre isso se d de maneira condizente com
a realidade.
Martin Seligman tem como uma das bases de estudo a investigao dos
otimistas e pessimistas. Ele questiona por qu, diante de um mesmo fato,
pessoas reagem de modo diferente, principalmente diante das adversidades.
Uns a vem como causas permanentes, pessoais e abrangentes, e outros as
encaram como infortnios passageiros, ou seja, como um desafio a ser
vencido, com empenho redobrado.
A partir de pesquisas realizadas inicialmente com animais, e depois comseres humanos, constatou-se que o desamparo pode ser aprendido, isto , as
pessoas podem aprender a ficar passivas e deprimidas diante de
acontecimentos incontrolveis. E, se podem aprender a ficar pessimistas, o
reverso tambm possvel, ou seja, podem da mesma forma aprender a ficar
otimistas. O importante que os pensamentos no so meramente reflexivos,
j que eles modificam o que nos sucede.
A nossa sociedade atual supervaloriza o ego, o individualismo, e, por
isso, aumentam os casos de depresso, que a expresso mxima do
pessimismo. Dessa forma, aprender a ser otimista, por meio da modificao de
seu estilo explicativo pode ser um importante aliado a proteg-lo da depresso,
aumentando sua capacidade de realizao, e melhorando seu bem-estar fsico
e mental.
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CAPITULO III
PROPOSTA DE INTERVENO NA PREVENO AO
ESTRESSE
Neste captulo propomos um modelo de interveno, objetivando a
preveno ao estresse. Para tanto, utilizaremos como base, os conceitos e
tcnicas da Psicologia Positiva.
A atuao na preveno essencial neste momento, devido o estresse
ser um grande facilitador do desenvolvimento de doenas, por ser responsvelpela queda de qualidade de vida e tambm pelo nmero crescente de pessoas,
tanto adultos quanto crianas, acometidas por ele.
A Psicologia Positiva para Paludo e Koller (2007), uma nova proposta
cientifica que objetiva melhorar a qualidade de vida das pessoas e ajudar a
prevenir patologias. Assim, a Psicologia Positiva pretende contribuir para o
funcionamento saudvel das pessoas e sendo um grande aliado na nossaproposta de preveno.
importante ainda destacar os estudos e pesquisas de Sonja sobre o
que determina a felicidade. Constatou-se que 50% depende da gentica, 10%
das circunstncias da vida, somando-se assim 60%, em que grande parte
desse percentual no temos como intervir. Ou j nascemos pr-determinados
geneticamente, ou as situaes do dia-a-dia nos impem. O que faz toda adiferena nessa equao so os 40%, que representam um potencial de
oportunidades em aumentar nosso nvel de felicidade a partir de como
pensamos, do que fazemos e de nossa vida diria. Ento, saber do poder que
temos, em assumir a responsabilidade em sermos felizes, muito motivador e
instigante no desenvolvimento de um modelo de interveno.
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Neste sentido o programa est direcionado para atuao na preveno
primria, que objetiva reduzir ou eliminar problemas fsicos e psicolgicos antes
que apaream, e na potencializao primria, que objetiva ajudar as pessoas a
alcanarem um bom funcionamento e satisfao. Conforme Snyder (2009),
quando trabalhamos as duas juntas formamos uma dade poderosa para o
enfrentamento e a excelncia.
3.1 - Programa de Preveno Positiva ao Estresse - PPPE
O programa proposto de preveno ao estresse objetiva um trabalho de
convergncia entre o autoconhecimento positivo, desenvolvimento de metas,
reestruturao cognitiva, desenvolvimento do otimismo, da resilncia e
mindfullness.
O PPPE tem carter educativo que acompanha apostila, tarefas
semanais, bibliografia e filmes. O participante levado a assumir uma postura
ativa e participativa, fatores primordiais para a proposta. Tem atuao focalcom durao breve entre 12 a 15 sesses.
Segue abaixo a descrio dos componentes do PPPE - Programa de
Preveno Positiva ao Estresse:
1. Psicoeducao
A abordagem psicoeducacional tem como foco de atuao, promover a
ampliao do conhecimento do cliente, acerca do que o estresse,
esclarecendo sua evoluo, os tipos eustress/distress e quando a sua origem,
dando ferramentas para que o participante possa identificar onde est inserido.
Neste momento importante esclarecer o objetivo e as etapas do
programa trazendo pesquisas e resultados positivos, mostrando os ganhos,
para que aja engajamento no processo.
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2. Autoconhecimento
A possibilidade em ter conscincia de nossas potencialidades uma
ferramenta poderosa, mas que infelizmente ainda no se dada o devido valor.
atravs desse processo que poderemos construir uma trade consistente
entre valores, foras humanas e metas. Assim, teremos a oportunidade de
assumir nossa vida e nossas escolhas. Conforme Portella (2013), identificar e
desenvolver foras fundamental para:
Aumentar o bem-estar e a felicidade (potencializao 1 e 2) das
pessoas.
Trabalhar as foras, empregando-as no dia a dia, podemos ser maiseficazes, eficientes e felizes. Isto aumenta o bem-estar, senso de
autoeficcia e emoes positivas.
Identificar foras torna o processo de diagnstico e tratamento integral e
completo (preveno 2).
Identificar foras e recursos dos clientes, torna possvel ajud-los de
modo mais efetivo.
Nessa etapa, sugerimos fazer o mapeamento dos valores, foras
humanas (talentos, pontos fortes, habilidades) e virtudes do participante,
conscientizando-os de suas possibilidades de desenvolvimento.
Aps o conhecimento e conscientizao de suas potencialidades, dever
ser criado um espao de reflexo atravs do levantamento de como est a vida
atual e qual seria a vida ideal do participante. De acordo com pesquisas,existem alguns fatores que seriam os responsveis por uma melhor qualidade
de vida e bem estar (Snyder e Lopez, 2009). Dentre esses fatores destacamos
a serem avaliados:
Relacionamentos interpessoais (rea afetiva/social) Os relacionamentos
interpessoais com parceiros amorosos, familiares e bons amigos representam
uma das fontes mais poderosas de bem estar e satisfao na vida. Verificamos
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na pesquisa de Lipp, como sendo a principal medida que as pessoas utilizam
para lidar com o prprio estresse, com 75,74% - conversa com amigos e
familiares. Neste item sugerimos que seja avaliada a rea afetiva-sexual e
afetiva-social, como duas reas distintas.
Espiritualidade ou religio (rea espiritual) O envolvimento com prticas
espirituais tambm pode aumentar o bem estar. Segundo Synder, 2004, citado
por Synder e Lopez, 2009, isso pode ser reflexo do fato de que a religiosidade
e a orao esto relacionadas esperana.
Trabalho gratificante (rea ocupacional) - O trabalho gratificante constitui
uma importante fonte de felicidade. Para muitas pessoas, o trabalho alm de
proporcionar uma rede social possibilita testar e usar talentos e habilidades. O
bem estar tende a aumentar quando as tarefas esto adequadas s
habilidades e talentos.
Atividades de lazer (rea lazer) Atividades de lazer (relaxar, descansar,
passear, fazer uma boa refeio, atividades recreativas, atividades esportivas
etc) podem gerar prazer. Algumas atividades de lazer provem da estimulao ede uma sensao de excitao positiva, ao passo que outras dessas atividades
refletem um processo tranqilo para repor as energias e descansar.
Sade (rea sade fsica e emocional) Segundo Snyder e Lopez (2009), o
exerccio fsico um caminho para obter boa forma e fora. Alm disso,
fornece s pessoas maior segurana em suas capacidades de lidar com as
rotinas cotidianas.
3. Desenvolvimento de metas
Com o mapeamento das potencialidades, junto com o levantamento e
reflexo de como est a vida atual e ideal, o momento de realizar um plano
de metas.
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Meta nada mais que o caminho ou o passo-a-passo para se chegar a
um objetivo, ou mesmo a um projeto de vida. Sonhar parte essencial, quando
fechamos os olhos e imaginamos uma vida totalmente nova. Mas, para que
nosso sonho se torne realidade precisamos alinh-los ao nosso propsito de
vida, com organizao, foco e disciplina. Assim, transformamos nossos sonhos
em algo que realmente est ao nosso alcance. Para isso, formular metas
essencial para atingirmos os resultados que tanto queremos.Nas palavras de
Nietzsche: "Quando existe um 'para que', todo 'como' se torna possvel". Se eu
tenho uma meta, um lugar onde quero chegar muito mais provvel conquistar
o que eu quero.
Para a formulao de uma meta eficaz sugerimos o princpio SMART:
S / Especfico - Ao definir um objetivo, no se deve deixar espao a
interpretaes duvidosas. Quanto mais detalhado for o objetivo, melhor ser a
compreenso e maiores as chances de ser atingido.
M / Mensurvel - Devemos ser capazes de dizer se alcanamos ou no as
nossas metas e avaliar o percentual de xito conquistado. Portanto,
importante ter claramente definido o mtodo ou sistema de medio que ser
usado para monitorar o objetivo.
A / Atraentes - Quando colocamos como atraentes, queremos dizer que
devem ser motivadoras. Estas podem ter suas origens intrnsecas, que emerge
de dentro da pessoa, ou extrnseca que aquela que vem atravs de meios
externos, como dinheiro, entre outros.
R / Realista - Para que sua meta seja realista, importante estabelec-las
levando em considerao a realidade atual e a partir dessa avaliao, verificar
se voc realmente acredita que ela possa ser realizada, levando em conta
tambm o tempo necessrio para atingi-la.
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T / Temporal - Alm do inicio e fim do perodo de busca do objetivo serem bem
definidos, este perodo no deve ser to curto que torne o objetivo impossvel
nem to longo que cause uma disperso da iniciativa com o tempo.
4. Manejando crenas
So diversas as disponibilidades para o estresse, sendo o pensamento o
nico veculo comum. Como interpretamos, o grande determinante do
processo de evoluo do estresse.
Um estudo que acompanhou 30 mil adultos nos Estados Unidos por oitoanos tinha como principais questionamentos, o quanto de estresse os
participantes tiveram no ano anterior e o quanto acreditavam o estresse ser
prejudicial sade.
Verificou-se que os participantes que tiveram muitos momentos de
estresse no ano anterior tiveram um aumento de 43% no risco de morte. Mas
isso s foi verdade para as pessoas que tambm acreditavam que o estresseera prejudicial sua sade. Pessoas que tiveram muitos momentos de
estresse, mas no acreditavam que fosse prejudicial no estavam to
propensas a morrer. Na verdade, elas tiveram os menores riscos de morte do
que qualquer outro no estudo, incluindo as pessoas que tiveram relativamente
pouco estresse.
Os pesquisadores estimaram que durante os oito anos em que estavamacompanhando as mortes, 182 mil americanos morreram prematuramente, no
de estresse, mas da crena de que o estresse ruim para a sade. Devido tal
fato comeou a se questionar a possibilidade de que se mudarmos o modo de
pensar sobre o estresse poderamos nos tornar mais saudveis.
Participantes em um estudo feito pela universidade de Harvard, antes de
irem para o teste do estresse social, aprenderam a repensar sua resposta ao
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estresse como til. O corao batendo forte est te preparando para a ao, se
est respirando mais rpido no tem problema, pois est levando mais oxignio
ao crebro.
Verificou-se que os participantes que aprenderam a encarar a resposta
ao estresse como til para sua performance, estavam menos estressados,
menos ansiosos e mais confiantes.
Em uma resposta tpica ao estresse, a taxa cardaca sobe, e os vasos
sanguneos contraem. E essa uma das razes pelas quais o estresse crnico
s vezes est associado doenas cardiovasculares. Mas no estudo, quandoos participantes encararam sua resposta ao estresse como til, seus vasos
sanguneos permaneceram relaxados. O corao batia forte, mas esse um
perfil cardiovascular muito mais saudvel, parecendo com o que acontece nos
momentos de alegria e coragem.
Durante uma vida de experincias estressantes, essa mudana de
resposta biolgica faz a diferena, e nos revela que a maneira como pensamossobre o estresse importa, e o quanto uma crena sobre o estresse possa fazer
tanta diferena na expectativa de vida de uma pessoa.
Conforme afirmao de Janoff-Bulman (1992), a recuperao de uma
crise depende da habilidade da pessoa transformar a experincia e si mesmo.
Acrescentaramos que a preveno, tambm est nessa possibilidade de
mudana, por isso sugerimos a etapa em questo ao nosso modelo depreveno.
5. Desenvolver estilo atributivo otimista e resilncia
O investimento para se desenvolver o otimismo, vem de vrias
pesquisas realizadas que reforam os efeitos positivos do otimista, sendo
associados a: desempenhos acadmicos melhores, desempenhos atlticos
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superiores, histricos profissionais mais produtivos, maior satisfao em
relacionamentos interpessoais, menos vulnerabilidade depresso, a sade
fsica superior e destacando o enfrentamento mais eficaz dos fatores de
estresse na vida (Nolen-Hoeksema, 2000).
A Resilincia tambm um conceito que carrega grande potencial em
termos de preveno de doenas e promoo da sade. Pessoas resilientes
apresentam grande capacidade de adaptao, o que as permite realizar uma
mudana significativa nas atitudes e na qualidade de vida diante das
adversidades vividas como: cobranas, presses e estresse. Isso no significa
ausncia de dores emocionais, a diferena consiste na forma de vivenci-las(Belancieri et al., 2010).
Conforme a relevncia do desenvolvimento do otimismo e da resilincia,
sugerimos o questionrio de estilo atributivo, instrumento desenvolvido por
Seligman e colaboradores, que tem a finalidade de verificar o estilo atributivo
do indivduo. Um instrumento voltado ao segundo item a Escala dos Pilares
da Resilincia (EPR), que contribui com a identificao das potencialidadesdesenvolvidas das pessoas e, assim, ter alguma previso do comportamento
do indivduo no que se refere a respostas resilientes diante das situaes
adversas (Cardoso e Martins, 2013). Com tais instrumentos os principais dados
so identificados, para formulao de estratgias mais adaptativas a cada
indivduo, para o desenvolvimento das mesmas.
6. Mindfulness
O termo Mindfulnesspode ser traduzido como ateno plena. Consiste
em "uma conscincia sincera, de momento a momento, no julgadora" (Kabat-
Zinn, 2005). Refere-se capacidade de prestar ateno, no momento presente,
a tudo o que surgir interna ou externamente, sem se emaranhar em
julgamentos ou no desejo de que as coisas sejam diferentes.
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Muitas vezes vivemos a nossa vida concentrados em diversas situaes,
menos no que est acontecendo no momento - nos preocupando com o futuro,
ruminando sobre o passado, pensando no que vir a seguir e no no que est
bem diante de ns. Outra situao a nossa capacidade de fazer as coisas
automaticamente o que, por muitas vezes, nos faz perder contato com o que
realmente est acontecendo diante de ns.
Pesquisas j haviam comprovado que essa prtica era benfica para a
sade e a mente das pessoas. Recentemente, um estudo da Universidade
Carnegie Mellon (na Pensilvnia, EUA) conseguiu, de acordo com o professor
e autor J. David Creswell, uma das primeiras explicaes biolgicas baseadasem evidncias para isso.
Tudo se deve reduo do estresse que essa meditao promove.
Quando uma pessoa est estressada, a atividade no crtex pr-frontal (rea do
crebro responsvel pelo pensamento consciente e planejamento) diminui,
enquanto a atividade na amgdala, no hipotlamo, e no cngulo anterior do
crtex regies que ativam respostas ao estresse aumentam.
A meditao mindfulnessinverte esses padres: ela aumenta a atividade
pr-frontal, o que pode regular e desligar a resposta biolgica ao estresse.
Isso torna possvel reduzir o risco e a gravidade de doenas ligadas a essas
respostas, como depresso e problemas do corao.
Segundo Shapiro et al., 2002, em momentos de mindfulness vem conscincia qualidades que so processos psicolgicos positivos:
No julgar:Testemunhar de forma imparcial, observar o presente, momento a
momento, sem avaliao e categorizao.
No lutar: No estar voltado a objetivos, permanecer desvinculado de
resultados ou conquistas, no forar as coisas.
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Aceitar:Estar aberto a ver e reconhecer as coisas como elas so no momento
presente; aceitar no significa passividade ou resignao, e sim um
entendimento claro do presente, para que se possa responder de forma mais
eficaz.
Pacincia: Permitir que as coisas se desdobrem no seu tempo, trazer
pacincia para si mesmo, para outros e para o momento presente.
Confiana: Confiar em si mesmo, em seu corpo, em sua intuio, emoes,
bem como confiar em que a vida est se desenrolando como deve.
Abertura:Ver as coisas como se fosse a primeira vez, criar possibilidades ao
prestar ateno a todos os feedbacks no momento presente.
Abrir mo: No se vincular, no se prender a pensamentos, sentimentos e
experincias; contudo, abrir mo no quer dizer suprimir.
Suavidade:Caracterizada por uma qualidade delicada e atenciosa, mas no
passiva, indisciplinada ou indulgente.
Generosidade: Doar, no momento presente, dentro de um contexto de amor e
compaixo, sem se apegar a ganhos ou pensar em retorno.
Empatia:A qualidade de sentir e compreender a situao de outra pessoa no
momento presente, isto , suas perspectivas, emoes, aes (reaes), e
comunicar isso pessoa.
Gratido: A qualidade da reverncia, apreciar e ser grato pelo momento
presente.
Amor afetuoso: Qualidade que corporifica a benevolncia, compaixo e
apreciao, qualidade cheia de perdo e amor incondicional.
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No podemos impedir as situaes de estresse na vida, mas sim
controlar as reaes a elas. E o mindfulnessvem se mostrando uma importante
ferramenta ao nosso auxlio na preveno. E, devido a sua eficcia, que
sugerimos que a prtica do mindfulnessseja realizada no decorrer de todo o
programa, em paralelo as demais etapas.
No captulo expomos um modelo de interveno, descrevendo as
principais etapas a serem realizadas, tendo a Psicologia Positiva como um
norteador no desenvolvimento do processo de preveno.
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CONCLUSO
O Brasil, como todo o pas em desenvolvimento, sofre processos demudanas intensas, desde polticas, de valores, de hbitos, do pensar e do
fazer, sendo todo esse processo necessrio e, por vezes, benfico. Dessa
forma a populao fica exposta aos efeitos de estresse, pois todos os tipos de
mudana exigem que a pessoa se adapte ao que est acontecendo.
Precisamos assim aprender uma nova maneira de pensar, de sentir e de agir, e
ainda dentro de um curto perodo de tempo.
Ter a capacidade para se adaptar e aceitar mudanas rpidas e
algumas profundas so essenciais para nossa sade fsica e mental.
No intuito de contribuir para a reduo desse cenrio, e com as
possibilidades que a Psicologia Positiva nos traz, para a construo de uma
vida com mais qualidade, significado e bem-estar, desenvolvemos um
programa de preveno ao estresse.
O Programa de Preveno Positiva ao Estresse (PPPE), tem enfoque
educativo, podendo ser desenvolvido em grupo, num perodo de curto prazo,
facilitando a disseminao da proposta e contribuindo para uma melhor
qualidade de vida.
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NDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMRIO 7
INTRODUO 8
CAPTULO I
O ESTRESSE EMOCIONAL 09
1.1 O modelo quadrifsico do estresse 11
1.2 Tipos de estresse 13
1.3 Classificao de origem 14
1.4 Pesquisas realizadas 15
CAPTULO II
PSICOLOGIA POSITIVA: UMA NOVA CINCIA 19
2.1 O que Psicologia Positiva 20
2.2 Categorias de interveno 22
2.3 Teoria do Bem-Estar 23
2.4 Atividade intencional 27
2.5 Estilo atributivo 29
CAPTULO IIlPROPOSTA DE INTERVENO NA PREVENO AO ESTRESSE 31
3.1 Programa de Preveno Positiva ao Estresse 32
CONCLUSO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
NDICE 45
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