A Inclusão Social Promovida Pelo Lar São Vicente de Paulo Em Iporá

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ LICENCIATURA EM GEOGRAFIA JOÃO BUENO DE MORAES A INCLUSÃO SOCIAL PROMOVIDA PELO LAR SÃO VICENTE DE PAULO EM IPORÁ Iporá-GO 2013

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A Inclusão Social Promovida Pelo Lar São Vicente de Paulo Em Iporá

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOISUNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    JOO BUENO DE MORAES

    A INCLUSO SOCIAL PROMOVIDA PELO LAR SOVICENTE DE PAULO EM IPOR

    Ipor-GO2013

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOISUNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    JOO BUENO DE MORAES

    A INCLUSO SOCIAL PROMOVIDA PELO LAR SOVICENTE DE PAULO EM IPOR

    Trabalho de Concluso apresentado UniversidadeEstadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor,como exigncia parcial para a concluso do curso degraduao em Geografia.

    Orientador: Prof. Adjair Maranho de sousa.

    Ipor-GO2013

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao ( CIP )

    M827i Moraes, Joo Bueno de

    A incluso social promovida pelo lar So Vicente de Paulo emIpor / Joo Bueno de Moraes. - 2013.

    44 f.: il.

    Monografia (Licenciatura em Geografia) Universidade Estadualde Gois, Unidade Universitria de Ipor. Ipor, 2013.Orientador: Prof. Esp. Adjair Maranho de Sousa

    1. Geografia. 2. Incluso social Idoso. 3. Qualidade de vida Idoso.

    I. Ttulo.

    CDU: 911

  • 4UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOISUNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    INCLUSO SOCIAL PROMOVIDA PELO LAR SOVICENTE DE PAULO EM IPOR

    Por

    JOO BUENO DE MORAES

    FOLHA DE APROVAOMonografia defendida e julgada em 21 de novembro de 2013

    perante a comisso julgadora.

    Adjair Maranho de Sousa_______________________Presidente da BancaUniversidade Estadual de Gois UnU Ipor

    Divino Jos Lemes de Oliveira _MembroUniversidade Estadual de Gois UnU Ipor

    Josilene Goulart Pereira_________________________MembroUniversidade Estadual de Gois UnU Ipor

    IPOR GO2013

  • 5Dedico

    Aos meus pais ambos falecidos mais que sempreincentivaram meus estudos.A minha esposa e meus filhos, que foram tambmgrandes incentivadores a voltar a estudar e me apoiaramnessa caminhada.

  • 6AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus por sempre iluminar o meu caminho e abenoar aminha vida.

    Agradeo a todos que participaram, de forma direta ou indireta, na construo destetrabalho.

    Aos meus pais enquanto vida tiveram sempre me apoiaram em todos os momentos eme deram a oportunidade de chegar onde cheguei e realizar este sonho.

    Ao Professor Adjair Maranho, por aceitar a orientao deste estudo, compartilharseus conhecimentos, confiar no meu trabalho e me guiar durante todo o processo de realizaoda monografia, sempre com muita boa vontade e incentivo. Sua presena foi fundamental e,sem ela, este trabalho no seria possvel.

    Aos membros da banca examinadora, que, gentilmente, aceitaram dedicar parte do seutempo para a leitura e anlise deste trabalho.

    Aos meus colegas do curso de Geografia, por serem mais que colegas, so meusamigos. Todos vocs so muito importantes para mim.

    A minha esposa Maria Alves de Oliveira Moraes, pela pacincia e inteligncia, pelocompanheirismo e amor. Por participar da minha vida e querer que eu participe da sua.

    Aos meus dois filhos, Marcos Virgneo Alves de Moraes e Bruno Ronan Alves deMoraes que muitas das vezes tive que dividir meu tempo entre eles e aos meus estudos, masque sempre me apoiou nos meus objetivos.

    A todos os meus professores que contriburam para a minha formao acadmica,compartilhando com dedicao os conhecimentos necessrios para alcanar o sucessoprofissional.

    Aos servidores e moradores do Lar So Vicente de Paulo Ipor, pela oferta de dadosestatsticos e outras informaes que contriburam com o trabalho que ora conclumos.

    A todos vocs meu muito obrigado!

  • 7RESUMO

    O envelhecimento um fenmeno natural e social que se estende por dois teros da vida.Entende-se, portanto, que o ser humano precisa de carinho, respeito e assistncia social quelhe garanta condies dignidade para viver nessa etapa da sua vida. Esse estudo trata dequestes acerca dos princpios, poltica e prtica em incluso social das pessoas de terceiraidade de forma a propiciar uma reflexo sobre a garantia do pleno exerccio dos direitosindividuais e sociais desse segmento. A pesquisa focou em responder questes queatravessam a incluso social de pessoas idosas na sociedade, a partir do tema Incluso socialpromovida pelo Lar So Vicente de Paulo em Ipor". O despertar para esse tema surgiu danecessidade de discutir a categoria incluso social de pessoas idosas, considerando osseguintes aspectos: assistncia social, material, emocional, moral, intelectual, espiritual eatividades culturais e s pessoas idosas. Trata-se de uma pesquisa bibliogrfica, que utilizoulivros e peridicos impressos e eletrnicos. Para os peridicos optou-se por um cortecronolgico compreendido entre 1980 a 2012, j para os livros observou-se apenas aproblemtica em questo. Trata-se de investigao de cunho qualitativo em que foramutilizados como instrumentos de pesquisa entrevistas semi-estruturadas com idosos residentesno lar, e com a coordenadora do Lar So Vicente de Paulo na cidade de Ipor, alm daobservao de atividades do cotidiano dos idosos (refeies, caminhada, momento de rodas deconversas). A inteno da amostra foi a de promover a anlise das questes numa perspectivarelacional, buscando identificar semelhanas e/ou diferenas no que diz respeito inclusosocial promovida a esses idosos. O estudo aponta o Lar So Vicente de Paulo como umaoportunidade de incluso social na cidade de Ipor, contribuindo para uma desejvelqualidade de vida do idoso, em relao s condies econmicas, de habitabilidade e deconvvio, valorizando-o, respeitando-o e procurando solues objetivas para seus problemasnessa etapa da vida.

    Palavras- chave: Idoso, Incluso, Qualidade de vida.

  • 8ABSTRACT

    Aging is a natural and social phenomenon that spans two thirds of life. It is understoodtherefore that human beings need affection, respect and social conditions that will ensure thedignity to live in this stage of your life. This study addresses questions about the principles,policy and practice in social inclusion of elderly people in order to provide a reflection onensuring full exercise of individual and social rights of this segment. This study aims toinvestigate general issues that cross the social inclusion of older people in society, based onthe theme " Social inclusion promoted by Lar So Vicente de Paul in Ipor". Awakening tothis subject arose from the need to discuss the category social inclusion of older people,considering the following aspects: social, material, emotional, moral, intellectual, spiritual andcultural activities and the elderly. This is a literature that used books and print and electronicjournals . to periodicals opted for a cut chronology between 1980 to 2012, as the books it wasobserved only relevant issue. This is a qualitative research that were used as researchinstruments semi-structured interviews with elderly residents in the home, and the coordinatorof the Home St. Vincent de Paul in the city of Ipor, and observation of the everydayactivities of the elderly ( meals , walk , wheel moment of conversation.) the intent of thesample was to promote the analysis issues in a relational perspective, seeking to identifysimilarities and / or differences regarding social inclusion promoted these seniors. studypoints the Lar So Vicente de Paulo as an opportunity for social inclusion in the city of Ipor,contributing to a desirable quality life of the elderly in relation to economic conditions,habitability and convivial, valuing them, respecting them and seeking objective solutions totheir problems at this stage of life.

    Keywords: Elderly. Social Inclusion. Quality of Life

  • 9SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................. 11

    1 SER IDOSO .................................................................................................................. 141.1 Incluso social do idoso............................................................................................. 161.2 Polticas publicas e polticas sociais ......................................................................... 17

    2. SOCIEDADE SO VICENTE DE PAULO ............................................................ 212.1 As pessoas que abrigam o Lar So Vicente de Paulo na cidade de Ipor ........... 27

    3 A INCLUSO SOCIAL OFERECIDA NO LAR SO VICENTE DE PAULOEM IPOR ...................................................................................................................... 313.1 Concepes sobre qualidade de vida ....................................................................... 323.2 Motivao para viver no LSVP ............................................................................... 36

    CONCLUSO ................................................................................................................. 40

    REFERENCIAS............................................................................................................... 42

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    LISTA FIGURAS

    Figura 1 Lar so vicente de Paulo, Ipor-GO ........................................................... 23Figura 2 rea fsica da instituio do Lar so vicente de Paulo ............................. 25Figura 3 rea de lazer no Lar so vicente de Paulo ............................................... 26Grafico1 Distribuio dos entrevistados por sexo .................................................... 27Grafico2 Distribuio dos entrevistados por idade ................................................... 28Grafico3 Internao na instituio voluntria .......................................................... 29Grafico4 Tempo de permanncia no lar .................................................................. 29Grafico5 Percepo dos idosos sobre a vida no Lar So Vicente de Paulo de Ipor 31Grafico6 Percepo dos idosos sobre a qualidade de vida no Lar So Vicente de

    Paulo de Ipor ............................................................................................32

    Grafico7 Motivao dos idosos para viver no Lar So Vicente de Paulo de Ipor .. 36

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    INTRODUO

    O nmero de idosos tem crescido significativamente no Brasil, e muitos idosos sodeixados em asilos por seus familiares que preferem fingir que ele no exista mais, e portantono precisa mais ter que dar ateno e carinho nessa fase to importante da vida, emboraexistam leis que garantem ao idoso o direito de viver em condio de liberdade, dignidade ecidadania.

    O modo de vida dos idosos que residem numa casa de apoio, ou asilo deve estar deacordo com a lei 8842/94 da Poltica Nacional do Idoso, onde prev garantias legais queamparam uma boa qualidade de vida, conforme consta no decreto 1948/96 que regulamentaessa lei.

    Muito se tem discutido sobre a questo da incluso social do idoso Diversos so osautores que desenvolvem estudos e pesquisas sobre o tema, a partir de diferentes enfoques ereferenciais terico-metodolgicos, considerando o ambiente que cerca ou envolve o idosocomo fator determinante nas condies de sade e satisfao com a vida; podendo representara diferena entre a independncia e a dependncia. (BACELAR e GONALVES, 2002;CORTELLETTI et al, 2004; SCHARFDTEIN e NERI, 2006).

    O presente trabalho est relacionado experincia profissional e trajetria acadmicacomo aluno do curso de Geografia. A iniciativa de voltar este estudo para a populao idosadeu-se, portanto, em decorrncia da relao construda com esse pblico. a partir davivncia que surgem algumas questes que incitaram esta pesquisa as quais se destacam:como acontece a incluso social do idoso no Lar So Vicente de Paulo na cidade de Ipor? Asituao econmica tornou-se um empecilho para sua vinda para o lar? No houve apoiofamiliar? Ou, ainda, a vivncia no lar, as atividades desenvolvidas at ento trabalhados,poderiam ser considerados como suficientes pelo idoso? A partir do tema Incluso socialpromovida pelo Lar So Vicente de Paulo na cidade de Ipor-GO, buscou reconhecer como

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    vivem os idosos que residem no Lar, para que possam se inserir e desenvolver a suasociabilidade e autoestima, uma vez que os asilos so considerados por vrios estudiososcomo espaos de fundamental importncia no que diz respeito a assistncia social a essesegmento.

    O estudo objetivou analisar como vivem os idosos no Lar So Vicente de Paulo considerando aspectos relacionados histria do lar e importncia, enquanto organizaopromotora de integrao social, da preservao ou resgate da cidadania e da melhoria daqualidade de vida. Objetivou-se ainda identificar as atividades desenvolvidas pelos idosos nolar e conhecer o perfil socioeconmico dessa populao.

    O trabalho envolveu pesquisa bibliogrfica e de campo. A pesquisa bibliogrficaconsistiu em consulta de livros, revistas e artigos que retratam o assunto. A pesquisa decampo do tipo qualitativa descritiva se deu por meio de entrevistas e conversas informais comidosos e pessoas que trabalham no Lar So Vicente de Paulo na cidade de Ipor-GO. Antes deproceder s entrevistas foi informado aos participantes os objetivos da pesquisa. Solicitando-lhes a assinatura de um termo de consentimento (Termo de Consentimento Livre eEsclarecido) e garantindo-lhes o anonimato e privacidade na identificao dos idosos. Acoleta de dados ou levantamento das informaes realizou-se no perodo de abril a maio de2013.

    No primeiro captulo apresenta-se uma discusso terica a fim de entender o que seridoso, as polticas publicas para a terceira idade, para ento entender que preciso que aincluso saia do papel e passe a ser construda e vivenciada em nossa sociedade, com umsistema no discriminatrio, que possibilite ao idoso condies de liberdade e dignidade,visando a preservao de sua sade fsica e mental, atravs de atividades que fortaleam ovnculo comunitrio e familiar e promovam o aumento da autoestima, protagonismo equalidade de vida; atendendo sem distino quanto a cor, raa, credo poltico ou religioso.

    No segundo captulo tem-se a caracterizao da rea de estudo deste trabalho, aquiconsiderado o Lar So Vicente de Paulo municpio de Ipor-GO. Posteriormente sdiscusses tericas sobre o assunto, apresenta-se resultados de pesquisa campo, confirmandoa importncia de polticas pblicas para essa populao de terceira idade levantada pelostericos abordados no primeiro captulo.

    No terceiro captulo tem-se o resultado da pesquisa de campo, onde mostrado que oLar So Vicente de Paulo municpio de Ipor-GO, promove aes de incluso social,fortalecendo e preservando os laos e vnculos familiares das pessoas idosas e promove aesque envolve a interao, expresso de afetividade e a comunicao familiar. Alm de oferecer

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    espao de proteo, acolhimento afetivo, alimentao, higiene, vesturio, segurana, sade einstalaes fsicas em condies adequadas de habilidades, salubridade e acessibilidade.

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    1 SER IDOSO

    O envelhecimento conceituado das mais variadas formas, por diferentes autores,com pressupostos consequentes da idade ou da transformao cotidiana, sem contar emcontextos populares de cunho social da representatividade do idoso (TOSIM, 2007, p. 33).A velhice nasce com o homem e resultado de sua infncia, de sua maturidade, enfim, detoda a sua trajetria biolgica e espiritual (MEIRELLES, 2000 p.24), sendo nesse casoconsiderada como um dom e um privilgio, no apenas porque nem todos tm a sorte de aatingir, mas sobretudo porque a experincia e a sabedoria que a mesma proporciona permiteum melhor conhecimento do passado, uma vivncia mais real do presente e uma melhorprogramao do futuro.

    Segundo Cassiano, et. al, (2005, p. 45), o envelhecimento um processo biolgico,mas pode ser um processo patolgico ou um processo scio-econmico ou psicossocial. Avelhice tem sido vista e tratada de modo diferente, de acordo com perodos histricos ecom estrutura social, cultural, econmica e poltica de cada povo (CAMARANO &PASINATO, 2005, p. 21). Assim sendo, acredita-se que a idade do incio da velhice umaquesto que no comporta um critrio nico e invarivel, no tempo ou entre culturas, poisexiste certa controvrsia quanto questo de qualificar o idoso.

    Conforme Freitas (2005, p. 56), envelhecer no significa perda da capacidade, mas o nosso sistema educacional e de trabalho que est caduco para atender s necessidadesdos mais idosos. Nesse sentido, o envelhecer no somente um momento na vida de umindivduo, mas um processo extremamente complexo e pouco conhecido.

    Completando essa ideia, Foucault (2005, p. 134/135) acrescenta que:

    (...) A velhice deve ser considerada, ao contrrio, como uma meta, e uma metapositiva da existncia. Deve-se tender para a velhice e no resignar-se a ter queum dia afronta-la. ela, com suas formas prprias e valores prprios, que devepolarizar todo o curso da vida.

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    A velhice pode ser entendia ainda como um perodo de desabrochar, mas tambmpode ser acompanhada por perturbaes graves (KARAM, 2006, p. 29). O envelhecimento um processo que se modifica com a relao do homem e o tempo, com o mundo e suaprpria histria, j Foucault, assim esclarece:

    O processo de envelhecimento ocorre diferente para cada pessoa, onde soconsiderados vrios fatores como o ritmo, poca de vida e um estado de espritoonde os prprios indivduos se concebem nessa etapa da vida, exercendo suacidadania (FOUCAULT, 2005, p. 48).

    No se pode ter medo da velhice, j que no somente um momento na vida de umindivduo, mas um processo extremamente complexo e pouco conhecido, especialmente daincompreenso, do abandono ou mesmo solido, mas preciso se manter a mente ativadurante toda a vida, de forma que a memria se conserve em pleno funcionamento(FOUCAULT, 2005, p. 148). Acredita-se tambm que o envelhecimento seja superao demomentos difceis e obstculos que aparecem na vida de todo ser humano e necessitam serenfrentadas.

    Outro aspecto relevante citado por Salgado (2006, p. 65) quando defende que avelhice situa-se predominantemente na ltima fase do envelhecimento humano, ou seja, umestado que caracteriza a condio do ser humano idoso. Entretanto nos dias atuais, com osavanos da medicina, da farmacologia e, at mesmo da cirurgia plstica, a velhice pareceencontrar novos limites, uma vez que os efeitos do envelhecimento podem serescamoteados. importante destacar que dessa forma o idoso tem maior aceitao,integrao e reconhecimento da sociedade (SALGADO, 2006, p. 86).

    Portanto h multiplicidades de opinies ao se conceituar a pessoa idosa. Observa-se que conceituar populao idosa no tarefa fcil, devido a no clarificao da idia doque marca a transio entre fim da idade adulta e o comeo da ltima etapa da vida. Umjeito cruel da velhice, talvez o pior ou o mais doloroso, quando o mesmo excludo dasociedade, trazendo para esse indivduo a sensao angustiante de no ser mais capaz decuidar de si, de no ser amado, ou de no ser merecedor de ocupar o espao que lhe devido (KARAM, 2006, p. 22).

    No entanto, talvez a definio de envelhecimento que rene mais consenso seja aformulada por Cassiano (2005, p. 9), colocando-a como um novo problema a ser enfrentado,necessitando de pessoas para o cuidado, oferecendo a eles uma vida tranquila, pois nessaetapa de vida acontece uma perca progressiva e irreversvel da capacidade de adaptao do

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    organismo s condies mutveis do meio ambiente. Deste modo, e de acordo com o autor,entender o processo de envelhecimento compreender de forma holsta os aspectosindividuais e coletivos da vida e, por sua vez, uma conscientizao de que as pessoas noenvelhecem todas da mesma maneira, e portanto merecem ser tratadas de maneira especialrecebendo atendimento adequado para que ocorra sua incluso na sociedade.

    1.1 Incluso social do idoso

    Integrado aos processos de democratizao da sociedade brasileira, so inegveis osavanos que vm sendo obtidos no caminho da incluso das pessoas idosas na sociedade, poismuito j tem sido debatido sobre o processo de envelhecer que se d desde o nascimento daespcie em vida, e no a partir de uma determinada idade, embora a aparncia envelhecida seacentue na fase idosa, e o aceleramento do envelhecer tambm, por exposio e desgastehumano de toda uma vida. Nesse sentido preciso resgatar a importncia das pessoas idosaspara sociedade, por meio da incluso dos mesmos na dinmica social, proporcionando a elesmelhor qualidade de vida.

    A incluso social temtica bastante ampla e complexa. Na definio de Holandaincluso um termo que vem do verbo incluir, significa compreender, fazer parte de, ouparticipar de. [...] (2008, p.26). A palavra incluso tem, portanto, um sentido amplo, poissignifica se sentir pertencente, ser compreendido em sua condio da vida e humanidade. sesentir pertencente como pessoa humana, singular e ao mesmo tempo coletiva.

    Incluso social na definio de Sazaki (1997, p. 55), representa a forma pela qual asociedade se adapta pra poder incluir. Enfoca-se adiante a incluso social como estar

    includo ou compreendido, fazer parte. O autor evoca o conceito de incluso social como

    uma questo bastante discutida na atualidade, entendida por ao que combate a exclusosocial, geralmente ligada a pessoas de classe social, nvel educacional, portadores dedeficincia fsica, idosos entre outras que no tem acesso a varias oportunidades.

    Contudo preciso definir incluso social como conjunto de meios e aes quecombatem a excluso aos benefcios da vida em sociedade. A incluso social, portanto,mostra-se importante junto ao aspecto do envelhecimento, em meio s polticas pblicasvoltadas para a referida camada da populao que, vem se apresentando de maneiraexpressiva em nossa sociedade.

    Segundo dados do IBGE (2010), ao longo dos ltimos 50 anos, a populaobrasileira quase triplicou: passou de 70 milhes, em 1960, para 190,7 milhes, em 2010. O

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    crescimento do nmero de idosos, no entanto, foi ainda maior. Em 1960, 3,3 milhes debrasileiros tinham 60 anos ou mais e representavam 4,7% da populao. Em 2000, 14,5milhes, ou 8,5% dos brasileiros, estavam nessa faixa etria. Na ltima dcada, o salto foigrande, e em 2010 a representao passou para 10,8% da populao (20,5 milhes), o quemostra que o envelhecimento da populao idosa j uma tendncia evidente.

    A incluso social do idoso no Brasil descrita por Nri (2006, p. 34), aponta para umtema muito discutido atualmente, entre eles existe uma grande variedade de leis que visamassegurar seus direitos, pois nessa etapa da vida, o idoso passa a depender de terceiros parao cumprimento de suas necessidades bsicas ou tarefas rotineiras.

    A incluso social do idoso deve ser um processo para a construo de um novo tipo desociedade, atravs de transformaes, na mentalidade das pessoas, e, portanto, tambm doprprio idoso. Corroborando essa assertiva, Boff (1999, p. 41) ressalta que a questo daincluso social do idoso, acontece pela apropriao dos direitos garantidos por Lei. Nessesentido, a incluso social do idoso envolve no apenas torn-los participantes da vida social,econmica e poltica, mas tambm assegurar-lhes o respeito aos seus direitos.

    No entanto, discutir a incluso social do idoso implica refletir sobre as polticaspblicas e polticas sociais, sobre os modelos construdos para garantir populao de terceiraidade a apropriao dos direitos garantidos por leis e estatutos, bem como a conscientizaoda sociedade atual em prol de uma melhor qualidade de vida. Portanto, aps conceituaessobre incluso social, abordado, a necessidade da criao de polticas pblicas e polticassociais que promovam qualidade de vida para os idosos, de maneira que tenham uma vidahumana digna e em sociedade, e possibilitem a satisfao pessoal como cidados, sujeitos dedireitos e deveres.

    1.2 Polticas pblicas e polticas sociais

    O fenmeno de envelhecer, vem modificando com o passar dos anos. At poucotempo, ter pessoas com idade mais avanada era uma caracterstica nos pases desenvolvidos,mas, desde o incio do sculo passado, tem ocorrido, de forma acentuada em pases emdesenvolvimento, como o Brasil, que apresenta altas taxas de envelhecimento populacional.Esse fenmeno vem trazendo modificaes significativas nas suas estruturas etrias, fazendoque o pas deixe de ser um jovem e sinta necessidade de uma reorganizao nas polticaspblicas para atender essa camada da populao que sofre com preconceitos.

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    Segundo estimativas do IBGE esta populao dever representar cerca de 19% do totalem 2050, sendo que a faixa de 80 anos ou mais a que ir registrar um aumento departicipao mais intensa, passando de 17 % do total de idosos para 28% em 2050. Paramelhor entender esses percentuais, transformando em nmeros de habitantes, os dados doIBGE, estabelecidos atravs do Censo de 2000, em termos absolutos, nos revela que apopulao idosa brasileira vai ter um crescimento expressivo at 2050. Entre os anos de 1940e 2006, o nmero de idosos registrados no Brasil cresceu cerca de 11 vezes, passando de 1,7milho para 18,5 milhes. A previso que em 2025 esse nmero esteja na casa de 64milhes de pessoas.

    Em 2050 estima-se que um em cada trs brasileiros seja idoso. Devendo, portanto, asociedade e o governo estar preparados para essa nova realidade, uma vez que essalongevidade ampliada no significa que os idosos estejam necessariamente livres de doenas eem condies de usufruir com sade plena esse perodo final de vida. Alm disso, osproblemas de sade dos idosos so de longa durao, requerem pessoal com qualificaoespecfica e equipe multidisciplinar, uma vez que possuem caractersticas particulares que osdiferenciam dos demais grupos etrios. Portanto, ressalta-se que o problema maior nem oenvelhecimento da populao no Brasil, mas, sim, o envelhecimento sem sade e qualidadede vida.

    Com o crescimento acentuado da populao idosa, faz-se necessrio que as polticaspblicas atendam as demandas, assegurando que os direitos bsicos dessa populao sejamatendidos. Pois segundo Buss (2003, p. 19) o pas percorrer velozmente um caminho rumo aum perfil demogrfico cada vez mais envelhecido, fenmeno que, sem sombra de duvida,implicar em necessidade de adequaes nas polticas pblicas e polticas sociais, quepermitam um envelhecimento saudvel e em condies de dignidade, particularmente aquelasvoltadas para atender as crescentes demandas nas reas da sade, previdncia e assistnciasocial.

    imperativo ao Estado, e, consequentemente, sociedade, o desenvolvimento depolticas pblicas e sociais com garantia de direitos que protejam as pessoas idosas em suasnecessidades, garantindo sua participao e reduzindo as desigualdades. J que hoje,envelhecer um triunfo, mas para desfrutar da velhice, conciso dispor de polticaspblicas condizentes com as reais necessidades das pessoas nessa fase da vida. As polticassociais devem estar voltadas para o resgate da dvida com os excludos no processo dedesenvolvimento e as pessoas idosas so seres humanos que precisam ser indivduos emantidos na sociedade.

  • 19

    Segundo Caldas (2000, p. 31), as leis que deram aos Idosos seus verdadeiros direitos egarantias, surgiram atravs da promulgao da Constituio Federal brasileira de 1988,quando a Assistncia Social passou a ser componente da Seguridade Social devendo serprestada a todos aqueles que dela necessitarem independente de contribuies, passando a serconsiderada como um direito de cidadania e reconhecida como poltica pblica.

    Portanto, a poltica de proteo aos idosos carentes iniciou-se, principalmente, com aConstituio de 1988, quando em seu Artigo 230 que preconiza "A Famlia, a Sociedade e oEstado tm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participao nacomunidade defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito vida"(BRASIL, 1988), sendo que esta Constituio universalizou os benefcios de renda,previdncia e assistncia social aos idosos, tornando-os um direito de todos aqueles quenecessitam e um dever do Estado. Essa poltica pblica de ateno ao idoso se relaciona como desenvolvimento scio-econmico e cultural, bem como a ao reivindicatria dosmovimentos sociais.

    Assegurando ao idoso a sua participao na comunidade, defendendo sua dignidade ebem-estar e garantindo-lhes o direito vida, e o exerccio de sua cidadania, foi criada aprimeira lei de n 8.842, de 4 de janeiro de 1994 para atender as suas necessidades, sendoregulamentada pelo Decreto Federal n 1.948, de 3 de julho de 1996, com objetivo deassegurar os direitos sociais do idoso, criando condies para promover sua autonomia,

    integrao e participao efetiva na sociedade (BRASIL, 2003). Segundo Simson et al (2006,p. 29), essa Lei representa um passo inicial no sentido de reconhecer a importncia dessesegmento populacional assegurando seus direitos sociais, estabelecido pela Poltica Nacionaldo Idoso que:

    Veio consolidar os direitos dos idosos j assegurados na Constituio Federal,apresentando formas de concretizao de instrumento legal capaz de coibir a violaodesses direitos e promover a proteo integral do idoso em situao de risco social,retratando as novas exigncias da sociedade brasileira para atendimento da populaoidosa, sob o pressuposto da manuteno da Poltica Nacional do Idoso, como normaorientadora da atuao governamental da rea (SIMSON et al, 2006, p.24).

    Quando apresenta todos os direitos garantidos pela Constituio, o mesmo autordestaca que, o cuidar em favor da sade do idoso, deve objetivar ao mximo a manutenodo idoso na comunidade, junto de sua famlia, da forma mais digna e confortvel possvele possa enfrentar os desafios do envelhecimento saudvel. Assim, sendo esse cuidado como idoso deve oferecer boa qualidade de vida, com timas condies de moradia e

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    momentos de lazer, uma vez que com o passar dos anos muitos idosos tornam-setotalmente submissos a familiares e amigos.

    Nri (2006, p.5), assegura que ao idoso deve ser garantidos maneiras preventivasde sade, prtica de atividades fsicas, combate ao estresse, alimentao adequada emoradia adequada. Para o autor preciso encarar a chegada da terceira idade sem seesconder do mundo, achando-se invlido e esperando a morte. Ao idoso deve serdispensados respeito e dignidade, o envelhecimento no deve estar relacionado sobrevida, mas a qualidade de vida.

    No que se refere ao direito do idoso, seguindo as mesmas diretrizes da PolticaNacional do Idoso, foi aprovado pelo Senado Federal e sancionado pelo Presidente daRepblica em 1 de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso, que trata [...] dos direitosfundamentais, das medidas de proteo e da poltica de atendimento ao idoso, assim como dascondutas contra os idosos que constituem crimes (BACELAR, 2009, p.23), com objetivo degarantir dignidade ao idoso, dando continuidade ao movimento de universalizao dacidadania, levando at o idoso a esperana de que seus anseios e necessidades esto de fatogarantidos.

    Ao destacar a importncia do Estatuto do Idoso, Bosi (1994, p. 45), assim se expressa:

    Essa lei um marco importante no estudo dos direitos dos idosos brasileiros... uminstrumento que proporciona auto-estima e fortalecimento a uma classe de brasileirosque precisa assumir uma identidade social. Ou seja, o idoso brasileiro precisaaparecer! Precisa se inserir na sociedade e, assim, passar a ser respeitado comoindivduo, cidado e participe da estrutura politicamente ativa.

    Assim, o Estatuto do Idoso que tem como propsito fundamental a promoo doenvelhecimento saudvel, a preveno e/ou a melhoria, ao mximo possvel, dacapacidade funcional dos idosos, o cuidado e a preveno de doenas, a recuperao dasade daqueles que adoecem e a reabilitao daqueles que venham a ter sua capacidadefuncional diminuda, de modo a garantir-lhes permanncia no meio em que vivem,exercendo de forma independente suas funes na sociedade (BRASIL, 1999).

    Para Lopes (2000, p. 42) a Poltica Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso sodispositivos legais que norteiam aes, sociais e de sade, garantem os direitos das pessoasidosas e obrigam o Estado na proteo dos mesmos (BRASIL, 2003). Portanto, imprescindvel que essas leis garantam de incluso do idoso na sociedade, ou seja, para que oidoso exera um papel ativo na sociedade e para que a sociedade trate o idoso com respeito edignidade.

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    2 SOCIEDADE SO VICENTE DE PAULO

    Durante o processo histrico, muitas crticas so atribuidas igreja, que desde a suafundao, instituda pelo congresso romano, sempre esteve ao lado do poder. Mas, ao mesmotempo em que recai as crticas, no se pode negar a participao da igreja no contexto daorganizao social e a sua luta pela igualdade e a discriminao entre os povos.

    A proposta de mostrar a vida religosa e suas aes de humanidade, humildade edesapego ao material, como vivera Padre Vicente, deixando exemplo de como a vida humanadeveria ser simples e fraterna o que norteia esse trabalho, que ir apontar como um ato deboa vontade, pode, por sua vez, ajudar a encurtar os caminhos das desigualdades sociais(SOCIEDADE SO VICENTE DE PAULO, 2007).

    Nascido no sul da Frana, no ano de 1581, Vicente de Paulo, filho de famlia pobre ecamponesa, observado em sua biografia, recebeu seus ensinamentos religiosos ainda em casa,proferidos por sua me. Vicente cresceu em meio aos animais e ainda quando criana erapastor de ovelhas e sempre ia com a famlia igreja nos fins de semana, preocupando-se comos pobres, idosos, doentes e com crianas abandonadas.

    Vicente de Paulo foi o criador de muitas obras de amor e caridade, vindo a falecer, em27 de setembro de 1660, sendo canonizado pelo Papa Clemente XII, em 16 de junho de 1737e declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Catlica, 12 de maio de 1885, porLeo XIII, entre elas a Sociedade So Vicente de Paulo.

    A Sociedade So Vicente de Paulo (SSVP), foi fundada em 1833 na Frana, teve comofundadores um jovem de 20 anos de idade, Antnio Frederico Ozanam e outros seiscompanheiros da Universidade de Sorbonne, em Paris, sensibilizados pelo sofrimento depessoas carentes decidiram no s orar, como realizar obras de caridade. A Sociedade criadafoi inspirada na obra de So Vicente de Paulo, adotando os princpios de justia e caridadepara aliviar o sofrimento do prximo. No Brasil uma organizao do movimento catlicopara leigos. Seus trabalhos so voltados a obras de caridade com intuito de:

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    Aliviar o sofrimento e promover a dignidade e a integridade do homem. A SSVP nosomente procura mitigar a misria, mas tambm descobrir e remediar as situaes quea geram, assim, busca o desenvolvimento do sujeito para que ele desenvolvacondies de mudar sua prpria vida, de se tornar independente. Leva sua ajuda aquantos dela precisam, independentemente de raa, cor, nacionalidade, credo polticoou religioso e posio social: da a existencia das chamadas Obras Unidas (asilos,creches, hospitais, etc.) (QUEIROZ, 1999).

    A Sociedade So Vicente de Paulo trata-se de uma sociedade Crist e estabelecerelaes ecumnicas, reconhece a hierarquia da Igreja Catlica, no entanto uma sociedadeautnoma, com regras e funcionamento prprio, organizada hierarquicamente por conselhosrepresentados da seguinte forma: um Conselho Geral Internacional em Paris, na Frana, quecoordena os trabalhos do mundo todo. Em nvel nacional h o Conselho Nacional, no Brasil asede no Rio de Janeiro, RJ. Em mbito regional h os Conselhos Metropolitanos. OsConselhos Centrais so os rgos executivos de determinada circunscrio. No mbito localexistem os Conselhos Particulares, os quais unem as Conferncias, que so os grupos quecoordenam os trabalhos e se renem com certa frequncia. (Regra, 2007)

    Portanto, a SSVP uma organizao que congrega leigos catlicos, que se esforam movidos pela justia e caridade - para aliviar os sofrimentos do prximo, mediante o trabalhocoordenado de seus membros. A ao dos vicentinos compreende qualquer forma de ajuda,atravs de contato pessoal, no sentido de amenizar a dor social, promovendo a dignidade e aintegridade do homem. Alm de lutar contra as diversas formas de misria, a SSPV buscadescobrir e remediar situaes que geram. Leva seus auxlios a todos que precisam,independentemente de raa, cor, nacionalidade, credo poltico ou religioso e posio social.

    Os vicentinos buscam a promoo integral do indivduo, tanto no nvel materialquanto espiritual, somando hoje mais de 700 mil membros espalhados pelo mundo, sendo oBrasil o maior pas vicentino do planeta, a instituio nasceu no Brasil em 1872 com aconferncia So Jos no Rio de Janeiro/RJ, atualmente conta com cerca de 250 milvoluntrios, organizados em 20 mil conferncias e 33 Conselhos Metropolitanos. Os gruposso formados por homens, mulheres, adolescentes e crianas que se renem semanalmentepara debater e sugerir maneiras de atender famlias carentes, cadastradas aps sindicnciasocioeconmicas; (SOCIEDADE SO VICENTE DE PAULO, 2007).

    A SSVP seguramente a detentora da maior rede de Instituies de LongaPermanncia do pas. Segundo Camarano e Pasinato (2005 ), o governo federal tem apenas238 asilos pblicos, contra 701 da Sociedade de So Vicente de Paulo, ou seja, a sociedadeainda depende da caridade para o tratamento dos idosos.

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    Em Ipor as trs conferncias so responsveis pelo trabalho desenvolvido em trsinstituies, sendo elas: Lar So Vicente de Paulo, Casa dos Deficientes e por ultimo na VilaJos Cndido Vieira, sendo o primeiro alvo desse estudo.

    01: Figura externa do Lar so vicente de PauloFonte: Moraes. (2013)

    O Lar So Vicente de Paulo foi fundado em 12 de junho 1977 pelos mentores Pe.Wiro e Jos Candido Vieira, tendo sua construo iniciada em 28 de agosto de 1967 paraestender as obras dos vicentinos de Ipor. Os fundadores trabalhavam em parte dependendode verba solicitada atravs de projetos enviados para seu pas de origem em benefcio ao LarSo Vicente de Paulo, com a morte do ltimo desses em 2009, essa verba deixou de existir nareceita dessa instituio, o que passou a exigir mais da administrao da instituio e dasociedade civil. Hoje, o LSVP promove esporadicamente leiles e feiras com doaes feitaspelos benfeitores, forma de arrecadar verba para parte da manuteno da instituio.

    O Lar So Vicente de Paulo (LSVP), na cidade de Ipor foi pensado e criado porrepresentantes da Igreja Catlica que observaram a necessidade de atendimento a idososcarentes residentes dessa cidade. Esse lar teve como 1 presidente, Jos Alves, na poca,gerente da Caixa Econmica Estadual local; como 1 coordenadora, Senhora BenignaErnestina Maria Auer, (irm Benigna). Portanto fundar o Lar So Vicente de Paulo foi ideiade um grupo de pessoas catlicas que participavam da sociedade de So Vicente de Paulo

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    (SSVP), que queriam colocar em prtica o ideal de caridade pregado por Frederico Ozanam,tendo como principal finalidade a prtica da caridade no campo de assistncia social e da

    promoo humana.

    O LSVP, assumido e administrado pelos vicentinos, grupo de disseminadores daproposta da SSVP, que trabalha para aliviar a misria espiritual e material, dos que vivem emsituao de risco social, colocando em prtica os ensinamentos de Cristo e da Igreja Catlicana forma de pensar e agir caridosamente.

    A entidade mantida por doaes de pessoas fsicas e jurdicas, por verba daPrefeitura Municipal de Ipor (faz mensalmente um repasse no valor de R$ 1000,00), pelo usoda aposentadoria dos residentes que disponibilizem 70% de sua aposentadoria para o Lar,podendo manter os outros 30% com o prprio idoso ou com seus familiares, dependendo seidoso tem condies de administrar seu prprio dinheiro, e atravs da coleta de verduras nafeira central de artesanatos e alimentos da cidade, coleta essa, feita por uma das trsconferncias dos vicentinos; um comrcio varejista local (Supermercado Ip) doasemanalmente para o LSVP, duas caixas de verduras; voluntrios da comunidade participamdoando vaca para ser utilizada na alimentao dos internos; Um grupo de doadores dematerial de limpeza contribui com aproximadamente 20% do necessrio para cumprir anecessidade sanitria da instituio.

    O lar regido por regulamentos internos especficos, aprovados pela diretoria. Nodesenvolvimento de suas atividades no faz distino aos idosos quanto raa, cor, condiosocial, credo poltico ou religioso, somente em relao idade.

    Para que o idoso seja admitido no Lar So Vicente de Paulo, preciso que tenha maisde 60 anos e que o mesmo resida na cidade de Ipor h pelo menos um ano. Aps analisaresse pr-requisito so escolhidos aqueles que mais precisarem dos benefcios que o abrigooferece. Para isso, necessrio o preenchimento de um questionrio para definir a situao doidoso, que pode ser preenchido pela famlia ou por ele prprio. Em seguida, a direo faz umavisita casa do idoso e de seus familiares a fim de coletar mais detalhes sobre sua condiode vida e assim poder definir qual o real nvel de necessidade do futuro amparado.

    O LSVP tem no quadro de profissionais: Auxiliar de servios Gerais, cozinheira,enfermeiro para oferecer aos idosos acima de 60 anos que necessitem de moradia e assistnciatotal como: alimentao, vesturio, medicamentos, atendimento medico, odontolgico,psicolgico, fisioteraputico etc. Alm de cuidar do corpo a instituio se preocupa tambmem zelar pelo bem estar dos idosos, promovendo atividades religiosas e recreativas queelevem a autoestima dos internos e outras momentos de lazer.

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    O lar uma entidade civil de direito privado, beneficente, filantrpica (portanto, semnenhum fim lucrativo) caritativa e de assistncia social, com a finalidade de praticar acaridade crist atravs de um estabelecimento destinado a abrigar pessoas idosas de ambos ossexos e proporcionar-lhes melhor qualidade de vida.

    De acordo com dados do ms de agosto de 2013, o lar conta com um quadro de 9funcionrios legais, registrados e remunerados, sendo cuidadores de idosos que atuam nacopa e cozinha, limpeza, administrao e recepo. A parte de direo composta por:presidente, vice-presidente e tesoureiro, no remunerados, sendo que desempenham umtrabalho voluntrio para ajudar o prximo.

    A rea fsica da instituio foi planejada e construda horizontalmente, levando-se emconsiderao as dificuldades de locomoo e maior vulnerabilidade que os idosos possamapresentar. Os corredores possuem corrimo e os pisos so antiderrapantes, sendo ailuminao, a ventilao e as instalaes eltricas e hidrulicas obedecem aos padresmnimos exigidos pelo cdigo de obras municipal.

    02: Figura sala de televiso ala feminina do Lar So Vicente de PauloFonte: Moraes (2013)

    Sobre as instalaes fsicas, a instituio conta com 20 quartos, com rea mdia denove m cada quarto, havendo dois ou trs idosos em cada cmodo. Os alojamentos possuem

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    condies de iluminao adequadas, com boas condies de higiene. Os idosos possuemespao para guardar seus pertences pessoais. Esto presentes 12 banheiros na unidade, emboas condies de higiene, contando com artefatos de proteo/apoio nos chuveiros e vasossanitrios. As paredes e tetos possuem cores claras e lavveis, o que facilita a limpeza do lar.

    A rea de lazer e rea verde so espaos para atender s necessidades dos idosos.

    03: Figura rea de lazer no Lar so vicente de PauloFonte: Moraes (2013)

    A unidade possui extintores de incndio em locais visveis e dentro dos prazos devalidade, mas os quartos no esto equipados com campainhas de emergncia.

    As instalaes eltricas e hidrulicas esto em boas condies, assim como a cozinha eo refeitrio, estando tambm os alimentos armazenados e acondicionados corretamente. O LarSo Vicente de Paulo possui rea externa, e o espao oferece condies apropriadas para otrnsito dos idosos.

    No que se refere participao da famlia no processo de envelhecimento dessesidosos, de acordo com os funcionrios esta quase nula, pois poucos recebem visitasconstantes, sendo que na sua grande maioria foram abandonados nessa instituio filantrpicapela famlia ou vieram sozinhos depois de serem abandonados pela famlia e no terem ondeviver, procuraram a instituio. Tem-se ainda dois casos que foram por intermdio doMinistrio Pblico, pois estavam jogados nas ruas de Ipor.

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    Para admisso do idoso nessa instituio, respeitada a ordem de inscrio e a maiornecessidade scio-econmica do candidato, assim como sua idade, que deve ser igual ousuperior a 60 anos. Atualmente o lar dispe de espao fsico para receber novos idosos, epretende fazer parcerias com pessoas da comunidade e outros rgos pblicos como aprefeitura para ampliar suas dependncias.

    2.1 As pessoas que abrigam o Lar So Vicente de Paulo na cidade de Ipor

    Os dados auferidos pela pesquisa informam que o LSVP abriga atualmente 33 idosos,sendo que apenas 4 desses so nascidos na cidade de Ipor e 29 vieram de diferentes cidadesdo estado de Gois e at mesmo de outros estados como: Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia,Pernambuco e Alagoas.

    Esses idosos que deixaram sua cidade natal para vir residir em Ipor, vieram em buscade uma melhor qualidade de vida, pois como foi relatado pelos mesmos, trabalhavam nasfazendas e quando ficaram velhos os fazendeiros os colocaram no asilo, pois no davam maisconta de trabalhar, j que no tinham mais fora para realizar o trabalho.

    Sobre o sexo dos idosos que residem no LSVP na cidade de Ipor, tem-se umaprevalncia de pessoas do sexo feminino sobre o sexo masculino. O grfico 01 apresenta osexo dos idosos que participaram da pesquisa.

    Grfico 01: Distribuio dos entrevistados por sexoFonte: Dados constitudos pelo autor

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    Conforme o grfico 01, 55% dos idosos so do sexo feminino, enquanto que 45% sodo sexo masculino, o que condiz do resultado apresentado pelo censo demogrfico realizadoem 2010, pelo IBGE, apontando o percentual de 56% da populao acima de 60 anos comosendo de mulheres idosas no Brasil. Comparando os dados da populao idosa do municpiode Ipor, observa-se que o IBGE (2010) contabilizou um numero maior de mulheres idosas,55%, em relao ao nmero de homens idosos 45%. Entretanto, a prevalncia de mulheresidosas no Brasil no geral para todos os estados e municpios, portanto algumas regies dopas podem apontar resultados diferentes (FREITAS, 2005). O grfico 02 apresenta a idadedos entrevistados.

    Grfico 02: Distribuio dos entrevistados por idadeFonte: Dados constitudos pelo autor

    De acordo com o grfico 02, 10% dos idosos possuem de 60 a 69 anos; 27% tm comoidade a faixa etria que compreende de 70 a 79 anos; 40% possuem a faixa etria quecompreende de 80 a 89 anos; e 23% possuem de 90 a 100 anos.

    Percebe-se que existe uma maior concentrao de idosos que compreende a faixaetria de 79 a 100 anos, 90% dos participantes da pesquisa. O segmento populacionalcomposto por idades mais avanadas a partir dos 70 anos tem crescido e tender a crescerainda mais (CAMARANO e PASINATO, 2005). O grfico 03 apresenta a internao nainstituio asilar voluntria.

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    Grfico 03: Internao na instituio voluntriaFonte: Dados constitudos pelo autor

    Em relao internao na instituio asilar voluntria, apenas 28% dos idosos solevados por familiares ou encaminhados por pessoas da comunidade, ou at mesmo ex-patres e 72% dos idosos procuram de forma voluntria esse tipo de moradia coletiva, de ummodo geral, so pessoas que perderam seus familiares mais prximos, esposo(a), ouempobreceram, ou se sentem inseguros para administrarem suas vidas de forma autnomadevido idade avanada. Em decorrncia dessas mltiplas variveis, o pertencimento a essetipo de instituio pode representar uma alternativa de amparo, proteo e segurana, naimpossibilidade do acolhimento familiar ou por no quererem depender dos seus familiares. Ogrfico 04 mostra o tempo de permanncia no lar.

    Grfico 04: Tempo de permanncia no larFonte: Dados constitudos pelo autor

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    Considerando o tempo de institucionalizao dos idosos, o estudo evidenciou que amaioria vive na instituio entre seis a dez anos (44%), seguidos de um a cinco anos (27%),acima de dez anos (17%), menos de um ano (12%). O tempo de institucionalizao influenciao grau de adaptao do idoso s normas de funcionamento da instituio.

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    3 A INCLUSO SOCIAL OFERECIDA NO LAR SO VICENTE DE PAULO EMIPOR

    O estudo realizado apoia-se em tericos que falam sobre a incluso social oferecidaaos idosos, para isso foram realizadas observaes in loco. Trata-se de uma pesquisaqualitativa que transformou as observaes e informaes dos tericos sendo possvel chegara um resultado.

    A pesquisa campo foi realizada com o objetivo de mostrar que o LSVP promove aincluso social dos idosos que ali residem, como foi relatado na fala dos idosos, que veremosmais adiante. De acordo com Silva (2008, p. 45), todo atendimento prestado aos Idosos,fazendo com que os setores pblicos e privado se organizem e ofeream a esses, condiesdignas de vida, muitas vezes suprindo, e em outras, complementado o carinho e a ateno dafamlia e da sociedade.

    Os idosos foram indagados sobre o que acham de viver no Lar So Vicente dePaulo de Ipor, a maioria, 83% afirmaram gostar do lugar onde vivem, demonstrando alegria,satisfao e proteo como mostra o grfico 5.

    05: Percepo dos idosos sobre a vida no Lar So Vicente de Paulo de IporFonte: Dados constitudos pelo autor

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    Verificou-se que alegria (35%), satisfao (29%) e proteo (19%) so os sentimentosmais apontados pelos idosos, pois, juntos eles representaram 83% de todos os citados. Essesvalores mostram que os idosos gostam de viver no Lar So Vicente de Paulo de Ipor.Apontaram ainda como ser um lugar que escolheram para viver at o fim dos seus dias. Dostrinta e trs idosos entrevistados 17% demonstram no sentir-se bem vivendo no lar, sendoque 8% sentem tristeza, 3% insatisfao e 6% abandono. Tais sentimentos negativos, paraesses idosos esto relacionados ao abandono pela famlia, pois segundo os mesmos, setivessem uma famlia que se preocupasse com eles, no estariam morando em um casacoletiva para idosos.

    Repare que no contexto da insatisfao, no diz respeito ao atendimento oferecidopelo lar, mas, sim, pelos sentimentos arraigados pela famlia. notrio que aquele que teve econviveu em famlia coesa nutre sentimentos por estar junto dos seus. Alguns aindaalimentam o sonho de um dia poder voltar a viver no seio familiar, mesmo tendo conscinciaque a realidade distancia essa vontade.

    3.1 Concepes sobre qualidade de vida

    Quando questionados sobre as concepes em relao qualidade de vida, 59% dosidosos relacionam ser bem tratados e receber ateno como principais itens para viver bem, oque denota um equilbrio com os idosos que assumem suas capacidades como boas e timas,como mostra o grfico 6.

    06: Percepo dos idosos sobre a qualidade de vida no Lar So Vicente de Paulo de IporFonte: Dados constitudos pelo autor

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    Na concepo dos idosos, 38% afirmaram que vivem bem porque so bem tratados,18% afirmaram que recebem boa ateno, 15% consideraram viver com dignidade, 8%ressaltaram a categoria de que preciso visita dos familiares para se viver melhor, 21% comateno dos funcionrios. Os dados mostram o reconhecimento dos idosos de serem bemtratados, 38%, pela equipe de funcionrios e diante desse resultado a relao que se estabeleceentre idoso-profissional que presta servios no Lar So Vicente de Paulo de Ipor desatisfao. A satisfao um importante instrumento para avaliar a qualidade do servioprestada. De acordo com Schimith e Lima (2004, p. 28) a satisfao do idoso est diretamenteligada ao acolhimento e vnculo entre profissional e idoso, proporcionando assim, ateno equalidade nos servios prestados. O tratamento de qualidade oferecido no lar colabora paraque esses idosos vivam longe de seus familiares, onde apenas cita a importncia da visita defamiliares para que possam viver bem.

    Ao falar sobre ser bem tradados, conforme mostrado no grfico 6, os idosos afirmamque ter qualidade de vida ter um lugar para morar, comer bem, receber tratamento mdicoquando necessrio, visto que para eles, nessa fase da vida preciso um cuidado para se viverbem.

    Quando os idosos falam de seus sentimentos, mostram a necessidade de receberemateno para viver bem, pois sabem das suas limitaes e tem conhecimento da importnciadas pessoas a sua volta.

    Nesse contexto, de extrema relevncia compreender que o respeito ao ser humano,como mostra George (1991, p. 15) um sentimento que no seio social est sendo extirpado,tudo isso se refletindo de forma visvel na grande marginalizao de parcela da sociedade,excluda, seja por motivos econmicos, sociais, tnico-raciais, culturais, etc.

    O idoso DJ, expressa essa ateno necessria: Eu acho que dependo muito daspessoas ao meu redor para me ajudar na minha rotina do dia-a-dia. Nessa fase da nossa vida muito difcil viver sozinho, at mesmo para ajudar no uso de remdios, pois a gente esqueceat a hora de tomar os remdios. Eu tenho problema de sade, e se no tiver algum pra meajudar no sei a hora e nem como tomar o remdio, no tenho leitura. Eu no consigo viversozinho. No tem como viver sem ajuda de uma pessoa, no tenho ningum. Aqui um lugarque Deus preparou pra mim, porque sou sozinho e tem outras pessoas como eu, ajudo eles noque dou conta e eles me ajudam tambm.

    Pelo exposto, legtimo afirmar que as relaes sociais ocorrem em um lugar

    determinado, sem a qual no se concretizariam, em um tempo fixado ou determinado quemarcaria a durao da ao. assim que espao e tempo aparecem por meio da ao humana

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    em sua indissociabilidade, uma ao que se realiza como modo de apropriao (DAMIANI,2006, p. 60).

    Ao falar sobre ser bem tratados, os idosos que residem no LSVP reconhecem a prticada caridade crist no campo da assistncia social e da promoo humana. Assim como ficaexplcito na fala do idoso SP: Aqui no LSVP, eu particularmente no consigo ficar semajudar o meu prximo, at mesmo com orao sei que posso ajudar um irmo que precisa.Temos momentos de cantar e de falar, de danar e de ficar parado. Uma vez no ms temos amissa para aqueles que no do conta de ir a igreja. Eu no consigo nem pensar se tiver quemorar em outro lugar, pois aqui que tenho amor e as pessoas gostam muito de mim. Paramim, aqui minha famlia. Eu vivia na rua, era muito triste. Antes de vir parar aqui sofriamuito. Minha famlia at me explorava, pegando todo o meu dinheiro da aposentadoria edeixava eu sem nada e passava fome, hoje recebo um lugar limpo e tranquilo para viver

    O que deve ser aqui ressaltado que o ser humano est a cada dia perdendo a suaprpria humanidade e no respeitando as minorias as diferenas existenciais entre as pessoas,como esclarece (SANTOS, 1987, p. 60).

    A idosa TA, do mesmo jeito expressa bem a importncia de ser bem tratado, quandofala dos momentos em grupo no LSVP: aprendo muitas coisas com meus irmos fazendoexerccios, rezando e quando agente est danando. O melhor momento quando estamosreunidos, sai histria de todo tipo e a gente v que ns somos todos iguais. Em grupo umajuda o outro para acabar com as dificuldades. Idoso com idoso mais fcil de entender avelhice. Normalmente quando separamos do grupo e voltamos para os quartos ficamoslembrando do que fizemos, falamos at dormir. A gente se entende melhor, porque temosmais intimidade por causa de ser da mesma fase de vida. Com trabalho em grupo eu aprendoa conviver e ajudar o prximo.

    A socializao de como executam as atividades e suas estratgias de resoluo deconflitos pode facilitar no modo de vida dos idosos. As escolhas do grupo devem serincentivadas pelo profissional para que seja com aqueles que existam uma maior afinidade.Forar os idosos a agruparem-se com aqueles que no possuem certa relao, pode fazer cairpor terra o objetivo da diminuio das dificuldades com o relacionamento. a simpatia quefaz com as pessoas se aproximem de algo ou algum. Com o relacionamento no LSVP no diferente. Uma das coisas que diminui a receptividade dos idosos, e consequentementeconduz suas atitudes para o insucesso na vida em grupo, a maneira como ela trabalhada.

    A importncia do idoso participar das atividades oferecidas no LSVP, se d pelaspessoas cuidadoras que executam o trabalho com os mesmos, que devem ser de amparar e

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    proteger pessoas idosas, assegurando seu bem estar, defendendo sua dignidade e reduzindo osfatores de risco comuns nessa fase da vida, oferecendo atendimento de qualidade etrabalhando o resgate de identidade e dignidade dos idosos, assim como dispe o Art. 3 doEstatuto do Idoso (BRASIL, 2005), como fica explcito na afirmativa do idoso VSS: eu soubem tratado aqui e reconheo tudo o que fazem por mim, fao todas as atividades que sooferecidas, no gosto de ficar s no quarto deitado no, mas tem gente que nem semprereconhece o que oferecido e quer ficar isolado. Vejo que agente tem que aproveitar otratamento e as atividades oferecidas para melhorar nossa vida. Eu simpatizo com a rodinha, adana, a missa e da gosto da minha vida aqui. O bom da vida quando a gente sabe viver, esaber viver aproveitar o que oferecido para o bem da gente e aqui no LSVP eles fazem detudo para ver a gente bem e feliz, tratam agente muito bem, nem lembro que um dia tive umafamlia. Minha famlia so meus irmos, companheiros que convivem comigo.

    O vnculo com o idoso facilita no momento que surge o sentimento de abandono. Aboa relao entre o ajudador e os idosos possibilita perceber o que mais efetivo de sertrabalhado com os idosos. A antipatia em relao aos trabalhos oferecidos no asilo podecaracterizar-se pela no compreenso inicial do que est sendo oferecido no dia-a-dia, e quenem sempre esclarecido no mesmo dia em que as atividades so oferecidas. No LSVP estetrabalho se d atravs da atuao dos profissionais da instituio visando um trabalhointerdisciplinar com os idosos em busca da sua insero na sociedade, trabalhando questescomo: vnculos familiares e comunitrios, sade fsica e mental, dentre outros, visando o bemestar dos idosos e garantia da qualidade no atendimento dos residentes. A sociedade existecom objetos, com este que se torna concreta como as pessoas se movimentam para praticaro lazer, trabalho, compras, como eles habitam, como participam da reproduo social(SANTOS, 1994, p. 74).

    Os idosos vinculam considerao de viver bem quando sabem e gostam do que fazem,e quanto mais claro o ajudador se expressar para os idosos, menor a possibilidade doinsucesso da participao nas atividades oferecidas, bem como demonstra o idoso LM, naafirmao a seguir: nunca deixei de participar de nenhuma atividade, fao minha caminhadapela manh porque sei que vai me ajudar a viver melhor. Tomo meu medicamento, arrumominha cama, porque sei que sou capaz. Entendo que as pessoas no so iguais e no tenhoraiva da minha famlia por viver aqui, pelo contrrio, agradeo a Deus por esse lugar. Rezotodos os dias para meus filhos. Quando eles vm aqui me ver bom, mas quando no d pravir sei que esto trabalhando. A vida anda muito difcil, preciso trabalhar muito. Gosto

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    muito de viver com pessoas que so iguais a mim. Temos os mesmos assuntos, a mesmahistria.

    3.2 Motivao para viver no LSVP

    Os idosos demonstrar gostar do lugar onde vive, como pode ser percebido aodemonstrar motivao para viver no lar, pois a maioria dos mesmos 60%, informam quegostam de viver ali e afirmam serem bem tratados, como mostra o grfico 7.

    07: Motivao dos idosos para viver no Lar So Vicente de Paulo de IporFonte: Dados constitudos pelo autor

    Na questo que busca uma reflexo dos idosos sobre sua motivao para viver noLSVP surgiram vrias categorias que expressam os seus principais sentimentos: 38% esto

    motivados para viver porque gostam, 14% afirmam que no tm o que reclamar, 15%ressaltam que a motivao para no viver s, 22% so motivados pelo tratamento recebido,onde afirmam que so muito bem tratados, 12% destacam que o que os motiva o trabalhoem grupos como: caminhada, culto, missa, 11% motivam-se pela companhia e 3% motivam-se por no ter outro lugar para viver.

    Mas observar os tipos de estmulos que podem ser inseridos nas motivaes para oidoso viver no LSVP, necessita de pesquisa e busca do ajudador nas diversas formas queencontramos. Sem essa inteno, o ajudador corre o risco de abdicar das chances de ajudar oidoso a viver bem e motivado no LSVP.

    A categoria que se destaca pelo maior nmero se refere a se motivar porque gostam,assim como afirma a idosa AR: gosto de viver aqui e quero viver aqui ate meus ltimos dias.

    No me vejo vivendo em outro lugar. Aqui temos muitas atividades e tratamento quando

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    precisamos. Temos momento pra tudo, vejo televiso, tenho comida na hora certa e momentospra passeio tambm. Esse lugar foi preparado por Deus, para eu ter paz e sossego, coisa queeu no tinha quando vivia com minha famlia, no tinha condies nem mesmo paratratamento da minha sade.

    No LSVP, os idosos tem horrio estipulado para refeies e para tomar banho, epodem assistir televiso e dormir a hora que quiserem. A rotina importante para ofuncionamento interno da instituio, mas jamais pode tolir a vontade, liberdade e autonomiado idoso. Alguns idosos ajudam na rotina da Instituio: como lavar e passar roupas, cuidarde outros idosos, dentre outras atividades. Segundo os idosos estas tarefas faz com que cadaum sinta-se til.

    A atitude dos idosos de querer viver at os ltimos dias no LSVP, mostra que eles sobem tratados e no sentem falta da vida que vivia antes de morar no lar. Gostar de viver no larfaz com que o idoso viva melhor, sem o sentimento da obrigao, como expressa o senhorAntonio Arruda: Gosto bastante de viver aqui, me divirto com os amigos. Deveramos estar

    sempre satisfeitos por ter um lugar como esse para viver e no ser maltratado pela famliacomo meu caso. Fui abandonado, no tinha condies nem mesmo de comer. Era muitotriste. Essa fala comprova o que diz Veloz et al (1999, p. 19), quando afirma que osprincipais motivos de admisso de idosos em asilos so, a falta de respaldo familiarrelacionado a dificuldades financeiras, distrbios de comportamento e precariedade nascondies de sade.

    O sentido que dado na motivao para no viver s ou por no ser maltratados,remete aos idosos uma mensagem de que a solido e maus tratos nessa fase da vida no sobem vistos, pelo contrrio que muitos pensam que idoso gosta de viver s para no serincomodado. A condio socioeconomica garante maior ou menor mobilidade para conquistaro direito condio de cidados, de sujeitos sociais, de viver os espaos urbanos (SANTOS,1987, p. 65)

    A vida em grupo bem vista pelos idosos, como expressa Luzia Maria: Gosto deconversar, ver gente, brincar, at porque no estou morta, sinto falta dos meus filhos, irmos,mas quando lembro dos maus tratos que recebia, no penso mais neles. Sofri muito antes devir morar aqui, j at dormi na rua, porque tinha medo de voltar pra casa, e l ningumconversava comigo, dizia que eu estava velha.

    Entre os que sofreram maus tratos, e so abandonadas pela famlia, as mulheres idosasparecem ser as maiores vtimas. Abandono, perda do companheiro, todos esses fatores soeventos que culminam, muitas vezes com a internao.

  • 38

    A famlia entendida como:

    Instncia bsica, na qual o sentimento de pertencimento e identidade social desenvolvido e mantido e, tambm, so transmitidos os valores e condutas pessoais.Apresenta certa pluralidade de relaes interpessoais e diversidades cultuais, quedevem ser reconhecidas e respeitadas, em uma rede de vnculos comunitrios,segundo o grupo social em que est inserida (SILVA, 1991, p.18).

    A vida atual do idoso necessita de cuidados especiais como cuidados e tratamentosmdicos. A conscincia da importncia de cuidados especiais no momento atual deve serconstruda com os idosos, na percepo do que tem realmente importncia, como demonstra oBelmiro Jos Costa: me sinto bem, morando aqui, posso caminhar por todos os lugares comfacilidade, consigo me levantar da minha cama sozinho, vou ao banheiro, posso tomar meubanho e fazer minhas refeies. Eu at recebo visita de amigos. Eu sempre gostei de pessoaspor perto, sinto que no estou sozinho. Quando sinto mal, recebo tratamento na hora certa, soulevado no mdico e tomo remdio.

    Segundo o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2005, p. 28), as entidades, tem o dever deoferecer espao fsico e instalaes apropriadas habitabilidade do idoso, devendo possuir,por exemplo: dormitrios separados por sexo, estes todos adequados; banheiros adequadoscom barras, para que o idoso tenha onde poder se apoiar; refeitrios; sala de televiso; rea delazer; em lugar de escadas, ter apenas rampas e corrimes; oferecer acomodaes apropriadaspara o recebimento de visitas. Todos os cmodos devem ter luz de viglia; campainha paraemergncia e sistema de segurana e preveno de incndio. Destaca-se que no LSVP todosos idosos obtm atendimento mdico, atravs do Sistema nico de Sade (SUS), da sadepublica, sendo as consultas agendadas pelas Assistentes Sociais do lar, os mesmos soacompanhados pelos funcionrios da instituio.

    Sobre os idosos que destacam a motivao pelo trabalho em grupos como: caminhada,culto, missa, so pessoas que vieram por conta prpria, vindos de outros estados e estavamsem um lugar para viver, no recebiam tratamentos e no tinham nenhuma noticia de algumfamiliar, como pode ver na fala do JBS: eu vim de muito longe, no sabia pra onde ir, notinha e no tenho ningum. Vivia sozinho mesmo. Vivi muito tempo pelas ruas, sem ter um

    lugar para dormir, ou at mesmo ter comida e pessoas com quem conversar.

    Assim, cada lugar ao mesmo tempo, objeto de uma razo global e de uma razolocal, convivendo dialeticamente (SANTOS, 1996, p.273). Portanto, fundamental que sebusque reconhecer os vnculos afetivos que ligam mais as pessoas e as paisagens que setornam mais significativas ao seu estudo.

  • 39

    Quanto afirmao por no ter outro lugar para viver 3%, so idosos que foram

    colocados no LSVP, pelos familiares e sentem muita falta dos mesmos, mas elogiaram oabrigo em que moram, alegaram serem bem tratados e j estabeleceram vnculos afetivosentre os moradores e funcionrios como fica evidente na afirmao dos idosos LM eEdmundo Neves Moreia: no vejo meus filhos h muitos meses. muito raro a visita deles.A vida muito triste sem a presena dos filhos que a gente criou com tanto amor, mesmosendo bem tratado aqui, lembro dos meus filhos. Tenho vontade de viver com eles um dia. Osdias aqui so bons, mas sinto muita falta at do trabalho na casa do meu filho. Eu arrumava acasa todos os dias, mas no fim eu j no dava conta e minha filha ficava brava comigo. Davida l fora, lembro s da minha casa com meus filhos, mas depois eles nem iam l mais, euficava mais sozinho, via eles a cada dois ou trs meses. No LSVP, segundo os cuidadoresdos idosos o objetivo principal zelar pela promoo e incluso social dos idosos abrigados,objetivando o desenvolvimento social e pessoal desses idosos para uma melhor qualidade devida e convvio social.

    Segundo Scharfdtein (2006, P. 66),

    A famlia brasileira, despreparada para cuidar de seus ancios, em muito casos vemos idosos como doentes, como uma pessoa que fica esquecida em sua casa, como ummvel antigo. As estatsticas mostram que dentro da prpria famlia, do prprio lar,que existe a maior discriminao e o maior desrespeito aos direitos fundamentais dosidosos, no havendo, assim, uma tutela efetiva e especfica. Ao longo do tempo, asfamlias vm assumindo ou renunciando funes de proteo e socializao de seusmembros.

    no seio familiar que se encontra o palco dos grandes conflitos de afetividade,disputas e abandonos. E essa famlia moderna est bem afastada do modelo tradicional, onde,no sistema patriarcal, o idoso ocupava lugar de destaque.

    Existem milhares, para no dizer milhes, de filhos e filhas, netos e netas, ou seja, defamiliares, que no do importncia a seus idosos. Familiares esses, que no buscam em seusancios, a sabedoria, o nimo, o entusiasmo, a esperana, o consolo, o apoio, necessrios paraenfrentar a vida corrida e tumultuada de hoje. Essas pessoas no sabem que a simplespresena, o singelo sorriso dessas pessoas mais velhas, pode tornar-se para esse familiar umamola propulsora para impulsion-lo a vencer todos os obstculos que a vida, a sociedade, odia-a-dia lhe apresente.

  • 40

    CONCLUSO

    A realizao do Trabalho de Concluso de Curso foi de extrema importncia paraalm de estudar as legislaes que tratam sobre a temtica incluso social do idoso eidentificar a eficcia e/ou aplicabilidade na prtica, foi possvel identificar ainda que a pessoaidosa tem uma cultura prpria e isso requer muito mais do que somente colocar a legislaoem prtica dentro dos asilos.

    No desenvolvimento desta pesquisa, confirma-se que a incluso um tema complexoe que remete a todos os objetivos abordados nesta pesquisa, quanto incluso social do idosoe ao exerccio da cidadania, qualidade de vida e polticas pblicas, entre outros tantosassuntos que geram intensa discusso e necessitam de aprofundamento.

    Quanto ao alcance dos objetivos da pesquisa percebe-se que a Constituio entreoutras formas de Legislao Brasileira, so abundantemente voltadas para a plena garantia deaes de carter protetivo e de preservao da qualidade de vida, com isso asseguram o direitoa moradia digna e antevem a necessidade de os direitos dos idosos serem respeitados. Oidoso necessita de cuidados especiais

    Neste aspecto conclui-se que a incluso ocorre no Lar So Vicente de Paulo de Ipor,fortalecendo o entendimento sobre a cidadania, contribuindo para o desenvolvimento dela ecom isso garantindo uma melhor preparao dos idosos para a vida.

    Pode-se concluir que os idosos que residem no Lar So Vicente de Paulo de Ipor,vem que esse lar desempenha uma funo social determinada na manuteno derelacionamentos significativos sendo considerada uma necessidade bsica da sobrevivnciahumana e atribui-se LSVP o papel de manter os vnculos familiares e a integrao comreconhecimento do idoso como um sujeito, um ser cidado.

    Percebe-se que a incluso desses idosos assegurada tendo como objetivo a promooda vida com qualidade para todos, e devero levar em conta as diferenas individuais e asdiversas situaes.

  • 41

    Considera-se que este trabalho tem muito a colaborar para acadmicos e profissionaisde Geografia e outros que dele tenham interesse.

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