A INTRÍNSECA RELAÇÃO ENTRE ASMA BRÔNQUICA E OS DISTÚRBIOS ALÉRGICOS - REVISÃO DA...
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A INTRÍNSECA RELAÇÃO ENTRE ASMA BRÔNQUICA
E OS DISTÚRBIOS ALÉRGICOS: REVISÃO DA
LITERATURA1
Alexandre Aguiar Pereira
Caroline Marinho Pereira
Camila Marsola Sandin
Geane Carla Guerra Oliveira
Fabiane Oliveira da Silva
Severino Florencio da Penha Neto2
RESUMO:
O objetivo do artigo é analisar, com base na literatura, as evidências científicas sobre asma brônquica.
Estudo de revisão da literatura com uma amostra final de 8 artigos, lidos na íntegra e dos quais foram
extraídos os focos principais de abordagem. Observa – se sobre o tema que a falta de informação sobre a
própria doença e precariedade dos métodos utilizados para controlar a mesma são, quase que literalmente,
fatores dominantes. A grande maioria dos profissionais e pacientes não compreende a relação da asma
brônquica com as manifestações alérgicas e assim tornam-se impossibilitados de encontrar mecanismos
que venham controlá-la. Desse modo, deduzi – se que os profissionais de saúde, juntamente com os
órgãos públicos responsáveis, devem organizar e efetuar práticas comunitárias para orientar as pessoas
que sofrem dessa doença e, desta forma, encontrar medidas de controle pessoal e domiciliar, objetivando
amenizar todo o sofrimento e dificuldade de quem é obrigado a conviver com os sintomas da asma e suas
consequentes manifestações alérgicas.
Palavras-chave: Asma brônquica. Alergia. Asma Brônquica. Alérgeno. Alergia. Asma
brônquica.
1. INTRODUÇÃO
O tema estudado é a intrínseca relação entre asma brônquica e os distúrbios
alérgicos. A asma brônquica é uma doença pulmonar de grande incidência em todo o
mundo, inclusive na Amazônia. É uma doença caracterizada pela inflamação das vias
aéreas, fazendo com que haja estreitamento da parede dos brônquios e consequente
dificuldade na respiração. Esse estreitamento se dá de forma reversível e pode ocorrer
devido à exposição de diversos fatores que desencadeiam uma crise. Essa obstrução da
1 Trabalho do seminário integrador do 2º ano/ Bloco I
2 Alunos da turma A do 2º ano/ Bloco I , Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do
Estado do Pará 3º semestre
passagem de ar pode ocorrer espontaneamente, por contato com algum alérgeno
extrínseco ou pelo uso de medicamentos.
As vias aéreas são tubos que permitem a passagem de ar. Elas iniciam pelo nariz,
continuam como nasofaringe e laringe (cordas vocais) e, no pescoço, tornam-se um tubo
largo e único chamado traqueia. Já no tórax, a traqueia se divide em dois tubos
(brônquios), direito e esquerdo, levando o ar para os respectivos pulmões, os brônquios
vão se ramificando e tornam-se cada vez menores, espalhando o ar. (LANÇA, 2001)
A mucosa que reveste os brônquios está constantemente inflamada por causa da
sensibilidade aumentada dos brônquios, chamada hiper-reatividade brônquica. Em uma
crise de asma, esta hiper-reatividade pode aumentar ainda mais as crises e determinar o
estreitamento das vias aéreas levando o indivíduo a tosse, falta de ar e chiado no peito.
Os fatores e os mecanismos que causam a asma são bastante complexos. Nem toda
pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser explicados a
partir de uma resposta alérgica a certos estímulos do meio ambiente ou outros fatores,
porém estudos mais atuais sobre o assunto já estabelecem uma relação existente entre a
asma e a manifestação de crises alérgicas. Cerca de um terço dos indivíduos asmáticos
possui algum parente com asma ou com algum tipo de doença alérgica. A asma
brônquica pode iniciar em qualquer etapa e faixa etária da vida e, na maioria das vezes,
inicia-se na infância e pode ou não durar pela vida inteira. (LANÇA, 2001)
A asma, habitualmente, apresenta uma íntima associação com outras doenças, como
a rinite alérgica (RA) e o eczema atópico (EA), cujo processo inflamatório também é
determinado pela reação alérgica. Essas doenças têm mecanismos inflamatórios
similares e, frequentemente, coexistem no mesmo paciente. (MACEDO, MENEZES,
KNORST et al, 2007).
Pesquisas têm demonstrado também que os pacientes com essas comorbidades têm
apresentado manifestações mais graves de asma, resultando em maior número de visitas
aos serviços de emergências e de hospitalizações quando comparados àqueles com asma
sem rinite, e acarretando maior comprometimento da qualidade de vida e maior custo
com o tratamento dos asmáticos. (THOMAS, KOCEVAR, ZHANG et al, 2005).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2005, 300 milhões de
pessoas ao redor do mundo sofriam de asma sendo que 255 mil pessoas morreram de
asma neste mesmo ano. Estima-se que, atualmente, 20% da população mundial
apresentam alergia e pelo menos 600 milhões de indivíduos têm asma no mundo. É
estimado que 1 a cada 250 mortes que ocorrem no mundo seja devido a asma.
(HARARI, 2011).
Aproximadamente 15 milhões de pessoas no Brasil sofrem de asma, sendo a
terceira causa de internamentos dentro do Sistema Único de Saúde. Somente em 2007
foram registradas 273.205 internações por asma no Brasil, o que equivale a 2,41% das
internações totais, só ficando atrás das pneumonias e insuficiência cardíaca congestiva e
doenças renais. Apesar dos avanços científicos, 2.500 pessoas morrem vítimas da asma
por ano no Brasil. (SOUZA, 2012).
O tema foi escolhido após a realização de uma enquete que ocorreu no mês de
março de 2013, na Unidade Básica de Saúde do Benguí. A enquete foi realizada com8
usuários. O perfil dos usuários foi estabelecido a partir de suas respectivas idades, sendo
que4 estavam em uma faixa etária entre 0 a 16 anos e os demais 4 usuários estavam em
uma faixa etária entre 17 a 30 anos. Quanto ao gênero, 3 eram do gênero feminino e 5
eram do gênero masculino. Em relação à nacionalidade todos eram brasileiros e
residiam no Estado do Pará, especificamente em bairros próximos ou no próprio bairro
do Benguí. Quanto a escolaridade dos usuários, 3 estavam cursando o ensino superior, 3
ensino fundamental I, 1 não estudava e 1 tinha o ensino médio completo. Reparou-se
que a maioria dos usuários mantinha uma alimentação balanceada, porém não tinha a
prática de exercícios físicos, somente 3 praticavam e os outros 5 não.
Descobriu-se que 4 usuários procuraram o serviço de saúde por crises de falta de ar
e os demais por dores pulmonares, ressaltando que todos apresentaram esses sintomas
muito precocemente; 7 pessoas tiverem acesso a serviços de saúde imediato, apenas 1
não teve nenhum tipo de orientação da saúde; 6 entrevistados fazem tratamento do tipo
medicamentoso, tanto oral quanto inalatório e 2 não fazem nenhum tipo de tratamento.
Percebeu-se que após o diagnóstico de asma muitos usuários foram limitados a uma
determinada dieta e tiveram que evitar o contato com alguns animais. Se tratando de
atendimento médico, 3usuários encontraram muita dificuldade no atendimento em
órgãos públicos, 4 entrevistados ainda possuíam dúvidas sobre a doença, enquanto os
demais relataram que tiveram ótimas orientações de profissionais da área da saúde e não
possuíam dúvidas. Apesar dos medicamentos para asma serem gratuitos em farmácias, 6
dos usuários compram seus medicamentos e 2 deles não fazem o uso de nenhum
medicamento, sendo que 2 do total de entrevistados já haviam feito o uso de
tratamentos alternativos como chás, mel, folha de algodão, etc. Todos os usuários
possuem expectativa de chegarem a cura da doença.
Para que se chegasse aos resultados e relatos acima citados foi aplicado um
formulário com 23 questões (Apêndice A), com usuários dos serviços da Unidade
Básica do Benguí. Constatou-se após a leitura das respostas que a carência de recursos e
medidas para manutenção adequada do tratamento era elevada, fazendo com que o
quadro clínico dos usuários obtivesse uma resposta inadequada ao esperado. Essa
resposta não satisfatória se mostrou estreitamente relacionada com doenças alérgicas
associadas à asma como rinite, sinusite, bronquite, entre outros. Com base nessas
constatações, nos motivamos a investigar na literatura as evidências científicas sobre o
tema asma brônquica e a sua relação com as doenças alérgicas.
Nosso objetivo principal é explicar de que forma as manifestações de distúrbios
alérgicos estão relacionadas ao desencadeamento das crises de asma. Este estudo
buscará trazer melhores conhecimentos sobre o tema, desde o seu processo de
sensibilização a um determinado alérgeno, até seus processos fisiopatológicos nas
pessoas e, desta maneira, tentará levá-los aos profissionais da saúde, principalmente
enfermeiros, para que estes venham intervir diretamente no cotidiano dos pacientes, a
fim de ajudá-los a compreender de que maneira ele pode estar evitando o seu
agravamento e consiga agir de forma eficaz no combate e tratamento da asma
brônquica.
2. METODOLOGIA
Estudo do tipo Revisão de Literatura realizada a partir do Portal da Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS). Os critérios de inclusão foram: texto completo disponível,
idioma português, asma, tipo de documento artigo, disponíveis eletronicamente. A
amostra inicial foi de 113 artigos. Após a identificação dos critérios e análise da relação
do artigo com nosso tema, elegemos a amostra final de 8 artigos.
A todos os artigos foi aplicado um formulário para coleta de dados. Este formulário
estava dividido em 3 partes: dados de identificação, dados metodológicos, evidências
encontradas (Apêndice B).
A análise foi quanti-qualitativa e os resultados organizados em tabelas e de forma
descritiva.
3. RESULTADOS
Eixo 1 - Perfil das Produções
Perfil da Amostra
Quadro 1
Código Base Ano Autores Tipos Revista Título
ENFA1 LILACS 2011 Mais de 3 Pesquisa
de
campo
Arquivos
catarinenses de
medicina
Prevalência de asma
brônquica associada à rinite
e dermatite atópica em pré-
escolares do município de
Tubarão – SC.
ENFA2 LILACS 2002 Mais de 3 Pesquisa
de
campo
Jornal de
Pneumologia
Educação de pacientes com
asma: atuação do
enfermeiro.
ENFA3 LILACS 2008 Mais de 3 Pesquisa
de
campo
Revista brasileira
de crescimento e
desenvolvimento
humano
Frequência de sintomas
associados à asma e
doenças alérgicas
em adultos jovens, na
cidade de Santo André, SP
ENFA4 LILACS 2004 3 Pesquisa
de
campo
Revista do
pulmão do Rio de
Janeiro
Fatores ambientais e
hospitalizações em crianças
menores de cinco anos com
asma.
ENFA5 LILACS 2001 Mais de 3 Pesquisa
de
campo
Jornal de
Pediatria
Fatores de risco, aspectos
clínicos e laboratoriais da
asma em crianças.
ENFA6 LILACS 2011 Mais de 3 Pesquisa
de
campo
Jornal brasileiro
de Pneumologia
Repercussão de uma
intervenção educativa com
agentes comunitários de
saúde nas condições
ambientais de domicílios de
crianças asmáticas.
ENFA7 LILACS 2004 3 Pesquisa
de
campo
Jornal brasileiro
de Pneumologia
Associação entre controle
ambiental domiciliar e
exacerbação da asma em
crianças e adolescentes do
município de Camaragibe,
Pernambuco.
ENFA8 LILACS 2011 3 Pesquisa
de
campo
Cadernos de
saúde pública
Prevalência de associação
de asma e rinite em
adolescentes de 13 e 14
anos de Fortaleza, Ceará,
Brasil.
Perfil das produções modalidade Pesquisa de Campo
a) Amostra Segundo Abordagem:
Quadro 2
QT ENFA7 e ENFA8
QL ENFA5 e ENFA6
QT- QL ENFA1, ENFA2, ENFA3 e
ENFA4
b) Amostra Segundo Tipo do Estudo Indicado pelo Autor:
Quadro 3
ENFA1 Estudo observacional com delineamento transversal
ENFA2 Estudo longitudinal, prospectivo
ENFA3 Estudo transversal, feito por amostragem de conveniência
ENFA4 Estudo observacional
ENFA5 Estudo de caso-controle
ENFA6 Estudo prospectivo de intervenção
ENFA7 Estudo transversal
ENFA8 Estudo transversal
c) Amostra Segundo Sujeitos (Nº e Tipos):
Quadro 4
ENFA1 205 crianças em idade pré-escolar de 1 a 6 anos
ENFA2 Foram analisados 26 asmáticos durante 6 meses
ENFA3 A população-alvo foi constituída por universitários, com idade entre 17 e
28 anos, totalizando 600 alunos
ENFA4 Crianças menores de 5 anos, de ambos os sexos, agrupadas por mês de
atendimento
ENFA5 Crianças com idade entre 4 e 14 anos, incluindo 59 crianças asmáticas e
104 não asmáticas
ENFA6 Crianças com faixa etária de 2 a 10 anos, com episódios recorrentes de
dispneia e sibilância
ENFA7 210 mães/responsáveis por crianças/adolescentes em que se aplicaram os
formulários do ISAAC, com idade de 5 a 14 anos
ENFA8 Envolveu 3.015 adolescentes de 13-14 anos
d) Local de realização:
Quadro 5
ENFA1 Pré-escolas do Município de Tubarão, SC
ENFA2 Ambulatório de Pneumologia do Hospital de São Paulo (UNIFESP)
ENFA3 Instituições de Ensino em Ciência da Saúde do Município de Santo André,
SP
ENFA4 Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC)
ENFA5 Ambulatório e Ponto Atendimento de Pediatria do Hospital Universitário
Júnior Müller (HUJM)
ENFA6 Domicílios de três bairros com condições de vida semelhantes no
município de Iguatu, localizado no Estado do Ceará
ENFA7 Cinco unidades do Programa Saúde da Família no município de
Camaragibe, região metropolitana do Recife
ENFA8 Escolas públicas e privadas de Fortaleza, CE, Brasil
e) Técnica de Coleta de dados:
Quadro 6
ENFA1 Questionário
ENFA2 Questionário
ENFA3 Questionário
ENFA4 Observação
ENFA5 Formulário
ENFA6 Formulário
ENFA7 Formulário
ENFA8 Questionário
f) Técnicas de Análise de dados:
Quadro 7
ENFA1 Os dados foram digitados a partir das fichas de inclusão em um
banco de dados, que foi criado utilizando o software epidata 3.1.
Foi avaliada existência de significância estatística.
ENFA2 Foi utilizado o teste G de análise de dados Cochran, para análise
das porcentagens de acerto dos itens abordados nas consultas de
C1 a C6 e o teste de Wilcoxcon para análise dos índices.
ENFA3 Foram utilizados os critérios avaliativos prescritos pela ISAAC.
ENFA4 Os softwares utilizados para análise estatística foram o EPI-
INFO versão 2002 e SPSS for Windows versão 11.0, teste do
Qui-quadrado e modelos de Regressão Linear Múltiplas.
ENFA5 Utilizou-se um modelo de regressão logística, usado ara calcular
oddsrattio(OR) e Intervalo de Confiança (IC) 95% ajustados
para outros fatores de risco e confundidores.
ENFA6 Ocorreu por meio do teste do Qui-quadrado, correção de Yates
e teste exato de Fisher. O nível de significância estatística
adotado foi de P < 0,05
ENFA7 Fui utilizado software epiinfo, versão 6.0, em que se obteve um
tamanho amostral de 210.
ENFA8 Os dados foram processados no SPSS versão 15.0 (SPSS Inc.,
Chicago, Estados Unidos). Para a análise de possíveis
associações entre variáveis utilizou-se o teste Z para
proporções.
Eixo 2 - Resultados em Evidência
1. EVIDÊNCIAS COMPARATIVAS
a) Quanto às causas:
A sensibilização aos alérgenos domiciliares, principalmente ácaros, baratas e
animais mostrou uma forte associação com asma no estudo feito. (ENFA5).
O estudo realizado revelou que existiam acessórios domiciliares inadequados,
principalmente em dormitórios como: cortinas de pano, objetos mofados e
expostos a insetos. (ENFA7).
A presença de distúrbios alérgicos como rinite, rinoconjutivite, dermatite atópica
eczema estão fortemente associados às crises asmáticas. (ENFA8, ENFA1 e
ENFA3).
Houve a melhoria significativa nos quadros de controle ambiental para
aeroalérgenos nos quadros das crianças após a intervenção domiciliar. Após a
intervenção, houve uma redução significativa de bichos de pelúcia no domicílio,
na limpeza do piso com vassoura, no uso de fogão a carvão, entre outros.
(ENFA6).
b) Quanto à falta de preparo e informação:
A falta de programas públicos por parte do governo que levem educação e
informação a profissionais e usuários do sistema de saúde sobre a asma, seu
controle e formas de melhor convivência com a doença são os principais
enfrentados na atualidade. (ENFA1, ENFA2, ENFA6 e ENFA8)
c) Melhora após intervenção:
Após a intervenção informativa e educativa, houve uma significativa mudança
na vida de pacientes diagnosticados com asma. (ENFA1, ENFA2, ENFA4 e
ENFA6).
2. EVIDÊNCIAS GERAIS:
Muitos dos pacientes entrevistados, nem ao menos sabiam o que era asma.
Apenas alguns sabiam como utilizar o aerossol. A qualidade de vida dos
pacientes melhorou após a orientação que eles receberam. Conclui-se que é
necessário melhor preparo da equipe de enfermagem para que isso seja
repassado aos pacientes e haja uma melhora na qualidade de vida deles, não só
da equipe de enfermagem, mas da equipe médica também, a qual demonstrou
pouca prática e aptidão com o manejo do aerossol. (ENFA2).
Observou-se entre os estudantes universitários que a frequência de doenças
alérgicas associadas à asma é maior entre os que têm melhores condições
socioeconômicas. Notou-se também entre esse mesmo grupo que a prevalência
de doenças alérgicas é maior no gênero feminino e pioram se agravam no
inverno. (ENFA3).
Entre as 210 crianças/adolescentes que apresentaram asma em 2001, foi
observado controle ambiental adequado em 141 casos (67,1%), não havendo
associação entre o grau de controle ambiental e menor frequência de crises
asmáticas. Na grande maioria das residências dos asmáticos encontrou-se nível
de controle ambiental satisfatório. Esse fato pode ter contribuído para não
existência de associação significativa de controle ambiental adequado com
menor frequência de crises agudas na população estudada. (ENFA7).
Ao aprofundar na análise, conclui-se que o período seco ofereceria maior risco,
pois encontrou – se maior percentual de crianças com asma que necessitaram de
hospitalização no período seco. Quer dizer, no período climático mais crítico do
ano as crianças sofrem mais impacto da asma. (ENFA4).
A sensibilização á alérgenos foi demonstrada através dos testes cutâneos e de
pesquisas de IgE específica. Os resultados, de uma maneira geral, reforçam que
a educação quanto ao controle do ambiente deve ser enfatizada em todos os
níveis de assistência médica, para que se possa alcançar êxito no tratamento da
asma. (ENFA5).
Na grande maioria das residências dos asmáticos encontrou-se nível de controle
ambiental satisfatório. Esse fato pode ter contribuído para não existência de
associação significativa de controle ambiental adequado, com menor frequência
de crises agudas na população estudada. (ENFA7).
O estudo pode contribuir para alertar os profissionais de saúde quanto à
importância da abordagem integrada de enfermidades alérgicas junto às crises
asmáticas. (ENFA8).
4. DISCUSSÃO
Os resultados encontrados revelam uma grande coincidência nos estudos e pesquisas
abordados, principalmente no que diz respeito à falta de informação dos profissionais de
saúde para orientar os usuários, medidas de tratamento, na relação dos indivíduos com o
meio ambiente, a exposição à alérgenos e ações educativas para uma melhor
convivência do asmático com a doença.
Percebe-se que a desorientação por parte da maioria dos profissionais de saúde afeta
diretamente a vida das pessoas que sofrem de asma, pois eles dependem constantemente
dos conhecimentos destes profissionais para que consigam controlar as crises da
doença. Tal fato permite que muitos desses pacientes sofram uma série de
consequências oriundas de fatores que desencadeiam a manifestação frequente da
doença. Isto explica porque muitos pacientes asmáticos com outras afecções como rinite
alérgica, dermatite atópica, eczema e rinoconjutivite não conseguem encontrar medidas
de controle e prevenção no seu dia-a-dia, justamente por não terem orientação sobre
melhores formas de se conviver e prevenir essa doença em seu ambiente domiciliar,
para que seus sintomas não se agravem.
Constatamos que existe negligência, falta de interesse de alguns profissionais de
saúde e falta de informação voltada para os pacientes, o que dificulta consideravelmente
o tratamento e a recuperação dos pacientes. O nosso país, infelizmente, ainda é muito
deficiente no que se refere à divulgação e investimento em infraestrutura e suporte ao
doente. Diferente de doenças como tuberculose, hipertensão, diabetes, entre outros, a
asma brônquica ainda é superficialmente abordada e recebe pouca atenção de políticas
públicas.
A falta de aparelhos necessários ao suporte de asmáticos em casos emergenciais
aliada a falta de conhecimento adequado para orientação dos usuários, permite que
muitos pacientes sejam encaminhados para casa sem receber um atendimento digno,
podendo apenas retornar em crises graves, quando, na verdade, ele deveria ser bem
orientado e conscientizado sobre a prevenção de tais crises, de modo a fazê-lo
compreender como medidas básicas a serem aplicadas no seu cotidiano como, por
exemplo, evitar o contato com poeira, ácaros, pelos de animais, mofo, entre outros,
poderiam gerar um aumento de sua qualidade de vida. Enquanto não houver uma
melhor divulgação populacional e investimento voltado para o combate da asma, muitas
pessoas continuarão lotando os hospitais e unidades de saúde à procura de um
tratamento insipiente.
5. CONCLUSÃO
Em síntese, concluímos sobre o tema pesquisado que jovens e crianças são mais
suscetíveis a exposição de fatores ambientais desencadeantes da asma e,
consequentemente, são o grupo que mais necessitam de atendimento. A importância dos
cuidados com a saúde é de pacientes asmáticos é fundamental, indo desde uma
alimentação equilibrada, a prática de algum esporte ou exercício físico, até a diminuição
da exposição à alérgenos como ácaros, poeira e barata.
A diminuição dos níveis de alérgenos por tempo prolongado mostra uma
significativa melhora dos sintomas e da hiper-reatividade brônquica. Por isso, é tão
importante que todos os níveis de prevenção, primário, secundário e terciário, sejam
rigorosamente estabelecidos. Se todos os níveis de prevenção fossem cumpridos e junto
a eles estivem atrelados uma maior competência profissional e investimento na saúde,
sem dúvida, evitaria – se que os índices de morbimortalidade de asmáticos
continuassem crescendo a cada ano.
Com base nas informações reveladas, sugerimos uma melhoria na qualificação dos
profissionais da área da saúde em relação à asma brônquica, já que eles não se
mostraram esclarecidos o suficiente sobre o tema abordado neste artigo. A asma
brônquica é uma doença que afeta diretamente o cotidiano do paciente e dependendo da
gravidade de suas crises, um paciente asmático pode morrer em poucos segundos.
Portanto, é imprescindível que se aborde a relação existente entre a asma e os distúrbios
alérgicos, já que estes podem desencadear e agravar os sinais e sintomas da doença. Os
resultados encontrados em todo processo que regeu a elaboração deste artigo, de uma
maneira geral, reforçam que a educação quanto ao controle do ambiente deve ser
enfatizada em todos os níveis de assistência médica, para que se possa alcançar êxito na
prevenção, tratamento e controle da asma.
REFERÊNCIAS
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atuação do enfermeiro. Jornal de Pneumologia; 28(4): 193-200, jul.-ago. 2002.
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3. CORIOLANO, Maria Wanderleya de Lavor; LIMA, Marinus de Moraes;
SETTE, Gabriela Cunha Schechtmanet al. Repercussão de uma intervenção
educativa com agentes comunitários de saúde nas condições ambientais de
domicílios de crianças asmáticas. Jornal Brasileiro de Pneumologia; 37(3):
317-325, maio-jun. 2011.
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de Sintomas Associados à Asma e Doenças Alérgicas em Adultos Jovens, na
Cidade de Santo André, SP. Revista Brasileira de Crescimento e
Desenvolvimento Humano. 2008; 18(2): 201-208.
5. HARARI, Thaís. Respire Yoga. 2011. Disponível em: <http://
yogajournal.terra.com.br>. Acessado em: <20 de maio de 2013>.
6. LANÇA, Mário Ataíde. Asma. 2011. Disponível
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2013>.
7. LUNA, Maria de Fátima Gomes de; ALMEIDA, Paulo César de; SILVA,
Marcelo Gurgel Carlos da.Prevalência de associação de asma e rinite em
adolescentes de 13 e 14 anos de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cadernos de Saúde
Pública; 27(1): 103-112, jan. 2011.
8. MACEDO, S. E.;MENEZES, A. M. B., KNORST, M. et al. Fatores de risco
para a asma em adultos, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde
Pública 2007; 23:863-74.
9. MELO, Rosane M. Barreto de; LIMA, Luciane S. de; SARINHO, Emanuel S.
Cavalcanti. Associação entre controle ambiental domiciliar e exacerbação
da asma em crianças e adolescentes do município de Camaragibe,
Pernambuco.Jornal Brasileiro de Pneumologia; 31(1): 5-12, jan.-fev. 2005.
10. MORAES, Lílian S. L; BARROS, Marta D; TAKANO, Olga A.et al.Fatores de
risco, aspectos clínicos e laboratoriais da asma em crianças. Jornal de
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11. ROSA, Fernanda de Castro ;MENEGHEL, Kellen ; SILVA, Guidja Souza da et
al.Prevalência de asma brônquica associada à rinite e dermatite atópica em
pacientes em pré-escolares do município de Tubarão – SC. ACM (Arquivos
Catarinenses de Medicina); 40(1). jan.-mar. 2011.
12. SOUZA, Nency Zaurisio de. Asma: uma doença inflamatória crônica das
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<http://artigocientifico.uol.com.br>. Acessado em: <22 de maio de 2013>.
13. THOMAS M., KOCEVAR V. S., ZHANG Q., et al. Asthma related health
care resource use among asthmatic children with and without concomitant
allergic rhinitis. Pediatrics 2005; 115:129-34.
APÊNDICES:
APÊNDICE A
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ASSESSORIA PEDAGÓGICA
“AUTORIZAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS”
TEMA GERADOR: Processo Saúde-Doença no Ser Humano: da Infância à Terceira Idade
Esta atividade acadêmica integrada tem como objetivo desenvolver um estudo teórico-prático acerca dessa temática, buscando a integração sócio-acadêmica junto à Comunidade. Convidamos você a participar da pesquisa respondendo um conjunto de perguntas sobre o motivo que o traz a este serviço de saúde, na sua condição de paciente ou responsável, na forma de um formulário. Caso não saiba alguma pergunta ou lhe provoque constrangimento, você tem liberdade para não responder.
Para evitar preocupação de que seus dados sejam divulgados, deixamos claro que as informações obtidas serão utilizadas somente para as atividades acadêmicas da 2ªsérie bloco I do curso de Enfermagem e que na divulgação dos resultados seu nome não irá aparecer. Sua participação no estudo é muito importante, pois este levantamento possibilitará o conhecimento do perfil das pessoas atendidas nesta Unidade, com agravos diversos. Nesta pesquisa não será feito nenhum de procedimento que lhe traga qualquer desconforto ou risco à sua vida. Não há despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Não haverá nenhum pagamento por sua participação. Se você tiver dúvidas e desejar esclarecimentos sobre a pesquisa poderá fazer contato com a Universidade do Estado do Pará - UEPA, pelos telefones 3211-1600/ 3211-1602, contatos: Prof. Amauri Esteves e Prof. João Joaquim Costa.
Declaro que compreendi as informações que me foram explicadas sobre o estudo em
questão, autorizo a aplicação do formulário. Ficou claro que a minha participação não tem despesas nem receberei nenhum tipo de pagamento. Concordo voluntariamente em participar desse estudo.
Belém, / /
Assinatura do sujeito
Assinatura do responsável por obter o consentimento
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ASSESSORIA PEDAGÓGICA EIXOS TEMÁTICOS: ALTERAÇÕES E REAÇÕES DO ORGANISMO HUMANO/
ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
( 2ª Série – Bloco I)
Instrumento para Registro de Dados
TEMA: Processo saúde – doença no ser humano: da Infância a Terceira Idade
EIXO I – PERFIL SÓCIO – ECONÔMICO E CULTURAL
1) Idade:............................. 2) Sexo:............................. 3) Bairro:......................................
4) Nacionalidade:......................................... 5) Naturalidade:.............................................
6) Escolaridade:..................................................
7) Possui Filhos:........... Quantos:.............. Outros (agregados, enteados etc.):..................
No caso de criança e adolescente, informar:
8) Nome do responsável:.....................................................................................................
9) Possui irmãos? ................. Quantos? ........................
10) Quais os alimentos mais consumidos no seu dia-a-dia?
Café da manhã: .......................................................................................................
Almoço: ..................................................................................................................
Jantar: ......................................................................................................................
Lanches: ..................................................................................................................
11) Pratica alguma atividade física? Qual(is)?
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
12) Faz uso de:
( ) Álcool ( ) Fumo ( ) Outras drogas
Caso afirmativo, com que frequência?
( ) 1 vez por semana
( ) 2 a 3 vezes por semana
( ) 4 a 5 vezes por semana
( ) todos os dias
EIXO II – PERFIL DESCRITIVO DO AGRAVO
13) O que o levou a procurar o serviço de saúde? (queixa principal)
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14) Há quanto tempo já sente esses sinais e sintomas e como foi feito o diagnóstico?
(consultas, exames...)
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15) como começou a doença/agravo? (H.D.A.)
.............................................................................................................................................
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16) Teve acesso a outro(s) serviço(s) de saúde para tratar deste problema?
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.............................................................................................................................................
17) apresenta alguma complicação em relação a este agravo? Se sim, qual(is)?
.............................................................................................................................................
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18) Qual o tipo de tratamento que realiza? Sente algum mal-estar relacionado ao
tratamento? Se sim, qual(is)?
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.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
19) Como ficou sua vida após o seu diagnóstico, no que diz respeito à convivência
familiar, sua subjetividade (percepção de si mesmo) e outros aspectos que queira
destacar?
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.............................................................................................................................................
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EIXO III – SERVIÇOS E ACESSO:
20) Encontrou dificuldades no acesso aos serviços de saúde? Se sim, qual(is)?
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21) Você tem dúvidas sobre a sua doença?
( ) sim ( ) não
Você considera que está bem orientado sobre seu tratamento?
( ) sim ( ) não
Como você avalia as orientações recebidas?
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22) Como tem acesso aos medicamentos?
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23) Utiliza tratamentos alternativos (chás, massagens, produtos naturais, tratamento
psicológico, fisioterapia...)? se sim, qual(is)?
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24) Quando há uma complicação decorrente desta doença, que tipo de auxilio procura?
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25) Quais as suas expectativas em relação ao seu tratamento?
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Discentes pesquisadores:
Turma: ................. Subgrupo: ................
Local:
Data:
APÊNDICE B.
Eixo 1 – Perfil de produção
Título:
Perfil Geral
a) Código para a RIL:
b) Base de dados:
c) Ano:
d) Número de autores: 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) Mais de 3 ( )
e) Modalidade: ( ) revisão teórica ( ) Pesquisa de Campo ( ) relato de experiência
( )outra modalidade:
f) Tipo de publicação: ( ) Revista de Enfermagem ( ) Revista Médica
Perfil Modalidade Pesquisa de Campo
a) Abordagem indicada pelo autor: QT ( ) QL ( ) QT-QL ( )
b) Tipo de Estudo indicado pelo autor:
c) Sujeitos (Nº e Tipos):
d) Local de realização:
e) Técnicas de Coleta de dados: ( ) observação ( ) entrevista ( ) questionário
( ) encontros coletivos/ grupo focal ( ) formulário ( ) outra (s) técnica (s)
f) Técnica de Análise de Dados:
Eixo 2 – Resultados em Evidência ( o que revelam, que acharam, o que se concluiu)