A MALEABILIDADE DO TEMPO -...
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Publicação digital
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Índice
INTRODUÇÃO - 4
A ESFERA DA VIDA - 5
A VIDA NA ESFERA - 25
A TEORIA DA DESCONSTRUÇÃO - 40
EFEITO AMPULHETA - 54
A FORMA DO UNIVERSO - 70
OS LIMITES - 73
CONCLUSÃO - 77
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INTRODUÇÃO
Este é um ensaio ficcional para muitos, mas para pessoas como eu que observam
bastante as coisas e fatos, me alegra a certeza de que concordarão comigo em muitos
aspectos.
As questões do Universo estão em aberto.
A origem da vida na Terra carece de muitos estudos e bem longe dos
dogmatismos e dos furores deterministas de alguns cientistas, algumas teorias que
desenvolvo têm base somente na observação. O meu laboratório de pesquisa é o
mesmo que está à disposição de todos. Ele está diante dos nossos olhos e, muitas vezes
as respostas estão nas “entrelinhas” e nos pequenos detalhes.
A lógica cerebral e a intuição são as minhas melhores ferramentas.
Estamos em 2016, e pode ser que o entendimento que eu tenha a respeito deste
assunto possa ser somente no futuro, aceito, sem a menor reserva. Por enquanto, este
pequeno escrito, hoje, tem o objetivo de dar uma sacolejada no cérebro de todos nós e
nos impulsionar nas pesquisas sob um novo olhar.
Não podemos nos apequenar, pois somos os Senhores do Universo.
E, tudo que observamos do Universo é sob o ponto de vista da Terra.
Se observássemos a Terra sob o ponto de vista do Universo, talvez as coisas
fossem diferentes.
A parcimônia é essencial quando se afirma a respeito de tudo. Pode ser que no
futuro os entendimentos sejam outros.
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A ESFERA DA VIDA
“É arriscado afirmar que a Tensão Superficial também proporcionou a
origem dos planetas do nosso sistema, mas tem coerência.”
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A ESFERA DA VIDA
Estava eu observando a Lua Cheia da janela do meu apartamento num momento
de devaneio terapêutico, dando uma boa relaxada. Havia terminado de corrigir pela
enésima vez o texto do meu livro sobre o “Corpo Mental” (Corpo Mental é aquele corpo
- no meu entendimento - que construímos ao longo da nossa vida). Encontrei diversos
erros ortográficos mesmo tendo corrigido o texto cinco vezes. Perdi a paciência e
desisti.
Um famoso escritor brasileiro já havia dito que o erro ortográfico vive brincando
de esconde-esconde para quem escreve e também para quem corrige o texto. Quando
alguém despretensiosamente lê o nosso texto, ele (o erro) aparece sorridente com a
maior cara de pau! A gente volta a corrigir, mas não adianta, ele vai se ocultar de quem
corrige e aparecer saltitante para o leitor. Hoje com a nova ortografia, para ele é um
deleite. Por isso dou um conselho mais que oportuno: correção ortográfica é para quem
entende! Eu não entendo e de tão difícil, desisti de entender. É o caso da colocação do
“esse”, “essa”, “este” e por aí vai. Quando acho que acertei, eu errei. Como dizem os
adolescentes: Ninguém merece!
E, aqui cabe uma observação: a nova gramática é difícil, a antiga também era.
Escrever corretamente dentro das novas regras, inclusive se esmerando na sintática,
complica, mas não nos impede de escrever. Se houver erros, paciência. O importante é
dar o recado. A mesma coisa se daria no nosso conversar, se não tivéssemos um
português impecável, estaríamos impedidos de falar? Claro que não!
Dito isto, faço uma grande apelo aos detentores da Lei Gramatical: Está na
hora de simplificar o uso do “este”, “esse”, “isto”, “isso”, “deste”, “desse” e “disso”!
Afinal, a nova Reforma não foi para melhorar?
E aquela baita bola prateada solta no céu? É linda de se ver.
Antigamente servia de inspiração, hoje, na hora em que ela se mostra radiante, o
pessoal está vendo novela na televisão, está nas redes sociais ou na “balada”. Mas a Lua
nem se abala, mesmo sabendo que os admiradores já são poucos. Quando ela está mais
bonita, o pessoal só fica sabendo por que aparece a foto na internet postada por alguém
mais atento. Eles correm lá fora e o céu já está nublado.
Ela se segurando para não cair e a Terra a puxando para que não se solte. É um
amor antigo, o bolão azul e a bolinha prateada. E a pergunta que sempre martela a
minha cabeça:
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- Porque a Lua é redonda?
- E também, porque a Terra é redonda e tudo no Universo é redondo?
Alguns cientistas afirmaram recentemente que o Universo pode ser cilíndrico, e
não há como discutir a respeito, pois provavelmente tenham eles encontrado alguma
prova para tal e ainda não nos fizeram conhecer. Se tudo parece ser redondo,
pressupõe-se que o conjunto de coisas redondas estivesse dentro de outra coisa
também redonda. É apenas uma dedução, por enquanto.
Imaginar que bilhões de bolinhas (corpos celestes) estão dentro de um tubo é
fora de propósito. Há quem diga que são trilhões.
Os mais abusados dizem que são quatrilhões. Eu resumo a questão. Como para
nós não fará diferença de que “lhões” eles estão falando, digo que é um número infinito.
E para ficar mais bonitinho, posso afirmar que cada corpo celeste corresponde a um
neurônio do cérebro humano(aproximadamente 100 bilhões).
Tenho o entendimento que deveriam por coerência, todas estas “bolinhas”
estarem dentro de uma grande bola imaginária que é o Universo. Não sabemos
exatamente, só especulamos. Entretanto, para caber dentro do nosso raciocínio,
poderia assim ser. E se assim não o fosse, seria um espaço ilimitado e não seria
supostamente limitado nem pela nossa imaginação.
O que nos falta entender sobre o espaço ilimitado é por causa da dúvida se o
mesmo realmente não tem limite. Em tese e na prática ele tem limite, e se não o tivesse,
somente algo mais “substancial” poderia limitá-lo que é a mente humana.
Sim, o limite do Universo é a mente humana!
É possível a mente humana delimitar o Universo, pois somos eternos
observadores das coisas e estas existem por causa disto, senão de que outras maneiras
existiriam, pois não haveria outro ser racional para fazer essa observação, ou pelo
menos para discorrer sobre o que observa.
Imagine na Idade Média o quão foi difícil, para o observador do céu, concluir que
a Terra era redonda e girava em torno do Sol. Quanto tempo levou para que inferisse tal
assertiva se não tinha nenhum dado armazenado na sua memória para que fizesse a
comparação. Nenhum conhecimento havia registrado e as questões do dia a dia
resumiam-se apenas em sobreviver e seguir os ditames culturais da época. O esforço
cerebral deve ter sido imenso e ainda tinha que confrontar com o sistema religioso tão
presente.
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Na área da observação terrena, o legado foi o patrimônio do conhecimento,
indiscutivelmente.
Lavoisier, misturou, mediu, pesou e observou.
Louis Pasteur observou e experimentou.
Edison fez diversas tentativas, testando todos os tipos de filamentos até nos
presentear a lâmpada elétrica. A lâmpada também trouxe luz para as nossas
observações.
A observação veio primeiro que a ciência e é a atividade mais nobre do ser
humano curioso e inquieto. A humanidade só avançou e ainda avança por causa dos
observadores.
Nenhum deles acordou um dia, de bem com a vida e disse: - Hoje eu vou inventar
a lâmpada! Ou o outro: - Hoje eu vou inventar a “pasteurização”. E outro também: - Hoje
eu escreverei que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, e
depois eu vou pescar um peixe para o almoço. Não foi assim. Demandou muito tempo e
levaram muitos dos seus neurônios a loucura!
Antigamente, a grande maioria das pessoas sempre olhava no máximo na linha
dos olhos e pela cultura da subserviência, muitos dirigiam seus olhos para baixo na
maior parte do tempo. (Hoje parece que voltamos no tempo, pois quando observamos
os jovens, a maioria deles está de cabeça baixa e atenta. Pensamos ser uma
demonstração de humildade, vamos verificar e descobrimos que toda esta atenção é
para os seus celulares).
Os pensadores e os sonhadores idealistas olhavam o céu. O sentimento de
fascínio é o mesmo de hoje.
Tenho um tio, “gringo” do interior, num veraneio que fizemos aqui no sul, muito
me chamou a atenção quando passeávamos a noite, ele olhou o céu e ficou maravilhado.
Nos seus setenta e poucos anos de vida, nunca tinha reparado na quantidade de
estrelas. O céu estava limpo, ele olhava e se encantava:
- Dio Santo! Como é que eu nunca tinha percebido isto!
Todo este encantamento suscitou muitos questionamentos por parte dele.
Os antigos filósofos, observadores e cientistas, que proporcionaram o nosso
inquestionável progresso, eram observadores obstinados e tinham o mesmo
deslumbramento. Eu sou um observacionista, mas nem em pensamento eu me arrojo a
me comparar com esses senhores pensadores, pois eles são infinitamente superiores a
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mim. Nesta empreitada, sou um questionador e não me dou por satisfeito com qualquer
“explicaçãozinha”. E aí vai o questionamento:
- A Lua foi capturada pela Terra ou desprendeu-se desta?
- Se ela se desprendeu da Terra, como adquiriu a forma redonda?
É pensamento corrente que um grande asteroide chocou-se com a Terra e parte
dela desprendeu numa nuvem de gás dando origem a Lua. Esta teoria é carente de
evidências.
Uma resposta que parece sensata é a de que a Lua foi capturada pelo campo
gravitacional da Terra.
Pela dinâmica da “Criação”, todos os corpos do Universo são redondos com
exceção dos meteoros, cometas e asteroides, porque esses não são íntegros.
Entretanto, digamos que a Lua é um pedaço desprendido da Terra num passado
muito distante e fosse arredondando devido ao movimento rotatório, mas, esse é tão
lento que provavelmente não poderia arredondá-la. (Entendendo que as forças
centrífuga e centrípeta já fizessem parte do dinamismo universal.) No final das contas,
tudo que anda por aí no espaço – meteoros, cometas, asteroides, etc., são pedras, e o
que as difere são o tamanho e o comportamento (Com exceção, é claro, da imensa
quantidade de lixo espacial que o homem lançou na nossa órbita).
Alguns estudiosos insistem na tese de que pequenos pedaços de pedras espaciais
foram se agregando e formando uma bola enorme ( Teoria Nebular). É difícil aceitar
esta tese porque contraria a outra teoria de que o Universo esteja se expandindo. A
agregação da poeira cósmica também é um paradoxo deste Universo em expansão. E
mesmo a possibilidade de que os gases resultantes de alguns eventos “fossem
comprimidos” por forças internas ou externas, antagonizaria com a mesma teoria.
Quando olhamos fotos de grandes conglomerados de estrelas, no primeiro
instante nos dá a impressão que é uma nuvem de gás. Num olhar mais atento
descobrimos que esta nuvem nada mais é que um grande conjunto de corpos de
diversos tamanhos e está tão distante que nos enganamos com a sua aparência.
Depreender pela análise de equipamentos que é um gás, e que está longe tantos anos-
luz, parece, para nós leigos, um tanto estranho. O mesmo aconteceu com os anéis de
Saturno, que antes não se acreditava que era um cinturão de corpos “sólidos”. São
constatações que demandaram tempo e equipamentos mais sofisticados. Até o
momento não há conclusão sobre a origem destes anéis.
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São teses em cima de outras teses ou dentro de outras teses e tudo não passa de
teoria.
Se a Lua foi um corpo capturado pelo planeta Terra, sua forma é a mesma dos
outros corpos íntegros do espaço e se aconchegou redondamente no nosso campo
gravitacional. Pronto está resolvido o problema.
Se a Lua foi desprendida da Terra, seria pelo menos razoável que suas
características fossem similares.
Alguns diriam que são objetos diferentes, eu rebateria dizendo que no Universo
parece haver um padrão nos corpos que o compõe.
Expulsar um corpo do tamanho da Lua e os dois permanecerem redondos nos faz
conjecturar que os dois estejam gasosos ou líquidos. Podem também a Lua e a Terra
num passado muito remoto formarem um só corpo e se dividido em duas esferas. Seria
razoável que neste caso as duas esferas tivessem as mesmas características.
Diante de todas as dúvidas dos cientistas e de nós pobres mortais, as suposições
são variadas.
Vamos fazer um pequeno experimento que está ao nosso alcance para poder
desvendar este mistério:
Apanhemos um pouco de mercúrio - aquele metal líquido usado em termômetros
- e o deixemos cair sobre uma superfície plana e lisa. Ele se dividirá em diversas
esferinhas prateadas e brilhosas de vários tamanhos. Umas serão tão pequenas e
imperceptíveis ao olho nu. São esferas perfeitas espalhadas sobre a superfície. O que dá
a forma esférica àquelas partes do mercúrio é a Tensão Superficial. Esta é a mesma
força que dá forma à gota d’água.
Vamos tomar o Sol como exemplo e digamos que seja uma gota na imensidão do
Universo. A Tensão Superficial pressupõe equilíbrio entre a pressão interna e a pressão
externa e no espaço tem vácuo! Não importa, é apenas uma maneira didática de
explicação. Cumpre salientar que a força gravitacional do Sol é de tal magnitude que a
sua forma esférica é de fácil compreensão ( pelo menos eu entendo assim). Mas, para
que isso aconteça, o Sol tem que estar “líquido”! A “fluidez” do Sol e a sua força
gravitacional o fizeram esférico e o mantém assim. Seu campo gravitacional é tão
grande que atrai e mantém outros corpos na sua periferia. A Física explica essas coisas,
que grandes massas atraem pequenas massas...
Entretanto, ainda permanece o mistério sobre a origem desta gravidade.
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Se a “Criação” jogasse uma massa “líquida” numa superfície e esta se dividisse em
esferas de diversos tamanhos (tomando como exemplo o mercúrio), muitos diriam:
- O Universo seria um enorme plano!
Eu diria que é apenas um exemplo, pois a minha percepção é a de que o Universo
não é plano.
Com esta afirmação estou contrariando parte da comunidade científica que diz
ser o Universo uma enorme tábua!
Lembrei-me que na Idade Média os estudiosos católicos juravam de pés juntos
que a Terra era plana. Os mesmos que afirmavam que o Sol girava em torno da Terra.
Não há como o Universo ser plano! Esqueçam os cálculos e as medições! Einstein
também quis saber a forma do Universo.
Plano ele não é!
Parece exequível – voltando às esferas de mercúrio - que em algum momento
algo parecido tenha ocorrido, embora difícil de aceitar, a princípio. Todavia, aceitar que
corpos disformes tenham se arredondado pelos movimentos rotatórios torna-se mais
difícil ainda, ou que nuvens de gás deram início a tudo. É complicado entender assim.
Então voltemos à explosão inicial.
Se logo após o “Big Bang” dos cientistas, infinitas bolinhas fossem jogadas no
espaço, prontas e girando em torno dos seus sóis com suas luas, tudo bonitinho e bem
arranjado, seria para o pensamento e alcance humano algo tangível.
Entrementes são perguntas e mais perguntas!
O que é possível fazer para colocar um pouco de luz dentro da nossa cabeça é
seguir três linhas de pensamento:
O pensamento científico
O pensamento dogmático e religioso
O caminho do meio
O pensamento científico sempre esbarra no paredão do materialismo
determinista.
O pensamento dogmático não nos acrescenta muita coisa e às vezes atrapalha.
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O caminho do meio (segundo os budistas é o melhor caminho) fica literalmente
entre o dogmatismo religioso e o materialismo científico.
Dentro do dinamismo do pensamento científico, o que era ontem já não é mais
hoje, fruto da constante investigação. E para nossa tristeza não avançamos muito desde
a Idade Média, quando se provou que a Terra era redonda e girava em torno do Sol.
Fomos a Lua e “aparentemente” nada lá de tão relevante foi encontrado e que nos
despertasse para uma nova viagem. Em Marte a nave americana não nos mostrou algo
esplendidamente novo.
Mas, como muitas realidades não poderiam ficar ocultas por muito tempo,
alguns países têm a intenção de voltar à Lua para minerar matérias primas como o
Titânio e também coletar Helio-3.
Descobrimos algumas estrelas a mais, “buracos negros”(?), alguns planetas,
supernovas, vimos galáxias distantes, etc. e não fomos muito adiante para solucionar o
enigma da “Criação”. Ah, esqueci! Descobriram “buracos de minhoca” no Universo! Meu
Deus, viajar pelo Espaço Sideral começa ficar complicado, chama o Prefeito!
Aqui cabe um parêntese. Corre uma notícia nas redes sociais (em 2015) que a NASA
tem fotos de grandes “naves alienígenas” na superfície da Lua por ocasião da visita dos
americanos lá na década de sessenta. É difícil crer a princípio, pois se verídico o fato, o
comportamento dos cientistas não teria enveredado para outros “mundos” até que ficasse
esclarecido o achado. Tudo é muito fantasioso. Precisamos de mais respostas!
Muitos poderiam dizer que estas pesquisas trouxeram muitos benefícios para a
humanidade e está correto tal afirmativa. Não nos iludamos, pois, para entender como
funciona o Universo, ainda falta muito.
Em que pese os custos astronômicos (desculpem o trocadilho) para pesquisar o
Universo, os avanços tecnológicos se deram no sentido de desenvolver as coisas no
nosso planeta, e em nenhum momento creio que fosse uma linha de pesquisa
equivocada, mas admitamos que ainda sejamos limitados.
Toda vez que o homem empreende numa linha de pesquisa, sempre acaba
tropeçando em novas descobertas, que muitas vezes nada tinha a ver com a pesquisa
inicial. Estes “achados” é que nos proporcionam grandes benefícios.
Através de telescópios cada vez mais potentes e eficientes poderemos ver mais
longe. Medir a consistência das galáxias, das estrelas e dos planetas requereria
instrumentos cada vez mais sofisticados. Estamos no caminho. Estudar os “buracos
negros” (se é que realmente existam como engolidores de energia) nos traria alguma
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luz para novos entendimentos, muito embora esta contenda ainda se mostre inócua,
pois ainda permanece a dúvida sobre a origem de tanta gravidade nestes “buracos”.
Foi visto algo saindo do buraco em 2015. Se estiver saindo, muda tudo...
Não nos esqueçamos de que as observações são feitas a partir da Terra. Num
contexto real é apenas um pontinho dentro do Universo infinito. As imagens que
obtemos não levam em conta as distorções que existem em panoramas muito distantes.
Tais imagens levaram tanto tempo para serem percebidas por nós que a realidade já
não é mais a mesma e provavelmente os protagonistas destas imagens não mais
existam.
Lembrando que o telescópio Hubble foi colocado acima da atmosfera terrestre
para eliminar a interferência desta. Embora nos proporcione maravilhosas imagens do
Universo, ainda assim não levam em conta as distorções causadas pelos constantes
eventos no caminho até a percepção no equipamento.
Está sendo construído um novo telescópio bem mais potente que o Hubble.
Haverá novidades por aí!
Mesmo assim, para os cientistas apaixonados as constantes descobertas do
Universo é um deleite. Todos os dias têm notícias novas – é uma surpresa após outra.
Foi descoberto um planeta de ferro líquido – outubro de 2013 – quase do
tamanho da Terra e bem próximo de uma estrela. Tal evento deu um nó nos
“miolos” dos astrônomos.
São muitas perguntas sem respostas e ainda ficamos paralisados quando
indagamos por que a Terra é redonda.
Se perguntássemos a alguma inteligência extraterrestre (se é que ainda
conseguiremos) o porquê destas coisas, talvez não conseguíssemos, pois não sabemos
qual é a comunicação adequada. Por sinais de rádio ainda não logramos êxito.
Tenho para mim que a comunicação que tentamos fazer com os extraterrestres é
um tanto pretensiosa. Se os de “fora” supostamente são muito mais adiantados que nós,
nossos meios de comunicação talvez não deem em nada. E ainda corremos o risco
destes sinais retornarem para nós no futuro e pensarmos ser a resposta de algum
alienígena!
Para corroborar com esta linha de raciocínio em cima do tema comunicação,
lembro-me de uma ocasião em que estava observando uma carreira de formigas:
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Umas vão e outras estão voltando. Parecem que trombam umas nas outras, quando
na verdade tocam as suas antenas umas nas outras estabelecendo uma comunicação
química. De repente este é o diálogo:
- E aí n° 100.487, porque estás voltando sem carregar nada?
- Pois é n° 200.122, já não tenho mais paciência de todo o dia ter que carregar um
monte de folhas. O chefe nem sequer reconhece o meu esforço. Toda a vez que vou fazer
algum pedido para ele, ele diz que tem mais 300.000 formigas para cuidar e que não quer
saber de bobagens!
- Mas criatura, tem que trabalhar, pois o verão já está quase acabando!
Decerto que não dava para ouvir este diálogo porque a conversação é química, mas,
quem sabe se era esse o teor da conversa.
Os cães estão nessa leva de comunicadores químicos. Quando um está acuado e com
medo, coloca o rabo no meio das pernas para não denunciar cheiro do medo.
Nós, seres humanos estamos tentando comunicação por sinais de rádio e se
tentássemos nos comunicar quimicamente e aparentássemos medo dos alienígenas,
colocaríamos o rabo no meio das pernas, opa! Não temos rabo, e agora o que faríamos?
Ficaríamos sentados para esconder nosso medo? (não resisti e tentei fazer uma piada,
desculpe.).
A nossa comunicação sempre se alicerçou naquilo que conhecemos. Alguns
poderiam afirmar que a comunicação por telepatia seria viável, mas até agora não
houve êxito. Alguns dizem comunicar-se telepaticamente com seres extraterrestres. No
meu entender pode haver uma criação mental e é difícil debater o assunto, pois
adentraremos nas crenças particulares, o que não é de bom juízo.
Mas eu não resisto!
Comunicação telepática com alienígenas é pura criação mental!
Pronto. Falei.
Algumas psicografias mencionam planetas espirituais ou planetas físicos e que
nesses últimos os entes são espirituais. É uma confusão danada, um rol de incoerências.
Esse pensamento faz com que muitos desacreditem nos “espiritualistas”, pois suas
fantasias criadas num ambiente mental bastante elaborado os fazem cair em
contradição porque fazem referência a tudo que já conhecemos. Como eles não nos
deram ainda uma explicação satisfatória, fiquemos com os materialistas, mas só por
enquanto. A questão dos planetas espirituais ou colônias espirituais sempre tem uma
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abordagem física. O ser humano tem uma visão muito materialista, pois este é o mundo
que ele conhece. Suas construções mentais têm como base o que já é conhecido! Mundo
espiritual mais sofisticado é apenas uma aspiração humana!
Entretanto, não poderemos descartar a hipótese de mundos adimensionais
ou em outras dimensões. Mas não se assanhem muito, porque o nosso cérebro é
incapaz de defini-los com clareza!
Então, para não perder o fio da meada, voltemos ao planeta Terra e imaginemos
que a sua temperatura estivesse a uns 1000 graus Celsius ( ou Centígrados, que é a
mesma coisa). Haveria rios de metais, nem sequer vapor d’água teria lugar e nenhuma
vida biologia estaria presente. Vapores metálicos produziriam uma atmosfera tóxica e o
que conhecemos não suportaria tal ambiente. Reações químicas comporiam diferentes
substâncias.
O planeta é uma esfera que ainda não está pronta para a vida. É uma suposição.
Nesta linha de pensamento estou pressupondo que no começo de tudo a temperatura
do planeta fosse altíssima.
Quando partes da superfície se aproximaram dos 60 graus Celsius, é possível que
a vida biológica iniciasse a sua jornada.
Para nós humanos o ambiente deveria ser mais ameno, pois sobrevivemos numa
faixa muito estreita de temperatura, - 60º e + 60º centígrados.
Podemos dizer que estamos no limiar da sobrevivência.
O homem consegue adaptar-se em ambientes extremos do planeta.
Oymyakon na Rússia é a cidade habitada mais fria do mundo com temperaturas
negativas que chegam a – 67º centígrados. Dallol, cidade situada no Deserto de Danakil
na Etiópia já registrou temperaturas acima de 60º centígrados.
Apesar dos estudos atuais concluírem que a superfície do planeta ficará mais
quente alguns graus devido ao aquecimento global, não quer dizer que a Terra não
esteja num processo de esfriamento natural. Este pequeno aumento na temperatura é
apenas um desequilíbrio momentâneo provocado pelo próprio homem. Um dia a
natureza irá reagir, e de forma violenta, até voltar ao equilíbrio.
Quando falamos em mudanças climáticas, estamos nos referindo à superfície do
globo terrestre. Toda esta bagunça ambiental se dá apenas na casca do planeta.
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A propósito, a NASA constatou que as águas profundas dos oceanos
pararam de esquentar (2014) e alguns cientistas estão cheios de dúvidas sobre o
aquecimento global. Em 2015 um estudo revelou o aumento de gelo na Antártida.
No que se conhece de ambientes planetários que são extremos, a nossa
fragilidade só nos permite sobreviver na Terra no atual momento da jornada
planetária. Nossas limitações físicas são gritantes!
Como viemos parar aqui, ainda não sabemos. O que sabemos é que o planeta dá
conta de nós e fomos feitos um para o outro. A nossa vida na Terra é um fato pontual,
pois na linha do tempo, este é o momento.
Esta bola azul veio parar neste local do Universo, onde tudo parece arrumadinho
e funcionando dentro de um padrão. A nossa casa é o Sistema Solar todo certinho e nos
parece que temos um Universo particular. O Sol sendo a grande mãe que pariu seus
filhotes.
Sim, o Sol pariu seus planetas num “big bang” particular!
Deste modo dá para entender que as estrelas nasceram antes e que, em suas
trajetórias, se desprenderam de si porções “incandescentes” e, ao longo do tempo
foram esfriando, dando origem aos planetas e suas luas.
Existe ainda a possibilidade de os planetas nascidos em outras paragens terem se
acomodado no campo solar e nesse contexto poderia a Terra ser um planeta errante e
estar “momentaneamente” neste ponto do Universo. ( Esta é uma especulação dentro
da teoria.).
Existem planetas solitários sem luas e sem Sol. Tenho a sensação que estes
corpos um dia foram estrelas glamorosas, que agora vagam pelo espaço, sozinhas,
desamparadas e abandonadas pelos seus filhos-planetas. Ou quem sabe, um planeta
órfão e errante a procura de uma família planetária que o adote.
Se o “Astro Rei” Sol é nosso pai (ou nossa mãe), estamos bem amparados!
Difícil encontrar o caminho para este entendimento, uma vez que o nosso cérebro
aceita o pensamento lógico com mais intensidade do que o pensamento filosófico e
dogmático. O cérebro preguiçoso envereda de cara para o atalho do dogmatismo, o
cérebro inquieto quer ir mais além, inclusive em transpor o determinismo científico.
O que poderá trazer uma luz para estas inquietações seria trilhar outro caminho,
esta é uma das saídas. Por isso, e para começar, devemos encarar novos paradigmas e
um deles certamente é voltar ao Sol e admitir, sem muita reserva, a sua fluidez, embora
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sejam os indícios “evidentes” da natureza plasmática do Sol, ainda assim o que poderia
claramente explicar a sua esfericidade é o comportamento hidrodinâmico. Sobretudo
porque esta é a forma (esférica) padrão no Universo.
Depois que o Sol “pariu” os planetas a sua imagem e semelhança (entendendo que
assim fosse), esses ficaram presos a ele num movimento “perpétuo” de translação
assim como todos os seus outros filhos protegidos neste lar solar. Nada perturba esse
sistema, parece que foi assim durante a eternidade e será no futuro.
Usando como premissa o “big bang”, o que passa pela nossa cabeça é: que ocorreu
uma enorme explosão no início dos tempos; nesta explosão um número infinito de
corpos foi lançado no vácuo do espaço.
Afirmar que planetas frios fossem lançados juntos com estrelas, é fora de
propósito. A grande explosão é o que mais se aproxima do pensamento lógico, mesmo
que não se saiba onde vai dar tudo isto. Pelo menos teorizamos o início, o que já é meio
caminho andado.
Dentro desta teoria, vamos indagar novamente: - Se houve uma explosão e os
corpos foram lançados em todas as direções, há de se supor que exista um ponto no
firmamento de onde partira o nosso Universo e descobrir onde está este ponto deixa o
determinismo científico literalmente no vácuo. Não sabemos, porque tratamos deste
ponto em particular somente com os olhos da ciência. É assim também com a forma
redonda dos corpos celestes. Esta, ao meu sentir, encerra em si uma mensagem muito
além da ciência. Para o nosso entendimento nada pode ser considerado tão perfeito
quanto uma esfera cujo perfil é um círculo limitado por uma linha sem começo e sem
fim.
Voltando a experiência com mercúrio, neste as forças que agem de fora para
dentro ou vice versa, mantém a gota de mercúrio no formato esférico. Como mencionei
antes.
É arriscado afirmar que a Tensão Superficial também proporcionou a origem dos
planetas do nosso sistema, mas tem coerência.
Não sabemos quantas eternidades se passaram para que tudo fosse o que é agora.
A propósito, alguns cientistas tentam medir o tempo que levou para que o
Universo se formasse (o cálculo atual já está na casa dos 13 bilhões de anos), mas suas
referências são tão tênues e instáveis que qualquer errinho provoca uma eternidade de
diferença. Eu insisto em referir o longo tempo como “eternidades”, pois qualquer bilhão
ou trilhão de anos para nós humanos é uma eternidade e nem sequer imaginamos o que
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pode ser isto. Não há limite, logo medir em eternidades além de ser poético é mais
coerente.
Teoricamente também se afirma que o planeta de tanto girar em torno de seu
eixo ficou achatada nos polos. Para que houvesse este achatamento, é possível
imaginar no seu nascimento um estado pastoso e a força centrífuga fez com que isto
acontecesse. Mas o achatamento não é tão relevante assim, pois no eclipse o que se vê é
somente a forma redonda e lá do espaço nem sequer se nota tal irregularidade.
No início, quando a Terra foi parida do Sol, a sua velocidade de rotação era bem
maior, dias e noites eram curtos. Esta é uma afirmação contundente, mas carregada de
incertezas, pois não há como provar que isto tenha realmente acontecido. O que se
pode provar atualmente é que os dias ficarão maiores, e por obviedade a velocidade da
Terra está diminuindo.
Especula-se que os polos tenham se alternado e que o sentido de rotação também
tenha mudado. Tudo isto faz do passado remoto uma incógnita.
A inversão dos polos pode ter relevância no dinamismo particular da crosta
terrestre. Qual foi a análise real feita com a inversão dos polos? - Nenhuma, é
apenas uma teoria! No contexto universal não muda nada, pois seria muita
pretensão nossa querer que assim fosse.
Afirmar que o Sol é líquido e que expeliu uma porção líquida do seu ventre e esta
esfriou e deu origem a um planeta, parece viável, embora, a princípio, difícil de provar.
Se analisarmos o Sol visualmente, pois esta ainda é a única maneira de estudá-lo,
veremos uma grande bola que aparentemente está pegando fogo e queimando alguma
coisa. Como está no vácuo do espaço, se supõe que algo lhe escapasse para este espaço.
Os ventos solares parecem confirmar isto. Todavia, se ao longo do tempo algo saísse
para o espaço sideral, é correto afirmar que sua massa esteja diminuindo, mesmo que
não percebêssemos. É seguro afirmar que outra força além da grande força
gravitacional o mantém “líquido” e esférico. Reações nucleares provocam calor, é o
caso. Sem contar com as interações que ventos solares, radiações e outros eventos
causam no nosso planeta.
É justo entender que o Sol tenha lá os seus próprios movimentos e parece que o
Universo é dinâmico aos nossos olhos, fruto da expansão em processo, pelo menos esta
é a teoria dos cientistas aceita sem muita reserva. Eu, observacionista de carteirinha,
aceito em parte esta lógica. Pode ser que eu exagere um pouco quando afirmo que esta
expansão é correta filosoficamente, cientificamente, metaforicamente, religiosamente,
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espiritualmente e mentalmente, tudo junto! Em parte só estou seguindo o que afirmam
os estudiosos do assunto.
Se a Terra foi parida do Sol, infere-se que a sua constituição seja a mesma. Se o
material é o mesmo, é crível que o núcleo do planeta, que ainda não esfriou, tem todas
as suas características. O que é “queimado” no Sol é o mesmo que arde no núcleo
terrestre.
A chave que desvenda o mistério da origem da Terra está no seu núcleo.
O material que compõe o Universo, guardadas as devidas proporções da
“dinâmica universal”, em tese é o mesmo: Os meteoritos e as pedras lunares têm os
componentes do nosso conhecimento. Os cientistas concluíram que o hidrogênio e o
hélio estão no Sol. Os planetas do nosso sistema já há muito tempo têm a sua
composição definida, e tudo é do nosso conhecimento. Se os materiais são os mesmos
em todos os “cantos”, dá para concluir que tudo tem uma origem comum. Daí para
deduzir que a composição do Sol e dos planetas é a mesma, é um pulo. Tal afirmação
parece redundante, mas causa algum alvoroço. E pelas características visuais e pelo
comportamento destes materiais, é fácil deduzir também que estamos em momentos
diferentes - uns estão “quentes” e outros estão “frios”.
Se o Universo está em expansão, é difícil imaginar que poeira cósmica ou pedaços
de pedras espaciais aglomerem-se para formar um planeta! Ou de um planeta frio e
duro possa desprender-se uma grande massa e esta arredondar-se com o tempo.
Mesmo que se afirme que o planeta é gasoso não há certeza se ele é gasoso por
inteiro. Pode ter uma atmosfera com tal densidade que é confundida com o próprio
planeta. (Ou talvez nem sequer atmosfera tenha).
Diminuir a importância das pesquisas solares e afirmar que a emissão de
“neutrinos” e outras “partículas” não têm relevância, além de soar ofensivo aos nossos
estudiosos nos coloca num patamar de ceticismo burro. Os ventos solares, a radiação
UV, outros tipos de radiação, a interferência no planeta Terra e outras particularidades
do Sol estão aí como realidades insofismáveis. Os catedráticos estão aí nos
demonstrando, dia após dia, novos e importantes conhecimentos sobre a nossa estrela
particular, mas não é isto que eu faço referência, sou um observacionista visual.
Com relação aos neutrinos emitidos pelo Sol, quantas dúvidas permanecem com
relação a estes. Quer me parecer que e estes têm enorme responsabilidade sobre a
explicação da gravidade. Foi muito difícil medi-los com precisão. E para nossa alegria,
dois cientistas em 2015 conseguiram a façanha de identificá-los e que os mesmos têm
20
“massa” e que mudam de comportamento ao longo de sua trajetória. Ainda não há
aplicação prática para esta descoberta, pelos menos até agora.
A leitura do Universo sempre foi fascinante, muitas vezes novos entendimentos,
embora diversos, não diminuem em nada o seu encanto.
O meu ceticismo é mais saudável do que aparentemente se mostra. Eu sempre
levo em conta os tipos de equipamentos que fazem as medições e os padrões de
referências que possuímos, afinal, qualquer medida ser faz por comparação. Por ser
eclético (esta é uma característica do observacionista), aceito o fato de que tal questão
permeia todas as linhas de pensamento e todos os tipos de conhecimento.
Quando eu olho aquela bola de “fogo” lá no céu, eu vejo uma bola de “fogo”, suas
reações nucleares, suas emissões, seus ventos, seu campo magnético, sua temperatura
real e a sua natureza plásmica nada me acrescenta. Entretanto se, junto com o meu
olhar, eu unir a minha visão de observacionista, o quadro se configura de outra
maneira.
Já concluímos, aliás, eu concluí que a Terra é redonda por causa de um fenômeno
parecido com a Tensão Superficial, como todos os planetas, pois somos todos filhos de
um mesmo pai ou uma mesma mãe, o Sol. Dele surgimos como gotas flamejantes que
foram esfriando lentamente. Olhando o Sistema Solar, com aquela grande esfera de luz
e “fogo” e na sua volta, pequenos planetas no seu aconchego, é fácil constatar tal
intimidade.
Todavia, os planetas não foram paridos ao mesmo tempo, por isso estão em fases
distintas de resfriamento e cada um adquiriu um dinamismo particular. Dizer que um é
mais velho alguns milhões de anos não são nada diante da eternidade que levou para
que as coisas acontecessem.
Os antigos hindus denominam este longo tempo como Manvantara,
inclusive com a duração exata deste tempo. Este preciosismo de quantificar estas
idades não me parece importante, pois são tão grandes que fogem a nossa
compreensão. Sem deixar de mencionar que esta medição vai mais adiante
afirmando que 360 Manvantaras nos dão um tempo, chamado de “Dia de
Brahman”, de trilhões de anos. E mais, este “dia” multiplicado por 100 nos dá a
duração de tempo da existência do Universo.
E além das gotas paridas pelo Sol que ainda estão em sua órbita, quantos planetas
já não estão mais aprisionados no seu campo gravitacional e é possível também que
novos nascimentos ainda possam ocorrer. O nosso em particular em algum momento
tornou-se uma fábrica de oxigênio e carbono.
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Já foi provado que a superfície do nosso planeta mudou muitas vezes durante as
diferentes eras. Amostras confiáveis daquele tempo não existem, porque adentramos
muito pouco na sua casca. Alguns poucos quilômetros solo adentro só arranham a
superfície terrestre. O vulcão expele magma, mas não é o núcleo da Terra que se
mostra, pois ele - o magma - está muito mais perto da superfície do que do centro.
O buraco mais fundo que se tem notícia é de apenas 12 quilômetros, enquanto
que o raio da Terra, isto é, da superfície até o seu centro é de 6.371 quilômetros.
E quanto à constituição exata do núcleo terrestre, estamos na teoria ainda.
O composto do planeta é um sem número de metais, todos misturados, apesar de
encontrarmos alguma concentração de um metal específico em determinadas áreas na
condição de minérios. Nada está definido ainda!
É certo que conhecemos muitas construções atômicas, mas tenho a nítida
impressão que ainda faltam algumas, pois a nossa tabela periódica provavelmente
ainda não esteja completa e é atualizada num ritmo mais lento que antes. Com as novas
descobertas construímos novos materiais e fazemos novos arranjos moleculares.
Numa importante revista científica (janeiro de 2016)foram anunciados mais
quatro novos elementos da Tabela Periódica: Os de números 113, 115,117 e 118.
Todos com nomes provisórios, ununtrio, ununpentium, ununseptium e ununoctiom
respectivamente.
Há que se perguntar: - Porque nos outros planetas não encontramos oxigênio?
É possível que no passado houvesse oxigênio e também é provável que no futuro
possa haver. É quase certo que os planetas mais novos e em formação ainda carreguem
no seu corpo algum processo de novos arranjos atômicos sob severas condições. Ora,
estas mesmas condições rigorosas nós já passamos, considerando que somos mais
antigos que alguns deles.
Uma pedra lunar, um meteorito e uma pedra terráquea têm a mesma composição
atômica e quando a analisamos, descobrimos que têm substâncias que nós já
conhecemos.
Atmosfera de metano pressupõe decomposição orgânica, mas não encontramos
restos orgânicos porque já há muito não existem mais ou nem sequer existiram.
Difícil aceitar que somente organismos em decomposição dão origem ao gás
metano.
22
A Europa e a Rússia lançaram uma missão conjunta a Marte que tem entre
seus objetivos descobrir se pode haver vida no planeta.
A sonda, chamada ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), foi lançada de
Baikonur, no Cazaquistão.
Ela vai investigar se o gás metano encontrado na atmosfera do planeta vem
de uma fonte geológica ou se é produzido por micróbios.
Se algum indício for encontrado, a Europa e Rússia darão prosseguimento à
missão com um veículo robótico que poderá perfurar a superfície do planeta em
busca de amostras. Essa outra missão poderia ser lançada em 2018 ou, mais
provavelmente, em 2020.
(Inovação Tecnológica, 14/03/2016 – Com informações da BBC e ESA).
Os cientistas podem achar que estou falando heresias, sou um “observacionista” e
estas minhas observações eu faço para todas as pessoas indiscriminadamente para que
estas deem uma chocalhada nos seus cérebros e comecem a pensar num tema tão
empolgante de maneira mais crítica. Aos cientistas escrevo pouco porque eles já sabem
o bastante e muitíssimo mais do que eu. Estes, no afã de tudo explicar e tudo medir,
deixam a nossa cabeça aturdida, isto quando não usam uma linguagem técnica
rebuscada nos fazendo parecer mais burros do que achamos que somos.
A propósito, os cientistas, os médicos, os filósofos e os juristas pertencem a
sociedades secretas. O que falam e escrevem só os seus pares conseguem decifrar. Os
juízes são os mestres do “juridiquês”, muitas vezes são tão difíceis de entender que ao
ler uma sentença a gente fica em dúvida se alguém ganhou ou perdeu a ação. O
“mediquês” é mais complicado porque é um conjunto de garranchos indecifráveis até
para os atendentes de farmácia! Este é um idioma secreto de uma seita toda especial. Vá
ao posto de saúde da periferia da cidade e comprove o que estou dizendo, consulte com
um destes magos. Quando for atendido, ele sentirá a sua presença e telepaticamente
captará o seu problema sem sequer olhar para você; escreverá em hieróglifos o
medicamento e o mandará embora. O “filosofês” é mais ameno, não raramente aumenta
a nossa autoestima com o seu palavreado, desde que o entendamos, é claro. Mas estas
características não diminuem a sua importância e em nenhum momento quero
desrespeitá-los, é apenas mais um arroubo de um escritor neófito (eu). Não nos
esqueçamos dos jovens brasileiros, estes têm um poder de síntese fantástico: quando
querem dizer que estão unidos para uma empreitada qualquer, falam o seguinte: “É
nóis mano!”; quando a tarefa é muito difícil e além da sua capacidade: “é uma parada
23
sinistra!”; quando o papo é filosofia: “tipo assim, tá ligado.” É isso aí leitor, é nóis na fita,
tamu junto e misturado!
Quanto aos cientistas, bem, esta é uma sociedade secreta especial. São os donos (e
com razão) de todas as respostas, medidas, idades, substâncias, constantes,
velocidades, leis e de todos os efeitos. Não há como debater com os mesmos.
Para eles a idade do planeta já está sacramentada.
Fico tranquilo em afirmar que o conhecimento que se tem do Universo e da Terra
é a análise do momento apenas. Sim, porque a idade do homem é uma fração ínfima do
tempo de existência das coisas. É como se tirássemos uma foto e todas as considerações
deste instantâneo valesse para toda eternidade que ficou para trás. As variáveis que
surgiram neste decorrer nos impedem que façamos uma avaliação exata. Pensar que
reproduzir as condições iniciais do planeta num balão de ensaio fosse nos dar uma
resposta definitiva deixou-nos com algumas incertezas.
Há sim que analisarmos o Sol para explicar a Terra e há que estudarmos o
núcleo do planeta para explicar o Sol.
Diante da viabilidade da gota desprendida do Sol, há que se imaginar a
continuidade da emissão de calor durante um período de tempo e que adquira uma
dinâmica própria em função de sua massa e volume. A Terra por ser muito menor que o
Sol, tem um esfriamento é mais rápido.
Alguns audaciosos poderiam afirmar que a Terra é uma estrelinha apagada
e que o Sol é um “estrelão” que um dia se apagará. Eu sou um deles.
E quando o Sol apagar-se um dia, ele tornar-se-á mais um planeta e será
capturado por outro sistema porque há muito os seus planetas se foram escapando do
seu campo gravitacional. Esta é uma afirmação bem diferente do que é aceito e
ensinado pela astronomia moderna. Muitas eternidades passariam, pois este é o
processo natural da expansão universal. A afirmação de que o Sol, quando esfriar
totalmente, tornar-se-á uma estrela vermelha e explodirá, carece de provas.
Diante da imensidão do Universo, eventos como as explosões de estrelas
deveriam ser comuns. Ou nós humanos não conseguimos detectar todos estes eventos,
ou a análise que fazemos sobre eventuais detecções pode estar equivocada.
A princípio não conseguimos perceber este afastamento porque só visualizamos o
momento e este - na nossa escala de compreensão - é muito longo. Dá-nos a impressão
que as coisas são definitivas, e não são. Neste momento a influência do Sol no planeta é
preponderante e necessária à vida que conhecemos.
24
Para comprovar que a Terra é filha do Sol, basta cortamos o planeta em duas
metades que visualizaremos o seu centro com o mesmo material flamejante.
O nosso sol interno é o resquício da gota que originou a Terra.
Se cortássemos Marte, Júpiter e outros, provavelmente nós encontraremos a
mesma substância solar nos seus centros.
O comportamento das crostas dos planetas obedece a uma dinâmica particular de
esfriamento, diferentes entre si, pois envolvem muitos fatores, tais como: massa,
volume, distância do Sol, distância entre planetas, suas luas, suas idades, etc. Olhem o
nosso planeta ao longo do tempo. Ilhas que somem e outras que se formam. Desertos
aparecem onde havia água. Florestas aparecem onde havia deserto. Imensas áreas são
inundadas. Surgem novos mares e outros somem.
É vazio afirmar que homem destrói o planeta - não é verdade. O planeta está num
processo contínuo de solidificação. Aqui e ali o homem devasta e provoca o efeito
estufa. A natureza não é frágil, ela apenas se defende.
25
VIDA NA ESFERA
“Se os aspectos da vida latente destes reinos são os ingredientes incorporados
pelo homem, aí, sim, estamos nos entendendo, do contrário é retórica filosófica.”
26
VIDA NA ESFERA
A grande dúvida é como nós seres humanos viemos parar na “filha” do Sol.
Se observarmos a natureza (bela e formosa) que nos cerca, sempre bate uma
dúvida de que maneira toda a flora tenha se espalhado pela superfície. Recorreremos a
Deus, sim, porque não somos tão materialistas!
Então vamos divagar.
Deus prevendo que os insetos poderiam ser hostilizados pelos outros seres, deu-
lhes uma nobre tarefa de levar pólen de uma flor à outra, pois estas, salvo engano
divino, ficam paradas no mesmo lugar eternamente sem que tenham chances de
namorar e procriar! É o que as abelhas fazem em troca do néctar que é o seu salário:
polinizam as plantas e tudo se mantém em equilíbrio, coisa de Deus, só pode!
No pensar de muitos, os meteoritos poderiam polinizar os planetas, afinal são as
pedras errantes que vagam pelo espaço, elas caem, se aglomeram e às vezes se
mostram perigosas. E são também as “abelhas siderais” que ficam polinizando aqui e
ali. Muitos ainda insistem nesta teoria e a defendem com afinco, porque não imaginam
de que outra maneira poderia surgir vida no planeta.
Os debates são intensos e, em um dos contra-argumentos é o de que os
meteoritos ao ingressarem na atmosfera terrestre atingem uma temperatura tão
grande, que, se transportassem alguma vida biológica, esta não sobreviveria. Mas não é
certo se na época remotíssima houvesse alguma atmosfera no planeta.
Mesmo assim, se as pedras impregnadas de micro-organismos atravessaram a
atmosfera rarefeita ou a falta desta e encontrassem um ambiente hostil na superfície,
certamente os pequenos viventes pereceriam, mas, se o ambiente fosse favorável, as
chances seriam boas para o início da vida biológica. Mas esquecemos da gravidade que
atrairia os corpos com tal velocidade que estes, se estivessem transportando algum tipo
de vida, estas também não sobreviveriam após o impacto! Tudo bem, então esqueçam a
velocidade de impacto. Se a gravidade fosse sutil, poderia ser esta uma velocidade tão
pequena que o impacto não causaria tantos danos ao ponto de destruir as bactérias,
vírus, bacilos, unicelulares, etc., o que quer que sejam estes micros seres. Dentro desta
tese de sobrevivência, bem que poderiam ser acrescentados os “extremófilos”. (Estes
são organismos que conseguem sobreviver em condições geoquímicas extremas).
Com relação aos extremófilos, houve uma linha de pesquisa atribuindo a estes a
possibilidade de serem os primeiros habitantes do planeta. O que me causa estranheza
27
é que se existe esta remota possibilidade, estes jamais teriam evoluído desde a sua
primeira aparição no planeta, pois ainda os encontramos e, quer me parecer, na sua
forma original!
Se assim não fosse, ou se algum arranjo molecular “atípico” encontrasse um
catalisador vital e se transformasse em elemento biológico capaz de reproduzir-se
autonomamente usando os parcos recursos do ambiente, poderia ser o início de tudo. A
princípio tal arranjo que tivesse a capacidade de se desenvolver, mesmo sem o pontapé
“vital”, deveria, pela lógica, ter alguma inteligência latente e adormecida. Não estou me
referindo à “sopa de proteínas” e nem ao “aminoácido”, pois a vida tão
maravilhosamente linda não poderia ter origem numa condição tão humilde e ingênua!
Arranjos moleculares mais dignos seria o repositório para o primeiro sopro
de vida no planeta. Insisto que tais arranjos são produtos de planejamento,
descartando completamente a hipótese do acaso.
Existem dois tipos de inteligências: aquela que faz com que os átomos se
arranjem para um determinado fim e a outra que dá a um conglomerado molecular a
capacidade de reprodução e perpetuação.
Tomando como exemplo a Lua, se nela caísse um meteorito com algum micro-
organismo, é certo que não sobreviveria, pois o ambiente lunar é hostil, ou está hostil.
Sua superfície mostra milhares de crateras que podem ter como causa as quedas de
meteoros, e são de tais tamanhos por não terem sidos fragmentados ou derretidos pela
atmosfera inexistente na Lua. (Talvez os meteoros estejam afundados naquela
superfície poeirenta.) Não há certeza em afirmar que a Lua fora habitada ou que será
no futuro. Por enquanto nas pedras lunares que foram analisadas, nada foi encontrado.
O mesmo acontece com os meteoritos. Estas são as informações oficiais que temos.
(2014)
Em 2015 existe a especulação de que um achado poderia trazer alguma luz.
Estamos aguardando as notícias.
Este assunto é tão delicado que às vezes todos nós achamos que existe ocultação
de fatos de grande relevância e que todos nós, cidadãos comuns, não temos o direito de
sabê-los.
É tão instigante o fato de que algum arranjo molecular em algum momento do
passado tenha tido através de outro “ser”, um sopro de vida ou um toque especial para
que ele se desenvolvesse como vida biológica. Nesta linha o dogma religioso reduz a
questão: - É o sopro divino que deu vida ao composto molecular.
28
Então está bem, não há necessidade de continuarmos discutindo e pesquisando,
já está tudo resolvido - não precisamos ir mais adiante. Não é bem assim. Deus nos deu
a capacidade de pesquisar, discernir e deduzir, pois nosso cérebro não pode ser tão
incapaz!
E mesmo que todos os cientistas, uníssonos, jurem numa determinada linha de
raciocínio, ainda assim sempre haverá uma fresta para discordância. É só mudar o ângulo
de visão.
A natureza nos proporciona seres (descobertos a pouco) que permanecem
inertes, com os seus metabolismos parados, hibernando, seja lá o termo que se use, até
que algum evento exterior tal como, degelo ou umidade promovam a volta à vida
depois de longos períodos. Não estou me referindo às sementes congeladas, plantas,
óvulos ou espermatozoides congelados. Nestes a vida está latente, e:
Em muitas organizações moleculares a vida também está latente. (É assim que eu
percebo.).
Atribuir vida latente a alguns arranjos moleculares nos remete para uma visão
mais filosófica e esta tem inúmeras vertentes e inúmeros desaguadouros.
No nosso cotidiano, as nossas relações diretas e indiretas são interpessoais.
Conversamos, debatemos, divergirmos, amamos e pensamos. Aproximamos-nos de
pessoas, nos amparamos em pessoas, racionalizamos e sonhamos. Estamos imersos,
todos nós, no universo de nossos pares no planeta e, neste agrupamento de ideias,
forças mentais poderosas podem advir. Os materialistas deterministas, que tudo pesa e
tudo mede, diriam que não é assim, que esta tal “força mental” é coisa da nossa cabeça,
não é lógica. Eu concordo, é coisa da nossa cabeça mesmo, afinal, de onde partiria a
força mental? Deus não seria tão econômico em dar forças para a natureza e
deixar o homem somente com os seus instintos básicos de sobrevivência. Paralelo
ao instinto de sobrevivência até os animais têm a sua “lógica racional”. As plantas têm
os seus mecanismos de defesas.
Nós, seres humanos somos os “Reis do Pedaço”, temos de ter muito mais!
No passado o homem passou a medir as coisas quando as tarefas do cotidiano se
repetiam e assim exigiam. Seu corpo era o único instrumento de medida disponível,
porque assim era o seu entendimento. Pesava um punhado de cereais, pés de altura,
braças, côvados e outros. Atualmente, estabeleceu outras medidas aceitas
universalmente e são utilizadas largamente por todos os povos: barril de petróleo,
quilograma, metro, resma, watts, volts, decibéis, lumens, ph, mmHg e muitos mais.
Entretanto, para que estes padrões fossem estabelecidos, muito se observou e muito se
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comparou. Por exemplo, para se estabelecer uma medida de Watts, observou-se em que
condições tal comportamento se repetia - se deu também com outros padrões, tais
como decibéis, lumens, etc.
Para as medições de temperatura, densidade e viscosidade, fica bem nítido que o
que se mede é o comportamento da matéria em determinadas condições.
E este é o “X” da questão, o que nós medimos e pesamos é o comportamento e não
a essência! E podemos ir mais longe ainda, um conjunto de comportamentos
desencadeia um novo comportamento, por exemplo, o raio. Os povos antigos atribuíam
a estes comportamentos uma causa inteligente e tais fenômenos atmosféricos eram
atribuídas aos deuses, ou um deus específico.
Analisemos um rio com a sua peculiaridade de vazão contínua, serpenteando os
caminhos, ele tem sua própria natureza de benefícios e perigos para o homem de
acordo com o seu relacionamento com este. Este conjunto – na visão do homem -
parece ser regulado por um ente subjetivo. Este princípio “divino”, ele, o homem
simples, percebia em todos os eventos naturais.
O homem moderno afirma estar longe destas crenças, no entanto, quando se
refere à natureza, a chama de “Mãe Natureza”. Parece que pouco mudou, mas alguma
coisa nos escapa e se formos mais atentos, perceberemos bem mais além do comum.
O fato de o homem atribuir aos fenômenos naturais algo bem fora do mundo
mundano lhe confere uma particularidade toda especial, diferente de todos os outros
seres vivos do planeta. Não estou me referindo à racionalidade, estou salientando que
muito além dos sentidos físicos, o homem tem a capacidade mental de fazer esta
divagação, e ele está muito mais além do que perceber os comportamentos. Tenta
visualizar a essência do fenômeno. Mesmo diante de um impasse ou de uma dificuldade
extrema de compreender, ele que ir mais adiante. Não basta saber profundamente
sobre o equilíbrio hidrodinâmico, o comportamento da corrente elétrica, o
comportamento do fóton ou do elétron. Ele quer mais e questiona o porquê das coisas.
Algumas seitas budistas tratam desta questão de maneira mais sensata: O mundo
fenomênico não é a “imagem verdadeira”. Destarte, não é de todo ilógico pular estas
partes da medição e ir direto ao âmago e tentar vislumbrar a ”imagem verdadeira”.
Talvez seja perigoso fazer uma análise filosófica neste caso, entretanto, se Deus
nos fez seres tão maravilhosamente sofisticados, não seria justo que sejamos
necessariamente originados de um organismo unicelular, simples, humilde e sem graça.
Não é possível! Se formos capazes de descobrir as artimanhas da natureza, sonhar,
amar, crer, planejar, executar, errar, tentar, construir coisas inimagináveis e depois
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descobríssemos que o nosso ancestral é um pequeno e simplório micro organismo,
seria demais para o nosso orgulho e para nossa autoestima. Se formos feitos à imagem
de Deus, tem algo errado aí!
E se aventarmos a hipótese de que Deus seja uma criação mental do homem para
resolver todos os seus questionamentos, não teríamos exagerado. Alguém mais atento
diria que desta vez eu extrapolei, e mais, que eu pirei de vez!
Sim, se Deus for uma síntese de todas as criações mentais do homem através dos
tempos, parte de nossas questões estarão resolvidas, graças a Ele.
Pode ser uma brincadeirinha filosófica, porque eu estou falando, mas se é dito
por um monge oriental o seguinte:
“Tudo é uma ilusão e nada existe de fato.”
Todos diriam: - Oh! Que profundo!
Eu não vou por este caminho, eu insisto que as coisas existem porque
dependem da nossa percepção.
No conceito espiritualista o corpo físico é uma pequena parte do corpo
espiritual. Faço uma associação com o que percebemos na natureza. O que
percebemos é apenas o comportamento da matéria. Então o corpo físico é o
comportamento do corpo espiritual na natureza.
Na verdade nós nem somos o que pensamos ser, apenas aparentamos ser o
que somos. Somos como o elétron que se comporta como partícula e às vezes
como uma onda. Provavelmente o homem seja uma “onda” que se comporta como
“partícula”.
Se não conseguimos medir a essência das coisas, é muito difícil saber se no
fundo são as coisas o que realmente cremos!
Vamos citar como exemplo a água:
Num ambiente frio ela se comporta como gelo, num ambiente muito quente, se
comporta como vapor. Muitos diriam que água é água, gelo é gelo e vapor d’água é
vapor. Concluiríamos que o conjunto H2O tem comportamentos diferentes em
ambientes diferentes, apesar da imutabilidade da sua essência.
Vamos mais adiante.
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Poderíamos dizer que a água potável é pura, mas não é verdade. A potabilidade se
dá por alguns sais e metais que compõe a água. A água pura é isenta de micro
organismos, metais e sais e se denomina água desmineralizada, que é aquecida até a
condição de vapor para ser usada em geradores de eletricidade. Para que ela seja isenta
de qualquer tipo de metal, passa por resinas catiônicas e outras, a fim de garantir esta
pureza. Para avançar um pouco mais, além desta pureza, vamos decompor a água
através da eletricidade e obteremos Hidrogênio e oxigênio.
(Além da desmineralização por troca iônica, existe outro processo que é por
osmose reversa, muito usada na dessalinização da água salgada.).
Estes dois gases já não são mais a água. A essência da água é o elemento subjetivo
que faz com que dois átomos do gás chamado hidrogênio em “contato”com um átomo
do gás chamado oxigênio, forme um líquido chamado água. Parece óbvio. Os químicos
darão gargalhados e dirão:
- Ligações químicas facilmente explicáveis, seu escrevinhador de besteiras!
Eu rebateria e diria: - E daí? Todos nós sabemos que é assim que os elementos se
combinam - é um fenômeno que se repete! Então, está bem, é um fenômeno, e era isto
que eu queria destacar e é neste que está a essência que vai muito além das aparências!
Para corroborar com a minha tese, faço uma rápida explanação de como a água
aparece como resultado de uma reação química em refinarias de petróleo nas unidades
de recuperação de enxofre. O gás sulfídrico, chamado de H2S, é um subproduto do
refino do petróleo e é injetado junto com ar num forno onde se processa a sua queima
(o H2S é aquele gás com cheiro de ovo podre). O resultado da sua queima é enxofre
puro (pedra amarela) e água. De um gás se obtém um sólido e um líquido. É fácil
entender que o H2 combinou com o oxigênio do ar injetado e formou o H2O. Realmente
é muito simples e não menos simples é a capacidade do Hidrogênio e do oxigênio
formar compostos tão agressivos e tão benéficos para nós humanos. E é esta a essência
a que me refiro sem entrar no mérito de todos estes compostos, pois cabe à química nos
ensinar. Analisar a água é fácil, medir a sua condutividade, o seu pH, observar o que já
foi observado é reinventar a roda.
Tem que se ir além das aparências.
Os nossos sentidos nos auxiliam no desbravamento do mundo, sobretudo quando
inventamos equipamentos para melhorar estes sentidos. Mas chegando ao limite, no
momento em que nossos equipamentos tornam-se ineficazes, devemos utilizar outros
recursos.
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Para entender o que estou dizendo, feche os olhos por alguns instantes, elimine
qualquer barulho que possa desviar a atenção e preparem-se para fazer uma viajem
mental até o espaço. Por favor, façam isto, para poder entender o que estou dizendo...
Fechem os olhos e imaginem-se subindo, subindo, sem se importar com a gravidade,
pois ela não tem efeito sobre você. Vá se afastando do lugar onde mora cada vez mais...
Sua casa, seu bairro vão ficando cada vez menores...
Você vai subindo e a sua cidade vai ficando longe...
De repente a cidade só é uma mancha clara no meio de um “verdão” enorme.
Você já consegue enxergar o vasto oceano e lá no horizonte percebe a curvatura da
Terra.
A Terra é azul, percebeu?
Estas coisinhas prateadas são os satélites de comunicação.
Olhe para cima, que mundo novo se mostra. São muitas estrelas, tudo é mais nítido.
Admire a Lua de perto. Cuidado com o dragão! (Brincadeirinha!)
Vá até Marte e confirme se ele é avermelhado.
Agora volte, foi só um trailer.
– Foi fácil?
– Evidente que não foi tão complicado assim, porque o tempo e o espaço não fez
nenhuma diferença. Com se explica isto?
– Porque a mente humana supera o tempo e o espaço. Numa fração mínima
de tempo a mente tem o poder de percorrer muitos anos-luz de distância.
- Está bem, e daí?
– Daí, quando todos os equipamentos não tiverem condições de nos fornecer as
respostas, ainda nos restará a maior de todas as ferramentas: a mente humana.
Mas antes de recorrermos à mente humana, façamos uma referência a alguns
animais que têm como particulares os seus modos de defesas, as suas relações com
seus iguais e suas interações com o ambiente externo. Animais que se camuflam para
fugir dos predadores ou para obter alimentos. Animais cegos que emitem sons, animais
que cheiram suas presas, animais que fabricam lindas casas, imitam outros animais,
33
hibernam, inoculam veneno, etc. O homem é o único ser que reúne e apresenta
todos estes mecanismos, e ainda os aprimora.
O Reino Animal é um vademecum para o homem. Esta enciclopédia viva e ágil não
cessa nunca de nos surpreender. Quando pensamos ter visto tudo no mundo da fauna,
sempre aparece um dado novo e um novo ensinamento.
A flora também tem suas particularidades e as demonstra num ritmo bem mais
lento.
O homem é um ser bem mais acelerado.
No Reino Mineral o ritmo é tão devagar que parece imutável. A flora com relação
a este reino parece estar numa velocidade louca. A fauna é tão relativamente acelerada
que parece que a flora está estática.
O que a natureza nos quer dizer é que o homem aprende com o reino animal e
este aprende com o reino vegetal que por sua vez aprende com o reino mineral. Tal
abordagem tem componente metafísico e científico. Esta leitura eclética nos leva àquele
patamar em que, para descobrir a origem da vida, o encaminhamento passa pela
filosofia, pelo metaforismo, pela ciência, observação, percepção e dedução.
Numa visão religiosa e cristã, onde o homem foi feito do barro, nos remete à sopa
de proteínas cuja experiência científica faz alusão ao aminoácido. Um dos deuses do
Hinduísmo criou o homem de partes do seu corpo, e cada parte deu origem a uma casta.
Temos a sensação que o Catolicismo apresenta certa coerência com a sopa de proteínas
inicial sobre a qual, Deus com seu sopro gerou a vida. As duas correntes resumem Deus
a uma forma humana. Salvo didaticamente, diminuir a divindade me parece
equivocada. Por isso ao invocar o pensamento religioso para solucionar questões que
dizem respeito ao surgimento do homem na Terra deve ser encarado com muita
reserva.
Diminuir o ser humano perante Deus é somente uma atitude respeitosa, pois o
tamanho do homem perante o Universo é bem maior do que podemos imaginar. Numa
escala divina somos os semideuses, pois construímos e desconstruímos através da
mente.
Se o Budismo não se importa tanto com a origem do homem e do Universo é por
que está preocupado, e com razão, em melhorar o ser humano na vida presente. Nós,
teimosos e curiosos é que queremos saber!
Se olharmos o reino mineral, vegetal e animal e suas relações estreitas, no remete
ao espiritualismo, no qual, o homem passou por estes até atingir a condição hominal.
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Se formos feito a imagem de Deus, já nascemos com as condições divinas. Neste
contexto estamos muito além do organismo primordial.
Até aqui parece que rodamos vazio, pois não avançamos muito na compreensão.
Quando o espiritualismo se refere ao reino mineral, vegetal e animal,
relacionando-os com a evolução do ser humano, no meu entender, depreende uma
relação subjetiva evolucional. Não posso aceitar a questão literal de que fomos pedras,
plantas e animais antes da condição hominal. O homem é o senhor eterno de todas as
coisas!
Se os aspectos da vida latente destes reinos são os ingredientes
incorporados pelo homem, aí, sim, estamos nos entendendo, do contrário é
retórica filosófica.
Reitero que somos tão complexos que seria um choque para o nosso ego que tudo
começou com um organismo tão simplório.
Voltando lá no início em que os meteoritos polinizaram a Terra, mesmo que não
houvesse o cinturão da atmosfera para fundir as pedras cadentes, ainda assim a força
da gravidade seria fatal para os organismos que viessem de carona. E se ainda não
houvesse gravidade, difícil entender porque as pedras cairiam, poderiam muito bem
chocar-se com o planeta e estaria resolvida, pelo menos, esta questão. As pedras
errantes repletas de micro-organismos poderiam ter colidido com o planeta e tivessem
permanecido inertes até as condições necessárias para desenvolverem-se. É provável. E
são estes seres simples que tiveram a tarefa de construir um micro clima minimamente
necessário para que o reino vegetal se sustentasse e finalmente, num processo de
muitas variáveis, este reino florescesse com toda a sua pompa.
Mas esquecemos de que, se o planeta no início tivesse a mesma consistência
solar, é quase certo que o seu ambiente fosse uma armadilha mortal para os pequenos
seres. Contudo, a superfície dura e implacável que conhecemos hoje não é a mesma que
compunha o “solo” do planeta naquela época. As dinâmicas do Sol e dos planetas lhes
deram características bem diversas da atual, por isto invisto (por enquanto) nesta
assertiva, a polinização planetária. Entretanto esta é a etapa inicial que antecede em
muito ao aparecimento do homem no planeta. Esta polinização que refiro é a mesma
teoria da Panspermia, mas eu dispenso este termo.
O grande sonho de alguns cientistas é encontrar algum tipo de vida na lua de
Júpiter de nome “Europa” que é coberta por uma grossa camada de gelo e tem água no
seu interior. Ir lá e comprovar são outros quinhentos. Vez ou outra aparece no espaço
35
algum pedaço de asteroide(ou planeta) que pela análise deduzem-se nele vestígios de
água.
Já foi capturado um meteorito no espaço e trazido a Terra e em sua análise foi
achado um tipo de aminoácido. Acendeu uma luzinha de esperança para comprovar a
polinização planetária. Alimenta ainda mais a ideia fixa de que a vida veio de fora. E é
assim também uma ideia fixa de que um composto mais elaborado tenha adquirido
vida.
Pela lógica humana, a vida provém de outra vida.
A vida, simbolicamente é um círculo no qual pode ser em qualquer ponto o final e
o começo. Metaforicamente a vida não tem início e nem fim.
Isto nos leva novamente ao espiritualismo onde afirma que a morte física é o
início da vida espiritual e a morte espiritual é o começo da vida física. É fácil concluir
que, não havendo estas “delimitações”, podemos então afirmar que, ora nos
manifestamos como espírito, ora nos manifestamos com corpo físico.
Pronto, falei. Não queria falar em Deus e nem em espírito, mas tem hora que não
dá para resistir!
Voltando a tese da polinização, deveríamos também compreender a origem
daquele organismo vindo do espaço. É fato que alguns observadores garantem que
aqueles meteoritos serem produto da explosão de um planeta ou outro corpo. Apesar
das dificuldades que encontram durante sua viagem pelo espaço e o trauma da sua
aterrissagem, os meteoritos bem que poderiam trazer alguma coisa mais sofisticada
para nos visitar, como por exemplo, sementes, óvulos, nem que fosse pelo menos uma
ameba. (Se bem que algumas pessoas que passam pelas nossas vidas continuam sendo
amebas não evoluídas)
Mas aí surge a dúvida de quem polinizou o planeta que explodiu. Parece que
voltamos à pergunta inicial, do surgimento da vida.
Voltamos ao desenho do círculo. Porque às vezes também somos “deterministas”
e afirmamos que em qualquer ponto do círculo a vida se iniciou assim como em todos
os pontos do círculo, simultaneamente.
Aparentemente a tese da polinização se mostra coerente, mas não passa de
teoria, de que a vida viajou pelo Universo para pousar na Terra e ao encontrar um
ambiente favorável, se manifestou. No planeta já se encontravam arranjos moleculares
similares. Mas, um detalhe que nos chama a atenção é o fato de que a chuva de
meteoros não privilegia só a Terra, ela é comum a todos os planetas, luas, etc. Logo, a
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polinização, se verdadeira nunca cessou. Então, todos os planetas e luas foram
receptores destes organismos durante a epopeia universal. E ainda o são.
Não convém esquecer de que o ato de polinizar é levar células reprodutivas
masculinas, e, logicamente para que a vida se faça, ainda faltam células femininas. Não
nos consta que os nossos “aminoácidos” sejam considerados células dos dois gêneros,
claro que não, elevá-los a esta condição já é um exagero, e os estudiosos da área irão
querer trucidar-me se eu insistir nesta tese. Todavia, ainda podemos insistir que os
organismos para empreender uma viagem tão difícil, poderiam ser os mais simples. E
para quê, de aminoácidos ou similares já estávamos repletos!
É mais uma tese em cima de outra tese.
Sobrepor teses é como construir um castelo de cartas, pois em algum momento
irá desmoronar.
Abandonar este tese é de bom tamanho para não ofuscar nossas novas
conjecturas.
Apesar de a base celular ser a mesma para todos os seres viventes o que nos
causa espanto é que, a diversidade de formas vistas na natureza seja produto do acaso.
Aceito o fato que seja produto de inúmeras tentativas. Veja o quão belo é o tigre, o quão
grande é o elefante o quão inteligente é a baleia.
E mais, se a afirmação científica de que a vida se iniciou no mar, lá se encontra a
resposta. Mas a superfície terrestre tem mudado constantemente durante a vida do
planeta. Onde era mar, agora é terra seca; onde era floresta, agora é mar; então a
resposta está em todo o lugar - voltamos sempre aos mesmos organismos.
Eliminando a teoria religiosa, está na hora de eliminar também a polinização, ou
Panspermia, que apesar de ser simpática não nos convence. Há que se considerar
arranjos moleculares mais sofisticados ou diversos arranjos moleculares como tijolos
fundamentais para a construção da estrutura que abrigará a manifestação da vida.
Uma coisa é certa, contrariando todas as expectativas dos partidários da
vida extraterrena, a estrutura montada para receber a manifestação da vida na
Terra teve a sua origem na própria Terra. Aqui começamos e aqui feneceremos.
Se algum dia for encontrado algum micro-organismo em algum planeta distante,
este pertencerá só a ele.
Qualquer outra tese sobre a origem da vida terrena pode solenemente ser
descartada.
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A propósito, em dezembro de 2014 os cientistas afirmaram que os resquícios de
água encontrados no cometa 67P onde havia pousado a espaçonave Rosseta, não tinha
similaridade com a água encontrada na terra.
Em 2015 a NASA encontrou indícios de água em Marte. “Constatou” a
presença de sais hidratados, entretanto está muito longe, ainda, de provar a
existência de água no planeta. E, se assim for, será água marciana. Ora, nosso
planeta também é estranho, pois a maior parte da nossa é salgada!
Se somarmos todas as espécies de seres vivos que habitam o nosso planeta, é
certo que chegaremos à casa dos milhões. Se analisarmos suas células reprodutivas, a
similaridade saltará aos nossos olhos. Seus padrões genéticos muito se assemelham. E é
a “forma” latente que envolverá aquela vida faz os seres muito diferentes entre si.
Todas as espécies estão nos lugares adequados. Os habitat parecem terem sido
cuidadosamente planejados. Se fizermos uma análise superficial do presente, as coisas
conluiariam para esta linha de raciocínio e é tão óbvia a constatação que o equilíbrio
dos ecossistemas tem como produto esta distribuição.
É tragicamente sensato que este equilíbrio se efetiva porque todos os seres
sustentam as suas vidas com a “carne” de outras vidas. Não é nada poético, mas é
necessário.
O propósito do aparecimento das plantas e dos animais nesta sequência tem dois
objetivos: o primeiro é o da sobrevivência do ser humano biológico, o segundo – o mais
nobre – é manter a reserva subjetiva.
Esta reserva subjetiva é a que fica gravada no tecido “espiritual” do planeta de
onde o homem retira subsídios para sua jornada.
Indiretamente o homem não sobreviveria sem o reino animal e este sem o reino
vegetal. Nesta linha de pensamento a origem da vida privilegia as plantas, pois a base
da vida no planeta é o reino vegetal. Cabe a ele a tarefa de desenvolver uma atmosfera
minimamente respirável para os animais que aportarão no futuro, e, também, servirá
como base alimentar para os mesmos.
Pode parecer estranho, mas nós humanos estamos assistindo tudo isso de
camarote!
Evidentemente que a flora incipiente é bastante primitiva, pois não poderia ser
diferente, afinal o planeta está se acomodando ainda num ritmo intenso. E quando o
clima apropriado for concluído, seus eventos irão recrudescer o reino vegetal. Neste, as
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plantas reinarão absolutas e logo, em suas inter-relações, os problemas de
relacionamento e disputas terão início.
Uma força indomável literalmente “aflora” e faz com que as lutas pela luz do sol,
pela umidade e por nutrientes façam do ambiente um campo de batalha silencioso: É o
instinto de sobrevivência.
Surgirão plantas parasitas, plantas que literalmente matam, pois com o seu
abraço mortal, sugam a vida de outras menos atentas. Do organismo inicial até este
“estresse botânico” se passaram bilhões de anos! Muitas perecerão porque outras
consumirão todos os nutrientes em sua volta. Outras morrerão porque outras mais
fortes e perseverantes lhes roubarão a luz do Sol e a umidade. Neste contexto muitas
terão de adaptar-se para poder sobreviver. Nesta luta contínua, há uma grande
construção de “conhecimento” para o reino vegetal.
Neste ritmo bem peculiar o ente subjetivo do instinto de sobrevivência e
perpetuação preponderam e tomam “corpo”. Parece tênue, mas é a base que comandará
o reino animal.
Tais aspectos atribuem ao reino vegetal racionalidade. Por isso temos o hábito de
afirmar que a natureza é inteligente. E para atingir este status, muito tempo e muito
aprendizado foram necessários. A flora parece saber qual é o seu papel na “Criação”.
Nesta composição de inteligência das plantas, as frutíferas tem uma peculiaridade:
seu ciclo de floração e frutificação é bem definido e, sempre, na época que antecede a
frutificação, nasce uma fruta ou um conjunto delas com o aspecto diferente do normal. É a
prova inequívoca da inteligência vegetal, pois estas frutas colhem do ambiente
informação importante para o desenvolvimento da safra. São percepções que nós
humanos não conseguimos desvendar e entender.
Árvores centenárias desenvolvem suas raízes horizontalmente e com a
resistência necessária para manter o prumo e o peso.
Quando o legado deste conhecimento for aprimorado pelas futuras gerações,
firmar-se-á no tecido espiritual do reino vegetal e este ente subjetivo será transmitido
ao reino animal que está nos bastidores aguardando o sinal para entrar em cena. Mas
não podemos confundir tal subjetividade com detalhes genéticos de ambos os reinos,
pois biologicamente eles têm suas particularidades.
Os instintos, os mecanismos de defesa e a perpetuação são forças indestrutíveis
fundidas no cadinho da evolução do reino vegetal.
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O reino vegetal teve um propósito. Não atingiu o nível de perfeição sem que a
Criação não tivesse reservado um papel importante para ele.
O reino vegetal é a base subjetiva e material para manter a vida no planeta. É nele
que todo o “tecido espiritual” foi construído.
Tecido espiritual é o conjunto de todos os aprendizados, transmitido para
as gerações futuras. É mais que biológico. Não está impregnado na célula e nada
tem a ver com memória genética. O saber da planta de fixar-se, procurar luz,
procurar umidade, defender-se a absorver nutrientes, foi construído através da
tentativa e erro durante bilhões de anos.
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A TEORIA DA DESCONSTRUÇÃO
Um alerta pertinente: Esta teoria eu desenvolvi baseada nas minhas observações,
embora tenha o mesmo título de um trabalho do filósofo francês Jacque Derrida cujo
pioneirismo se dá apenas no texto. E este muito difere das minhas colocações. Não
quero confrontá-lo e nem sequer afrontá-lo, pois tenho enorme admiração pelos
filósofos antigos e modernos. Suas elaborações estão muito além do meu nível de
entendimento. Como o título não lhes é propriedade, usá-lo não causaria nenhum
estresse.
O mesmo aconteceu com a Teoria da Geração Espontânea, lá na Idade Média, que
na prática comprovou-se inócua e ainda assim me parece que ressurgiu na elaboração
de uma tese da Física moderna em que um “campo” ou uma “partícula” (Higgs) sejam
responsáveis pela massa de outras partículas. O que fica pendente é uma lacuna difícil
de ser preenchida sobre a origem desta importante e poderosa partícula ou deste
campo em questão. Algo que surge do “nada” nos deixa mais confusos.
A não ser é claro, que estejamos diante de um limiar dimensional ou algo mais
espiritual...
Se na visão espiritualista tudo tem uma razão de ser, na ciência muito mais!
A grande maioria de nós é assim mesmo, quando nos vemos embretados na
incessante procura dos porquês, atribuímos aos entes espirituais ou a Deus, pois é a
nossa “carta na manga”. Temos uma herança do gene da preguiça mental, e, nestes
casos é perfeitamente humano.
Dito isto, vamos as minhas colocações.
Imaginemos um livro pronto, que está sendo vendido e lido por muitas pessoas.
(Tomara que seja o meu.) Voltemos ao começo da ideia na cabeça do escritor - ele
formula com palavras e as coloca numa sequência mais ou menos lógica. Escreve,
escreve e depois corrige, corrige... A ideia toma forma e cria “vida”.
Quantos de nós temos simpatia por alguns livros e o lemos várias vezes.
Guardamos com carinho e às vezes emprestamos com receio que ele não mais volte.
Aquele livro é importante para nós e realmente ele tem uma identidade viva.
Como outro exercício de raciocínio, imaginemos um automóvel. Ele é um
conjunto de lata, plástico e mecanismos. Sua forma e seu desempenho são tudo aquilo
que desejávamos, é um sonho de consumo realizado. Ao dirigi-lo, nos sentimos mais
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felizes e importantes. Alguns se sentem mais bonitos. (É o meu caso.) Toda vez que
passeamos nele, a nossa autoestima se ascende. Ele tem vida e é o nosso “xodó”. Não
venderíamos por dinheiro algum, a princípio.
- O que o livro e o automóvel têm em comum?
– A “vida” que demos a eles.
Sem o nosso aval, seria apenas um conjunto de papeis dobrados ou um conjunto
de metal e componentes. Somos os “Deuses” que demos o “sopro divino” a eles!
É o que fazemos de melhor na nossa jornada: dar “vida” as coisas inanimadas, e
com uma peculiaridade, para que estas sirvam as nossas vidas.
Somos os “Senhores” de tudo.
Vejamos um objeto de estimação, ele tem um valor tão grande para nós por causa
do seu “significado”.
Faça um experimento: Vá a um bairro pequeno e busque em todas as residências
um objeto de estimação de cada família e os reúna – todos os objetos – numa grande
sala, de preferência lado a lado. Depois de tudo montado olhe para eles por alguns
instantes e o que você vê? – Com certeza você verá um monte de objetos dispostos lado
a lado, evidente!
Deixe passar algumas semanas ou alguns meses, e chamem todos os moradores
do bairro para que visitem a sala que você organizou. Ao chegarem, é certo que cada um
vai se dirigir para o seu objeto e contará histórias e os significados dos mesmos. Todos
os objetos voltam a “vida”.
Nos museus, tudo que está exposto tem a sua “vida” particular dada pelo homem
do passado e narrada pelo homem do presente.
Dar vida aos objetos é mais que uma metáfora.
Todos os utensílios usados pelo homem antigo têm esta característica e nada
mudou. A morada é o maior objeto de estimação do homem e adquire “vida” porque ele
lhe dá identidade.
Alguns animais também fazem as suas moradas, entretanto para estas, muitas
vezes provisórias, não há o apego por parte do animal. Quase sempre é construída para
proteger a sua prole em crescimento.
Voltemos ao automóvel e numa situação hipotética o imaginemos sendo vendido
para outro dono. Todo aquele apego e o manto de estimação se desfazem. O próximo
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proprietário desenvolverá um novo sentimento de afeição e o transformará em outro
objeto de adoração a sua maneira. Colocará um rádio mais moderno, um aerofólio,
rodas especiais, etc. Uma nova “vida” tem início. Com o passar dos anos, aquele
automóvel, já velho e enferrujado, depois de ter passado por inúmeros donos e por
inúmeras “vidas”, muda o seu destino – mais glorioso do que ir para a siderúrgica – e
vai para um museu. A descrição daquele objeto, agora, tem um caráter mais específico e
recebe a identidade de automóvel do passado ou carro antigo, bem diferente do
glamour de suas várias “vidas” anteriores.
O que o homem fez com o objeto em questão foi construir e desconstruir diversas
“vidas”.
O Homem é o Senhor das “vidas” e das “mortes” das coisas sem vida.
Não é ciência, e passa muito longe da metáfora, ingressa num “filosofismo”,
mesmo que aparente e reafirma um realismo estranho:
Dar “vida” as coisas é papel do homem!
Todavia, este tipo de “vida” não é a vida autossuficiente que nós conhecemos!
Não, não é! Esta é a vida latente aos olhos do homem. Este tipo de vida latente só se
manifesta em parceria com o homem, cessando a parceria a “vida” cessa.
A pedra também tem a sua vida latente e se manifesta quando a pegamos e a
jogamos no lago provocando ondas. Ela cumpre o seu papel e retorna para sua
quietude.
Vida biológica é a vida latente manifesta.
O momento em que determinado arranjo molecular transformou-se em algo
“vivo” é no instante em que a vida latente manifestou-se de forma objetiva. Para se
entender isto é necessário que se volte para o tempo presente e se faça uma análise
sobre a existência das coisas.
- Porque as coisas existem? Porque percebemos que elas existem e se não
percebêssemos, será que elas existiriam?
- É claro que não!
A percepção do ser humano é o ponto de referência e o padrão de medida para
todo o Universo.
Sem o ser humano pensante qual seria o significado de tudo?
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- Nenhum. Tudo existe porque nós percebemos que existe, fora disto é um vazio
total.
É a mente humana que dá significado às coisas.
Se, hipoteticamente, não houvesse nenhum ser pensante analisando o Universo, o
mesmo se aniquilaria sem deixar vestígios.
Quando voltamos no tempo, somos nós que damos o significado à origem da
Terra e interagimos com todos os desdobramentos neste processo.
É comum pensar que o tempo é unidirecional, entretanto a mente humana faz o
caminho inverso, mesmo que não compreendamos a priori.
Não é Física Clássica e nem sequer Física Quântica.
Toda vez que falo ou ouço o termo Física Quântica, fico nervoso. Tem um diabinho
cutucando o meu subconsciente e ele começa: - Física Quântica é para confirmar algumas
particularidades da Física Clássica!
E aí então briga inicia e eu retruco: - Não, não é bem assim meu “sub”, você está
variando, tem gente graduada “quantizando” a torto e a direito, quem você pensa que é
para contestar?
Meu subconsciente é teimoso igual ao dono e dispara:
- Aqui na subconsciência a democracia é plena, penso o que penso e acho o que
acho, e falo o que falo. Eu vejo assim e pronto. Falei.
Discutir com o subconsciente é complicado!
A propósito, tem uma crônica do meu livro “Fios de Prata”, que fala sobre Física
Quântica e Espiritualismo, que acho pertinente:
DESINTELIGÊNCIA QUÂNTICA
Nos últimos anos tenho lido (pouco) sobre “Coisas Quânticas” e dentre elas a
mistura de Espiritualidade com Física Quântica.
Sobre a Espiritualidade li bastante, mas não ao ponto de tornar-me um especialista.
Tenho lá minhas convicções e muitas divergem frontalmente de algumas correntes do
Espiritualismo.
Entretanto, estas divergências decorrem do próprio ensinamento do Espiritualismo
que nos instiga a pesquisar mais. Mas eu não resisto à tentação de falar sobre
Espiritualidade e Física Quântica.
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O que é Física quântica? Sabia antes e hoje já não sei mais. E digo por quê: Para
mim estava mais ou menos claro que Física Quântica estudava o comportamento das
partículas subatômicas. E neste meio, um cientista chamado Heisenberg lançou “O
Princípio da Incerteza” que, no frigir dos ovos, não se poderia saber alguma coisa de
forma definitiva(com relação à posição de uma partícula). Criou até uma fórmula. Já não
entendi mais nada. Como criar uma fórmula matemática da Incerteza. Estranho. Tudo
bem, cientista é assim mesmo, é tudo meio maluquinho. Pelo que sabia até então, dentro
da Física Quântica, as possibilidades são muitas.
A gente avançou muito na eletrônica no século 20 e agora agradecemos a Física
Quântica. No início não foi assim. A palavra Quântica nem era citada. Hoje esta palavra
serve pra um monte de coisas. Virou moda.
O Espiritismo passou parte do século 20, lançando milhares de psicografias de
centenas de autores, e nenhum deles referiu-se a esta questão e nem sequer conheciam o
termo Quântico. No século 21 surgiu uma novidade: A proximidade entre o Espiritismo e a
Física Quântica. Já não sei mais nada. Devo voltar aos bancos escolares. Não pra estudar
Espiritismo e sim pra aprender o que é Física Quântica.
Entretanto, tenho uma convicção e que é bem tranquila da minha parte: Jamais
tratei as coisas físicas como coisas não físicas. Cada coisa no seu lugar. O que é objetivo
não pode ser subjetivo.
Para alguns espíritas a aura foi substituída por um campo quântico. E que o homem
é um ser quântico. Tudo bem, se eu tenho as minhas convicções, outros podem ter as suas,
e estamos conversados. E a pergunta que não cala na minha mente: - Não estará havendo
uma confusão?
Reporto-me ao que alguns escritores e cientistas dizem que, a Ciência Quântica é a
ciência das muitas possibilidades. Fazer com que o Espiritismo abarque esta Ciência, é
fazer com que o Espiritismo seja de muitas possibilidades e aí, “babaus” para as
convicções espíritas.
É certo que o Espiritualismo e o Espiritismo foram construídos com a argamassa do
Catolicismo e tem o Cristo como um exemplo de conduta. Até aí tudo bem. Aceito sem a
menor cerimônia. No entanto, se criarmos um complicador a mais para a compreensão de
algo tão singelo como, amai-vos uns aos outros como vos amei ou, quem não tiver pecado
que atire a primeira pedra, talvez nos desviemos do caminho. O que há de tão complicado
em “amar os nossos semelhantes”?
Será que teremos que voltar aos bancos acadêmicos, estudar Física Quântica pra
poder entender o Sermão da Montanha? Acredito que não.
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Jamais falarei sobre Física Quântica, pois dela entendo muito pouco, ou quase nada.
Entretanto, se Cristo afirmou que devo ter amor ao próximo, pra mim está claro: Devo ter
amor ao próximo. Pronto.
E, graças a Deus que esta parte do Espiritismo eu aprendi.
Dito isto, voltemos à vida latente:
O que dá objetividade à vida latente no arranjo molecular inicial, é a mente
humana.
- Não é possível! Diriam muitos.
Sim, é possível, digo eu. É a interação entre o passado e o presente através da
mente humana. Somos nós que demos vida a nós mesmos, e este é um processo sem
fim.
O homem tornou-se tão complexo e importante para si, que num determinado
ponto da sua existência coube a ele dar fim aos seus questionamentos e provar que ele
é responsável pela sua existência. Desconstruiu um passado remoto, supostamente real,
e deu início a si mesmo em sua jornada que ele mesmo delineou.
O homem não se fez de rogado.
E a despeito de todo o progresso que alcançara - Senhor de todas as coisas e para
que nada o perturbasse na sua infinita odisseia - usou da “Maleabilidade do Tempo”
derrotando todas as teorias que sua mente criara durante a sua viagem. Escolheu um
ponto na linha do tempo e ligou a chave da criação, manifestando-se majestosamente
como sempre foi e sempre será.
Repaginar o passado sem alterar o presente fica difícil de aceitar dentro da visão
dimensional que conhecemos, entretanto, desconstruir algo anteriormente construído
se torna mais exequível que desconstruir o que ainda não foi construído.
Questionar quem deu este poder de darmos vida a nós mesmos ainda é precoce.
Aquele arranjo molecular que nos precedeu só adquiriu vida biológica
porque nós, num princípio de desdobramento fomos lá e mexemos na vida
latente, ligando a chave.
- E qual é o papel do momento, aquele que pensamos que existe?
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É difícil determinar este momento.
Se este momento não existe, o fim e o princípio são a mesma coisa. Voltamos ao
círculo.
O círculo é elemento presente no Universo e na vida humana. Serve
didaticamente para explicar inclusive as formas no Universo. O Sol é redondo, os
planetas são redondos, a vida é um ciclo, o átomo é representado por um circulo e
muitos eventos são cíclicos.
No momento em que a mente humana ligou a chave do arranjo molecular, teve
início o preparo para vinda do homem tal qual conhecemos e porque não dizer – tal
qual nos conhecemos! E quantas peculiaridades de vidas diversas tiveram sua
manifestação!
A partir daí se inicia o processo de adaptação tanto para vegetais quanto para
animais.
É cientificamente provado que a aparência hominal pouco mudou ao longo de sua
jornada. Descobertas recentes de esqueletos primitivos nos mostram mais baixinhos e
mais feios do que realmente somos hoje, pela reconstrução facial.
Algumas descobertas atuais de esqueletos gigantes estão sendo avaliadas.
E mais, existe a teoria de que o nosso cérebro era menor, pois não comíamos
carne cozida. Depois do advento do fogo- que servia para cozinhar os alimentos - o
nosso cérebro cresceu. Esta tese merece um ensaio a parte.
O homem foi o único ser que permaneceu em sua forma original em detrimento
de todas as vicissitudes e intempéries. Não me venha dizer que houve seres humanos
aquáticos, alados, com um olho, com rabo, que não é verdade e também não é verdade
que encontraremos um ser meio-homem e meio-macaco. Homem é homem, macaco é
macaco.
O modo correto de levar em conta as origens dos animais se traduz na premissa
de que aqueles que não se adaptaram, pereceram, embora de aparência similar. Esta
similaridade não quer dizer que um evoluiu para o outro. O mamute era o mamute e
não o elefante e os primeiros feneceram por falta de adaptação. Os dinossauros tiveram
o mesmo destino - morreram de fome!
Há uma teoria de que um enorme asteroide caiu na Terra provocando uma
nuvem de gás e matando a flora e por isso morreram os dinossauros de fome.
Provavelmente muitas espécies tenham perecido também. Analisando sob a luz da
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razão, o corpo celeste deveria ser de tal tamanho que seria impossível não descobrir os
seus vestígios, logo, tal tese carece de fundamento.
Ainda hoje quantas espécies estão desaparecendo por falta de adaptação em
novos ambientes. E não é o homem que extingue as espécies é a “Lei da Inadaptação”.
Certamente que alguns ambientes sejam tomados pelo avanço do progresso ou pela
devastação criminosa acelerando a inadaptação. Num contexto histórico mais longo, as
políticas de preservação são recentes. E as espécies não surgem, são descobertas e
provavelmente muitas desaparecem antes mesmo que o homem as conhecesse.
Neste contexto, temos encontrado muitas espécies desconhecidas por nós. Em 2015,
só para exemplificar, foi encontrado um novo tipo de rato na Indonésia cujo nome é
Hyorhinomys stuempkei. Um dos cientistas afirmou que uma “evolução morfológica” está
acontecendo na ilha. É certo que eu não tenho meios para discordar desta evolução
morfológica. Não seria o caso de eles estarem ocultos na natureza até agora?
Entretanto não cabe neste ensaio a dialética ambiental, pois a análise que faço
tem outro objetivo.
E com relação à vida em outros planetas, afirmo peremptoriamente que no atual
momento, somente a Terra proporciona ambiente para a vida como conhecemos. E se
houver esta possibilidade com certeza seremos nós humanos. Poderemos ser mais
claros, escuros, mais altos ou baixos por causa da adaptação, mas seremos sempre nós
humanos, pipocando aqui e ali, de um planeta a outro, sempre que este nos parecer
favorável.
Mesmo que se encontre um ambiente neste vasto universo que seja propício à
vida, com certeza seremos nós os humanos que o prepararemos para uma nova morada
daqui milhões de anos. Como fizemos com a Terra num passado muito remoto.
Quando indagamos aos cientistas sobre a origem da vida, os mesmos respondem
que poderia ser uma força ou uma energia, embora não saibam de onde veio. Quando
perguntamos sobre a origem do Universo, falam sobre o “big bang”, mas desconhecem
o “quê” o provocou. Mencionam quase sempre uma energia e param por aí.
Quando estamos diante de uma fórmula de Física ou de Matemática, estas que
mais parecem com carroção de números e símbolos, o que fazemos? - Simplificamos!
Pois então estimados cientistas, em certas questões, eu, como observacionista, atribuo a
Deus. Pronto. Está simplificado, e nem sequer fico ruborizado. Vamos ao que está ao
nosso alcance porque ainda somos limitados.
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Parece haver um constrangimento para os cientistas em atribuir ao Grande
Arquiteto, Grande Geômetra, Pai Maior, ao Onisciente ou Onipresente, (seja lá qual for
o nome que é dado Deus) a autoria da formação do Universo, mesmo que a mente
humana faça parte da mente universal num contexto bem menor. Não há como fugir
de tudo isto, pelo menos no atual momento da falta de compreensão humana.
E para colocar uma ducha de água fria na nossa empolgação mental, poderíamos
afirmar que tudo o que existe é uma ilusão mental. Não se apoquente em demasia, pois
nada é “realmente” real!
Pode ser o caso.
Muito além lá na frente, quanto estivermos em outra civilização, talvez o nosso
entendimento seja mais eficiente. Por enquanto temos mais perguntas do que
respostas. E não me digam, por favor, que os antigos tinham as respostas que não é
verdade! Os antigos supunham certas coisas que para nós hoje algumas são banais.
Havia sim um viés religioso e dogmático que muitas vezes confundimos com
conhecimento oculto. Qualquer cérebro mediano na atualidade desvenda facilmente
algumas questões e tabus antigos. Mas tenho que me render ao círculo, tão
protagonizado pelos antigos pensadores nas questões sobre a origem do cosmos.
O tempo só existe porque nós passamos a medi-lo, e fomos nós que o
“inventamos”, mas não conseguimos desdobrá-lo, a não ser mentalmente. A nossa
mente faz parte da mente universal e esta nos dá o poder. É correto afirmar que tudo
que existe é para nos servir de alguma maneira. Nós somos os construtores e os
beneficiários, pois temos a prerrogativa de transformar o ambiente em que vivemos
para o nosso bem estar.
A mente humana, que foi capaz de ligar a chave para o surgimento do homem no
planeta, já havia anteriormente participado da preparação deste mesmo planeta para
que houvesse condições adequadas. Quando o planeta esfriou, a flora foi prioridade. Os
vegetais foram os primeiros habitantes deste novo planeta. Não sabemos exatamente se
a paisagem era igual à de hoje. Sabemos que as plantas que se adaptaram,
sobreviveram. A fauna, que veio a seguir, passou pelo mesmo processo e quando tudo
estava em aparente equilíbrio, surge o homem, o ser pensante.
Como este é um processo contínuo, o planeta continua esfriando certamente num
ritmo mais lento. Neste processo o corpo terrestre ainda se movimenta por causa do
resfriamento. Terremotos, vulcões em erupção e maremotos são exemplos desta
movimentação. Ainda enormes extensões de terras emergirão, enormes desertos se
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formarão, florestas inteiras serão soterradas e desertos serão cobertos por novas
florestas.
Milhares de espécies de animais e vegetais sucumbirão e o homem
permanecerá incólume até quando não houver mais condições de sua
sobrevivência, quando o último vegetal secar e o último animal morrer, fenecerá
o homem, voltando à vida latente junto à grande mente universal.
Deixaremos para trás um planeta inóspito e sem vida sem que o tenhamos
destruído e que seguirá o caminho natural rumo ao limite do círculo onde o tempo e o
espaço se dobram e que todos retornam ao centro para uma nova jornada.
O fato de a ciência ter definido a idade do Sistema Solar, e dado como “favas
contadas”, demonstra o quanto dependentes somos do fator tempo, e este sendo nossa
invenção, não deveria ser, a princípio, o que regule as questões tão amplas relativas ao
Universo.
A invenção do tempo tem um caráter demarcatório sobre eventos em sequência.
Esta ”sequência” percebida pelo cérebro humano, sendo uma reta contínua, por si só,
não tem início e nem fim. Somos nós, humanos, que fixamos as coisas nesta linha e
atribuímos a elas uma identidade temporal. Neste pensar, determinamos que o
Universo tivesse surgido num passado longínquo há tantos bilhões de anos atrás. (Ou
trilhões) Somos os senhores do tempo, e apesar de tê-lo inventado, também nos
tornamos seus escravos.
No arcabouço deste modo de pensar - de que tudo tem que sair de um lugar e ir
para outro – e para melhorar o nosso entendimento é: se a vida tal qual conhecemos
tem um ciclo particular, e todos os corpos celestes têm trajetórias circulares, e mais, o
conjunto de corpos siderais tem caminhos circulares, por uma lógica simples, a
existência do Universo, de alguma maneira se manifesta num movimento circular.
Nesta linha de raciocínio o “big bang” não se encaixa, pois nos suscita a curiosidade de
buscar o evento anterior a esta grande explosão universal. A teoria do “big bang” nos
faz crer, a princípio, que o Universo surgiu de um ponto dentro do próprio Universo e
que está se dirigindo para outro lugar dentro do Universo!
Por um silogismo rápido de compreender, o Universo está sempre dentro do
próprio Universo, logo, a tese do “big bang” modifica-se. Os corpos que o povoam
partiram de uma explosão inicial. E, depois de suas viagens, todos os corpos retornam
ao ponto inicial, não num movimento de retorno pelo mesmo caminho, mas,
ingressando em uma nova dimensão, incompreensível para nós: Quanto mais se
afasta do ponto original, mais se aproxima deste mesmo ponto.
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Este é o limite do cérebro tridimensional humano, o de entender que o Universo
esteja dentro dele mesmo. Ir mais adiante requer um esforço de raciocínio bem mais
complicado.
Esbarraremos sempre nas premissas que nós criamos: dimensionamos o espaço e
criamos o tempo e os tornamos em paradigmas.
A leitura que o nosso cérebro faz é somente daquilo que apreende pelos sentidos
físicos. Sua tridimensionalidade é evidente. Não percebe algo que difira da terceira
dimensão, sempre que tentamos definir, esbarramos numa análise tridimensional. É
como perguntar para alguém que nunca enxergou, qual é a diferença entre o verde e o
amarelo.
Na lógica da maleabilidade do tempo, quando aparecerem os homens do futuro
para nós, (de um futuro muito distante ainda) e se aparecerem, podem ter certeza que
seremos nós mesmos, homens, comprovando o domínio sobre o tempo. Não são Ufos e
nem alienígenas. Não fiquem assim tão faceiros.
Nossos equipamentos de alta resolução fotografam nebulosas, estrelas distantes,
superfícies de planetas vizinhos com perfeita nitidez, e quando se obtém alguma foto de
óvni, a imagem é sempre distorcida, similar a uma mancha e sempre está fora de foco. É
muito estranho. Não quero desanimar os ufologistas e nem desmerecer as suas buscas.
Satélites espiões fotografam um mosquito no telhado da minha casa, e se duvidar,
o equipamento identifica até o sexo do inseto. Como é que não se consegue uma boa
imagem de um Ufo?
Se eliminar todas as possibilidades de confusão no espaço tais como: balões
meteorológicos, balões de passeio, balões de “São João”, fenômenos atmosféricos, luzes
de holofotes, aviões, helicópteros, satélites de comunicação, lixo espacial caindo,
meteorito e drones, talvez as aparições de óvnis também diminuíssem. Algo tão
grandioso não ficaria oculto por muito tempo.
Por mais espetacular que seja o Universo, ainda somos os seres pensantes e os
Senhores da Observação. Éramos assim antes, somos e sempre seremos. Cada vez mais
a nossa interação se fará presente. Somos os responsáveis diretos e indiretos nesta
interação. Qualquer estrela, “buraco negro”(?), explosão de gás, nascimento e
“morte”(?) de corpos celestes tem a nossa participação, porque nós os identificamos e
damos realidade para estes eventos.
Estamos ininterruptamente construindo um passado e com relação ao futuro, a
única capacidade que temos é o de planejá-lo, sem saber com certeza se o plano será
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construído na prática, pois envolvem muitas variáveis que não estão sob o nosso
controle. Quanto ao presente, este nem sequer existe, porque a mente humana não
consegue distendê-lo para que possa ser percebido. Este elo entre o passado e o futuro
é tão tênue que somos incapazes de captá-lo, pois pertence à outra dimensão,
incompreensível para nós.
Então, desconstruir o que foi construído parece mais exequível.
Quando rezamos para os nossos antepassados, oramos pelas vítimas de alguma
catástrofe, comemoramos o Natal ou até mesmo o nosso aniversário, estamos de
alguma maneira “repaginando” o passado.
Quando perdoamos, estamos literalmente desconstruindo o passado.
Quando o indivíduo sofre as penalidades pelo seu delito, não são crimes do futuro
que serão expiados, são os crimes do passado. Quando cumpre a pena, a sensação é a de
que “pagou pelo crime”para com a sociedade. Se o mal foi reparado, o passado acaba de
ser desconstruído, sem entrar no mérito do efeito dominó que este crime tenha
provocado.
O paradoxo humano é o de construir um passado e imediatamente desconstruí-lo,
pois dele só absorve o ensinamento, e por mais incrível que possa parecer, o homem faz
uma nova construção e retira uma nova experiência. Todos poderiam argumentar que o
passado é imutável, o é na essência, e, por mais que queiramos, não conseguimos
conhecer. Nós moldamos o passado conforme nossos interesses.
Quantas vezes a história é recontada de maneiras diversas. Muitos diriam que a
realidade não se muda. Eu pergunto: Qual realidade?
As histórias contadas pelas ditaduras de Estado são diametralmente opostas às
contadas pelos oprimidos por elas.
Não muito raro, na América Latina, os opressores e oprimidos se revezam no
poder e repaginam o passado. As “Comissões da Verdade” nestes países são o exemplo
típico de desconstrução.
Na área da Ciência, a Química levou muitos séculos para garantir o seu status na
nossa civilização e num determinado momento de sua trajetória teve de unir-se à Física
e à Matemática para que fosse bem compreendida. A química foi reconstruída, o que era
mito foi desvendado e transformar tudo em ouro já foi olhado com muita reserva.
Quando a Física ampliou seus conhecimentos, tudo ficou mais fácil para a
Química.
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Quando a Física se deparou com o poder das partículas atômicas, abriu-se um
novo mundo para os cientistas. Para penetrar neste gigantesco “paredão” nuclear, os
cientistas concluíram que somente o bombardeando seriam bem sucedidos e prevendo
reações violentas no pequeno universo atômico – que se efetivaram - criaram uma
bomba(infelizmente) e descobriram uma nova maneira de gerar energia. A partir daí, a
Física não seria mais a mesma.
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EFEITO AMPULHETA
Do conhecimento antigo retiramos a afirmação de que tudo que está embaixo está
em cima como referência ao microcosmo e macrocosmo. A similaridade entre o Sistema
Solar e a configuração do átomo é tamanha que é lícito afirmar que o menor é réplica do
maior ou o contrário.
Por dedução intuitiva os cientistas representam os elétrons como pequenas
esferas em órbitas circulares em torno de um núcleo cujas cargas elétricas mantêm o
sistema em equilíbrio. É o que vemos e lemos nos livros.
Outras forças (que não são elétricas) mantêm o Sistema Solar em equilíbrio.
Evidentemente que comparar a Terra com um elétron é arriscado, porque pelo que se
sabe esta gira em torno de seu eixo. - Tudo bem, quem disse que o elétron não possa
girar em torno de seu eixo? – É meio fora de propósito esta pergunta, pois será que é
importante se ele gira em torno de seu eixo? – Se realmente for uma partícula, é
importante.
O Sistema Solar nós enxergamos e o exploramos com nossos potentes
equipamentos. Conseguimos determinar as órbitas dos planetas, suas luas, massas, seus
dias e noites, suas atmosferas e a composição de suas superfícies, mesmo que
aproximadamente. O que vemos é o que vemos, algumas conclusões são por dedução e
comparação, mas a grande parte da nossa pesquisa tem base no que vemos do ponto de
vista da Terra. Mesmo com o movimento do planeta junto com o Sistema no espaço,
concluímos com base sempre no que vemos.
Quando olhamos para o átomo, e tentamos determinar as órbitas dos elétrons,
não os enxergamos exatamente, apenas medimos e deduzimos, muito embora fotos
recentes atribuídas aos mesmos nos deem uma panorâmica bem diferente do que os
livros escolares nos ensinaram. As medições só são possíveis em função de suas cargas
elétricas e seu comportamento. E este comportamento tem uma razão de ser e é padrão
em todos os átomos. Só diferem no número de elétrons, prótons, nêutrons e outras
partículas. (Eu sei que o que estou falando é óbvio, mas faz de conta que o leitor não
sabe - só para me dar um incentivo.)
A composição química de uma célula é intrincada e pode ser imitada. Construindo
uma célula artificial com a mesma composição química da célula verdadeira, esta não se
reproduz porque falta o elemento vital. Uma pele artificial não se regenera, mas auxilia
na regeneração da pele natural, o que é um grande avanço.
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Como enxergamos e deduzimos o comportamento do átomo, são questões que já
estão mais do que explicadas, não há muita novidade. Entretanto, ao longo do século
dúzias de novas “partículas” foram descobertas e aquele velho átomo já não é mais o
mesmo. E não é demais afirmar que novas “partículas” ainda serão encontradas, é tudo
uma questão de tempo. Estas, sempre estiveram lá, nós que ainda não tínhamos
percebido.
E, para desvendar este mistério sobre as “partículas”, que tal penetrar no átomo
em uma viagem fantástica como nunca antes havia sido feita. Pode parecer inexequível,
mas lembre da história do “ovo de Colombo” na qual todos duvidavam que ele pusesse
um ovo de pé? Pois então, numa manobra simples de bater suavemente com o ovo na
mesa, quebrando-o levemente, assim foi feito. Todos disseram que assim também seria
fácil e Colombo perguntou por que não fizeram.
Então, vamos viajar:
Para esta viagem vamos nos precaver e vestir uma roupa adequada, aquela usada
pelos astronautas da NASA, óculos especiais que percebem UV, Infravermelho, ondas e
radiações de todos os tipos conhecidos. Sensor de Obstáculos nunca é demais.
Espectrofotômetro portátil e reserva de oxigênio, talvez seja o suficiente. Para que a
viagem seja um sucesso, vamos escolher uma molécula simples como a da água e não
esqueçamos, ou temos que aumentá-la até o nosso tamanho, ou temos que nos encolher
para poder penetrá-la. Já estamos a caráter e tanto faz, vamos diminuir nós mesmos. Para
começar, deixemos cair uma gota d’água num ambiente liso, fixamo-nos e nos
concentramos na gota. Ah, não posso esquecer que devo ligar o ar condicionado para que
o ambiente não evapore a gota d’água, vai que ela vaporize e eu fique pelo ar junto com a
umidade, tenho medo de altura!
Dirijo-me lentamente até a superfície esférica daquela gota, e cada vez mais
diminuindo o meu tamanho. Vou encolhendo, encolhendo...
A gota, na minha perspectiva vai aumentando, aumentando...
Já não é mais uma gota, é uma coisa enorme e transparente, ou quase, tem muito
brilho!
Tem luz no ambiente e dentro daquela montanha redonda de água estou
conseguindo ver um arco-íris e é muito bonito!
Mas..., opa! Tem um paredão redondo na minha frente!
Tinha esquecido, a Tensão Superficial que mantém o formato da gota é difícil de
transpor. Se eu não conseguir atravessar, será impossível fazer esta viagem. Terei que
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perfurar com o cuidado de não desfazer a gota, o que será quase impossível, a julgar pelo
meu tamanho.
O triste é que não esperava que isto acontecesse e não trouxe ferramenta adequada,
vai ter que ser na base do encontrão! Tento, mas não acontece nada, tenho que encolher
mais, talvez assim facilite a minha entrada.
Ufa! Acho que consegui passar.
Depois de atravessar este paredão, aliás, já nem era paredão mais, a viagem
começa para valer e será uma longa jornada. Não sei quanto tempo irei manter-me neste
processo de encolhimento, tenho que entrar logo, mas se não der tempo, a única
alternativa será visitar as moléculas da periferia, afinal de contas é isto que interessa.
Tenho que rezar que estas não se desprendam e me levem junto.
Mas como reconhecer que estou no caminho certo? Acredito que, quando as
condições do ambiente mudar radicalmente pode ser que eu esteja lá.
Teoricamente se eu encontrar algum vácuo, que é aquele espaço atômico que tanto
fala os livros, talvez seja a viagem real.
Já não sinto mais a água, o ambiente é seco eu tenho que controlar o ar e a pressão
da minha roupa, sinto-me em outro mundo.
Meus sensores deram o alarme e fixo o horizonte e vislumbro um emaranhado de
círculos, para mim muito confuso. Meus medidores não dizem muita coisa. Quando mudo
a configuração dos meus óculos, algo me chama a atenção: os círculos que estou vendo se
assemelham a campos de energia, pelo menos é assim que concluo. Nunca vi nada igual.
Já estou muito próximo do objetivo, depois de um longo silêncio, enfim alguma
atividade. Estou chegando.
Aqueles “círculos” estão à minha frente e já não os enxergo claramente, a única
coisa que sinto é uma força me atraindo e aumentando cada vez mais. É uma sensação
estranha, estou entrando numa área que jamais algum homem tenha entrado. É um
mundo novo. Posso até papagaiar o que disse o astronauta quando pisou na Lua: “Um
micro passo do homem e um passo gigante para a Humanidade”.
Meus instrumentos estão malucos, não dizem coisa com coisa. Estou sentindo um
formigamento em todo o meu corpo, dá para concluir que estou passando por um desses
anéis ou círculos que eu tinha avistado antes. Tenho que ajustar meus equipamentos, para
poder medir o que está acontecendo, é um campo muito forte de energia. Eu posso sentir
também a força da gravidade que aumenta paulatinamente. Pelo que me lembro de ter
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estudado nos livros de física, esta zona circular que estou atravessando neste momento só
pode ser uma órbita eletrônica. Mas porque não passa nenhum elétron por mim, meu
sensor de proximidade não acusou nada até agora? Eles são as vedetes da ciência, onde
estão eles? Meu medo que um deles colida comigo, a minha roupa não vai suportar, era só
o que faltava eu ser atropelado por um elétron maluco e o meu enterro como vai ser?
Tenho que sair logo daqui e o único caminho a seguir é o que está me puxando, já
não tenho mais controle.
Meus óculos depois de ter sido ajustado já conseguem detectar alguns anéis
entrelaçados. Agora lembrei que isto é uma molécula de água, são poucos elétrons, por
isso enxergo poucos círculos. Se é que eu aprendi bem a lição, estes anéis são de
hidrogênio e oxigênio num envolvimento muito íntimo. Mas onde estão os elétrons destes
dois parceiros? Se for partícula, daqui a pouco vai esbarrar em mim este é o meu temor.
Nem sei como é a cara dele. E se for uma bola gigante? Meus sensores não identificam
nada sólido nas proximidades.
Não tenho escolha, estou indo direto ao centro destes círculos de energia, foi um
sufoco atravessá-los e parece que estou no vácuo novamente. O caminho deve ser longo,
ainda bem que estou abastecido de oxigênio e as baterias estão com carga.
Mergulhei num silêncio absoluto, aparentemente. Opa! Parece que tem festa por
aqui, deve ser pela minha chegada. Tem um monte de fogos de artifícios explodindo! Pena,
não é festa, o que vejo são as tais de “novas partículas” se exibindo para mim, e olha que
são bem mais do que o pessoal lá de fora conhece. Não vou olhar muito porque se alguma
resolve me fulminar, acabou a minha alegria.
De repente meus instrumentos captam algo que aparece e desaparece, estou
procurando neste espaço a sua localização. Opa! Espera aí! De vez em quando aparecem
uns pontos luminosos mais salientes que a festa dos outros, pelo menos é o que parecem.
Aqui tudo é estranho, a gente pensa que é uma coisa, mas é outra. Será que são os Bósons?
Ou Quarks? Não sei, mas farei o registro, quando eu voltar desta viagem, alguém terá que
me explicar. O mais interessante é que só vejo estes lampejos próximos aos círculos que
ficaram para trás. Olhando mais detidamente, parecem ser pequenos círculos e quando
tocam o anel de elétrons, solta uma faísca... São muitas e diversos tamanhos. Tomara que
eu encontre o habitante famoso, cujo nome é Bóson de Higgs, sua fama é porque ele dá
massa para as outras partículas, estranho, porque a única massa que vejo neste ambiente
é o pão de sanduíche que eu trouxe para o lanche. Eu acho que os cientistas se
confundiram com as suas medições, mas quem sou eu para contestar, deve ter sido outro
átomo que eles visitaram. Deixa para lá! Na volta eu vejo com mais atenção, quero ver o
núcleo, aliás, não sei até que ponto eu vou encolher, já estou incomodado. Estou me
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sentindo muito pequeno. Ah, se este tal Bóson realmente existe, de onde ele veio? Do nada
eu tenho certeza que não foi! Aliás, por causa da sua importância deveria ser promovido
de partícula subatômica para outra mais nobre. Estou inclinado a pensar que até o ato de
medir o que estou agora presenciando pode interferir neste equilíbrio, e neste caso as
medições podem não ser as verdadeiras. Mas quem sou eu para duvidar de alguma coisa,
sou apenas um curioso mero nano viajante.
Fui avisado que a distância dos elétrons até o núcleo é proporcionalmente longa e
os elétrons são muito menores que os nêutrons e prótons. Até agora não avistei nenhum
elétron, aquela bolinha bonitinha que a gente vê desenhada nos livros de física, será que
eu estou no lugar certo? Se eu errei de lugar, encontrei um novo. É um avanço pelo menos.
Opa! Graças a Deus! As coisas estão mudando!
Fiquei mais animado porque lá no fundo o núcleo já deu as caras. Meus
instrumentos estão ouriçados. A gravidade é imensa, o zumbido começa a atazanar os
meus ouvidos, mas por enquanto não vou retirar os fones, quero aproveitar cada evento.
Estou meio decepcionado, é de novo um emaranhado de anéis, só que mais robustos,
a agitação é grande! Cadê os nêutrons, cadê os prótons, aquelas esferas maravilhosas que
ilustram nossos livros de ciências? Que decepção!
É uma barulheira danada, parece uma feira do peixe! Este entrelaçamento gera um
zumbido ensurdecedor. Ondas Gravitacionais? Talvez.
Enfim estou no núcleo!
Está na hora de fazer o relatório, medir tudo que for possível, se é que vou
conseguir! Medir o quê? A única coisa certa é que a gravidade neste local é muito grande.
Não consigo medir a consistência destes campos, todos estes anéis rodando me dão
calafrios. Talvez sejam os nós quânticos. ( de novo esta palavra “quântica”...).
Estas “partículas” são muito nervosas.
Eu acho que os meus instrumentos estão confusos, estão todos no fim da escala. Não
dá para ter noção nenhuma assim!
Estou desconfiando que aqueles cientistas ao afirmarem que os elétrons não são
partículas devem estar certos, pois nem sequer as encontrei.
Com relação ao núcleo, pensei encontrar alguma coisa que representasse alguma
massa, o que sinto é só uma força “gravitacional” muito intensa. Falar em massa me deu
fome de novo, não sei quanto tempo estou nesta empreitada.
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Não tem massa, como pode ter gravidade? Então não é a massa que gera a
gravidade!
Lembrei-me que tenho de ter cuidado com este núcleo, dizem os cientistas que
mexer nesta estrutura é muito perigoso, pois pode ocasionar uma explosão. Que medo!
Estou brincando com o perigo. O máximo que pode acontecer é explodir a gota d’água e
me dar uma baita dor de cabeça. Mesmo assim não vou arriscar. E se houver alguma
radiação vou morrer sem saber, e aí então ninguém saberia da minha viagem.
Vou adentrar mais ainda o núcleo.
Ainda bem que me lembrei, eu poderia ter combinado quimicamente ao ultrapassar
o círculo de elétrons. Poderia ter transformado a gota em outra coisa, poderia ser um
ácido e eu ser corroído todo ou a combinação química com o meu corpo poderia ter
gerado um sólido e eu ter sido sepultado vivo para sempre. Ufa, ainda bem que não
aconteceu, pois estou tão insignificante que não consigo nem gerar uma combinação
química!
Voltando ao núcleo, está difícil ultrapassar estes anéis, eles parecem mais espessos e
mais poderosos que os anéis eletrônicos. Mas eu tenho que ir lá dentro, já me frustrou por
não ter encontrado as “partículas” que todos alardeiam lá no mundo externo de que elas
existem, eu devo ir adiante para valer a viagem. Sei que está difícil vencer estes anéis
nucleares, mas estou tão micro que me tornei um nano viajante. Tentarei passar por eles
para matar a minha curiosidade. O núcleo parece, pelas suas características, um campo
enorme para pesquisa. São nêutrons, prótons e anéis, para mim que estou aqui de corpo
presente é uma confusão de anéis de energia. Aqui tudo gira numa velocidade louca e não
tem partícula nenhuma. São uma fábrica de fazer barulho e anéis circulares, todas na
mesma velocidade, eu acho, e cada uma tem seu lugar, pelo menos neste átomo. Tomara
que seja o de Hidrogênio, pois sei que ele é muito comum em todo o nosso planeta, mas é
difícil identificá-lo, talvez seja o Oxigênio, que deveria ter pelo menos uns oito anéis. A
confusão é grande por aqui.
Não sei o que vai acontecer se eu for mais fundo no núcleo. É um dilema. Posso
interferir na sua estrutura e que pode acontecer é imprevisível. Vou tentar. Agora me
lembrei: Disseram que o Grande Acelerador de Partículas poderia ter explodido tudo na
sua volta quando houvesse uma colisão de alguma partícula e nada aconteceu.
Estou mais tranquilo, tem cientista que é meio sensacionalista mesmo.
Não tentei mandar nenhuma mensagem para o ambiente externo, pois sei que o
sinal não iria chegar, se eu morrer aqui, eu serei esquecido e não poderei receber nenhum
prêmio pela minha viagem inédita, meu ego vai sofrer muito. Imagine no futuro alguém
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dizer o seguinte: “Ali naquela micropoeira jaz morto um observacionista”. Não ficaria
bem.
Vou para o sacrifício, as descobertas ficarão comigo, se é que vou morrer, fenecerei
egoisticamente. Já estou ouvindo alguém gritar no meu ouvido: Vai lá cão coragem!(o cão
covarde)
Vou adiante, nada me deterá!
Estou vislumbrando algo que parece um túnel. Os anéis protônicos, neutrônicos e
outros, é o meu céu, estão em toda a minha volta e se afastam cada vez mais. Fiquei tão
pequeno que o núcleo do átomo tornou-se um mundo gigante para mim. Algo me diz que
tenho de entrar naquele túnel. Ele é curto... Ah, meu Deus! O que é isto? Estou novamente
num espaço, e este eu nunca tinha visto! Lá no fundo são muitos os pontos luminosos!
Está frio demais, estou solto num espaço extremamente grandioso! Estou aturdido,
é inacreditável o que estou vendo, tudo me parece familiar. Meus instrumentos pararam
de funcionar, o sensor de gravidade está zerado e a pressão externa, espera aí, estou no
vácuo absoluto! Graças a Deus optei em viajar com roupa de astronauta!
Estou sentindo que algo me segura com força pela cintura... Não acredito! É um
braço mecânico de uma coisa parecida com avião me puxando! Não é possível! Acho que
desta vez eu morri mesmo!
Colocaram-me a bordo.
Realmente é fantástico, não tenho palavras para explicar o que está acontecendo.
Havia dois astronautas na nave que me aguardavam e um deles, surpreso e parecendo
não acreditar falou comigo: Hello man, what are doing here? Não respondi por que eu
estava em choque.
Depois de ter me recuperado, contei pausadamente a minha história, pois o meu
inglês é muito ruim. Eles me ouviram atentamente. Eu tenho certeza que eles não
acreditaram nem um pouco na história que eu narrei. Mas não tem nenhum problema.
O certo é que eu fui lá e descobri que o elétron não é partícula e nem sequer
uma onda, é apenas um campo de energia que se comporta, quando o medimos, como
partícula e como onda. Esta é a verdade. A massa é dada pelo entrelaçamento de anéis
de energia no interior do átomo. Devo ter passado pelo Campo de Higgs e outros. O fato
de, segundo a teoria, a massa ser criada dentro do próprio átomo infere-se que no seu
nascimento seja desprovido desta, o que atende aos requisitos da minha tese de que
não existe massa nas “partículas”. A teoria de que uma “partícula” dá massa para
outra “partícula” é a repetição da Teoria da Geração Espontânea. Não é plausível.
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O mais importante disto tudo é a comprovação de que nos confins do núcleo
atômico uma janela se abre para o Universo. São os limites que se encontram, e, este
efeito eu denominei de Efeito Ampulheta.
É a teoria do círculo que se comprova na prática.
Talvez seja esta a fronteira onde o tempo e o espaço se dobra e surge
resplandecente o Universo! É para este ponto comum a todos os átomos que ele retorna
depois da longa viagem de expansão e de onde partirá para uma nova jornada.
Não existem barreiras finais, existe o instante em que tudo muda de direção,
voltando ao princípio num eterno pulsar.
Tenho na minha cabeça, (pena que não pude comprovar, pois tive medo de que
algo de ruim me acontecesse), se, de alguma maneira eu pudesse interromper um
daqueles movimentos circulares, tudo se desmancharia, pois o que mantém íntegro o
átomo são aqueles campos de energia diferentes entre si. No núcleo os campos eram
tão “densos”, que pensei não poder ultrapassá-los. Tiveram alguns eventos que
presenciei, mas não consegui entender o que eram. No interior do núcleo haviam
pequenos anéis aprisionados e não conseguiam ultrapassar os poderosos anéis
circulares dos prótons. Meu “chutômetro” me diz que podem ser os neutrinos, mas é só
especulação. O ideal seria que um cientista fizesse esta viagem.
Pude ver também o quão vazio é o átomo e se atentarmos ao fato de que ao invés
de encontrar partículas sólidas e substanciais, encontramos círculos de energia. O
átomo é um vazio só! Moléculas são vazias! Tenho a convicção que a massa e o peso da
molécula são resultantes daquelas forças circulares que presenciei, e aí meu amigo, nós
estamos diante de algo inédito na Física!
Apaguem tudo que está escrito nos livros e refaçam os seus cálculos,
porque a matéria não provém da matéria!
Tudo é um composto de vazios.
Somos um composto de vazios. (Se bem que muita gente que conhecemos é vazia
por natureza.)
São tão poderosos estes anéis de energia que, para rompê-los, exige outro tanto
de energia e o estrago é enorme. Agora eu entendo o porquê do Sol emitir neutrinos,
são aqueles pequenos anéis de energia que estavam presos no núcleo. Desfazer aqueles
cinturões de energia do núcleo somente o Sol com a sua força poderia fazer com certa
facilidade.
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Aqueles anéis podem ser a manifestação de uma energia latente, embora não se
saiba exatamente a natureza desta energia. Mas ela está lá.
Onda, neste caso, nos remete a oscilação e consequentemente a uma frequência.
Talvez haja um problema de semântica facilmente resolvível. Se mudássemos a palavra
“onda” para um “campo circular” de energia, ficaríamos mais próximo da realidade.
Tenho convicção que este movimento sustenta a matéria e é uma das
principais características do Universo. Neste contexto a sua expansão pode ser
encaixada como sazonal e periódica.
Se na recente viagem que fiz eu tivesse a coragem e o “poder” de interferir em um
daqueles círculos de energia, talvez tivesse parado um deles e aquela pequena parte da
gota teria deixado de existir, ou pelo menos aquela molécula sumiria.
Estes movimentos não envolvem a Física e nem a Matemática – são próprios da
natureza universal. E mais uma vez tenho de admitir a intimidade que tem a mente
humana neste processo.
Somos seres racionais e criativos, embora nos apequenemos diante do grandioso
Universo. Não há grandiosidade que não possa ser explorada pela mente humana.
Se lá no fundo atômico, os campos de energia entrelaçados formam uma molécula
compacta e palpável, na nossa mente poderemos criar campos de energia, não igual,
mas o suficiente para contrapô-las. Sem medo de errar, afirmo que, é muito mais fácil
do que pensa a maioria, os nossos arranjos neuronais interferirem sobremaneira
naqueles anéis circulares do que o contrário.
Lá - no centro nuclear – a vida latente está ativa, foi a minha impressão. Mas tal
vida latente está em tudo num contexto mais amplo.
Num experimento tão simples, como atirar uma pedra no laguinho e a
formação de ondas a partir do impacto da pedra, não nos dá a resposta exata,
mas demonstra claramente a manifestação provocada por algo invisível: Não é a
pedra que causa a onda e sim o seu impacto!
Todo e qualquer equipamento construído pelo homem para fazer medições, nada
mais é do que a extensão dos seus cinco sentidos, por mais sofisticado que estes
aparentem ser.
Se a natureza do elétron fosse definida como manifestação não haveria esta pulga
atrás da orelha de muitos estudiosos. Para os medidores ele comporta-se como
partículas ou é esta a única maneira que conseguimos determinar a sua existência.
64
Vamos parar por alguns instantes e pensar nas possibilidades que o homem tem e
terá no futuro em termos de descobertas e invenções.
Através da miniaturização do transistor associada à lógica booleana criamos o
chip que revolucionou a computação eletrônica. A partir de uma lógica simples
chegamos aos supercomputadores que nos ajudou ainda mais nas pesquisas científicas.
Os equipamentos de diagnósticos médicos chegaram a tal ponto que jamais
imaginaríamos que chegássemos neste estágio. E com certeza vamos avançar ainda
mais.
Fomos à Lua e Marte. Prospectamos cada vez mais fundo na crosta terrestre.
Desenvolvemos novos tipos geradores de energia para suprir as necessidades da
humanidade.
As viagens espaciais nos proporcionaram novos inventos.
Conseguimos ver o Universo com olhos cada vez mais potentes e chegaremos
cada vez mais longe. Muito se descobriu do Universo. Desenvolvemos a nanotecnologia
e montamos um acelerador de partículas para melhor “olhar” as “partículas”. Estes são
alguns exemplos destes avanços. Um mundo até bem pouco tempo desconhecido se
descortina à nossa frente e ainda haverá novos benefícios para humanidade.
E quais são as nossas necessidades? Saúde, mobilidade, alimentação, moradia,
lazer, conforto, autoestima e saúde mental, informação, educação e segurança. Sempre
caminhamos neste sentido. Embora difícil, mas provável, num futuro não muito
distante algumas questões estarão plenamente resolvidas. Muitas vezes com medidas
simples de caráter meramente gerencial já deveríamos ter debelado problemas como a
fome, a mortalidade infantil e a segurança.
Toda a tecnologia está disponível para todos.
Novas ligas metálicas leves e resistentes, novos materiais, novas fontes de
energia, curas para doenças até então incuráveis, meios de transporte mais rápidos e
seguros e novas formas de produção de alimentos são os nossos objetivos.
Em cada um destes campos muitas alternativas ainda vamos descobrir, mas não
sabemos e nem sequer poderemos prever, porque é muito complicado determinar o
que será no futuro. Os maiores especialistas normalmente erram fragorosamente ao
fazer suas previsões.
65
Para nosso desalento, apesar dos grandes a avanços, em países onde a
democracia ainda não se faz presente, a tecnologia não é usada para resolver
problemas básicos da população, pois é desviada para outros interesses.
Na idade remota, as alusões ao futuro sempre se basearam naquilo que era do
conhecimento da época, então vejamos:
No futuro, diziam eles, os cavalos seriam mais robustos e mais velozes; as espadas
não perderiam o fio com tanta facilidade; protetores mais eficientes contra o golpe de
lanças seriam produzidos; os escravos e servos seriam abundantes; as carruagens seriam
mais confortáveis; as pessoas abastadas poderiam tomar banho quase todos os dias; as
privadas teriam um sistema mecânico que movimentaria grandes leques para espantar as
moscas; não mais seria preciso lançar os pinicos cheios nas ruas onde as pessoas
transitavam, porque as pessoas teriam um protetor contra estas fezes; seriam
desenvolvidas modernas fazendas para criação de escravos para toda e qualquer tipo de
tarefa, etc.
Sei que há um exagero da minha parte, mas uma das realidades era esta, os
penicos eram esvaziados desta forma, tanto que, em Londres foi criada uma Lei
proibindo tal prática...
Por isso é muito complicado tentar adivinhar o futuro.
Quando me referi à lógica computacional e ao antigo transistor, quis apenas
salientar que estes foram a base do enorme avanço na computação que temos hoje. A
tela fina e flexível era inimaginável e tem base no que acabei de citar.
Fazendo o caminho inverso, do processador moderno para o primeiro chip, deste
para o transistor, o diodo, a dopagem do germânio e do silício e desses para a dúvida
dos cientistas sobre qual a utilidade desses dois metais, a pergunta é: Imaginariam os
cientistas da época sobre as possibilidades desses dois metais? Com certeza não
imaginariam.
Dom Pedro II já no final do reinado no Brasil, ao visitar uma feira de ciências,
ficou frente a frente com o protótipo do primeiro telefone e perguntou: Para que serve?
A resposta foi: - Para se comunicar.
E ele sem dar muita importância, retrucou: - E precisa?
Foi um caminho longo até o invento do telefone, assim como foi longo o caminho
percorrido até a invenção do rádio. Foi longa também a trajetória do primeiro avião.
Todos estes maravilhosos inventos se deram próximos e a estreia de todos eles juntos
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se deu na Primeira Guerra Mundial, para o horror de todos nós. Contudo, estes inventos
foram consagrados como grandes avanços e a partir de então desencadearam mais
novos inventos e novas descobertas.
O computador teve como “ancestral” uma máquina que decodificava.
Os primeiros programas de computador eram cartões perfurados. Estes
programas eram feitos numa linguagem antiga chamada Fortran, dentre outras. Este é
o exemplo do quanto nós avançamos.
Inventamos tantas coisas até a metade do século vinte até que, paulatinamente os
cientistas passaram para a pesquisa de coisas menores e o porquê dessas coisas. Os
estudiosos se voltaram mais intensamente para o estudo do átomo, principalmente
depois de terem fabricado os primeiros artefatos nucleares. A tônica que efervesceu
essas pesquisas foi a fabricação de equipamentos cada vez mais elaborados,
culminando com o acelerador de partículas atual. Ainda existe a dúvida se a gravidade
cria a massa ou a massa cria a gravidade. Na viagem que fiz ao centro do átomo, eu
descobri que aqueles anéis de energia entrelaçados geram a gravidade e a massa. Que
me perdoem o pessoal do Grande Acelerador de Partículas, os anéis que vi não
“aparentavam” ter massa. Posso ter ido ao endereço errado, mas só o passeio já valeu à
pena!
É certo que os corpos celestes andam em círculos. Ao olhar as galáxias – ou suas
fotos – vemos movimentos circulares bem nítidos. Luas circulam nos seus planetas,
planetas nos seus sóis e sóis nas suas galáxias e estas circulam no Universo. O
movimento circular perpétuo é o mesmo dentro de um átomo.
Sabemos mais ou menos como é o nosso Universo. Talvez uma pequena distorção
aqui e outra ali, ou uma medição com pequeno desvio nos parece suficiente para
desvendar muitos mistérios ou para encontrar muitos outros mistérios também. É o
que temos por enquanto, como dizem alguns: “É o que a casa oferece”.
Perambulando neste vácuo infindável, estão: asteroides, diversos tipos de
planetas, luas, meteoros, cometas, diversos tipos de estrelas, etc. Todos se movem em
círculos e em rotação. No Universo nada existe estático.
Se descartássemos por completo a teoria do “big bang”, a origem do Universo
visível ficaria mais distante da nossa compreensão.
A Teosofia afirma que o Universo tem dua situações, ora manifesto, ora no
Pralaya(sem atividade), e quando infere para estes períodos um determinado
tempo cai no vício do determinismo.
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Seria justo, não que eu aceite de pronto esta assertiva, afirmarmos que o
Universo se manisfesta na expansão e se manifesta na concentração.
Em sendo assim, esta pulsação tem algum sentido que nos foge ao nosso
entendimento. A não ser, é claro, que tal pulsar é a manifestação de vida do Universo,
analisando-o metaforicamente. E para clarear mais este limiar entre a metáfora e a
realidade, voltemos ao círculo para explicar esta questão.
Analisando o círculo sob a visão tridimensional, nos parece bem nítido,
didaticamente, a linha que se curva e se fecha e nos mostra uma figura que não tem
início e nem fim. Entretanto, o campo interno do círculo delimitado por ele mesmo, nos
demonstra que pelo menos algo no círculo tem uma limitação, mas ainda não podemos
dizer se este limite é o fim ou o começo da área circunscrita. Coloquemos o Universo
nesta área, e porque está em expansão, vai de encontro ao limite do círculo, surgindo de
um ponto aleatório desta mesma área.
Depois da expansão universal, de que maneira tudo retorna ao ponto, se é que
isto necessariamente tenha que acontecer? De duas maneiras: ou retorna fazendo o
caminho inverso dentro do círculo, ou desaparece no limite e aparece novamente em
algum ponto dentro do círculo. A segunda é a mais aceitável sob o ponto de vista
dimensional. Porque o que excede o limite do círculo ingressa em outra dimensão, que
pode ser a quarta, quinta, sexta, etc. Não sabemos. Se aglomera no mesmo ponto inicial,
dentro do próprio Universo e recomeça a caminhada na terceira dimensão.
Este é o Efeito Ampulheta, onde corpos que se expandem de um ponto,
retornam ao mesmo ponto, num processo contínuo e eterno. Este efeito acontece
quando algo muda de dimensão e retorna a dimensão anterior, aquela que
percebemos.
Este é o meu ensaio ficcional e antes que algum douto me chame de
“empírico”(no sentido pejorativo) quero deixar claro que o que escrevo é baseado nas
minhas observações, sempre. Se em algum momento demonstro a sabedoria ou
conhecimento das áreas que não domino, é por pura teimosia que me é pertinente. Não
quero ofender a quem quer que seja, pois ficção é a democracia das palavras. É muito
mais nobre de minha parte admitir a não sapiência do que discorrer sobre “Et’s Bilus”.
(Os ufologistas sabem do que eu estou falando).
O Et Bilu é um suposto extraterrestre que aparece no interior do Mato Grosso do
Sul(Municipio de Corquinhos). Ele sempre fala protegido por um moita, durante a noite e
imitando um voz infantil. Qualquer criança de inteligência mediana vê de pronto a fraude.
É uma pena, pois, para os ufologistas, este é um tiro no próprio pé.
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A farsa e a fraude estão a espreita sempre com o intuíto de nos pegar,
principalmente os menos avisados. Espero pacientemente que reconheçam o esforço na
explanação das minhas idéias e conclusões. Se estas não vingarem, por favor, não me
façam cair no constrangimento de um dia, eu passar pela Rua da Praia, aqui em Porto
Alegre, alguém me interpelar e dizer: - Li o teu livro! E eu ter que retrucar: Ah, foste tu!
Se assim for, vou fazer poesia. Posso tropeçar na concordância, no sinônimo, sem
que o “som” e o “sentimento” da poesia se perca. Mas também não quero ser lembrado
por uma única poesia, igual o que acontece com o nosso querido e falecido poeta de
Porto Alegre. Quando alguem fala o seu nome, vem a cabeça o poema do “passarinho”.
Não que ele tivesse um passarinho de estimação ou uma criação. Era do poema mesmo,
cujo pedaço é: “aqueles que atravancam o meu caminho, eles passarão, eu passarinho”.
Eu – no passado - também fiz poesia, e não gostei do que escrevi. Para fazê-la, tem de
ser poeta, e além de sê-lo tem que se permitir. Ser poeta é ser o tradutor dos devaneios
dos anjos. Nesta civilização agitada e consumista, a poesia é uma brisa de palavras que
refresca a nossa alma.
O que discorri tem como objetivo argumentar que o pensamento é de nossa
propriedade e expressá-lo é o nosso direito como ser humano.
Ah, não posso esquecer de escrever o meu poema, do contrário o leitor vai pensar
que eu menti, aí vai:
Eu e o Tempo
No passar do tempo
No tempo sem vento
Na calçada sem pedras
Nos meandros
A baderna
Na Lua sem diamantes
Do amante
No conluio
Na vidraça
Já olho sem graça
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O banco está vazio
Vou pra casa
Que frio
Passa das cinco
O sabiá com afinco
Zonzeia
Divagar não me chateia
O tempo é que me odeia
Este universo de criação, escrita, poesia, sentimento, liberdade, opinião e
todos os belos subjetivismos do homem o fazem “Senhor de Tudo”.
Não me venham com a cantilena de que seres muito superiores e mais
espiritualizados nos observa. Nós observamos a nós mesmos. Somos o centro no
contexto do Universo, tanto é verdade que ele está a nossa disposição.
“Tiramos o pé do chão”, fomos para órbita terrestre e à Lua. Enxergamos
cada vez mais longe. Adentramos paulatinamente o espaço sideral. Nossas pequenas
naves estão abrindo caminho para nós. Somos recentes neste planeta e muito já
progredimos. Literalmente o céu é o nosso limite.
E para melhorar a didática sobre a compreensão da figura do circulo
relacionada diretamente com a vida, é justo que se façam duas considerações:
A vida provém da vida.
Só a vida é capaz de perceber outra vida.
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A FORMA DO UNIVERSO
“Teimo e insisto em afirmar que o Universo é uma grande esfera imaginária e
limitada somente pela mente humana.”
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A FORMA DO UNIVERSO
Einstein quis saber sobre a forma do Universo.
Parte da comunidade científica atual diz que o Universo é uma enorme tábua.
Alguns cientistas, através de cálculos, observações e medições conseguiram –
pelo menos num primeiro momento – atribuir ao Universo alguma curvatura. A única
coisa que posso dizer é:
- Aleluia!
- Graças a Deus! Enfim, alguém do meio científico está prestes a concordar
comigo!
Desde que eu me conheço observacionista, afirmei sobre a não planicidade do
Universo.
Jamais concordei que ele fosse um pranchão ou uma tábua. Estas considerações
são bem típicas de um determinismo tridimensional.
Voltando ao meu texto, por diversas vezes referi sobre a esfericidade dos corpos
celestes, os movimentos circulares, anéis, ciclos e círculos. Colocar tudo isto numa
grande tábua de largura infinita, comprimento infinito e espessura também infinita são
muita teimosia tridimensional. Estaríamos dentro de um paralelepípedo infinito? Tal
delimitação infinita e geométrica é por si só paradoxal.
Tomando como certo o ”big bang”, os corpos que fossem lançados no sentido
longitudinal da grande tábua iriam para um infinito mais distante do que aqueles
lançados no sentido transversal, seu infinito seria mais próximo. Meu cérebro vai ter
um “treco”! Como imaginar infinitos diferentes?
Eu nem vou me estender muito na forma do Universo, pois o meu “tico” e o meu
“teco” já estão se digladiando querendo dar mais palpites.
O Universo já foi dado como cilíndrico por alguns membros da comunidade
científica.
Já foi formatado esfericamente. (Eu)
Não demorará muito teremos outras formas geométricas, de acordo com o gosto
dos fregueses.
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É provável que alguém dê a ele o formato de um diamante, cheio de estrelas
cintilantes no seu interior. Seria maravilhoso, pois nas declarações dos apaixonados
seria ofertado o Universo para a sua amada como prova de amor. (Ou para o seu
amado)
Teimo e insisto em afirmar que o Universo é uma grande esfera imaginária
e é limitada somente pela mente humana.
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OS LIMITES
O que são limites?
Esqueçam a matemática, não é sobre isto que estou falando.
Os limites que me refiro é aquela faixa tênue de mudança de evento qualquer.
Analisemos o dia e a noite, quando termina um e começa outro?
Quando termina a noite e os primeiros “fótons” aparecem no horizonte, nos dá,
mesmo que aproximadamente, a dimensão do limiar entre o claro e o escuro. Paramos
o tempo e adentremos nesta linha imaginária profundamente. Veremos uma zona
acinzentada e dificilmente encontraremos a tal linha, pois na prática ela não existe.
São raras as circunstâncias em que ficam claramente definidas as mudanças,
porque vivemos acelerados o tempo todo.
Se vivêssemos um segundo como se fosse um minuto, e um minuto como se fosse
uma hora, a nossa análise do mundo seria mais eficaz.
Se as pedras observassem as plantas, diriam que elas estão muito aceleradas.
Do ponto de vista do observador a sensação do que é observado não é a
mesma coisa do que se o observado estivesse observando a si mesmo.
Só definimos algo fazendo comparação com o que já conhecemos. O mesmo
acontece com as medições que fazemos.
A terceira dimensão pressupõe que haja anteriormente uma primeira e segunda
dimensão, por uma questão semântica, lógica e sensata.
Se a terceira dimensão diz respeito às três dimensões que observamos nas coisas
e no universo, estamos diante de um erro semântico, talvez um erro de definição.
A dimensão observável tem três dimensões, logo, esta é a primeira dimensão.
Pronto.
Se pensarmos assim, poderia parecer lógico e sensato que existiriam dimensões
acima: segunda, terceira, quarta, etc.
Pergunto: Porque tem de haver dimensões que nem sequer imaginemos como
seria?
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Os estados da matéria observável é a prova contundente de que o que
observamos é relativo.
E em se tratando de definir dimensões, além daquela que nos é familiar, a
terceira, qualquer conjectura é permitida. Aquela dimensão que for mais simpática será
a mais aceitável, pois com certeza o seu glamour não poderá ser provado na prática.
Neste sentido poderíamos afirmar que as coisas que os homens constroem
passam pela ideia, planejamento e execução. A ideia pertence a uma dimensão diferente
do planejamento e este da execução.
Os sentimentos bem que poderiam pertencer a uma dimensão em particular.
O que nos escapa é que “dimensão” remete obrigatoriamente a ação de
dimensionar, ou para ser mais exato, medir. Como medir uma ideia, um pensamento ou
um sentimento?
Então, aquilo que não conseguimos medir, isto é, não é dimensionável, não deve
pertencer a nenhuma dimensão! Dito isto, dimensão tem elo com o observável pelos
sentidos básicos do ser humano.
A manifestação física do mundo físico é o observável, logo, este mundo é a
única dimensão que nos é compreensível. A não ser é claro, que a palavra
dimensão esteja colocada erroneamente.
Se adentrarmos afoitamente nos supostos mundos paralelos e na natureza
espiritual do homem tentando dimensioná-los, com certeza vamos “dar com o burro
n’água”.
Voltando ao bóson de Higgs, que foi a menina dos olhos dos cientistas lá na Suíça
no acelerador de partículas. Para eles este era o que estava faltando para completar o
modelo atômico e em tese seria o responsável pela massa de outras partículas. Tudo
bem, quem somos nós para discordar, mas permanece a dúvida sobre a massa dele
próprio. E para gerar mais polêmica, não seria ele o responsável pelo comportamento
das partículas? Explico: Na minha modesta opinião o elétron é uma energia que ora
comporta-se como onda e ora comporta-se como partícula. A maneira pela qual o
observamos é que determina este comportamento. Poderia este tal bóson interferir nas
nossas observações. E mais, nossos cientistas já partiram da premissa que houve “big
bang” e a linha de pesquisa é na colisão de partículas e analisar seus efeitos. Ora, “big
bang”, teoricamente, foi uma explosão que teve origem em um ponto do Universo e os
corpos expandiram em todas as direções. Pela lógica não haveriam corpos vindo em
direção contrária para que houvesse estas colisões? Estranho...
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Se o “big bang” teve origem num ponto, pressupõe que todo o Universo estivesse
condensado neste ponto dentro do quê? Do próprio Universo! Do contrário deveríamos
afirmar que existem dois universos, o que tudo tem e o que nada tem.
Às vezes algum cientista dorme com os pés destapados, acorda de mau humor e
afirma que o “big bang” não existiu e que matematicamente os buracos negros não
existem(até ontem existiam). E também, algum astrônomo brigou com a sogra e
resolveu promover, de novo, Plutão a planeta. Ficamos a mercê do humor destes
nobres cientistas.
Se hoje o planeta Terra estivesse completando um ano de idade, o homem
haveria chegado ao planeta há apenas 12 minutos!
Dito isto, todas as afirmações, dadas como definitivas com relação ao Universo e
ao planeta Terra, não passam de teorias.
Somos pretensiosos demais em achar que sabemos tudo
Somos apenas visitantes recentes!
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CONCLUSÃO
Dito isto tudo, não queiram os leitores concluir que não estou inteirado das novas
descobertas científicas e dos novos experimentos.
Um mundo novo foi descortinado com o estudo das coisas muito pequenas. A
nanotecnologia veio para ficar. O estudo do computador quântico é promissor. A
plasmônica, spintrônica, supercondutores, processadores de luz, etc., são algumas das
novas pesquisas e que nos trarão muitas surpresas boas.
Nos últimos cinco anos, tivemos muito progresso em todas as áreas, e à medida
que avançamos no tempo, o progresso avança geometricamente.
Muitas previsões feitas por alguns cientistas de hoje talvez não se concretizem,
mas isto já aconteceu em todos os tempos, e nem por isso deixamos de avançar.
Um cientista de renome que trabalha no Colisor de Hadrons afirmou ter que
haver uma falha no modelo padrão e que ainda faltam 95% deste universo a ser
descoberto. Mais uma vez esta afirmação corrobora com a minha tese de que alguns
cientistas tem um vício determinista espantoso. É impossível delimitar o avanço neste
estudo ou em qualquer outra área. É como dizer que usamos tantos por cento do nosso
cérebro sem saber exatamente até onde vai a sua capacidade.
E mais, o estudo dos neutrinos em 2015 alterou o modelo padrão.
Temos alguma comprovação sobre os Buracos de Minhoca...
Medimos as Ondas Gravitacionais.
Hidrodinâmica com e sem equilíbrio
O modelo mais aceito para o início do Universo contempla uma rápida expansão de
uma singularidade, no que é conhecido como Big Bang, quando o próprio espaço-tempo
nasceu e expandiu-se, durante uma época conhecida como inflação cósmica.
Nesse modelo, nos 20 a 30 microssegundos após a explosão, o Universo era um mar
de plasma de quarks e glúons, com temperaturas e densidades muito elevadas. Os físicos
acreditam que esse plasma tinha características de um fluido, e usam equações de
hidrodinâmica para estudá-lo.
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Este texto acima não é meu, o encontrei num site de Inovação Tecnológica.
Reparem que os cientistas corroboram com a minha Tese da Hidrodinâmica na origem
de tudo.
Tentamos comprovar a todo custo “coisas” sobre o espaço-tempo. Continua
difícil. Talvez estejam equivocadas as premissas.
Nós determinamos o tempo, o espaço nós percebemos.
Alguns estudiosos, assim como eu, afirmam que o presente não existe. Fico
orgulhoso.
A Teoria das Cordas é um tiro no escuro. Matéria escura? Será?
Não quis neste meu ensaio confundir a ciência com a espiritualidade, apesar de
dar ênfase à postura mental do ser humano. E olho com muita cautela quando alguns
espiritualistas misturam espiritualismo com física quântica.
É certo que a física quântica trata de efeitos puramente físicos numa escala
subatômica. Também é certo que o espiritualismo trata das coisas subjetivas(não
físicas).
A interação com a parte física pode ser, ao meu sentir, num nível mais mental do
que espiritual, mas isto merece outro ensaio.
Muitas teorias inovadoras aparecerão e nós iremos acreditar. Mais adiante elas
serão contrariadas. Como sempre.
Ainda ouso a dizer, correndo o risco de ser massacrado, que as menores
partículas recentemente descobertas apenas comportam-se como tal e talvez até
apresentem alguma massa medível confundindo os observadores.
“Se a matéria em condições extremas transforma-se em energia, a energia
em condições similares produz a matéria mensurável.”
Sérgio Clos
Observacionista