A Pregacao de Jesus
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EVANGELHO À
LUZ DO
ESPIRITISMO
Jesus veio ao mundo para trazer à
humanidade a divina mensagem da
verdade e do amor. Foi o "verbo" que
"se fez carne e habitou entre nós", no
dizer de João (1 v. 14).
Ele afirmava, com frequência, essa sua condição de ser apenas um porta- voz ou mensageiro: -o meu ensino (doutrina, palavra) não é meu mas sim de Deus, que me enviou (Jo. 7 vs. 16); -falo do que vi junto de meu Pai (Jo. 8 v. 38) ou dele ouvi (Jo. 15 v. 15); -a semente é a palavra de Deus (Jo. 8 vs. 9/15) que lanço, como semeador, a todos quantos ouvem, dependendo a frutificação da ideia do tipo de "solo" em que ela cair.
Os próprios judeus testemunhavam que Jesus não podia ter
aprendido com ninguém na Terra a doutrina que expunha,
quando indagavam:
(Jo. 7 v.15).
Jesus coloca a mensagem que traz como condição
indispensável para o progresso espiritual humano:
(Jo. 14 v. 6).
E convida a que todos a entendam e aceitem, nela
perseverando (agindo de acordo), para então alcançarem a
“salvação", “a vida eterna" (libertação da inércia e do erro
para conquistar maior vida espiritual):
(Jo. 8 v. 32).
O núcleo central de toda a sua pregação era:
-o amor a Deus sobre todas as coisas, adorando-o "em
espírito e em verdade";
- o amor ao próximo como a si mesmo, fazendo às criaturas
"tudo quanto quereis que elas vos façam";
-
"que adianta ao homem ganhar o
mundo todo e perder a sua alma?";
- ("a cada um segundo as suas obras") em
harmonia com a divina misericórdia (Deus não quer a
condenação do pecador mas a sua reabilitação);
- para qualquer realização espiritual
(sem verdadeira convicção e desejo do bem não podemos
agir com êxito).
Explicando e aplicando essas verdades fundamentais, ensinava: - a criatura está em comunicação pessoal e direta com o plano espiritual (superior ou inferior). "Deus, que vê em segredo, te recompensará" (Mt. 6:6). "Tudo que ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado no céu" (Mt. 18:18);
- ("cair
em tentação") e orar sempre (com sinceridade e propósitos
elevados) a fim de receber de Deus a ajuda necessária.
- as qualidades que Deus nos concedeu são para serem
colocadas em ação no benefício geral ("sal da Terra e luz do
mundo");
- mansuetude e humildade suavizam as nossas dores e lutas
("jugo suave e fardo leve");
- devemos perdoar sempre para também sermos perdoados por Deus, buscando sempre a reconciliação com os adversários; - quanto mais generosos formos para com os outros, mais receberemos da bondade divina (dar "medida boa, recalcada, sacudida, transbordante"); - compensações e recompensas aguardam no Além quem cumpre as leis divinas.
Embora soubesse escrever (vide Jo. 8 vs. 6) Jesus nada deixou escrito. Transmitiu toda a sua doutrina oralmente, como, aliás, o fizeram todos os grandes mestres do passado. Felizmente, ficaram os registros evangélicos, através dos quais podemos conhecer e estudar a doutrina que Jesus pregava.
Mas, na interpretação das passagens, é preciso lembrar que
os Evangelhos foram escritos depois da morte de Jesus (Lc.
1 vs. 1/4) e, às vezes, como alerta Kardec ("O Evangelho
Segundo o Espiritismo", cap.XXIII, item 3):
- o fundo do seu pensamento pode não ter sido bem
expressado;
- o sentido primitivo pode ter sofrido alguma alteração, no
passar de uma língua para outra (há termos que, conforme
a língua, o povo e a época, têm um significado peculiar e
maior ou menor força);
- o erro de tradução acaso cometido uma vez pode ter sido
repetido pelos copiadores.
Jesus viajou por toda a Palestina a fim de divulgar o
Evangelho (a boa nova do reino dos céus), porque não
havia os atuais meios de comunicação (jornais, rádio,
televisão) e se tornava necessário ir aonde o povo estava e
falar-lhe diretamente.
Jesus aproveitava todas as oportunidades junto ao povo
para ensinar e orientar espiritualmente, pregando tanto nos
lares como nas ruas, nas sinagogas como no Templo de
Jerusalém, nas estradas, junto ao mar ou nos montes.
Ministrava ensinos, aproveitava apartes, formulava ou respondia perguntas, mantinha diálogos, proferia sermões, contava parábolas. Ensinava “com quem tinha autoridade e não como os escribas" (Mt. 7 vs. 28/29), que se atinham ao que estava nas escrituras.
Às vezes, era escutado por grandes assembleias (como a do
sermão do monte), outras vezes por uns poucos (discípulos,
apóstolos ou os que o convidassem para alguma refeição,
por exemplo) e até mesmo por uma só pessoa (que o
procurasse especialmente ou com quem se encontrasse).
Se necessário, produzia fenômenos que evidenciavam suas
faculdades espirituais e sua autoridade moral.
Os fenômenos sem dúvida atraíam o povo mas era a
palavra de Jesus, a sua pregação, que edificava
espiritualmente aqueles que o ouviam com interesse,
sinceridade e boa vontade.
A maior pregação que Jesus fez, porém, foi a do seu
exemplo, na vivência de cada momento de sua vida entre
nós, neste mundo terreno, como "o tipo mais perfeito que
Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e
modelo" ("O Livro dos Espíritos", perg. 625).
Jesus espera que os seus seguidores também divulguem
sua doutrina ("ide por todo o mundo e pregai o evangelho
a toda criatura", Mc. 16v. 15), como ele o fez: ensinando e
produzindo fenômenos, quando possível e necessário, mas,
principalmente, pelo exemplo de uma vida cristã, dia a
dia, em todo o instante, em qualquer lugar, com quem
quer que seja.
Denominamos assim as informações e instruções espirituais
que Jesus ministrava aos que ouviam, espontaneamente ou
a propósito de alguma ocorrência. Escolhemos alguns, para
exemplo:
“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando
nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando
toda sorte de doenças e enfermidades”.
Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque
estavam aflitas e errantes como ovelhas que não têm
pastor". (Não é essa, ainda hoje a situação do povo?).
"Então disse a seus discípulos”: “A seara na verdade é grande, mas poucos os trabalhadores”. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande trabalhadores para a sua seara". Depois, chamou doze dos discípulos e os fez apóstolos. Aprendemos assim a orar, mas também a agir no que pudermos.
Sentado à frente da caixa de ofertas do Templo, Jesus
observava como o povo ia depositando ali as suas moedas.
Quando pobre viúva depositou duas pequenas moedas de
ínfimo valor, Jesus chamou a atenção dos discípulos:
-"Essa viúva deu mais do que todos. Porque todos
depositaram do que lhes sobrava, enquanto ela, em sua
pobreza, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento".
Aprendemos com Jesus que o valor da oferenda está na
vontade sincera de cooperar, e que esse valor é tanto maior
quanto maior for a renúncia para poder doar.
Trouxeram-lhe então algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam. (Mt. 19 v. 13).
Jesus porém chamando-as para junto de si, ordenou:
— "Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis,
porque dos tais é o reino dos céus". (Lc. 18 v. 16.)
"Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus
como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele”.
"Então, tomando-as nos braços, e impondo-lhes as mãos,
as abençoava." (Mc. 10 vs. 15/16.)
Jesus ensinava que precisamos ser dóceis e de mente
receptiva, sem malícia como uma criança, para
podermos adquirir espiritualidade, penetrar em
plano superior do espírito, onde o bem reina e há
paz e amor.
Estudos Espíritas do Evangelho Coleção: Estudos e cursos - Therezinha
Oliveira – Capítulo 17.
Grupo Espírita Allan Kardec www.luzdoespiritismo.com