A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE CIÊNCIAS DOS ANOS … · 2015-11-01 · ISSN 2176-1396 A...
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ISSN 2176-1396
A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE CIÊNCIAS DOS ANOS
INICIAIS: UMA ESTRATÉGIA NA PREVENÇÃO ÀS PARASITOSES
INTESTINAIS
Raissa Mirella Meneses Alves1 - UEPB
Márcia Adelino da Silva Dias2 - UEPB
Maria Simone Medeiros de Araújo3 - UEPB
Maria José Rodrigues de Farias4 - UEPB
Grupo de Trabalho – Educação, Saúde e Pedagogia Hospitalar
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
O ensino de ciências naturais nas séries iniciais apresenta inúmeros desafios, considerando os
muitos objetivos a serem alcançados. Dentre esses objetivos destaca-se a abordagem da
temática saúde como um tema transversal, deste modo, no ensino de ciências naturais, atenta-
se para a problemática das parasitoses intestinais, visto que acometem um grande número de
indivíduos, principalmente crianças e adolescentes, tornando a educação em saúde como uma
estratégia importante de prevenção, uma vez que esta oferece informações para o cuidado com
o corpo e para o desenvolvimento de um senso crítico e reflexivo a respeito da saúde. Desta
maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar a utilização de metodologias voltadas para a
educação em saúde na mudança de concepção de estudantes do ensino fundamental I a respeito
da transmissão e profilaxia de doenças enteroparasitárias. Com esta perspectiva, primeiramente,
foi aplicado um questionário composto por questões abertas acerca das parasitoses intestinais.
Posteriormente, foram realizadas atividades educativas, que consistiram em aulas expositivas e
dialogadas e da realização de um jogo pedagógico. Por fim, ocorreu a reaplicação do
questionário (pós-teste) mencionado anteriormente. As atividades foram realizadas em duas
turmas do 5° ano de uma escola municipal de ensino fundamental localizada em um bairro
periférico da cidade de Campina Grande (PB). Após análise dos dados, o pré-teste evidenciou
1 Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora titular da Universidade
Estadual da Paraíba. Docente Permanente no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação
Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Biologia pela Universidade Estadual da Paraíba, especialista em Botânica pela Universidade
Federal da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da
UEPB. E-mail: [email protected]. 4 Graduada em Ciêncas Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-
graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected].
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que os estudantes conheciam algo a respeito da transmissão e prevenção das parasitoses
estudadas, porém a maioria apresentou concepções errôneas que foram desmistificadas ao
longo do processo, o que pôde ser percebido na análise do pós-teste. Desta forma, destaca-se a
extrema importância da Educação em Saúde em junto à sociedade, tornando-se explicito que
tal educação deve ser estabelecida dentro da escola desde as primeiras fases do processo de
ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Educação em Saúde. Ensino de Ciências. Parasitoses intestinais.
Introdução
O ensino de ciências nas séries iniciais apresenta inúmeros desafios, tendo em vista os
muitos objetivos a serem alcançados. Além dos conteúdos de ciências naturais, existem os
temas transversais estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental – PCN (BRASIL, 1998), que devem ser abordados no ensino fundamental, sendo
considerados de suma relevância na formação de um sujeito crítico, social e cultural.
Um dos objetivos do ensino fundamental é abordar a temática saúde e, de acordo com
os PCN (BRASIL, 1998, p. 6) uma das capacidades que devem ser desenvolvidas no aluno é a
de “conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um
dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua
saúde e à saúde coletiva”.
Neste contexto, destaca-se a necessidade da educação em saúde no ensino de ciências
das séries iniciais, como um meio de informar a população a respeito de doenças que podem
ser prevenidas através da adoção de determinados hábitos, bem como sobre questões sociais,
políticas e econômicas que envolvem a temática saúde. Acredita-se que isto contribuirá não só
para a construção do conhecimento em conteúdos científicos, mas também para uma melhor
qualidade de vida à medida que o indivíduo percebe a necessidade da adoção de tais hábitos e
desenvolve um senso crítico a respeito deste tema.
Desta maneira, atenta-se para a problemática das parasitoses intestinais, visto que
acometem um grande número de indivíduos, principalmente crianças e adolescentes, como
afirmado por Neves (2010) ao inferir que o maior índice de ocorrência das parasitoses
intestinais é observado em indivíduos numa faixa etária de 1 a 12 anos, devido, principalmente,
ao contato entre crianças portadoras e crianças susceptíveis no domicílio ou na escola, aliado
ao fato de apresentarem hábitos que podem levar à infestação parasitária como, por exemplo,
levar a mão suja à boca. Como demonstrado nos resultados deste trabalho, o conhecimento a
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respeito destas doenças se priva ao senso comum, e, geralmente, são informações incorretas
que devem ser desmistificadas.
A transmissão destas parasitoses geralmente se dá pela ingestão de ovos ou cistos que
contaminam água e alimentos, por exemplo; assim, hábitos como não lavar os alimentos, como
frutas e verduras, antes da ingestão, tomar água que não tenha sido fervida ou não seja tratada,
ou roer unhas, podem promover a infestação por parasitas intestinais, caso estes veículos
estejam contaminados. Verifica-se assim, que a carência de informações a respeito da
transmissão e profilaxia destas doenças aumenta a probabilidade de sua ocorrência.
De acordo com Barbosa et al. (2009) é imprescindível a prática de medidas preventivas
às parasitoses intestinais no contexto familiar, adotando hábitos adequados no armazenamento
e preparo dos alimentos e no consumo da água e, primordialmente, o conhecimento acerca deste
agravo, adquirido, preferencialmente, através de medidas educativas que possibilitam a
construção do conhecimento para a adoção de hábitos saudáveis.
Justifica-se a necessidade da educação voltada para a saúde ainda nos anos iniciais do
ensino fundamental, em função da associação da educação em saúde à aprendizagem de
conteúdos de ciências naturais. Desta maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar a
utilização de metodologias voltadas para a educação em saúde na mudança de concepção de
estudantes do ensino fundamental I a respeito da transmissão e profilaxia de doenças
enteroparasitárias.
Problemática das Parasitoses Intestinais
A relação de parasitismo é descrita por Neves (2010, p. 4) como “[...] a associação entre
seres vivos, na qual existe unilateralidade de benefícios”, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo
parasito, pois fornece alimento e abrigo para este, deste modo, apenas o parasita obterá
benefícios desta relação, prejudicando o organismo hospedeiro. Este tipo de relação ecológica
se dá porque as espécies parasitárias dependem de um hospedeiro para consolidar determinadas
ações, como reprodução e nutrição, por exemplo. Desta maneira, de acordo com a sua
necessidade ele utiliza o organismo que tem as condições favoráveis para o seu
desenvolvimento.
As espécies parasitas podem habitar no interior do corpo do hospedeiro, sendo
classificados como endoparasitas, ou permanecerem na parte externa do corpo, configurando
uma relação denominada de ectoparasitismo. Desta maneira, nosso foco está no primeiro tipo
de relação referido, considerando os helmintos e protozoários que apresentam o ser humano
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como hospedeiro intermediário ou definitivo, vivendo parte do seu ciclo de vida no sistema
gastrointestinal do indivíduo, sendo caracterizado como um parasita intestinal.
As parasitoses intestinais configuram um problema de saúde pública, afetando,
principalmente, populações residentes em países subdesenvolvidos, que apresentam condições
socioeconômicas precárias e um baixo nível de escolaridade. Estas populações apresentam
maior susceptibilidade à infestação por parasitas visto que habitam em locais onde há privação
em relação ao saneamento básico e educação (ANDRADE et al., 2010).
Deste modo, em relação à transmissão das parasitoses intestinais deve-se considerar o
contexto social, cultural e econômico no qual o indivíduo está inserido, como corroborado por
Orlandini e Matsumoto (2010) quando afirmam que as parasitoses intestinais ocorrem
principalmente em regiões menos desenvolvidas e sua ocorrência varia de acordo com o clima,
condições socioeconômicas, educacionais e sanitárias da região, podendo chegar a índices de
90% em países subdesenvolvidos, aumentando à medida que piora o nível socioeconômico.
Neves (2010) acentua que a alteração do meio ambiente, a concentração populacional e
as precárias condições higiênicas e alimentares, podem criar condições propícias para a
multiplicação das parasitoses junto a uma população susceptível, sendo a transmissão e a
manutenção das doenças parasitárias na população humana resultantes da interação entre o
agente, o meio ambiente e o hospedeiro humano.
Desta forma, nota-se a fundamental importância da Educação em Saúde em relação ao
controle das doenças enteroparasitárias, principalmente na infância, fase em que o indivíduo
encontra-se mais susceptível, pois utilizando métodos adequados, será possível a exposição de
informações necessárias para a construção do conhecimento referente ao modo de transmissão
e às medidas preventivas das parasitoses intestinais, além de outras informações que contribuem
para um controle eficaz.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (BRASIL,
1997), durante a infância e a adolescência, épocas decisivas na construção de condutas, a escola
passa a assumir papel de destaque devido à sua função social e por sua potencialidade para o
desenvolvimento de um trabalho sistematizado e contínuo, devendo assumir a responsabilidade
pela Educação em Saúde.
A Educação em saúde no Ensino Fundamental
O ambiente escolar caracteriza-se como um local de integração de diferentes sujeitos
sociais, sendo um lócus privilegiado no que se refere à formação de sujeitos autônomos, críticos
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e reflexivos de sua realidade, o que inclui os aspectos relacionados à saúde. Diante deste
contexto, a Educação em Saúde apresenta um papel de destaque na promoção da saúde, sendo
o meio pelo qual obtêm-se conhecimento para a valorização da saúde no contexto social, ou
seja, a qualidade de vida dos cidadãos (SILVA; SOUSA, 2013).
De acordo com Barbosa et al. (2009), a Educação em Saúde deve ampliar seu enfoque
à criança, pois, ao se trabalhar o indivíduo nessa fase do desenvolvimento, aumentam-se as
possibilidades de se tornarem, na idade adulta, pessoas com uma maior qualidade de vida, com
consciência crítica e com domínio sobre as questões de saúde, pois segundo Neves (2010) a
Educação em Saúde destinada às crianças é uma importante medida para o controle da
ocorrência de parasitoses intestinais humanas.
As práticas educacionais, quando bem desenvolvidas, levam as pessoas a adquirirem os
conhecimentos para a prevenção às parasitoses, alcançando objetivos propostos e evidenciando
o valor da orientação pedagógica para a conscientização da população (FERREIRA;
ANDRADE, 2005).
Sob esse ponto de vista, é notável a necessidade da abordagem da Educação em Saúde
desde as primeiras fases do processo de ensino-aprendizagem. Segundo as Diretrizes
Curriculares Nacionais – DCN (BRASIL, 2010), a escola deve assumir seu papel em relação à
Educação em Saúde, visto que as políticas educacionais só surtirão efeito se articuladas a outras
políticas públicas, como por exemplo, a saúde, uma vez que essas políticas dependem umas das
outras, mantendo um estreito relacionamento entre si.
É necessário, também, considerar o contexto socioeconômico no qual o estudante está
inserido, bem como os conhecimentos relacionados ao senso comum, o que permitirá identificar
os problemas que permeiam a sala de aula e desenvolver atividades que realmente serão
significativas no processo de ensino-aprendizagem. Sob esse ponto de vista, Furman (2009)
defende a utilização do conhecimento de senso comum por parte do educador como plataforma
sobre a qual serão construídas ferramentas de pensamento que permitam aos estudantes
desenvolver competências que possam prepará-los para a vida.
Assim, a abordagem da Educação em Saúde deve ocorrer em uma perspectiva de ensino
na qual o professor permita a participação ativa do estudante em sala de aula, levando em conta
o conhecimento prévio que os mesmos possuem sobre o conteúdo a ser abordado para, a partir
daí, procurar problematizar o assunto e instigar os estudantes a refletirem sobre determinadas
questões. Sob este ponto de vista, Neto e Oliveira (1993) enfatizam que somente um ensino
suficientemente organizado, com o objetivo de aprender e produzir determinados
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conhecimentos, desenvolver habilidades intelectuais e psicomotoras e formar atitudes pode
orientar para uma ressignificação do conhecimento.
O ensino dos temas relacionados à saúde desde os anos iniciais do Ensino Fundamental
tem a potencialidade de propiciar aos alunos condições de compreender que a saúde está
relacionada a diversos determinantes e que pode ser considerada como um direito de qualquer
cidadão, desenvolvendo um senso crítico em relação a esta temática, perpassando por questões
sociais, políticas e econômicas. (MONTEIRO; BIZZO, 2011).
Neste intuito, os PCN (BRASIL, 1997) destacam que a Educação em Saúde cumprirá
seus objetivos ao conscientizar os estudantes para o direito à saúde, sensibilizá-los para a busca
permanente da compreensão de seus determinantes e capacitá-los para a utilização de medidas
práticas de promoção, prevenção e recuperação da saúde.
Processo Metodológico
Este texto apresenta uma pesquisa de caráter qualitativo com uma análise descritiva
baseada nos dados obtidos (BOGDAN; BIKLEN, 1994). As atividades foram realizadas em
uma escola municipal de ensino fundamental localizada em um bairro periférico da cidade de
Campina Grande (PB), com duas turmas de alunos do 5° ano, do ensino fundamental I, contando
com a participação de 25 integrantes com a faixa etária entre 10 a 12 anos. A escolha do público-
alvo se deu pelo fato de serem crianças na faixa etária com a qual tem sido relatada maior
incidência das doenças parasitárias (DE CARLI et al, 1989; FERRI et al, 2009; BENCK, 2011;
LUDWIG et al., 1999; NEVES, 2010).
Anteriormente ao início das atividades, para cumprir com princípios éticos, foi enviado
o projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba,
recebendo o parecer de aprovado. No primeiro contato com os integrantes da pesquisa, foram
encaminhados aos seus responsáveis o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
com a finalidade de obter a autorização para realização das atividades. Assim, incluíram-se
nesta pesquisa, os estudantes que entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
devidamente assinado por seus responsáveis, sendo excluídos aqueles que não preenchessem
este requisito e/ou declarassem não querer participar das atividades.
Primeiramente, foi aplicado um questionário composto por questões abertas acerca das
parasitoses intestinais, com o intuito de verificar o conhecimento prévio dos estudantes a
respeito desta problemática. Posteriormente, foram realizadas as atividades de intervenção
educativa que consistiram em aulas expositivas e dialogadas e da realização de um jogo
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pedagógico. Os conteúdos abordados consistiram na profilaxia, transmissão e sintomas das
parasitoses intestinais humanas. Também foram enfocados os respectivos agentes etiológicos e
suas principais características, como morfologia, hospedeiros e formas evolutivas presentes em
seus ciclos de vida. As parasitoses abordadas foram: Ascaridíase, Amebíase e Ancilostomose,
as quais possuem uma alta prevalência no público infantil (VASCONCELOS et al, 2011;
ANDRADE et al, 2010).
Após a realização das aulas foi aplicado o jogo com os estudantes, que consistiu em um
jogo da forca que tratou dos mesmos assuntos abordados nas aulas expositivas e dialogadas.
Cada turma foi dividida em dois grupos, e o jogo foi realizado na forma de uma competição,
em que as crianças descobriam a(s) palavra(s) adivinhando as letras que elas possuíam, tendo a
própria pergunta como dica. A última etapa consistiu na reaplicação do questionário (pós-teste)
mencionado anteriormente, permitindo verificar se as atividades realizadas contribuíram para a
mudança considerável da concepção dos estudantes a respeito das enteroparasitoses.
A análise dos dados foi feita a partir da análise temática proposta por Bardin (1977), na
qual se considera a frequência de temas extraídos dos discursos, considerados como dados
comparáveis, o que permite a construção de categorias de análise.
Para tanto, as perguntas e repostas dos questionários, foram transcritas para uma
planilha do Excel 2010, as perguntas postas em colunas e as respostas em linhas subsequentes,
após esse procedimento a planilha foi enviada para o software Modalisa 4.5, o qual nos permite
a interpretação qualitativa, a partir de dados quantitativos e favorece a elaboração de categorias
teóricas de análise (DIAS, 2010).
As questões guias utilizadas para a construção das categorias apresentadas neste
trabalho foram: “Como podemos nos infestar com parasitas intestinais?” e “Cite três medidas
de prevenção contra doenças parasitárias”.
Resultados e Discussão
Através da análise dos questionários foram obtidos os dados expressos nos itens 5.1 e
5.2, nos quais ficou demonstrado, através da análise do pré-teste, que os estudantes conheciam
algo a respeito da transmissão e prevenção das parasitoses estudadas, como destacado por
Campos e Nigro (1999) ao considerar que todo aluno pensa, tem concepções e tem algo a dizer
sobre qualquer conteúdo passível de aprendizagem, porém os participantes da pesquisa também
apresentaram concepções errôneas que foram desmistificadas ao longo do processo, o que pôde
ser percebido na análise do pós-teste.
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Resultados obtidos a partir da questão: “como podemos nos infestar com parasitas
intestinais?”
Ao estabelecer a análise dos questionários aplicados anteriormente à realização das
atividades, evidenciou-se que os estudantes apresentaram respostas que estão de acordo com a
literatura e que, portanto, são consideradas um meio de transmissão das doenças aqui discutidas,
porém, também apresentaram concepções errôneas que não estão relacionadas ao contágio por
essas parasitoses.
Como representado no gráfico 1, as categorias obtidas a partir dos questionários pré-
teste se apresentam da seguinte maneira: contato cutâneo com o solo 57%; má alimentação
19%; ignora 15%; uso de medicamentos 9%.
Gráfico 1 - Categorias estabelecidas a partir da questão “como podemos nos infestar com
parasitas intestinais?” dos questionários pré-teste.
Fonte: As autoras.
Como observado, a maioria dos estudantes (57%) inferiram corretamente ao afirmar que
o contato cutâneo com o solo pode promover a infestação por parasitas intestinais, uma vez que,
como afirma Andrade et al. (2010), a Ancilostomose, doença causada pelo Ancylostoma
duodenale, acomete o sujeito através da penetração da larva na pele. Isto ocorre quando um
indivíduo acometido defeca em locais inadequados, ocorrendo à liberação dos ovos do parasita
nas fezes e, ao entrarem em contato com o solo em condições favoráveis a seu desenvolvimento,
passam à forma larvária; tais larvas, na forma filarióde, podem penetrar no hospedeiro humano
através da pele conjuntiva, alcançando a circulação sanguínea e passando por vários órgãos até
chegar ao intestino delgado, onde fixam a cápsula bucal no duodeno passando a exercer o
parasitismo hematófago.
57%19%
15%
9%
Transmissão das Parasitoses Intestinais (Pré-teste)
Contato cutâneo com o
solo
Má Alimentação
Ignora
Uso de medicamentos
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A categoria má alimentação encontra-se com um total de 19% dentre as medidas citadas,
sendo estabelecida a partir de respostas consideradas errôneas, nas quais os estudantes inferiram
que o consumo de gorduras e açúcares e a abstinência de frutas e verduras acarretam a
infestação por parasitas. Esta concepção parte de uma ideia de senso comum de que quando a
criança não ingere alimentos saudáveis e tem o hábito de comer guloseimas como pipocas, balas
etc. é acometida por determinados ‘vermes’.
Esta concepção também foi observada no trabalho de Siqueira e Fiorini (1999) que, ao
estudarem o conhecimento de estudantes do Ensino Fundamental em relação às verminoses,
obtiveram respostas que ressaltam a crendice popular de que a ingestão de doces e açúcares ou
de “alimentos estragados” podem promover a infestação por parasitos. Deste modo, inseriram-
se nesta categoria respostas como “comendo doces”, “comendo gorduras” e “comendo pipoca”.
A infestação através da ingestão de alimentos ocorre quando eles estão contaminados
por ovos ou cistos de parasitas, não estando relacionada ao tipo de nutrientes presentes. O que
pode levar a tal infestação é o consumo sem uma higiene adequada como, por exemplo,
comendo-os sem lavar as mãos. Cantos et al. (2004) consideram que a manipulação de
alimentos em condições precárias de higiene, como as mãos e depósitos subungueais, pode ser
um fator de transmissão, além disso, é considerado a relevância de insetos que podem atuar
como vetores mecânicos.
A terceira categoria representada refere-se às respostas de estudantes que afirmaram não
saber como ocorre a transmissão destas doenças, representando 15% das respostas obtidas.
Um total de 9% dos estudantes citou o uso de medicamentos como modo de transmissão,
provavelmente este grupo se confundiu e apresentou uma forma de cessar a infestação por
parasitas. Obviamente, a utilização de medicamentos não promove a transmissão destas
doenças e sim uma maneira de tratamento para os indivíduos afetados, devendo ser obtida a
partir da recomendação médica.
Após a análise do pós-teste foram estabelecidas as categorias representadas no gráfico
2, sendo possível perceber a mudança de concepção que ocorreu em relação ao pré-teste, uma
vez que todas as categorias podem ser consideradas como um modo de transmissão das
parasitoses intestinais.
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Gráfico 2 - Categorias estabelecidas a partir da questão “como podemos nos infestar com
parasitas intestinais?” dos questionários pós-teste.
Fonte: As autoras.
O contato cutâneo com o solo permaneceu como o mais citado no pós-teste, em seguida,
na categoria ausência de higiene inseriram-se respostas como “roer as unhas”, “não lavando as
mãos” ou “não cortar as unhas”. As mãos podem estar contaminadas com formas evolutivas do
ciclo biológico dos parasitas intestinais e ao ser levadas a boca pode ocorrer à infestação dos
indivíduos. Portanto, não lavar as mãos antes das refeições ou após o uso do banheiro ou roer
unhas, por exemplo, pode promover a ingestão de ovos ou cistos destes parasitas, atingindo a
saúde do indivíduo.
Do mesmo modo, os alimentos como frutas e verduras podem estar contaminados,
assim, não lavar estes alimentos da maneira devida antes do consumo, pode promover a
infestação, destarte a categoria ausência de higienização dos alimentos é considerada um modo
de transmissão. Mesquita et al. (1999) ressaltam que as hortaliças são um importante veículo
de parasitos intestinais e sua contaminação se dá, principalmente, através da água contaminada
por material fecal de origem humana, utilizada na irrigação das hortas ou pelo solo adubado
com materiais orgânicos com dejetos fecais. Cantos et al. (2004) também colocam que
alimentos como as hortaliças podem estar contaminados com parasitos intestinais, afirmando
que na transmissão das parasitoses intestinais destaca-se a má higienização de verduras
considerando, também, que a ingestão de vegetais crus é um fator de risco tratando-se da
infestação por tais parasitos.
Outro veículo dos parasitas intestinais é a água, a qual quando não tratada ou fervida,
pode ser ingerida por indivíduos e promover a infestação, além disso, quando utilizada na
agricultura contamina os alimentos; portanto, o consumo de água contaminada é um fator de
37%
33%
22%
8%
Transmissão das Parasitoses intestinais (Pós-teste)
Contato cutâneo com o
solo
Ausência de higiene
Ausência de higienização
dos alimentos
Consumo de água
contaminada
13036
risco, sendo provável a infestação por parasitas. O que é corroborado por Manfroi (2009) ao
apresentar a água como um importante veículo de parasitoses, caso esta não esteja tratada o que
ocorre, principalmente, em locais com precárias condições de saneamento básico, deste modo
sua ingestão ou seu uso na higienização de alimento ou higiene pessoal é um fator de risco.
Deste modo, a categoria consumo de água contaminada, representando 8% das medidas citadas,
insere-se como um modo de transmissão das parasitoses intestinais.
Resultados obtidos a partir da questão: “Cite três medidas de prevenção contra doenças
parasitárias”
No gráfico 3 estão representadas as categorias estabelecidas a partir das respostas dos
questionários pré-teste, referentes à profilaxia das enteroparasitoses, nas quais a maioria dos
estudantes inferiu que o uso de medicamentos seria uma medida de prevenção, o que se deve a
ideia de senso comum de que na infância deve-se medicar-se com “remédios para vermes”
mesmo sem um diagnóstico que afirme que as crianças estejam parasitadas. Deste modo, nesta
categoria foram inseridas respostas como “tomando remédio de verme” e “tomando o remédio
dos 6 meses”. Segundo Boeira et a. (2010) o uso de antiparasitários como prevenção é muito
comum, sendo aplicado principalmente por pais ou responsáveis acreditando-se que eliminará
os “vermes” que estão infestando as crianças; porém a medicação é ineficaz na prevenção.
Gráfico 3 - Categorias estabelecidas a partir da questão “cite três medidas de prevenção contra
doenças parasitárias” dos questionários pré-teste.
Fonte: As autoras.
As categorias hábito alimentar e uso de calçados apresentam-se em uma mesma
porcentagem, na primeira os estudantes inferiram que o não consumo de doces, comidas
33%
24%
25%
10%
8%
Prevenção às Parasitoses Intestinais (Pré-teste)
Uso de medicamentos
Hábito alimentar saudável
Uso de calçados
Ignora
Ir ao médico
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enlatadas e frituras e o consumo de frutas e verduras, seria um modo de prevenção às parasitoses
intestinais, porém, como dito anteriormente, o hábito alimentar não infere na transmissão das
parasitoses, portanto não pode ser considerado como uma medida profilática. Em relação ao
uso de calçados é considerado como medida de prevenção, pois, como apresentado nas vias de
transmissão, há parasitas intestinais capazes de penetrar no hospedeiro através da pele, portanto,
o uso de calçados, principalmente em locais com terra ou areia, mostra-se de fundamental
importância.
Ainda no gráfico 3, é demonstrado que 10% dos estudantes afirmaram não conhecer as
medidas profiláticas às parasitoses intestinais e 8% afirmaram que ir ao médico seria uma
medida preventiva, porém a procura de um médico é aconselhável quando o indivíduo apresenta
sintomas característicos das parasitoses intestinais, como dores abdominais, náuseas, disenteria,
anemia etc. Portanto, a ida ao médico se dá, geralmente, quando o sujeito já está infestado por
parasitas, não sendo considerada uma medida preventiva. Vasconcelos (1998) afirma que
muitas vezes o indivíduo só é levado ao médico ao ultrapassar determinado tipo de tolerância.
Cabe ao médico diagnosticar a doença e prescrever o tratamento específico.
No gráfico 4 estão representadas as categorias estabelecidas a partir das respostas do
pós-teste referentes a profilaxia das parasitoses intestinais, apresentando-se nas seguintes
porcentagens: Uso de calçados 33%; Higiene pessoal 33%; Higienização dos alimentos 25% e
Consumo de água tratada 9%; sendo todas consideradas como medidas profiláticas às
parasitoses intestinais.
Gráfico 4 - Categorias estabelecidas a partir da questão “cite três medidas de prevenção contra
doenças parasitárias” dos questionários pós-teste.
Fonte: As autoras.
33%
33%
25%
9%
Prevenção às Parasitoses intestinais (Pós-teste)
Uso de calçados
Higiene Pessoal
Higienização dos
alimentos
Consumo de água tratada
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O uso de calçados apresenta-se com 33% das medidas citadas e, como já discutido,
auxilia na prevenção às parasitoses intestinais. Na categoria higiene pessoal os estudantes
inferiram que hábitos como lavar as mãos antes das refeições e cortar e limpar as unhas seriam
considerados como medidas preventivas, o que está correto, pois como já mencionado, as mãos
podem estar contaminadas com ovos ou cistos e ao serem levadas à boca promovem a infestação
por parasitas. Assim, destaca-se a importância da lavagem das mãos várias vezes ao dia, além
de hábitos como cortar e limpar as unhas, as quais podem ser um importante veiculo de ovos
ou cistos dos parasitas.
A categoria higienização dos alimentos (25% dentre as medidas citadas) apresenta
respostas como “lavar as frutas e verduras” ou “lavar os alimentos antes de comê-los”, é sabido
que os alimentos como frutas e verduras podem ser contaminados durante o seu cultivo, por
exemplo, pela água ou o solo contaminado com ovos ou cistos. Neves (2010), ao descrever a
profilaxia de parasitoses intestinais, aponta como principais medidas a higiene pessoal, como
lavar as mãos, e a lavagem e proteção dos alimentos.
A última categoria apresentada no gráfico 4 é o consumo de água tratada, com um total
de 9%; como exemplo de respostas inseridas na mesma pode-se citar “tomar água filtrada” ou
“não pegar em água suja”, o que pode ser considerado correto, pois a água pode estar
contaminada com formas evolutivas de parasitos intestinais, principalmente em locais com
condições precárias de saneamento básico. Barroso (2007) destaca a importância do
saneamento básico em relação à saúde da população, afirmando que 80% das doenças e mais
de 1/3 da taxa de mortalidade em todo o mundo decorrem da má qualidade da água utilizada
pela população e a falta de tratamento de esgotos. Neves (2010) ressalta que a água pode ser
contaminada durante a sua distribuição à população, destacando a importância da mesma ser
tratada ou fervida antes do consumo e utilização.
É notório nos resultados expostos acima, que após as atividades de intervenção
envolvendo métodos lúdicos e permitindo que os estudantes atuem como um sujeito ativo da
aprendizagem obteve-se respostas corretas acerca das questões estudadas, principalmente
referentes à profilaxia. Ferreira e Andrade (2005) apresentaram resultados semelhantes ao
realizar oficinas e dinâmicas com escolares e pais/responsáveis, que abordavam conhecimentos
relacionados ao ciclo biológico, vias de transmissão e medidas profiláticas de parasitos
comumente encontrados. Com a aplicação de um questionário após as práticas educativas, os
autores constataram que houve ampla assimilação do conhecimento refletindo na mudança de
conceitos e hábitos apontados antes da realização das atividades.
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Considerações Finais
Os resultados obtidos a partir das questões estudadas dos questionários pré-intervenção,
demonstram a carência de informação sobre as parasitoses intestinais, explicitando a
importância da realização de atividades educativas junto à população. Infere-se que o
conhecimento em relação às referidas parasitoses não é satisfatório o que influencia o aumento
da prevalência das mesmas. Ludwig et al. (1999) ressalta que em relação à problemática das
parasitoses intestinais as crianças são as mais acometidas, principalmente pelo fato de
desconhecerem os princípios básicos de higiene, bem como outras medidas profiláticas.
Percebe-se, também, conhecimentos de senso comum que devem ser considerados
durante o processo de ensino-aprendizagem, pois baseando-se em colocações de Rios et al.
(2007) não se deve conceber como conhecimento apenas o que é cientificamente comprovado
e o que a literatura afirma como verdade, negando ou tendo como erro o saber popular.
Não obstante, Laville e Dionne (1999) ressaltam que o senso comum produz saberes
que, como os demais, colaboram na compreensão do nosso mundo e da sociedade, porém deve-
se desconfiar de tais explicações, uma vez que podem ser um obstáculo à construção do saber
adequado. Desta forma, é necessário considerar as ideias de senso comum, aprimorando o
conhecimento ou desmistificando algumas ideias distorcidas.
Esta reconstrução do conhecimento ocorrerá através de medidas educativas voltadas
para a temática saúde a partir de métodos diversificados que permitam a participação do sujeito
de maneira autônoma e reflexiva. Como afirma Amorim et al. (2008) as crianças apresentam-
se como grupo relevante dentre os parasitados, portanto a realização de atividades educativas é
indispensável no controle das parasitoses em questão, tendo como contexto principal a
profilaxia das mesmas. Como demonstrado nos resultados desta pesquisa, ocorreu uma ampla
assimilação dos conteúdos abordados, sendo possível perceber a mudança de concepção em
relação à transmissão e profilaxia das parasitoses intestinais.
Desta forma, destaca-se a extrema importância da Educação em Saúde em relação à
sociedade, tornando-se explicito que tal educação deve ser estabelecida dentro da escola desde
as primeiras fases do processo de ensino-aprendizagem e, se tratando das parasitoses intestinais,
destaca-se que é indispensável à realização de atividades educativas junto a crianças, visto que
este público é o mais acometido, principalmente por desconhecerem informações referentes ao
assunto. Destarte, explicita-se que a partir da construção do conhecimento sobre as parasitoses
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intestinais os estudantes, possivelmente, adotarão os hábitos necessários à prevenção, o que
pode corroborar na diminuição da prevalência destas doenças.
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