A escola faz juventudes?
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A ESCOLA “FAZ” AS JUVENTUDES?
Reflexões em Torno da Socialização Juvenil - JUAREZ DAYRELL
O autor… É professor adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais e coordenador do Observatório da Juventude nessa mesma faculdade.
Licenciou-se em Sociologia na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e o seu douramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
É investigador na área da Sociologia, com ênfase nos temas da juventude, cultura e educação.
Crise da Escola
A educação da juventude e a relação com a escola, tem sido alvo de imensos debates;
Existe uma culpabilização mutua entre escola e jovens acerca das responsabilidades que ambos têm e que por vezes não cumprem;
Isto leva ao que parece ser uma crise da Escola na relação que existe entre a Juventude e os Professores.
Será que as tensões e os desafios existentes na relação atual da juventude com a escola são reflexos das profundas mudanças que estão a ocorrer na sociedade ocidental ?
Hipótese ?
E que isso afeta diretamente as instituições e os processos de socialização das novas gerações, interferindo na produção social dos indivíduos nos seus tempos e espaços ?
O Estudo Este estudo foi realizado no Brasil em 2007 . Remete para jovens brasileiros que frequentavam na sua maioria escolas públicas e que por vezes passam por dificuldades relacionadas com a pobreza;
A maioria dos investigados viviam em periferias dos grandes centros urbanos em que a desigualdade social era/é uma constante;
Contudo com uma sociedade globalizada muitos dos desafios vivenciados por estes jovens são ultrapassados contrariando assim as barreiras das condições sociais em que nasceram;
A condição Juvenil no Brasil
Condição juvenil remete para o modo como uma sociedade constitui e atribui significado a esse momento do ciclo da vida, no contexto geracional mas também a situação em relação às diferenças sociais – classe, género, etnia etc..
E neste estudo foi notória a existência de uma nova condição juvenil no Brasil o jovem que chega à escola, na sua diversidade e que apresenta práticas sociais bastante diferentes das gerações anteriores.
Dimensões da Condição Juvenil
O mundo do trabalho aparece associado a experimentação da
condição juvenil
-No Brasil é natural os jovens arranjarem desde cedo trabalhos mesmo que precários para garantir a sua sobrevivênciaE isso não significa o abandono escolar mas influencia o percurso na escola pois o gerir das duas coisas por vezes é complicado.
Mesmo considerando a diversidade existente de situações e posturas dos jovens face à relação com o trabalho.
As culturas Juvenis- A música, dança e o visual entre outras formas de expressão, têm
sido os mediadores que articulam jovens que se juntam para trocar ideias, dançar entre outras formas de lazer…
- O mundo da cultura aparece como um espaço privilegiado de práticas, representações, símbolos e rituais, no qual os jovens procuram marcar uma identidade juvenil
Para os jovens mais carenciados o grupo cultural é um dos poucos espaços de construção de uma autoestima.
A sociabilidade •Expressa uma dinâmica de relações com os diferentes graus de importância que definem aqueles que são os nossos melhores amigos e aqueles mais distantes que são por exemplo : os colegas de escola ou trabalho.
• Ocorre tanto no quotidiano nas escolas e trabalho como nos tempos livres e de lazer. Conviver é socializar.
A sociabilidade está associada a tentativa de estabelecer uma identidade, e nesta dimensão por vezes ocorrem conflitos e violência que costumam ocorrer em torno e a partir dos grupos de amigos.
Tempo e Espaço
As diferentes dimensões da condição juvenil são influenciadas pelo espaço onde são construídas.Os jovens tendem a transformar os espaços físicos em espaços sociais, isto, porque lhes atribuem significados que os tornam pessoais.
“Pode-se dizer que a condição juvenil, além de ser socialmente construída, tem também uma configuração espacial. “(Pais, 1993)
No tempo presente é possível perceber formas diferentes de o viver, de acordo com o espaço: Instituições (escola, trabalho, família), assumem uma natureza institucional , marcada pelos horários e a pontualidade; Espaços de natureza social, predominam os sentimentos e a experimentação.
Grupos Culturais
Para estes grupos existe uma ampliação do domínio do espaço urbano para além do bairro, sendo comum para estes a realização de festas e eventos no centro da cidade.
Pode-se dizer que estes jovens produzem territorialidades transitórias, afirmando o seu lugar numa cidade que os exclui. Portanto são nestes tempos e espaços que eles criam o quotidiano, dando festas e convivendo.
Expressões da condição juvenil – lógica baseada na reversibi l idade
Constante Vaivém
Mudam de turma, de amigos, de estilo musical;
Aderem a grupos culturais hoje, e amanhã mudam-se para outro sem haver ressentimentos;
No amor, existe a ideia de “ficar”, tendem a não criar compromissos;
Por fim, no trabalho, observa-se uma constante mudança de empregos que neste caso é reforçada pela própria precariedade do mercado de trabalho que pouco oferece para além de trabalhos temporários.
Modelos de Transição para a vida adulta
As trajetórias tendem a ser individualizadas;
A incerteza domina o quotidiano dos jovens;
As transições são confusas e sem rumo fixo;
No caso dos jovens pobres…Existe uma realidade bastante complicada pois têm menos recursos e menos margem de escolha.
O “ruir dos muros” da escola: um breve diagnóstico do ensino médio público.
A escola tem-se tornado mais acessível ao cotexto social e ás suas influências:
-Devido à maior difusão de informação pelas tecnologias;
-Devido à convivência crescente com situações de violência na escola;
-E até mesmo, com a polémica da participação dos pais na avaliação dos professores e da escola.
Jovens vs Escola
Existe uma representação negativa e preconceituosa em relação aos jovens. Estes tendem a ser vistos como irresponsáveis, o que torna mais difícil para a escola, perceber o que é o jovem, o que realmente ele pensa e o que é capaz de fazer.
Por outro lado, a “lógica” escolar invade cada vez mais a sociedade. Atingindo principalmente crianças e jovens, reforçando a sua identidade como “alunos”.Isto reflete-se no facto de hoje em dia as crianças terem o tempo regulado e estruturado com atividades que de certa forma têm a ver com a escola e cuja finalidade é formá-los.
Os jovens criam momentos próprios de socialização baseados: nas relações de amizade, nas instituições e até na escola, onde trocam informações e produzem aprendizagens.
Ao mesmo tempo, a escola não consegue acompanhar o desenvolvimento dos jovens, tendo o poder limitado na superação das desigualdades sociais e nos processos da libertação social.
Neste caso a instituição escolar é vista como parte dos problemas que ela se propôs a resolver. Ou seja, tanto professores como alunos se perguntam pelo papel da escola e pela sua função.
Fica então a questão:
“Será que a escola “faz” a juventude?”
A escola faz as juventudes?
Massifi cação
Os jovens ao serem tratados da mesma maneira são tratados de maneiras diferentes;
Pretendia-se uma maior união entre os jovens.
“Os jovens pobres estão, cada vez mais,
transpondo os seus muros, trazendo as suas
experiencias e novos desafios”
Construção da Condição ser aluno
“Tornar-se aluno” aproxima-se cada vez mais da condição “ser jovem”
O aluno tem responsabilidades diferentes do jovem
Escola Antiga vs Escola Nova
Importância dos grupos
A instituição escolar tem vindo a sofrer grandes alterações
“A escola passa a ser um espaço também para os amores, as amizades, gostos e distinções de todos os tipos”
Propostas Pol ít ico- Pedagógicas
Estudo feito no Brasil;
O percurso escolar influência a vida futura de cada jovem;
Abandono escolar.
Licenciatura em Ciências da Educação
Unidade Curricular: Sociologia da Educação II
Docente: Natália Alves
Discentes: Ana Rita Oom Diana Rodrigues Inês Videira
Fim !