A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE ...
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CENTRO UNIVERSITAacuteRIO UNIFAMETRO
GRADUACcedilAtildeO EM PSICOLOGIA
JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
FORTALEZA
2020
JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado a
disciplina TCC 2 do curso de Graduaccedilatildeo em
Psicologia do Centro Universitaacuterio
UNIFAMETRO como requisito para a nota
Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira
FORTALEZA
2020
L732a Lima Josinete Ferreira de
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da Unidade de Terapia Intensiva
Fortaleza 2020
46 f 30 cm
Monografia ndash Curso de graduaccedilatildeo em Psicologia Fortaleza 2020
Orientaccedilatildeo Profordf Ma Ticiana Siqueira Ferreira
1 Hospital 2 Inserccedilatildeo 3 Psicologia 4 UTI I Tiacutetulo
CDD 1583
JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado
ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do
Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como
requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel
em Psicologia
Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira
Data da Aprovaccedilatildeo ____________________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)
UNIFAMETRO
Dedico este projeto a todos os professores que
me influenciaram na minha trajetoacuteria Em
especial agrave professora Ticiana Siqueira minha
orientadora com quem compartilhei minhas
duacutevidas a respeito do tema E a toda minha
famiacutelia e amigos pelo apoio
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e
acreditar ateacute o fim
A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou
indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai
Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me
deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento
Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos
Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo
As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos
meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada
Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o
senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me
ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel
Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado a
disciplina TCC 2 do curso de Graduaccedilatildeo em
Psicologia do Centro Universitaacuterio
UNIFAMETRO como requisito para a nota
Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira
FORTALEZA
2020
L732a Lima Josinete Ferreira de
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da Unidade de Terapia Intensiva
Fortaleza 2020
46 f 30 cm
Monografia ndash Curso de graduaccedilatildeo em Psicologia Fortaleza 2020
Orientaccedilatildeo Profordf Ma Ticiana Siqueira Ferreira
1 Hospital 2 Inserccedilatildeo 3 Psicologia 4 UTI I Tiacutetulo
CDD 1583
JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado
ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do
Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como
requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel
em Psicologia
Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira
Data da Aprovaccedilatildeo ____________________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)
UNIFAMETRO
Dedico este projeto a todos os professores que
me influenciaram na minha trajetoacuteria Em
especial agrave professora Ticiana Siqueira minha
orientadora com quem compartilhei minhas
duacutevidas a respeito do tema E a toda minha
famiacutelia e amigos pelo apoio
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e
acreditar ateacute o fim
A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou
indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai
Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me
deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento
Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos
Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo
As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos
meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada
Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o
senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me
ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel
Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
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Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos
familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade
de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009
L732a Lima Josinete Ferreira de
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da Unidade de Terapia Intensiva
Fortaleza 2020
46 f 30 cm
Monografia ndash Curso de graduaccedilatildeo em Psicologia Fortaleza 2020
Orientaccedilatildeo Profordf Ma Ticiana Siqueira Ferreira
1 Hospital 2 Inserccedilatildeo 3 Psicologia 4 UTI I Tiacutetulo
CDD 1583
JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado
ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do
Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como
requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel
em Psicologia
Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira
Data da Aprovaccedilatildeo ____________________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)
UNIFAMETRO
Dedico este projeto a todos os professores que
me influenciaram na minha trajetoacuteria Em
especial agrave professora Ticiana Siqueira minha
orientadora com quem compartilhei minhas
duacutevidas a respeito do tema E a toda minha
famiacutelia e amigos pelo apoio
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e
acreditar ateacute o fim
A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou
indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai
Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me
deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento
Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos
Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo
As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos
meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada
Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o
senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me
ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel
Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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JOSINETE FERREIRA DE LIMA
A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado
ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do
Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como
requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel
em Psicologia
Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira
Data da Aprovaccedilatildeo ____________________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)
UNIFAMETRO
____________________________________________
Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)
UNIFAMETRO
Dedico este projeto a todos os professores que
me influenciaram na minha trajetoacuteria Em
especial agrave professora Ticiana Siqueira minha
orientadora com quem compartilhei minhas
duacutevidas a respeito do tema E a toda minha
famiacutelia e amigos pelo apoio
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e
acreditar ateacute o fim
A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou
indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai
Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me
deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento
Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos
Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo
As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos
meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada
Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o
senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me
ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel
Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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Dedico este projeto a todos os professores que
me influenciaram na minha trajetoacuteria Em
especial agrave professora Ticiana Siqueira minha
orientadora com quem compartilhei minhas
duacutevidas a respeito do tema E a toda minha
famiacutelia e amigos pelo apoio
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e
acreditar ateacute o fim
A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou
indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai
Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me
deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento
Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos
Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo
As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos
meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada
Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o
senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me
ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel
Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009
AGRADECIMENTOS
A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e
acreditar ateacute o fim
A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou
indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai
Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me
deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento
Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos
Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo
As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos
meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada
Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o
senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me
ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel
Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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Se nossos pensamentos forem limpos e claros
estaremos melhor preparados para alcanccedilar
nossos objetivos
Aaron Beck
RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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RESUMO
A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos
profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo
vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse
contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura
cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas
unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura
de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do
conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS
LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis
integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada
apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a
escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram
quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com
os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o
psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de
resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e
orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto
Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI
ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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ABSTRACT
Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health
professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been
advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the
objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the
interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care
units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and
qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject
under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were
adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10
years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and
exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected
The results showed four basic objectives according to the theme under study which were
Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and
Psychologist intervention with patients and family members However the work of
psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard
to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a
fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore
the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the
aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and
guidance that are related to this context
Keywords Hospital Insertion Psychology UTI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15) 23
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema
em estudo26
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27
Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
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Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
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2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
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3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
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Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
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De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
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paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
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relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
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Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
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e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
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4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
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com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
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Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO10
2 OBJETIVOS12
21 Geral12
22 Especiacuteficos12
3 REVISAtildeO DE LITERATURA13
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18
4 METODOLOGIA20
41 Tipo de Pesquisa20
42 Coleta de Dados21
43 Anaacutelise dos Dados22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26
51 Dados Gerais26
52 Dos Objetivos30
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30
522 Psicologia hospitalar31
523 Psicoacutelogos em UTIs32
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33
53 Dos Resultados35
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39
REFEREcircNCIAS41
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das
pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem
pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste
desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova
particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta
da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em
1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os
atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA
ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo
142000 (COSTA et al 2009)
A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas
de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos
organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar
a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as
contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse
procedimento de adoecimento
Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica
desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender
as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)
psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes
trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o
indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)
Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de
humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes
multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua
dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura
resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na
intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)
11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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11
Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o
elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo
do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o
enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado
mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se
envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias
emocionais desse processo
Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser
amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na
iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees
psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro
centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os
aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua
famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)
Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias
emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas
(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos
profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e
recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade
Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a
atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia
intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no
tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa
que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para
fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de
morte
12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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12
2 OBJETIVOS
21 Geral
Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do
Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva
22 Especiacuteficos
- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma
consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva
- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva
- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva
13
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo
diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira
UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam
muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia
iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo
diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado
e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se
por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho
estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade
resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca
pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)
De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os
pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da
situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em
recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais
Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais
norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os
pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)
No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de
doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila
meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como
por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos
novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial
atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e
cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido
em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de
uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico
(DIKSTEIN et al 2012 p 1)
14
Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia
Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos
cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo
sobreviveriam as vaacuterias enfermidades
De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade
dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento
intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias
necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente
do prognoacutestico do paciente
Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em
seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre
Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo
das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)
Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui
ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a
manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos
especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR
2012 p12)
Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees
fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de
pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento
Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a
ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional
especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao
diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo
Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe
multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo
socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos
fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada
profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo
terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)
15
De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em
um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte
emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes
com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo
(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse
sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que
eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados
especializadosrdquo
Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente
onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia
Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et
al 2018)
O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento
restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de
procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina
afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A
apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar
estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente
(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)
32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva
O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas
funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre
paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e
informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e
seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da
situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e
adoecimento
A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi
regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo
de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de
um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que
opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao
16
paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua
estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando
seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais
diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de
maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o
paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a
elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias
Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas
fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado
informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato
do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a
apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar
qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a
equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso
ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)
No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal
o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e
gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de
taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas
necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de
solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o
paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado
do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees
Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a
adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as
variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para
lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da
equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no
processo de internaccedilatildeo e adoecimento
O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as
rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos
seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido
agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais
17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
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17
relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar
o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e
compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo
(SANTOS et al 2011)
Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico
que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da
internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma
expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do
processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de
comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a
sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva
(GUSMAtildeO 2012)
Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua
recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel
de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do
impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do
membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve
promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila
medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos
familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do
paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA
MENDES 2013)
A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia
Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber
psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais
sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia
Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios
bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo
estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares
Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre
pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia
auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de
receber e transmitir informaccedilotildees aos demais
18
Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande
envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento
anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias
ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do
trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional
nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter
ocupacionais (SILVA 2010)
33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva
Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a
provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa
adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um
estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio
sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova
condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo
em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e
emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de
ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos
bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento
desamparo
Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados
durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e
perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade
aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando
ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro
psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo
racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de
fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a
pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste
modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a
dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave
perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia
19
e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e
espaccedilo
Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos
e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al
2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que
seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar
reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade
dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO
MARCO 2008)
Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente
encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo
Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em
UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade
medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do
tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito
Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica
tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que
abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse
contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por
contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente
perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte
para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um
sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ
GUILHARDI 2001)
20
4 METODOLOGIA
41 Tipo de Pesquisa
Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para
alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise
de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo
de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado
Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de
obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por
meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive
discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees
Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo
utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas
(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo
1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de
questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no
ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem
como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico
2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos
criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados
3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios
claros norteados por instrumentos
4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi
realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo
atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada
5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi
realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores
referenciais sobre o tema em estudo
Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme
Gerhardt e Silveira (2009 p 35)
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande
maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas
21
com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)
anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo
Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio
Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a
formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas
pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita
ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o
fenocircmeno
Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa
Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que
Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um
viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo
pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de
significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso
de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu
significado satildeo os focos principais de abordagem
Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram
este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo
preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa
apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento
Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as
investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo
42 Coleta de Dados
A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos
utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de
obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e
Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo
informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees
22
Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento
em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia
intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo
ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo
e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo
Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente
publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico
publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10
anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou
conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos
43 Anaacutelise de Dados
A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios
de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma
das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados
os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados
tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo
pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica
(PRODANOV FREITAS 2013)
De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e
ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos
selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al
(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser
constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um
instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o
descobrimento do novo
Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees
formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos
com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos
desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do
23
ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas
pelo psicoacutelogo dentro da UTI
Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and
UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e
SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de
inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas
exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)
Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com
dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista
Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de
Publicaccedilatildeo (n=15)
Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista
1 Gazotti e Cury 2019
Vivecircncias de Psicoacutelogos como
Integrantes de Equipes
Multidisciplinares em Hospital
Estud pesqui psicol
2 Vieira e Waischung 2018
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva a
atenccedilatildeo prestada ao paciente
familiares e equipe uma revisatildeo da
literatura
Rev SBPH
3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de
Atendimento em Psicologia
Hospitalar e Cuidados Paliativos
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees
sobre a inserccedilatildeo profissional no
acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica
profissional
Trends Psychol
5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma
Unidade de Tratamento Intensivo
Psicol ciecircnc prof
6 Azevecircdo e Crepaldi 2016
A Psicologia no hospital geral
aspectos histoacutericos conceituais e
praacuteticos
Estudos de Psicologia
(Campinas)
7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital
Geral um Estudo sobre a Atividade e
a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar
no Brasil
Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo
8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de
profissionais em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal
Estudos de Psicologia
(Campinas)
9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI
Neonatal uma experiecircncia para
contar
Psicologia infantil
10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e
nas maternidades do estado de
Sergipe
Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva
11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia
Hospitalar para familiares de
pacientes hospitalizados em Unidade
de Terapia Intensiva
Rev SBPH
24
Fonte Dados da Pesquisa
Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os
tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia
hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e
familiares
No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010
a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010
2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram
encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020
Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram
publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia
Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista
Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista
da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia
Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de
Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e
Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01
da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista
Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de
Psicologia
No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-
se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees
12 Santos Almeida e Rocha Jr
2012
A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Psicologia Cadernos de
Graduaccedilatildeo
13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais
da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo
Psicol estud
14 Baltazar Gomes e Cardoso
2010
Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade
neonatal rotinas e protocolos para
uma praacutetica humanizada
Rev SBPH
15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do
psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de
literatura
Rev SBPH
25
Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees
A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo
dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da
literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em
alinhamento com os objetivos do trabalho
26
5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
51 Dados Gerais
Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em
objetivos e resultados
Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos
1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs
e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de
artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias
destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para
cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que
abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi
contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na
tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo
(n=15)
Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em
estudo Eixos N Autores
1) Psicoacutelogos em equipes
multidisciplinares
4 Gazotti e Cury 2019
Schneider e Moreira 2017
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Silva 2010
2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019
Vieira e Waischung 2018
Langaro 2017
Schneider e Moreira 2017
Azevecircdo e Crepaldi 2016
Coppus e Netto 2016
Almeida e Malagris 2015
Santos e Vieira 2012
Moreira Martins e Castro 2012
Avellar 2011
3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Coppus e Netto 2016
Roseiro e Paula 2015
Campos 2014
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Baltazar Gomes e Cardoso 2010
Silva 2010
4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na
UTI com pacientes e familiares
4 Vieira e Waischung 2018
Schneider e Moreira 2017
Moreira Martins e Castro 2012
Santos Almeida e Rocha Jr 2012
Fonte Dados da pesquisa
27
Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as
quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que
corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os
selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos
seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e
os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI
com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de
acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos
apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)
Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira
Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)
Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores
Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores
Nordm Objetivos
1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes
multidisciplinares em hospitais
2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes
de UTIs
3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar
de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em
cuidados paliativos
4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais
puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees
psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de
intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias
na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste
campo
5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no
hospital
6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados
Unidos da Ameacuterica e no Brasil
7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades
em instituiccedilotildees hospitalares nacionais
8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia
Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo
9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal
10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo
daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe
28
11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para
os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que
a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo
12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este
inserido dentro de unidades hospitalares
13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da
Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e
discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais
14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e
Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento
15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI
especialmente do psicoacutelogo
Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores
Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados
Nordm Principais Resultados
1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes
dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio
da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional
e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom
funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo
em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe
2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de
fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo
deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz
de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias
3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo
paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e
consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto
antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia
permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o
enfrentamento da perda e vivecircncia do luto
4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as
especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais
A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto
no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e
intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando
a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea
5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um
consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse
trabalho
6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a
adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como
prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede
7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os
profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns
avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes
8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a
importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-
29
nascido
9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-
filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees
de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte
10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos
pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados
nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte
principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico
11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo
ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim
os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar
a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a
necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital
12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos
aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na
subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional
cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente
perante o momento em que ele se encontra hospitalizado
13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda
predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar
disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas
de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo
integral agrave sauacutede
14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e
auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus
conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute
implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc
15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional
(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees
significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave
sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais
do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva
Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente
citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares
perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental
no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo
ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na
capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas
da praacutetica profissional
Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo
e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e
tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar
A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve
que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos
das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo
como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e
30
educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado
(CAMPOS 1995)
52 Dos Objetivos
521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares
No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo
exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o
seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito
da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da
psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as
accedilotildees que lhe competem
Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe
multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a
aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre
o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do
tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo
Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe
multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser
biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa
equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente
interno em hospitais
Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees
estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de
trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e
submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros
fatores
Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia
do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais
que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho
mais eficaz e eficiente
31
522 Psicologia hospitalar
Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a
psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute
considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo
iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o
paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila
Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute
extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em
sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar
individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes
que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento
Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em
psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da
vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos
indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com
o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p
1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave
qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se
restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos
hospitalares
Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em
um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees
como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao
ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte
Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de
adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris
(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da
intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -
familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do
fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas
exacerbadas
32
Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o
encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito
doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua
reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia
entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada
na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua
doenccedila
Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em
seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do
ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada
no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua
inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber
dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo
entre equipe de sauacutede e doente
Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a
sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo
e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em
hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito
dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais
523 Psicoacutelogos em UTIs
A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e
Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo
humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave
individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute
Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte
psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de
transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e
da internaccedilatildeo na UTI
Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita
para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de
significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos
que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto
33
Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir
de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o
desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave
famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a
atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios
pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida
e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que
variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando
veem os bons resultados
Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da
equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar
uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e
fortalecendo viacutenculos de confianccedila
Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do
psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que
modificam e comprometem significativamente o estado do paciente
Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do
psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e
participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a
pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs
Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em
UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate
da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico
para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e
pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste
emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo
ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede
524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares
No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e
Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto
34
com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de
perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos
atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute
uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o
restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho
terapecircutico
Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees
psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre
em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)
afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas
condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e
fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto
eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em
um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente
Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do
psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos
que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com
medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento
Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem
ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo
destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo
pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles
natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que
o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional
ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de
atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras
doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica
do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento
problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento
emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de
crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar
Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de
adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e
35
sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo
comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)
53 Dos Resultados
Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados
elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores
estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave
equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais
apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir
com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel
com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir
de forma negativa em sua estrutura emocional
Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de
equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos
de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas
e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as
afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem
como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se
reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila
As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla
aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das
ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede
No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis
de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local
estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo
procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por
uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do
desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar
internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e
familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um
maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar
considerando a alta demanda
36
Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos
psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional
averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos
hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio
Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave
atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que
faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre
sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de
Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em
vez de ter um profissional designado para determinado setor
Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo
do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas
aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe
multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais
adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo
no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar
Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao
estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva
neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no
dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do
trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede
54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura
Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o
trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na
maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira
(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira
(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar
Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de
Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante
atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus
filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que
37
seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da
UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees
As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em
unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos
seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque
psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta
destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o
entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as
manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da
atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas
particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as
relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela
relacionados
Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa
intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura
que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado
tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da
morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e
escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a
regulaccedilatildeo das emoccedilotildees
Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades
de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois
lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe
processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e
outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do
psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do
estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais
Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce
uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este
profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o
estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo
Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a
famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)
38
Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e
Santos Almeida e Rocha Jr (2012)
No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos
histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo
constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas
identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito
reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes
demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a
comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da
famiacutelia
Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a
iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com
os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que
esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os
familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um
mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom
andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo
tambeacutem atenda a equipe
Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da
autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela
desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do
psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta
especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o
bem-estar dos familiares
Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e
valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua
atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de
terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por
apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI
39
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo
hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve
inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese
destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI
resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa
humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal
Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de
acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a
solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito
uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar
o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode
prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a
sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem
relacionados a este contexto
Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a
realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que
identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas
em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal
identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a
capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas
relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares
Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do
paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das
atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel
de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com
conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais
profissionais de sauacutede
Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para
a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte
colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo
por parte do psicoacutelogo
40
Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os
estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos
pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a
psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem
perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por
parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e
educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes
e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem
permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em
todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a
hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar
apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado
Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas
praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos
de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais
categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico
41
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