A CONTRIBUIÇÃO DO TÊNIS DE MESA PARA A PRÁTICA …...Na escola, o tênis de mesa é compreendido...
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A CONTRIBUIÇÃO DO TÊNIS DE MESA PARA A PRÁTICA ESPORTIVA
ESCOLAR
Silmara Stella1
Alfredo César Antunes2
Resumo Este estudo teve como objetivo caracterizar o tênis de mesa como elemento privilegiado da cultura corporal, verificar diversas metodologias, averiguar e possibilitar o conhecimento e prática da modalidade a todos os alunos. Na escola, o tênis de mesa é compreendido como uma atividade livre, onde alguns impõem suas próprias regras, de acordo com o momento, e em benefício próprio. Utilizando- se da visão crítico- superadora, teve- se a intenção de transformar o quadro atual no qual a prática da modalidade estava inserida, percebeu-se que o tênis de mesa é uma proposta inovadora quando devidamente orientado. As atividades realizadas trouxeram mais motivação e interesse ao grupo, pois oportunizaram a participação, a confecção de material próprio e o aprendizado. Ainda foi possível detectar e corrigir algumas defasagens motoras existentes. Constatou- se que todos os alunos (100%) compreenderam e conheceram melhor o esporte, (98%) sabe diferenciá-lo do pingue-pongue, (85%) começou a praticá-lo no recreio e nas horas de lazer. Nas aulas de Educação Física houve (100%) de aceitação, sendo que (92%) aprendeu a jogar durante a realização do projeto com a professora de Educação Física e (96%) reconhece a importância do tênis de mesa como prática educativa. Palavras chaves: tênis de mesa; cultura corporal; crítico-superadora.
INTRODUÇÃO
A Educação Física no Brasil, através dos anos, sofreu e ainda está sofrendo
diversas transformações, buscando a sua própria identidade. Durante muito tempo
seu objetivo era a aptidão física, onde o esporte coletivo predominava e somente os
mais fortes, ágeis e com maior habilidade participavam da aula, não havendo
interesse na participação de todos e nem de promover uma reflexão crítica sobre o
assunto; desta forma a Educação Física era vista apenas como uma disciplina que
fazia parte do currículo escolar, sendo obrigatória nos cursos primários e
secundários. Nos dias de hoje é vista no ambiente escolar como uma prática
educativa (CASTELLANI, 1988).
Através da experiência adquirida, percebe-se que a Educação Física escolar
ainda preconiza a valorização, a padronização de movimentos, a busca da
1 Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professora PDE 2012
de Educação Física 2 Professor Doutor da Universidade Estadual de Ponta Grossa
perfeição, os processos de seleção e competição exercendo forte influência,
buscando muitas vezes a qualquer custo a vitória e a derrota.
Desta forma, de acordo com o Coletivo de Autores (1992), na abordagem
crítico-superadora, a escola e a disciplina não estavam cumprindo com sua função
social, que é de transformação da sociedade através de cidadãos críticos,
conscientes e reflexivos. Cabe à escola, então, o acesso ao conhecimento, sendo
ele de relevância para a sua vida em sociedade.
Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos esportivos do rendimento, competição, comparação de recordes, regulamentação rígida e a racionalização de meios e técnicas. Trata-se não mais do esporte da escola, mas sim do esporte na escola. Isto é, os professores de Educação Física se encarregaram de reproduzir os códigos esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica desse conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da pirâmide esportiva. (DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ, 2008, p. 41 apud BRACHT, 1992, p.22).
Segundo Caparroz (2005), a escola, muitas vezes, serve como base para a
pirâmide esportiva, pois faz o processo de descoberta de possíveis talentos
esportivos, que passam por etapas até atingir o topo, ou seja, o esporte de alto
rendimento.
A partir da experiência em Educação Física, é possível perceber que a grande
maioria dos professores tem uma tendência em trabalhar apenas o conteúdo esporte
nas aulas, predominando os coletivos como: voleibol, handebol, basquetebol e,
principalmente, o futsal, deixando de lado outros esportes, ou trabalhando com eles
somente de forma recreativa, nos dias de chuva ou como passatempo.
Desta forma vê-se a necessidade de trabalhar o conteúdo esporte de forma
mais diversificada, onde todos tenham a oportunidade de aprender e praticar outras
modalidades esportivas, não somente os de quadra. O objetivo deste estudo é
caracterizar o tênis de mesa como elemento privilegiado da cultura corporal
possibilitando a diversificação do conteúdo esporte nas aulas de Educação Física,
transcendendo o escopo de uma mera atividade recreativa.
De acordo com um questionário, que os alunos dos 6º anos responderam,
para diagnosticar a realidade sobre o tênis de mesa no Colégio Padre Nicolau
Baltasar, no ano de 2012, foi possível perceber que de um total de 25 (vinte e cinco)
alunos entrevistados, com relação ao tênis de mesa, a maioria conhece o esporte e
o joga principalmente na escola (56%), alguns jogam em casa e em outros
ambientes (16%) e 28% não jogam nem na escola e nem em casa. Os alunos
reconhecem a importância do esporte, porém não conseguem distinguir a diferença
entre tênis de mesa e pingue-pongue, jogando aleatoriamente, antes do início das
aulas, no recreio e durante as aulas de Educação Física, não havendo, então, por
parte do professor de Educação Física uma orientação adequada, sendo que os
alunos mais interessados e habilidosos acabam aprendendo sozinhos.
Na escola, o tênis de mesa é compreendido como uma atividade livre, onde
alguns impõem suas próprias regras, de acordo com o momento, e em benefício
próprio.
Nesse sentido, o esporte tênis de mesa é uma proposta inovadora no
cotidiano escolar, sendo ele orientado e fundamentado, com seu devido valor e
importância, de forma a ter um significado para a vida do aluno, dentro e fora da
escola, contribuindo assim, para uma melhoria na qualidade de vida.
A Educação Física é a única disciplina escolar que trabalha o movimento
humano, através da cultura corporal nos jogos, na dança, na luta, na ginástica, e no
esporte (DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ,
2008).
Dentro do âmbito escolar o aluno tem direito ao conhecimento e à prática
dessa cultura, podendo ser ela inclusiva ou exclusiva, pois depende de como os
conteúdos serão abordados e trabalhados.
O tênis de mesa pode ser realizado dentro e fora do ambiente escolar por se
tratar de um esporte que exige pouco material específico, sendo ele de fácil
aceitação e aplicabilidade, onde há uma grande rotatividade de alunos durante uma
aula, sendo possível todos participarem e aprenderem outro esporte, não sendo
somente os de quadra (GHIZI, 2002).
Existem poucas referências na literatura sobre o tênis de mesa e, na maioria
das escolas, este esporte não é ensinado como um conteúdo, e sim de forma lúdica,
espontânea e sem orientação adequada, onde somente jogam aqueles com mais
habilidades, deixando de lado os menos habilidosos e os que são mais tímidos.
Então, se faz necessária uma nova abordagem do esporte enquanto cultura
corporal, possibilitando ao aluno o conhecimento e a prática da modalidade tênis de
mesa, para que vivencie e compreenda a sua importância dentro e fora do ambiente
escolar.
DESENVOLVIMENTO
1. Breve Histórico Da Educação Física No Brasil, Segundo O Coletivo De Autores
(1992)
Segundo o Coletivo de Autores (1992), a Educação Física nas quatro
primeiras décadas do século XX, foi influenciada pelos Métodos Ginásticos e pela
Instituição Militar. Neste período ela era entendida como atividade exclusivamente
prática e não possuía uma identidade pedagógica, por este motivo foi confundida
com instrução física militar, sendo os professores, que atuavam nas escolas,
formados por instituições militares. Em 1939, foi formada a escola civil de
professores de Educação Física.
Entre 1910 e 1920 “a educação física recebe grande atenção, principalmente
dos escolanovistas, no que diz respeito a uma produção teórica que procura
compreendê-la e justificá-la no âmbito escolar” (CAPARROZ, 2005, p.97).
Após a 2ª Guerra Mundial, surge o Método Natural Austríaco e o Método da
Educação Física Desportiva Generalizada, onde começou a forte influência do
esporte em todos os países, inclusive nas escolas. Cada vez mais ele foi se
concretizando dentro dela. A partir daí tem-se não o esporte da escola, mas sim o
esporte na escola e, por meio desta influência europeia, o esporte passa a ser o
principal elemento da cultura corporal (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
A Educação Física, então, fica subordinada aos códigos e à instituição
esportiva, onde o rendimento atlético, recordes, a competição e o sucesso no
esporte são sinônimos de vitória. Sendo o esporte um conteúdo de ensino da
educação física, “o professor e o aluno passam então da relação professor-instrutor
e aluno recruta para a de professor-treinador e aluno atleta, não há diferença entre
professor e treinador.” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 54)
Na década de 70, a pedagogia tecnicista foi amplamente conhecida, onde a
racionalidade, eficiência e produtividade serviram para reestruturar a educação
física.
Nas escolas, a busca de campeões conduz à especialização prematura, inibindo o desenvolvimento do potencial psicomotor das crianças. Destas, passa a ser cobrada uma perfeição técnica na execução dos gestos esportivos. Os alunos passam a ser encarados como futuros atletas e não, simplesmente pessoas. As influências tecnicistas fazem com que a atividade do jogo esteja sistematicamente voltada para o desempenho e para os resultados de alto nível. Nesse caso, os menos habilidosos, que seriam os maiores beneficiários do esporte, são marginalizados e preteridos
em benefícios dos talentos. (OLIVEIRA, 1984, p.77, apud CAPARROZ, 2005)
No decorrer de todos esses anos, a educação física buscava sua própria
identidade e, somente nos anos 80, é que surgem os movimentos renovadores
(COLETIVO DE AUTORES, 1992) sendo eles a psicomotricidade, que tem como
variante a psicocinética e que, segundo Le Boulch (1978, apud COLETIVO DE
AUTORES, 1992) é uma teoria geral do movimento que permite utilizá-lo como meio
de formação e o movimento humanista, que é tratado por Vitor Marinho de Oliveira
no seu livro Educação Física Humanista, onde o autor se baseia na psicologia de
Maslow e Rogers, cujos princípios estão em torno do ser humano, em sua
identidade e seu valor. Dentro deste movimento surge o Esporte para todos que foi
uma tentativa de democratização do esporte, oferecendo uma opção ao esporte de
rendimento, permitindo que pessoas sem grande talento esportivo, também o
praticassem.
Durante todo este tempo, a Educação Física procurou sua especificidade,
sendo que vários estudiosos demonstraram interesse em fazer uma relação entre a
teoria e a prática, procurando contribuir de alguma forma com a Educação Física
Escolar. Nos dias atuais, ela faz parte da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Básica e tem como objeto de estudo a cultura corporal, e devemos compreendê-la
no seu caráter sócio-histórico e cultural.
Assim, o conteúdo da educação física escolar deve ser selecionado dentre aquilo que se denomina cultura corporal, que é o conjunto das manifestações das práticas corporais produzidas historicamente, tais como o esporte, a ginástica, o jogo, a luta, a dança etc. (CAPARROZ, 2005, p.160).
Conforme Coletivo de Autores (1992) e Ghiraldelli (1989), a Educação Física,
no Brasil, durante muito tempo, foi valorizada pela aptidão física, sob influência das
classes sociais de cada época, onde os interesses eram voltados para a classe
dominante, sendo a Educação Física um instrumento de manipulação para se
chegar a estes interesses, que eram de alienação da sociedade.
Após a Segunda Guerra Mundial, o esporte tornou-se o principal e único
conteúdo das aulas de Educação Física, onde a repetição e o tecnicismo eram o
objetivo principal.
No início dos anos 80 muitos estados brasileiros se empenham na discussão
do real papel da Educação Física tanto na teoria quanto na prática. Nesta
perspectiva surgem as tendências para fornecer um quadro classificatório sobre a
Educação Física.
Baseado em Ghiraldelli (1989) é possível determinar cinco tendências da
Educação Física brasileira:
1. Higienista (até 1930): como o nome já diz, trata da saúde e implica que é
através da atividade física, seja ela nos jogos, ginástica ou esporte, que os
indivíduos tornam-se sadios, fortes e dispostos à ação. Sendo assim, se afastariam
de práticas capazes de provocar a deteriorização da saúde, comprometendo, assim,
a vida coletiva.
2. Militarista (1930-1945): esta tendência está preocupada em servir à pátria
e, para tanto, necessita de indivíduos capazes de suportar o combate, a luta e a
guerra, sendo papel da Educação Física, dos esportes, e da ginástica, torná-los
aptos ao combate, eliminando, assim, os fracos e os incapazes fisicamente.
3. Pedagogicista (1945-1964): diferente das outras duas tendências
anteriores, que evidenciam a saúde e o corpo, esta prioriza a educação, sendo que
ela se apresenta através do movimento. Está preocupada com a educação dos
alunos que frequentam as escolas. Através dos conteúdos da Educação Física
acredita-se que os alunos irão aceitar mais facilmente as regras de convívio
democrático.
4. Competitivista (pós 1964): seu principal objetivo é a competição, onde o
aluno atleta é colocado em evidência, pois, através dele, o país pode conseguir
medalhas olímpicas. É o esporte de alto nível onde a principal prática da Educação
Física, é a verificação da performance.
5. Popular (após a 2ª Guerra, final dos anos 80): como o próprio nome já diz,
refere-se à classe trabalhadora. A Educação Física é trabalhada por meio de seus
conteúdos, sendo responsável pela mobilização e organização dos trabalhadores.
De acordo com o Coletivo de Autores (1992), a partir dos anos 80 começam a
surgir novos pensamentos e ideologias sobre a Educação Física escolar, sendo
deixada de lado a aptidão física, para se pensar numa Educação Física mais crítica
e reflexiva, visando à transformação social, onde os interesses eram voltados para a
classe dominada, tendo como objetivo a superação das desigualdades sociais.
Surgem então, as abordagens para romper com o modelo mecanicista e
esportivista, pois propõem novas metodologias de ensino, tendo em vista a
transformação social.
Para (Tani et al, 1988), a abordagem desenvolvimentista é oportunizar o
desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança, nas séries iniciais, através
dos mais variados movimentos, garantindo, assim, o desenvolvimento normal da
criança, para que o professor possa fazer uso dela em séries posteriores. Nesta
abordagem, o erro é entendido como processo para aquisição de habilidades.
De acordo com Bracht (1999), a psicomotricidade utiliza o movimento como
meio para o aprendizado, onde a Educação Física passa a auxiliar outras disciplinas
escolares, esquecendo o seu principal papel e deixando de lado a sua
especificidade.
Segundo Kunz (1998), na abordagem crítico-emancipatória, o movimento faz
parte do processo ensino-aprendizagem e está presente em todos os momentos,
seja na escola, seja fora dela. Ele defende uma educação crítica, onde o aluno deve
ser capaz de analisar e criticar os aspectos da sociedade.
Na abordagem crítico-superadora, segundo o Coletivo de Autores (1992),
discute-se sobre interesses de classes, valores e poderes, sendo a cultura corporal
o objeto da Educação Física por meio dos jogos, da dança, da luta, da ginástica e
dos esportes e o movimento adquirido, ou seja, que o aluno já possui, valorizado e
transformado em saber escolar. Neste caso o conhecimento é elaborado em ciclos,
onde o aluno pode retomar e dar continuidade num mesmo conteúdo, em diferentes
níveis de ensino, com grau de dificuldade maior.
Analisando as abordagens, percebe-se que o tênis de mesa pode ser
relevante dentro da escola, sendo trabalhado numa nova visão através da
abordagem crítico-superadora, pois oportuniza aos alunos momentos de
aprendizagem em diversos níveis e metodologias, onde ele compreende, analisa,
reflete, critica e interpreta para que, posteriormente, possa emitir um juízo de valor
sobre a realidade que o cerca.
Assim, o tênis de mesa atua a favor da formação integral do aluno, pois
desenvolve as habilidades motoras, valores e conhecimentos, com a finalidade de
torná-lo um cidadão crítico e reflexivo diante da sociedade.
2. Ciclos de escolarização
Neste projeto apresenta-se o tênis de mesa como elemento da cultura
corporal baseado na abordagem crítico-superadora (COLETIVO DE AUTORES,
1992). Esta teoria baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico-crítica e
estipula como objeto da Educação Física, a cultura corporal a partir de conteúdos
como: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a dança (DIRETRIZES
CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ, 2008, p. 44-45).
“A Educação Física, através da cultura corporal, deve desenvolver uma
reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o
homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão
corporal” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 38).
“O conceito de cultura corporal tem como suporte a ideia de seleção,
organização e sistematização do conhecimento acumulado historicamente, acerca
do movimento humano, para ser transformado em saber escolar” (DIRETRIZES
CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ, 2008, p.45).
Segundo o Coletivo de Autores (1992), que aborda os ciclos de escolarização,
os conteúdos podem ser ensinados de forma simultânea. Os mesmos conteúdos
devem ser trabalhados em séries subsequentes, de forma mais complexa ao longo
das séries, logo, o conteúdo esporte (tênis de mesa), pode, e deve, ser trabalhado
em todas as séries, com grau de complexidade diferente em cada uma delas.
A presente pesquisa baseia-se no segundo ciclo de escolarização, que vai da
quarta à sexta série, o qual é o foco do objeto de estudo. “É o ciclo de iniciação à
sistematização do conhecimento” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.35).
Quando o aluno compreende e tem consciência de sua atividade mental,
consegue estabelecer relação entre o real e o imaginário, tendo condições de
refletir, analisar e assimilar o conteúdo.
Por meio da abordagem crítico-superadora, neste ciclo, o aluno deverá refletir
sobre o que é o tênis de mesa, sua origem e sua história; refletir sobre por que foi
criado e com quais condições; fazer uma comparação de como era antigamente e
como é nos dias atuais; descobrir quais eram seus praticantes antes e agora;
entender porque o esporte não se popularizou; e fazer comparações com outros
esportes (valores e interesses).
Ainda neste ciclo deve-se iniciar a fundamentação técnica e as regras, pois o
aluno já é capaz de compreender o jogo e de tomar decisões, assumindo seus
acertos e erros, compartilhando momentos de tensão e pressão, e interagindo com
seus colegas e adversários.
3. O jogo e o esporte
A ideia nesta pesquisa é trabalhar o jogo e o esporte, no caso o tênis de
mesa, pois são conteúdos essenciais para a disciplina de Educação Física. Mas
devemos estar atentos às suas especificidades e importância, não confundindo-os e
sim fazendo uma ligação entre eles. Podendo o aluno jogar e praticar o tênis de
mesa na escola e posteriormente, se obtiver interesse e condições, poderá praticá-lo
fora do ambiente escolar.
No livro Coletivo de Autores (1992), na parte do esporte, não é citado o tênis
de mesa como elemento da cultura corporal, mas ele é integrante do conteúdo
esporte e pode ser uma nova proposta pedagógica dentro da escola e,
principalmente, em nossas aulas. Assim como o futebol, ginástica, dança, etc,
possui suas características próprias e seus benefícios, e contribui para a formação
do aluno dentro e fora do ambiente escolar.
Nos exemplos citados pelo Coletivo de Autores (1992), o jogo e o esporte
partem do método tradicional para o crítico, fazendo uma relação concreta entre
eles, levando o aluno a pensar sobre o que irá realizar para que posteriormente
possa criar o seu jogo, com suas próprias regras priorizando sempre o coletivo e a
convivência social.
No decorrer dos anos, vários autores têm se dedicado ao estudo do jogo e do
esporte.
De acordo com Huizinga (1971) o jogo é:
Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana (HUIZINGA, 1971, p.34).
Conforme SANTOS (2002), o jogo é uma atividade lúdica e prazerosa. É uma
ação que acontece num tempo e espaço definidos, onde as regras são criadas a
partir da necessidade dos jogadores, podendo ser adaptadas sempre que
necessário.
O jogo é uma invenção do homem, um ato em que sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente. O jogo satisfaz necessidades das crianças, especialmente a necessidade de ação (COLETIVO DE AUTORES, p. 65 - 66).
O esporte é para a UNESCO (1978 apud TUBINO, 1993) um direito de todos
e, independentemente de classe social, todos devem ter acesso às práticas
esportivas. De acordo com Tubino (1993), a partir deste entendimento sobre
esporte, ele abrange três manifestações, sendo elas:
1) o esporte-educação: acontece dentro e fora do ambiente escolar e tem um
caráter formativo. Deve ser desenvolvido desde a infância até a adolescência, com
base em princípios educacionais como cooperação, solidariedade, responsabilidade
e respeito;
2) o esporte-participação ou popular: tem como finalidade a participação de
todos, onde os participantes ocupam o seu tempo livre sem compromisso com
regras institucionais, sendo o prazer, o bem-estar e a interação social o fator
principal deste esporte;
3) o esporte-performance ou rendimento: como o nome já diz é o esporte de
alto nível que, durante muitos anos, norteou o conceito de esporte. Através dele
surgiu o esporte olímpico. É disputado obedecendo às regras específicas de cada
modalidade esportiva e possui federações nacionais e internacionais.
Para Bouet (1968, p.26, apud TUBINO, 1987 p.26), “o esporte é efetivação,
aplicação de princípios, normas, superação, consciência do indivíduo, busca de
objetivos, especialização”.
Segundo o Coletivo de Autores (1992, p.70), “o esporte, como uma prática
social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal e se projeta numa
dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos, sentidos e significados da
sociedade que o cria e o pratica”.
O tênis de mesa, enquanto esporte, pode oferecer aos praticantes de todas
as idades muitos benefícios com sua prática, pois, além do movimento que
proporciona, ajuda no desenvolvimento psicossocial, enriquecendo
pedagogicamente o processo educativo e formativo do cidadão.
4. Tênis de mesa
O tênis de mesa é um esporte cujas manifestações nasceram na segunda
metade do século XIX, na Inglaterra, sendo que, neste período, possuía vários
nomes. Ao ouvir o barulho das bolinhas batendo em raquetes ocas, James Gibb, um
maratonista aposentado, associou o barulho à palavra pingue-pongue
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS DE MESA, 2012).
O pingue-pongue difundiu-se mundialmente quando uma firma norte-
americana de jogos, a Parker Brothers, patenteou e passou a fabricar em larga
escala o equipamento do jogo (MARINOVIC, W.; IIZUKA, A. C.; NAGAOKA, T. K.
2006).
Em 1921, os adeptos ao esporte decidiram fundar uma associação de pingue-
pongue que registrasse as regras oficiais do esporte no País de Gales, porém foram
impedidos, pois “pingue-pongue” já era uma marca registrada. (CBTM, 2012). Assim
estabeleceram a nomenclatura “Tênis de Mesa”, que se tornou uma forma
aperfeiçoada do pingue-pongue, sendo este termo o apelido mais conhecido do
esporte, até os dias de hoje.
O tênis de mesa e o pingue-pongue são jogos de mesa muito semelhantes,
cujas diferenças são:
tênis de mesa- é uma modalidade esportiva, que possui regras
próprias, fundamentos específicos e equipamentos oficiais, como a mesa, a rede, as
raquetes e a bolinha. Deve ser jogado, de preferência, em ambientes fechados;
pingue-pongue- é um jogo recreativo, com regras adaptadas, que pode
ser jogado com qualquer tipo de equipamento e em qualquer ambiente, podendo ser
aberto ou fechado (CBTM, 2012).
O Tênis de Mesa é um dos esportes mais praticados no mundo, sendo
esporte olímpico desde 1988, tendo a China o maior número de atletas praticantes.
No Brasil ele é pouco divulgado, mesmo tendo alguns atletas de nível internacional
(CBTM, 2012).
O esporte, se bem estruturado, bem orientado com conteúdos programáticos e unidades de aulas bem elaboradas baseados em conhecimentos cientificamente comprovados, pode contribuir não só para o desenvolvimento lúdico da criança, mas pode influenciar direta e indiretamente na formação do perfil social, intelectual, mental e psicológico, (o que, sem sombra de dúvida, vai delinear positivamente o desempenho escolar bem como elevar a performance individual dos alunos). É recebido com grande ceticismo por parte da maioria dos educadores das disciplinas
tradicionais do currículo escolar (GHIZI, 2002, p.12).
Para tanto, como foi mencionado por Ghizi (2002), quando a escola
proporciona um esporte bem estruturado, este vai contribuir para a formação e
educação do ser humano, ajudando-o não só na vida escolar, mas também na vida
em sociedade.
Sendo a escola um espaço privilegiado na difusão do esporte, cabe a ela
proporcionar o mesmo, pois o esporte está diretamente ligado às aulas e,
consequentemente, aos alunos. Para que isto aconteça, o professor de Educação
Física deve estar disposto e aberto a mudanças, reelaborando sua práxis
pedagógica, ampliando assim, os seus conhecimentos, deixando de lado o
comodismo para pensar no esporte de forma diferenciada, onde não predomine
apenas alguns esportes (aqueles que têm mais afinidade ou facilidade em trabalhar).
Deve-se propor o esporte de forma diferenciada, ou algo novo, que seja
desafiador, de acordo com a realidade, como é o caso do tênis de mesa, que possui
inúmeros benefícios.
Segundo Martins (1999), o tênis de mesa é um esporte onde se utiliza o
cérebro (raciocínio lógico, intuitivo, criativo e a concentração) combinado com a
coordenação motora, aspectos técnicos e aspectos físicos. É um esporte dinâmico e
educativo, que deve ser um instrumento pedagógico dentro das aulas, pois através
do tênis de mesa pode-se estimular o aluno a pensar, raciocinar, refletir, criticar,
improvisar, tomar decisões e ter autonomia. Isso reflete de maneira positiva no seu
dia a dia e contribui para sua formação enquanto ser humano, pois constantemente
temos que tomar decisões em prol de uma causa ou benefício próprio.
5. Resultados
A implementação do projeto foi realizada com duas turmas de 6º anos A e B
do Colégio Padre Nicolau Baltasar, do município de Castro PR. Estas turmas foram
escolhidas por fazerem parte do segundo ciclo de escolarização que é da 4ª a 6ª
série que é objeto do presente trabalho. Neste ciclo trata da iniciação à
sistematização do conhecimento, pois acredita-se que se forem incentivados e
ensinados adequadamente os alunos nesta fase, certamente eles levarão os
saberes adquiridos às séries seguintes e para além dos muros escolares.
Ao pensar no encaminhamento metodológico, levou-se em consideração
aquilo que o aluno trouxe como referência acerca do conteúdo proposto.
Inicialmente foi aplicado um questionário (anexo 1) para diagnosticar a realidade da
turma quanto ao conhecimento e a prática do tênis de mesa na escola, em casa e
nas aulas de educação física.
A próxima atividade foi o preenchimento do quadro de conhecimentos prévios
(anexo 2) onde cada aluno escreveu o que sabia a respeito do esporte, deixando
para o final da implementação o quadro de conhecimentos adquiridos.
Totalizando oito aulas teóricas envolvendo histórico, regras, curiosidades,
empunhaduras e rebatidas, as quais foram demonstradas através de vídeos na TV
multimídia, objetivou-se motivar, conhecer, incentivar e refletir sobre o esporte para
que posteriormente pudesse ser praticado na escola, em casa e em horas de lazer.
Quanto às regras, além de assistirem ao vídeo, foram tiradas fotocópias e coladas
no caderno dos alunos para que sempre que necessário possam consultá-las.
Logo após realizou-se uma conversação sobre o esporte, discutindo sobre a
sua evolução, história, como foi criado e por que, fez-se uma comparação com
outros esportes refletindo sobre valores, interesses e importância dentro das aulas
de Educação Física. A partir deste debate, com suas contribuições acerca do
assunto, iniciou-se a construção do mural onde cada grupo ficou responsável por um
tema relacionado ao conteúdo tênis de mesa. Neste mural também foi colocada a
atividade de conhecimentos prévios e conhecimentos adquiridos já preenchidos
(final da implementação) para que todos da comunidade escolar pudessem
conhecer e aprender um pouco mais sobre o esporte e também para que
verificassem se houve uma evolução na aprendizagem dos alunos.
A próxima atividade foi a confecção das raquetes, esta foi a que mais
surpreendeu, pela criatividade e entusiasmo de todos, contagiando toda a escola,
onde cada aluno pôde confeccionar o seu próprio material utilizando diversos
materiais, cumprindo com o seu objetivo que era oportunizar a todos o fácil acesso
do material para a prática do esporte.
Figura 1 - Raquetes confeccionadas por alunos
Fonte: arquivo pessoal
Conforme as DCEs (2008, p. 84) devemos “propor a vivência de atividades
pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos
esportes e possíveis adaptações às regras.”
Neste contexto foram aplicadas as atividades práticas de coordenação
motora, familiarização da mesa, bolinha, raquete, exercícios de saque e recepção,
batida e rebatida, enfim fundamentos básicos do material didático-pedagógico onde
buscou-se embasamento para a realização dos exercícios. Os objetivos destas
atividades foram de aprender o tênis de mesa, desenvolver e aperfeiçoar as
habilidades motoras e cognitivas, fazendo o aluno refletir sobre seus movimentos.
As DCEs (2008, p.78) sugerem “a organização e a realização de festivais e
jogos escolares, cuja finalidade é demonstrar a apreensão dos conhecimentos e
como estes se aplicam numa situação real de atividade que demonstre a capacidade
de liberdade e autonomia dos alunos.”
Pensando desta forma foi realizado um festival no encerramento da
implementação onde os alunos puderam jogar sozinhos ou em duplas, utilizando os
conhecimentos adquiridos durante a realização do projeto. O objetivo do festival foi
de proporcionar a todos a participação, a socialização, a cooperação com seus
colegas durante a realização da partida, o respeito às regras, aos valores. No final
do festival eles puderam refletir sobre os benefícios do esporte, sobre o seu valor e
importância dentro das aulas de Educação Física e principalmente que podemos
gostar de outros esportes sendo eles bem orientados e fundamentados.
A última atividade foi o preenchimento do mesmo questionário do início da
implementação, que serviu para verificar se obtiveram mais informações,
conheceram e aprenderam mais o esporte tênis de mesa.
No mesmo período de implementação foi realizado o GTR (grupo de trabalho
em rede), curso à distância (on-line) onde os participantes foram professores da
rede estadual de ensino.
O curso foi dividido em temáticas onde eles puderam expor suas ideias, fazer
comentários e contribuições quanto ao nosso projeto, unidade didática e a
implementação. Quanto ao projeto todos os participantes retrataram de forma clara a
importância de se trabalhar o tênis de mesa como conteúdo da Educação Física
Escolar, sendo a maior dificuldade relatada o material adequado (mesa e raquetes)
e o espaço físico.
A produção didático-pedagógica foi elogiada pela maioria dos professores,
pois trata de forma simples e objetiva o tênis de mesa, permitindo assim que todos
possam utilizá-la em suas aulas. Outro ponto positivo citado foi a elaboração da
raquete com material alternativo, desta maneira permite a todos o fácil acesso ao
material.
Na temática da implementação foram apresentados os resultados parciais
com os pontos positivos e negativos, onde eles puderam refletir dando sugestões e
dicas de experiências vividas no esporte e em suas aulas.
O GTR foi de suma importância, pois promoveu debate sobre o tema
enriquecendo o projeto, mostrando que o tema proposto vem de encontro aos
anseios dos professores da rede estadual de ensino, apesar de a literatura a
respeito ser escassa.
Durante a implementação, foi realizado um monitoramento através da
observação diária da professora para acompanhar a evolução dos alunos quanto ao
conhecimento, aprendizado do tênis de mesa, o desenvolvimento e aperfeiçoamento
das habilidades motoras.
Nas aulas teóricas tudo ocorreu normalmente, e percebeu-se que os alunos
sentiram- se motivados e interessados com a apreciação dos vídeos e confecção
das raquetes.
As atividades práticas foram de fácil aceitação e assimilação pela maioria dos
alunos. Constatou-se que na turma A que são mais tranquilos os exercícios
propostos foram realizados com grande sucesso, na turma B que são mais agitados
e possuíam uma defasagem motora maior foi necessário adaptar alguns exercícios
para que houvesse uma aprendizagem significativa. Nos exercícios onde havia
materiais alternativos como caixinha de papelão, latinhas, arcos... (estímulos visuais)
os alunos se sentiram mais motivados na realização das tarefas.
As dificuldades encontradas nas aulas práticas foram quanto a lateralidade e
exercícios combinados mais de um elemento: mesa, bolinha, raquete, parado e em
movimento. E para sanar estas dificuldades foram trabalhados exercícios
individualizados, em duplas, colunas e com materiais diversos.
A partir da experiência adquirida pode-se observar uma melhora significativa
nos aspectos motores e cognitivos como atenção, concentração, raciocínio, valores
e autonomia sendo demonstrados nas aulas de Educação Física e em outras
disciplinas também.
O circuito serviu para corrigir as defasagens motoras existentes onde foram
trabalhados exercícios combinados com materiais alternativos.
O mural despertou a curiosidade e o interesse dos alunos do colégio, muitos
queriam participar do projeto para aprender um pouco mais sobre o esporte, nele
toda a comunidade escolar pôde perceber a evolução dos alunos durante o
desenvolvimento do projeto.
O festival cumpriu com todos os objetivos propostos, sendo de grande
aceitação e compreensão por parte de todos os envolvidos. No final foi realizada
uma premiação a todos os participantes e uma confraternização.
De acordo com o resultado do questionário, no início da implementação
somente 20% dos alunos conheciam o tênis de mesa, 7% sabiam diferenciá-lo do
pingue-pongue, 16% praticavam no recreio e horas de lazer, 27% reconheciam a
sua importância e apenas 12% aprenderam jogar durante as aulas de Educação
Física.
Ao término da implementação, como os resultados do questionário
demonstram, todos os alunos 100% compreenderam e conheceram melhor o
esporte, 98% sabiam diferenciá-lo do pingue-pongue, 85% começaram a praticá-lo
no recreio e horas de lazer, houve 100% de aceitação nas aulas de Educação Física
sendo que 92% aprenderam jogar durante a realização do projeto com a professora
de Educação Física e 96% reconheceram a importância do tênis de mesa como
prática educativa .
Diante dos resultados levantados, conforme tabela 1, pode-se afirmar que
houve uma melhora significativa em relação ao início da implementação, quanto ao
conhecimento, a prática do tênis de mesa e sua importância, contribuindo assim
para a motivação desta modalidade dentro e fora do âmbito escolar.
TABELA 1 – Conhecimento, prática e importância do tênis de mesa
Início da
implementação Término da
implementação
Conhecem o esporte tênis de mesa 20% 100%
Sabem diferenciar tênis de mesa de pingue pongue 7% 98%
Praticam no recreio e horas de lazer 16% 85%
Aprenderam a jogar nas aulas de Ed. Física durante a implementação da pesquisa
12% 92%
Reconhecem a sua importância 27% 96%
Fonte: Questionário e quadro de conhecimentos prévios – Anexos I e II
GRÁFICO 1 – Evolução dos alunos quanto ao tênis de mesa
Fonte: Questionário e quadro de conhecimentos prévios – Anexos I e II
Observando o gráfico acima percebe-se que os alunos tiveram uma evolução
em todos os itens citados. Desta forma o tênis de mesa torna-se relevante em
nossas escolas sendo de fácil aceitação e aplicabilidade, pois todos os alunos
participaram com entusiasmo e aprenderam fazendo da prática desta modalidade
uma constante na escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação do projeto contribuiu de forma efetiva para a motivação, o
aprendizado e o interesse dos alunos em relação à pratica do tênis de mesa nas
aulas de Educação Física, nos intervalos , no recreio e em horas de lazer.
Com estes resultados ficou claro que a modalidade de tênis de mesa deve
ser contemplada como conteúdo do Esporte, pois possui uma infinidade de
benefícios tanto nos aspectos físico como cognitivo, oferecendo ao educando
condições de refletir, criticar, raciocinar, entender e transformar o contexto social.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
20% 7% 16%
12% 27%
100% 98% 85% 92% 96%
Início da implemantação
Término da implementação
A presente pesquisa foi de total importância para o esclarecimento, o
conhecimento e a prática desta modalidade, bem como o reconhecimento quanto
aos seus benefícios na melhoria da qualidade de vida.
Sugere- se que esta modalidade comece a ser trabalhada nos anos finais do
ensino fundamental (6º e 7º anos), com exercícios de familiarização da mesa, da
bolinha e da raquete para que posteriormente quando já possuírem certa habilidade
realizem- se, então, exercícios combinados e circuitos com exercícios diversificados
e com materiais alternativos. Desta forma, espera- se que os alunos levem estes
saberes aos anos subsequentes tendo assim oportunidade de aprofundar os
conhecimentos.
Referências
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http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=138365 . Acesso em 06/07/2012. OLIVEIRA, Vitor Marinho de. O que é Educação Física. São Paulo: Brasiliense, 2004. Coleção primeiros passos. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Educação Física. Curitiba: SEED, 2008. Disponível em http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/Fil e/diretrizes/dce_edf.pdf Acesso em 06/07/2012. SANTOS, Sergio Oliveira dos. Educação Física: Diversidade da Cultura Corporal. São Bernardo do Campo: Umesp, 2002. STRAMANN, Reiner Hildebrandt. Textos Pedagógicos sobre o ensino da Educação Física. Ijuí: Unijuí, 2001. TANI, Et Al.. Educação Física escolar: Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: Epu/edusp, 1988. TUBINO, Manoel José Gomes. O que é Esporte. São Paulo: Brasiliense, 1993. TUBINO, Manoel José Gomes. Teoria Geral do Esporte. São Paulo: Ibrasa, 1987.
ANEXOS
Anexo 1
Questionário
1) Você gosta das aulas de Educação Física?
( ) sim ( ) não Por quê? ---------------------------------------------------------------------------------------------
2) Nas aulas de Educação Física, você pratica quais esportes. Pode marcar mais de um.
( ) futsal ( ) vôlei ( ) basquete ( ) handebol
( ) atletismo ( ) tênis de mesa ( ) outro
3) Você conhece o tênis de mesa ou pingue-pongue?
( ) sim, conheço as regras ( ) sim, já observei meus colegas jogando
( ) sim, assisti nos jogos municipais ou em outras competições ( ) sim, já joguei na escola
( ) não
4) Você joga ou jogou tênis de mesa? Onde?
( ) sim ( ) na escola ( ) não ( ) em casa
Por quê?........ ( ) na escolinha (treino) ( ) outros lugares? Quais .......................
5) Na sua opinião você acha que joga:
( ) bem ( ) mais ou menos ( ) ruim
6) Quem ensinou você a jogar tênis de mesa?
( ) amigo ( ) professor de Educação Física
( ) pai, irmão... ( ) aprendeu sozinho
( ) outros. Quais?..............................................................................................
7) Na sua opinião tênis de mesa e pingue-pongue é a mesma coisa?
( ) sim ( ) não Por quê? -------------------------------------
8) Com o conhecimento e a habilidade que você possui, praticaria tênis de mesa?
( ) sim ( ) não Por quê? ---------------------------------
9) O que você acha das aulas de tênis de mesa.
( ) ótima ( ) boa ( ) ruim ( ) não participei de nenhuma
Por quê? ---------------------------------------------------------------------------------------------
10) Na sua opinião a prática do tênis de mesa é importante. Por quê?
( ) sim ( ) não
Anexo 2
TÊNIS DE MESA
Conhecimentos prévios
Conhecimentos adquiridos