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A Corrosão do Caráter e o significado do trabalho
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A CORROSÃO DO CARÁTER
Programa de Mestrado em AdministraçãoDisciplina de Ergonomia
Mestrando: Daniel Augustin Pereira
A Corrosão do Caráter
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•(...) o aspecto da flexibilidade que mais confusão causa é
seu impacto sobre o caráter pessoal. (p.10)
•(...) a experiência se acumulava material e fisicamente; sua
vida, assim, fazia sentido para ele, numa narrativa linear.
(p.14)
A Corrosão do Caráter
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•Ele temia que as medidas que precisava tomar e a maneira
como tinha de viver para sobreviver na economia moderna
houvessem posto sua vida emocional, interior, à deriva.
(p.19)
•(...) ninguém nelas se torna testemunha a longo prazo da
vida de outra pessoa. (p.20)
A Corrosão do Caráter
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•“Não há longo” prazo é um princípio que corrói a
confiança, a lealdade e o compromisso mútuo. (p.24)
•(...) o capitalismo de curto prazo corrói o caráter dele,
sobretudo aquelas qualidade de caráter que ligam os seres
humanos uns aos outros, e dão a cada um deles um senso
de identidade sustentável. (p.27)
A Corrosão do Caráter
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•O comportamento flexível que lhe trouxe o sucesso está
enfraquecendo seu caráter de um modo para o qual não há
remédio prático. Se ele é o Homem Comum de nossa época,
sua universalidade pode estar em seu dilema. (p.33)
•A separação de casa e trabalho é, dizia Smith, a mais
importante de todas as modernas divisões de trabalho.
(p.40)
A Corrosão do Caráter
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•Esse planejamento minucioso do tempo de trabalho estava
ligado a medidas de tempo muito longas também na empresa.
(p.47)
•Para Mill, o comportamento flexível gera liberdade pessoal.
Ainda estamos dispostos a pensar que sim; (...) A repulsa à
rotina burocrática e a busca da flexibilidade produziram novas
estruturas de poder e controle, em vez de criarem as condições
que nos libertam. (p.54)
A Corrosão do Caráter
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•Essa ausência de apego temporal está ligada a um segundo
traço de flexibilidade de caráter, a tolerância com a
fragmentação. (p.72)
•O que é realmente novo é que, na padaria, percebi um terrível
paradoxo. Nesse local de trabalho high-tech, flexível, onde tudo
é fácil de usar, os empregados se sentem pessoalmente
degradados pela maneira como trabalham. (p.79)
A Corrosão do Caráter
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•(...) a maquinaria é o único verdadeiro padrão de ordem, e
por isso tem de ser fácil para qualquer um, não importa
quem, operar. (p.84)
•É preciso coragem para uma mulher de meia-idade como
Rose arriscar uma coisa nova, mas a incerteza sobre sua
posição, combinada com a negação da experiência que
vivera, minou sua coragem. “Mudança”, “oportunidade”,
“novo”: tudo soava vazio (...). (p.93)
A Corrosão do Caráter
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•(...) os bem-sucedidos levam a mesa toda, enquanto a
massa dos perdedores fica com migalhas para dividir entre
si. A flexibilidade é um elemento-chave para permitir a
formação desse mercado. Sem um sistema burocrático que
canalize os ganhos de riqueza através de uma hierarquia, as
recompensas gravitam para os mais poderosos; (...). (p.105)
•O trabalho de equipe é a prática de grupo da
superficialidade degradante. (p.118)
A Corrosão do Caráter
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•As pessoas ainda fazem jogos de poder nas equipes, mas a
ênfase em aptidões leves de comunicação, facilitação e
mediação muda radicalmente um aspecto do poder:
desaparece a autoridade, (...) o poderoso apenas facilita,
capacita os outros. Esse poder sem autoridade desorienta
os empregados; (...). (p.130)
A Corrosão do Caráter
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•Em lugar do homem motivado, surge o homem irônico. (...)
as pessoas jamais são exatamente capazes de se levar a
sério, porque sempre sabem que os termos em que se
descrevem estão sujeitos a mudança, sempre sabem da
contingência e fragilidade de seus vocabulários finais.
(p.138)
A Corrosão do Caráter
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•O fracasso é o grande tabu moderno. (...) tornou-se mais
conhecido como um fato regular nas vidas da classe média.
(p.141)
•(...) concentraram-se na busca de forças externas para
culpar. (p.151)
A Corrosão do Caráter
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•O único compromisso comunitário que eles mantêm, na
verdade buscam com vigor cada vez maior, é a participação
na administração de suas igrejas locais. Isso é importante
para eles por causa do contato pessoal que têm com outros
membros da igreja. (p.155)
•Hoje, no novo regime de tempo, esse uso do “nós” se
tornou um ato de autoproteção. O desejo de comunidade é
defensivo, (...). (p.165)
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•Um acentuado fracasso é a experiência pessoal que leva a
maioria das pessoas a reconhecer que a longo prazo elas
não se bastam. (p.168)
•A falta de responsividade é uma reação lógica ao
sentimento de que não somos necessários. (p.175)
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•“Quem precisa de mim?” é uma questão de caráter que
sofre um desafio radical no capitalismo moderno. O sistema
irradia indiferença. Faz isso em termos dos resultados do
esforço humano, como nos mercados em que o vencedor
leva tudo, onde há pouca relação entre risco e recompensa.
(p.174)
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•SENNETT, R. A corrosão do caráter: as conseqüências
pessoais do trabalho no novo capitalismo. Tradução:
Marcos Santarrita. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.