A Era Dos Impérios

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A ERA DOS IMPRIOS

A ERA DOS IMPRIOSEric J. HobsbawmHOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124. O livro A era dos imprios o terceiro volume da sequncia de estudos sobre o mundo contemporneo desenvolvidos por Eric Hobsbawm, iniciado com a exploso das revolues (1789-1848), a emergncia de uma sociedade capitalista (1848-1875), chegando, por fim, construo dos imprios coloniais (1875-1914).

A sequncia de estudos seria finalizada, posteriormente, com a publicao de A era dos extremos: o breve sculo XX (1914-1991), uma obra onde Hobsbawm faz um sobrevoo sobre o sculo XX com um tom fortemente memorialstico.HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Em que sentido podemos discutir a noo de imperialismo, no apenas em seu sentido poltico-econmico, mas tambm numa perspectiva cultural?

Como, tomando como referncia a perspectiva de Michel Foucault, para o qual os discursos devem ser tomados como uma prtica social, como podemos compreender a formao discursiva que fundamentou o imperialismo?HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Segundo o autor, o perodo entre 1875 e 1914 pode ser chamado de Era dos Imprios no apenas por ter criado um novo tipo de imperialismo, mas tambm por ser o perodo da histria mundial moderno em que chegou ao mximo o nmero de governantes que se autodenominavam imperadores. (p. 87-88)

Para os observadores do panorama mundial do final dos anos 1890, o imperialismo no parecia ser uma nova fase padro do desenvolvimento nacional e internacional. Os mais ortodoxos o tomam como uma nova era da expanso nacional, enquanto os mais heterodoxos o compreendem como uma nova fase do desenvolvimento capitalista. (p. 91-92)

HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Para Hobsbawm, as discusses em torno desse tema sensvel so to apaixonadas, densas e confusas que a primeira tarefa do historiador desemaranh-las para que o fenmeno em si possa ser visto. (p. 92)

O debate apaixonado em torno do tema se deveu, fortemente, ao fato de este entra dentro dos debates sociais do comeo do sculo XX a partir da obra de Lnin, passando a ser tomado como perspectiva central de debates do marxismo revolucionrio, em oposio ao que Hobsbawm afirma ser a viso dos analistas no-marxistas, que buscariam negar uma relao entre o imperialismo do fim do sculo XIX e do sculo XX com o capitalismo em geral, ou de uma etapa particular deste. (p. 93-94)HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Para o autor, o fato tido como bvio, e no negado pelos historiadores desde 1890 que a diviso do globo tinha uma dimenso econmica. (p. 94)

Dessa forma, o fato maior do sculo XIX seria a criao de uma economia global nica, que atinge progressivamente at as mais remotas paragens do mundo, uma rede cada vez mais densa de transaes econmicas, comunicaes e movimentos de bens, dinheiro e pessoas ligando os pases ditos desenvolvidos entre si e ao mundo no desenvolvido. (p. 95)HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Hobsbawm coloca que o ponto crucial da situao econmica global na segunda metade do sculo XIX seria a necessidade sentida por um amplo conjunto de economias desenvolvidas de novos mercados. (p. 101)

A forma de atrair simpatia aos ideais imperialistas se deu sob a forma de uma srie de discursos. Um deles se localizava na prtica de oferecer aos eleitores a glria da conquista de territrios exticos e raas de pele escura, encorajando um sentimento de patriotismo, bem como o darwinismo social, que entendia o valor de levar a civilizao aos confins do mundo. (p. 105-106)HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Assim sendo, como afirma o autor, a sensao de superioridade que uniu os brancos ocidentais ricos, classe mdia e pobres no se devia apenas ao ganho de privilgios do governo. Cabia tambm um ideal de contribuir para a evoluo dos colonizados, atravs da converso religiosa, atravs de uma intensa ao missionria, e da assimilao de valores culturais dos colonizadores. (p. 107-108)

HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Para Hobsbawm, o impacto econmico do imperialismo foi significativo, mas ele teve de mais significativo sua profunda desigualdade, pois a relao entre metrpoles e pases dependentes era altamente assimtrica. (p. 110)

Dentre os pases metropolitanos, foi obviamente para a Gr-Bretanha que o imperialismo teve maior importncia, uma vez que sua supremacia econmica sempre dependera de sua relao especial com os mercados ultramarinos e as fontes de produtos primrios. (p. 111)

HOBSBAWM, Eric J. A era dos imprios. In: ______. A era dos imprios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 87-124.Seria possvel dizer que outras naes tiveram benefcios semelhantes aos da Gr-Bretanha em sua expanso imperialista?

Como podemos associar alguns conflitos que viriam, futuramente, marcar o mundo ocidental,a esse momento histrico?10