A CONSCIENCIALIZAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA A MUDANÇA

65
A CONSCIENCIALIZAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA A MUDANÇA Um das coisas que mantém as pessoas imobilizadas é a necessidade de saber as razões pelas quais não conseguem mudar os seus comportamentos. Entender as razões da auto-sabotagem não é o factor preponderante para conseguir mudar a sua atitude auto-sabotadora. Em seguida apresento um conjunto de acções orientadas que poderá usar. Não tem de analisar o seu passado de fio a pavio na tentativa de perceber porque razão não consegue mudar, alterar ou implementar algo na sua vida. O que precisa de ter é força de vontade para mudar. A vontade é o seu combustível para a acção. AUMENTANDO A SUA CONSCIÊNCIA PARA OBTER SUCESSO Para iniciar o seu processo de mudança, tem de ganhar consciência de um conjunto de coisas. Primeiro que tudo, pergunte a si próprio: O que é que eu quero mudar e porquê? Se não tem uma ideia clara do que pretende mudar ou melhorar, nunca saberá onde está, ou onde não está a ter progressos. É muito importante, mas por vezes difícil saber exactamente aquilo que pretende mudar e como é que a sua vida irá ficar depois de ter feito a pretendida mudança. Por exemplo, se pretende perder peso, não deverá dizer apenas, “eu quero perder peso”. Deverá ser específico. Quanto peso pretende perder, em quanto tempo, como é que a sua vida ficará depois do resultado e o que irá sentir ao obter sucesso. Você quer bem-estar, felicidade, segurança, confiança? Escreva isso. Estabeleça o seu objectivo de forma clara, específica, positiva e que dependa de si para alcançar o resultado – “Eu pretendo perder cinco quilos no espaço de 3 meses, para que isso aconteça vou iniciar uma dieta e exercício físico na próxima semana pois quero sentir-me confiante e orgulhoso do meu corpo”. Lembre-se o fim último de qualquer mudança ou objectivo é e será sempre um sentimento, somos seres emocionais e agimos sempre de acordo com a nossa natureza. Por este motivo, deverá imaginar-se antecipadamente a emparelhar esse sentimento ao resultado pretendido e verá que irá surgir uma enorme vontade para a acção. A emoção é acção, e a acção coloca-nos na via das possibilidades. Ao iniciar um processo de mudança existe sempre a possibilidade de ser bem sucedido, caso não seja, existe sempre a possibilidade de tentar de novo e desta vez com mais informação e mais preparado. Segundo, pergunte a si próprio porque razão quer fazer esta mudança. É por si, porque quer melhorar a sua vida, ou quer mudar porque o parceiro, o filho, o médico, o patrão lhe disse que deveria. Na grande maioria das vezes para que uma mudança bem sedimentada ocorra, deverá querer por si próprio. No entanto existem várias

Transcript of A CONSCIENCIALIZAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA A MUDANÇA

A CONSCIENCIALIZAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA A MUDANÇA

Um das coisas que mantém as pessoas imobilizadas é a necessidade de saber as razões pelas quais não conseguem mudar os seus comportamentos. Entender as razões da auto-sabotagem não é o factor preponderante para conseguir mudar a sua atitude auto-sabotadora. Em seguida apresento um conjunto de acções orientadas que poderá usar. Não tem de analisar o seu passado de fio a pavio na tentativa de perceber porque razão não consegue mudar, alterar ou implementar algo na sua vida. O que precisa de ter é força de vontade para mudar. A vontade é o seu combustível para a acção.

AUMENTANDO A SUA CONSCIÊNCIA PARA OBTER SUCESSO

Para iniciar o seu processo de mudança, tem de ganhar consciência de um conjunto de coisas. Primeiro que tudo, pergunte a si próprio: O que é que eu quero mudar e porquê? Se não tem uma ideia clara do que pretende mudar ou melhorar, nunca saberá onde está, ou onde não está a ter progressos. É muito importante, mas por vezes difícil saber exactamente aquilo que pretende mudar e como é que a sua vida irá ficar depois de ter feito a pretendida mudança.

Por exemplo, se pretende perder peso, não deverá dizer apenas, “eu quero perder peso”. Deverá ser específico. Quanto peso pretende perder, em quanto tempo, como é que a sua vida ficará depois do resultado e o que irá sentir ao obter sucesso. Você quer bem-estar, felicidade, segurança, confiança? Escreva isso. Estabeleça o seu objectivo de forma clara, específica, positiva e que dependa de si para alcançar o resultado – “Eu pretendo perder cinco quilos no espaço de 3 meses, para que isso aconteça vou iniciar uma dieta e exercício físico na próxima semana pois quero sentir-me confiante e orgulhoso do meu corpo”.

Lembre-se o fim último de qualquer mudança ou objectivo é e será sempre um sentimento, somos seres emocionais e agimos sempre de acordo com a nossa natureza. Por este motivo, deverá imaginar-se antecipadamente a emparelhar esse sentimento ao resultado pretendido e verá que irá surgir uma enorme vontade para a acção. A emoção é acção, e a acção coloca-nos na via das possibilidades. Ao iniciar um processo de mudança existe sempre a possibilidade de ser bem sucedido, caso não seja, existe sempre a possibilidade de tentar de novo e desta vez com mais informação e mais preparado.

Segundo, pergunte a si próprio porque razão quer fazer esta mudança. É por si, porque quer melhorar a sua vida, ou quer mudar porque o parceiro, o filho, o médico, o patrão lhe disse que deveria. Na grande maioria das vezes para que uma mudança bem sedimentada ocorra, deverá querer por si próprio. No entanto existem várias formas de se motivar se realmente acredita que a mudança proposta por outrem é do seu interesse.

Por exemplo, se tem um problema de procrastinação (tendência para adiar) e isso lhe está a causar um problema no seu emprego ou no seu relacionamento, provavelmente será melhor pensar em mudar, ainda que a procrastinação não se lhe apresente como sendo um problema para si. Se tiver um projecto para terminar, e está a pensar em adiar mais um dia, está a cair nas malhas da procrastinação. Se está tentado a adiar, deverá levar em consideração os prós e contras. Veja como poderia proceder:

PRÓS - Ficaria mais relaxado Poderia ir ver o meu programa favorito

CONTRAS - Sentirei ainda mais pressão amanhã - Poderei não conseguir entregar a tempo - Poderei perder o emprego ou a confiança do meu patrão - Poderei ficar envergonhado

Escrever uma lista de prós e contras poderá ajudá-lo a discernir até que ponto está ou não pronto para iniciar um processo de mudança. Qualquer mudança tem coisas positivas e negativas, deverá analisar os dois lados. Serão as recompensas positivas da mudança mais capacitadoras que as negativas? Irá obter mais ganhos ou perdas ao embarcar num

processo de mudança? Existem razões suficientes que o levem à mudança? Como é que quer que a sua vida esteja daqui a dois, cinco ou dez anos? Se pretende que a sua vida seja diferente amanhã, terá de mudar aquilo que faz hoje.

Assim que tenha determinado que está preparado e pronto para a mudança, poderá aumentar o seu grau de consciência de alguns dos seus obstáculos usando um método estruturado em livro de registo. O exercício de registo irá ajudá-lo a identificar alguns padrões que o levam a comportar-se de uma forma sabotadora.

O primeiro passo a ser feito no livro de registo é estabelecer o seu objectivo. Que comportamento quer mudar e porquê? Seja o mais específico possível e limite-se apenas a um objectivo de cada vez. Poderá propor-se a outros objectivos mais tarde, mas por agora comece pela coisa mais importante que pretende mudar, para que possa aprender as técnicas que constroem a sua confiança.

PLANO DE ACÇÃO EM 5 PASSOS

1- O que é que quer mudar e porquê? (seja específico) 2- O que é que necessita para poder realizar a mudança desejada? 3- O que é que o impede (algo real ou imaginado)? (escreva os comportamentos auto-

sabotadores e atitudes que consiga identificar) 4- Numa escala de 1 a 10 qual é o seu nível de vontade para mudar? 5- Por vezes temos comportamentos auto-sabotadores porque não nos sentimos

realizados nas nossas vidas. Escreva pelo menos 10 coisas que gostava de fazer e coloque uma marca em cada uma delas à medida que as for realizando nos próximos 15 dias.

Boas mudanças e boa sorte.

CONSCIÊNCIA: O REQUISITO PARA MUDAR OS COMPORTAMENTOS

15/0821Por Miguel Lucas em Psicologia Comportamental

Desde o primeiro dia das nossas vidas a mudança é uma constante. A pergunta crucial não é se vamos mudar, mas sim como vamos mudar. Como vamos implementar mudanças em nós mesmos ou na nossa vida de forma intencional e de acordo com os nossos objetivos? Afirmo perentoriamente que a forma mais eficaz é usando a consciência. Tendo a consciência como autoridade máxima, podemos tomar o controle das nossas vidas e usarmos a nossa excelente capacidade de adaptação. Quando observamos a nós mesmos, quando entendemos os nossos padrões comportamentais e de raciocínio, quando conhecemos a forma como expressamos as nossas emoções, e porque as expressamos, ficamos cientes da nossa experiência interna e, por ação consciente conseguimos mais facilmente construir respostas e cursos de ação que nos sirvam.

OS DOMÍNIOS DA CONSCIÊNCIA

De acordo com a wikipedia.org a consciência é o estado ou a capacidade de perceber, sentir, ou estar consciente de eventos, objetos ou padrões sensoriais. Neste nível de consciência, dados sensoriais podem ser confirmados por um observador, sem que isso implique necessariamente compreensão. Mais amplamente, é o estado ou qualidade de ser consciente de algo.

É ao estado mais amplo de consciência que me irei referir durante o artigo. A nossa liberdade de escolha reside no intervalo que existe entre o estímulo e a resposta. Nesse precioso intervalo a ação da nossa consciência permite exercermos o poder daquilo a que chamamos liberdade de escolha. Se essa escolha estiver alinhada com os nossos valores

mais elevados e enquadrados com os nossos objetivos de momento, estaremos agindo em consciência por ação consciente. Sim, porque podemos agir subconscientemente por ação consciente (reação automática). Aquilo a que podemos chamar de estado consciente pode ser considerado tudo o que fazemos desde o momento que acordamos (isto para pessoas mentalmente saudáveis). No entanto, no estado de vigília (acordados) nem sempre permitimos, ou conseguimos que a nossa consciência atue ou tome as rédeas do nosso processamento mental relativamente ao que estamos a viver em determinado momento. Quando dizemos que agimos sem pensar, quer dizer que os nossos comportamentos foram acionados de forma automática (previamente aprendidos) sem a intervenção consciente do nosso raciocínio. É usualmente nesses momentos que fazemos e dizemos coisas que mais tarde nos arrependemos de termos feito ou falado.Dica: Se pretendemos mudar algo em nós, um dos ingredientes mais importantes para o sucesso é a consciência. A consciência é uma ferramenta incrivelmente poderosa para nos ajudar a mudar para melhor.

Existem três grandes domínios da consciência humana. O primeiro domínio é um nível de consciência que nós compartilhamos com outros animais e é chamado de consciência experiencial (que também é chamado de sensibilidade). Esta é composta das sensações não verbais, perceções, impulsos, e estados emocionais que guiam as ações. O segundo domínio é a autoconsciência, e é aí que reside o autoconhecimento explícito. Neste domínio é o narrador internalizado que desenvolve significado nas coisas e constrói “teorias” sobre o mundo, acerca das outras pessoas e de si mesmo. O terceiro domínio da consciência é o Eu público, que refere-se ao que nós explicitamente dizemos às outras pessoas e a imagem que tentamos projetar.

DOMÍNIO DAS AÇÕES

Muitos de nós, em determinadas situações perdemos o controle das nossas ações. Certamente por influências das emoções que disparam no nosso organismo e dos pensamentos que nos aparecem na mente. Reagimos às situações da vida, em vez de, conscientemente elaborarmos uma resposta que seja assertiva e nos sirva.

Ao longo dos anos, fui ficando familiarizado com o conceito de meditação e mindfulness. Sempre me esforcei para conseguir aplicar o conceito no meu dia a dia, mas nem sempre fui bem sucedido. Essa dificuldade vinha da confusão gerada na minha cabeça acerca do próprio conceito e da forma como é utilizado pelos praticantes tradicionais, que é esvaziarmos a nossa mente e sermos testemunhas dos nossos próprios pensamentos sem interferência e julgamento. Esta ideia não me parecia praticável na azáfama do dia a dia. Até que cheguei a um conceito simples: Atenção Plena,ter a noção do impacto emocional que as situações e acontecimentos têm no meu corpo, a reação que isso produz na minha mente, e o impulso gerado para verbalizar e agir, mas agir apenas quando todo esse processo é filtrado pela consciência. O resultado é agir ao invés de reagir, é responder assertivamente ao invés de simplesmente falar, é elaborar pensamentos ao invés de simplesmente pensar.Obviamente que todo o processo anteriormente descrito requer treino. Durante um determinado período a pessoa tem de propor-se à observação dos seus sentimentos, pensamentos, ações e  atitudes que vai tendo na sua vida. Importa que se comprometa a tornar-se mais consciente e conhecedora dos seus próprios processos emocionais e de raciocínio.

Exemplo entre um casal, em que o marido começa a perceber o autocontrole que a sua esposa tem comparativamente a ele, e questiona-a para tentar entender como ela consegue:

Marido: Eu noto que quando tu interages com outras pessoas, inclusive comigo, embora às vezes fiques chateada por ações e palavras dos outros, tu nunca respondes em retaliação com palavras pejorativas. Eu estou estupefacto. Como consegues fazer isso?

Eu mesmo, ao sentir-me magoado ou ofendido, instintivamente respondo com um comentário negativo. Será que os pensamentos negativos nunca surgem na tua cabeça?

Esposa: Não, quer dizer, de fato os pensamentos negativos entram na minha cabeça ocasionalmente. No entanto, em vez de vomitá-los para fora, faço uma pausa e reflito, pensando para mim mesma: “Se eu disser estas palavras duras, qual o impacto que elas têm sobre a outra pessoa?” Se eu pensar que as palavras irão ser realmente dolorosas para a outra pessoa, então eu simplesmente não as verbalizo.

Marido: Que aprendizagem extraordinária. Quer dizer que eu posso sentir os meus sentimentos, mas se eu parar e pensar antes de falar, eu poderei responder em consciência, antecipando as consequências das minhas atitudes. Isso certamente irá contribuir para o meu desenvolvimento e crescimento, tornando-me numa pessoa melhor.

Abordei este assunto no artigo: Deixe de reagir, escolha a sua resposta em consciência afirmando quem você quer ser.

CONSCIENCIALIZAÇÃO: UM PODER AO ALCANCE DE TODOS

O ingrediente chave que pode ajudá-lo a mudar alguns dos seus comportamentos indesejados é a sua consciência. Tornar-se consciente do que faz, e da forma que pensa e sente, facilita a implementação de novos comportamentos. Sem ficarmos cientes que temos a possibilidade de mediar as nossas ações através da nossa consciência, certamente, na grande maioria do tempo, agimos em piloto automático, correndo o risco de falarmos sem considerarmos o impacto das nossas palavras, ou sem nos apercebermos das consequências das nossas ações para os outros e igualmente para nós. Tendemos a agir de acordo com aquilo que sentimos e nos passa na mente, assumindo que tem de ser assim, e que somos assim. A consciência é fundamental para sermos bem sucedidos, progredirmos e sermos felizes, porque mudamos maioritariamente por ação consciente.Abordei este assunto no artigo: Cuidado com as suas palavras, 8 formas de otimizar o seu discurso interno.

É crucial não sermos negativamente críticos de nós mesmos, mas em vez disso, olhar para nós mesmos e perguntar: “Ei, o que está acontecendo agora? Como vai a minha vida?” A fim de provocar uma mudança nas nossas vidas e para alcançar a felicidade, precisamos saber o que está acontecendo. Novamente, não estamos julgando, apenas observando e filtrando pela nossa consciência aquilo que percecionamos. Muitas vezes as nossas vidas não seguem o rumo pretendido, não porque somos incapazes ou porque não possuímos competências, mas sim por ignorância. Com estas novas ferramentas e esclarecimento, certamente será capaz de mudar a vida para melhor, de forma saudável, produtiva e funcional. Quando temos consciência, quando entendemos o que está acontecendo, podemos olhar para as nossas vidas e, em seguida, iniciar a mudança.Abordei este assunto no artigo: A consciencialização é o primeiro passo para a mudança

OLHE PARA SI MESMO DE FORMA REALISTA E HONESTA

Para que se torne mais consciente e conhecedor das suas formas de sentir, pensar e agir, importa ter um olhar realista e honesto sobre si mesmo. É muito pouco construtivo sermos antipáticos, hostis, desagradáveis, agressivos, negativistas, raivosos, porque as nossas vidas não estão indo bem. Ou, eventualmente enveredarmos por maus hábitos. Este tipo de comportamentos não vai ajudar-nos. Precisamos perguntar: “Como vão as coisas verdadeiramente?” Quando fazemos isso, estamos praticando a autoconsciência construtiva. Estamos apenas olhando e analisando, explorando e eventualmente conversando com outras pessoas, a fim de tornarmo-nos plenamente conscientes de quem somos e do que fazemos. Quando algo na nossa vida não está funcionando, essa consciência pode trazer a mudança. Só então, podemos caminhar em terreno fértil para deixarmos de ser reativos. Só assim conseguimos antecipadamente prever as consequências, e em consciência escolher que curso de ação será melhor tomarmos. E, claro, as coisas vão ser melhor, porque você

se torna consciente das suas ações anteriores, você descobre uma nova maneira de lidar com o stress e tensões, construindo um padrão mental positivo que facilitará a adaptação funcional à vida. Com a autoconsciência aumentada, você vai ser uma pessoa mais feliz, mais saudável, e todos ao seu redor serão beneficiados.A consciência é uma forma verdadeiramente eficaz para implementar mudanças positivas nas nossas vidas. É uma ferramenta construtiva e poderosa que podemos utilizar para ganharmos mais controle sobre nós mesmos, e com isso, melhorarmos o bem-estar e promover a felicidade.

Para aprofundar o assunto leia: Quem está no comando da sua mente? 7 Passos para entender os seus pensamentos e sentimentos

Abraço,

Miguel Lucas

 QUEM ESTÁ NO COMANDO DA SUA MENTE?

06/0622Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

Podemos facilmente concordar que a nossa mente é o pináculo daquilo que somos. A nossa mente é o resultado do fantástico funcionamento do nosso cérebro. Tudo o que somos, está incrustado nas milhares de dobras da nossa massa cinzenta. Um emaranhado de milhões de neurónios que nos permitem expressar inteligência, que nos permite entender grande parte daquilo que somos, como nos mudarmos, como nos desenvolvermos e, acima de tudo, como gerir de forma autosuficiente as nossas próprias vidas. É, no entanto, no desenrolar das nossas vidas que por vezes perdemos o controle das mesmas e, com isso, prejudicamos a nossa qualidade de vida, objetivos e sonhos.

Quando a nossa mente nos prega algumas partidas, quando a forma como pensamos e processamos a informação nos causa problemas, nos causa mal-estar, sofrimento e se apresenta como um obstáculo aos nossos objetivos, pode gerar-se a sensação que perdemos o controle. Quando a perceção de perda de controle se instala, tudo parece perder o sentido. Muitos de nós, quando sentimos que estamos a perder o controle sobre nós mesmos, ou seja, quando deixamos de estar no controle da nossa mente, tendemos a procurar formas de recuperar essa perda.Alguns exemplos incluem:

Yoga Artes marciais Meditação Psicoterapia Religião Práticas sexuais antigas Arte Esportes Música Tornar-se monge, padre Retiros espirituais

Claramente, as coisas nesta lista não são todos iguais, e em si mesmas, muitas não foram necessariamente concebidas para ser uma prática pessoal. No entanto, todos elas têm a capacidade de conduzir as pessoas para um objetivo semelhante: a perceção de que uma pessoa não é simplesmente os seus pensamentos, na verdade, nós somos muito mais . E, é com base nesta premissa que posso afirmar que quem está no comando da nossa mente, podemos ser nós.

SOMOS MAIS QUE O NOSSO PENSAMENTO

Quando estamos acordados, quando estamos num estado em que conscientemente processamos informação vinda do exterior e igualmente vinda de nós mesmos, o cérebro faz o seu trabalho, produzindo pensamentos. Assim como um músculo se contrai para mover o sistema esquelético, o cérebro é como um computador que executa o software (pensamentos) com base no seu hardware (organismo), que é você. E, o resultado dos nossos pensamentos, do funcionamento do nosso software, nem sempre é benéfico. Ou seja, o produto dos nossos pensamentos nem sempre leva ao nosso resultado desejado.

Portanto, a afirmação de que você não é apenas o seu pensamento, é como dizer que você não é simplesmente o seu software, você é, na verdade, o programador. A parte complicada desta analogia é que, em vez de você ser apenas um programador humano usando palavras, imagens e sentimentos para falar consigo mesmo (corpo /organismo), você é igualmente um componente (construto) dos seus pensamentos, imagens e sentimentos. Um organismo construido pelo próprio organismo. Uma mente construida pela própria mente. Então, se estamos a falar de software que pode gerenciar outros softwares, estamos realmente falando sobre o próprio sistema operativo. O Sistema operativo é você mesmo. Você é aquele que está no controle da sua mente, quando tem consciência daquilo que coloca na sua mente de forma intencional e fundamentado nos seus valores nucleares.

Aprofundei este assunto no artigo: Tire o máximo de proveito da sua própria vida, alinhe os seus valores.

Porque você tem que usar os seus pensamentos para pensar acerca dos seus pensamentos, e todo esse processo parece ser você mesmo, esta linha de raciocínio pode facilmente tornar-se banal, circular, e automática. No entanto, uma outra maneira mais funcional de pensar sobre isso é a seguinte:

A reter: Assim como um computador, também nós temos “cachos” de pensamentos. Alguns são mais profundas, e mais de acordo com a nossa essência e valores, e são como o sistema operativo de um computador, enquanto outros são simplesmente uma expressão de resposta a acontecimentos de vida, como programas que vão sendo instalados e são mais vulneráveis a virús.

Muitas vezes temos pensamentos que são reações à vida e aqueles que nos rodeiam. Isto pode ser visto como o software instalado no sistema operativo. O mais importante “a nossa forma de pensar” para a maioria de nós foi instalada durante a nossa infância, quando a nossa mente (“disco rígido”) tinha mais espaço e estávamos mais permissivos a novas aprendizagens. A maioria de nós fundimo-nos a esses pensamentos e conceitos e temo-los como verdades absolutas, ao invés de vê-los como vindos de dentro de nós e passíveis de mudança.

TEMOS CAPACIDADE DE PROGRAMARMO-NOS 

Algumas das práticas referidas anteriormente, têm servido como uma forma das pessoas ganharem consciência que cada um de nós possuí o seu próprio sistema operativo. Ou seja, a nossa mente, quando orientada de forma consciente e intencional por nós mesmos, permite-nos instalar e desinstalar, correr ou impedir que corra um conjunto de cachos de pensamentos (padrão mental) que temos ou queremos vir a ter.

Assim, grande parte da nossa experiência de vida é um resultado direto dos pensamentos que temos. Quando alguma coisa boa ou ruim acontece, temos pensamentos sobre isso, e esses pensamentos vão levar a sentimentos, bons, ruins ou indiferentes. Esses sentimentos podem fazer-nos agir, e essas ações vão ser boas, ruins ou indiferentes também. Uma vez que todas estas experiências de vida e ações têm origem na nossa mente, que por sua vez faz disparar determinados pensamentos, se pudessem ser alvo da nossa intervenção? Não

temos que aceitar tudo o que nos aparece na mente, não temos de ser arrastados pela negatividade que por vezes os nossos pensamentos expressam? Certamente alguns padrões mentais que expressamos no nosso dia a dia prejudicam-nos, foram implementados ao longo do tempo, mas provavelmente não nos servem mais. Então o que pode ser feito, como podemos reprogramar parte dos pensamentos prejudicais em novos padrões mentais?É aqui, que você entra em jogo através da prática pessoal de estratégias de orientação da atenção, autoverbalizações e regulação das emoções. É através do desenvolvimento e aprimoramento de falar para você mesmo, de aplicar uma voz de comando tendo na sua base os seus valores, os seus objetivos e a ideia de quem você quer ser, que poderá implementar novos padrões mentais. Estes padrões mentais permitirão desenvolver também a capacidade de você distingir entre pensamentos, sentimentos e ações por reação, dos seus pensamentos, sentimentos e ações que valoriza e pretende que o guiem no seu dia a dia.Aprofundei este assunto no artigo: Capacite-se e lidere-se para mudar os maus hábitos

Exemplo prático das artes marciais:As artes marciais, são uma arte de movimento. Aprender os movimentos cria a oportunidade para o desenvolvimento de pensamentos acerca do processo de aprendizagem. Um exemplo simples pode ser que você pense: “Isso é difícil, eu não posso fazer isso.” Mas se for paciente e determinado e continuar praticando, então você pode descobrir que realmente é capaz. Pode então ocorrer-lhe uma pergunta do género: “Porque tenho que pensar que não sou capaz de fazer isto, quando claramente posso?”

Traduzindo isto para a vida em geral, se você tiver um pensamento do género: “Eu não consigo fazer isto” Faça uma pergunta capacitadora em oposição: “Este é um pensamento necessário ou útil? Este tipo de procedimento acerca de analisar a validade dos seus próprios pensamentos, tendo como termo de comparação os seus valores, a forma como se vê a si mesmo e os seus objetivos de vida, é o início do processo para cultivar a capacidade de pensar acerca dos seus próprios pensamentos e, como isso, ficar mais perto de estar no comando da sua mente.

Aprofundei este assunto no artigo: Pratique a autodisciplina sendo mestre de você mesmo

GANHAR CONFIANÇA PARA LIDERAR-SE A SI MESMO

Quando você desenvolve a confiança através da prática de reorientar a sua atenção para os pensamentos que deseja, isso permite-lhe ganhar perícia, ficando apto a construir os pensamentos que quer e, este processo permite-lhe descartar os pensamentos que lhe chegam à mente, sempre que percebe que não lhe servem ou são prejudiciais. É uma experiência de controle sobre a capacidade de gerir os seus pensamentos e, consequentemente, ficar no comando da sua mente. Isto permite-lhe desenvolver a confiança necessária para se liderar, mesmo quando emergempensamentos negativos.“Que Deus me conceda serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar. Coragem para mudar as coisas que posso, e sabedoria para reconhecer a diferença.”  - São Francisco de Assis

Abraço

TIRE O MÁXIMO DE PROVEITO DA SUA PRÓPRIA VIDA: ALINHE OS SEUS VALORES

29/0436Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

Por vezes, o que mais atrapalha a nossa vida é o nosso estado de dúvida, de incerteza e de confusão. Quando não sabemos bem que caminho tomar, que possibilidades escolher, que decisão optar, ficamos num estado de conflito interno. Esteconflito interno pode corroer-nos

por dentro, retira-nos autoconfiança, ficamos fragilizados e à mercê da divagação mental que nos pode empurrar para um estado elevado de confusão. Neste estado de ser, geram-se sentimentos de mal-estar, de angústia, e por vezes de desesperança. Num estado mais problemático, instala-se a ansiedade. A vida não toma o rumo pretendido e mais parece andar à deriva. Mas perante tal cenário, o que pode ser feito para restaurar o equilíbrio emocional e ficar seguro das decisões a tomar?

A RESPOSTA ESTÁ CONTIDA NA CLARIFICAÇÃO DOS VALORES

O que significa tirar o máximo proveito da sua vida? Acredito que significa fazer coisas que estão alinhados com os seus valores, com as coisas que são mais importantes para você. A chave é estabelecer e ficar ciente do seu próprio conjunto de valores. Exemplos de valores pessoais são:

Divertimento Ajudar os outros Interagir com os outros Aprendizagem Honestidade Justiça Amizade Realização pessoal Igualdade Conforto

As nossas escolhas, decisões, ações, pensamentos e sentimentos sofrem um influência direta dos nossos valores pessoais. Aquilo que atribuímos maior significado ao longo da vida ou num determinado momento, joga um papel tremendamente poderoso na orientação que nos dá para dirigirmos a nossa vida. Se não sabemos bem aquilo que valorizamos, aquilo a que damos significado, certamente iremos ficar confusos nas decisões a tomar, ou tomar decisões que não nos servem e que podem vir a comprovar-se como catastróficas para a nossa vida. Para que você possa tirar o máximo proveito da sua vida, importa saber com o máximo de precisão possível quais são os valores pelos quais se rege.

ALINHE A SUA VIDA COM OS SEUS VALORES

Uma vez que você tenha uma boa compreensão dos seus valores pessoais, importa que sejam o móbil orientador das suas ações. Como referi anteriormente, quando não temos bem ciente os nossos valores, ou as coisas na nossa vida que nos motivam, que mexem connosco e que nos fazem sentir bem, ou ao invés, que nos fazem sentir mal, podemos seguir por caminhos que nos dificultam a vida ou que nos conduzam a problemas.

Quando fizer uma avaliação realista do impacto que os seus valores têm na sua vida e começar a fazer mudanças constantes bem alinhadas com os seus valores, certamente estará a aumentar a probabilidade de ser bem sucedido. No entanto, por vezes, cometemos alguns erros que podem assombrar a materialização dos nossos valores nas nossas atividades do dia a dia.

Em seguida apresento alguns desses erros:1) Viver de acordo com os valores de outras pessoas. Isto é, quando você investe o seu tempo e esforço fazendo algo que outras pessoas ou a sociedade em geral dizem que você deve ou tem de fazer, mas isso realmente não coincide com os seus valores. Por exemplo, ter que construir uma família, porque é isso que a maioria das pessoas faz, apesar de, pessoalmente, você realmente não querer uma família nem ter necessidade disso para ser feliz. É por isso que é importante ter clareza sobre o que importa para você, e avaliar as ações que toma com base nos seus próprios valores.

2) Gratificação instantânea. Isto é, quando você faz algo que satisfaça rapidamente um dos seus valores, embora existam alternativas que exigem mais tempo e esforço, mas em termos de qualidade são radicalmente melhor. Por exemplo, conversar com um amigo no Facebook quando você pode convidá-lo a sair e conversar cara a cara. Embora a segunda opção possa ser muito mais gratificante se a conexão for um valor importante para você, ter que convidá-lo, sair de casa, e ir a algum lugar para conhecê-lo atrasa a gratificação, mas vale a pena.3) Não sair da sua zona de conforto. Isso significa fazer as coisas pelo seguro sem correr alguns riscos ou incertezas nos resultados, em vez de desafiar a si mesmo. Certamente alguns dos seus valores pessoais para serem expressos ou materializados, necessitam que você alargue as suas experiências, interrelações e oportunidades.Por exemplo, talvez você valorize a liberdade financeira, e poderia conseguir alcançá-la iniciando o seu próprio negócio e transformá-lo num sucesso. Mas isso implica correr alguns riscos e incertezas, e você teme isso, optando por ficar no seu trabalho das 9h às 17h, que é confortável, mas não em termos de progressão na carreira e no incremento financeiro.

CAMINHAR PELA VIDA: ESTRATÉGIAS CAPACITADORAS

Qual é a maneira mais rápida de obter o que você quer? Arrisco a dizer que é saber o que quer. À primeira vista pode parece muito simplista, mas tal como eu, provavelmente também você poderá constatar que muitas pessoas estão frustradas vivendo uma vida que elas não querem. Certamente isso não acontece porque conscientemente desejam ter a vida que não pretendem, de todo. Talvez os momentos de dificuldade, de confusão, de falta de clareza nos seus próprios valores, de medos, de percepções de incapacidade, tenham feito chegar onde provavelmente não gostariam de estar. Por vezes a nossa história vai-se construindo sem traçarmos um rumo para onde pretendemos caminhar. Sem termos a noção do que queremos, do que gostamos, do que mexe connosco, do que valorizamos e do que queremos construir. Se não sabemos para onde estamos caminhando, como podemos saber se lá chegamos?

“Todos nós queremos o progresso, mas se você está na estrada errada, progresso significa fazer uma reviravolta e caminhar de volta para o caminho certo e, nesse caso, o homem que se volta mais rápido é o mais progressista.” – CS Lewis

De acordo com a mensagem da frase anterior, uma estratégia capacitadora, é perceber se não está satisfeito com a sua história de vida, e fazer de outra forma. Perceba o que pode mudar no seu dia a dia que esteja mais de acordo com os seus valores, com os seus objetivos e sonhos. Perceba se tem as habilidades, capacidades e conhecimento necessário para suportar os seus objetivos. Se tiver ótimo, siga nesse sentido. Se não tem, ótimo na mesma, pode agora ir ao encontro do que julga ser preciso para reunir condições para aumentar a probabilidade de ter sucesso face ao que quer. Aprofundei este assunto no artigo: Mude a sua história, se está insatisfeito faça algo de diferente.Coloque os seus desejos, sonhos e objetivos alinhados com os seus valores, e com tudo isso em mente coloque-os à prova. Perceba se existe chão para caminhar, se é razoável. De repente aquilo que julgava ser muito valorativo, pode não ser assim tão emocionante  ou tão exequível como à primeira vista pensou. Se assim for, redefina as suas ideias acerca do que pretende realizar, mas sempre com os seus valores em mente. Os Valores colocam-no sempre em cenários nos quais se irá rever e encontrar significado. Ao invés, se na análise a que se propõe encontra realmente lógica, se percebe em si força necessária para se propor à mudança, siga em frente, a sua vida está a caminhar para o máximo proveito.

IDENTIFIQUE OS SEUS VALORE PESSOAIS

O exercício que se segue  permite identificar os seus valores e crenças pessoais, e avaliar se eles estão alinhados com os seus objetivos e sonhos. Para obter o benefício a partir

deste exercício, não avance até ao final. Leia o primeiro passo e execute-o antes de continuar a ler o próximo passo.

Lista de valores pessoais:1. Escreva uma lista com os dez valores mais importantes para você no momento presente de acordo com os seus objetivos de vida. Escreva os valores que vêm à sua mente quando você pensa sobre o que pretende alcançar e o que o faz mover nesse sentido.

2. Em seguida posicione esses valores na ordem da sua importância de acordo com seus objetivos atuais. Do mais importante para o menos importante.

3. Depois pense em algumas pessoas que você admira muito pelos exemplos e conquistas de vida, (exemplo: família, professor, treinador, Oprah, Anthony Robbins, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá). Escolha uma dessas pessoas que você admira, e pense sobre o que elas conseguiram nas suas vidas, que valores elas seguiram, e quem beneficiou.

4. Ao pensar numa das pessoas que admira, considere o que elas tiveram que fazer para conseguir o que elas têm ou realizaram. Liste os dez valores que você imagina terem sido importante para essa pessoa, a fim de ter conseguido tudo o que você admira.

5. Agora pense sobre como seria a vida dos seus sonhos. Que tipo de pessoa você seria, o que estaria fazendo, de que forma você  estaria vivendo de acordo com a sua visão?

6. Por fim, liste os dez valores que você acha que seriam importante para conseguir realizar a suavisão de vida futura. Enumere  esses valores por ordem de importância. Reflita sobre esses valores pessoais que julga serem necessários como orientadores para a realização dos seus sonhos. Compare as diferenças dos valores listados no passo 1. Isto dá-lhe uma grande clareza de  pensamento a respeito do que você necessita trazer para a sua vida para melhorar o alinhamento entre os seus desejos internos, suas ações e resultados, e os valores que tem ou que necessita trabalhar ou mudar.Abraço.

CAPACITE-SE E LIDERE-SE PARA MUDAR OS MAUS HÁBITOS

09/0442Por Miguel Lucas em Psicologia Comportamental

Quando ouvimos falar de capacitação ou liderança, a nossa mente imagina alguém muito competente a dar indicações aos outros para obtenção de resultados satisfatórios. Mas no que diz respeito aos nossos hábitos, às particularidades que vamos adquirindo que nos dificultam a adaptação à mudança, a alguns comportamentos indesejados que temos, como vícios, formas de pensar indadequadas, imaginar capacitar-nos e liderar-nos para alcançar o que pretendemos por vezes pode parecer pura ficção científica. Na verdade, todos nós estamos equipados com a capacidade de liderança. Um cérebro capaz de processar milhões de dados, memorizar, categorizar, refletir, planejar, aprender, evoluir, atualizar-se e acima de tudo ter consciência do que é, produz uma mente que permite sermos lideres de nós mesmos.A forma como nos programamos, como rescrevemos novos dados, como apagamos outros, como atualizamos a informação, como redesenhamos formas antigas de lidar com as situações, como nos projetamos no futuro, como simulamos ações e atitudes permite-nos percebermos que essa capacidade extraordinária vive em nós. Acompanha-nos para todo o lado. Mas, é preciso fazermos um tremendo exercício de desapego de nós mesmos, daquilo que nos constitui enquanto indivíduos para que consigamos olhar para as nossa partes constituintes, tomar consciência delas e utilizá-las como ferramentas úteis. Essa tecnologia de ponta necessita apenas da nossa consciência, conhecimento de como utilizá-las e depois uma voz de comando, um processo executivo que aciona, atualiza e informa essas ferramentas mentais com novos dados. Você mesmo!

VOCÊ PRECISA DE SUPERAR UM MAU HÁBITO?

Para mudar um mau hábito, um passo precisa acontecer. Você tem de ganhar consciência que tem esse mau hábito e depois pretender mudá-lo ou eliminá-lo. Mas, muitas das vezes e para a grande maioria de nós esses maus hábitos são resistentes, têm vida própria, e apesar de muitos esforços nossos somos vencidos pela sua tremenda força, vivenciando o fracasso. Isto pode tornar-se muito angustiante e terrível na nossa vida. Talvez, você também se debata com este cenário, ou já tenha no passado tentado ultrapassar o tormento de substituir ou eliminar um mau hábito.

Os maus hábitos, como pensar recorrentemente de forma negativa, fumar em excesso, mentalidade de vítima, comer em excesso, criticar-se negativamente, consumo excessivo de álcool, comportamentos desajustados, sendentarismo, excesso de preocupação, entre outros, podem impedir-nos de viver uma vida melhor. Se você já tentou de diversas formas eliminar ou substituir algum mau hábito, e ainda não conseguiu, em seguida irei apresentar algumas formas baseadas na capacidade que você possuí para liderar-se (a sua mente) e que podem comprovar-se como eficazes, quando devidamente aplicadas.Caso pretenda adquirir mais informação complementar no sentido de ficar melhor equipado para superar os seus maus hábitos, leia: Caixa de ferramentas psicológicas para a vida

TENTE ALGO NOVO

“Insanidade: Fazer a mesma coisa uma e outra vez e esperar resultados diferentes.” - Albert Einstein

Muitas vezes chapinhamos nas mesmas atitudes, comportamentos, pensamentos e estratégias que se comprovam como ineficazes na obtenção dos resultados desejados. Tentar mudar um hábito enraizado, por vezes é altamente frustrante. Usualmente experimentamos o fracasso uma e outra vez. Digamos que você quer fazer uma das seguintes opções:

Parar de comer de forma excessiva Parar de fumar Pare de fazer gastos excessivos Parar de ter comportamentos indesejados Parar o diálogo autocrítico negativo

A maioria das pessoas parecem tentar as mesmas técnicas antigas, uma e outra vez para quebrar essas compulsões, obsessões, vícios ou hábitos destrutivos. Infelizmente, muitos de nós não conseguimos produzir resultados duradouros.

Aqui estão algumas das formas típicas e ineficazes para mudar ou eliminar maus hábitos:

Propor-se à mudança, sem preparação e conhecimento de como fazê-lo Usar um lembrete para lembrá-lo de periodicamente verificar o seu comportamento Confiar apenas  na sua força de vontade Pedir a alguém para responsabilizá-lo Criar uma uma lista das consequências do seu mau hábito

Provavelmente você já usou algumas destas técnicas ou estratégias, mas provavelmente teimam em não funcionar. Este tipo de sentimento de fracasso e sentimento de culpa produzem uma ideia de incapacidade face aos esforços a que se propôs. Vai construindo uma ideia que independentemente do que faça, o hábito que pretende superar é mais forte do que você. Com esta ideia em mente, o próximo passo é a desistência de se propor a novas tentativas. A sua ansiedade vai crescendo e com isso o seu problema aumenta. A incapacidade de gerir ou diminuir a ansiedade na presença do mau hábito vinca ainda mais a noção de incapacidade de superação. O que lhe proponho desta vez é uma nova tentativa com uma nova estratégia e abordagem, utilizando a sua capacidade deautoregulação para mudar os seus maus hábitos.

NOVAS FORMAS DE SUPERAR VELHOS HÁBITOS

Tentar uma e outra vez, mesmo que com mais determinação e noção da dificuldade, pode não ser suficiente. Você simplesmente não pode continuar a repetir as velhas formas de quebrar os seus maus hábitos. As estratégias utilizadas têm-se comprovados inúteis? Se sim, você precisa de algumas ideias novas para mudar os seus comportamentos.

VOCÊ NÃO É AQUILO QUE PENSA

Deixe de seguir tudo o que pensa. Ou seja, nem tudo o que pensamos representa aquilo que somos, a nossa vontade ou querer. Nem tudo o que pensamos é útil como orientador das nossas ações. Alguns pensamentos invadem a nossa mente sem qualquer intervenção ou decisão intencional. Se você se deixa enganar, não conseguindo distinguir que alguns dos seus pensamentos são “truques” do seu cérebro. São mensagens enganosas do seu cérebro no sentido de você voltar a fazer aquilo que sempre fez. O cérebro induz a que você continue a ter os mesmos comportamentos que supostamente no passado o fizeram sentir-se bem, mesmo que esse comportamento seja prejudicial para si. Se esse mau hábito libertou na sua corrente sanguínea algum tipo de químico que o fez sentir-se bem, aumentará a probabilidade de ter um novo impulso para repetir esse tipo de comportamento que o conduzirá ao reforço positivo que ficou registado no seu cérebro.

Ao tentar superar um mau hábito, a nossa mente pode criar pensamentos do género: Eu não tenho escolha. Eu precisa disso. Não há problema em fazer apenas desta vez. Eu posso lidar com isso. Não há mal nisso. Eu mereço este alívio. Não é possível parar. Não vou perder tempo tentando. O meu hábito é mais forte do que eu. Eu bem tento, mas não consigo deixar. Já são muitos anos a fazer o mesmo.

Pela força do hábito o que passa a executar-se sem a necessidade da nossa consciência, passa a estar sobre a autoridade do nosso corpo. O nosso corpo passa a ser a nossa “mente” para alguns dos comportamentos automáticos, fortemente aprendidos ou aditivos. O Corpo envia estímulos de mal-estar para o seu cérebro, e este por sua vez  irá criar um determinado pensamento para racionalizar o seu mau comportamento. Em desespero, o seu cérebro fica extremamente criativo ao justificar a razão pela qual você deve cumprir com as suas exigências. Normalmente sentimos isso através de fortes sensações de necessidade ou de incontrolabilidade dos estímulos ou desejos.

“Eu não consigo deixar de fazer isto. Eu sei que me é prejudicial, mas eu não sou capaz”

Ao ganhar consciência que você não é os seus pensamentos, não é as suas más sensações, não é as suas necessidades urgentes, nem é os seus sentimentos, consegue fazer o exercício de colocar-se no comando de si mesmo. Ao desapegar-se das suas incapacidades, dos seus pensamentos e sentimentos negativos, você ganha vantagem sobre os seus maus hábitos.A frase a utilizar é: Eu estou no comando das operações.

Ao perceber que você possui um conjunto de ferramentas que pode utilizar a seu favor, que dependem da sua intenção, capacidade de foco e decisão, grande parte da mudança de hábitos passa a ser uma escolha intencional e consciente.

Por exemplo, quando você deteta uma mensagem enganosa do seu cérebro, pode dizer a si mesmo:

Eu não preciso comer mais . Eu já comi o suficiente.

Eu não preciso de um cigarro. Fumar está arruinando a minha saúde. Eu não preciso de comprar isto. Não me vai fazer mais feliz.

Atenção, estas afirmações positivas e de orientação intencional não vão parar os estímulos de mal-estar que o seu cérebro e corpo irão continuar a enviar para você. Pelo contrário, a angústia irá disparar e aumentar. Mas se você perceber que o mal-estar provocado pela inibição do mau hábito, é apenas isso mesmo, mal-estar, e não a sua vontade e querer, você ficará no controle. Isso dar-lhe-á  a clareza necessária para você controlar-se e seguir em frente.

Quando a urgência da execução do mau hábito surgir, mantenha-se firme no seu querer. Diga a si mesmo que essa não é a sua vontade. Que o que está a acontecer é um conjunto de estímulos químicos que o seu cérebro está enviando para você no sentido de executar o mau hábito, para ter como retorno uma libertação no seu corpo de outros químicos que o irão fazer sentir-se bem. Pelo menos irão fazê-lo sentir-se aliviado, ainda que isso seja prejudicial para si e para a sua vida em geral.

Para aprofundar este assunto, leia: Entenda os seus comportamentos não desejados 4 Obstáculos à mudança de vida positiva

APLIQUE A TECNOLOGIA DE PONTA DA SUA MENTE, ESTANDO NO CONTROLE

Ao perceber que os seus maus hábitos ganharam vida própria, que eles sobrepuseram-se à utilização deliberada daquilo que você mais quer para si, fica com a possibilidade de passar a não responder em piloto automático. Se atuar em tempo útil, se não seguir de forma automática os sinais de urgência enviados pelos seus maus hábitos enraizados, pode conseguir superar o que tanto deseja.

Liderarmo-nos é a capacidade que todos nós temos para deliberadamente seguirmos aquilo em que focamos a nossa atenção. É a capacidade de monitorizar o ambiente envolvente procurando formas que facilitem a obtenção dos resultados pretendidos. É a capacidade de regular os nossos estados internos (por exemplo acalmar a nós mesmos) para que possamos criar pensamentos positivos que nos sirvam. É a capacidade de percebermos que os nossos pensamentos são eventos mentais e não acontecimentos em si. É a capacidade de dizer não àquilo que sabemos que nos prejudica. É eliminar a ilusão acerca da ideia que existe algo em nós superior à capacidade de conscientemente construirmos pensamentos que facilitem a obtenção do que queremos realizar. Você possui autoliderança para regular-se a si mesmo em prol da sua melhoria de vida e do seu desenvolvimento pessoal.Passos:

Identifique os hábitos a mudar ou a superar Identifique as mensagens enganosas do seu cérebro (como exemplificado anteriormente) Tome consciência que você não é as suas incapacidades, pensamentos e sentimentos

negativos, mal-estar e angústia Deliberadamente, verbalize afirmações de comando das ações que quer ou não quer fazer

(como exemplificado anteriormente) Siga as suas próprias indicações, focalizando a sua atenção nos processos Prepare-se para o incómodo gerado pelo seu corpo ao inibir os maus hábitos Siga o que quer fazer, fazendo Implemente hábitos saudáveis de substituição

Abraço

PRATIQUE A AUTODISCIPLINA SENDO MESTRE DE VOCÊ MESMO

15/0444Por Miguel Lucas em Psicologia Comportamental

Quando os pensamentos negativos nos invadem a mente, quando queremos fazer uma coisa e acabamos fazendo outra, ou quando queremos deixar de nos preocupar sobre determinado assunto, conseguir ter controle sobre a mente seria o melhor que nos poderia acontecer. Provavelmente é um desejo que pontualmente lhe passa pela mente. Quero dizer-lhe que até determinado ponto isso pode ser possível. Com disciplina e treino sobre a capacidade de foco, de atenção e de decisão sobre que pensamentos criar na mente é possível vir a ser mestre de você mesmo. Saber direcionar a atenção para onde ela mais importa estar, é o caminho que permite alcançar autodomínio, confiança e conhecimento sobre você mesmo.

Em seguida apresento seis passos que descrevem estratégias que permitem ajudá-lo a melhorar a sua autodisciplina e controle sobre os seus próprios pensamentos:

PASSO 1: OUÇA E RECONHEÇA

Por vezes as mensagens que a nossa mente emite para nós mesmos podem ser cortantes, desagradáveis e penosas. É no exato momento que você ganha consciência dessas mensagens que pode fazer algo de positivo, revertendo-as. Assim sendo, é importante que não as considere como uma crítica negativa ou como uma forma de mandar-se abaixo ou punir-se. Em seguida, deve aceitar essa voz silenciosa, e interpretá-la como informação, como uma chamada de atenção, que pode dizer-lhe: “Atenção as coisas não estão a correr como pretendido.” Sinta-se grato pela sua mente estar a contribuir com informação que pode impedi-lo de fazer alguma asneira. Por exemplo, “Obrigado, ainda bem que a minha mente me deu um alerta, lembrando-me que se eu não conseguir fazer mais vendas, posso ser demitido.” Ou “Obrigado por me dizeres que se eu continuar a ter a mesma atitude posso ficar para sempre sozinho e nunca encontrar o amor e ter uma família“.Com o tipo de mensagens que a mente envia para a nossa consciência, se percebermos que isso é informação em forma de incómodo e de alerta, podemos passar à ação, e fazer algo que permita aumentar a probabilidade de sermos bem sucedidos. Saber ouvir e reconhecer as preocupações momentâneas da própria mente, é um passo importante para ficar ciente acerca dos assuntos para onde deveremos dirigir a nossa atenção.

PASSO 2: FAÇA AS PAZES COM A SUA MENTE

Você pode não gostar de algumas mensagens que a sua mente cria ou da forma que isso influencia as suas ações. Na verdade, toda a negatividade pode ser francamente irritante, às vezes. Mas o fato é, que a sua mente faz parte de você, você está preso a ela, e não pode eliminá-la (e ainda bem). Os pensamentos negativos irão sempre aparecer na sua mente. No entanto, você pode abandonar o seu diálogo autocrítico que promove a negatividade. Aprofundei este assunto no artigo: Capacite-se e desafie o seu diálogo interno autocrítico. Ou seja, ter pensamentos negativos não tem necessariamente de conduzir-nos à negatividade. Aprofundei este assunto no artigo: Abandone a negatividade, acabe com o diálogo autocrítico.Aceitar que os pensamentos e sentimentos negativos se irão fazer notar, e que não conseguimos impedir que nos apareçam na mente e no corpo, permite-nos fazer as pazes com a nossa mente. Assimilar e levar em consideração este conceito  impele-nos a focar a nossa atenção nas ações que nos permitem aproximar-nos dos objetivos pretendidos, sem que se desenvolvam conflitos internos.A reter: Não temos necessariamente que gostar dos pensamentos negativos ou concordar com eles, apenas temos que tomar a decisão de temporariamente prestar-lhes atenção, para depois dirigimos o foco para outros pensamentos ou ações que nos sirvam de forma construtiva.

PASSO 3: ENTENDA QUE OS SEUS PENSAMENTOS SÃO APENAS PENSAMENTOS

Não conseguimos ver a nossa mente. Como tal, também não conseguimos ver a grande maioria dos nossos pensamentos. Mas, na grande maioria das vezes pensamos que somos os nossos pensamentos, unimo-nos e fundimo-nos a eles. Nesse exato momento, ao dar-se a fusão, caso os pensamentos sejam negativos, depreciativos e incapacitantes, podemos criar um problema a nós mesmos. Num estado de fusão com os pensamentos e sentimentos, dá-se a unificação, e passamos a aceitar esses mesmos pensamentos ou sentimentos como uma verdade absoluta, como sendo nós mesmos.

Por exemplo: “Eu estou pensando que sou um fracasso e chato, caramba, eu devo ser um fracasso e chato.”

Este tipo de lógica simplista parece prevalecer, porque não podemos ver as nossas próprias mentes, por isso temos dificuldade em desapegar-nos dos nossos pensamentos (ficar fora de nós mesmos) e obter uma perspetiva objetiva do ponto de vista do observador.

Na realidade, os nossos pensamentos são eventos mentais, influenciados pelos nossos humores, sensações de fome ou de cansaço, saúde física, hormonas, o sexo, o clima, o que assistimos na TV ontem à noite, o que comemos ao jantar, o que aprendemos como crianças, e assim por diante. Eles são como hábitos mentais. E, como todos os hábitos, os nossos pensamentos podem ser saudáveis ou não, servir-nos ou não, facilitar-nos a vida ou não. Assim, como não podemos levantar-nos do sofá e, sem treino irmos de imediato correr uma maratona, também não podemos magicamente desligar os nossos padrões mentais de pensamentos negativos, sem prática repetida e esforço considerável.

Para aprofundar o assunto, leia: Como implementar o pensamento positivo na sua vida?

PASSO 4: OBSERVE A SUA PRÓPRIA MENTE

O ditado “Conhece o teu inimigo.” também é aplicável na nossa relação com a nossa própria mente. Assim como um bom líder gasta algum do seu tempo visitando os vários departamentos, para conhecer os funcionários, também nós temos de dedicar tempo para conhecer como a nossa mente trabalha na nossa relação com a vida. Chame isso de plena consciência, meditação, ou tempo de silêncio. O tempo gasto  na observação da sua mente é tão importante quanto o tempo dedicado aoexercício físico. Por exemplo, quando você tenta focar a sua atenção no ritmo da sua respiração, ou sobre as árvores e flores quando você caminha na natureza, consegue fazê-lo sem distrações? Se sim ótimo, está no bom caminho para conseguir observar os seus próprios pensamentos e consequentemente distanciar-se deles. Ou pelo contrário, quando você tenta focar a sua atenção em algo, a sua mente vagueia por todo o lado, provavelmente trazendo preocupações antigas ou problemas não resolvidos? Neste caso, se não for controlada, pode levá-lo para fora da tranquilidade do momento presente, numa espiral de preocupação, medo e julgamento.A prática da mindfulness (atenção plena) envolve não apenas perceber para onde a sua mente vai quando divaga, mas também trazê-la suavemente de volta para o foco na respiração, no ato de comer, andar, amar, ou de trabalho. Quando você faz isso várias vezes ao longo dos dias ou meses, você começa a treinar a sua capacidade de dirigir a sua atenção de forma intencional para onde quer. Com a melhoria deste processo você começa a saber quando a sua mente está a emitir pensamentos prejudiciais, guiando-a posteriormente de acordo com a sua intenção. Quando você evolui na observação dos seus pensamentos, e consequentemente dos seus estados internos, fica preparado para regulá-los até ao ponto de equilibrio necessário para gerar outros pensamentos que melhor se adequem aos objetivos pretendidos.

Esclarecimento: Praticar a mindfulness (atenção plena) significa prestar atenção mais cuidada de uma forma particular. É a habilidade de tomarmos consciência de estarmos no momento presente. No estado de atenção plena temos a noção do que acontece exteriormente a nós, e também no nosso interior. Os estímulos chegam-nos através de um expectro alargado de inputs, olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, até a nossa própria mente. No estado de atenção plena, ficamos cientes daquilo que estamos a receber através da

nossa capacidade de ver, ouvir, cheirar, provar, sentir, ou pensar, está acontecendo no presente, no momento presente.

PASSO 5: TREINE A MENTE PARA ESTRUTURAR NOVAS LIGAÇÕES NEURONAIS 

Há um velho e sábio ditado: “Nós somos o que fazemos repetidamente.” No seguimento deste raciocínio, eu gostaria de acrescentar “Nós tornamo-nos naquilo que repetidamente pensamos.” Ao longo do tempo, os nossos padrões de pensamento vão ficando gravados no nosso cérebro, mais propriamente nos bilhões de neurónios, conectando-se juntos, em padrões único que se enraízam. Quando certos caminhos cerebrais (conexões neuronais) entre diferentes componentes ou ideias, quando frequentemente repetidos, os neurónios começam a “disparar” transmitindo informações numa rápida sequência, interligado-se uns com os outros. Uma vez que um primeiro pensamento seja iniciado, toda a sequência é ativada.O piloto automático é ótimo para dirigir um carro, mas não tão bom para o ótimo funcionamento emocional. Por exemplo, você pode ter profundos medos de se aproximar de pessoas, porque poderá ter sido maltratado quando criança. Para aprender a amar, é preciso tomar consciência de toda a sequência negativa e como ela deturpou as suas percepções, rotular essas reações como pertencentes ao passado, e reorientar a sua mente na experiência do momento presente.

Aprofundei este assunto no artigo: Como dar um novo significado aos acontecimentos passados?

Com o tempo, você pode começar a mudar alguns dos seus padrões mentais negativos, através de uma elevada intenção consciente, ativando o córtex pré-frontal (o centro executivo, responsável pelo estabelecimento de metas, planejamento e execução das mesmas), que é capaz de influenciar os seus comportamentos e atitudes quando orientados pelos pensamentos positivos e construtivos escolhidos por você. Desta forma, a técnica é identificar os seus pensamentos, ficar ciente deles, perceber que não é os seus pensamentos, praticando o distanciamento e desapego, para que consiga posteriormente direcionar a sua atenção para outros pensamentos, atividades ou ações com o objetivo de restabelecer o equilíbrio emocional e autodomínio.A saber: A capacidade de separar-se dos seus pensamentos negativos, perceber que pode criar outros de acordo com os seus objetivos, dirigindo a sua atenção intencionalmente de forma a promover os comportamentos e atitudes positivas e construtivas, beneficia a autodisciplina, colocando-o no caminho da mestria.

PASSO 6: PRATIQUE A AUTOCOMPAIXÃO

A autocompaixão não tem propriamente a ver com ter pena de nós mesmos. O frase que melhor descreve este conceito é:  ”uma maneira mais saudável de relacionar-se consigo mesmo.” E isso é exatamente o que é. Como tenho vindo a explicar, é realmente necessário muita dedicação, esforço e treino para mudar pensamentos. E, não podemos evitar ter determinados pensamentos e sentimentos, quando estes surgem. Mas podemos mudar o modo como reagimos a esses pensamento e sentimentos. A grande maioria de nós fomos ensinados que alguns dos nossos sentimentos são sinais de fraqueza, que devem ser escondidos dos outros a qualquer custo. Esse tipo de conceito está absolutamente errado. Alguns autores, como o Dr. Brene Brown, fornecem-nos um convincente argumento baseado na investigação, que nos diz que expressar a nossa vulnerabilidade pode ser uma fonte de força e confiança, se devidamente gerida.A vulnerabilidade soa como verdade e sente-se como coragem. Verdade e coragem não são sempre confortáveis, mas elas nunca são fraqueza. - Bréne Brown

Quando julgamos os nossos sentimentos, perdemos o contato com os benefícios desses sentimentos. Como referi anteriormente,  os pensamentos e sentimentos negativos são valiosas fontes de informação sobre as nossas reacções aos acontecimentos nas nossas vidas, e eles podem dizer-nos o que é mais significativo e importante para nós.  por exemplo, algumas emoções desagradáveis são sinais que nos dizem para alcançar conforto ou que devemos tirar um tempo para descansar e repor a nossa energia. Ao invés de criticar a nós mesmos, podemos aprender novas formas de apoiar-nos no nosso sofrimento. Falei deste assunto, no artigo: A verdadeira força está em compreender e aceitar a dor emocional.Nos momentos de aflição, angustia, desesperança, que nos fazem despoletar apreciações negativas acerca da nossa vida e provavelmente de nós mesmos, é importante relembrar-nos que nós somos seres humanos sensíveis. E, que essa sensibilidade se expressa através dos sentimentos negativos, que consequentemente, caso não consigamos fazer o exercício de desapego, conduzem-nos a pensamentos incapacitantes. Com este conhecimento em mente, importa levá-lo em consideração e relembrar a nós mesmos que somos humanos, e como tal, sentimos a vida, nos bons e nos maus momentos. Apoie-se a você mesmo. Aguente firme o seu desespero, sem autodepreciações.  Invista em si mesmo, seja o seu maior aliado. Seja compassivo com a sua dor, dificuldades e angústias.

Aprofundei este assunto, no artigo: 007, permissão para ser humano.

Podemos deliberadamente procurar experiências internas e externas que nos trazem alegria e conforto, as memórias de momentos felizes com as pessoas que amamos, a beleza da natureza, autoexpressão criativa. Esses recursos podem ajudar-nos a navegar os sentimentos difíceis enquanto permanecemos focados no presente.

 Abraço

A CHAVE DA TRANSFORMAÇÃO: DOIS PRINCÍPIOS QUE IRÃO POTENCIÁ-LO OU SABOTÁ-LO

11/0339Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

Ao longo da nossa vida vamos edificando a nossa personalidade. Ao mesmo tempo que vamos construindo a nossa forma de ser, de estar e sentir o mundo, vamos tendo o retorno das nossas ações e do nosso estilo de vida. Influenciamos a nossa própria vida através do que somos, do que fazemos e do que pensamos. Esta interrelação pode ser-nos favorável, ou ao invés, prejudicar-nos. Muitos de nós não estamos satisfeitos com o rumo que a vida tomou, não estamos animados, contentes, realizados, motivados com aquilo em que nos tornámos e com a forma como fomos conduzindo a vida. Gostaríamos de mudar. Mas como mudar “aquele” que se transformou naquilo que precisa de ser mudado? Afirmo que é possível. Existe a possibilidade de tomar um outro rumo na forma como se estrutura a vida, os pensamentos, ações e sentimentos. A chave dessa transformação está enraizada em dois princípios fundamentais:

Os nossos pensamentos transformam-se nas nossas ações Aquilo que fazemos transforma-se na nossa vida

Uma pergunta fundamental deve ser colocada. Estes dois princípios trabalham a favor ou contra você? Ao longo do artigo, certamente irá reunir elementos que podem ajudá-lo a construir a sua própria resposta.  

1. OS SEUS PENSAMENTOS TRANSFORMAM-SE NAS SUAS AÇÕES

Tudo o que você pensa, tudo aquilo que durante mais tempo ocupa a sua mente, é aquilo que mais probabilidade tem de enraizar-se em você. Este princípio funciona tanto de forma positiva como negativa. Independentemente dos conteúdos do seu pensamento, aquilo a que você dá mais atenção, aquilo que você pensa e usa para orientar as suas ações, torna-se nas suas ações. É importante que entenda que nem tudo aquilo que pensamos se torna nas nossas ações. O que importa ficar bem clarificado é que:

A saber: Aquilo que você pensa de forma regular, e escolhe usar para influenciar as suas decisões na vida, certamente torna-se nas suas ações.

Por exemplo, se você tem o hábito de aproximar-se de pessoas bem sucedidas e motivadas cujas conversas giram em torno de como ter sucesso nos vários aspetos da vida, naturalmente irá começar a enraizar esse tipo de pensamento, aumentando drasticamente a probabilidade de seguir esses passos. Por outro lado, se você tende a aproximar-se de pessoas negativas, preguiçosos, inúteis, perdedores, que estão constantemente causando problemas e não conseguem ser bem sucedidos na vida, você tende a enraizar essa forma de pensar acerca da vida e com isso pode vir a promover ações insalubres.

A sua vida depende da riqueza dos conteúdos dos seus pensamentos. Este é um princípio concreto e fatual ao qual estamos ligados. Este processo acontece quer você reconheça ou não.

A reter: A sua mente é o solo da sua vida. Tudo o que você semear na sua mente de forma regular, irá colher de retorno. Se você semear ervas daninhas, não pode esperar ter uma colheita abundante de milho.

PONTO-CHAVE:

Você controla as suas ações, regulando ou direcionando os seus pensamentos. Este ponto-chave é massivamente poderoso, pelo que importa treinar a capacidade de manter a atenção nos conteúdos dos pensamentos que possam potenciá-lo. Assim que você reconheça e entenda este princípio e começar a usá-lo de forma proativa na sua vida, certamente irá aumentar o poder de mudar a sua vida para melhor.Apresento algumas maneiras práticas de colocar este princípio em ação na sua vida:

Leia livros que encham a sua mente com pensamentos sobre a direção que você quer ir. Participe em palestras que possam influenciá-lo positivamente. Encontre alguém ou um mentor que o ajude a potenciar as suas habilidades e

capacidades. Procure blogs e outros recursos online para direcionar o seu pensamento para

uma estrutura mental positiva. Faça tudo que estiver ao seu alcance para mergulhar nas ideias, cultura e atitudes

daqueles que você deseja modelar.O seus pensamentos regulares tornam-se verdadeiramente nas suas ações. É por isso que você precisa proteger-se e direcionar os seus pensamentos, se você pretende alcançar os melhores resultados e ser bem sucedido na sua vida.Se você pretende aprofundar a informação para desenvolver a chave da transformação, com o objetivo de potenciar-se e implementar o pensamento positivo na sua vida, leia o meu livro: Como Mudar   a Sua Vida Para Melhor .

2. AS SUAS AÇÕES TRANSFORMAM-SE NA SUA VIDA

À primeira vista este princípio pode parecer óbvio. Mas se aprofundarmos um pouco, podemos verificar que na azáfama da nossa vida nem sempre o levamos em consideração, e que consequentemente isso aciona a autosabotagem. Vamos Investigar um pouco. O que é essa coisa que você chama de vida?

É a soma de todas as suas experiências. É  as suas circunstâncias, os seus relacionamentos e os seus eventos memoráveis. É o culminar das suas ações.

A sua vida é a soma dos resultados externos que começam a partir dos seus pensamentos, em que maioritariamente você se foca. Deixe-me clarificá-lo. A nossa vida não são as nossas intenções, as nossas esperanças ou até mesmo os nossos sonhos, porque todas

essas coisas são apenas conteúdos do pensamento, não estão materializadas. Não quero dizer que todas as nossas intenções, esperanças e sonhos não tenham valor. Claro que têm. No entanto se nada disso se realizar, se não se materializar em ações, não passam de vãs ilusões. E, como isso, a vida pode tornar-se vazia, pode tornar-se frustrante, levando-nos à insatisfação geral. Isto verifica-se quando constatamos que os nossos sonhos não se tornaram realidade ou quando as nossas ações nos conduziram a uma vida que não desejamos. Por um lado, não conseguimos ser coerentes com as nossas intenções, e por outro, não conseguimos implementar ações que nos conduzissem à materialização dos sonhos de vida.

 A Reter: A vida é o resultado do que fazemos e não do que ilusoriamente dizemos querer fazer, esperar fazer, ou sonhar fazer.

Por exemplo, é muito comum ouvirmos dizer algo do género: “O António é uma pessoa de bom coração. Mas ele acabou por fazer um monte de erros estúpidos na sua vida.” É um sentimento bom, mas isso não muda a vida do António.A reter: A sua vida é o que você faz ou fez  e não o que você desejou ter feito.

PONTO-CHAVE:

Os resultados que você obtém nos seus relacionamentos, na sua carreira, nas suas finanças, na sua saúde e todas as outras áreas da sua vida que determinam as suas circunstâncias são um resultado do que você realmente faz. Ninguém se importará por muito tempo sobre as suas intenções se o que repetidamente faz (ou não faz) é insuficiente para alcançar os resultados desejados. Mesmo você, quando faz uma breve análise aos seus desempenhos, se verificar que raramente materializa as suas intenções, provavelmente irá descredibilizar-se. Este processo pode conduzir à diminuição da autoestima e autoconfiança, promovendo a autosabotagem.

Você pode pensar em si mesmo como uma pessoa boa durante todo o dia, mas, se as suas ações não corresponderem, então, a sua vida não estará rumando ao desejado. Se você realmente deseja uma vida realizada de acordo com o seu propósito, provavelmente, terá de sair da sua zona de conforto. Colocar as mãos na massa e fazer as coisas que você sabe que precisa fazer para obter os resultados que deseja.

Escrevi sobre este assunto no artigo: O poder da ação, fazer o que é necessário ser feito

COLOCAR ESTES DOIS PRINCÍPIOS NO DIA A DIA

Veja como esses dois princípios essenciais trabalham em conjunto. Se você não estiver obtendo os resultados desejados numa determinada área da sua vida, então você precisa reexaminar as suas crenças sobre o que acredita ou não acredita, porque os seus pensamentos regulares determinam as suas ações. Comece por avaliar quais os pensamentos que estão na base das suas ações ou ausência delas. Talvez a sua opinião sobre esse assunto esteja equivocada. Se assim for, então talvez seja hora de procurar uma nova perspetiva. Talvez você precise investir na sua autodisciplina, talvez necessite de mudar pensamentos negativos para positivos, talvez tenha de sair da sua zona de conforto e propor-se a algumas mudanças, talvez necessite de trabalhar a sua flexibilidade de pensamento, talvez necessite entender melhor as suas emoções.Independentemente do que tiver que mudar, certamente será benéfico tomar uma decisão. Não continue preso em velhas crenças paralisantes, (a sua maneira de olhar para você mesmo ou para o mundo) abra a sua mente com uma nova perspetiva que possa conduzi-lo a uma nova direção mais construtiva.

A reter: potenciar-se ou sabotar-se? A opção é sua.

TENACIDADE MENTAL: TORNAR-SE FORTE DEVE SER A NOSSA META PRINCIPAL?

13/1137Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

A humanidade chegou aos dias de hoje através de muitas provações aos longos dos milhares de anos que constituem a historia deste planeta. Eras glaciares, frio, calor, desnutrição, doenças, intempéries, tsunamis, guerras, diluvios, doenças, precariedade de vida, muitas são as razões geradoras de sofrimento. Do sofrimento podem emergir muitos sentimentos negativos e com isso cada um de nós gerar uma perceção individual acerca de si mesmo e da sua vida. A ideia daquilo que nos aconteceu, cruzada com a noção que temos acerca do quão combativos e determinados somos perante a adversidade, influencia drasticamente a atitude que vamos construindo acerca de como levamos a nossa vida adiante.Todos estamos familiarizados com as histórias de pessoas que lutam com uma variedade de doenças, por exemplo, de resfriados menores ao risco de vida com uma doença debilitante. E, embora a maioria dessas pessoas acabem por encontrar alívio para os seus sofrimentos, o sofrimento de alguns deles é desconcertante. A mãe que morreu de um tumor raro sabendo que iria deixar três filhos pequenos para trás sem parentes para cuidar deles, o homem idoso que doou um rim para seu filho e depois o viu morrer de SIDA (AIDS).

Ao relembrarmos histórias de pessoas que viveram momentos de aflição, de sofrimento e de provação, certamente conseguimos retirar uma lição importante:

Que a nossa capacidade para o sofrimento pode ser imensa, assim como é imensa a nossa habilidade para suportá-la se dermos passos eficazes para desenvolver a nossa tenacidade mental.

As coisas que podemos ter que fazer podem não ser fáceis, podem não ser o que nós queremos fazer, ou podem até não fazer muita diferença. Mas se nós ativamente nos prepararmos parasuportar a adversidade, há sempre um caminho para a vitória sobre o sofrimento.

SUPORTAR A DOR

Às vezes uma vitória requer uma única intervenção dramática repleta de riscos, em outros momentos, uma série de pequenas intervenções múltiplas, cujos efeitos individuais podem ser menores, mas cujo poder coletivo é muito grande. Essa última, de fato, é o que eu mais tenho observado em ambiente de consulta e na minha experiência de vida. Aprender a aceitar a dor, por exemplo, realmente faz a dor ser mais facilmente aceite, mas às vezes só um pouco. Mas, quando adicionado a uma determinação tenaz (forte) para realizar um objetivo, desafio ou sonho importante, bem como para a expetativa de que a concretização do objetivo irá gerar mais dor, essa força (tenacidade mental) faz com que muitas vezes grandes problemas pareçam abruptamente pequenos. Embora o esforço necessário para manter uma elevada condição de vida muitas vezes pareça ser grande, na realidade, ele só precisa ser sábio.Por exemplo, a ansiedade incapacitante que um dos meus clientes estava experimentando foi favoravelmente resolvida no momento em que ele descobriu que conseguir suportar os níveis de ansiedade e, depois canalizar a sua atenção para o objetivo utilizando essa energia a seu favor, era aquilo que ele mais procurava na sua vida.  Às vezes só precisamos de aprender a aceitar o incómodo que nos é natural sentir e orientar a nossa atenção para o nosso objetivo para mover as nossas vidas numa direção radicalmente satisfatória. É importante perceber que mesmo perante a adversidade existe um mundo de possibilidades, e entre elas, as positivas.A reter: Nada reduz tanto as chances contra você como ignorá-las. Se você não olhar para as possibilidades da vida, para aquilo que você pode transformar em bem-estar, felicidade e realização, você será o seu maior sabotador. Você será o inibidor da sorte e o profeta do azar. Agarre as suas possibilidades, agarre a sua vida.

Se nos expusermos de forma tenaz aos sentimentos e à experiência interna que estamos a viver, fertilizamos o terreno para o desenvolvimento da nossa força emocional. A força só

pode ser desenvolvida se nos propusermos à tentativa de suportar o impacto da dor emocional que esses sentimentos possam ter em nós. A capacidade de suportar a dor emocional permite fortalecermos a nossa força emocional como se de um músculo se tratasse.Certamente algumas lutas são inglórias e as vicissitudes da vida levam a melhor. Às vezes não importa o quanto forçamos o nosso caminho a ir no bom sentido, as nossas vidas parecem não se mover, tal como se tentássemos levantar um peso superior à nossa força física. Algumas lutas, de fato, podem levar anos ou mesmo décadas para sairmos vencedores e alguma vezes nunca vencemos. Mas, enquanto nós nos recusarmos a ceder ao desespero e acionarmos a determinação para continuar a tomar medidas concretas, algum tipo de vitória será sempre possível. Expliquei este assunto de forma mais aprofundada no artigo: 7 segredos das pessoas que triunfam.

HIPERSENSIBILIDADE À DOR

Para trabalharmos a tenacidade mental é importante termos a noção que a população em geral tem vindo a encaminhar-se a passos largos para uma hipersensibilidade à dor emocional, ao sofrimento e aos sentimentos negativos. Esta tendência para uma hipersensibilidade emocional dificulta a aceitação da natureza humana. Na nossa natureza humana comportamos a capacidade de sentir dor, quer física, quer emocional. A dor é por natureza protetora. A dor emocional é percecionada através de sentimentos como a tristeza, melancolia, angústia, mágoa, ressentimento, inveja, ciúme, luto, entre outros. São tudo sentimentos que fazem parte do nosso repertório emocional. São tudo sentimentos bastante úteis, pois transmitem-nos informações acerca das experiências que estamos a viver. Experienciar alguns destes sentimentos por si só não faz de nós pessoas infelizes, sofredoras ou com uma vida insatisfatória.A avaliação negativa (de dor excessiva e de sofrimento incapacitante) daquilo que estamos a sentir no nosso corpo é que pode levar à criação de pensamentos depreciativos acerca dessas mesmas sensações internas. Se essa avaliação nos conduz ao sentimento de desesperança, provavelmente irá influenciar negativamente a atitude que tomamos face ao acontecimento que enfrentamos ou à vida em geral. Num estado negativo, ou seja, perante uma situação difícil e exigente, se nos percecionamos como vítimas, como incapacitados devido ao impacto negativo dos nossos sentimentos negativos, a nossa atenção fica demasiado focada num cenário catastrófico e com isso ficamos num estado de ser demasiado deprimido, afastando-nos de uma solução que possa minimizar o acontecimento ou superá-lo.

RESILIÊNCIA À DOR

A resiliência à dor pode ser aprendida. Apesar do conceito de “força interior” parecer uma afirmação vulgar, muitas vezes parece, a nossa capacidade de sobreviver e até mesmo prosperar em face da adversidade, a nossa capacidade de prosperarmos através da deceção e desânimo quando surgem obstáculos na busca dos nossos objetivos, é tão mensurável, como é medir a quantidade de força dos nossos bíceps. E, tal como a força dos nossos bíceps, a resiliência à dor pode também ser aumentada. Mas, tal como para aumentar a força dos nossos bíceps, aumentar a nossa capacidade de suportar dificuldades requer um trabalho específico. Requer um treinamento para a sua força emocional.Ninguém está isento de perda. Ninguém consegue evitar para sempre algum tipo de fracasso ou insucesso na sua vida. Mas mais do que qualquer outra coisa, a forma como nós respondemos a estas coisas é o que determina o quão bem sucedidos e/ou felizes vamos ser na nossa vida. Se quer ser feliz, então, liberte-se da angústias do passado, abra-se à experiência e desfrute das coisas que tem e evite ser derrubado pelas coisas que inevitavelmente perde. Faça do desenvolvimento da sua força interior o seu objetivo principal, tudo o resto se segue.

A força interior, que eu apelidei de força vital no artigo: Felicidade, construa o seu suporte, definida como uma força viva acima da experiência que acontece dentro de nós. É uma noção construída por nós mesmos de que temos a capacidade de não estarmos satisfeitos com algo, com alguém ou com a nossa vida e ainda assim estarmos conscientes que nós não somos o nosso sentimento de infelicidade, de derrota ou sofrimento, mas somos sim, aquele que tem o poder de voltar a resgatar o sentimento de bem-estar, sempre que isso se justifique. Reforcei esta ideia de nos erguermos acima dos nossos acontecimentos, no artigo: Superar o passado, torne-se mais do que aquilo que você era.

TENACIDADE MENTAL

A tenacidade mental não é apenas recuperar-se rapidamente da adversidade ou enfrentá-la com bravura, com confiança, sem ser puxado para baixo para a depressão ou ansiedade, mas também é elevar-se e superar-se dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, década após década, ao longo de toda uma vida, e enfrentar uma e outra vez os obstáculos que surgem pela frente até que eles caiam ou nós os ultrapassemos. Uma mente tenaz não é aquela que nunca se sente desanimada ou desesperada, é aquela que continua, apesar de tudo isso. Mesmo quando não podemos encontrar um sorriso para nos salvar, mesmo quando estamos cansados de resistir e persistir, possuir uma mente tenaz significa nunca esquecer que a derrota não surge das falhas, mas sim da desistência. Uma mente tenaz não se enche de falsa esperança, mas alimenta-se da esperança de encontrar soluções específicas, até mesmo soluções que possa não querer ou não gostar.A tenacidade mental é por si só o que nos dá acesso à força vital, é a coragem necessária para encontrar soluções construtivas, vendo os obstáculos não como distrações ou desvios fora do caminho principal das nossas vidas, mas como o próprio meio pelo qual podemos alcançar as vidas que queremos. A vitória, a superação ou o sucesso não podem ser prometidos para nenhum de nós, mas quem possui tenacidade mental significa agir como se fosse, como se acreditasse que existe sempre algo que pode fazer para dar a volta por cima, como se tivesse confiança suficiente para criar uma solução ou um vislumbre dos passos a serem dados para alcançar o resultado desejado ou uma solução alternativa. Possuir uma mente tenaz, conduz-nos à ideia que não há nenhum obstáculo do qual não podemos criar algum tipo de valor. Todos, absolutamente todos, temos a capacidade de desenvolver tenacidade mental, e não apenas para resistir aos problemas pessoais, traumas, crises económicas, ou conflitos armados, mas sim para triunfar sobre todos eles.Atingir este estado pode parecer impossível, uma habilidade que parece estar apenas ao alcance de pessoas extraordinárias e que conseguiram grandes feitos como Viktor Frankl, ou Nelson Mandela. Mas as ferramentas que estas pessoas utilizam para atingir os seus objetivos estão disponíveis para todos nós, em nós mesmos. É possível aprender estratégias que nos permitam desenvolver a tenacidade mental. Basta percebermos a quantidade de pessoas que lutam diariamente com grandes dificuldades e conseguem superá-las, reerguerem-se e voltarem a ter equilíbrio   emocional  e bem-estar nas suas vidas. Ter uma mente tenaz não é assim tão raro como à primeira vista nos possa parecer.

AGRADECIMENTO À VIDA

Querida vida…Obrigado pela adversidade, pois descobri a coragem;Obrigado pelos medos, pois descobri que enfrentá-los me capacita;Obrigado pelas desilusões, pois descobri que nem tudo acontece como quero e ainda assim me supero;

Obrigado pelas derrotas, pois descobri que me ajudaram a vencer;Obrigado pelas paixões, pois descobri a luz e as trevas e que ambas me trazem valor;Obrigado pelos sorrisos dos outros, pois descobri que são um bálsamo;Obrigado pelas tristezas, pois descobri que se referem a coisas boas que vivi;

Obrigado pelas experiências em geral, pois descobri que são minhas e interpreto-as como eu quero.Obrigado vida, tu fazes-me viver - Miguel Lucas

Abraço

ENTENDA OS SEUS COMPORTAMENTOS NÃO DESEJADOS

18/0527Por Miguel Lucas em Psicologia Comportamental

Porque é que você continua fazendo coisas que odeia? Para responder de forma esclarecida a esta questão necessitamos de compreender o nosso padrão de comportamentos indesejados. Os “benefícios psicológicas“ prendem as pessoas em padrões de comportamento que fornecem algumas recompensas psicológicas, mas que também têm desvantagens bastante significativas. Os exemplos mais comuns deste tipo de padrões de comportamento indesejáveis incluem: comer demais, fumar em excesso, procrastinar, modos problemáticos de interagir com outras pessoas, gastos excessivos, dependência de redes sociais ou televisão.Neste artigo pretendo apresentar algumas estratégias eficazes que permitam que você deixe de agir de acordo com os padrões de comportamento indesejado.  Para isso é necessário compreender os tão bem escondidos  (ou não tão bem  escondidos) “benefícios psicológicos” associados com o comportamento prejudicial.As pessoas geralmente não continuam a repetir padrões de comportamento a menos que retirem alguma forma de recompensa desse comportamento específico. Assim que você perceba quais as necessidades psicológicas que estão associadas ao comportamento indesejado, passa a ser mais fácil mudar esse comportamento e consequentemente  encontrar uma alternativa mais gratificante, saudável e adequada.

Vamos olhar para os diferentes tipos de recompensas que geralmente ”prendem” as pessoas em padrões de comportamento indesejado. Pense num comportamento que você gostaria de abandonar. A leitura do artigo e consequente aplicação será mais proveitosa  se você identificar um exemplo específico da sua própria vida, usando-o à medida que for lendo.

De uma perspetiva psicológica, as “recompensas” apresentam-se de duas formas: Como obter mais de algo que você deseja muito. Como evitar ou reduzir algo que você não deseja (evitar pensamentos destrutivos, evitar

emoções incapacitantes, ou escapar de situações ou tarefas difíceis).Em diferentes domínios e áreas da nossa vida, os comportamentos indesejados e prejudiciais comportam neles algumas recompensas psicológicas, o que dificulta o processo de mudança:

Recompensas emocionais Recompensa físicas Recompensas cognitivas Recompensas situacionais.

A reter: Qualquer comportamento indesejado irá ter vários tipos de recompensas psicológicas associados. E isto dificulta a extinção desse mesmo comportamento.

RECOMPENSAS EMOCIONAIS

O importante é reconhecer que os comportamentos indesejados estão freqentemente associados com uma mistura de consequências desejadas e outras indesejadas. Por exemplo, quando você quebra uma dieta e come demais pode, sentir culpa ou vergonha,

mas você também pode sentir excitação e satisfação revoltando-se contra as regras auto-impostas.Será que o comportamento que você quer reduzir ou abandonar oferece algumas emoções positivas? Quais?

Por exemplo: calma / tranquilidade / relaxamento, alegria, excitação, interesse.Executar o comportamento indesejado reduzirá as suas emoções negativas? Quais?

Por exemplo: ansiedade / medo / tensão, vergonha, raiva, solidão, tristeza, culpa?Às vezes as recompensas emocionais poderão ser muito subtis (por exemplo, fornecem uma leve sensação de interesse ou excitação, ou diminuem ligeiramente a sua raiva), pelo que deve tentar estar mais alerta e  incluir essas recompensas subtis na sua avaliação, porque elas são parte do quadro psicológico que o matêm firme nos seus comportamentos indesejados.

A saber: Um dos retornos mais importante, muitas vezes associados com o comportamento indesejado é a redução da ansiedade ou tensão. Diferentes tipos de comportamentos indesejados, funcionam como “ajuda”  para as pessoas,  reduzindo temporariamente os sentimentos de ansiedade. Sendo que essa suposta “ajuda” torna-se na grande maioria das vezes no próprio problema.

RECOMPENSAS COGNITIVAS

As recompensas cognitivas mascaram-se de muitas formas. Apresento alguns exemplos:Distração. Distrair-se para evitar pensar em algo que lhe causa incómodo. Por exemplo, ler revistas ou assistir à TV pode ser uma distração eficaz para não pensar sobre os seus problemas pessoais,problemas psicológicos ou outros aspectos preocupantes da sua vida. O outro lado da moeda desta recompensa (despreocupação) é o facto de não se dedicar à resolução efetiva dos problemas.Sensação de autonomia. Afirmar o seu sentido de ser dono do seu próprio destino, por exemplo “Eu sou um adulto e posso fazer o que eu quero”. Isso geralmente aplica-se a comportamentos indesejados que envolvem quebrar as regras sociais ou as suas próprias regras (por exemplo, gastar dinheiro que não lhe pertence ou quebrar uma dieta). Não há nada de errado com a profunda necessidade psicológica de querer fazer o que quiser, mas se essa necessidade for surgindo na sua vida de forma indesejada, poderá não ser cumprida de forma saudável noutras áreas da sua vida.Imagem de si mesmo. Diz respeito ao modo como você se vê e como os outros o vêem. Vamos dizer que é realmente importante para você que outras pessoas saibam que você é uma pessoa agradável, justa, generosa, ou divertida. Se isso for importante para você, será um poderoso motivador do seu comportamento. Por exemplo, se você visualizar-se a gastar dinheiro livremente como parte da sua identidade divertida/despreocupada,  isso pode levá-lo a gastar mais dinheiro do que você pode suportar. Ou, querendo ser percebido como agradável pode levá-lo a ser muito generosos ajudando os outros. Se você está praticando um comportamento indesejado (que o irá prejudicar e ter uma consequência negativa na sua vida), valida a sua sensação de que você é amigo, justo, divertido, generoso (ou aquilo que for importante para você), então deve levar isso em consideração na sua análise. Ou seja, está a reforçar um comportamento que o prejudica, com o engrandecimento das qualidade que aprecia em si.A saber: O reforço da sua identidade é um retorno psicológico importante, mas não deverá ser suportado e alimentado por um comportamento prejudicial.

Merecimento. Isto é, quando executa o comportamento indesejado valida que “merece” os bons resultados em consequência desse comportamento. Você merece ter a emoção de comprar coisas boas, você merece tratar-se bem, você merece descansar. As recompensas por merecimento são na sua maioria motivadores particularmente poderosos do comportamento, sobretudo se você estiver em conflito de valores, ou se você se percepciona como tendo uma baixa auto-estima. Uma das soluções para esse problema é

tornar-se mais confortável acerca das suas necessidades psicológicas profundas, como por exemplo, o prazer e a realização pessoal, sendo que deve fazê-lo de uma forma que não fique no caminho das outras necessidades psicológicas profundas, como sentir-se no controlo do seu comportamento.

RECOMPENSAS FÍSICAS

Alguns tipos de comportamentos indesejados originam recompensas físicas. Por exemplo, durante um curto período depois de comer algo rico em açúcar, pode ter um grande retorno, aumentando os níveis de energia e redução do cansaço. Esta intensa e curta recompensa física tende a ser muito poderosa fazendo com que mantenha o comportamento indesejado quando você se sentir cansado ou abatido.

RECOMPENSAS SITUACIONAIS

O que acontece depois  de você accionar o comportamento indesejado? Por exemplo, se você gritar com o seu filho ou parceiro isso pode comprovar-se como eficaz, conseguindo que eles façam o que você precisa e quer a curto prazo (mesmo que não venha a ser útil para esses relacionamentos a longo prazo).

Se você gritar com o seu parceiro e ele/ela parar de chatear você? Se você bater nos seus filhos, eles param de fazer as asneiras que vinham fazendo, dando-lhe atenção e fazendo uma pausa? Nestes casos, os resultados que você alcançou são parte daquilo que irá fazer com que mantenha esse comportamento indesejado.

Será que fazendo o comportamento indesejado (pelo menos temporariamente) “retira-o” de algo que você não quer fazer ou algo que seria difícil de fazer?

Será que sabotar os seus relacionamentos significa que você evita a proximidade no relacionamento e problemas de comprometimento que seriam difíceis para você?

Procrastinar no trabalho significa que será menos provável que venha a ser promovido. Você sente-se ambivalente acerca do que é necessário para se ser promovido (por exemplo, você não quer falar em público ou em viagens, você gosta de ser apenas um funcionário, em vez de chefe)?

CONCLUINDO

Depois de saber que as necessidades psicológicas são confundidas com o comportamento indesejado, pense em estratégias alternativas de enfrentamento. Estas podem ser estratégias alternativas de enfrentamento para os momentos e situações em que você fazia o comportamento indesejado. Ou, dependendo do comportamento que você está focado, as estratégias podem funcionar como formas alternativas, mas mais saudáveis e adequadas à resolução dos mesmos problemas, (por exemplo, como é que você pode tornar-se mais confortável com a relação de proximidade/confiança) ou ideias mais amplas sobre como obter algumas necessidades psicológicas preenchidas na sua vida em geral (por exemplo, como você poderia aumentar as suas oportunidades de afirmar-se, divertir-se, experimentar coisas novas, ou ser respeitado pelos outros).

Sabemos então, que na grande maioria das vezes para qualquer comportamento indesejado que temos, gera-se um conflito interno. Esse conflito interno tem a sua origem e é depois alimentado devido à sua recompensa psicológica (por exemplo: aliviar a ansiedade, aumentar a auto-estima ou evitar a dor), no entanto as consequências desse mesmo comportamentos são disfuncionais, ou seja aumentam ainda mais o problema (por exemplo: aumento de peso, adiar consecutivamente, afastamento social). A situação torna-se num ciclo vicioso crescente, dado que comportamento gera comportamento e consequentemente, comportamento indesejado gera comportamentos indesejados.

Dica: Sempre que tiver dificuldade em mudar os comportamentos indesejados, verifique que recompensa pode estar associada a esses comportamentos. Em seguida, arranje formas mais adequadas e funcionais de obter as recompensas psicológicas que esse comportamento indesejado lhe fornece. Mais concretamente: recompensas emocionais, recompensa físicas, recompensas cognitivas e recompensas situacionais.

4 OBSTÁCULOS À MUDANÇA DE VIDA POSITIVA

25/0128Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

A mudança é essencial para o seu crescimento e desenvolvimento pessoal. Se não mudamos, corremos o risco de fazer as coisas do jeito que sempre fizemos. Num cenário de sucesso, à primeira vista até poderíamos considerar que a permanência seria proveitosa. De jeito nenhum, não num mundo em constante mudança. A mudança é um processo inerente a nós mesmos e à própria vida. Ainda assim, para quem sente que a sua vida caminha a seu belo prazer, contentes e felizes, ótimo, desejo que assim continuem. Mas para muitas pessoas, o caminho atual está a ser percorrido com ausência de significado e satisfação, sentido que as suas vidas estão paralisadas. Certamente querem mudar, mas parece que não conseguem descobrir como mudar.

A realidade é que a mudança é difícil. Quão difícil? Bem, dada a proliferação da indústria de auto-ajuda e pelo fato de milhões de pessoas continuarem a ter extrema dificuldade em mudar, muito difícil. Vejamos a dificuldade em implementar hábitos de vida saudável, perder peso, deixar de fumar, eliminar o vício das drogas e álcool, melhorar a autoestima, aliviar a ansiedade, ter melhores relacionamentos, melhorar a autodisciplina, superar a timidez, sair da sua zona de conforto e propor-se a novos desafios, entre outros.Mas difícil não é impossível. Quanto temos percepção de que para mudarmos, temos de ser resilientes, que temos de aumentar os nossos níveis de motivação e energia, que nos esperam dias exigentes e que acima de tudo temos de fazer uso das nossas forças e virtudes, certamente aumentaremos drasticamente as probabilidades de virmos a ser bem sucedidos.

A ILUSÃO DA MUDANÇA FÁCIL E RÁPIDA

O problema do insucesso elevado face à mudança começa em nós, porque queremos mudar sem esforço, depois é alimentado pela industria de auto-ajuda que tem distorcido a nossa percepção de mudança, levando muitos a acreditar que a mudança deve ser fácil e deve acontecer de forma rápida e com pouco esforço, para acabar em nós numa posição de vítimas, fundamentando o fracasso em desculpas insalubres e sem sentido. Tudo o que prometa mudanças rápidas e sem esforço, vende. Todos os tipos de produtos tipo “banha da cobra“, como  livros ou DVDs, assistir a palestras ou workshops prometem  ajudá-lo a mudar rapidamente e facilmente quando nada funcionou antes. Quando se trata de mudança, os slogans são mais que muitos, utilizando palavras como: ”milagre“, “magia“, “fácil“, ou “rápido“. Pense duas vezes (talvez seja melhor pensar dez vezes) antes de adquirir tal produto.  Não pretendo lançar nenhuma campanha contra produtos do género, certamente existem no mercado muitos produtos “sérios” e eficazes, mas certamente serão descritos também com seriedade.O que pretendo neste artigo é transmitir uma compreensão acerca do que é realmente necessário para produzir mudanças significativas e duradouras na sua vida. Mais especificamente, que obstáculos podem impedi-lo de atingir os resultados desejados quando você se propões a mudar algo para melhor. De acordo com o que anteriormente defendi, não lhe digo que mudar é fácil, mas sim que é possível quando encarado de forma realista, com método e estratégias que indicam como ultrapassar os obstáculos que se deparam no caminho. A realidade é que a mudança profunda pode ser lenta, frustrante e dolorosa, com alguns recuos, contratempos e decepções. Se você quer uma visão mais positiva de si mesmo, ser um melhor parceiro, lutar por objetivos profissionais, ou lidar com o stress de

forma mais eficaz, a mudança pode ser realmente difícil, mas ainda assim a recompensa será muito gratificante para si.

OBSTÁCULOS À MUDANÇA

Um aspecto real da vida é que muitas vezes criamos obstáculos, quase sempre inconscientemente, que podem servir algum tipo de objetivo imediato, mas acabam por fazer sabotagem a longo prazo. Estas barreiras são muitas vezes conduzidas por algumas de nossas necessidades mais básicas, por exemplo, para sentir-se competente, para ser aceite, por proteção, ou sentir-se no controle. Lamentavelmente, esses obstáculos tornam-se verdadeiros muros intransponíveis acabando por impedir-nos de mudar (ou até mesmo tentar mudar) deixando de ser benéfico e passando a ser um incómodo. Para aprofundar este assunto leia os artigos: Quebre as barreiras para o sucesso e 10 obstáculos ao desenvolvimento pessoal.

1. BAGAGEM EMOCIONAL

Todos nós transportamos connosco as aprendizagens anteriores, é com base nelas que construímos as nossas crenças, hábitos de vida e acima de tudo formas de pensamento. Se estas formas de pensamento forem negativas, podem impedir que possamos ter êxito nas mudanças a que nos propomos. Alguns dos acontecimentos do passado podem deixar marcas profundas, remetem-nos para padrões de pensamento cristalizados levando-nos a fazer as coisas sempre da mesma forma, devido ao impacto emocional vivido no momento do acontecimento. Talvez na sua infância tenha sofrido humilhações, tenha ficado decepcionando com algo, tenha sido rejeitado, sofrido bullying, tenha desenvolvido alguns medos, ou tenha construído uma imagem distorcida de si mesmo. Sejam quais forem as razões que o paralisam, ou façam com que de forma recorrente vá sabotando os seus próprios objetivos, a carga emocional que transporta efetiva-se como um obstáculo a que seja bem sucedido nas mudanças que vai querendo implementar na sua vida. Falei deste assunto de forma mais aprofundada no artigo: Como libertar-se das angústias do passado.Os tipos mais frequentes de bagagem emocional que prejudicam a sua mudança positiva de vida incluem, baixa autoestima, perfeccionismo, medo, como por exemplo fobia social ou ansiedade social, necessidade de controle ou autoregulação, raiva e necessidade de agradar. Esta bagagem emocional faz com que você pense, sinta e comporte-se com base em quem você era no passado (criança, adolescente ou mesmo passado recente) e não a pessoa muito diferente que você é atualmente ou pretende tornar-se. A maior parte desta bagagem faz com que você reaja ao mundo de uma maneira improdutiva, que pode vir a sabotar os seus esforços para alcançar a mudança de vida positiva.Pondere que tipo de pessoa você quer ser? Se não está contente consigo mesmo ou com alguns dos seus acontecimentos de vida e pretende mudar, mude a sua história, se está insatisfeito faça algo de diferente. A mudança é possível, mas para que possa certificar-se que não é atrapalhado por padrões de pensamento negativista ou que lhe retiram equilíbrio emocional é necessário saber lidar com a carga emocional que carrega consigo. Se for o caso, trabalhe no assunto e livre-se das angústias paralisantes da sua história. Siga em frente: foque-se no objetivo, o caminho faz-se caminhando.

2. HÁBITOS

Quando você tem pensamentos, emoções e comportamentos que são accionados pela sua bagagem emocional com bastante frequência, tudo isso vai tornando-se em  hábitos profundamente enraizados que ditam como você age  e reage. Esses hábitos funcionam da mesma forma que uma aprendizagem técnica no esporte. Se o atleta executar no seu treinamento os exercícios de forma correta, ele está a introduzir dados “corretos” que irão ficar impressos na memória muscular, sendo usando em competição para ter um excelente desempenho. Ao invés, se o atleta executar de forma incorreta irá treinar o “erro”

prejudicando  a performance em competição. O mesmo parece acontecer com os nossos hábitos instituídos. Se temos hábitos que nos servem, saudáveis, adaptativos e de acordo com os nossos objetivos e valores, certamente a vida corre sem grandes problemas ou entraves, sentimo-nos satisfeitos, realizados e no controle da situação. Mas, e quando alguns hábitos são prejudiciais conduzindo-nos a comportamentos indesejados e que nos causam graves problemas pessoais e por vezes também problemas psicológicos? Arrisco a dizer que temos de mudá-los, que temos de implementar outros que estejam de acordo com os nossos valores e nos sirvam a longo prazo.

A nosso favor ou contra nós os nossos hábitos na grande maioria das vezes manifestam-se com vontade própria, induzindo comportamentos automáticos. Então, e se fosse possível mudá-los a nosso favor constituindo uma vantagem para a nossa vida? Mas é possível, desde que você queira e se comprometa com um conjunto de ações que permitam instituir os hábitos que pretende. Aprofundei este assunto nos artigos: Reestruturação do pensamento, faça perguntas capacitadorase Reinicie a sua vida, deixe de fazer autosabotagem.

3. EMOÇÕES

As emoções negativas, como medo, raiva, tristeza, frustração e desesperança, podem atuar como um poderoso dissuasor para mudar a vida. Por exemplo, muitas pessoas não conseguem mudar alguns dos seus comportamentos ou tomar determinadas decisões na sua vida por causa do medo do fracasso.Algumas pessoas podem pensar: “Se eu não posso mudar, então eu vou provar a mim mesmo que não consigo, que sou um verdadeiro fracassado.”Posteriormente vão dizendo: “Eu tenho sido assim por muito tempo e eu tenho sobrevivido, por isso não vale a pena o risco.”

Estas emoções negativas tornam-se obstáculos muitos fortes à mudança por acionarem gatilhos (estímulos desencadeantes) sempre que você se sentir incompetente, desconfortável, rejeitado ou incompreendido. Sendo que na grande maioria das vezes as pessoas nestas circunstâncias permanecem extamente no estado ou situação de vida em que se encontram, encontrando alívio no recuo à mudança.Quando não entendemos as nossas emoções, ficamos a mercê das mensagens enganosas do cérebro (distorções do pensamento), porque acionam comportamentos que têm por objetivo manter a segurança, conforto, responder ao que é considerado urgente ou a evitar dor física e emocional. Ao não conseguirmos perceber as nossas reações e comportamentos automáticos corremos o risco de cair em comportamentos indesejados, como por exemplo: dependências (álcool, drogas, tabaco e jogo), evitamento social (fobia social), alimentação em excesso, agressividade, autosabotagem, problemas de ansiedade (transtorno obsessivo-compulsivo, ataques de pânico) entre outros.Para aprofundar o assunto acerca do porquê das emoções poderem transformar-se num enorme obstáculos às mudanças que por vezes tanto ansiamos, apresento uma lista de artigos que explicam detalhadamente as respetivas razões e o que pode ser feito para ultrapassar o problema:

Descubra o   poder dos sentimentos negativos Aumente o seu sucesso entendendo as suas emoções Entenda os seus comportamentos não desejados O que está na raíz dos problemas psicológicos e dependências

4. AMBIENTE

Se você, na melhor das boas intenções se acostumou a transportar a sua bagagem emocional negativista e sedimentou os hábitos prejudiciais suportados pelas suas emoções negativas, provavelmente o ambiente em que vive não será propício para uma mudança de

vida positiva. Dia após dia você vai reforçando a sua dupla fusão (apego às situações prejudiciais e apego às emoções negativas) fazendo com que se confunda com as suas dificuldades, incapacidades e problemas pessoais. Corre assim o risco de personalizar alguns dos seus comportamentos menos saudáveis, e alguns dos seus sentimentos negativos como sendo você próprio. Como os seus comportamentos se expressam no ambiente envolvente, é possível que tenha criado rotinas que estão a reforçar hábitos que tem, exatamente por responder de forma negativa à sua incapacidade de mudar para outros mais positivos e saudáveis.Não estou a querer dizer que tem de mudar de casa, de emprego ou de amigos, nada disso. O que pretendo transmitir é que dentro do ambiente em que se movimenta, deverá aprimorar o seu estilo de vida, atitudes, comportamentos e atividades que tem, no sentido de preparar o terreno de forma a que com mais facilidade possa passar a expressar a mudança positiva que pretende implementar.

Para aprofundar o assunto acerca da forma como pode melhorar o seu ambiente e propor-se a novos desafios que lhe permitam implementar a mudança desejada, leia os artigos:

Crie um desafio que lhe dê esperança Dê um rumo à sua vida: Deixe de fazer as mesmas asneiras

A MUDANÇA É POSSÍVEL

Em todos os quatro casos, quando você permite que estes obstáculos controlem de forma negativa o seu dia-a-dia, eles têm o efeito de sabotar os seus esforços para mudar a sua vida de forma positiva. Ainda pior, você sente-se preso, frustrado e impotente para mudar a sua sorte na vida. Acredito que se conseguir desprender-se de alguns acontecimentos de vida mais traumáticos, e fizer as pazes com o seu passado de forma a que se liberte desse desconforto e da bagagem emocional negativa associada, fique numa posição vantajosa para mudar alguns dos seus hábitos prejudiciais, entender o poder das suas emoções e preparar o ambiente que o rodeia para uma mudança de vida positiva. Acredite você também!Abraço

MELHORE-SE A SI MESMO, SUPERANDO-SE

29/1026Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

A psicologia em geral e mais concretamente a psicologia positiva em particular debruçam-se sobre o ótimo funcionamento humano, focando-se nas forças, virtudes e habilidades que cada um de nós possuí, assim como no estudo e relevância que as emoções positivas  têm para o bem-estar e felicidade na nossa vida. Cada pessoa comporta em si um enorme potencial. Na base dessepotencial está a enorme capacidade de aprendizagem que nós enquanto seres humanos somos dotados. Nascemos com um impulso insaciável para a aprendizagem. Aponto veemente que na promoção das nossas forças, virtudes e habilidades está a magnifica capacidade de aprendermos. E, para melhorarmos e superarmos a nós mesmos ou aos nossos pontos fracos, a capacidade de aprendermos joga um papel central.

CEDER ÀS DIFICULDADES OU ENFRENTAR A SITUAÇÃO?

As vicissitudes da vida, os acontecimentos do dia-a-dia, o stress, a ansiedade, os períodos de desilusão e desânimo, as perdas, os fracassos, os recuos, as doenças, os problemas psicológicos e a incerteza do futuro são tudo justificações mais que suficientes para nos mandarem abaixo e com isso sofrermos. É praticamente certo que em determinada fase da vida todos nós nos possamos debater com algo idêntico ao descrito anteriormente. Ficamos suscetíveis à desesperança e podemos colocar as nossas forças em causa.

Perante tal cenário, duas possibilidades podem efetivar-se. Cedemos às dificuldades e sentimo-nos infelizes, derrotados e vitimizados pelas circunstâncias, prejudicando a nossa qualidade de vida. Ou, enfrentamos as situações, apoiamo-nos a nós mesmos, reunimos as nossas forças e persistimos à derrota e às dificuldades, colocamo-nos no caminho das soluções, superando-nos. Por muito que nos possa custar admitir, essa é sempre uma decisão que podemos escolher. Se você se encontra a passar por um cenário idêntico, o que escolhe para si?

O que pretendo neste artigo é apresentar um conjunto de considerações e abordagens que possam contribuir para a construção da noção que temos em nós mesmos potencial para nos melhorarmos e superarmos, quer as nossas fraquezas internas, quer as situações problemáticas com que nos deparamos.

SUPERE O PASSADO

Ao longo da vida vamos construindo a nossa história, vamos registando na nossa memória os acontecimentos e experiências em que somos o ator principal. Vamos tatuando a nossa mente com alguns episódios que nos marcam, positivos e negativos. Evidentemente que os episódios negativos podem deixar um tipo de marca que nos incapacita, que nos tolda a esperança e que nos gera angústia e ressentimento. Se for o seu caso, se sente que o seu passado o persegue, que o mantém preso na dúvida, na descrença e tem vindo a retirar-lhe alegria de vida e perspetiva de futuro, quero transmitir-lhe a mensagem que pode ser possível livrar-se dessa angústia e superar o seu passado menos bom.Provavelmente a angústia relativamente ao seu passado tomou proporções desmedidas, você fundiu-se e consequentemente confunde-se com o seu passado. Eventualmente julga ser o seu passado e olha para o seu dia a dia sempre na presença dos “fantasmas do passado” que assombram as suas possibilidade de vida futura. Claro que certamente tem legitimidade para isso. Mas, digo-lhe que você não tem de ser vítima daquilo que lhe aconteceu, as marcas podem ser profundas e algumas até provavelmente comportam algumas perdas, no entanto, a superação é possível.

Você é mais que os seus acontecimentos. Você é aquele que tem possibilidade de reestruturar o significado que atribuiu a alguns dos acontecimentos que o prendem a uma vida nebulosa. Provavelmente grande parte das suas capacidades de aprendizagem, de decisão e de planejamento mantêm-se intactas. Tente perceber aquilo que ainda gosta, que sente alegria, ou que sentia antigamente? O que sabe fazer que lhe dá satisfação? Onde perde a noção do tempo? Pondere que eventualmente a tristeza prolongada enraizou-lhe o hábito de olhar para as coisas de forma acinzentada. Quebre o hábito da vitimização, elimine as desculpas paralisantes e movimente-se por aquilo que quer: melhorar-se a si mesmo.Devido à capacidade plástica que o nosso cérebro tem, é possível reestruturar crenças, hábitos, pensamentos, comportamentos e sobretudo a nossa história passada. Esta maravilhosa capacidade cerebral fornece-nos a possibilidade de flexibilizarmos o pensamento e reavaliarmos situações passadas de forma a que nos sirvam e permitam construir uma nova maneira de perspetivar o futuro. Aprofundei o assunto no artigo: Curar o passado, resignifique os acontecimentos traumáticos numa história capacitadora.

FILTRE POSITIVAMENTE OS SEUS HÁBITOS

A célebre frase: “Somos um animal de hábitos.” tem toda a razão de ser. Na verdade, nós somos um construto de hábitos. Ao longo da nossa vida vamos instituindo um conjunto de procedimentos, de costumes, formas de pensar, sentir e agir que constituem o nosso reportório comportamental. Uns que nos beneficiam e outros que nos prejudicam. Mas porque razão mantemos os hábitos que nos prejudicam? isto acontece porque alguns dos nossos maus hábitos, apesar de nos causarem alguns transtornos e atrapalharem a nossa vida em algumas áreas, eles comportam em si vários benefícios. Esses benefícios abarcam várias áreas, nomeadamente:

Benefícios emocionais Benefícios físicos Benefícios cognitivos Benefícios situacionais.

É importante saber filtrar positivamente os seus maus hábitos e perceber os benefícios associados. Esses benefícios ou recompensas são os gatilhos que o impulsionam à prática desses comportamentos prejudiciais. Ganhar noção e saber reconhecer o que está na base do grande impulso que você possa ter para comportar-se de uma determinada forma, é primordial para conseguir superar esses comportamentos indesejados.

Que emoções e sentimentos de prazer disparam em você? Se sensações agradáveis sente no seu corpo? Que pensamentos positivos surgem? Que mais-valias sociais lhe permitem obter?

Avalie pormenorizadamente as recompensas associadas aos comportamentos que prejudicam a sua vida e consequentemente a você mesmo, e substitua-os por outros mais adequados, saudáveis e que possam estar alinhados com aquilo que pretende alcançar ou melhorar.

LIBERTE-SE DOS OBSTÁCULOS QUE PRENDEM O SEU POTENCIAL

Para que a melhoria possa ser eficaz, para que consiga melhorar-se a si mesmo e superar as dificuldades da vida é importante libertar-se dos obstáculos criados por você, e que o limitam e impedem de potenciar-se. O medo é um dos principais obstáculos paralisantes. O medo gera ansiedade, que por sua vez coloca a pessoa num estado medroso relativamente ao seu futuro. A ansiedade pode ainda despoletar outros medos, como a medo do fracasso, o medo de passar vergonha, o medo de enfrentar as pessoas, o medo dos desafios. No fundo, a ansiedade quando se torna extrema retira muita da confiança à pessoa que sofre com esse problema. Por vezes, numa tentativa de controlar o seu ambiente a pessoa restringe as suas atividades e igualmente o espaço físico em que se movimenta. Faz isso numa tentativa de controlar o stress gerado pelo medo e pelas possíveis consequências de não ser capaz de ter um desempenho adequado nas mais variadas situações.Fique atento às pistas que consiga detetar no seu dia a dia que possam indicar os possíveis obstáculos à sua melhoria e à sua superação:

O que é que o afasta de alguns dos seus objetivos? O que é que você evita fazer, mesmo sabendo que é uma prioridade na sua vida? Que crenças limitantes têm sabotado o seu sucesso? Quais são as áreas da sua vida em que você não está sendo tão produtivo como gostaria? Quais são as críticas depreciativas que faz a você mesmo? Em que cenários se desculpa? Em que situações a sua irritabilidade fazem você perder o bom senso?

Tente identificar o que o tem mantido preso nos seus velhos hábitos autosabotadores. Depois de selibertar do passado castrador e de ter verificado que maus hábitos o estão a prejudicar, monotorize-se durante um período considerável (2 ou 3 semanas) e perceba que obstáculos criados por si mesmo o impedem de sair da sua zona de conforto e enfrentar os desafios necessários ao seu progresso e desenvolvimento pessoal.Alguns obstáculos oriundos da ansiedade e medo prendem-se a questões do foro emocional. Aprofundei este assunto no artigo: Tem ansiedade? Conheça 5 obstáculos que dificultam a sua vida.Outros obstáculos estão mais relacionados com a interiorizarão de crenças disfuncionais e sabotadoras que limitam o progresso. Aprofundei este assunto no artigo: 10 Obstáculos ao desenvolvimento pessoal.

DEIXE DE QUEIXAR-SE POR TUDO E POR NADA

Todos nós reclamamos ou acabamos por nos queixar de algumas coisas. Na forma mais apurada de reclamar está a defesa dos nossos direitos. Defender os nossos direitos, implica sempre fazer passar a mensagem de desagrado com algo que não está como pretendemos e do qual temos direito. E isso é vantajoso e até assertivo. No entanto, se reclamar se tornou num padrão de olhar o mundo e você desenvolveu uma sensibilidade extrema para olhar para o lado negativo da vida, criando uma forma estreita de ver o mundo, provavelmente transformou-se num criador de problemas. Se acha que se identifica com este padrão de análise das situações que enfrenta na sua vida, é importante ponderar até que ponto isso pode estar a diminuir o seu humor, a aumentar a sua irritabilidade e a aumentar a arrogância e o desdém.

Quando se reclama por tudo e por nada, limita-se o espaço mental para apreciar as coisas boas na vida. Fazemos disparar constantemente o nosso detetor de erros e o nosso corpo reage criando um estado de ser reticente, defensivo e sempre em alerta. Ao criarmos um estado recorrente de alerta e padronizado na análise constante do que pode não estar como desejamos, dispara a reclamação. A reclamação pode ser cortante ao ponto de inibir a responsabilidade da pessoa e promover amentalidade de vítima. Tudo é culpa de alguém. Tudo podia estar melhor. Tudo devia estar de acordo com a nossa forma de pensar e de fazer as coisas. Certamente esse cenário não é passível de acontecer, e consequentemente o resultado é a percepção de uma discrepância entre aquilo que se desejava ver e aquilo que na realidade se vê. Essa discrepância é avaliada como um erro que a pessoa sente como prejudicial para si, e em reação a isso reclama.A reclamação por tudo e por nada é uma forma de autosabotagem. A pessoa limita-se a atribuir a responsabilidade daquilo que percebe como estando errado, aos outros, às coisas e às situações. Distorce a realidade do que está a acontecer e perde a oportunidade de debruçar-se sobre uma forma de abordagem alternativa que pudesse ponderar uma solução que dependesse dela.

Dica: Se acha que recorre a este tipo de comportamento, pare, dedique algum do seu tempo a autoavaliar o seu discurso e deixe de fazer autosabotagem .

OPTE POR PENSAMENTOS, PALAVRAS E IMAGENS POSITIVAS

O nosso cérebro trabalha de forma coerente, o nosso cérebro envia informações para o corpo e recebe informações do corpo. Cérebro e corpo influenciam-se reciprocamente numa tentativa de materializar o que os pensamentos, imagens e diálogo interno criam. Pensamentos, palavras e imagens são os veículos de programação de nós mesmos. São as ferramentas que permitem orientar um conjunto de atividades internas (subconscientes) e atividades externas (conjunto de comportamentos e ações conscientes) que facilitam ou dificultam a obtenção dos nossos objetivos. Mas se um dos seus objetivos é melhorar-se e/ou ultrapassar algumas dificuldades e obstáculos na sua vida, é importante que a criação de pensamentos, imagens e palavras possam facilitar a sua melhoria e superação.

Para nos melhorarmos ou para melhorarmos uma situação que necessita da nossa atenção e é prioritária na nossa vida, a chave é saber olhar para nós e ter conciencia do que ativar para que possamos funcionar da melhor forma possível. E este processo é promovido através da aplicação coerente entre o pensamentos positivo, o uso de palavras (afirmações positivas e construtivas) e as imagens (visualização e imagética), também elas positivas e orientadas para a criação de soluções.Sempre que o seu diálogo interno seja criticamente negativo, que as suas imagens construam cenários catastróficos de fracasso ou medos irracionais, sempre que perceba que está a ativar a sua lista oficial de desculpas que o mandam abaixo e lhe retiram capacidade e ânimo, reoriente o seu foco atencional para uma perspetiva construtiva. Identifique os gatilhos (situações, estados de humor, medos, incertezas, entre outros) que fazem disparar a sua negatividade e oriente a sua atenção para uma abordagem positiva. Mude os

pensamentos negativos para pensamentos positivos e implemente o pensamento positivo na sua vida. A construção de uma estrutura mental positiva é promotora do ótimo funcionamento humano.

SUPERE OS VÍCIOS DESTRUTIVOS

Alguns de nós temos maus hábitos que nos prejudicam a vida, tal como referido anteriormente. Por vezes esses hábitos ganham grandes proporções até atingirem o ponto de total descontrole por parte da pessoa e, tornam-se em vícios. Se alguns desses vícios se tornam em dependências físicas (como a dependência das drogas, do alcool, do sexo, do jogo ou outras) a pessoa perde controle sobre algumas áreas da sua vida. Existem outros vícios que não provocam dependência física mas sim dependência psicológica.

Quando se enfrentam problema pessoais ou problemas psicológicos, ficamos vulneráveis à implementação de alguns escapes que possam aliviar a tensão ou a exigência das situações que nos atingem. Temporariamente alguns desses vícios desviam a atenção dos problemas perturbadores e fornecem alguns benefícios, tal como referi anteriormente para os maus hábitos. Essas recompensas são aliciantes, a pessoa sente prazer e por alguns momentos fica arredado do seu estado incapacitante. No entanto, passado algum tempo a pessoa sente o reverso da medalha, instala-se um mal-estar. A pessoa sente o seu problema amplificado e sem total controle. A pessoa sente um descontrolo duplo, não se sente capaz de resolver o problema incial, e sente-se impotente para resolver o problema devastador do vício. A vida entra numa espiral duplamente negativa.Provavelmente pode não ser o seu caso, mas se for, faça algo por si mesmo. Tome consciência que ultrapassar o seu vício será difícil mas não impossível. Procure ajuda psicológica. Este é um problema terrível que pouco a pouco tem devastado milhares de vidas. Claro que existem vícios mais prejudicais que outros. Ainda assim, independentemente do vício  ou da sua magnitude ou incómodo, a pessoa consome recursos mentais e físicos que poderia estar a utilizar para melhorar-se e superar o problema que despoletou toda a escalada de negatividade.Para aprofundar o assunto leia: Como superar um vício?

SUPERE OS SEUS FRACASSOS

O fracasso anda de mãos dadas com o sucesso. Portanto, o fracasso faz parte do nosso processo de crescimento e desenvolvimento pessoal. Umas das formas de aprendizagem é por tentativa e erro, logo o fracasso é algo inevitável. O fracasso é uma condição da vida. Não saber lidar com o fracasso ou falha é suprimir e não retirar vantagem desse processo natural de aprendizagem.

Usualmente o fracasso torna-se destrutivo sempre que o interpretamos como uma ataque ao nosso ego. Quando nos sentimos diminuídos, frustrados ou sem valor. Se sente que alguns dos seus fracasso o diminuem, olhe-os como resultados e não como se fizessem parte de si ou daquilo que você representa. Não quero dizer com isto que não deve fazer uma avaliação crítica aquilo que não consegue atingir ou que correu mal na sua vida, nada disso. O que pretendo dizer é que o fracasso não tem de ser necessariamente avaliado como um ataque ao seu ego. Uma forma mais construtiva de avaliar aos fracassos e/ou falhas é através de um distanciamento saudável. Avaliando os seus passos, ações, estratégias e até mesmo algumas das suas atitudes, mas sempre numa perspetiva construtiva. Ou seja, fazer essa avaliação tendo sempre presente o aspeto positivo de superar-se numa próxima oportunidade.

A antítese do fracasso é o perfeccionismo. É o medo do fracasso levado ao extremo, não um fracasso tradicional de não cumprir objetivos de vida, como objetivos pessoais, desportivos ou profissionais, mas sim a obsessão de fracassar consigo mesmo na grande maioria das

tarefas que realiza, sejam prioritárias ou não. É como se em tudo que a pessoa faz tivesse de ser “perfeito” e tudo o que faça que seja menor que a suposta perfeição é considerado uma derrota pessoal.Para aprofundar este tema do perfeccionismo, leia: Perfeccionismo, a importância de saber priorizar

AUMENTE A SUA MOTIVAÇÃO

Motivação, de forma simples quer dizer: ter um motivo para a ação. A nossa motivação não é apenas ter vontade de fazer algo ou de alcançar um determinado objetivo. É muito mais que isso. Termos um motivo para a ação pressupõe termos bem presente o significado que um determinado conjunto de ações ou atividades têm para alcançar o desejado. Se desejamos melhorar-nos e superarmos a nós mesmo ou as vicissitudes da vida, importa perceber que para ativarmos o nosso ótimo funcionamento deveremos utilizar e levar em consideração o maior número de recursos que temos em nós. Desta forma a motivação, para que possa ser potenciada no seu máximo expoente, deverá comportar a utilização dos nossos cinco sentidos. Ou seja, a nossa motivação é uma construção de tudo aquilo que possa puxar por nós, potenciar-nos e maximizar o nosso desempenho nas tarefas que escolhemos fazer para alcançar os sonhos pretendidos.Ter motivação, é criarmos um estado de ser que nos represente da melhor maneira possível. Esse estado criado por nós deve comportar as emoções, as imagens, as sensações, os cheiros e a noção da experiência que queremos vir a ter. Num estado de ser que contenha todas estas modalidades, ficamos numa situação vantajosa para retirarmos o máximo rendimento e desempenho das nossas ações. O nosso motivo para a ação é composto de todos os elementos disponíveis que queremos experienciar como reforço, como resultado de realizar aquilo que pretendemos. A motivação é no fundo criar um estado de ser em que nos colocamos, antecipando a ideia que temos daquilo que iremos viver aquando do resultado alcançado.A motivação é composta dos motivos que nos levam a vivenciar antecipadamente pequenos trechos emocionais da nossa experiência futura.

Utilize a sua imaginação para visualizar cenários que julga vir a conseguir alcançar através das ações que está a levar a cabo, seja para melhorar-se ou para superar a situação difícil que está a viver. Nesse exato momento o seu estado de ser será alterado para um estado facilitador, um estado animado de sentimentos, emoções e pensamentos positivos que o irão conduzir ao seu estado de ótimo funcionamento. Você utiliza assim aquilo que os atletas utilizam para se colocarem no seu estado de performance. Tal como um atleta, você promove sua zona ótima de performance. É um estado em que você se eleva a si mesmo potenciando a sua superação. A sua motivação aumentada pode mudar a sua vida para melhor.

CONSTRUA A SUA CONFIANÇA

A confiança é a mãe da eficácia. Não seremos eficazes a menos que tenhamos um grau de certeza que nos permita executarmos algo que cumpra o nosso objetivo. E, ao conseguirmos levar a cabo um conjunto de ações que cumpram o nosso objetivo, podemos dizer que tivemos um comportamento inteligente. Se num estado de dúvida, de medo, de receio de fracassar, de ego abatido e de desânimo instalado nos propusermos a executar algo em que pretendemos vir a ser bem sucedidos, certamente a probabilidade de sucesso será drasticamente reduzida. Posso afirmar que nesse estado não estamos a expressar grande inteligência. E não expressamos inteligência sempre que bloqueamos o acesso aos recursos do nosso organismos (físicos e mentais) que promovam a boa execução de ações, ou seja, sermos eficazes.

Se não se sente confiante na sua vida em geral ou em algo em particular, é primordial que utilize algum do seu tempo para construir autoconfiança. Sem um senso de confiança todos

os nossos recursos ficam enfraquecidos. Todo o nosso organismo fica num estado de autosabotagem. Por mais que queiramos fazer algo ou tornar os sonhos em realidade, os nosso esforços irão ser em vão. Para nos melhorarmos temos que acreditar que isso é possível e temos de construir um elevado grau de autoconfiança nas nossas capacidades, habilidades, ações e atitudes.Para aprofundar o assunto, leia: 3 Passos e 10 formas para construir a sua autoconfiança

VISUALIZE OS SEUS OBJETIVOS

Traçar objetivos, elaborar planos, perspetivar melhorias, pensar o futuro ou ter sonhos, tudo isto beneficia do uso da visualização. A visualização é como um simulador natural da realidade. Tudo acontece na nossa mente e de acordo com as experiências e desejos de cada pessoa. Quando sonhamos acordados utilizamos esse extraordinário simulador da realidade. Esse simulador não permite saber se temos ou não sucesso, mas permite idealizar aquilo que depois podemos vir a materializar.

Dedicarmos algum do nosso tempo à criação de cenários que comportem os nossos objetivos é meio caminho para nos motivarmos a passar uma ideia à prática. Ao mesmo tempo, quanto mais usamos a visualização mais isso nos parece real e contribui para mobilizar os recursos do nosso organismo em função daquilo que nos vai na mente. Como o nosso cérebro não distingue imagens reais de imagens imaginadas, aquilo que se imagina é aceite como real para o nosso cérebro. Se é real para o cérebro é real para o corpo, o que faz com que o nosso estado interno seja alterado para criar um estado de ser que suporte aquilo que estamos a visualizar. De certa forma criamos no nosso organismo a realidade futura que queremos vir a experienciar.

Se acreditarmos que visualizar os objetivos é promotor do nosso ânimo e igualmente mobiliza os nossos recursos físicos e mentais que facilitam a estruturação de ações que nos conduzem aos resultados desejados, certamente isso efetivar-se-á como um beneficio muito significativo.Dica: Apenas visualizar os objetivos não leva a lugar nenhum, mas se isso facilitar a materialização das ações, certamente a visualização é o processo por onde se deve começar.

NÃO MUDE A SI MESMO, MUDE OS SEUS COMPORTAMENTOS

Provavelmente você está familiarizado com a afirmação: mude-se a si mesmo. Ela tem todo o sentido se nos queremos melhorar e desenvolver ao longo do nosso tempo de vida. Ainda assim focarmo-nos apenas nessa máxima, pode comprovar-se como ineficaz e até contraproducente. Isto porque os seres humanos necessitam de possuir uma apego à sua forma de ser, de gostar de si mesmo e ter um senso de valor das suas características e forma de vida. Como você se sentiria se tivesse um conjunto de pessoas que gostam de si a apontar-lhe defeitos, e a dizerem-lhe que você tem de mudar? Certamente senti-se-ia mal com isso. A probabilidade de você pouco a pouco ficar farto e até aborrecido seria enorme. Eventualmente começaria a evitar essas pessoas ou a ficar ressentido. Esse processo pode acontecer exatamente da mesma forma se nós percepcionarmos a nossa necessidade de mudança dessa forma, como um ataque ao nosso ego e forma de ser e de estar na vida. É como se tivéssemos que renunciar à imagem de nós mesmos.Ninguém pode ser escravo da sua identidade: quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar. – Elliot Gould

Num cenário de autoataque ao ego, o nosso sistema de defesa inato vira-se contra as possibilidades ou iniciativas de mudança numa tentativa de proteger aquilo que nós somos. Por um lado você quer mudar, mas ao mesmo tempo leva a cabo ações e atitudes que

fazem sabotagem à mudança. Então, para que a mudança tenha sucesso a estratégia de êxito a adotar é mudar os comportamentos.Quando focamos a nossa atenção na mudança de algum dos nossos comportamentos que possam estar a prejudicar-nos, ou não sejam adequados ou alinhados com os nossos objetivos de vida, a nossa identidade fica intacta. Não nos percepcionamos como estando a sofrer um ataque à imagem que temos de nós mesmos e consequentemente não temos necessidade de nos protegermos . Desta forma, promovemos um estado de coerência entre os nossos objetivos e a criação de um estado de ser favorável à execução de passos e ações facilitadores da mudança que pretendemos implementar em nós mesmos.

Para implementar qualquer mudança na sua vida que esteja relacionada com a mudança de algo em si mesmo, beneficia do foco ser na mudança dos seus comportamentos ao invés de si mesmo. Ainda que o resultado final seja a mudança de si mesmo, que é isso que se pretende.A reter: A estratégia de êxito para a mudança de si mesmo é através do foco na mudança dos seus comportamentos indesejados.

No artigo, desapegue-se da sua personalidade: aprenda a desempenhar um papel expliquei o quando é vantajoso sermos flexíveis no nosso pensamento e consequentemente nas nossas características pessoais, para que possamos mais facilmente adequarmo-nos às mudanças ao longo de toda uma vida.  No processo de mudança é importante saber reconhecer as fraquezas, as falhas, os maus hábitos, os vícios, a negatividade e verificar em que é que isso está a prejudicar alguns dos nossos comportamentos, e não nos escondermos atrás de todas essas coisas. É primordial aceitarmos alguns dos nossos “podres” e consequentemente não nos apegarmos a eles nem nos confundirmos com eles.Se percebermos que não somos a nossa personalidade, nem tão pouco somos apenas os nossos pensamentos ou comportamentos, colocamo-os em vantagem adaptativa à mudança.A reter: Então quem nós somos enquanto pessoas? Arrisco a dizer que nós somos aquele que pode mudar a si mesmo para melhor. Nós somos a pessoa que tem consciência que comporta em si algumas formas de agir que podem não servir mais, e que tem a capacidade de instituir em si mesmo novas formas de pensar, sentir e agir.

MATERIALIZE OS SEUS SONHOS

Talvez o sonho comum a todos nós seja materializar os nossos próprios sonhos. No entanto, pelo que apresentei anteriormente podemos verificar que muitas são as coisas que podem funcionar com um obstáculo à realização dos sonhos. Fui dando a noção de que na grande maioria das vezes o maior obstáculo somos nós mesmos. Vai-se instituindo um conjunto de hábitos e formas de ser que, por vezes na hora da mudança comportamental geram conflitos internos que atrapalham os esforços que a pessoa faz para mudar a si mesmo.Como podemos verificar, existe em nós um conjunto de habilidades, capacidades e recursos que permitem a melhoria de nós mesmos. Quando utilizados e praticados devidamente ajudam à obtenção dos nossos sonhos e objetivos. No entanto todas essas habilidades, capacidades e recursos necessitam de serem materializados através de ações. Sem ação não há materialização, sem ação nada acontece no mundo físico.

A reter: Promova as suas habilidades, as suas virtude e valores. Elimine os seus maus hábitos e implemente novos comportamentos, formas de pensar e de agir sempre que se verifique serem adequados à realização dos seus sonhos.

Invista em si mesmo. Seja o seu maior aliado e lidere-se nos processos de mudança. Mude a sua vida para melhor. Tenha a noção de que existe em si mesmo recursos que quando usados e melhorados promovem a superação dos seus pontos fracos e problemas que possa estar a enfrentar na sua vida. Acredite, melhorando-se a si mesmo numa base regular você irá superar-se sempre que a vida o colocar à prova.

ELEVE-SE

Cada vez que você enfrenta dificuldades na sua vida e sente que o dia a dia se tornou um peso, é provável que o seu stress aumente e que a sua capacidade de resposta seja menor que o impacto causado pelos  problemas que tem. Com isso a acontecer provavelmente você sente-se em baixo. Sente com se transportasse o mundo nas suas costas. Sair desse estado incapacitante pode parecer impossível e doloroso. Sim, acredito que sim e que até possa ter toda a legitimidade para pensar dessa forma. Mas digo-lhe que você tem em si mesmo recursos que podem conduzi-lo a sair desse momento menos bom da sua vida. Se leu até aqui certamente já sabe a que recursos me refiro, e sabe já como pode usá-los a seu favor.

A necessidade de elevar a nós mesmos surge ao longo de uma vida e sempre que atravessamos períodos conturbados. A dificuldade leva-nos a que procuremos em nós forças que até então estavam adormecidas. A dificuldade “obrigada” à promoção da elevação.

Dica: Eleve-se tendo a noção que elevação é a capacidade de conduzir-nos e puxar por nós mesmos.

No entanto se você até nem está num desses momentos conturbados, a elevação pode continuar a fazer sentido. Nos desafios, nos objetivos que estabelecemos e exigem a nossa dedicação. No chegar mais à frente, no desejo de melhoria, elevar-se a si mesmo faz todo o sentido. Na verdade, gera-se a necessidade de antecipar o aprimoramento de determinados recursos que julgamos virem a ser necessários para a exigência das situações ou dos desafios a que nos propomos vir a realizar.

Para melhora-se, superar-se e/ou elevar-se, quer seja pela necessidade de ultrapassar um problema que enfrenta, ou porque estabeleceu a si próprio um desafio exigente, os recursos que tenho vindo a referir podem ajudá-lo. Use-os, promova-os e pratique-os como se fosse um atleta de elite que tem de ultrapassar uma lesão ou que pretende vir a bater um recorde. Pratique, seja disciplinado, motivado, resiliente e tenha a noção que tudo isso depende em larga escala do seu querer. Depende da percepção que tenha ou não das suas potencialidades.

A saber: Nós somos um metaser. Um ser que pode desenvolver a noção de conseguir vir a ser mais do que aquilo que é, aplicando a vontade de elevar-se a si mesmo.

Abraço

VISUALIZE O QUE DESEJA ALCANÇAR

24/1050Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

Indiscutivelmente somos seres pensantes. No entanto o nosso pensamento é alimentado e potenciado pela nossa capacidade imaginativa. A imaginação, visualização e criação de imagens mentais são tudo habilidades que nos permitem projetarmos o nosso futuro. A visualização é a habilidade que permite criar imagens que simulamos na nossa mente com base naquilo que desejamos, queremos ou pretendemos que venha a realizar-se.  Podemos imaginar-nos a melhorar-nos e com isso potenciar a nossa vida. Podemos antever na nossa mente um determinado resultado ou até mesmo visualizar algo, como por exemplo, a nossa casa de sonho. A imaginação é o limite. A visualização faz uso da imaginação para que possamos simular de forma mais real possível aquilo que pretendemos que venha a acontecer.

Não basta visualizar o que pretendemos para tornar os sonhos em realidade. A visualização aqui é definida como uma habilidade que estabelece forte relação com a imaginação (capacidade de planejar e simular resultados) com a motivação e com outras habilidades cognitivas, que empsicologia damos o nome de funções executivas. No fundo a visualização

como promotora de resultados é o combustível das outras funções executivas, e todas em associação permitem a estruturação de ações para obtenção daquilo que desejamos.A saber: Funções executivas, referem-se à capacidade de engajamento em comportamento orientado a objetivos, realizando ações voluntárias e auto-organizadas.

A capacidade de orientar as imagens, de filtrá-las e canalizá-las no sentido de construir cenários que se aproximem da realidade e, consequentemente motivar-nos e incentivar-nos à sua persecução joga um papel fundamental enquanto potenciador da visualização. Expliquei este assunto de forma mais aprofundada no artigo, o poder da imagética: podemos imaginar a melhorar-nos?“Sonhe sonhos grandiosos e, naquilo que sonhar, nisso você se tornará.”  - James Allen

Toda a realização começa na mente. Portanto, o que você vê na sua mente é o que o influencia, é o que o orienta e conduz, ou não, aos resultados desejados. Palavras, pensamentos e imagens positivas potenciam a sua mente, escolha o que pretende criar na sua mente para que possa igualmente florescer no mundo real. Clarifique   a sua visão de sucesso. Se você acerta no seu alvo ou não, é em grande parte dependente da clareza das imagens criadas na sua mente. De acordo com esta perspetiva, importa levantar uma questão:Quão nítida é a sua visão relativamente ao que deseja obter?

OBTER AQUILO QUE QUER

Sem dúvida que devemos utilizar todos os recursos mentais disponíveis para podermos criar uma visão daquilo que queremos, isso é potenciar a nossa mente em função dos resultados que desejamos ver realizados. No entanto um passo adicional terá de ter lugar para efetivar aquilo que antecipadamente foi visualizado na mente. Falo exatamente de ações intencionais  e específicas que possam materializar a visualização. Caso contrário, você estará simplesmente praticando o pensamento positivo inerte.Quando você tem uma visão clara daquilo que quer e eventualmente do que fazer para tornar esse sonho em realidade, quando se deparar com as possibilidades, você irá reconhecê-las e estar preparado para agir. No caso das possibilidades não lhe baterem à porta, se a sua visão o inspirar, certamente irá promover um conjunto de ações que só por si criarão as possibilidades necessárias à execução da sua visualização.

A reter: A Visualização por si só não leva a lugar nenhum, mas ainda assim é por onde você deve começar.

A IMPORTÂNCIA DE USAR A VISUALIZAÇÃO

Faço-lhe a seguinte questão: “Onde você quer estar daqui a um ano?” Sempre que você faz planos, sempre que você idealiza algo ou perspetiva alcançar alguma coisa, imagens mentais correspondentes são criadas na sua cabeça. Tal como referido anteriormente, no exato momento que as imagens são criadas e estejam de acordo com os seus desejos, elas são reais para si. Todo o seu corpo reage ao cenário que está a viver na sua cabeça. Corpo e mente alteram o seu estado. Você está agora num estado alterado de consciência. Você passou a viver internamente o filme do seu desejo. Quanto mais pormenores, cores, cheiros, sensações e emoções fizerem parte desse cenário, mais ímpeto, motivação e confiança você terá para passar tudo para ações. A visualização é uma habilidade muito poderosa. A visualização tem o poder de mobilizar todo o seu organismo em prol do resultado perspetivado. Quando mais você acreditar nos cenários criados por si mesmo na sua mente, mais viabilidade existe em energizá-lo a tomar ações que promovam esses mesmos cenários.

SEM UMA VISÃO A VIDA PODE TORNAR-SE ABORRECIDA

Você está entediado, desligado e desiludido com a vida? Se assim for, é provável que lhe falte uma visão acerca do que pretende para si. Você não gastou o tempo e energia necessários para definir o seu futuro. Você está desperdiçando o seu tempo e a sua vida. É como se momento a momento você não idealizasse nada ou não desejasse alcançar nada. O ser humano sem objetivos, fica sem rumo, fica sem estímulos que despertem e canalizem a energia para a obtenção ou realização de algo. Quando nascemos vimos ao mundo com um ânimo para a ação, para a descoberta e reforço daquilo que queremos fazer e alcançar.Eu desafio-o a formular uma visão acerca daquilo que gostaria de viver ou alcançar daqui a um ano. Ter uma visão clara e vívida acerca do seu futuro vai animar consideravelmente o seu dia-a-dia. Irá energizá-lo. Irá inspirá-lo e elevá-lo. Acenda sua a paixão visualizando o que deseja alcançar.A reter: Insatisfação e desânimo não são causadas pela ausência de coisas, mas pela falta de visão.

A VISÃO FORNECE-LHE PROPÓSITO

Você é capaz de muito mais. Uma visão clara e concisa fornece uma finalidade. De repente, toda aquela confusão e procrastinação irá dissipar-se. O seu caminho ficará mais claro. Você vai movimentar-se com intenção. Você vai levantar-se e tornar-se a pessoa que a sua visão estimula a que você seja. Você planta a semente e observa algo a crescer. Certamente daqui a uma ano, você vai ficar surpreendido com aquilo que realizou.

“A visão não é apenas uma imagem do que poderia ser, é um apelo ao nosso eu mais elevado, uma chamada para se tornar algo mais.” - Rosabeth Moss Kanter

A VISÃO GUIA A AÇÃO

As nossas realizações não acontecem por acaso (pelo menos na grande maioria das vezes). Para alcançarmos algo que desejamos, mas que consideramos que necessita da nossa dedicação e empenho, é importante ter a noção de que o processo passo a passo, do pouco a pouco favorece a materialização da nossa visão. Se você todos os dias perguntar a si mesmo:  ”O que eu posso fazer hoje para mover-me um passo mais perto da minha visão?” Existe uma conversa que você pode ter?Existe um livro que você pode ler? Há um trabalho a ser feito? A sua visão vai orientar a sua ação e levá-lo para o centro do alvo. Você ficará mais próximo de atingir os objetivos desejados.Se eu não sei para onde quero viajar, fico à deriva, à mercê da vida e dos outros, podendo ir ter a um lugar qualquer. Com um objetivo em mente, você pode orientar os seus passos e ações no sentido de se ir alinhando com o que pretende alcançar.

“Você tem que pensar em coisas grandes, enquanto você está fazendo coisas pequenas, de modo que todas as pequenas coisas caminhem na direção certa.” - Alvin Toffler

A VISÃO LEVA A RESULTADOS

Em última análise, a visão desagua nos resultados. Assim que você começa a desenvolver ações de acordo com a sua visão, a sua mente irá passar a processar as possibilidades com que se depara de forma mais assertiva e funcional. Eventualmente, você vai tornar-se consciente de que atingir o seu objetivo é inevitável. Você vai perceber que grande parte dos seus pensamentos organizam-se no sentido de procurar soluções que promovam aquilo que deseja alcançar e que previamente viu na sua mente.  Você apenas tem que seguir a sua visão. Os resultados irão aparecer.

Aponte a sua mira para o alvo e você irá melhorar significativamente os seus resultados. A sua vida vai florescer. Você vai aumentar a probabilidade de prosperar.

“Muitos dos nossos sonhos parecem impossíveis, depois improváveis, depois inevitáveis.” - Christopher Reeve

DEFINA A VISÃO QUE DESEJA ALCANÇAR

Você tem dificuldade em criar uma visão clara para a sua vida? Você realmente sabe onde quer estar daqui a um ano? Isso não é algo que seja ensinado na escola. Portanto, você pode precisar de algumas orientação para descobrir isso. Apesar da visualização ser uma habilidade natural nos seres humanos, é usual as pessoas não estarem suficientemente cientes disso no sentido de usarem essa capacidade extraordinária na elaboração do seu futuro.Por exemplo, tente recordar-se do seu primeiro dia de escola. Faça isso agora. Quando acede à sua memória, aquilo que lhe surge na mente são imagens dos acontecimentos que ainda consegue recordar. No entanto, provavelmente algumas das imagens que possam pertencer ao cenário criado na sua mente, são uma construção sua e atual. Ou seja, você está a usar a sua imaginação e visualização para construir o que não consegue recuperar da sua memória.

Para definir a visão que deseja alcançar, o processo é idêntico. Você tem de aceder a imagens que conhece, a coisas que sabe serem reais e utilizá-las como projeções para construir o seu cenário futuro imaginado. Coloque o máximo de pormenores possíveis. O seu cérebro não distingue cenários reais de cenários imaginados. Por esse motivo, quer você se remete para o seu passado, recordando-o, ou se remeta para o seu futuro visualizando-o, o seu corpo reage da mesma forma. No artigo: O poder da imagética, podemos imaginar a melhorar-nos?, expliquei o processo das reações físicas que o corpo sofre em resposta às imagens mentais.A vantagem de visualizar o que se deseja alcançar, é que as imagens estabelecem uma forte relação com os sentimentos e com os pensamentos. Se as imagens que cria acerca do seu futuro, são imagens carregadas de paixão, de desejo e impeto, certamente o seu corpo irá reagir a esse cenário criando (antecipando no seu corpo) os sentimentos que julga ir experimentar quando chegar o momento. Na verdade, você começa a viver o seu futuro antes de ele se materializar. Isto é extraordinário, porque você começa a organizar-se de acordo com a sua nova realidade. A realidade antecipada. Este processo é utilizado por muitos atletas antes de baterem os recordes desejados. Os atletas treinam diariamente com a convicção que chegará o momento em que conseguirão superar-se e consequentemente superar os seus recordes. Vivem o seu dia-a-dia à luz daquilo que pretendem vir a alcançar.

Para realizar grandes coisas, devemos não apenas agir, mas também sonhar, não apenas planejar, mas também acreditar ” – Anatole France.

Abraço

PLANIFICAÇÃO E ESTRATÉGIA: DUAS ARMAS PARA ALCANÇAR O SUCESSO

10/0826Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

No Programa de Preparação Mental que aplico a atletas de judo, tive oportunidade de observar que alguns atletas apesar de terem um excelente preparação técnica e física, na grande maioria das vezes não conseguiam ter resultados  considerados satisfatórios. No decorrer de algumas sessões, cheguei à conclusão que estes atletas entravam em cada luta que faziam, preparados para defender e contrariar os ataques do adversário. Com este tipo de pensamento em mente, apenas contrariar a estratégia e luta do adversário, não deixa de ser uma atitude mental pela negativa. Contrariar é isso mesmo, apenas contrariar. Deixando assim que o outro imponha a sua forma de lutar e tome vantagem por liderar as iniciativas.

FOQUE-SE NO QUE QUER ALCANÇAR

Iniciei então uma série de sessões com o objectivo de lhes ensinar um plano de ataque, de lhes ensinar a implementar um conjunto de estratégias mentais no sentido de tomarem a iniciativa daquilo que desejam que aconteça. No judo, o objectivo é derrubar o adversário,

desta forma esta é a intenção principal que deve orientar toda a estratégia de luta. Os resultados foram notáveis e a percentagem de vitórias melhoraram drasticamente quando os atletas perceberam aquilo em que era importante focarem a sua atenção.

Estes jovens atletas sempre tiveram como objectivo vencer. Não tinham nenhum problema noestabelecimento de objectivos. Aquilo que lhes faltava era um plano de ação orientado para o objectivo. No desporto como na vida, os objectivos isolados podem não ser o suficiente para sermos bem sucedidos.A reter: Um objectivo sem um plano de ação orientado para o resultado, é como pedalar numa bicicleta com os pneus vazios.

Depois de estabelecer um objectivo, estabeleça um plano: Se está no sul e quer caminhar para uma cidade a norte, não lhe basta começar a caminhar, tem de se certificar que está a dirigir-se para norte. Depois em que tipo de veículo pretende viajar, que tipo de estradas ou caminhos pretende escolher, quantas vezes vai parar para descansar.Desenhe o seu plano de “ataque”, estabeleça uma estratégia bem definida daquilo que necessita para cumprir o seu objectivo. Coloque-se em terreno e seja você a tomar a iniciativa dos seus  movimentos e ações. Ficará surpreendido com o número de vezes que vai virar a sua vida do avesso.

Estabeleça sempre os seus objetivos de acordo com aquilo que pretende alcançar e nunca apenas levando em consideração o que pretende evitar. Estabeleça os objectivo pela positiva. A partir deste ponto, pergunte-se do que necessita para se preparar para a “luta” no sentido de aplicar os seus conhecimentos, habilidades, competências, forças e virtudes. Foque-se no que tem de bom, foque-se naquilo que possui e que pode tornar-se numa vantagem para alcançar o sucesso.

EVIDÊNCIAS

O nosso cérebro organiza-se sempre no sentido de formular as ideias de acordo com as indicações que lhe transmitimos. Se lhe transmitimos uma indicação específica clara e orientada para algo, a nossa atenção sobre isso expande-se. Todos os recursos disponíveis são mobilizados para fazer cumprir a ordem dada. Ao estabelecermos a ordem temos de ser cautelosos quando a formulamos e como a formulamos. Três princípios têm de estar presentes:

Especificidade Clareza Orientação

Com estes três princípios em mente, tente formular a estratégia. A estratégia é a definição de como os recursos serão alocados para se atingir   o objetivo . Estratégia significava inicialmente a ação de comandar ou conduzir exércitos em tempo de guerra – um esforço de guerra, como uma virtude de um general conduzir o seu exército à vitória. Assim deve fazer nas “ordens” que dá a si mesmo, dê indicações concretas e objetivas para que o seu cérebro o conduza à vitória.Para aprofundar este assunto, pondere ler o artigo: Como conseguir atingir objetivos na sua vida

PLANIFICAÇÃO

A organização e estratégia é e será sempre uma forma de alcançar o sucesso e/ou minimizar os danos colaterais de algo que inevitavelmente nos será prejudicial. Mesmo em situações em que nos sentimos deprimidos, zangados ou abatidos, ainda assim este é o momento para que possamos ultrapassar todos estes sentimentos de incapacidade através da planificação. É nos  momentos menos bons que nos devemos esforçar para planear o trabalho, a lida da casa, o futuro dos filhos, ou o que fazer no fim-de-semana.

Assim que tenhamos definido o que queremos fazer, o que queremos ser ou que atitude ter, planificar o seu trabalho é o próximo passo. A planificação das ações daquilo que pretendemos fazer, aumenta a nossa energia e propósito. A planificação permite-nos ter uma linha de orientação sobre o que fazer e como fazer, funcionando como uma rede de trapézio, da-nos segurança para realizar coisas com algum grau de incerteza. Sem este sentimento sujeitamo-nos a sofrer de uma estranha forma de “desordem de défice de intenção”. Ficamos com pouca clareza nas intenções, não sabemos para onde vamos ou como lidar com as situações.Quando estive nos fuzileiros, há muito tempo atrás, nesta tropa de elite, transmitia-se a ideia de que: uma hora de planificação economiza muitas horas de execução. Naquela tropa de elite, estratégia e planificação eram palavra de ordem. Foi lá que pela primeira vez senti o peso de uma boa planificação e percebi porque razão as coisas funcionam quando mais são precisas.  No entanto, muitos de nós temos a percepção de que não temos tempo para dedicar à morosa planificação. Mas na verdade isto não passa de uma ilusão criada por nós mesmos, dado que estamos demasiado ocupados tentando resolver os problemas que  nos afligem e  nos perturbam, devido à falta de planificação.

Temos de tomar consciência que o tempo dedicado à planificação será  a coisa mais produtiva que podemos fazer. Ao invés de preocuparmo-nos inconscientemente com os problemas que temos e, andar sempre a reagir às crises, sejam elas financeiras, emocionais, existenciais ou de relacionamento, as quais também devido à falta de planificação.

No mundo esportivo, a planificação institui-se de forma assumida, o treinador que quer obter os melhores resultados possíveis, tem na planificação o seu principal trunfo. A planificação é a antítese da preocupação, sendo que a preocupação desmedida provoca ansiedade e uma sensação de medo e incapacidade, e a planificação, permite aumentar a sensação de auto-eficácia e capacidade, aliando ainda a mais valia de se poderem fazer ajustes ao que inicialmente se programou.Um celebre treinador Russo, Robert Zotko, que esteve em Portugal ao serviço da Federação Portuguesa de Atletismo,  dizia: “A planificação serve pelo menos para percebermos que não fizemos tudo aquilo que planeámos.”

A planificação, quer seja no trabalho, na melhoria de uma incapacidade, ou na educação de um filho tem sempre um papel importante no que diz respeito à obtenção do sucesso nessas áreas. A planificação cuidada dos seus objetivos irá permitir que você trabalhe de forma mais motivada, fazendo mais e preocupando-se menos.Abraço

10 EXERCÍCIOS PARA MELHORAR A SUA FORÇA DE VONTADE E AUTO-DISCIPLINA

30/08172Por Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal

Ter força de vontade significa sermos capazes de fazer o que devemos de forma intencional, vencendo as dificuldades e/ou os estados de ânimo. A força de vontade estabelece uma relação muito forte com a motivação. Motivação, é ter um motivo para a acção, esta acção terá tanto mais ímpeto quanto mais disciplina você tiver. Juntando os conceitos: a força de vontade, utiliza a motivação que temos para a acção, a acção é tanto mais orientada quanto mais disciplina for colocada na persecução do objectivo a alcançar.Não é preciso grande força de vontade para fazer coisas prazerosas como divertir-se ou ficar deitado sem fazer nada. Pois à nascença todo o ser humano trás já no seu reportório uma tendência natural para a adaptação hedónica (adaptação natural a acontecimentos considerados positivos e prazerosos). Por isso a força de vontade pode ser considerada uma virtude preponderante na nossa vida, esta virtude destaca-se porque permite-nos realizar aquilo que naturalmente não é fácil, mas que necessita de grande esforço, dedicação e trabalho da nossa parte. De uma forma geral, quem na sua vida tem um elevado grau de força de vontade, destaca-se dos outros, é apreciado e admirado pela capacidade de orientar e governar a sua vida.

REFORÇAR A FORÇA DE VONTADE

No reforço e prática da força de vontade valem todos os pequenos esforços: Por exemplo quando se trata de terminar a obrigação apesar do cansaço, de estudar a matéria que nos custa, recolher o que está fora do lugar, vestir-se apropriadamente, levantar da cama apesar da falta de vontade, tudo isto pode ser um excelente exercício de força de vontade na vida quotidiana. Encaminhamo-nos passo a passo a grandes conquistas pessoais, pela força do hábito de nos forçar-mos a criar rotinas que dependem da nossa disciplina mental (controlo do que queremos pela acção da vontade própria). Aos poucos vamos forjando pela força de vontade um carácter que actua de forma coerente com aquilo com o qual nos propomos.

NÃO PARE NO FRACASSO

Quando fracassamos não devemos parar no fracasso. Podemos ter fracassado porque não nos empenhamos bastante, ou porque criamos uma expectativa irreal sobre um determinado curso de acção, lugar, coisa ou pessoa. E quando essas pessoas ou circunstâncias nos desapontam pensamos que fracassamos de alguma maneira. Mas os fracassos ou desencantos devem ser vistos como uma óptima oportunidade para aprendermos sem nunca nos determos neles mais que o necessário para perspectivarmos novas formas de obter o que desejamos.

O fracasso que na grande maioria das vezes tememos enfrentar e aceitar, é o que nos impede de nos realizarmos como pessoa, de realizar o nosso projecto de vida. Persistir, recomeçar ou empenhar-nos mais da próxima vez, essa deve ser sempre a nossa lição nos pequenos fracassos, porque nunca deixamos de olhar o objectivo maior, por ficarmos com o olhar preso no obstáculo que caiu mais atrás, nunca deixamos de nos focar intencionalmente na recta da meta.

Adoptando uma perspectiva optimista, não interessa as vezes que caímos, mas sim aquelas que estamos dispostos a levantarmo-nos. Às vezes os fracassos despertam novas potencialidades, possibilidades e oportunidades, e até por vezes algumas das nossas forças escondidas.

Com relativa facilidade, podemos deixar-nos levar pelo estado de ânimo do momento, deixando de fazer as coisas que deveríamos (aquelas que achamos ser boas para nós e desejamos alcançar), porque é grande o impulso para nos dedicarmos às coisas das quais obtemos prazer de forma fácil, rápida e sem necessidade de termos qualquer habilidades ou competência.

MUNDO DE POSSIBILIDADES

Vivemos numa época em que a competitividade se tornou feroz, em que a mudança é certa, somos forçados diariamente a constantes adaptações. Por tudo isto reconheço que querer concretizar determinados objectivos, pode tornar-se num calvário repleto de obstáculos, dificuldades e desilusões. Em contrapartida, nunca vivemos numa época em que existisse tantas possibilidades. O mundo está repleto de possibilidades para todos, a informação e a educação está cada vez mais acessível no mundo global. Talvez escolher entre tantas oportunidades e possibilidades se torne só por si uma tarefa de Hércules. É aqui que a força de vontade e disciplina mental se tornam fundamentais. Desenvolver e trabalhar estas áreas é um caminho para nos munirmos de “armas” para combater as dificuldades que inevitavelmente se nos deparam na vida.

SABER AQUILO QUE GOSTAMOS E QUEREMOS

É preciso estarmos atentos ao que nos rodeia, e tentar perceber onde é que as nossas paixões se podem encaixar, onde é que as nossas melhores habilidades e competências podem surtir melhores resultados. Aliado a tudo isto, e mais importante que qualquer coisa,

é necessário conhecer e reconhecer aquilo que gostamos, e que queremos estabelecer como objectivo. Aquilo que nos faz sentir bem, no qual nos possamos sentir como peixe na água. Este caminho de descoberta, pode ser o nosso maior aliado tornando-se num facilitador de vida. Saber o que gostamos, conhecer as nossas forças e virtudes, as nossas capacidades e como as colocar em acção, é meio caminho para sermos bem sucedido nos objectivos que traçamos.

TRAVAR OS IMPULSOS

Para melhorarmos a nossa força de vontade, devemos munirmo-nos da sua melhor aliada a auto-disciplina. A auto-disciplina é o companheiro da força de vontade, dotando-a com a resistência para persistir em qualquer coisa que você faça. Ela confere a capacidade de suportar privações e dificuldades, seja física, emocional ou mental. Ela concede a possibilidade de rejeitar a satisfação imediata, a fim de obter algo melhor, mas que exige esforço e tempo. Esta capacidade está descrita no mundo da psicologia como uma componente primordial na inteligência emocional, que é a capacidade para adiar a recompensa.Todos nós temos no nosso mundo interior, impulsos inconscientes, ou parcialmente conscientes, que pontualmente nos levam a dizer ou fazer coisas que lamentamos mais tarde. Em muitas ocasiões, nós seres humanos não pensamos devidamente antes de falar ou agir. Ao desenvolver estes dois poderes, a força de vontade e auto-disciplina tornamo-nos conscientes da nossa vida interior, dos nossos impulsos subconscientes, ganhando assim a capacidade de os rejeitar quando não são bons para nós ou para os objectivos que queremos alcançar.

Às vezes, você deseja ir dar um passeio, sabendo o quanto é bom para a sua saúde e como se sentirá muito bem com isso, no entanto, por vezes sente preguiça, e prefere ver TV. Você pode estar ciente do facto de que precisa mudar os hábitos alimentares ou parar de fumar, no entanto, não tem a força interior e persistência para mudar esses hábitos. Será que isto lhe é familiar?Quantas vezes você já disse: “Eu gostaria de ter força de vontade e auto-disciplina”? Quantas vezes você iniciou alguma coisa, para depois passado pouco tempo desistir? Certamente todos nós já tivemos experiências como estas.Todos nós possuímos alguns vícios ou hábitos que desejaríamos superar, como o tabagismo, ingestão excessiva de comida e álcool, a preguiça, a procrastinação ou falta de assertividade. Para superar esses seus hábitos ou vícios, é preciso ter força de vontade e auto-disciplina. Estas virtudes fazem uma grande diferença na vida de todos, promovendo a força interior, auto-domínio e determinação.Estes dois poderes ou virtudes, como quiser considerar, ajudam-nos a escolher o nosso comportamento e reacções, em vez de sermos governados por elas. A implementação deles no nosso carácter não irá permitir que a vida se torne monótona ou aborrecida. Pelo contrário, você vai sentir-se mais poderoso, responsável por si mesmo, feliz e satisfeito.Quantas vezes você se sentiu muito fraco, preguiçoso ou com vergonha de fazer algo que você queria fazer? Você pode ganhar força interior, promover a iniciativa e a capacidade de tomar decisões e segui-las. Acredite em mim, não é difícil desenvolver estas duas potências. Se você for sincero consigo mesmo e estiver disposto a tornar-se mais forte, certamente vai ter sucesso.

DESENVOLVER FORÇA DE VONTADE E AUTO-DISCIPLINA

Um método eficaz para o desenvolvimento e melhoraria destas forças é executar determinadas acções ou actividades. Lembre-se que reforçando uma destas capacidades, automaticamente fortalece a outra.

Apresento alguns exercícios:

1 – Se você estiver em algum local que esteja sentado, no autocarro, no metro, no comboio ou sala de espera, se algum idoso ou grávida não tiver onde se sentar, levante-se e ofereça-lhe o seu lugar, mesmo que preferisse ficar sentado para sua conveniência. Não só porque é um acto educado, mas porque você está fazendo algo com dificuldade e incómodo. Desta forma, treinará a capacidade de superar a resistência do seu corpo, da mente e dos seus sentimentos.

2 – Existem pratos no lava loiça por lavar, e você decide adiar e lava-los mais tarde. Levante-se e lave-os na hora. Não deixe que a sua preguiça o vença. Quando você sabe que deste modo está a desenvolver a sua força de vontade, e tem consciência da importância da força de vontade na sua vida, será mais fácil para você fazer o que tem de ser feito.

3 – Você chega a casa cansado do trabalho e senta-se na frente da TV porque está cansado e com preguiça de ir tomar banho. Não deve obedecer à vontade de se sentar, e ir logo tomar um bom banho relaxante.

4 – Você pode reconhecer que o seu corpo necessita de algum exercício físico, mas vai continuar sentado sem fazer nada ou a ver um filme. Levante-se e vá caminhar, correr ou fazer algum outro exercício físico.

5 – Você gosta do seu café com açúcar? Então, durante uma semana inteira decida beber reduzindo o açúcar para metade. Você gosta de beber três cafés ou mais por dia? Durante 2 semanas reduza para metade.

6 – Às vezes, quando você tem impulso para dizer algo que não é importante ou que vai magoar alguém. decidia não dizê-lo.

7 – Todos temos tendência para ler notícias sensacionalistas e revistas cor de rosa. Não leia algumas dessas coisas sem importância durante uma ou duas semanas, mesmo que você queira.

8 – Você tem um desejo de comer algo não muito saudável. Recuse-se e decida não ceder ao desejo.

9 – Se você se encontra a pensar coisas sem importância, desnecessárias, negativas, tente não lhes dar atenção, pensando sobre a sua inutilidade.

10 – Superar a sua preguiça. Convencer-se da importância do que está a ser feito. Convencer a sua mente que você ganha força interior quando você decide fazer as coisas, apesar da preguiça, da relutância ou da resistência interna sem sentido.

Nunca se convença a si mesmo que não pode realizar os exercícios acima descritos, porque lhe parecem demasiado banais ou simples. Certamente pode conseguir realizá-los. Seja persistente, motive-se pensando sobre a importância da realização dos exercícios, e o poder e força interior que você vai ganhar.A proposta destes exercícios tem fundamento.Você deverá começar com algo simples, que sejam relativamente fáceis de executar para evitar a desilusão.Depois gradualmente poderá aumentar o numero e a dificuldade dos exercícios. Com a prática você irá melhorar, aumentando a sua capacidade de auto-disciplina e decisão, transformando-se numa enorme satisfação.

Se você praticar musculação, correr ou fizer ginástica aeróbica, irá fortalecer os músculos, de modo que quando precisar mover ou transportar algo pesado, terá força para o fazer. Ao estudar todos os dias um pouco de francês, você será capaz de falar francês quando viajar para a França. Acontece o mesmo com a força de vontade e auto-disciplina, por fortalecê-las, elas tornam-se disponíveis para o seu uso sempre que precisar.

Bom fortalecimento!

Abraço.