A Comunicação vai à escola
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Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXII Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Curitiba, PR 4 a 7 de setembro de 2009
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A comunicao vai escola: dificuldades e conquistas no experimento daEducomunicao.1
Cndida de Oliveira2
Letcia Demoly de Mellos
3
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJU), Iju, RS
ResumoEsse artigo resultado da experincia na implementao do projeto experimental
Educomunicao e prticas jornalsticas: criando um ecossistema de comunicao naEscola Agostinha Dill. Utilizando como arcabouo terico a Educomunicao, foramdesenvolvidas oficinas para capacitar os alunos na produo de informaes paraalimentar trs canais de comunicao, sendo estes criados, tambm, a partir do projeto:um jornal-mural, um blog e uma rdioweb. Os resultados obtidos tornam possvel
compreender como a comunicao pode ser utilizada na sala de aula, visando oaperfeioamento dos processos de ensino-aprendizagem, contribuindo para umaformao crtica e cidad. Por outro lado, a experincia tambm revela dificuldades queprecisam ser superadas em conjunto com a sociedade.
Palavras-chaveEducomunicao; Mdia; Escola; Cidadania.
Consideraes Iniciais
No difcil para futuros comunicadores pensar a comunicao como elemento
essencial em processos de ensino-aprendizagem voltados formao de cidados
crticos. Porm, quando pensamos em um projeto que possa inserir a comunicao na
escola, surgem algumas inquietaes sobre a aplicabilidade e sobre os resultados desses
trabalhos. Afinal, como podemos inserir a comunicao no ambiente escolar de forma
efetiva? Como produzir contedos e criar canais de comunicao em que haja a
participao de todos, sem com isso desprestigiar os trabalhos realizados pelos
educadores? Como criar uma circunstncia que estimule professores e alunos a produzir
informaes destinadas aos meios de comunicao, superando a condio de somente
receptores? Como faz-los participar do processo de construo da informao?
A partir dessas indagaes, optamos por desenvolver um projeto experimental
que propiciasse aos estudantes do Ensino Fundamental o contato com linguagens e
1 Trabalho apresentado na Diviso Temtica 6 - Interfaces Comunicacionais, da Intercom Jnior Jornada deIniciao Cientfica em Comunicao, evento componente do XXXII Congresso Brasileiro de Cincias da
Comunicao.2 Recm-graduada como Bacharel em Jornalismo, pela UNIJU, e-mail:[email protected] Recm-graduada como Bacharel em Jornalismo, pela UNIJU, e-mail:[email protected]
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected] -
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formatos utilizados pelo jornalismo, a fim de incentivar a produo e difuso de
informao na escola espao formal e legtimo da educao. Para dar sustentao
terica ao nosso trabalho, recorremos aos estudos de Educomunicao.
Esse artigo , portanto, resultado da experincia que tivemos enquanto
organizadoras e participantes do projeto experimental Educomunicao e prticas
jornalsticas: criando um ecossistema de comunicao na Escola Agostinha Dill. O
projeto foi realizado nos meses de agosto, setembro e outubro de 2008 por um grupo de
acadmicos do Curso de Comunicao Social da UNIJU, sob orientao do professor
Mestre Paulo Ernesto Scortegagna4.Alm de relatarmos essa experincia, apresentamos
neste artigo pressupostos tericos que nos ajudam a entender o que a
Educomunicao, bem como, a compreender como a comunicao pode ser utilizada no
ambiente escolar visando contribuir para os processos de ensino-aprendizagem. Ao
final, discorremos sobre os resultados do projeto, apresentando asprincipais conquistas
alcanadas e as novas questes que surgem a partir da experincia.
Mdia: fonte de conhecimento
Os meios de comunicao social, elementos integrantes e fundamentais para a
produo e circulao de significados e sentidos, atuam sobre o imaginrio dos sujeitos
e ajudam a configurar os modos como a sociedade se organiza e se relaciona. Eles
configuram e transformam o tecido social em vrios mbitos, constituindo novas formas
de aquisio de saber, extrapolando mtodos de ensino e aprendizagem mais
tradicionais. Conforme afirma Maria da Graa Jacintho Setton (2005)
Se convencionalmente a educao exigia disciplina, silncio, destrezaem um nico tipo de linguagem, a saber, a leitura e a escrita; setradicionalmente somente os adultos na figura dos pais e dosprofessores detinham o conhecimento legitimado; se apenas os livros,as bibliotecas, os museus e os conservatrios de msica asseguravamo caminho da cultura e da educao, hoje a informao e o saber estopulverizados em vrias linguagens disseminados em vrios veculos einstituies produtoras de bens simblicos (SETTON, 2005:62).
Hoje, fundamental que a comunicao e a educao andem juntas com o
objetivo de, sobretudo, permitir uma reflexo crtica. E no basta estar ciente do que a
mdia veicula; para motivar uma atitude reflexiva sobre os significados das mensagens4 Professor do Departamento de Estudos da Linguagem, Arte e Comunicao (DELAC), da UNIJU.
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veiculadas, o primeiro passo possibilitar o conhecimento sobre o funcionamento da
linguagem miditica, processo este que ocorre a partir de atividades prticas que
agreguem valor aos mtodos de ensino at ento utilizados na escola.
A mesma autora destaca a importncia da mdia no processo educativo. Segundo
Setton (2005), os saberes difusos so veiculados em canais de rdios e TVs atravs de
vrios formatos: novelas, fascculos, programas didticos, entrevistas, conselhos
mdicos, at quando a mdia opera com o humor. O formato em si no importa, pois as
informaes esto disponveis a todos, fazendo dos meios de comunicao potenciais
agentes educativos. Assim, agreg-los ao processo ensino-aprendizagem na escola,
como mtodo alternativo, enriquecer e ampliar o conhecimento que o aluno adquire.
situar o cidado como ser ativo e independente em condies de, com conhecimentos
mais amplos, se inserir neste mundo contemporneo e globalizado.
Conforme destaca Maria Aparecida Baccega (2002):
No possvel ignorar o papel da mdia enquanto educadora, muitasvezes atuando mais do que a escola (...) Por outro lado, no possvelfazer ouvidos moucos ao papel do professor que, hoje, mais do queum dador de aulas, um ensinador de contedos, dever ser ocoordenador capaz de possibilitar que seus alunos aprendam aaprender (BACCEGA, 2002:48-9).
Nesse sentido, preciso associar a comunicao com a educao para propiciar a
formao de cidados crticos a partir da disseminao de conhecimentos que gerem
saber, atitude, carter. O essencial hoje aprender a aprender. Vale destacar que
atualmente o fato de saber usar a tecnologia da mdia implica em saber utilizar
formatos, linguagens, equipamentos tcnicos e tudo que esteja relacionado produo
miditica para produzir conhecimento e novas formas de interagir socialmente. Nesse
sentido, aceitar aproximaes entre os campos da educao e da comunicao, pensandoo processo de ensino, reconhecer o que nos esclarece Citelli:
... que as experincias videotecnolgicas j esto na sala de aula,malgrado sob a forma de uma no- presena, pois tanto as crianasquanto os professores vivem em um espao social mediatizado pormensagens televisivas, radiofnicas, jornalsticas, etc., capaz deprovocar alteraes nos comportamentos, criarem referencias para odebate pblico, influenciarem a tomada de decises, alm derevelarem, muitas vezes, os prprios limites do discurso pedaggico.
(CITELLI, 2002:107).
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Os meios de comunicao so mediadores, dentre outros dispositivos, dos
processos de ensino-aprendizagem no ambiente escolar. A escola no pode ignorar as
transformaes que ocorrem no tecido social em funo da mdia e das tecnologias de
informao. Alunos e professores esto inseridos nessa teia. Os contedos expostos pela
mdia e os recursos tecnolgicos de nosso tempo podem servir de parmetros para
realizao de debates e prticas na sala de aula, ampliando as fronteiras do discurso
pedaggico. Inserir as tecnologias de informao e dos meios de comunicao na escola
pode ajudar, ainda, na aproximao entre educador e educando. Podemos exemplificar
com situaes experimentadas no projeto quando o professor, ao abrir espao para
debater sobre a cultura presente na realidade cotidiana, fora da escola, percebe-se
instaurando um dilogo com os alunos sobre assuntos que efetivamente os mobilizam.
Dessa forma, a escola conseguir apresentar-se como um espao em que possvel
aprender e interagir.
Todavia, se nos reportamos escola iremos perceber processos distintos, graves
lacunas, pois nem todos os agentes educacionais possuem conhecimento sobre a relao
entre comunicao e educao. Quando observamos iniciativas no sentido de inserir a
mdia na sala de aula, muitas delas se limitam a anlise dos contedos, o que pode
resultar em interpretaes errneas a respeito do prprio processo da comunicao.
Segundo Baccega (op.cit.), quando se fala em comunicao no mundo
globalizado e contemporneo, pensa-se logo na mdia e no processo emissor >
mensagem > receptor. Mas a comunicao muito mais do que isso. Conforme
argumenta a autora, trata-se da construo de significaes e sentidos que pautam a vida
cotidiana, por meio da circulao de mltiplos saberes, presentes na construo
simblica, na percepo do mundo e nos processos de socializao em geral.
Assim, se por um lado percebemos que a mdia expe informaes que levam a
uma m formao, precisamos considerar os meios de comunicao como alternativapara superar essa condio. Direcionando um olhar pra a infncia, para as crianas que
esto em processo de formao inicial, entendemos que o debate na escola, sobre os
assuntos divulgados na mdia poderia ser uma possibilidade de superao, funcionando
como forma de filtrar as mensagens para tornar mais compreensvel para as crianas os
significados e sentidos ali produzidos. Mas o que observamos? O que nos esclarece a
experincia na implementao do projeto?
Geralmente no mbito escolar principal espao de discusses e compreensodos fenmenos da vida esses assuntos so silenciados, ignorados. Segundo Ismar de
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Oliveira Soares (2005:54) ... a educao tem sido tomada, cada vez mais, como uma
mercadoria sujeita as leis da oferta e da procura. Ou seja, investe-se em educao sob a
condio de se obter lucros e segue-se repetindo modelos que j mostraram que no
correspondem as necessidades de aprendizagem. Nestas circunstncias, no podemos
visualizar as condies necessrias para o ensinar e para o aprender nas redes de ensino.
Diante disso, sem dvida uma das mudanas necessrias a insero da
comunicao no espao escolar, no apenas como forma natural de interao social, mas
como estrutura miditica presente no cotidiano que exige reflexes e anlises. Crianas
e jovens em uma experincia de Educomunicao so tomados como observadores
ativos, como agentes que produzem significaes e sentidos, ao interagirem com os
contedos que os meios de comunicao social oportunizam. Pensamos que a
Educomunicao pode ajudar a constituir uma educao slida e eficaz em termos de
conhecimento-aprendizagem.
Educomunicao: espao de cidadania
A Educomunicao surge para ser explorada, tanto por comunicadores como por
educadores, colocando em debate, por exemplo, o modo como as informaes chegam
at as crianas e os efeitos que geram nas formas de convivncia no social. Suas
prticas representam maneiras de interagir com alunos, a fim de desmistificar os meios
de comunicao e analisar os alcances por eles obtidos. Alm disso, potencializa a
participao e o engajamento dos mesmos no processo de construo das informaes
que podem ser divulgadas pelos meios.
Soares (2001 e 2005) explica que a associao entre comunicao e educao
vem sendo discutida desde a dcada de 50 por tericos e estudiosos da Amrica Latina,
como Paulo Freire, Mrio Kapln, Jess Martin Barbero e Francisco Gutirrez. Noentanto, a partir de 1990 que esse debate se amplia e se torna mais efetivo em
universidades, associaes de profissionais de comunicao e ONGs de pases latino-
americanos. Busca-se criar uma proposta alternativa para a formao de comunicadores.
Essas pessoas trabalharam com referenciais tericos e metodolgicos de vrias reas das
cincias humanas e acabaram constituindo um movimento social em torno da cidadania,
da democracia e em torno da luta para quebrar a hegemonia dos sistemas estabelecidos.
Por isso, conforme explica o autor, a Educomunicao uma convergncia, no apenasentre educao e comunicao, mas entre todas as reas das cincias humanas. E vista
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como fruto de uma prtica interativa, tendo como fora a busca da cidadania pela
participao.
Todavia, de acordo com Soares (2005), o conceito e o termo s foram adotados
durante o Frum Mdia e Educao, realizado em So Paulo no ano de 1999 pelo
Ministrio da Educao e outras organizaes da sociedade civil. Este frum situa e
reconhece a Educomunicao ... como um novo campo de interveno social e atuao
profissional, considerando que a informao fundamental para a Educao (idem,
2005:113-4). Distingui-se que a informao pode ser trabalhada de forma mais
apropriada, pertinente e efetiva por profissionais que atuem inter-relacionando o campo
da comunicao e da educao, ou melhor, instituindo a Educomunicao que ,
portanto, entendida como:
... o conjunto das aes inerentes ao planejamento, implementao eavaliao de processos, produtos e programas destinados a criar efortalecer ecossistemas comunicativos em espaos educativospresenciais ou virtuais, tais como escolas, centros culturais, emissorasde TV e rdio educativos, centros produtores de materiais educativosanalgicos e digitais, centros coordenadores de educao a distncia,ou e-learning, e outros... (SOARES apud SOARES, 2005:115).
A partir deste debate, verificamos que existem vrias possibilidades de espaos
para o desenvolvimento de trabalhos educomunicativos. Tendo como ao norteadora a
gerao de ecossistemas educativos mediados por processos de comunicao e pelo uso
de tecnologias de informao, verifica-se como resultado o acesso democrtico s
formas de produo e difuso de informaes, o que promove a expresso comunicativa
da comunidade escolar. Nesse sentido, percebemos que a Educomunicao tem como
ensejo valores como igualdade, liberdade, transparncia e inventividade, tanto nos
processos de recepo como na produo de informaes. Destacamos a importncia e
necessidade de envolvimento e interao entre vrios agentes sociais em prol de umobjetivo maior, a implementao de situaes de ensino-aprendizagem significativas,
processos estes em que os alunos das escolas se percebam sujeitos produtores de
informao.
Atualmente possvel identificar projetos em trs reas: 1) educao para a
comunicao; 2) mediao tecnolgica na educao;3) gesto da comunicao e da
informao pelo uso educativo de tecnologias. A primeira rea baseia-se nos estudos de
recepo, voltando-se para as reflexes em torno da relao entre produtores, meios econsumidores da informao. Ela busca desenvolver programas pedaggicos para a ...
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formao de receptores autnomos e crticos frente aos meios (SOARES, 2005:117,
grifos do autor). Essa abordagem apresenta as tecnologias e linguagens da comunicao
como instrumentos que constroem o pensamento e as formas de dilogo com a
realidade, e, como estruturas indispensveis para a constituio do indivduo, das
comunidades e da cidadania. Ela busca ensinar aos alunos como lidar com conflito,
poder, ideologia, negociao, entre outras condies que envolvem a comunicao.
A segunda rea compreende ... o estudo das mudanas civilizatrias
decorrentes da incidncia das tecnologias no cotidiano das pessoas e grupos sociais,
assim como o uso das tecnologias da informao nos processos educativos (SOARES,
2005:119, grifos do autor). Conforme explica o autor, permite-se ao aluno compreender
os processos globais de apropriao do saber, recebendo e oferecendo informaes
atravs das tecnologias de comunicao e informao disponveis na sociedade. Do
mesmo modo, amplia possibilidades de expresso e de produo cultural, bem como
promove a interatividade e uso dos meios para aquilo que se tem interesse.
A terceira e ltima rea caracterizada ... pelo planejamento, execuo e
realizao de programas e projetos que se articulam no mbito da Comunicao /
Informao / Educao, criando e implementando ecossistemas comunicacionais
(SOARES, 2005:125, grifos do autor). Esses ecossistemas podem ser construdos
intencionalmente a partir da vontade de agentes sociais. Nessa perspectiva, a
Educomunicao institui desde a organizao do ambiente at o conjunto de aes que
caracterizam determinados tipos de ao comunicativa, tudo para provocar a
participao e a criatividade.
O princpio bsico que sustenta a Educomunicao , segundo Soares (op. cit.), a
relao dialgica e problemtica entre comunicao e educao, para permitir a ...
criao de ecossistemas comunicativos abertos e eticamente comprometidos, cuja
finalidade a formao da competncia comunicativa dos cidados (2005:115). Apartir do que nos esclarece a autora podemos considerar que a Educomunicao deva
buscar a criao e o desenvolvimento de canais difusores de informaes e
conhecimento no ambiente escolar, alimentados pelos prprios alunos e professores.
Neste sentido, fundamental desenvolver metodologias no sentido de
aperfeioar prticas de ensino na escola, situando os meios de comunicao como
suportes que favorecem os processos de aprendizagem, um importante trabalho a ser
desenvolvido por educomunicadores. Todavia, Flogi (op. cit.), alerta para o fato de que
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... a Educomunicao deve ser introduzida nos espaos educativos apartir das condies especficas que caracterizam os diferentesambientes, e, especialmente a partir das alianas possveis de seremfeitas entre os agentes sociais que atuam em determinado espaoeducativo (FLOGI, 2005 n.p.).
Desse modo, preciso vislumbrar, principalmente, os benefcios que esse
trabalho pode gerar e no limitar-se aos aspectos tcnicos e estruturais. Cientes de que
as condies tcnicas e estruturais disponveis no educandrio, bem como as relaes
com professores e alunos, que norteariam a viabilidade e realizao de nosso projeto,
configuramos o projeto experimental Educomunicao e prticas jornalsticas, criando
um ecossistema de comunicao na Escola Agostinha Dill, o qual passa a ser detalhado
a partir de agora.
O projeto e a prtica: encontros e desencontros
A Escola Estadual de Ensino Mdio Agostinha Dill est localizada no municpio
de Condormunicpio da Regio Noroeste do Rio Grande do Sul, com pouco mais de
6,5 mil habitantes. Ao final de 2008, o educandrio atendia aproximadamente 700
alunos, desde a educao bsica at o ensino mdio, contando com 38 professores e
funcionrios. A estrutura fsica da escola est instalada sobre uma rea de dois hectares,
contando com 14 salas de aulas dispostas em quatro prdios. Ainda existem laboratrios
de cincias, vdeo e informtica, alm de biblioteca, ginsio poliesportivo, praas de
recreao e refeitrio, entre outras dependncias administrativas. Dentre as atividades
pedaggicas desenvolvidas na escola, destacam-se os trabalhos realizados a partir de
oficinas de artes e projetos extracurriculares de cunho social, envolvendo teatro, danas,
conscientizao ambiental, informativo em jornal local etc.
Antes de desenvolvermos o projeto, soubemos por intermdio de um colega que
alguns discentes buscavam a instalao de uma rdio-escola que funcionasse em
ambiente virtual. Fomos ainda informados de que o informativo semanal da escola era
organizado e produzido por um grupo formado por seis alunos, alguns do ensino mdio
e outros do ensino fundamental. Integrantes desse grupo comearam a demonstrar
interesse em desenvolver capacidades tcnicas para operar os equipamentos
radiofnicos que a escola possua (uma mesa de som acoplada a um computador). O
nmero de integrantes comeou a ficar insuficiente para dar conta da demanda dessesdois canais difusores de informao.
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A partir deste momento e, recorrendo aos pressupostos da Educomunicao,
buscamos desenvolver e realizar o projeto experimental em quatro etapas: 1) elaborar
um plano de atividades5 aps levantamento de informaes sobre recursos que a escola
podia oferecer; 2) realizar oficinas de comunicao e tcnicas jornalsticas para
produo de notcias em rdio, jornal impresso e internet; 3) criar, junto com alunos,
trs canais de comunicao um blog, um jornal-mural e uma rdio-escola para
veicular as notcias e informaes produzidas nas oficinas; 4) produzir um registro
audiovisual das atividades do projeto a fim de socializar as informaes e os resultados
obtidos.
O projeto experimental tinha como objetivo destacar a importncia da
Educomunicao no ambiente escolar, apresentando-a como mtodo que auxilia nos
processos de ensino-aprendizagem e, portanto, na formao de cidados crticos.
Lembramos que, conforme os pressupostos da Educomunicao, na medida em que
podemos compreender as linguagens miditicas e ter acesso aos recursos tecnolgicos
utilizados pela mdia, as probabilidades de nos tornarmos pessoas mais crticas, mais
atuantes na defesa de nossos prprios interesses, aumentam. Buscamos, assim,
desmitificar a produo jornalstica e a sua aplicabilidade, bem como, incentivar o uso
dos meios alternativos para comunicao no ambiente escolar.
Especificamente, buscamos desenvolver na Escola Agostinha Dill uma prtica
que pudesse ser vinculada aos demais mtodos didtico-pedaggicos utilizados no
espao escolar, com a finalidade de contribuir para elevar o nvel de aprendizagem dos
alunos da educao bsica. Para tanto, buscamos envolver alunos de 5 a 8 srie na
realizao do projeto, dividindo-os em trs grupos, os quais que teriam orientaes
sobre tcnicas de captao e produo de informaes em formato de notcias, atravs
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Este plano deveria conter, segundo Consani (2007): 1) Nome do ecossistema escolar de comunicao(definindo tambm a identidade dos veculos que sero trabalhados); 2) Concepo: definio sucinta danatureza e do alcance do que se planeja, bem como a quem, ou ao que destinado; 3) Justificativa:descrio da demanda ou necessidade que se visa atender na escola; 4) Objetivos: devem ser amplos eabrangentes, sendo avaliados no trmino do trabalho. Devem ser qualificados como cumpridos e no
cumpridos. Podem ser gerais (associados ao projeto pedaggico) e especficos (tarefas a seremcumpridas em consonncia como objetivo geral do projeto); 5) Metas: mensurveis, devem ser viveis.Ex. Quantos alunos sero beneficiados, durante quanto tempo, quantas horas de produo radiofnica porsemana etc.; 6) Desenvolvimento: cronograma e descrio das atividades; 7) Recursos materiais:equipamentos; bens consumveis, etc (verificar configuraes possveis e alternativas, bem comopropostas de oramentos - delegar); recursos humanos: equipe de trabalho e organizao, devendo atendera um organograma, em que cada um ter definido suas tarefas; 8) Conselho gestor: definio dosrepresentantes e suas atribuies; 9) Avaliao: no tem necessidade de ser associada a avaliao de
desempenho dos alunos, mas os responsveis pelo projeto podero avaliar se as tarefas foram concludasou no; 10)Registro: forma de documentao das atividades, que iro formar o Memorial do Projeto, comrelatrios escritos, fotos, gravaes, vdeos, depoimentos, etc.
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de oficinas ministradas pelos trs acadmicos do curso de comunicao, participantes e
organizadores do projeto. A tentativa de envolver, preferencialmente, alunos que
apresentassem dificuldade em sala de aula no prosperou, de modo que optamos por
fazer uma pesquisa de campo, visando identificar quem tinha ou no interesse em
participar. Essa pesquisa foi realizada em horrio de aula, durante um turno de trabalho,
no qual puderam ser convidados, aproximadamente, 200 alunos de 5 a 8 sries do
Ensino Fundamental. Destes, mais de 60 demonstraram interesse em participar.
O fato de a escola j possuir um grupo de estudantes envolvidos nos processos
de comunicao nos levou a formar um grupo de apoio que, mais tarde, se tornaria
responsvel pela operacionalizao dos canais a serem criados. Essa equipe de
estudantes auxiliou na definio do nome do ecossistema, bem como na organizao das
atividades de forma mais geral. Para orient-los, realizamos alguns encontros, tarde,
nos quais repassamos as tcnicas para produo de informaes jornalsticas trabalhadas
nas oficinas realizadas pela manh e tcnicas para diagramao das informaes no
jornal-mural e no blog, bem como para a produo e edio de programas sonoros,
utilizando os programas PageMaker, Word, Internet Explorere Sound Forge.
Conforme havamos planejado no oramento e custos do projeto, utilizamos para
realizao das oficinas e implementao dos veculos, os recursos que a escola ofereceu:
laboratrio de informtica com acesso internet, uma sala de aula equipada com
cadeiras e classes, lousa, giz e com espao para aproximadamente 50 alunos, data-show,
caixas de som e microfone, cmera fotogrfica, entre outros materiais de apoio.
A idia de criar e manter, junto com os alunos, trs canais de comunicao um
blog, um jornal-mural e uma rdio-escola em ambiente virtual tinha como objetivo
conquistar novos espaos de comunicao no ambiente escolar, espaos estes criados,
organizados e mantidos pelos prprios estudantes. Quanto periodicidade dos canais,
estes tiveram de ser adequados quando a produo de informaes estruturadas emforma de matrias jornalsticas para os trs meios tornou-se efetiva. Verificamos, no
entanto, que a realidade no dava conta de pretenses, ingenuamente impraticveis,
principalmente para a rdio-escola, que acabou sendo reduzida a trs programas
radiofnicos, com durao de 30 minutos cada, em funo de que acarretaria despesas
extras e devido desistncia por parte dos alunos que ficaram responsveis por
operacionaliz-la. A perspectiva de atualizar o blog semanalmente, tambm no foi
possvel, adequando-se para quinzenal. O jornal-mural foi o nico que manteve aperiodicidade conforme o planejado: resultou em trs edies quinzenais, com 5
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exemplares distribudos em dois corredores, refeitrio, reas de lazer e secretaria.
Buscamos, conforme o planejado, anexar o jornal-mural, em locais de fcil acesso e de
boa visibilidade; onde as pessoas tinham espao suficiente para lerem as notcias, sem
perturbar a movimentao interna ou fazer aglomeraes em locais no indicados.
O mote principal do projeto era a produo jornalstica, em formatos sonoros e
grficos, sendo este ltimo constitudo de texto e imagem fotogrfica. Para tanto,
tcnicas de redao, fotografia, expresso oral, planejamento grfico, entrevistas,
programao musical, estrutura da notcia, entre outras, englobaram as atividades
desenvolvidas durante as oficinas, conforme o planejado no projeto experimental. Para
dar sustentao s tcnicas desenvolvidas, realizamos, constantemente, pesquisas
bibliogrficas. O estmulo pesquisa e produo de informaes a fim de nutrir esses
canais, outro objetivo especfico do projeto, era uma constante nos debates promovidos
durante as oficinas.
Tnhamos, ainda, o desejo de que, aps o trmino do trabalho desenvolvido pelo
grupo acadmico, a escola mantivesse os meios de comunicao criados e
desenvolvidos pelos alunos. Entretanto, a idia de realizar oficinas para os discentes,
visando orient-los tecnicamente para adequar contedos que estivessem sendo vistos
dentro da sala de aula com tcnicas de produo jornalstica, de modo que, mais tarde,
eles pudessem dar continuidade aos trabalhos do projeto, no se efetivou.
Inicialmente, realizamos contatos com os professores que demonstraram
interesse pela proposta, a fim de verificar a viabilidade de implementao do projeto na
escola. Por meio destes contatos foi possvel coletar as informaes sobre condies e
aparatos tcnicos no educandrio, bem como recursos humanos disponveis para
formao de uma equipe capaz de dar conta de atender as necessidades e demandas do
projeto. Conforme havamos planejado, tambm apresentamos o projeto direo,
obtendo aprovao e apoio. Na sequncia, o projeto foi apresentado aos professores, osquais se mostraram muito entusiasmados e tambm nos deram apoio. Aproveitamos a
oportunidade para ressaltar a importncia da Educomunicao no contexto escolar, e, a
partir disso passamos a executar o projeto com a participao dos alunos.
Acreditvamos que todos os envolvidos deveriam ter as mesmas informaes do
projeto, compartilhar os mesmos objetivos etc. Inclusive, entregamos uma cpia do
projeto para a escola, possibilitando que os professores e alunos pudessem consultar o
projeto sempre que necessrio. Todavia, o plano de atividades era a chave principal paraa eficcia do projeto. Embora no projeto constasse a descrio sucinta de itens como
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objetivos, cronograma e atividades, o plano poderia descrever todas as informaes de
forma mais detalhada e especfica. Infelizmente, essa etapa no foi efetivamente
concluda. Chegamos a desenvolver alguns itens durante a execuo do projeto. Junto
com a equipe responsvel pela operacionalizao, conseguimos definir um nome que
identificaria o ecossistema de comunicao que estava sendo construdo atravs do
projeto. Os trs canais e seus membros foram denominados GEADCOM Grupo
Escolar Agostinha Dill de Comunicao. Inclusive, um conjunto de logomarcas foi
criado para identificar o grupo, sendo estas utilizadas no blog e no jornal-mural.
Sabamos, desde o incio que, pela natureza de nosso projeto (essencialmente
institucional e financiado com recursos prprios nossos e da escola) conseguiramos
atingir, no mximo, a comunidade escolar. E, de fato, esse era o pblico que
buscvamos atingir, pois eram os principais destinatrios de nosso projeto.
Surpreendeu-nos a construo de parcerias com veculos de comunicao locais (jornais
e rdios) e empresas que financiaram a divulgao das produes sonoras e do jornal-
mural. A rdio comunitria de Condor contribuiu para a divulgao dos programas
radiofnicos elaborados pelos alunos, rodando-os na ntegra durante sua programao.
Essa foi uma alternativa buscada, tendo em vista que a implementao de uma rdio-
escola em ambiente virtual tornou-se invivel para a escola Agostinha Dill, conforme
mencionamos anteriormente.
Um dos aspectos que no avaliamos foi o atendimento as demandas da escola.
Na poca, ela necessitava de mais recursos humanos para viabilizar a produo e edio
de informaes nos dois canais de comunicao, um que j estava em funcionamento (o
informativo) e outro que estava para ser criado (rdio-escola em ambiente virtual). Se
considerarmos que essa era a principal demanda, no s capacitamos mais alunos para
produzir informaes e manter canais de comunicao na escola, como tambm criamos
e oferecemos outras possibilidades atravs do jornal-mural e do blog.Embora no tenhamos definido metas especficas, conseguimos atingir toda a
comunidade escolar, seja atravs da participao em oficinas, ajudando a alimentar e
manter durante trs meses os canais de comunicao criados; seja atravs de entrevistas
cedidas aos alunos participantes que asseguravam, ao interpelar professores, pais,
funcionrios da escola e outros alunos, o carter jornalstico da informao. Ainda, as
produes foram divulgadas nos canais criados, estando estes disponveis para toda a
comunidade escolar e, no caso do blog, para quem quisesse acessar por meio do site:www.geadcom.wordpress.com. Os pais dos alunos participantes das oficinas tambm
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puderam apreciar o trabalho desenvolvido por seus filhos em nosso ltimo encontro. Foi
realizado um evento de confraternizao para marcar o encerramento do projeto,
momento em que foram entregues certificados aos estudantes que participaram at o
final, como forma de incentivo e reconhecimento.
A principal dificuldade durante a realizao do projeto foi de mobilidade, j que
tnhamos que realizar as oficinas no turno da manh turno inverso ao das aulas e
dependamos de nibus intermunicipal para nos deslocar de Iju a Condor. Por isso,
tivemos que adequar o cronograma, reduzindo o prazo para realizao do projeto para
trs meses. Durante esse perodo fomos todas as semanas para a escola, ao menos uma
vez para desenvolver as oficinas e orientar a operacionalizao dos veculos que
comearam a ser editados, efetivamente, no final do segundo ms do projeto. A
continuidade nesta construo era considerada essencial no estabelecimento de um
vnculo de confiana com professores e estudantes.
Outra dificuldade refere-se organizao de atividades e delegao de tarefas
para a equipe responsvel por operacionalizar os canais. Percebemos, no decorrer das
atividades, que se os estudantes no fossem acompanhados diariamente, logo
demonstrariam interesse por outras atividades, resultando na desistncia do projeto. Ao
final tnhamos um grupo 25 participantes. Avaliamos que este processo ocorreu porque
no conseguimos formar na escola um conselho ou comit gestor para dar sequncia s
atividades e orientar o trabalho que estava sendo realizado. Acreditamos que houve
resistncia por parte dos professores, em funo do ritmo de atividades que estava sendo
desenvolvido na escola e devido carncia de discentes para dar conta dessas outras
atividades.
Ao olharmos novamente para a experincia realizada, podemos considerar que
os objetivos gerais do projeto foram alcanados. Os estudantes que participaram
efetivamente mostraram-se interessados e comprometidos com as idias. Trabalharamintensamente na produo de informaes, o que permitiu criar e desenvolver os trs
canais de comunicao inicialmente propostos. Mas, sobretudo, puderam expressar suas
opinies a respeito da prtica que lhes possibilitou desenvolver vrias atitudes,
habilidades e capacidades, tais como iniciativa, curiosidade, criatividade, interesse pelos
acontecimentos pblicos e locais, interlocuo e interao junto a outras pessoas,
manuseio de programas no computador para pesquisa, para digitao e organizao de
textos, tcnicas fotogrficas, etc. O grupo acadmico registrou todas essas conquistas
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atravs de fotos e imagens audiovisuais durante o projeto e elaborado, ao final do
mesmo, um vdeo-documental de aproximadamente 13 minutos.
Contudo, apesar das prticas desenvolvidas durante o projeto terem se revelado
potencialmente criativas e educativas, estas no puderam ser incorporadas como
mtodos de ensino na escola. Aps o final do projeto, os alunos e professores se
depararam com as restries econmicas do educandrio que podem no potencializar
estas prticas, tendo em vista que se trata de uma escola mantida pelo estado. O jornal-
mural no continuou devido aos custos de impresso e a rdio-escola no foi efetivada,
tambm, em parte, porque a escola teria que adquirir outros equipamentos. O blog foi o
nico canal de comunicao que os alunos mantiveram em funcionamento aps o final
do projeto, todavia, a ltima atualizao foi em dezembro de 2008, prova de que o
trabalho no teve continuidade, pelo menos, no nos moldes do projeto que
desenvolvemos.
Consideraes finais
Muitos profissionais em educao no sabem como a comunicao pode ser
utilizada em sala de aula de forma a agregar no processo de ensino-aprendizagem.
Outros profissionais, com viso conservadora sobre a prtica pedaggica, criam
barreiras para inserir a comunicao e mdias nas aulas. Quando so realizadas
atividades desta natureza, os profissionais da escola limitam-se a analisar os contedos
miditicos, produzindo uma viso errnea do que se prope a mdia, pois a
responsabilizam pelos problemas que acontecem na sociedade, o que resulta no
afastamento e indeferimento da importncia da comunicao social no contexto escolar.
importante destacar, nesta perspectiva, que a Educomunicao ultrapassa a
questo de anlise de contedo da mdia para tratar a comunicao como elementoessencial para apropriao de conhecimento e formao de cidados crticos frente aos
sistemas estabelecidos na sociedade. Dentre as metodologias utilizadas em trabalhos de
Educomunicao, destacamos a utilizao de canais de comunicao no ambiente
escolar, criados e desenvolvidos pelos prprios alunos e professores.
As transformaes que resultam dessa experincia, sem dvida so
enriquecedoras. O cultivo de relaes simtricas e bidirecionais entre educando e
educadores; o compartilhamento de situaes e processos criativos para a construo doconhecimento; a transversalidade do discurso no sentido de se conduzir a um
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pensamento transdisciplinar, o qual libera o fazer educativo dos cnones ritualizados,
das grades curriculares engessadas e de todo um conjunto de procedimentos regimentais
anacrnicos; e, finalmente, a devoluo da centralidade da dimenso afetiva a educao,
utilizando-se para isso a expresso comunicativa atravs da arte, so exemplos de
resultados que podem ser obtidos com a Educomunicao.
Salientamos, contudo, que existe a necessidade de se criarem polticas efetivas
que garantam recursos para que a Educomunicao possa ser praticada na escola. E h,
tambm, necessidade de disseminar os pressupostos de tais prticas. Aprendemos que,
com amplo conhecimento e apoio, projetos de Educomunicao podero vingar e
resultar naquilo que se espera: a formao de pessoas crticas e cidads.
Referncias bibliogrficas
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________. Caminhos da Educomunicao. So Paulo: Salesianas, 2001.