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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP -PEDAGOGIA- A FAMÍLIA E A ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO ENVOLVIMENTO FAMILIAR NA EDUCAÇÃO ROSIDETE DE OLIVEIRA SILVA Capivari - SP 2014

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  1. 1. CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP -PEDAGOGIA- A FAMLIA E A ESCOLA: A IMPORTNCIA DO ENVOLVIMENTO FAMILIAR NA EDUCAO ROSIDETE DE OLIVEIRA SILVA Capivari - SP 2014
  2. 2. CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP -PEDAGOGIA- A FAMLIA E A ESCOLA: A IMPORTNCIA DO ENVOLVIMENTO FAMILIAR NA EDUCAO Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da FACECAP/CNEC Capivari para obteno do ttulo de Pedagogo, sob a orientao da Prof(a) Especialista Rejane Aparecida Armelin Stefano ROSIDETE DE OLIVEIRA SILVA Capivari SP 2014
  3. 3. FICHA CATALOGRFICA S583f Silva, Rosidete de Oliveira A famlia e a escola: a importncia do envolvimento familiar na educao/ Rosidete de Oliveira Silva. Capivari - SP: CNEC, 2014. 31p. Orientadora: Prof. Especialista Rejane Aparecida Armelin Stefano Monografia apresentada ao curso de Pedagogia. 1. Famlia. 2. Infncia. 3. Aprendizagem. I. Ttulo. II Faculdade Cenecista de Capivari. CDD. 370
  4. 4. DEDICATRIA A inesquecvel amiga Erialda, (In Memorian) Pelo seu companheirismo, pelos seus conselhos, lealdade e amizade sincera enquanto convivemos juntas. Pela sua f, garra e determinao, de acreditar na vida e em um futuro melhor. Pelo seu cuidado, pela escuta, pela presena nos momentos de conflitos que enfrentei. Por acreditar em mim e estar ao meu lado, fornecendo segurana e amor que me fizeram chegar at aqui.
  5. 5. AGRADECIMENTOS Quero agradecer, em primeiro lugar, Deus, que em sua infinita bondade me concedeu fora coragem durante toda esta longa etapa. A minha me Maria, herona que me deu apoio, incentivo nas horas difceis, de desnimo cansao. Ao meu pai Francisco, por seu exemplo de honestidade, disciplina e vida. Aos meus irmos Robson e Rosivnia, pelo apoio e colaborao para que esse trabalho fosse realizado. Aos demais familiares que acreditaram no meu potencial. professora e orientadora Rejane, por acreditar no meu potencial, incentivando nos momentos difceis na escrita desse trabalho. Ao querido amigo Alisson, que por muitas noites me fez companhia enquanto escrevia o trabalho. No posso esquecer-me tambm da leal e velha amiga Bruna, que compreendeu meus momentos de ausncia e me incentivou durante essa trajetria. s colegas de sala Arlete, Dbora, Ktia e Margarida, com as quais dividi momentos alegres, tristes e tensos. Obrigada pelo incentivo, pelo carinho e amizade sincera que desenvolvemos nesse tempo que convivemos juntas. amiga de trabalho Edite, que nesse ltimo semestre me aconselhou a no desistir, a ter f e confiana em Deus que tudo daria certo. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formao, meu muito obrigado.
  6. 6. Corao de estudante H que se cuidar da vida H que se cuidar do mundo Tomar conta da amizade Alegria e muito sonho Espalhados no caminho Verdes, planta e sentimento Folhas, corao Juventude e f!! Corao de Estudante Milton Nascimento
  7. 7. SILVA, Rosidete de Oliveira. A famlia e a escola: A importncia do envolvimento familiar na educao. Curso de Pedagogia. Faculdade Cenecista de Capivari-CNEC. 31p, 2014. RESUMO A pesquisa discute sobre a relao entre famlia e escola, destacando as contribuies dessa parceria na vida escolar dos alunos. Inicialmente destacaremos a trajetria histrica de famlia e infncia, e as alteraes que vem ocorrendo na estrutura familiar da atualidade. A famlia a base da formao humana, sendo assim, exerce um papel extremamente importante no desenvolvimento do ser humano. No mbito escolar, as crianas refletem os modelos recebidos de suas famlias, o que pode contribuir ou prejudicar seu desenvolvimento. Nota-se que, devido estar cada vez mais atarefados com o trabalho e a vida corrida do dia a dia, muitos pais acabam delegando a funo de educar seus filhos para escola e professores. Faz- se necessrio, ento, refletirmos sobre as prticas pedaggicas e como essas duas instituies devem interagir com intuito de beneficiar a formao dos filhos e alunos. Palavras-chave: 1. Famlia. 2. Infncia. 3. Aprendizagem
  8. 8. SUMRIO INTRODUO ........................................................................................................................9 1. CONCEITO DE INFNCIA E DE FAMLIA................................................................10 1.1 A infncia nos dias de hoje.............................................................................................13 1.2 O conceito de famlia......................................................................................................14 2. A FAMLIA NA APRENDIZAGEM ESCOLAR...........................................................16 2.1 A mediao na perspectiva de Vygotsky........................................................................17 2.2 O desenvolvimento da criana na perspectiva de Wallon..............................................20 2.3 A famlia na aprendizagem.............................................................................................21 3. FAMLIA E ESCOLA .......................................................................................................24 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................27 REFERNCIAS .....................................................................................................................30
  9. 9. 9 INTRODUO O interesse em pesquisar o tema apresentado surgiu ao pensar sobre a importncia que a famlia tem em contribuir ou no para o sucesso e bom desenvolvimento da criana no contexto escolar. Partindo do princpio que a famlia a base da formao humana, entendemos que sua participao no processo educativo de seus filhos indispensvel, pois a qualidade dessa educao vai depender da parceria que essas duas instituies fazem. Diante disso, v-se necessrio um trabalho de pesquisa que reflita sobre a relao da famlia e da escola. Para comear a falar de infncia necessrio recorrer constituio histrica, em que, com bases tericas pretende-se refletir sobre a noo de como eram constitudas a famlia e a criana, e como vem sendo transformadas historicamente. A inteno aqui, portanto, de discutirmos e analisarmos os processos e caminhos que levam a um novo pensar sobre educao tanto no mbito familiar como escolar. Assim, iremos discutir sobre a relao entre famlia e escola, destacando as contribuies dessa parceria na vida escolar dos alunos. Inicialmente destacaremos a trajetria histrica de famlia e infncia, e as alteraes que vem ocorrendo na estrutura familiar da atualidade. A famlia a base da formao humana, sendo assim, exerce um papel extremamente importante no desenvolvimento do ser humano. O primeiro captulo aborda o conceito de infncia e de famlia, e as modificaes que sofreram da idade mdia at a atualidade, baseando-se, principalmente, na obra Histria Social da Criana e da Famlia, do autor Aris (1981). No segundo captulo, consideramos a importncia da famlia no processo de aprendizagem, analisamos as contribuies de Vygotsky e Wallon e, falamos tambm sobre as interaes das pessoas. No terceiro e ltimo captulo focamos a relao existente entre famlia e escola. A interao entre essas duas intuies que devem visar o melhor aprendizado do aluno, contribuindo para seu desenvolvimento e identidade pessoal. A pesquisa um estudo bibliogrfico, na qual se pretende analisar e compreender as contribuies da famlia no processo de ensino e aprendizagem, e quo intensamente o estreitamento das relaes entre elas pode contribuir para o desenvolvimento escolar, garantindo que as crianas tenham seu aprendizado privilegiado por essa interao.
  10. 10. 10 1. CONCEITO DE INFNCIA E DE FAMLIA Para comear a falar de infncia necessrio recorrer constituio histrica. Aris (1981) organiza uma reflexo sobre a noo de como era constituda a famlia e a criana, principalmente a partir o sculo XII. Segundo o autor, durante esse perodo a arte medieval desconhecia a infncia ou no tentava represent-la. (ARIS, 1981, p. 17). As obras de arte desse perodo retratavam as crianas como adultos em miniatura. Isso pode ser constatado quando destaca a pintura tendo como temtica a cena do evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a Ele as criancinhas. (ARIS, 1981, p.17). Assim, ora o miniaturista agrupou em torno de Jesus oito verdadeiros homens, sem nenhuma das caractersticas da infncia: eles foram simplesmente reproduzidos numa escala menor. Apenas seu tamanho os distingue dos adultos. (ARIS, 1981, p. 17). Assim, no perodo denominado idade das trevas, temos o conhecimento de que o conceito de infncia era quase nulo. O sculo XIII continuou fiel a esse procedimento, cabia aos adultos desenvolver nas crianas o carter, os bons costumes e a razo. No lugar de procurar entender e aceitar as diferenas e semelhanas das crianas pensava-se nelas como pginas em branco a serem preenchidas e preparadas para a vida adulta. Outras imagens em forma de obras de artes foram retratadas com temas religiosos, um pouco mais prximos do sentimento moderno com uma aparncia muito jovem em forma de anjo e crianas com tamanhos maiores. Um segundo tipo de criana seria o modelo e o ancestral de todas as crianas pequenas da histria da arte: o Menino Jesus, ou Nossa Senhora menina, pois a infncia aqui se ligava ao mistrio da maternidade da Virgem e ao culto de Maria. No inicio, Jesus era, como as outras crianas, uma reduo do adulto: um pequeno Deus-padre majestoso, apresentado pela Theotkos. (ARIS, 1981, p. 19). Nesse perodo, gravavam-se em mveis, pinturas, retratos e dirios antigos, datas, nomes, entre outras gravuras que nos permitem entender a histria naquele tempo. A partir do sculo XIII e XIV, as crianas comeam a ser representadas principalmente atravs de pinturas. De acordo com Aris (1981), podemos observar que no existem crianas caracterizadas por uma expresso particular e sim, homens de tamanho reduzido, retratando assim, a criana como adultos em miniatura, o que fica evidenciado em suas vestimentas e posturas. Isso derivava da natureza do sentimento daquela poca. Simplesmente, a criana era
  11. 11. 11 vista como diferente do adulto apenas no tamanho e na fora, no sendo atribudo a ela um status importante dentro daquela sociedade. Figura 2: Princess Mary Stuart and Prince Willian of Orange . Anthony van Dyck (1641) Na poca da Idade Mdia, a infncia terminava para a criana quando esta era desmamada, o que acontecia por volta dos seis a sete anos de idade. Depois disso a criana j ingressava no mundo dos adultos e no se distinguia destes. Sobre esse amadurecimento precoce da criana, Aris (1981) argumenta que: Figura 1: The Family of Felipe IV, or Las Meninas Velzquez (1656)
  12. 12. 12 O sentimento de infncia no significa o mesmo que afeio pelas crianas: corresponde conscincia da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criana do adulto, mesmo jovem. Essa conscincia no existia. (ARIS, 1981, p. 99). possvel que no existisse lugar para infncia nesse mundo. Os pais no eram apegados aos seus filhos, nada faziam para sua sobrevivncia, eram deixados de lado e pouco se importavam com a perda deles. Pode-se observar que at mesmo em caso de morte de uma criana, a atitude dos pais era de indiferena diante de tal situao, pois acreditavam que outra criana a substituiria. Uma vez que no existia preocupao com a infncia, a criana era inserida no mundo dos adultos, sendo exposta a todo tipo de experincia. A no existncia da infncia durante os sculos pr-modernos se d pelo fato de que neste perodo da histria a criana era vista sem distino em relao ao adulto, quer fosse aos trajes, brinquedos, jogos, trabalho, linguagem, sexualidade. Segundo Aris (1981), os sentimentos de unio da famlia passam a surgir a partir do sculo XVI. Antes disso o homem, a mulher e as crianas ainda apareciam separados no representando um sentimento de afetividade entre eles. Para o autor: (...) antes do sculo XVI, portanto, as cenas de interiores domsticos so muito raras. A partir de ento, elas se tornam cada vez mais freqentes... Nas ilustraes do texto de Terncio, do palcio dos Doges, as mulheres trabalham e fiam em seus aposentos, com suas criadas, ou aparecem deitadas na cama, nem sempre sozinhas. Vem-se cozinhas e salas de albergues. As cenas galantes e as conversaes se passam agora no espao fechado de uma sala. (ARIS, 1981, pg. 137). Aps sculo XVI, a famlia retratada na vida diria, em que se pode observar a unio entre seus membros, a vida, que era voltada para o pblico, passou a ser separada dos negcios e a casa tornou-se um espao particular das famlias. No sculo XVII, os sentimentos em relao criana passaram a ser diferenciados, d- se incio a um perodo em que a criana vista como um ser diferente dos adultos, de vida frgil e especfica. Atravs das pinturas e obra de arte pode-se observar a criana ao lado de brinquedos, como um cavalo de pau, uma boneca, um pequeno moinho ou pssaro amarrados, retratando a idade do brincar. Em seguida, a idade da escola retratada, em que os meninos aprendem a ler e as meninas, a fiar. Em seguida, as idades do amor, dos esportes, das festas, do passeio de rapazes e moas so reproduzidas. E, finalmente, so descritas as idades sedentrias, o velho sbio e barbudo vestido segundo a moda antiga. Enfim, pode-se observar que as idades da vida no correspondiam apenas a etapas biolgicas, mas a funes sociais.
  13. 13. 13 Foi a partir do sculo XVII que os sentimentos em relao criana passam a ser diferenciados e d-se incio a um perodo que Aris (1981) chama de paparicao. Tal sentimento estava relacionado ao divertimento da presena das mesmas, ou o sentido de infncia engraadinha, com que ns adultos, nos divertimos para nosso passatempo, assim como nos divertimos com macacos. (ARIS, 1981, p. 22). a partir desse perodo, que os sentimento em relao s crianas so mudados, e surgem os chamados moralistas, que se recusavam em considerar as crianas como brinquedos e viam nelas seres frgeis que era preciso preservar e disciplinar. Assim, aps a paparicao, inicia-se a preocupao com a higiene e a sade fsica da criana, como podemos ver na citao a seguir: Havia tambm uma grande preocupao com sua sade e at mesmo sua higiene. Tudo o que se referia s crianas e famlia tornava-se um assunto srio e digno de ateno. No apenas o futuro da criana, mas tambm sua simples presena e existncia eram dignas de preocupao a criana havia assumido um lugar central dentro da famlia. (ARIS, 1981, p. 105). Portanto, foi a partir do sculo XVIII que a famlia passou a se organizar em torno da criana, e a lhe dar tal importncia, saindo do seu antigo anonimato, junto com um ambiente de afeio entre cnjuges, pais e filhos, o que no acontecia antes. Devido a tantas modificaes era preciso, ento, conhecer melhor a infncia. Este conceito de infncia , pois, determinado historicamente pela modificao nas formas de organizao da sociedade (KRAMER, 2006). Enfim, com base nos estudos de Aris, podemos reconhecer que a concepo de infncia e criana nem sempre existiu da mesma maneira que se constituiu historicamente, at que passasse a ser concebida como a vemos hoje. Assim, podemos observar que as exigncias apresentadas na lei so essenciais para a estruturao e organizao familiar, pois, as famlias passam por processos histricos e vm se estruturando de diversas maneiras e tais garantias devem estar sempre presentes. 1.1 A infncia nos dias de hoje A maneira como a infncia vista hoje mostrada no Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil, que afirma que as crianas possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito prprio (BRASIL, 1998, p.21). Sendo assim, durante o processo de construo do conhecimento, elas se apropriam de
  14. 14. 14 diferentes tipos de linguagens, desempenhando a habilidade que possuem de terem ideias e hipteses originais sobre aquilo que pretendem descobrir. Este conhecimento constitudo pelas crianas fruto de um intenso trabalho de criao, significao e ressignificao. (BRASIL, 1998, p. 21). Ainda convm destacar que: Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianas a serem e estarem no mundo o grande desafio da educao infantil e de seus profissionais. Embora conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas caractersticas comuns de ser das crianas, ela permanecem nicas em suas individualidades e diferenas. (BRASIL, 1998, p. 22). A partir do momento em que se alcanou uma conscincia sobre a importncia das experincias adquiridas na infncia, foram criadas polticas e programas que dirigissem e ampliassem as condies necessrias para o desenvolvimento das crianas, que por sua vez passaram a ocupar lugar de destaque na sociedade. No Brasil temos, atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394, de 20 de dezembro de 1996, que destacou a educao infantil tornando-a parte da educao bsica, o documento mostra que: Art. 2. A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. (BRASIL, 1996, p. 1). Houve tambm a criao Estatuto da Criana e do Adolescente, no ano 1990, que explicou melhor cada um dos direitos das crianas e dos adolescentes bem como os princpios que devem orientar e guiar as polticas de atendimento. O Estatuto reconhece as crianas como sujeitos de direitos e deveres e consideradas como pessoas em desenvolvimento. Determinou ainda a criao dos Conselhos Tutelares, que devem, entre outros, zelar pelo cumprimento dos direitos da criana e do adolescente. 1.2 O conceito de famlia O termo famlia denominado e conhecido como um grupo de pessoas que vivem na mesma casa, normalmente, ligado por relaes de afeto ou parentesco. Segundo a declarao
  15. 15. 15 dos Direitos Humanos, a famlia o elemento natural da sociedade e tem direito a proteo da prpria sociedade e do Estado. Segundo Prado, O termo FAMLIA origina-se do latim FAMULUS que significa: conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor. Entre os chamados dependentes inclui-se a esposa e os filhos. (PRADO, 1988, p. 51). Assim, podemos observar que, antigamente, a famlia compunha-se de um patriarca com esposa, filhos, servos livres e escravos. Ao fazer um resgate histrico tambm possvel observar em algumas sociedades, o sistema patriarcal e em outras o matriarcal. No sistema patriarcal, o indivduo era identificado pela origem paterna, ou patrilinear, em que o homem tinha poder sobre a pessoa de sua esposa e filhos. No patriarcado h uma apropriao pelo corpo feminino, um homem pode impor mulher um grande nmero de gravidezes a fim de gerar mo de obra abundante para seu prprio benefcio. J no modelo matriarcal, ou matrilinear, o indivduo identificado a partir de sua origem materna em que a mulher tinha um papel extremamente importante. A agricultura era limitada a pequenos lotes de terra e os mesmos passam a ser monoplio das mulheres. Alm do preparo das sementes que eram mais apropriadas para o cultivo, foram responsveis pela inveno da cermica, as quais resistiam ao calor e tambm serviam para preparo e conservao dos alimentos. Nesse momento, surge ainda a arte da tecelagem, igualmente exercida pelas mulheres. As mulheres dominando o conhecimento das novas tcnicas tinham tambm que transmiti-las aos mais jovens. (PRADO, 1988). Segundo Prado (1988, p. 54) encontram-se na histria, tambm, indicaes de violentos choques entre essas duas concepes: patriarcado e matriarcado. Mediante reflexes, os tipos de famlias variam muito, modificando-se conforme o tempo, que foram, e ainda so, diferentes em suas formas de constituio. Prado (1988) aponta as transformaes ocorridas na famlia atravs dos tempos: A histria da humanidade, assim como os estudos antropolgicos sobre os povos e culturas distantes de ns (no espao e no tempo), esclarece-nos sobre o que famlia, como existiu e existe. Mostra-nos como foram e so hoje variadas as formas sob as quais as famlias evoluem, se modificam, assim como so diversas as concepes do significado social dos laos estabelecidos entre os indivduos de uma sociedade dada. (PRADO, 1988, p. 7). No entanto, o modelo intitulado nuclear ou normal na qual o pai cuida de prover os recursos necessrios sobrevivncia fsica e a me grande responsvel pela educao da prole e pela harmonia cotidiana como ambiente correto pra o bom desenvolvimento infantil
  16. 16. 16 (OLIVEIRA, 2008, p. 176), a forma mais conhecida e, podemos dizer valorizada nos nossos dias, e ainda vista por muitos educadores como sendo o modelo ideal para o bom desenvolvimento da criana. Porm, esse modelo no hoje, a nica referncia existente e a escola precisa considerar as muitas possibilidades de constituio familiar nos dias atuais. O modelo de famlia nuclear vem passando por transformaes e alteraes, se transformando em novos contextos familiares. Dessa forma, podem apresentar-se como famlia, vrios tipos de arranjos: casal com filhos, casal sem filhos, avs, netos, casal com filhos de outros relacionamentos, casais do mesmo sexo com filho. Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil: Alm da famlia nuclear que constituda pelo pai, me e filhos, proliferam hoje as famlias monoparentais, nas quais apenas a me ou o pai est presente. Existem, ainda, as famlias que se constituram por meio de novos casamentos e possuem filhos advindos dessas relaes. H, tambm, as famlias extensas comuns na histria brasileira, nas quais convivem na mesma casa vrias geraes e/ou pessoas ligadas por parentescos diversos. possvel ainda encontrar vrias famlias coabitando em uma mesma casa. Enfim, parece no haver limites para os arranjos familiares na atualidade. (BRASIL, 1998, p. 76). no ambiente familiar que o indivduo inicia seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo. A vida afetiva essencial para o desenvolvimento da personalidade e no se podem delegar esses afetos. A escola instrui, mas o que fundamentalmente educa o lar. (KNOBEL, 1996, p. 102).
  17. 17. 17 2. A FAMILIA NA APRENDIZAGEM ESCOLAR Atualmente, muitas discusses relacionadas aprendizagem e disciplina surgem nas famlias e na escola, gerando conflitos entre ambas. Hoje, nota-se um mau comportamento das crianas quer seja em casa quando respondem mal a seus pais, ou na escola quando desrespeitam seus professores, tal comportamento inadequado acaba prejudicando o ensino e aprendizagem. Os autores Vygotsky e Wallon mostram a importncia da interao nas relaes entre os indivduos, uma vez que a influncia que recebem do meio onde vivem torna favorvel seu desenvolvimento, ao mesmo em tempo que a criana modifica seu meio, modificada por ele (OLIVEIRA, 2008, p. 126). Oliveira (2008) acrescenta: Ambos trouxeram grandes contribuies ao conhecimento sobre a forma de a criana ser e modificar-se, atualmente, vm exercendo significativa influencia entre os pesquisadores da rea de educao infantil. Seus trabalhos os inserem em uma linha que pode ser chamada scio-historica, por considerarem a constituio social do sujeito dentro de uma cultura concreta. (OLIVEIRA, 2008, p. 127). Segundo Oliveira (2008), para Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui relaes entre pessoas. O desenvolvimento da criana mediado pelo outro, para ele no h desenvolvimento pronto e tal processo se d de dentro para fora. por meio da interao com o outro que a criana adquire seus primeiros conhecimentos e desde o seu nascimento ela j est exposta aos elementos de cultura e a presena do outro. Sendo assim, a famlia, a primeira instituio que exerce papel social e educacional nas futuras geraes, onde as crianas vivenciam suas primeiras experincias. 2.1 A mediao na perspectiva de Vygotsky De acordo com Oliveira (2010), para Vygotsky; mediao em termos genricos o processo de interveno de um elemento intermedirio numa relao; a relao deixa, ento, de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. (OLIVEIRA, 2010, p. 26). Para Vygotsky (s.d. apud OLIVEIRA, 2010) o processo de mediao fundamental para o desenvolvimento de funes psicolgicas. por meio da interao com o outro que a criana comea a estabelecer suas primeiras aprendizagens, dando incio ao desenvolvimento das palavras, gestos e aes. Vygotsky (s.d. apud OLIVEIRA, 2010) afirma que as
  18. 18. 18 caractersticas tipicamente humanas no esto presentes desde o nascimento do indivduo. Ao mesmo tempo em que o ser humano modifica o seu meio para atender suas necessidades bsicas, modifica a si mesmo. Em outras palavras, quando o homem modifica o espao em que vive atravs do seu comportamento, essa mesma modificao vai ter influncia sobre seu comportamento futuro. (REGO, 1995). Assim, [...] a cultura , portanto, parte constitutiva da natureza humana, j que sua caracterstica psicolgica se d atravs da internalizao dos modos historicamente determinados e culturalmente organizados de operar com informaes. (REGO, 1995, p. 42). De acordo com Rego (1995), Vygotsky estudou os processos mentais superiores, que so caractersticas do ser humano e que envolvem ateno voluntria e memria lgica, bem como a expresso do indivduo em relao ao momento e espaos presentes. As funes psicolgicas superiores, principal interesse de Vygotsky, referem-se a processos voluntrios, aes conscientemente controladas, mecanismos intencionais. Essas so funes tipicamente humanas e, no desenvolvimento do individuo da espcie humana, aparecem tardiamente; so funes que apresentam o maior grau de autonomia em relao aos fatores biolgicos do desenvolvimento, sendo, portanto, claramente um resultado da insero do homem num determinado contexto scio- histrico. (OLIVEIRA, 1992, p. 79). Assim, Vygotsky (s.d. apud Bock, 2008) defende a ideia de que no h desenvolvimento pronto. A criana desenvolve seu interior a partir do ambiente em que vive, e consequentemente comea a compreend-lo. Por isso, necessrio que, no perodo inicial do desenvolvimento ocorram as mediaes na explorao do mundo. A relao do indivduo com o mundo est sempre mediada pelo outro. No h como aprender e apreender o mundo se no tivermos o outro. (BOCK, FURTADO E TEIXEIRA, 2008, p. 141). Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008) Para Vygotsky, o desenvolvimento um processo que se d de fora para dentro. no processo de ensino-aprendizagem que ocorre a apropriao da cultura, da objetivao do homem e consequentemente o desenvolvimento do individuo e a transformao permanente do mundo. (BOCK,FURTADO E TEXEIRA 2008, p. 141). A aprendizagem da criana antecipa a entrada na escola, isso porque desde seu primeiro dia de vida j est em contato com o outro, e exposta aos elementos da cultura, e por isso no pode ser descartada como se no existisse. O processo de desenvolvimento de pensamento despertado pela vida social e pela constante comunicao que se estabelece entre crianas e adultos, a qual permite a
  19. 19. 19 assimilao da experincia de muitas geraes. A criana vai aprendendo a falar, gesticular, nomear objetos, a adquirir informaes a respeito do mundo que a rodeia. Em todas essas atividades est o outro que a cerca. Sozinha, no seria capaz de adquirir aquilo que obtm por intermdio de sua interao com as outras crianas, num processo que a linguagem fundamental. A escola passa a existir, ento, como um lugar privilegiado para esse desenvolvimento, pois nela acontece a sistematizao dos saberes, e um espao onde o contato com a cultura existe de modo sistemtico e planejado. Professores e colegas formam um conjunto de mediadores da cultura permitindo o progresso do desenvolvimento da criana. Rego (1995), tambm diz que para Vygotsky a construo do pensamento e da subjetividade se d graas ao uso de signo1 , que regula as aes sobre o psiquismo das pessoas e ao uso de instrumentos que tm a funo de regular as aes sobre os objetos. Vygotsky esclarece que o uso de instrumento e dos signos, embora diferentes, esto mutuamente ligados ao longo da evoluo da espcie humana e do desenvolvimento de cada indivduo. (REGO, 1995, p. 50-51). Tendo como partida esses princpios: Vygotsky procura analisar a funo mediadora presente nos instrumentos elaborados para a realizao da atividade humana. O instrumento provocador de mudanas externos pois, amplia a possibilidade de interveno na natureza (na caa, por exemplo. o uso da flecha permite o alcance de um animal distante ou, para cortar uma rvore. a utilizao de um objeto cortante mais eficiente do que as mos). (REGO, 1995, p. 51). De acordo com Rego (1995), o instrumento buscado toda vez que precisamos de certo objeto. Os signos auxiliam no controle da atividade psicolgica e amplia a capacidade de ateno e da memria. Para Vygotsky, a mediao importante para que no futuro a criana possa seguir seu caminho sem depender do outro. O que a criana pode fazer hoje com o auxlio de um adulto poder faz-lo por si s. Assim sendo, podemos notar que Vygotsky desenvolveu estudos fundamentais para a compreenso do desenvolvimento infantil. Pode-se observar que para ele o ser humano se constri na relao com o outro, e se constitui atravs de mediaes. 1 O signo exclusivamente humano. Na definio do dicionrio Houaiss, signo "qualquer objeto, forma ou fenmeno que representa algo diferente de si mesmo". A linguagem, por exemplo, toda composta de signos: a palavra cadeira remete ao objeto concreto, cadeira. Perceba que voc certamente pode imaginar uma agora mesmo sem a necessidade de v-la. Para o homem, a capacidade de construir representaes mentais que substituam os objetos do mundo real um trao evolutivo importante. (MONROE, 2011, p.85). .
  20. 20. 20 2.2 O desenvolvimento da criana na perspectiva de Wallon Henri Wallon nasceu na Frana, em 1879. Viveu toda sua vida em Paris, onde morreu em 1962. Wallon procurou associar a atividade cientfica ao social. Antes de chegar psicologia passou pela filosofia e medicina. (GALVO, 1995). Wallon destaca a afetividade como sendo parte importante no desenvolvimento da criana. Nos mostra tambm, por meio de seus estudos, a relao entre o organismo e o meio e entre as dimenses cognitivas, afetivas e motoras no processo de construo da pessoa. Para Wallon, o estudo da criana um meio de se contribuir para a educao. Considera a infncia como uma idade nica e rica para o aprendizado e desenvolvimento cujo atendimento funo da educao. (GALVO, 1995). Em seus estudos Wallon tenta no s compreender o psiquismo infantil como tambm busca desenvolver um estudo que colaborasse com a educao, notando a criana e tambm suas emoes na sala de aula. (GALVO, 1995). Na concepo de Wallon a emoo2 vista como instrumento de sobrevivncia tpica dos seres humanos. Se no fosse pela capacidade de mobilizar poderosamente o espao no qual vive, no sentido de atendimento de suas necessidades, o beb humano pereceria. (DANTAS, 1992, p. 85). As estruturas da conscincia e da personalidade surgem, assim, dos desdobramentos e das oposies provocados pelas reaes emocionais sentidas pelo beb- choro, sorriso, gestos-, as quais so o recurso inicial de que ele dispe para agir. Inicialmente, a emoo une o beb e aquele que dele cuida por condies orgnicas, visto que o beb no consegue simbolizar o que sente e, por exemplo, usar uma palavra para represent-lo. A emoo suscita reaes similares ou recprocas entre beb e seus primeiros parceiros medida que negociam, por meio de suas aes, as interpretaes que emprestam situao vivida. (OLIVEIRA, 2008, p. 130). Desta maneira, a caracterizao da atividade emocional complexa, ela simultaneamente social e biolgica, que s pode ser atingida atravs da mediao cultural, isto , social. (DANTAS, 1992). Nas emoes possvel observar uma relao entre os afetos e a organizao corporal, ou seja, as reaes orgnicas que ocorrem no organismo. Dantas (1992) afirma que o ser humano sai da vida orgnica para um ser afetivo. 2 Ao procurar compreender a vida afetiva, importante adotar a terminologia adequada por tratar de uma rea repleta de nuances. necessrio se fazer uma distino entre os termos da vida afetiva: emoo estado agudo e transitrio, exemplo: a ira. Sentimento estado mais atenuado e durvel, exemplo: a gratido, a antipatia. (BOCK, 2008, p.164)
  21. 21. 21 As emoes, assim como os sentimentos e os desejos, so manifestaes da vida afetiva. Na linguagem comum costuma-se substituir emoo por afetividade, tratando os termos como sinnimos. Todavia, no o so. A afetividade um conceito mais abrangente no qual se inserem vrias manifestaes. (GALVO, 1995, p. 61). Segundo Galvo (1995), as emoes possuem caractersticas particulares que as diferenciam de outras manifestaes de afetividade. Wallon deixa claro que existe diferena entre tais manifestaes e que so sempre acompanhadas de alteraes orgnicas. As emoes provocam alteraes na gesticulao facial, na atitude e na forma como so executados os gestos. Bock, Furtado e Teixeira (2008) asseguram que a afetividade um dos aspectos da subjetividade humana. Nossas expresses no podem ser compreendidas, se no considerarmos os afetos que as acompanham. (BOCK, FURTADO E TEXEIRA, 2008, p.163). A psicologia de Wallon acarreta um campo espaoso de implicaes educacionais. Tratando de temas como emoo, movimento, formao da personalidade, linguagem, pensamento e tantos outros, fornece valioso material para adequao da prtica pedaggica. (GALVO, 2005). 2.3 A famlia na aprendizagem Bem sabemos que a famlia faz parte de toda sociedade e est presente em todo o processo de socializao do indivduo visto ser o primeiro grupo social na vida da criana. A famlia considerada como responsvel pela transmisso de valores e crenas, ideias e significados e no ambiente familiar que a criana inicia suas primeiras aprendizagens. (DESSEN; POLONIA, 2005). O que importa no o modelo de famlia, mas sim os laos afetivos que influenciam todo processo de desenvolvimento da criana. A criana que se desenvolve em um ambiente onde recebe incentivo e apoio a aprendizagem, ter chances de um bom desenvolvimento intelectual e mais probabilidades de sucessos na vida adulta. O Estatuto da Criana e do Adolescente, ECA (BRASIL, 1990), em seu artigo quarto, estabelece que a participao dos pais essencial no desempenho escolar e social das crianas.
  22. 22. 22 Art. 4 dever da famlia, da comunidade, da sociedade em geral e do poder pblico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao, educao, ao esporte, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria. Pargrafo nico. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteo e socorro em quaisquer circunstncias; b) precedncia de atendimento nos servios pblicos ou de relevncia pblica; c) preferncia na formulao e na execuo das polticas sociais pblicas; d) destinao privilegiada de recursos pblicos nas reas relacionadas com a proteo infncia e juventude. (BRASIL, 1990, p. 1). A importncia da famlia tambm reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao, Lei 9 394 de 1996 (BRASIL, 1996), em seu artigo primeiro: Art. 1 A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais. (BRASIL, 1996, p. 1). A ao de integrao das escolas com as famlias est prevista na LBD: Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, tero a incumbncia de: (...) VI articular-se com as famlias e a comunidade, criando processos de integrao da sociedade com a escola; (...) Art. 13. Os docentes incumbir-se-o de: (...) VI colaborar com as atividades de articulao da escola com as famlias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definiro as normas da gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princpios: (...) II participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996, p. 6-7). Sendo assim, podemos notar uma estabilizao dos direitos das crianas garantindo que os adultos que as cercam tenham responsabilidades especficas. Os profissionais de educao devem ser responsveis pela aprendizagem, mas no esto sozinhos nessa tarefa. Tanto no Estatuto da Criana e do Adolescente, ECA, quanto na Lei de Diretrizes e Base, LDB, a efetividade do direito educao das crianas deve contar com a ao integrada da escola com a famlia. (CASTRO E REGATTIERI, 2010). Embora a legislao seja clara e abastea todo o embasamento legal no que diz respeito incluso familiar no contexto escolar, isso no tem sido suficiente para superar o grande atraso do sistema educacional - uma das questes categricas de educao de sociedades modernas que perseguem um sistema que assegure a otimizao de uma tarefa essencial em suas destinaes histricas. (SOUZA, 2009, p. 8).
  23. 23. 23 Marchesi (2004 apud SOUZA, 2009) diz que a tarefa da educao necessita do auxlio de outras instituies e a famlia a instituio que se encontra mais prximo da escola. Assim, a educao no tarefa que a escola possa alcanar sozinha sem a colaborao da famlia. Elas devem compartilhar os mesmos ideais para superar conflitos e dificuldades que surgem no dia a dia. Algumas atitudes dos pais podem favorecer esse processo como descreve Gentile (2006): -Fale sempre bem da escola para criar em seu filho uma expectativa positiva em relao aos estudos; -abrace-o e deseje coisas boas a ele quando estiver de sada para a aula; -na volta, procure saber como foi o dia dele, o que aprendeu e como se relacionou com todos; -conhea o professor e converse com ele sobre a criana e o trabalho dela na escola; -mantenha uma relao de respeito, carinho e considerao com todos os professores; -quando seu filho estiver com problemas, compartilhe-os com a escola sem omitir fatos nem julgar atitudes; -comente com amigos e parentes os xitos escolares dele, por menores que sejam, para reforar a autoestima e a autoconfiana. (GENTILE, 2006, p. 32). Como mostrado anteriormente, o ser humano durante toda a sua vida influenciado pelo meio em que vive. O processo de aprendizagem algo ativo, um processo de mudana de comportamento que se constri atravs da experincia com o outro. Sendo assim, indispensvel que a famlia esteja presente no desempenho educacional das crianas, com pequenas atitudes que possam contribuir de maneira significativa para um melhor desenvolvimento da aprendizagem.
  24. 24. 24 3. FAMLIA E ESCOLA Neste captulo, buscamos relatar a importncia da parceria da famlia com a escola, descrever como ambas as instituies colaboram para o processo de insero da criana na sociedade, influenciando toda sua vida social. E como a famlia em companhia da escola ajuda no ensino e aprendizagem do aluno. Segundo Oliveira (2008) Historicamente, a famlia tem sido considerada o ambiente ideal para o desenvolvimento e educao de crianas pequenas. Essa a posio de alguns sistemas educacionais, que sustentam que a responsabilidade da educao dos filhos, particularmente quando pequenos, da famlia, e assumem um papel de meros substitutos dela, repetindo as metas embutidas nas praticas familiares. (OLIVEIRA, 2008, p.175). Hoje, a aproximao dessas instituies estimula-nos a pensar a particularidade de ambas no desenvolvimento infantil. Ainda so comuns os discursos sobre o tema que tratam a famlia de modo conflitante, ora considerando-a como refgio da criana, ora como uma ameaa ao seu desenvolvimento. (OLIVEIRA, 2008). essencial frisar que quando nos referimos ao termo pais, estamos falando de todos os responsveis pela educao da criana, quer sejam pais biolgicos, adotivos, bem como aqueles que se enquadram nas diversas formas de arranjos familiares vigentes hoje. Para trabalhar de modo produtivo no estabelecimento de uma aproximao com as famlias, os professores devem considerar que a famlia nuclear tpica no hoje a nica existente. (OLIVEIRA, 2008, p.176). De acordo com Zagury (2002), as relaes entre famlia e escola foram as mesmas durante cerca de dois sculos. O que a escola pensava era o que os pais pensavam. Os professores eram vistos como tendo todo conhecimento e alunos como depsitos deste conhecimento. E os pais de modo geral aceitavam as atitudes dos professores. Dessa forma: As crianas e jovens sentiam, nas figuras de autoridade que as cercavam e as orientavam, coeso e homogeneidade. Com isso, o poder educacional dessas instituies se alicerava e alimentava-se mutuamente. Especialmente com isso, as novas geraes adquirem seus valores e seus saberes (intelectuais e morais) sem maiores problemas. (ZAGURY, 2002, p. 11). Porm, Zagury (2002) mostra que essa relao de harmonia passa a ser substituda pela desconfiana pois at ento, os pais pensavam como a escola e os professores eram vistos
  25. 25. 25 como detentores de todo o conhecimento. Agora, os pais parecem estar o tempo todo inseguros supervisionando o que a escola faz e o modo como diretores, coordenadores e professores tratam seus filhos. Por sua vez, a escola se sente abalada por tal desconfiana. Segundo Zagury (2002), comum vermos nas escolas dois tipos de pais. Os primeiros adotam uma atitude de desconfiana em relao ao trabalho docente, vivem indo a escola reclamar de tudo, como se a escola fosse a nica culpada e no agisse adequadamente com o seu filho e como se as regras adotadas pela escola fossem injustas e excessivamente rgidas. O segundo tipo de pais aqueles que depois de matricularem seus filhos na escola, consideram a escola como sendo totalmente responsvel pela educao das crianas. De modo geral, esses pais so ausentes, no comparecem em reunies e nem quando so solicitados na escola. (ZAGURY, 2002). Ambas as atitudes em nada contribuem para o crescimento intelectual e afetivo de nossas crianas (ZAGURY, 2002, p. 12). Ao contrrio, cria nos educadores uma amargura ao perceberem essa desconfiana vinda da famlia de seus educandos. Por sua vez, os pais se sentem inseguros sem saber o que se esperar da escola na qual seus filhos esto matriculados. De acordo com Oliveira (2008), podemos observar que, em vez de buscarem solues comuns, escola e famlia orientam-se por meio de acusaes. Apesar de reconhecerem a importncia do trabalho com a famlia, costumam considera-la despreparada e menos competente que o professor, particularmente se tratando de famlias de baixa renda ou famlias formadas por pais adolescentes, os professores declaram-se insatisfeitos por aquilo que entendem ser ausncias e descompromissos dos pais com os filhos. E se aborrecem quando os pais contestam o trabalho da instituio e buscam controlar o que proposto para seus filhos. (OLIVEIRA, 2008, p. 177). Os professores devem estar cnscios que encontraro vrios tipos de personalidades e convivncia familiar. E, para se relacionar bem com isso, deve-se ter um dilogo entre pais e educandos, com intuito de beneficiar a aprendizagem dos alunos. O entendimento entre a famlia e a escola se d pela comunicao eficaz. Szymanski (1997) aponta para as obrigaes dessas duas instituies, que tm em comum o papel de preparar o indivduo para a vida social: A escola, entretanto, tem uma especificidade - a obrigao de ensinar (bem) contedos especficos de reas de saber, escolhidos como sendo fundamentais para a instruo de novas geraes. O problema das crianas de aprenderem frao da escola. Famlia nenhuma tem essa obrigao. (SZYMANSKI, 1997, p. 216).
  26. 26. 26 Ainda segundo Szymanski (1997) professora alguma tem de dar "carinho maternal" para seus alunos. Amor, respeito, confiana, sim, como professora e membro adulto da sociedade. (SZYMANSKI, 1997, p. 216). Na relao famlia-escola existem inmeros fatores que devem ser levados em conta. A ao educativa dos pais difere necessariamente da escola em seus objetivos, contedos, mtodos, no padro de sentimentos e emoes. Outra considerao refere-se ao comportamento da famlia de diferentes camadas sociais em relao escola. Outro se refere s estratgias de socializao familiar. As famlias podem desenvolver prticas que venham a facilitar a aprendizagem escolar, ou no. (SZYMANSKI, 1997). A escola no substitui a famlia e professores no substituem pais, cada um tem a sua parte no ato de educar da criana. A aprendizagem depender da forma em como a famlia se interessa pela criana. importante que as duas partes trabalhem e colaborem juntas, pois so encarregadas do futuro do educando. Segundo Souza (2009) impossvel separar aluno/filho, por isso importante o fortalecimento da relao escola/famlia. Com isso importante que famlia e escola saibam aproveitar os benefcios desse estreitamento de relaes. [...] tanto a famlia quanto a escola desejam a mesma coisa, preparar as crianas para o mundo, no entanto, a famlia tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituio. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criana, no entanto ela necessita da famlia para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p.99 apud SOUZA, 2009, p. 18). Apesar de famlia e escola apresentarem valores e objetivos diferentes no que se refere a educao da criana, uma precisa da outra, e quanto maior for a diferena, maior ser a necessidade de relacionar-se bem. Porm, vale destacar, que nem a escola nem a famlia precisam modificar a forma de se organizarem, basta que estejam abertas troca de experincia mediante uma parceria significativa. (SOUZA, 2009). No existe uma frmula mgica para se efetivar a relao famlia/escola, pois cada instituio diferente. Igualmente, a interao famlia/escola se faz necessria e que ambas conheam a realidade e construam coletivamente uma relao de dilogo mtuo. O dilogo promove uma maior aproximao e pode ser o comeo de uma grande mudana no relacionamento entre famlia e escola. (SOUZA, 2009).
  27. 27. 27 CONSIDERAES FINAIS O objetivo desse trabalho foi estudar a importncia do envolvimento familiar na educao, investigar junto teoria qual funo da famlia e escola no desempenho escolar dos alunos/filhos e como essa parceria favorvel no processo de aprendizagem da criana. Pudemos notar, com base nos estudos de Aris (1981), que na sociedade Medieval o sentimento de infncia no existia e no significava o mesmo que afeio pelas crianas. Nessa poca, no se fazia distino entre adultos e crianas. Elas eram encaradas como adultos em miniatura, e isso era evidenciado por suas vestimentas e posturas. At o sculo XVII percebia-se que as crianas no tinham capacidade de se expressar, como tambm no existia afeto entre os membros da famlia, e muitas crianas eram abandonadas. Vimos que foi a partir do sculo XVII, que os sentimentos em relao criana passam a ser diferenciados Elas passam a ser vistas como seres frgeis que eram preciso preservar e disciplinar. Foi a partir do sculo XVIII, que a famlia passa a ser organizada em torno da criana, dando ateno a elas e considerando sentimentos de afetividade. Com base nos estudos realizados, foi possvel notarmos a evoluo do processo educacional da criana, em que primeiramente o trabalho domstico se confundia com a aprendizagem. A educao era papel da famlia, que era quem tinha a responsabilidade de transmitir os conhecimentos necessrios para a convivncia em sociedade. Neste sentido, podemos reconhecer que o conceito de infncia tal como compreendemos hoje nem sempre existiu da mesma maneira, mas que se constituiu historicamente. Verificamos tambm algumas das diversas leis existentes em nosso pas que garantem direito e deveres dos pais na educao dos filhos. Tais leis estabelecessem condies necessrias para o desenvolvimento das crianas. As polticas pblicas visam a melhor a qualidade do ensino. Percebemos que os autores Vygotsky e Wallon mostram a importncia da interao nas relaes entre os indivduos e elaboram seus estudos reconhecendo as bases orgnicas sobre as quais as emoes humanas se desenvolvem. Vygotsky relata a importncia da interao do outro na aprendizagem da criana O que a criana pode fazer hoje com o auxlio dos adultos poder faz-lo amanh por si s. A rea de desenvolvimento potencial permite-nos, pois, determinar os futuros passos da criana e a dinmica do seu desenvolvimento e examinar no s o que o desenvolvimento j produziu. Mas tambm o que produzir no processo de maturao. (...) Portanto, o estado do desenvolvimento mental da criana s pode ser determinado referindo-se pelo menos a dois nveis: o nvel de desenvolvimento
  28. 28. 28 efetivo e rea de desenvolvimento potencial (VYGOTSKY, apud REGO 1995, p.126). As emoes, para Wallon, tm papel principal no desenvolvimento da pessoa. por meio delas que a criana externa seus desejos e suas vontades. Em geral, so manifestaes em que predominam os aspectos afetivos ora os aspectos cognitivos. Pudemos verificar que a escola deve valorizar o desenvolvimento afetivo tanto quanto o cognitivo. imprescindvel que os educadores estejam preparados para compreender e desenvolver as necessidades afetivas de seus alunos. De acordo com Vygosty e Wallon, o professor mediador, entre o sujeito e o objeto de estudo, podendo assim, interferir e contribuir no processo de ensino e aprendizagem. Atualmente ocorrem diversas mudanas na estrutura familiar. O comportamento que visto na famlia, reflete na vida escolar dos filhos, uma vez que os filhos veem seus pais como espelhos. Tudo o que os adultos fazem, a criana copia, e aprende por meio de imitaes e significados. na interao familiar que se configuram os traos da personalidade. Consequentemente, os pais ho de oferecer a seus filhos exemplos concretos de como se conduzir na vida. (KNOBEL, 1996, p. 33). De acordo com a autora Zagury (2002), possvel observarmos nas escolas todos os tipos de pais. Os participativos e atentos s necessidades dos filhos e as dificuldades que apresentam durante o ano letivo, que vo a escola com frequncia, que comparecem s reunies, como tambm nos depararmos com pais ausentes e que s comparecem escola quando convocados pela direo e pelos professores, alguns at tentando justificar a ausncia e falta de participao na vida escolar dos filhos, desculpando-se pelo excesso de trabalho Vimos, portanto o quanto importante que os pais reservem tempo para participar da vida escolar de seu filho uma vez que a escola faz parte da vida cotidiana da criana e que no devem deixar que a correria do dia a dia e outros compromissos os impeam de acompanhar o processo de aprendizagem e desenvolvimento. Atravs dessa pesquisa, pudemos compreender que tanto escola e famlia so responsveis pelo processo de formao do indivduo, e que devem trabalhar em unio cada uma respeitando a outra, pois, ambas so responsveis pela transmisso dos saberes. Sendo assim, imprescindvel que a famlia esteja em conformidade com a escola, uma vez que essa relao harmoniosa s pode enriquecer e colaborar para o desempenho educacional da criana. Para que se consiga isso necessria uma relao de dilogo, e isso ir promover mais aproximao entre ambas beneficiando o educando. (SOUZA, 2009).
  29. 29. 29 Embora famlia e escola possuam papis diferentes e tenha cada uma suas especificidades, juntas podem contribuir para o desenvolvimento da criana, que ambas preparam para a vida em sociedade. Conclumos que a educao se constri diariamente, desde o nascimento da criana, por isso necessrio responsabilidade por parte dos pais, pois a famlia tem o dever de assegurar criana a efetivao da educao. Os pais devem estar sempre presentes na vida escolar dos filhos, precisam conhecer e discutir propostas pedaggicas com a escola na qual seus filhos estudam e os meios para atingi-las e acompanhar a aprendizagem. necessrio tambm, comprometimento por parte de diretores e professores no que diz respeito a uma educao de qualidade. Algumas qualidades do professor como dedicao, pacincia, empenho, empatia, desejo de ensinar, de ajudar o aluno a aprender, facilitam a aprendizagem, e ajudam os alunos a desenvolver interesse pelas aulas e por estudar. Enquanto professores, os mesmos devem sempre lembrar que suas atitudes so exemplos, desde a maneira como tratam os educandos na sala de aula, influencia a relao aluno/aluno e aluno/professor. Um adulto pode no se lembrar de como aprendeu contedos especficos da escola, mas com certeza se lembra da maneira como o professor tratava seus alunos. Destacamos que o importante no achar culpado pelas situaes ocorridas nas escolas, mas sim junto com os pais e responsveis pela educao da criana, buscar solues para situaes difceis que ocorrem no dia a dia, e que muitas vezes acabam atrapalhando a aprendizagem do aluno. A escola quem possu conhecimentos especficos, metodologias e tcnicas de ensino, como tal, deve ter iniciativa em aproximar a famlia das escolas, orientando-as sobre a importncia dessa parceria. No obstante, observamos que a famlia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianas, influenciando seu lado emocional, afetivo e, por conseguinte a aprendizagem. As famlias, em harmonia com a escola e vice-versa, so peas fundamentais para o desenvolvimento da criana. importante que nas relaes entre famlia e escola exista o respeito mtuo e o dilogo, proporcionando a confiana entre ambas, respeitando sempre os limites e diferena do outro. Portanto, necessrio que a escola abra as portas para as famlias, e que os pais acompanhem a vida escolar de seus filhos, para que juntas consigam alcanar seu objetivo, a aprendizagem bem sucedida da criana.
  30. 30. 30 REFERNCIAS ARIS, Philippe. Histria social da criana e da famlia. 2. ed. Rio De Janeiro: Editora LCT, 1981. BOCK, Ana Mercs Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologia: Uma Introduo ao Estudo de Psicologia. 14. ed. So Paulo: Saraiva, 2008. BRASIL. Lei n 8069, de 13 de julho de 1990. Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente e d outras providncias. Disponvel em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em 14/05/2014. _____. Ministrio de Educao e Cultura. LDB - Lei n 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educao Nacional. Braslia: MEC, 1996. _____. Ministrio de Educao e Cultura. Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998. CASTRO, Jane M.; REGATTIERI, Marilza (orgs.). Interao Escola - Famlia: Subsdios para as prticas escolares. Braslia: UNESCO, MEC, 2010. DANTAS, H. A afetividade e a construo do sujeito na Psicogentica de Wallon. In: LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenticas em discusso. 23. ed. So Paulo: Summus, 1992. GALVO, Izabel. Henri Wallon: uma concepo dialtica do desenvolvimento infantil. Petrpolis, RJ; Vozes, 1995. GENTILE, Paola. Parceiros na aprendizagem. Revista Nova Escola, ed. 193, junho de 2006. KNOBEL, Mauricio. Orientao familiar. 2. Ed. Campinas, SP: Papirus, 1996. KRAMER, Snia.Infncia, A infncia e sua singularidade. In: Ensino Fundamental de nove anos Orientaes para a incluso de crianas de seis anos de idade. Braslia, MEC, 2007. MONROE, Camila. Vygotsky e o conceito de aprendizagem mediada. Revista Nova Escola, ed. 243, p. 84, junho/julho 2011. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educao Infantil: fundamentos e mtodos. 4. ed.; So Paulo, SP: Editora Cortez, 2008. OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky aprendizado e desenvolvimento Um processo scio histrico. 5. ed. So Paulo: Scipione, 2010. POLONIA, Ana da costa; DESSEN, Maria Auxiliadora. Em busca de uma compreenso das relaes entre famlia e escola. Braslia, DF: Art 2005. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572005000200012&script=sci_arttext. Acesso em: 29/08/2014.
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