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I UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE PEDAGOGIA ALESSANDRA VALERIA FERREIRA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS PERÍODICOS NO BANCO DE DADOS ERIC - EDUCATION RESOURCES INFORMATION CENTER MARINGÁ 2012

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I

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE PEDAGOGIA

ALESSANDRA VALERIA FERREIRA

A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS PERÍODICOS NO BANCO DE DADOS ERIC -

EDUCATION RESOURCES INFORMATION CENTER

MARINGÁ

2012

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II

ALESSANDRA VALERIA FERREIRA

A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS PERÍODICOS NO BANCO DE DADOS ERIC -

EDUCATION RESOURCES INFORMATION CENTER

Trabalho apresentado à Universidade Estadual de Maringá – UEM, como parte da exigência para a conclusão do curso de Pedagogia, sob a orientação da Professora Dra. Patrícia Lessa dos Santos.

MARINGÁ

2012

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III

ALESSANDRA VALERIA FERREIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré - requisito parcial para a

obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia pela comissão de avaliação

composta pelas seguintes professoras:

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________ Profª Drª Luzia Marta Bellini

(Universidade Estadual de Maringá)

_____________________________________________________________ Profª Drª Fabiana Carvalho

(Universidade Estadual de Maringá)

_____________________________________________________________ Profª Drª Patrícia Lessa dos Santos (Universidade Estadual de Maringá)

Orientadora

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IV

Sei que meu trabalho é uma gota no meio do oceano, mas sem ele o oceano seria menor.

(Madre Teresa de Calcutá)

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V

Dedico este trabalho a minha Mãe Sandra Regina de Andrade

que me proporcionou concluir esta graduação me apoiando em todos os momentos.

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VI

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, a Deus, por me dar fôlego, coragem e por reger minha vida.

Senhor, obrigada por mais essa conquista.

Aos meus pais, por acreditarem e investirem em mim, sempre me apoiando e me

dando esperança para seguir. À minha querida Mãe, Sandra Regina de Andrade,

que com seu amor, cuidado e dedicação me permitiu alcançar com segurança, mais

esse objetivo; ao meu querido Pai, Adenilson de Jesus Ferreira, que com sua

presença e seu amor, sempre me deu a certeza de que não estou sozinha nessa

caminhada.

Ao Luis Augusto, muito obrigada pelo apoio, carinho, pela paciência e por sua

capacidade de me trazer paz e alegrias na correria de cada semestre.

Aos meus amados amigos de longa data, Carla Maia, Lays Gama, Luara Fagundes,

Marina Schnaider, Vinícius Torresan, Vitor Philot e Vitor Hugo Marani, que como eu,

estão trilhando seus caminhos, alguns distantes, mas, a minha saudade é

amenizada sempre que assisto a uma nova conquista de vocês e pela alegria dos

nossos reencontros. Às minhas companheiras nesses quatro anos, Adriana, Ana

Carolina, Débora, Erika, Fabiana e Juliana, não só pela convivência, mas pelos

momentos de parceria, diversão, aprendizado e pelo crescimento pessoal e

profissional que conquistamos juntas.

Ao Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá, ao Programa

Institucional com Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e às pessoas com quem

convivi nesses espaços ao longo desses anos, em especial a Profª Drª Maria

Angélica, por seus ensinamentos, paciência e confiança ao longo das orientações

nas minhas atividades no PIBID.

O meu agradecimento especial a Professora Drª Patrícia Lessa dos Santos, pela

paciência na orientação, confiança e incentivo que possibilitaram a realização desse

trabalho, e a todos àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes,

me quiseram bem e me apoiaram nos bons e nos maus momentos. Com vocês, as

minhas conquistas tornam-se ainda mais prazerosas. Muito Obrigada!

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VII

RESUMO

O texto apresenta a busca sistemática na base de dados internacional ERIC (Education Resources Information Center) de artigos publicados entre 1943 e 2012, que continham nas palavras-chave, título ou resumo o termo “Environmental Education” (“Educação Ambiental”). O objetivo foi compreender como está a área da educação identificando o volume de artigos publicados em revistas, a fim de fornecer um panorama das pesquisas que vem divulgando considerações acerca da temática educação ambiental. Trata-se de um trabalho investigativo fundamentado na análise do banco de dados ERIC, compreendendo artigos de revistas da educação. A análise das publicações dos artigos resulta em um levantamento quali-quantitativo dessas produções e em uma análise e a contribuição destas para a abordagem do tema nas escolas de ensino fundamental. Considerando que a disseminação de idéias por meio de revistas científicas tem papel relevante na consolidação de discursos e práticas do profissional da educação. Palavras-chave: Educação ambiental; ERIC, produção científica.

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VIII

ABSTRACT

It was performed a systematic search in the international database ERIC (Education Resources Information Center) for articles published between 1943 and 2012 containing the keywords, title or abstract the term "Environmental Education" ("Environmental Education") in order to understand how the education is identifying the volume of articles published in magazines in order to provide an overview of the research that has been publishing thematic considerations about environmental education. It is a work of investigative analysis based on ERIC database, comprising journal articles education. The verification of the publications of articles results in a qualitative and quantitative lifting of these productions and an analysis of the contribution of these to approach the subject in elementary schools. Considering that the dissemination of ideas through scientific journals have an important role in the consolidation of discourses and practices of professional education. Key-words: Environmental education, ERIC, scientific production

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IX

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS E TABELAS........................................................................... X

LISTA DE SIGLAS................................................................................................... XI

RESUMO.................................................................................................................. VII

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11

2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................16 3 Trajetória da Educação Ambiental – EA.............................................................17

3.1 Aspectos históricos e Legais da EA ..................................................17 3.2 Implicações da EA para a Educação no Brasil.................................. 23 3.3 Caminhos da Educação Ambiental...........................................................26 3.4 O Meio Ambiente como um Tema Transversal.................................... 28

4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS............................................................... 30

5 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.................................................................... 32

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 37 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 43 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................46

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X

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1 – Pesquisa antes de 1969 "Conservation Education"................................ 33

Figura 2 – Pesquisa entre os anos de 1969 a 2012 com o termo "Environmental

Education"................................................................................................................. 34

Figura 3 - Busca com o termo "Environmental Education" contemplando publicações

baseadas nas classes Adult Basic Education, Elementary Education, Grade 1, Grade

2, Grade 3, Grade 4, Preschool Education e Primary Education............................ 36

Figura 4 – Gráficos em linha das publicações........................................................ 40

Tabela 1 - Comparação entre os sistemas dos ensinos básico e secundário..........35

Tabela 2 - Resultados obtidos das buscas.............................................................. 38

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XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

COSEMA – Conselho Superior Temático de Meio Ambiente

EA – Educação Ambiental

EF – Ensino Fundamental

EI – Educação Infantil

ERIC - Education Resources Information Center

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente

MEC – Ministério da Educação e Cultura

MinC – Ministério da Cultura

MMA – Ministério do Meio Ambiente

ONG – Organização Não Governamental

ONU – Organização das Nações Unidas

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

PNE – Plano Nacional de Educação

PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental

Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

ProNEA/PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho foi pensado diante de necessidades observadas em meu

percurso na graduação: a diminuta consideração empregada para o aprofundamento

desse tema no decorrer do curso de graduação em Pedagogia e a aparente carência

de publicações que envolvam a temática ambiental. Inicialmente, essa pesquisa

visava analisar as revistas brasileiras de educação, que têm acervo online;

especificamente, as da área da pedagogia.

No entanto, deparamo-nos com a impossibilidade por inexistir uma base de

dados para a área da pedagogia. E, por constatarmos também, que mesmo após

identificarmos as revistas da área de interesse, não foi possível realizar o

levantamento de dados, visto que cada revista apresenta variações em seu portal de

busca, de modo, que em cada portal, a busca pelos artigos se dá de uma forma

diferente. Cenário que dificultou a criação de um padrão para a pesquisa.

Todavia, por considerar que a educação possui papel fundamental na

formulação de uma nova mentalidade, e proporciona o desenvolvimento da

chamada consciência ambiental. Considerando ainda, a contribuição da Educação

Ambiental (EA) para a conscientização e sensibilização ambiental, que deve ser

iniciada preferencialmente, nos sistemas de ensino de base. Indagamo-nos acerca

de qual seria a contribuição que o setor da educação tem no que concerne às

publicações sobre o tema “Educação Ambiental”? Para responder a essa questão,

elaboramos um indicativo por meio de uma pesquisa na base de dados “ERIC - the

Education Resources Information Center”, relacionando-a com os acontecimentos

históricos em nível mundial ocasionados para debate acerca dos temas educação

ambiental e sustentabilidade. Isso, porque o assunto “meio ambiente” nunca esteve

tão em pauta como nos dias de hoje. Esse enfoque se dá principalmente pela

realidade de buscar a sustentabilidade nos sistemas de produção.

A busca pela sustentabilidade é guarnecida pelo Art. 225 da Constituição que

diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações” (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, p. 111).

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Tal enfoque exemplifica a necessidade de unir saberes e prática escolar,

evitando distanciamento de educandos e educadores, dos problemas e questões

ambientais da vida cotidiana. Temos visto que o tema “sustentabilidade”1 é

recorrente a ponto de não somente estar arraigado no meio acadêmico-científico,

empresarial e governamental como, também, ter sido assimilado até mesmo pelo

vocabulário popular.

O destaque atual para a sustentabilidade pode ser imputado,

primordialmente, à discussão das mudanças climáticas e impactos ambientais2

delas decorrentes que interferem na vida das pessoas de forma negativa. No

entanto, essa constante degradação do nosso ambiente natural, bem como do

ambiente humano, não atinge a todas as pessoas indistintamente. Como exprime

Theodor Adorno (1982) :

[...] a humanidade, tomada em seu caráter genérico, não passa de uma construção ideológica que escamoteia as gritantes diferenças de poder social entre os homens. Tal degradação não é linear, simples e contínua, envolvendo elementos contraditórios ligados ao jogo de poder entre dominantes e dominados ao longo da história humana (ADORNO, 1982, apud FONSECA e BRAGA, 2010, p.110).

Entretanto, é um equívoco pensar que a abordagem desse tema é recente.

Embora permaneça constantemente em evidencia, essa problemática já havia sido

destacada há vinte anos. Em 1991, o Ministério da Educação, enfatizou a

necessidade que os sistemas de ensino contemplassem a EA a partir da Portaria no

678/91, da Constituição Federal (1988, p.124). Nas considerações, a portaria afirma:

[...] - a educação escolar deve contemplar os temas emergentes que inquietam, interessam e preocupam a sociedade; - as condições de vida que caracterizam a época atual, levando o homem a conviver ao mesmo tempo com avanços no campo da tecnologia e graves problemas sociais, fazem com que o sistema educacional e, em particular, os professores devem estar atentos para incorporar ao processo ensino-aprendizagem novos conhecimentos, ao tempo em que devam analisar, refletir e discutir a problemática que hoje aflige a humanidade;

1 Entendido como “prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido relacionando os aspectos econômicos sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”, segundo o Relatório Brutland (Relatório de Brundtland, cf. disposto em http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/RelatorioGestao/Rio10/Riomaisdez/index.php.40.html) 2 Relacionados ao uso excessivo dos recursos naturais renováveis e não renováveis e às inúmeras formas de poluição ambiental (sobretudo oriundos da combustão dos combustíveis fósseis como fonte energética).

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- os currículos devem se adequar às exigências sociais de modo a preparar os estudantes para agirem no meio em que vivem e, conseqüentemente, enfrentar com melhores condições o futuro que os aguarda (BRASIL, 1988).

De lá para cá, com vistas à ao menos mitigar esses problemas ambientais

foram realizadas conferências mundiais, como a ocorrida no Rio de Janeiro, em

1992 (Rio-92), com o objetivo de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com

a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.

Uma série de iniciativas, tanto internas (nacionais) quanto externas

(mundiais), sobretudo aquelas “capitaneadas” pelo Poder Público, vem sendo

implantadas buscando a efetividade do desenvolvimento sustentável de uma forma

geral. Na década de 1990, o surgimento das novas tecnologias e o aumento das

informações, culminou na necessidade de se criar novos parâmetros para a

formação dos cidadãos. Uma dessas iniciativas é a expansão de planos de

educação ambiental efetivadas em setores públicos tentando fomentar uma “nova

consciência ambiental”. Porém, a junção de conceitos ambientais com práticas

pedagógicas correlatas buscava unificar os fragmentos montando um “quebra

cabeça” de uma nova ordem educacional.

A fragmentação disciplinar juntamente com as dificuldades existentes na

prática pedagógica constitui, na atualidade, um considerável óbice à abordagem da

temática ambiental, de modo transversal e interdisciplinar. Trabalhar a

interdisciplinaridade da temática implica revelar a rede de conflitos e interesses que

a criaram, partindo da realidade local para, em seguida, tratar das questões

ambientais mais amplas. É mister compreender que as ciências, cada uma delas,

constituíram processos metodológicos de investigação científica próprios e que o

ambiente não pode se constituir em mais um segmento da ciência, mas deve

preencher as rachaduras da compartimentação dos conteúdos disciplinares criando

uma “nova consciência ambiental”.

O desenvolvimento de tal consciência crítica não se faz sem uma

fundamentação teórica que permita a análise das práticas sociais e vice-versa, na

qual o comprometimento escolar e a interação plena do educador com os sistemas

ecologicamente corretos são demandantes de um novo modelo de escola e de um

novo currículo, exigindo uma robustez teórico-metodológica que o sustente.

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As reflexões sobre o tema meio ambiente advindas da aplicação da EA

devem ser vistas como um ato em prol da educação política “[...] no sentido de que

ela reivindica e prepara o cidadão, para exigir justiça social, cidadania e planetária,

autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza” (CAMARGO, 2008, p.

11-12).

Quanto aos objetivos do ensino fundamental nos PCNs, correlato ao tema

meio ambiente encontra-se: “[...] perceber-se integrante, dependente e agente

transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,

contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente”. Reigota (2009) define a

EA como forma de educação política em que o indivíduo participa ativamente

reivindicando e exigindo melhorias no âmbito social, político e econômico. Dessa

forma, tal educação deve estar orientada para a comunidade, com indivíduos

participando ativamente da resolução dos problemas.

Vale ressaltar a crítica predominante no discurso do autor (REIGOTA, 2009),

imputa ao equívoco no que diz respeito à educação ambiental. É assídua a sua

representação como um estudo de ecologia, diferente de sua real função de

formadora de indivíduos mais críticos e participativos.

Neste contexto, o estudo também se torna profícuo para a explanação de

conceitos referentes ao significado verdadeiro da EA, vale enfatizar que meio

ambiente não se refere somente aos espaços naturais, deste modo, o meio

ambiente onde vive o aluno deve ser um aspecto explorado, abordando as

problemáticas e a resolução destas.

De maneira geral, é imperativo compreender que o ambiente escolar é muito

propício e importante para a aplicação da EA, tornando-se encargo do professor

usá-lo como mola propulsora para reformulação do saber e do agir. Entretanto, as

questões ambientais tem sido trabalhadas de forma reducionista, costumam ser

limitadas de forma unidisciplinar. Quanto a isso, Reigota (2009) manifesta que a EA

não deve ser inserida somente nas áreas biológicas, a multidisciplinaridade e

interdisciplinaridade desse tema podem e devem ser exploradas em todas as áreas

do conhecimento, visando proporcionar a apreensão da temática por óticas

diferenciadas.

O interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas

disciplinas estabelecem vínculos para ocasionar uma aprendizagem mais

abrangente, diversificada e ao mesmo tempo, unificada (PHILIIP Jr., 2000). É por

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meio dessa prática interdisciplinar que criaremos as condições para reflexão,

conscientização e reformulação comportamental.

Outro importante aspecto que deve ser enfatizado é a possibilidade da

participação política dos cidadãos. Isso significa que estes podem envolver a

comunidade nas ações que visem soluções e melhorias do próprio meio, para

restabelecer laços entre a humanidade e a natureza.

Segundo as diretrizes do Ensino Superior na América Latina e Caribe, a

Universidade deve estar predisposta a refletir sobre as transformações sociais que

estão ocorrendo no mundo atual, dentre elas, a sustentabilidade3. Deve, também,

desenvolver a capacidade de utilizar o conhecimento no âmbito social que permeia o

seu raio de influência.

Mediante essas questões, nos propusemos analisar os artigos

publicados em revistas sobre a educação, indexados na base de dados norte-

americana ERIC, considerada a maior base de dados da atualidade. Sendo assim,

verificamos as indexações desde o ano de 1943 (primeiro resultado para a

terminologia “Conservation Education” – Educação para Conservação) a 2012

(últimos dados indexados até o momento da pesquisa), como critério de seleção

estabeleceu-se que os artigos deveriam conter pelo menos um dos seguintes

elementos:

- As palavras “Conservation Education” (Educação para Conservação) no título, no

resumo ou nas palavras-chave, para os artigos de 1943 a 1969.

- As palavras “Environmental Education” (Educação Ambiental) a partir da

formulação do termo no ano de 1969, no título, no resumo ou nas palavras-chave.

A primeira data, 1943, justifica-se por ser o ano inicial de publicações

disponíveis na base de dados. Já o segundo momento da pesquisa, com inicio no

ano de 1969, marca o momento em que o primeiro artigo sobre a educação

ambiental foi produzido por James A. Swan; sendo a definição de "Educação

Ambiental" publicada pela primeira vez na Digest Educacional em março de 1970, de

autoria de William Stapp, que, mais tarde, tornou-se o primeiro diretor de Educação

Ambiental da UNESCO, sendo referenciado ainda nos dias atuais, em reuniões

3 UNESCO. Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Disponível em http://www.brasilia.unesco.org/areas/ciencias/destaques/decada/index_html_exibicao_padrao Acessado em 22.06.011.

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ambientais da “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento Humano”.

Essa nova dinâmica traz para a ordem do dia a EA como pauta de

importância, tendo no Brasil seu reconhecimento pela Carta Magna na lei de 27 de

Abril de 1999. A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirma: "A

educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação

nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e

modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” (BRASIL,

1999).

2 - JUSTIFICATIVA

A Educação Ambiental na escola é a dimensão intelectual e política eficaz

para se criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza e a

dimensão ambiental é o caminho para mudanças de hábitos e atitudes para

promover a melhoria da qualidade de vida e reduzir o ônus sobre os recursos

ambientais.

Discorrer sobre a importância da construção de um modelo curricular,

fundado na relação homem-natureza e em uma concepção interdisciplinar desta

relação é absolutamente necessário. E a educação ambiental se faz indispensável

para conscientizar e unificar conteúdos correntes ao dia a dia com enfoque

sustentável.

A perspectiva do trabalho pretende contemplar a ótica do estudioso que

busca material para o desenvolvimento de suas pesquisas, bem como, o potencial

existente para novas publicações e organização das publicações existentes nessa

área, principalmente no que concerne às publicações de artigos e as bases de

dados brasileiras, podendo ainda, beneficiar a prática do educador na sala de aula.

Nesse sentido, esta análise se justifica tanto pela sua importância para o

pesquisador/estudioso/professor quanto, pela contribuição que o fomento de

trabalhos científicos sobre o assunto, proporciona para a educação. Insta ressaltar

ainda, que as publicações prescrevem esforço importante dos pesquisadores no

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sentido de proporcionar a exteriorização do pensamento, vale destacar também, a

natureza considerável das produções e publicações para a carreira do pesquisador.

Com o advento da globalização e com todos os recursos eletrônicos e

midiáticos que dispomos, a comunicação se torna mais rápida e progride também a

demanda por informações. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos considerar

ainda, outra dimensão: a possibilidade de contribuir com os estudos dessa área. Os

autores deste trabalho não pretendem esgotar o assunto, mas sim examinar

quantitativamente as revistas que dispõem de artigos co-relacionados ao tema

central do estudo.

Nessa perspectiva, reputando a importância das revistas para divulgação de

pesquisas e a carência de estudos acerca de divulgações de trabalhos sobre o meio

ambiente, torna-se fundamental a realização de pesquisas que busquem subsidiar

discussões a respeito o tema.

Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar as informações

veiculadas ao longo dos anos de 1943 a 2012, no banco de dados norte-americano

ERIC , considerado o maior bando de dados sobre a educação do mundo.

3- Trajetória da Educação Ambiental – EA 3.1 Aspectos históricos e Legais da EA

Pretendemos apontar os fatos e bases teóricas imprescindíveis para

compreensão dos acontecimentos políticos, sociais, históricos e filosóficos no que

diz respeito à trajetória da EA. Enfocando prioritariamente as ações estabelecidas

como as mais influentes, como pudemos observar nos resultados dessa pesquisa;

desprovidos, no entanto, da intenção de esgotar os fatos ou apresentá-los

linearmente.

O histórico da Educação Ambiental pode ser exibido desde o século XVIII,

quando Jean-Jacques Rousseau enfatizou a importância da educação

correlacionada com o meio ambiente, sua linha de conduta foi seguida mais tarde,

por Louis Agassiz, um naturalista suíço que incentivou os estudantes a "estudar a

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natureza, e não livros"4. Estes dois grandes influenciadores da ecologia contribuíram

com as bases para um programa de educação ambiental, que surgiu no final do

século XIX e início do Século XX conhecido inicialmente como “Observação da

Natureza”.

Uma expoente dessa linha de educação no ano de 1911 foi Anna Botsford

Comstock (chefe do Departamento de Estudos da Natureza da Universidade de

Cornell), pioneira na edição do “Manual para Estudos da Natureza5”, que foi um

importante difusor dessa nova área do conhecimento, porque reuniu um expressivo

número de líderes comunitários, professores e cientistas, com o intuito de alterar o

currículo de ciências para crianças nos Estados Unidos. Esse fato foi visto como

uma grande conquista, pois até então, não se tinha relato no mundo, da adição da

disciplina ao ciclo básico dos alunos da rede publica de ensino. No entanto, foi na

Conferência em Educação da Universidade de Keele, Grã – Bretanha, que se

utilizou pela primeira vez, a terminologia Environmental Education (Educação

Ambiental); contudo, de acordo com Dias (2000), seria apenas aplicada à

conservação e ecologia.

Esses debates, concomitantes ao desenvolvimento da economia, e os

crescentes prejuízos ocasionados pela corrida economista global acarretaram a

necessidade de repensar nossas ações quanto ao nosso ambiente natural, bem

como do socialmente construído.

A princípio, as discussões acerca das questões ambientais iniciaram-se no

campo das ciências, Verificou-se dessa forma, o surgimento das organizações e a

criação de leis, que partiram de preocupações com a proteção do Meio Ambiente -

MA, e só posteriormente, por conta da crise civilizatória decorrente do modelo

capitalista, expandiu-se para o âmbito social.

Foi a partir da década de 1960 que surgiu no cenário político o movimento

histórico-cultural. Esses movimentos sociais foram além das críticas ao modo de

produção, fomentaram indagações quanto ao modo de vida da sociedade da época.

Dentre os movimentos sociais, marcou presença como um dos mais questionadores,

segundo Porto-Gonçalves (1990, p.12) o Movimento ecológico, que combatia o uso

dos agrotóxicos, a urbanização desenfreada, explosão demográfica, poluição,

pesticidas químicos, radiação, extinção, erosão, ameaças nucleares, corrida

4 www.berkeley.edu, acessado em Maio de 2012. 5 The Handbook of Nature Study - 1911

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armamentista, entre outras. A Primavera Silenciosa6 de Rachel Carson foi um livro

que causou grande alarde na população mundial, e provocou comoção e

preocupação no público quanto à necessidade da manutenção do meio ambiente,

culminando no fenômeno e conscientização conhecido como ambientalismo.

Destarte, com a temática ambiental in voga tornou-se alvo dos discursos e

conseqüentemente alvo de políticas públicas.

Nos anos 1960, o que aparece no mundo da educação é a seguinte discussão: precisamos internalizar a questão ambiental no sentido mais profundo, mais radical do termo. Discussão esta que vem acompanhada de uma crítica profunda ao capitalismo. Quando a educação ambiental chega ao Brasil, na época da ditadura, e logo depois, no início da abertura, os movimentos sociais estavam esfacelados [...] (LOUREIRO, 2010)

No Brasil, surgiram na ditadura militar na década de 1970, os movimentos

sociais, inclusive o movimento ecológico. Não diferente do resto do mundo, o Brasil

priorizava a questão desenvolvimentista, encarando a industrialização do país como

prioridade. Tratava-se de uma industrialização desenfreada que desconsiderava a

natureza e os trabalhadores no interesse de acabar com a “miséria”. No entanto, a

preocupação internacional pressionou o país a implantar ações para o investimento

interno, nem tanto por valorização ambiental. As instituições criadas garantiam

basicamente a hegemonia dominante e defendiam os investimentos para

manutenção do regime desenvolvimentista (PORTO-GONÇALVES, 1990).

Conforme assegura Dias (2004) ocorreu em 1972 a Conferência de

Estocolmo na Suécia, que visou o estabelecimento de uma visão globalizada e

princípios comuns que inspirassem e orientasse a humanidade para a preservação e

melhoria do ambiente humano, o que culmina na criação do Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA.

A Conferência da Organização das Nações Unidas – ONU sobre o Ambiente

Humano reuniu 113 países, estabeleceu 26 princípios e foi um marco internacional

do esforço para elaboração das bases conceituais do que seria a EA. É importante

elencar que a educação ambiental ganhou reconhecimento internacional com essa

Conferência; foi o estabelecimento dos princípios de uma educação que asseguraria

o acesso ao conhecimento e possibilitaria reflexões em prol da proteção ambiental

(Id. Ibid. p. 74). 6 Silent spring - 1962

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- Artigo II, da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano: “A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos”.

Dentre os princípios instaurados é relevante destacar o Princípio 1 que

elucida os deveres e os desfrutes da relação sociedade - homem – natureza.

Princípio 1 - O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A este respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas (DIAS, 2004, p.369).

Insta ressaltar que, a Organização das Nações Unidas para a Educação,

Ciência e Cultura (UNESCO) e o Programa das Nações Unidas (UNEP) criaram as

três principais declarações que nortearam o curso de educação ambiental:

Declaração de Estocolmo

05-16 junho de 1972 - A Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio

Ambiente Humano. O documento com 7 proclamações e 26 princípios "para inspirar

e guiar os povos do mundo na preservação e melhoria do ambiente humano."

A Carta de Belgrado

13-22 outubro de 1975 - foi construída sobre a Declaração de Estocolmo e

acrescenta metas, objetivos e princípios orientadores de programas de educação

ambiental, resultado do Workshop Internacional sobre Educação Ambiental realizado

em Belgrado.

A Declaração de Tbilisi

14 a 26 outubro de 1977 - foi um acordo unânime quanto ao importante papel

da EA na preservação e melhoria do meio ambiente do mundo; atualizou e

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esclareceu a Declaração de Estocolmo e A Carta de Belgrado, incluindo novas

metas, objetivos, características e princípios norteadores.

Após esse período, a educação ambiental sai de foco para a discussão

acerca dos danos ambientais que sucederam, como Seveso, Bhopal, Chernobyil e

Basel, propiciando um dramático crescimento na conscientização ambiental da

população mundial, alterando o foco de discussões da cúpula, para o tema

“Desenvolvimento Sustentável”, tendo ainda, como estandarte principal o buraco na

Camada de Ozônio. Nessa mesma década, 1980, difundiu-se rapidamente em

muitos países, a consciência acerca dos danos acumulativos/cotidianos (expansão

industrial) ao ambiente, e as discussões quanto a possibilidade de se reduzir os

danos e as consequências, por meio de práticas ecologicamente corretas.

Desta forma, a evolução das abordagens das questões do MA e a promoção

dos planos de ação, continuaram a ser desenvolvidas. Foram formuladas estratégias

e ações quanto aos aspectos relativos à questão ambiental, tais como: políticos,

sociais, econômicos, culturais, ecológicos, tecnológicos e éticos; nos planos

regional, nacional e internacional, tais como:

Global 2000 Report

1980 – divulgou-se o “Global 2000 Report”, relatório que afirmou que se as

tendências atuais permanecessem, no ano 2000, teríamos um mundo

superpopuloso, mais poluído, menos estável ecologicamente e mais vulnerável à

ruptura. Propôs-se então, a cooperação entre os países desenvolvidos e os em

desenvolvimento.

Convenção de Viena

1985 - Documento baseado7 na Declaração da Conferência das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente Humano e na Agenda 21. Os Estados, de acordo

com a Carta da ONU e os princípios do direito internacional, têm o direito soberano

de explorar seus próprios recursos, nos termos de suas próprias políticas ambientais

7http://www.educoea.org/Portal/bdigital/contenido/interamer/BkIACD/Interamer/Interamerhtml/Mellohtml/MelloIV.htm

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e a responsabilidade de assegurar que atividades dentro da área de sua jurisdição

ou controle não causem dano ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além

dos limites da jurisdição nacional.

Protocolo de Montreal

1987 - Definiu ações sobre consumo e produção dos gases cloro-flúor-

carbonos: (i) limite do consumo; (ii) redução do consumo; e (iii) cada país

asseguraria que até julho de 1999 os níveis de produção e consumo não excederiam

50% dos valores calculados em 1986.

Na década de 1990, ocorreu significativa evolução em relação à

consciência ecológica, a “qualidade ambiental” foi inserida no cotidiano das pessoas,

de modo, a propiciar importantes transformações de base para o processo de

conservação, visando entrar “na contramão” dos constantes acordos firmados, e

enfim progredir; pretendendo uma pratica social/ambiental que só a Educação

Ambiental poderia construir.

ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra

1992 – Realizou-se entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, reuniu

mais de cem chefes de Estado que buscavam meios de conciliar

o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos

ecossistemas da Terra.

Os documentos principais produzidos foram a Agenda 21, a Declaração do

Rio sobre o Meio Ambiente, na qual sua Seção IV, Item 36 descreve: “Integração

do meio ambiente e o desenvolvimento utilizando educação, capacitação e

conscientização”.

Protocolo de Kyoto

1996 – Objetivou mitigar os impactos ambientais provocados pelas mudanças

climáticas em decorrência do aquecimento global provocado pela emissão dos

gases do Efeito-Estufa.

Cúpula da Terra 2

26 de agosto a 4 de setembro de 2002, a Cúpula Mundial sobre

Desenvolvimento Sustentável, ocorreu em Johannesburgo - África do Sul, e

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resultou em dois documentos: a Declaração Política e o Plano de Implementação,

quem visam amenizar os impactos ambientais, com fomento para sustentabilidade e

educação ambiental.

Rio + 20

13 a 22 de junho de 2012 - A Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Sustentável aconteceu no Rio de Janeiro. Assinalou os vinte

anos de realização da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento (Rio-92) e definiu a agenda do desenvolvimento sustentável para

as próximas décadas.

3.2 Implicações da EA para a Educação no Brasil

A Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA foi originada em 1973 e

formulou Leis e algumas ações com vistas à conservação ambiental. No entanto,

ainda desconsiderava a dimensão social e a relação de interdependência dos seres

no ambiente. As ações combativas mostraram-se inaptas e a problemática ambiental

prevalecia; de acordo com Tozetti (2008, p. 22) essa constatação fez com que a

ONU convocasse nova Conferência, e em 1975 ocorreu em Belgrado o Encontro

Internacional sobre Educação Ambiental que teve como escopo traçar os

fundamentos para um programa internacional de EA, definiu-se as características

que servem como alicerce e, a continuidade juntamente com a multidisciplinaridade

foi posta como elemento que deveria ser integrado às diferenças regionais e voltado

para os interesses nacionais (DIAS, 2004). A carta de Belgrado, formulada nessa

Conferência, declara que cabe a EA formar cidadãos conscientes do ambiente total,

que se preocupem com os problemas associados a esse ambiente e que possuam

“[...] conhecimento, atitudes, motivações, envolvimento e habilidades para trabalhar

individual e coletivamente para resolver problemas atuais e prevenir futuros.”

Começou no final dos anos de 1980 a expansão dos conceitos ambientais,

dando existência aos órgãos específicos (SOUZA, 2000 apud TOZETTI, 2008):

SMA- Secretarias do Meio Ambiente, IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente,

COSEMA- Conselho de Meio Ambiente e diversas ONGs – Organização Não

Governamental com discursos ambientalistas, fatos que fortaleceram os conceitos

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socioambientalistas e, em 1983 a ONU deu existência à Comissão Mundial ou

Comissão Brundtland sobre o MA e desenvolvimento, a partir da Comissão, foi

formulado o Relatório Brundtland conhecido também como “Nosso Futuro Comum”,

divulgado em 1987; foi nesse relatório que surgiram os conceitos de “nova ordem

mundial” e “Desenvolvimento sustentável” que direcionavam para um propósito de

conciliação entre a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico (GRUN,

1996, p. 18).

A Lei Federal nº 6.938/81 institui a Política Nacional do Meio Ambiente, que

compreendia um novo paradigma ético ambiental, colocando no cerne a proteção de

todas as formas de vida, “[...] passou a permitir que os bens e componentes

ambientais pudessem ser protegidos independentemente dos benefícios imediatos

que poderiam trazer para o ser humano” (RODRIGUES, 2005, apud TOZETTI, 2008,

p. 17). Contudo, essa lei só adquiriu notoriedade depois dos esforços dos

ambientalistas e o Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 consolidou os

princípios gerais em relação ao MA. Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1998, p. 111).

Em 1987 o Plenário do Conselho Federal de Educação (Ministério da

Educação - MEC) aprova, por unanimidade, o parecer a respeito da Lei 226/87, que

considera necessária a inclusão da Educação Ambiental dentre os conteúdos a

serem explorados nas propostas curriculares das escolas de 1 e 2° graus. [...] a educação ambiental configurou-se, em seu início, como conteúdo de ecologia. Ela vai ganhando essa outra feição, mais ampla, nos anos 1980, quando ocorre o processo de democratização e essas discussões ganham corpo no Brasil. É quando a educação, em geral, e a educação popular, em particular, especialmente na figura de Paulo Freire, aproxima-se da educação ambiental. Então ela passa a ser realmente um processo de discussão de cidadania, de reflexão da existência de discussão de políticas públicas e de uma ação coletiva (LOUREIRO, 2010).

Posteriormente ao estabelecimento da obrigatoriedade da EA pela

Constituição de 1988 intensificam-se as discussões ambientais, principalmente

depois da Conferência Rio-92 ou Eco-92 que foi realizada pela ONU, composta por

178 delegações e idealizada após a não constatação da efetiva melhoria na questão

ambiental mundial (CRUZ, 2011, p. 26). Incluiu a participação do Ministério da

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Educação – MEC e, nasceu daí a Agenda 21, um programa que de acordo com o

texto do Programa Brasileiro Nacional de Educação Ambiental (BRASIL/ProNEA,

2005, p. 24) “reconhece ser a Educação Ambiental um dos instrumentos mais

importantes para viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do

planeta e, consequentemente, de melhoria da qualidade de vida humana” (CRUZ,

2011, p. 27).

Nessa conferência a insustentabilidade do modelo de “desenvolvimento”

então vigente foi reconhecida e o modelo sustentável passou a ser almejado, de

forma que a Agenda 21 tornou-se um Plano de Ação para a Sustentabilidade e a

Educação Ambiental, conquistando status de processo de promoção estratégica

desse novo modelo de desenvolvimento (DIAS, 2004, p.50), capaz de satisfazer as

necessidades do presente sem o comprometimento das futuras gerações. O ensino tem fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável, para aumentar a capacidade do povo de abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento. Tanto o ensino formal como o informal, é indispensável para modificar a atitude das pessoas, para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual) deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e meios efetivos de comunicação (AGENDA 21, cap. 36, 1992).

A Agenda 21 simbolizou o comprometimento de toda comunidade

internacional em solucionar as problemáticas ambientais emergenciais até o ano

2000. O objetivo que não foi alcançado, segundo Tozetti (2008), porque faltou a

implementação de políticas adequadas que considerassem a complexidade

econômica, política e social do processo.

Conforme assegura Cruz (2011, p.28), o Programa Nacional de Educação

Ambiental - ProNEA criado em 1994 pelo Ministério da Educação - MEC, o Ministério

do Meio Ambiente – MMA, o Ministério da Cultura – MinC, o Ministério da Ciência e

Tecnologia – MCT “ [...] tem como propósito, ações, metas e princípios a garantir o

desenvolvimento do país, ampliando a sustentabilidade e a qualidade de vida”

buscando a harmonia para “interdependência natural e social, ocorrendo de maneira

transversal e no âmbito escola”.

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3.2 – Caminhos da Educação Ambiental

De acordo com o que foi descrito até aqui, a projeção, da ideia de EA na

sociedade, sua fundação relativamente recente (1960), até o participante da

apreciação da natureza e de sensibilização para a educação com vistas a um futuro

ecologicamente sustentável. Essa tendência elaborada como um microcosmo de

quantos programas de educação ambiental se envolvem com os participantes por

meio do desenvolvimento de um sentimento de valorização da natureza, que é,

então, traduzido em ações que afetam a conservação e sustentabilidade.

Essa busca pela sustentabilidade ilustra uma inter-relação que, segundo Reigota

(1998), “[....] aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização,

mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de

avaliação e participação dos educadores”. É evidente que os educadores têm papel

central e decisivo na inserção da educação ambiental, são responsáveis por

conduzir os alunos ao pensamento ecológico/crítico, face ao exposto (situação

socioambiental), tendo como motriz a mudança de hábitos e as relações

socioambientais, visando à cidadania ambiental, o que resultaria inegavelmente, na

e sensibilização do educando.

Tal busca iniciou-se a partir do momento que a sociedade compreendeu os

danos ambientais decorrentes do “desenvolvimento” tecnológico, oriundo da

mentalidade capitalista que domina o mercado global. A base da expansão

econômica teve seus primórdios na Revolução Industrial, foram vivenciadas

mudanças sem precedentes na esfera econômica e conseguintemente na esfera

ambiental desde meados da década de 1970.

Essas transformações, oriundas da corrida por lucro do sistema capitalista são

fomentadas pelos ditames do pensamento neoliberal, exibindo a busca por lucro e

acumulação de riquezas, pressão que recai sobre o meio ambiente e seus recursos

naturais, utilizados como matéria prima para produção de produtos elaborados de

valor agregado. Em consonância com Boff (1999) “[...] aqueles que detêm o

monopólio do ter, poder e saber, controlam não apenas os mercados, mas também

todas as estruturas que garantem a manutenção e a disseminação das ideologias

dominantes”.

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Partindo dessa premissa, ou seja, a do impacto a população com ideologias

dominantes, a educação e o ambiente obviamente não escapam a essa lógica, o

que resulta na inaplicabilidade do real papel da educação, de educar e transformar.

Segundo Gouvêa (2006): Durante certo tempo, a educação ambiental restringiu-se a cumprir seu papel na perspectiva preservacionista, no entanto, instada a transitar na complexa tessitura de conhecimentos políticos, éticos, econômicos, culturais e outros, impôs-se transcender ao reducionismo das práticas esporádicas. Tais práticas não produziram, efetivamente, alterações nos padrões de consumo e na maneira de viver da sociedade globalizada. Os mesmos não desenvolviam consciência, não transformavam hábitos e atitudes e não educavam; e, se não educavam, não refletiam; e, se não refletiam, não transformavam (GOUVÊA, 2006).

Deste modo, clarifica-se que a Educação Ambiental tem papel central no

processo de conscientização por exibir esforços que se inclinam a desvelar questões

acerca da temática. Ou seja, informando, educando e contextualizando o aluno,

fomentando o pensamento reflexivo, crítico, capaz de negar sua natureza

consumista; como também, buscando como resultado a criação de uma mentalidade

para um consumo consciente visando diminuir sua “pegada ecológica8”. O

comentário em expertise realizado por Rios (2001, p.12 apud GOUVÊA , 2006, p.

166), sustenta essa concepção por ressaltar que “não é qualquer um que pode ser

professor e nem qualquer professor que pode enfrentar os desafios presentes em

nosso tempo; tendo nessa premissa se faz pertinente inserir educação ambiental no

processo de formação de professores”. Esse tal comentário exorta a necessidade de

capacitação pedagógica para que o conteúdo seja ministrado com as ferramentas

adequadas, de modo que potencialize a conscientização e sensibilização do

educando, e até mesmo, por meio dele, do meio no qual esta inserido.

Estudiosos como Marcos Reigota, Carlos Loureiro, Paulo Freire, Genebaldo

Dias, Naná Medina e Enrique Leff, entre outros; teorizaram acerca da possibilidade

de reparação da ação educativa, de forma que asseguremos a prática da EA, pois

8 O termo foi primeiramente usado em 1992 por William Rees; é atualmente usadoem todo o globo, como um indicador de sustentabilidade ambiental. Sendo usado para medir e gerenciar o uso de recursos por meio da economia. Ou ainda, para explorar a sustentabilidade no estilo de vida de indivíduos, produtos, serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.

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“A temática ambiental, pela sua complexidade e presença no nosso cotidiano, é

entendida das mais diversas maneiras e possibilita intervenções pedagógicas

diversas” (REIGOTA, 2012).

Sabemos que “O homem é o resultado do meio cultural em que foi

socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o

conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o

antecederam” (LARAIA, 2001. p. 150). Dessa forma, a inserção dos conceitos da

educação ambiental e a apropriação cultural deve ser enfocada desde os primórdios

na trajetória educacionais das crianças. Nesse caminho, partilhamos da concepção

de Reigota (2012) que afirma que não é possível falar de meio ambiente –

compreendendo que meio ambiente não se refere apenas ao meio natural (intocado

pela ação humana) - sem antes pensarmos no que entendemos disso, as relações

do meio ambiente com nosso cotidiano e quais são as possibilidades políticas,

sociais e pessoais que temos para interferir nesse processo.

A prática da EA depende da concepção que as pessoas elaboram (REIGOTA,

2009) e ilustra a necessidade da reformulação dos valores em prol de ações pró-

ambientais. Reigota (1995) alerta ainda, que é no diálogo entre as diversas culturas,

entre os conhecimentos tradicionais e científicos, e suas diversas interpretações “[...]

que poderemos encontrar possibilidades inovadoras e transformadoras”. [...] a educação ambiental é uma filosofia da educação, ou seja, um pensamento sobre a educação e que se quer política. A temática ambiental, qualquer que seja ela num processo pedagógico, tem que ter pertinência, sentido e significado social e cultural para as pessoas, inclusive para os professores (REIGOTA, 2012).

Nesse sentido, por considerarmos que as escolas constituem um ambiente

propício para transformações, podemos alcançá-las por meio da adaptação cultural

e da “[...] manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as

inovações e as invenções” (Id. Ibid.), buscamos montar um cenário da produção

científica acerca do tema.

3.3 - O Meio Ambiente como um Tema Transversal

Os PCNs são Parâmetros Curriculares Nacionais que trazem conteúdos a

serem trabalhados no ensino fundamental e que incluem dentre os conteúdos

tradicionais do currículo, os temas transversais como: Meio Ambiente, Pluralidade

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Cultural, Ética, Orientação Sexual, entre outros, que devem ser abordados de forma

transversal, ou seja, devem permear as demais disciplinas.

O tema meio ambiente é um dos temas transversais dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs), segundo Camargo (2008, p. 11) “Não é difícil

introduzir a discussão com os alunos, pois, boa parte deles demonstra interesse

pelo tema e carrega informações adquiridas fora da escola [...]”. Os meios

midiáticos e a própria comunicação interpessoal dos alunos têm resultado em

importantes discussões acerca do tema. Entretanto, ainda segundo Camargo

(2008), existe a necessidade de indagar e esclarecer algumas questões que

costumam ser deturpadas.

Como a falta de diferenciação dos termos, por exemplo, “[...] preservação

ambiental é a ação de proteger um ecossistema [...]” sem interferências humanas,

já a conservação ambiental “[...] é o uso racional de um recurso qualquer, para se

obter um bom rendimento, ou seja, usar com cuidado” (CAMARGO, 2008, p. 11).

Todavia, é importante lembrar que o meio ambiente não é unicamente natureza;

esse é outro ponto compreendido constantemente de forma errônea. É papel do

educador, articular e por meio de práticas pedagógicas contínuas, conduzir os

educandos a criarem esse conceito de ambiente não somente, como sinônimo de

natureza, mas como um campo de interações entre a cultura, a sociedade e a base

física e biológica dos processos vitais, no qual todos os termos dessa relação se

modificam dinâmica e mutuamente (CARVALHO, 2004, p.37).

Os PCNs de 1997, referentes ao terceiro e quarto ciclos do ensino

fundamental promove um planejamento; apresenta-se um tema aos alunos, dialoga-

se, utiliza-se de recursos midiáticos ou mesmo de uma pesquisa de campo para

delimitar problemas e sugerir soluções. É necessário delimitar os problemas que

serão investigados e levantar hipóteses para soluções. Ressalta-se que as aulas

de campo ou laboratorial estimulam o aprendizado, no entanto, os parâmetros

determina que se considerem os riscos reais e potenciais à integridade física.

Diante do exposto, os PCNs sugerem (1997) passeios a parques dentro da

própria cidade para que os educandos possam observar o espaço físico, o

ambiente (solo, relevo, vegetação, fatores climáticos) os animais e seus hábitos e o

impacto das ações humanas sobre o ambiente, a fim de fomentar discussões que

contribuam para sanar os problemas ambientais.

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Com essas informações e considerando a importância da educação ambiental

na formação crítica do educando, e a necessidade de um professor habilitado para o

cumprimento satisfatório de sua função, produzimos um levantamento na base de

dados ERIC (Educational Resources Information Center) dos artigos publicados no

campo educacional, para se correlacionar com acontecimentos históricos, a nível

mundial, que buscaram debater a temática da Educação Ambiental e

Sustentabilidade partindo do pressuposto, que o incentivo de cúpulas de debates

ambientais fomenta o desenvolvimento de pesquisas na área, bem como, a

propagação e o aumento quantitativo das publicações. Fazemos aqui um importante

recorte quanto à participação dos pedagogos nessas publicações, para esmiuçar

um cenário quanto ao número de publicações no mundo.

4- PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Este trabalho apresenta um levantamento documental do tipo quali-

quantitativo relacionado aos artigos publicados em periódicos de âmbito

internacional da área de Educação, na subárea Educação Ambiental.

Na pesquisa em questão, o levantamento ocorreu com a consulta ao ERIC

(Educational Resources Information Center) que é uma biblioteca digital online de

pesquisa, educação e informação.

O ERIC foi criado no ano de 1966 e é patrocinado pelo Instituto de Ciências

da Educação dos Estados Unidos - Departamento de Educação. Seu acervo contém

registros de uma variedade de tipos de publicações como: artigos de revistas, livros,

sínteses de pesquisas, documentos de conferências, relatórios técnicos,

dissertações, documentos de política, entre outros materiais relacionados com a

educação.

A base de dados ERIC foi selecionada por ser direcionada exclusivamente

para o setor de educação. Foi definida da seguinte forma pela Universidade de São

Paulo - USP/SIELO9:

ERIC (Educational Resources Information Center) é o índice de literatura relacionada à educação mais amplamente usado em todo o mundo. Estabelecido em 1966, o ERIC é suportado pelo U.S. Department of Education's Office of Educational Research and

9 http://citrus.uspnet.usp.br/sibi/biblioteca/eric.htm

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Improvement e administrado pela U.S. National Library of Education (NLE) [...] é a maior base de dados de educação no mundo contendo mais de um milhão de registros de artigos de periódicos, relatórios de pesquisa, currículo e guias de ensino, trabalhos de conferência e livros (ERIC, 2012, online).

O levantamento em base de dados é uma forma segura e organizada para se

acessar grandes sistemas de recuperação de informação, possibilita a obtenção

sistemática das informações, proporciona a estruturação de uma pesquisa com

maior nível de complexidade e permite a busca na base de dados de diferentes

formas. Encontramos as publicações por meio de palavras localizadas apenas no

título, resumo, palavra-chave, ou ainda pelo autor, tema, etc.; pode-se ainda, como

no caso desta pesquisa, fazer de forma combinada, buscando a terminologia no

título, nas palavras-chave e no resumo. Essa metodologia culmina no refinamento da

pesquisa, mostrando resultados, mais específicos, aumentando, assim, a qualidade

do levantamento bibliográfico.

Para o presente estudo foram selecionados artigos de revistas da área da

educação, publicados em dois momentos. O primeiro momento da busca na base de

dados deu-se do período de 1943 a 1969 com o uso da terminologia “Conservation

Education”. Posteriormente, usamos o termo “Environmental Education” 10

(Educação Ambiental) para a busca de indexação de 1969 a 2012. Essa

diferenciação na busca dos artigos ocorreu por conta de informações adquiridas no

levantamento bibliográfico/ histórico, da terminologia em questão, considerando que

houve uma “evolução” do termo Conservation Education para Environmental

Education. A presente análise se restringiu, basicamente, aos registros (título,

abstracts, palavras-chave) dos artigos obtidos nas bases de dados.

As pesquisas foram feitas do período de Janeiro de 1943 a Janeiro de 2012.

Os artigos continham pelo menos um dos seguintes elementos:

- As palavras “CONSERVATION EDUCATION” (EDUCAÇÃO PARA

CONSERVAÇÃO) no título, no resumo ou nas palavras-chave.

- As palavras “ENVIRONMENTAL EDUCATION” (EDUCAÇÃO

AMBIENTAL) no título, no resumo ou nas palavras-chave.

10 Aparece pela primeira vez a definição de "Educação Ambiental" em um artigo da autoria de James A. Swan, que mais tarde tornou-se o primeiro diretor de Educação Ambiental da UNESCO, o artigo foi publicado pela primeira vez na Digest Educacional em Março de 1970.

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Essas informações são oportunas para este TCC, não trataremos dos

conteúdos, ideias e fundamentação teórica, desses estudos. Estabeleceu-se como

limite mínimo o ano de 1943 (primeiro resultado da pesquisa) nesse banco de dados

até o primeiro semestre de 2012, quanto aos últimos dados à disposição na base de

dados ERIC.

Posteriormente ao levantamento, análise e tabulação dos dados dessas

publicações, discorremos acerca dos resultados com o objetivo de relacionar o

volume das publicações com os eventos e as reuniões de cúpulas mundiais que

debateram a temática sustentabilidade e Educação Ambiental. Foram excluídas as

citações feitas pelos próprios autores, para eliminar a ocorrência de autocitações de

nossa pesquisa.

5- CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O exame realizado na produção literatura periódica internacional registrada no

banco de dados da ERIC (que inclui também em seu acervo, artigos brasileiros

publicados na língua inglesa) relativo à presença da temática Educação Ambiental

(Environmental Education) aborda a seguinte questão: Qual é o volume de

publicações desse tema na grande área educação?

Traz à tona um conjunto de problemas e discussões recorrentes, quanto à

questão ambiental. Interessou-nos analisar a vasta produção científica disponível em

um dos maiores bancos de dados sobre a educação. Com esse viés, nos

propusemos a uma verificação seletiva dessa produção periódica internacional em

educação dos últimos 69 anos, do primeiro ao último artigo indexado na base de

dados até o momento em que a pesquisa foi realizada (de 1943 até o início de

2012), para que fosse possível traçar um cenário da trajetória dos momentos de

maior enfâse no tema, com o intuito de correlacionar a publicação de artigos acerca

do tema EA, com os grandes eventos sobre o Meio Ambiente que sucederam no

mundo.

Os artigos científicos contribuem para sustentar que o eixo temático pesquisa

tanto interno à universidade quanto fora, fortalece um compromisso e uma relação

com as “necessidades educacionais” como também, o estudo da questão da

pesquisa pela ótica educacional ou pedagógica se faz necessária por se tratar de

um assunto que não é comumente trabalhado dentro dos currículos do curso de

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Pedagogia e consequentemente, não é expressivo no cotidiano escolar. Desse

modo, torna-se de grande valia essa análise da produção e da

quantidade/disponibilidade de artigos acerca do tema. A estratégia de seleção das

referências consistiu na leitura do título, dos resumos e na apreciação das palavras-

chave dos artigos de periódicos, a fim de identificar a presença central ou periférica

da temática de interesse.

Foram arrolados desse modo, com as terminologias “Conservation Education”

e “Environmental Education”, 40.647 artigos de periódicos da área educacional,

sendo 9.470 escritos por pedagogos.

A busca na base de dados ocorreu nos períodos de 1944 – 1969 com a

terminologia de “Conservation Education”; posteriormente a pesquisa para a

busca de indexação alterou para “Environmental Education” dos períodos de 1969

– 2012 (Figura 1 e Figura 2).

Figura 1 Pesquisa antes de 1969 "Conservation Education"

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Figura 2 - Pesquisa entre os anos de 1969 a 2012 com o termo "Environmental Education"

A pesquisa nesse banco de dados exibe todos os artigos indexados

com a terminologia “Environmental Education”, seria pertinente separar os artigos

publicados nessa área apenas por pedagogos. Como essa filtragem necessitaria

acessar todos os artigos encontrados buscando a formação dos autores, uma

maneira sugerida pela Biblioteconomista Ana Lúcia de Grava Kempinas11

(responsável pelo setor de indexação e pesquisa da Faculdade de Ciências

Agronômicas de Botucatu – UNESP), seria marcar o campo “Education Levels”

todos os níveis educacionais em que os pedagogos estariam habilitados para

trabalhar. Para efetuar essa seleção uma busca no site do MEC (Ministério da

Educação), a correlação entre os sistemas de ensino no Brasil e nos EUA (Tabela

1). É importante elencar que a tabela em questão é do ano de 2000, sendo que uma

mudança estava em processo para adicionar o 9° ano no ensino fundamental.

Segundo o site12 do MEC “constata-se um interesse crescente no Brasil em

aumentar o número de anos do ensino obrigatório. A Lei nº 4.024, de 1961,

11 [email protected] 12 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf

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estabelecia quatro anos; pelo Acordo de Punta Del Este e Santiago, o governo

brasileiro assumiu a obrigação de estabelecer a duração de seis anos de ensino

primário para todos os brasileiros, prevendo cumpri-la até 19 / 7 / 06”. Este se tornou

meta da educação nacional pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que aprovou

o PNE13.

Tabela 1 – Comparação entre os sistemas dos ensinos básico e secundário do Brasil e Estados Unidos

13 O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão das crianças de seis anos, consonante a universalização do atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos.

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Com base na tabela escolhemos os termos para selecionar: Elementary

Education, Grade 1, Grade 2, Grade 3, Grade 4, Preschool Education e Primary

Education; bem como o termo Adult Basic Education, uma vez que o pedagogo pode

atuar na alfabetização de adultos. Desta forma poderíamos levantar todos os artigos

sobre a temática “Educação Ambiental” nas classes atribuídas apenas a pedagogos

(Figura 3).

Figura 3 - Busca efetuada com o termo "Environmental Education" contemplando publicações baseadas nas classes Adult

Basic Education, Elementary Education, Grade 1, Grade 2, Grade 3, Grade 4, Preschool Education e Primary Education

O limite inferior do intervalo (ano de 1943) foi estabelecido a partir do primeiro

artigo encontrado pela busca em sua ordem cronológica crescente considerando um

ano como período mínimo entre a publicação de um artigo e sua citação por outro. O

limite máximo (primeiro semestre de 2012) justifica-se por ser o ultimo ano completo

de que se dispunha do ERIC. As citações foram quantificadas ano a ano, assim

como distribuídas em intervalos de frequência de todo o período coberto pelo

levantamento. Para facilitar a interpretação das informações elaboramos um gráfico

de linha e colunas onde a linha de tendência se refere a numero de publicações

sobre o tema, e as colunas são encontros de cúpulas internacionais que debateram

o tema.

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RESULTADOS

As informações oriundas da busca na base de dados se deu nos períodos de

1944 – 1969 com a terminologia de “Conservation Education”; posteriormente

alterou para “Environmental Education” dos períodos de 1969 – 2012, resultando

em um total de 40.647 artigos encontrados (Tabela 2). Em consonância às buscas,

foi marcada a opção “Education Levels” que se refere às atribuições da área, no

caso, nas habilitações dos pedagogos, essa busca resultou em 9.470 artigos

(Tabela 2). Podemos correlacionar diante de 23,3 % dos artigos publicados que se

enquadram nas classes consideradas área de habilitação dos pedagogos, o que não

impede de ocorrer publicações de artigos fora dessas classes, como por exemplo, a

classe “High Schools” (correlacionando seria equivalente a Graduação em Nível

Superior) por pedagogos. É pertinente destacar a ausência de banco de dados

especializado nas publicações elaboradas por pedagogos ou mesmo a inexistência

de ferramentas de busca capazes de uma filtragem a partir da formação dos autores.

Tabela 2 - Resultados obtidos das Buscas

Ano N° de

Publicações

Publicações de

Pedagogos

Total de

Publicações %

1943 2 0

4 0,01

1944 0 0 1945 0 0 1946 0 0 1947 0 0 1948 0 0 1949 2 1 1950 2 0

24 0,06

1951 0 0

1952 0 0 1953 3 1 1954 0 0 1955 1 0 1956 7 2 1957 2 1 1958 3 1 1959 6 2 1960 14 5

1410 3,5 1961 9 2 1962 20 3

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1963 31 10

1964 45 6 1965 73 23 1966 133 32 1967 242 84 1968 302 48 1969 541 140 1970 853 153

12455 30,6

1971 1198 347 1972 1430 414 1973 1365 491 1974 1317 355 1975 1293 374 1976 1233 345 1977 1362 355 1978 1256 440 1979 1148 280 1980 976 176

7492 18,4

1981 900 153

1982 772 120 1983 679 108 1984 770 147 1985 732 255 1986 695 77 1987 704 232

1988 643 115 1989 621 136 1990 762 160

8604 21,2

1991 794 111 1992 846 177 1993 898 143 1994 1079 366 1995 1083 250 1996 792 150 1997 784 125 1998 789 268 1999 777 116 2000 808 96

8075 19,9

2001 683 232 2002 658 60 2003 556 150 2004 720 50 2005 736 58

2006 819 131 2007 945 292 2008 963 221 2009 1187 94 2010 1237 420

2583 6,4 2011 948 303

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2012 398 63

40647 9470 40647 100 %

23,3 %

Com a instrução plausível de aumento de publicações referente a cúpulas

internacionais um gráfico de colunas e linhas foi elaborado correlacionando os

eventos mundiais que debateram a temática com as publicações encontradas na

pesquisa (Figura 4).

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Figura 4 – 1 - 1945 Fim da Segunda Guerra Mundial; 2 - Movimento de “Educação Ambiental” moderno, ganharia impulso significativo a partir dos anos 1960; 3 – 1970 primeiro artigo com a

terminologia “educação ambiental” da autoria de James A. Swan; 4 – 1972 Conferência de Estocolmo; 5 – 1976 Carta de Belgrado foi o resultado do Workshop Internacional sobre Educação

Ambiental; 6 – 1978 A Declaração de Tbilisi ", observou o acordo unânime do importante papel da educação ambiental na preservação e melhoria do meio ambiente do mundo; 7 – 1980 Global

2000 Report; 8 – 1985 Convenção de Viena; 9 – 1987 Protocolo de Montreal; 10 – 1992 ECO-92; 11 – 1996 Protocolo de Kyoto; 12 – 2002 Cúpula da Terra 2; em 2012 Rio +20.

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Mediante o gráfico (Figura 4) podemos verificar que entre o fim da Segunda

Guerra Mundial até meados da década de 1960, pouco se publicou a respeito da

temática. Talvez isso se deva aos anos pós-guerra em que houve um retrocesso nas

publicações em todas as áreas, uma vez que pesquisa necessita de investimento,

seja ele pelo setor privado ou mesmo governamental, desta forma no período pós-

guerra a necessidade de reestruturar a econômica reflete em todas as outras áreas.

No entanto, após esse período de reestruturação, um grande investimento foi

realizado em direção à expansão econômica. Uma direção que na qual o meio

ambiente foi associado e colaborou com a percepção dos danos ambientais

recorrentes do “desenvolvimento” tecnológico. A base da expansão econômica tem

seus primórdios na Revolução Industrial, seguindo desde os meados da década de

1970 vivemos mudanças sem precedentes na esfera econômica e,

consequentemente, no debate ambiental.

Essa política de ação sobre o meio ambiente gerou uma nova consciência

levando a um aumento no número de publicações de 1960 a 1972, esse último ano,

evidenciou a chamada “nova consciência ambiental” com a “Conferência de

Estocolmo”. Nesse período tivemos o pico máximo de publicações com o tema

Educação Ambiental. Podemos assim, vislumbrar a grandeza e a capacidade que as

cúpulas e conferências mundiais fomentam na propagação da temática ambiental.

Entre 1972 a 1976 tivemos uma queda nas publicações, sendo que, no ano

de 1976, com a “Carta de Belgrado” ocorreu novamente, um aumento das

publicações, [uma vez que, tal relatório foi o resultado do Workshop Internacional

sobre Educação Ambiental]. Essa elevação nas publicações se mantém até o ano

de 1978 com a “Declaração de Tbilisi”.

Após o período de 1976 a1978 um novo eixo temático foi apresentado às

discussões de cúpula denominado “Desenvolvimento Sustentável”. Esse conceito se

traduz num modelo de desenvolvimento global que incorporou preceitos como

Economicamente viável, Ecologicamente correto e Socialmente justo. Essa

terminologia foi apreciada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.

Desta forma, é visível a queda nas publicações com a temática “Educação

Ambiental” entre os anos de 1978 a 1990. Nesse período, as cúpulas que

sucederam foram: Global 2000 Report (1980), Convenção de Viena (1985) e

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Protocolo de Montreal (1987), que exibiram as projeções dos danos ambientais e

discutiram as formas de aplicação do desenvolvimento sustentável para que a

economia dos países não fossem ameaçadas.

Em meados de 1990 uma nova linha de pensamento surgiu com a premissa

de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos

ecossistemas da Terra. O fator social exposto como prioridade em relação à

economia foi uma concepção inovadora que culminou na ECO 1992 (realizada

entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro). A preocupação nesse momento

era a melhoria social, no que concerne a qualidade de vida dos cidadãos e a

preservação/manutenção do ambiente natural. Desse modo, a educação voltou ao

debate como a mola propulsora para a consolidação de uma nova consciência

ambiental. Dessa forma, tivemos, novamente, uma elevação no número de

publicações sobre a temática “Educação Ambiental”.

Com passar do tempo no período de 1995 a 2004, visualizamos um novo

decréscimo no número de publicações de EA, no entanto, logo após esse período,

houve uma elevação no número de publicações concomitante à realização da

Cúpula da Terra 2 que se reuniu em Johannesburgo - África do Sul que resultou em

dois documentos: a Declaração Política e o Plano de Implementação. Esses dois

documentos visavam minorar os impactos ambientais em diferentes partes do

mundo com fomentos para sustentabilidade e educação ambiental.

A partir de 2004 ocorreram novos recursos, incentivos e planos educacionais

que fomentaram estudos sobre educação ambiental. O número de publicações

permaneceu em uma assíntota crescente.

Esses dados mostram como estão as produções na área e ilustra que seria

interessante verificar no período de 2012 a 2015, pois se evidenciou que essas

publicações retardam em média dois anos, para que o número de publicações seja

expressivo, posteriormente ao debate do tema em uma reunião internacional.

É visível que, por mais que o número de publicações aumente em conjunto

com os simpósios, reuniões e cúpulas, necessita-se que o país em questão tenha

diretrizes que favoreçam a aplicação da educação ambiental em sua estrutura

educacional, porque se não existir tal incentivo, o aumento de informação se torna

efêmero e insignificante para os profissionais que atuam na área da educação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação à EA e à Sustentabilidade a sociedade atual vive ainda sob o

paradigma antropocêntrico. O consumo e os grandes impactos ambientais do

sistema capitalista deve ser refreado para evitar um desfecho planetário com o

esgotamento total dos recursos ambientais.

Mesmo com um cenário de esgotamento planetário temos resultados

positivos diante da ação e do esforço serial de toda a comunidade. Em relação ao

trabalho aqui apresentado visou fornecer alguns sinais da produção científica

periódica internacional relacionada ao tema produção científica acerca da EA.

No que diz respeito à análise das publicações podemos afirmar que as

reuniões e cúpulas mundiais na área ambiental, influenciaram no aumento das

publicações. Nesse sentido, constatamos que a temática em pauta traz o assunto à

tona, o que expõe os óbices em evidência, incentivando a pesquisa na área seja ela

fomentada por recursos privados ou por atividades de cunho particular de

pesquisadores evolvidos com o tema.

Os dados significativos obtidos, representados pelo aumento expressivo de

publicações, ocorreram em consequência da ação das cúpulas que focaram o tema

EA em suas pautas. Ou seja, uma reunião referente à temática ambiental por si só

não exerce grande influência nem mesmo incentivo para a pauta Educação

Ambiental. Desse modo, configura-se a necessidade de que a EA seja um dos

temas na pauta das discussões.

Do desenvolvimento da nossa pesquisa, podemos afirmar que o tema

sustentabilidade foi enfocado em determinados períodos e por quase três décadas,

tornou-se o referencial, o padrão a ser alcançado. É pertinente ressalvar que o tema

sustentabilidade e a conscientização ambiental ampliaram, mesmo não avançando

no sentido de mitigar os danos ambientais. Desse modo, damos relevância a

chamada “pegada ecológica”, ou seja, ao estilo de vida da população e suas ações

cotidianas, capazes de cooperar com a manutenção ou extinção dos recursos

naturais, devido ao uso consciente ou não.

Nesse escopo fica evidente que as políticas públicas, de modo geral, devem

existir com metas da área de EA, de fomento de projetos de educação, porque

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mesmo com a ocorrência das cúpulas mundiais, pouco poderá ser agregado ao

debate se não colocarmos na ordem do dia essas questões práticas que visam o

estabelecimento das experiências bem sucedidas, dos parâmetros ou ainda, dos

sistemas de ensino com enfoque na EA.

No sistema econômico atual dificilmente uma empresa ou um governo irá

deixar de mencionar planos focados no setor ambiental; fato facilmente vislumbrado,

pois, é corriqueira a presença dos discursos ecológicos, na mídia e na vida

cotidiana. No entanto, essa ecologia difundida, possui diversas razões de ser, e

uma delas é a questão do modismo, muitas ações não decorrem da tomada de

consciência do sujeito, de modo, que as ações ecológicas não significam,

necessariamente, o nascimento de uma consciência ambiental na sociedade. Deste

modo, faz-se imprescindível a participação da educação ambiental para reversão

desse quadro, sendo importante sua inserção já nos anos iniciais da educação, com

vistas a formar essa consciência ambiental e promover uma mudança de paradigma

nesse modelo de vida consumista, bem como, a constituição de um consenso, que

conceba o cuidado com a natureza e as escolhas do sujeito, como prática

influenciadora, no meio ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida de

todos os seres vivos.

Nossa pesquisa proporciona comparações das publicações na área de EA

nas décadas de 1940, 1950, 1960, 1970, 1980,1990, 2000 e 2010, pelas tabelas e

gráficos (Tabela 1, Tabela 2 e Figura 4). Evidenciamos que, em momentos de

acontecimentos históricos, principalmente, de grandes desastres ambientais ou

catástrofes naturais, tais como Bomba Atômica no fim da segunda guerra mundial e

as inversões térmicas que ocorreram na Europa, na década de 1970 tivemos a área

do debate. A sociedade capitalista instituiu uma mentalidade que valorizou e

organizou, a partir de um principio que visa constantemente gerar e acumular

riqueza, tal mentalidade grandemente enraizada, gerou uma população com

preocupações especificas, que focam, por exemplo, metas que os permitam

conquistar, patamares sociais mais elevados; no entanto, quando a “natureza” se

impõe, e “nos lembra” que estamos em um sistema dinâmico e que o planeta

também responde significativamente às constantes agressões a que é sujeitado,

percebe-se o quanto essa busca pela riqueza e pelo poder, é efêmera, e discute-se

se não seria mais pertinente, a criação da chamada consciência e sensibilização

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ambiental, em prol de um planeta, equilibrado e da manutenção do meio ambiente

natural, bem como o construído pelo homem.

Em suma, é mister afirmar que o tema sustentabilidade será melhor

alcançado com bases sólidas por meio da EA. Desse modo esta contribuirá na

escola, desde os primeiros anos de escolaridade promovendo consciência renovada

com um modelo de sociedade que pense mais no futuro e na necessidade de

conservação, do que na produção desenfreada e na geração de riquezas.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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______. O que é educação ambiental. 2ª ed. Brasiliense, São Paulo, 2009. UNESCO. Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Disponível em http://www.brasilia.unesco.org/areas/ciencias/destaques/decada/index_html_exibicao_padrao Acessado em 22.06.11. Entrevista exclusiva com o professor Marcos Reigota, http://www.historianews.org/2012/02/entrevista-exclusiva-com-o-professor_15.html ---acessado em abr. 2012.

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