A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
-
Upload
gilcerto-alves -
Category
Documents
-
view
217 -
download
0
Transcript of A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
1/17
0 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A Natureza
e as Artes
Marciais
Srgio Ildefonso
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
2/17
1 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.(Antoine Lavoisier).
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
3/17
2 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
As Artes MarciaisO termo Artes Marciais est associado mitologia greco-romana atravs da associao
ao Deus Marte (Deus da guerra/combate), tendo sido adoptado ocidentalmente como
abrangendo todas as artes de combate. No oriente utilizam-se os termos BuShiDo
(traduzido para japons: o caminho do guerreiro) e Whu-Shu (traduzido paramandarim: a arte da guerra), entre outros.
Desde sempre se pergunta sobre a origem das artes marciais. Conta-se que h cerca de
1500 anos existia um tipo de luta na regio da ndia. Sabe-se que por volta do ano de
520, um monge indiano de nome Bodhidarma viajou at um mosteiro de nome
Shaolin, provncia de Honan, a norte dos Himalaias - em Canto da China - onde
introduziu, entre outros, o budismo Zen, a prtica do yoga e transmitiu os rudimentos
da arte marcial indiana, criando um estilo prprio da mesma. Os monges budistas
desse mosteiro, eram conhecidos pela eficcia dos seus punhos e saam dos mosteirosa pregar pelas terras, trazendo consigo os seus saberes, tanto espirituais como fsicos
ensinando-os de terra em terra. Como monges budistas que eram, tambm eram
defensores do equilbrio energtico universal (Yin e Yang) e adoptaram na sua arte de
defesa, vrias tcnicas baseadas nos movimentos dos seres e compostos da Natureza.
O conjunto dessas tcnicas deu origem me das artes marciais actualmente chamada
de TaiChi-Chuan. Estes conhecimentos foram expandidos por quase toda a sia sendo
adaptados e transmitidos tradicionalmente s descendncias.
Ao longo dos tempos e devido a vrios factores (guerras, migraes, viagens, etc.)
estes conhecimentos foram sendo expandidos escala mundial. Actualmente, por
todo o mundo as artes marciais so estudadas e praticadas por pessoas de todas as
faixas etrias. E so praticantes pelos mais variados motivos, tais como melhorias no
condicionamento fsico, defesa pessoal, melhorias na coordenao fsica,desenvolvimento de disciplina, lazer, etc.
Ilustrao 1: Praticante de TaiChi-Chuan
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
4/17
3 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A prtica de uma arte marcial propicia o extravazamento da tenso do dia-a-dia,
focalizando o praticante positivamente e contribuindo para uma harmonia do seu
organismo. O trabalho da respirao promove no praticante, tanto benefcios fsicos
(diminuio do cansao, flexibilidade de movimentos, etc.) como psicolgicos
(desenvolvimento de auto-conscincia e tranquilizao). Atravs do treino gerandoum conjunto de sinais instintivos que, numa situao de perigo - onde o pensamento
racional cede o seu espao ao instinto "animal" - melhoram a capacidade de reaco.
Estas relaes funcionam como se o crebro fosse um computador onde so
programadas instrues automticas (instrues batch) em que, quando se activa o
programa, este executado automaticamente, sem que seja necessrio qualquer
comando adicional. Assim, inconscientemente, o crebro do praticante constri
relaes entre estmulos visuais, sonoros, tcteis, auditivos ou at olfactivos e as
combinaes das sequncias de tcnicas.
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
5/17
4 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A NaturezaA Natureza actualmente o resultado de milhes de anos de evoluo. Nela todas as
espcies passaram por vrios processos de adaptao e de aperfeioamento de
caractersticas inatas, tais como a velocidade, a preciso, a fora, o equilbrio, a
fuga/esquiva, a postura, etc. Estas caractersticas continuaram a ser adaptadas eaperfeioadas pelas suas descendncias fazendo com que se assegure a sua
sobrevivncia e descendncia. Estas caractersticas podem tambm ser observadas nas
artes marciais, pois, tanto na Natureza como nas artes marciais, so caractersticas que
foram sofrendo aperfeioamentos e adaptaes ao longo dos tempos.
Assim, quer na Natureza, quer na prtica de artes marciais, atravs do
aperfeioamento e da adaptao destas caractersticas consegue-se atingir um
equilbrio (uma harmonia) em que o ambiente envolvente influenciado e influencia o
prprio ser (quer seja um animal selvagem, um praticante, etc.).
Ilustrao 2: O Smbolo de Yin e Yang as 2 foras opostas de energia universal (ki) que esto
presentes em todo o Universo, mantendo-o em harmonia com todos os seres.
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
6/17
5 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A velocidadeNa Natureza, a velocidade dos animais determina a sua sobrevivncia. Na caa, um
predador precisa de ser mais rpido que a presa, seno no obtm o alimento e no
sobrevive. Por outro lado, se a presa for mais rpida tem uma maior probabilidade de
sobreviver a um ataque de um predador. Nas lutas entre os animais a velocidade umfactor importante no sucesso dos ataques e das defesas. Como exemplo podem-se
analisar os comportamentos da serpente. Ao nvel da obteno de alimento, a
serpente necessita de ser rpida (velocidade) e precisa (preciso). Muitos dos animais
que caa so mais pequenos que ela e tm uma maior capacidade de esquiva e fuga,
caso sejam mais rpidos. Estes ataques chegam a atingir velocidades perto dos 4
metros por segundo. A velocidade destas tcnicas um factor muito importante no
sucesso da sua execuo. Tanto por parte das tcnicas efectuadas com braos, pernas,
cabea ou utenslios (armas), como pelos prprios deslocamentos corporais (avanos,
recuos, esquivas, etc.).
Ao nvel da velocidade podem existir 2 tipos: a velocidade de aco e a velocidade de
reaco. A velocidade de aco corresponde velocidade da execuo por quem toma
a iniciativa num confronto. A velocidade de reaco corresponde velocidade da
execuo por quem perde a iniciativa num confronto. Como acontece na natureza,
tanto a aco como a reaco se complementam e muitas vezes trocam posies,
sendo que uma maior velocidade de execuo ter uma maior probabilidade de
sucesso. Cientificamente a velocidade caracterizada pela distncia percorrida em
funo do tempo gasto para a percorrer (velocidade = distncia / tempo). Na natureza
um animal est mais apto para sobreviver se, para um certo mesmo tempo conseguir
percorrer uma maior distncia, ou, por outro lado, para uma certa distncia, a
conseguir percorrer em menos tempo. Ao nvel das tcnicas das Artes Marciais aplica-
se o mesmo princpio: Entre um ataque e uma defesa o que tem uma maior
probabilidade de sucesso o que, para a mesma distncia conseguir ser efectuado
Ilustrao 3: Comparao do ataque da serpente tcnica de Karat Mae-Te
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
7/17
6 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
num menor espao de tempo. Existem tambm situaes em que para um mesmo
tempo quem conseguir percorrer uma maior distncia ter mais sucesso (por exemplo,
no caso da quebra da distncia de segurana - maai. O treino da velocidade est
relacionado com a coordenao entre os rgos da viso (os olhos) e os membros
efectures (braos, pernas, cabea) associados repetio dos movimentos. Estarepetio gera a chamada memria muscular. A memria muscular um pr-
carregamento muscular em espera activa originado pela repetio do mesmo
movimento. Existindo este pr-carregamento muscular diminui-se o tempo de reaco
aos estmulos, uma vez que a durao da fase de carregamento muscular diminuida.
Assim, aquando do kamae o pr-carregamento muscular ocorre naturalmente,
propiciando a execuo de tcnicas e deslocamentos mais rpidos.
Outro exemplo de velocidade so os ataques do louva-deus. Este animal um
predador agressivo que utiliza os membros frontais para apanhar as suas vtimas
utilizando movimentos reflexos cuja durao ronda a mdia dos 25 milissegundos (4
vezes mais rpido que o piscar de um olho humano). A alimentao do louva-deus
base de insectos que so muitas vezes mais rpidos que ele. Para que tenha sucesso, o
louva-deus tem que ser paciente e estar concentrado para poder aproveitar as
oportunidades dadas pelas presas e diferir um ataque na velocidade mxima.
O mesmo princpio acontece nas artes marciais.
Por exemplo, no Karat-do um nvel de concentrao mais elevado propicia a
percepo de uma situao de oportunidade que origina uma capacidade de execuo
de uma tcnica (seja ataque ou defesa) na velocidade mxima. Por outro lado, podem
tambm ser usadas existem tcnicas e deslocamentos para se gerarem oportunidades,
como por exemplo deslocamentos de pernas (yori ashi, tsugi ashi, etc.) e quebras de
ritmo (tempos lentos, tempos rpidos, etc.).
Ilustrao 4: Mtodo de ataque do louva-deus: Espera a oportunidade e ataca com a velocidade mxima
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
8/17
7 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A foraNa Natureza um animal forte sinnimo de um animal com poder. Dentro da mesma
espcie, a maior parte dos os confrontos fsicos entre os animais (guerras territoriais,
luta por parceiros de acasalamento, etc.) so muitas vezes resolvidos utilizando a
fora. Esta fora pode ser canalizada numa parte do corpo, ou pode ser utilizada naprojeco do prprio corpo gerando um impacto. O caso da metodologia de luta do
avestruz um exemplo da projeco do prprio corpo gerando um impacto. Num
momento inicial o avestruz estuda o seu adversrio e quando decide investir arranca a
uma velocidade mxima projectando o seu corpo contra o seu oponente (que
normalmente tambm utiliza a mesma metodologia). Este comportamento visvel
em algumas artes marciais, como por exemplo, no Sumo (uma luta de competio
japonesa) em que os dois lutadores (rikishi) competem num espao limitado e em que
quando um deles colocado numa situao debilitadora (ou toca no cho com uma
parte do corpo diferente dos ps, ou sai do espao de competio), perde o combate.No caso do avestruz acontece o mesmo: ou um dos animais afogentado para fora do
territrio, perdendo-o para o outro, ou foge debilitado da luta.
Em ambos os casos o corpo dos intervinientes serve de arma e projectado contra o
oponente. Pelas leis da fsica, mais em particular, as leis de Newton, o conjunto de
foras que actuam sobre um corpo a influenciam a sua acelerao e quanto maior for a
intensidade da fora resultante, maior ser a acelerao do mesmo. Desta lei podemos
conclur que em caso de impacto o corpo que tiver uma fora de maior intensidade,
afectar mais o deslocamento do outro.
Na Natureza, nem sempre os confrontos so realizados com a projeco dos corpos.
Existem casos em que so utilizados apenas os membros (normalmente posteriores)
aos quais canalizada a fora do corpo. Um exemplo da canalizao da fora do corpo
nos membros posteriores o ataque de garra do tigre (torade) ou o ataque da garra
do urso (kumade). Estes ataques normalmente so rotativos e empregam uma fora
que podem atingir os 1000 kg de fora por ataque. O tigre um animal que domina o
Ilustrao 5: Comparao entre o modo de combate do avestruz e do lutador de Sumo
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
9/17
8 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
topo da cadeia alimentar devido sua fora natural. Os seus ataques so ataques
rpidos e fortes.
No caso das artes marciais o treino da fora est relacionado com o treino dos
msculos.
A repetio de movimentos de enrigecimento e tenso destes msculos propicia um
aumento na fora dos prprios msculos o que se reflecte numa maior fora aplicada
nas tcnicas.
Ilustrao 6: Comparao entre o ataque da garra do tigre e o teisho uchi no Karat-do (Shorin-Ryu)
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
10/17
9 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
O equilbrioNa Natureza, tanto em repouso, como em movimento, os animais tomam a sua
postura equilibrada. Este equilbrio fisico-mecanico, alm de suportar a postura do
esqueleto dos animais, propicia os mecanismos de deslocamentos e de esquiva. O
mesmo acontece nas artes marciais. Um dos exemplos mais reconhecidos do equilbrioem animais o equilbrio da Gara. Este animal tem a capacidade de se equilibrar
durante horas sobre uma perna, pois possui um lquido espinal com caractersticas de
controlo do equilbrio. Como o ser humano no tem inatamente esse lquido apenas
atravs do treino possvel igualar a capacidade da gara. Existe um ponto do dorso
humano a partir do qual toda a massa igualmente distribuda que tem o nome de
centro de gravidade. Este ponto est situado a 2 dedos abaixo do umbigo e permite ao
ser humano obter um equilbrio do corpo. Para isso, o centro de gravidade necessita
de estar colocado numa posio acima da base de sustentao do prprio corpo
(normalmente, o p).
No caso da gara, esta tem um conjunto de msculos e tendes que, combinados,
fornecem a fora para estabilizar (equilibrar) o esqueleto, quer estando esttica, como
em movimento. No caso do ser humano existe uma parte do crebro o cerebelo
que faz a coordenao geral da motricidade, a manuteno do equilbrio e postura
corporal. Com o treino do equilbrio esta parte do crebro torna-se moldada de
modo a dar instrues naturais de equilbrio. O treino do equilbrio uma evoluo
constante que se inicia na infncia quando a criana se tenta levantar, depois tenta
Ilustrao 7: Comparao entre o equilbrio da gara e um ser humano a executar um hiza geri (joelhada)
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
11/17
10 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
manter-se em p, tenta caminhar erecta, correr, etc. Em cada uma das tarefas de
obteno de equilbrio existem 3 factores importantes: a distribuio do peso do
corpo, o posicionamento do centro de gravidade e a base de sustentao do corpo.
Estes factores esto presentes no treino dos pontaps (geri-waza), tais como o mae-
geri (pontap em frente), o mawashi-geri (pontap rotativo) ou o hiza-geri (joelhada)do Karat-do. O equilbrio obtm-se, ento pois a projeco vertical do centro de
gravidade tem que estar dentro da rea da base de sustentao.
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
12/17
11 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A precisoA preciso corresponde capacidade de, em vrios ataques, a maioria deles atingir
uma mesma rea. Ou seja, cada ataque que feito direccionado para a mesma rea
dos ataques anteriores. Na Natureza a preciso uma caracterstica vantajosa para os
animais. Por exemplo, os ataques a serpente so direcionados s reas vitaisvulnerveis da presa ou do oponente, com o intuito de os debilitar ao mximo.
necessria uma grande preciso para que distncia que projectado o ataque da
serpente, seja atingida a rea vital da sua presa ou oponente. Antes de efectuar um
ataque, a serpente coloca-se numa posio de preparao de ataque, mas mantendo a
sua segurana (mantendo a guarda), reduzindo a vulnerabilidade a possveis contra-
ataques. Ao efectuar um ataque, a serpente rapidamente volta sua posio de
segurana. Ao nvel das artes marciais (Karat-do, Aikido, Kendo, Judo, etc.), o compor-
tamento da serpente igualado, uma vez existe uma posio e postura fsica de
guarda (um kamae) e a partir dessa posio/postura que arrancam as tcnicas deataques e defesas.
No caso da gara, a maior parte dos ataques so efectuados em vo o que a obriga a
ter uma maior preciso. Os ataques das aves (as bicadas) aproveitam a forma
ergonmica do seu bico.
Ilustrao 8: Postura de guarda em algumas artes marciais (Aikido, Karate-do, Kendo)
Ilustrao 9: Comparao entre a tcnica Washide e o mecanismo de pesca da gara
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
13/17
12 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
No caso das artes marciais, para se fazer um ataque semelhante, o praticante dever
utilizar os membros que mais se assemelham ao bico (por exemplo os dedos das
mos). Nas artes marciais existem tcnicas de ataque semelhantes, como por exemplo,
no Karat-do, as tcnicas de Yubi waza (tcnicas com as pontas dos dedos), como
Washide (bico de pato), o Nukite (ponta da mo), etc.
Um exemplo notvel de preciso an Natureza, o louva-deus que executa os seus
ataques cum uma preciso elevada. Uma vez que se alimenta de insectos, ao longo dos
tempos teve que aprender a estudar os movimentos, os trajectos, as velocidades das
suas presas e planear instintivamente quais os mtodos a utilizar para as capturar.
Da mesma maneira que o louva-deus, nas artes marciais, a preciso pode ser
aperfeioada atravs do treino.
Alm dos rgos efectores (os que realizam os movimentos e tcnicas), os olhos so
rgos muito importantes no treino da preciso, pois so eles que captam os
movimentos ou sinais do espao em redor do praticante e os transmitem para o crtex
visual. Numa situao de combate o crebro analisa os movimentos do oponente e
calcula os seus possveis movimentos e deslocamentos. Durante esse clculo o crebro
aperfeioa uma capacidade de gerar possveis trajectos que o rgo efector ir
realizar. Ao estmulo momentneo ou ao se aperceber de uma situao deoportunidade, o pensamento transformado em aco. Atravs da repetio deste
treino consegue-se uma maior preciso nas tcnicas a efectuar.
Ilustrao 10: Comparao entre a postura do louva-deus e um praticante de Kung-Fu na anlise e
planeamento de um ataque a um alvo
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
14/17
13 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
A agilidadeAo longo dos tempos, e apontando evoluo da prpria espcie, os animais na
Natureza aperfeioaram as suas capacidades de percepo do perigo, assim como
mecanismos instintivos de defesa e fuga. Nestas situaes a agilidade um factor que
pode determinar a sobrevivncia do prprio ser. Por exemplo, o pangolim (Manistemminckii) um mamfero das zonas tropicais da frica e da sia que tem como
mecanismo de defesa, o enrolar do prprio corpo. Este mecanismo pode ser
observado nas tcnicas de esquiva a enrolar (ukemi) no Aikido e no Judo. O pangolim
utiliza esta tcnica para se esquivar e proteger dos ataques dos predadores. Uma vez
fechado em O (em bola) quase impossvel que o predador consiga abrir a sua
proteco de escamas. No caso do ukemi do Aikido e do Judo provocada uma queda
enrolada, colocado um brao na direco do p oposto ficando o corpo em forma de O
- como uma bola. Enrolando-se na esquiva, o pangolim protege as partes mais frgeis
do seu corpo (as partes inferiores do corpo), dando ao adversrio as reas escudo que,mesmo numa situao de contacto, minimizaro qualquer dano que possa ser
causado.
Uma esquiva pode no obrigar a um deslocamento de pernas. Pode ser feita tendo as
pernas no mesmo local (mantendo a mesma posio). Quando a esquiva feita
mantendo-se a mesma posio, feita uma distribuio da massa do corpo para uma
direco, sendo feita uma compensao com outras partes do corpo (princpio dos
pratos da balana).
Ilustrao 11: Atemi do Aiki-do comparado com o enrolar do pangolim
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
15/17
14 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
ConclusesDesde os primrdios dos tempos, todos os animais na Natureza se serviram dos seus
instintos e das suas as armas naturais para viver e sobreviver. Todos estes
mecanismos foram sofrendo alteraes e aperfeioamentos, transmitindo
geneticamente essas caractersticas para as suas crias, de geraes em geraes.
O ser humano, dotado de uma grande capacidade de observao e aprendizagem
aproveitou os conhecimentos produzidos pela Natureza e adaptou-os ao seu dia-a-dia.
No que diz respeito s Artes Marciais, muitos dos mecanismos, tcnicas, aplicaes
foram introduzidos com base no que foi ensinado pela Natureza, tambm tendo sido
alvo de alteraes, aperfeioamentos e adaptaes.
Esta relao harmonizante entre Natureza praticante, ao longo dos tempos tem
vindo a melhorar a qualidade de vida do prprio praticante, assim como a sua
envolvncia como praticante no ambiente que o rodeia, tornando-os um s.
Ilustrao 12: Prtica de Mokuso (Contemplao silenciosa/estudo do vazio)
-
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
16/17
15 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
RefernciasVelocidade -http://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade
Artes Marciais -http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciais
Kamae -http://en.wikipedia.org/wiki/Kamae
MemriaQuais os tipos? -http://www.medicinapratica.com.br/2009/02/17/saude-
medicina-pratica/memoria-quais-os-tipos/
Segunda Lei de Newton -
http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a#Segunda_Lei_de_Newton
Yin-Yang - The yellow emperor's classic of internal medicine, Huang Di
Mokuso -http://www.judoctj.com.br/mokuso-contemplacao-silenciosa/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciaishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciaishttp://en.wikipedia.org/wiki/Kamaehttp://en.wikipedia.org/wiki/Kamaehttp://en.wikipedia.org/wiki/Kamaehttp://www.medicinapratica.com.br/2009/02/17/saude-medicina-pratica/memoria-quais-os-tipos/http://www.medicinapratica.com.br/2009/02/17/saude-medicina-pratica/memoria-quais-os-tipos/http://www.medicinapratica.com.br/2009/02/17/saude-medicina-pratica/memoria-quais-os-tipos/http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a#Segunda_Lei_de_Newtonhttp://www.judoctj.com.br/mokuso-contemplacao-silenciosa/http://www.judoctj.com.br/mokuso-contemplacao-silenciosa/http://www.judoctj.com.br/mokuso-contemplacao-silenciosa/http://www.judoctj.com.br/mokuso-contemplacao-silenciosa/http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a#Segunda_Lei_de_Newtonhttp://www.medicinapratica.com.br/2009/02/17/saude-medicina-pratica/memoria-quais-os-tipos/http://www.medicinapratica.com.br/2009/02/17/saude-medicina-pratica/memoria-quais-os-tipos/http://en.wikipedia.org/wiki/Kamaehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciaishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade -
7/24/2019 A Natureza e as Artes Marciais Sergio Ildefonso
17/17
16 A Natureza e as Artes MarciaisSrgio Ildefonso
ndiceAs Artes Marciais .............................................................................................................. 2
A Natureza ........................................................................................................................ 4
A velocidade ..................................................................................................................... 5
A fora ............................................................................................................................... 7
O equilbrio ....................................................................................................................... 9
A preciso ....................................................................................................................... 11
A agilidade ...................................................................................................................... 13
Concluses ...................................................................................................................... 14
Referncias ..................................................................................................................... 15