4º Encontro Nacional da Pascom 2º Sem. Nac. Jovens Comunicadores
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Elson Faxina – 2014 / CNBB
4º Encontro Nacional da Pascom2º Sem. Nac. Jovens Comunicadores
Tema:
Comunicação e mudanças socioculturais provocadas pelas tecnologias digitais
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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- Pe. Spadaro: Internet não existe; existem as pessoas
- Do conteúdo às pessoas- As pessoas são nosso público-alvo- Não mais público receptor, mas protagonista,
autor
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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- As pessoas estão imersas em uma cultura- Cultura é resultado do nosso estar-juntos- É a aura que define o nosso imaginário- Nosso estar-juntos é alterado pelas
tecnologias
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• Vivemos sempre em uma configuração cultural, que cria repertórios próprios de conduta, regulados por repertórios de normas e sustentados por um conjunto de valores que os legitimam e os tornam compreensíveis, mas também por um conjunto de práticas legitimadas e institucionalizadas (CORTINA, 2005).
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A sociedade em tribos• McLuhan* e os três estágios da Humanidade.
1º Tribalização
2º Destribalização
3º Retribalização• Sociedade Midiatizada• Sociedade Tecnomidiatizada
* MCLUHAN, M. Guerra e Paz na Aldeia Global. Rio de Janeiro: Record, 1971.
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1º MUNDO TRIBALIZADO• A presencialidade = imagem como referente. • Os ensinamentos se davam a partir de
instituições modeladoras da sociedade: Família, Religião, Comunidade rural, Escola Mas também Feira, Praça pública, Taverna...
• Característica: profundo ensinamento dos clássicos da Antiguidade e a cosmovisão de um modo de vida emanado de uma compreensão do Sagrado (Deus).
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• A aura desse tempo é Deus. • O Processo de cognição, de absorção do
conhecimento é o emocional e o empático.
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2º MUNDO DESTRIBALIZADO• A prensa de Gutenberg (mas também as
demais tecnologias: navegações, trens, etc.), marca o 2º estágio da Humanidade: o tempo da Destribalização.
• Responsáveis pela multiplicação de informações, logo, do conhecimento.
• Descentra o controle do conhecimento pelas grandes instituições.
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• Possibilitada a um número incontável de pessoas, a leitura estimula o desenvolvimento do indivíduo e o exercício do pensamento livre.
• O mundo passa do conhecimento das “tribos” (família, religião, comunidade...) para o conhecimento do indivíduo, ou por uma espécie de simbiose entre ambos.
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• O indivíduo ganha autonomia e as instituições seculares começam a entrar em crise.
• Passamos a outra era, classificada mais tarde como o Iluminismo, levando a grandes reformas nas estruturas sociais, políticas e, até, religiosas.
• A consolidação de novas igrejas cristãs surge a partir desse momento histórico.
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• É o período da razão, da lógica, do pensamento linear.
• A imagem presencial e o conhecimento tribal perdem força, para dar lugar ao conhecimento individual, ao discurso linear, à lógica textual, ao questionamento, a novas possibilidades de pensamentos, a novas explicações para o universo, para o mundo, para a vida. A ciência floresce.
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• Um dos grandes marcos: a Revolução Francesa, que define como insígnia de luta e organização social o tripé: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
• É o apogeu da razão. • O Processo de cognição é a razão.
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• Nietzsche e a “morte” de Deus: “Que ritos expiatórios, que jogos sagrados teremos que inventar para suprir tal ausência? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para ao menos parecer dignos dele?”
• Era o ruir da grande narrativa: Deus como explicação para o mundo, a existência, a vida, as coisas.
• Qual será a nova grande narrativa, a explicação totalizante?
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3º MUNDO RETRIBALIZADO• Com os meios de comunicação de massa
elétricos e eletrônicos (rádio, cinema e televisão) surge o terceiro estágio da Humanidade: Retribalização.
• Acontece a recuperação da imagem, agora não mais presencial, mas mediada pelos suportes tecnológicos.
• A imagem referencial se transforma em representação e auto-referente.
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• Aqui, quase todos os seres humanos parecem estar ao alcance de todos, em qualquer momento e em qualquer lugar: Aldeia Global (McLuhan).
• Não é um retorno à tribalização, mas um novo processo social de convivência e aquisição de conhecimento.
• O Processo de cognição “volta” a ser o emocional e o empático.
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4º SOCIEDADE MIDIATIZADA• A informação, o conhecimento chega às
pessoas e ganha legitimidade pela mídia.• Há uma espécie de extensão do ser humano
com e na máquina (McLuhan). Com o rádio, o cinema e a televisão a voz e a imagem passam a dar volta ao mundo.
• Mas não é o mundo que vem a mim, sou eu que ‘viajo’ o mundo.
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• O avanço das mídias instaura o poder central da imagem, da forma e, segundo Maffesoli, surge a epifania da aparência.
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Todos os domínios da vida social, mesmo os reputados sérios, são “contaminados” pelo jogo das formas. Isso é demonstrado na produção das ideias, na vida religiosa, até mesmo na política. Em cada um desses casos, o 'produto’ em questão só é aceito quando é posto em forma, quando sabe aparecer, quando nos empenhamos em embelezá-lo, em pô-lo em imagem, em suma, quando nos dedicamos a epifanizar sua aparência. (MAFFESOLI)
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• Formamos comunidades, participamos de uma “tribo”, acumulamos informações, apreendemos mundos e aprendemos a manejar a vida a partir do processo da empatia que temos com este ou aquele personagem, com este ou aquele grupo.
• O que nos vincula não são mais os ideais de vida, são as proximidades empáticas - por isso mesmo, efêmeras e mutantes -, possibilitadas pelas imagens oferecidas pela mídia.
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• Retomamos o processo de empatia na compreensão da vida, das coisas, do mundo, por meio da imagem.
• Ou melhor, da dupla imagem: a física e a virtual– (artigo do Luiz Fernando Verissimo)
• Eis o diapasão que instaura a crise da razão, para dar retorno à emoção e a empatia.
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• Como antes, passamos a viver proximidades empáticas sobre as quais desenhamos nossos sonhos, nosso devir, nos heróis, nos vencedores.
• Passamos a ser pautados por imagens que circulam, de forma transversal, entre os meios de comunicação e nos impõem modelos de vida, de condutas, comportamentos, padrões de se viver, modos de ser e de pensar.
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5º SOCIEDADE TECNOMIDIATIZADA• O surgimento da internet e das consequentes
mídias sociais vem ampliar a sociedade “retribalizada” e “midiatizada” e instaurar o 5º estágio da Humanidade: a Tecnomidiatização.
• A tecnologia não me representa, ela me leva: antes eu viajava o mundo virtualmente, agora viajo “fisicamente” pelas redes sociais
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• É a potencialização das mídias, mas agora com a recuperação também da presencialidade e da proximidade.
• Uma proximidade que dá um certo poder de ubiquidade, mas:– Garante o anonimato – Estimula o espírito de turba.
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• Amplia à exaustão o volume de informações, não necessariamente críveis
• É o sangrar da ética
(Gazeta do Povo)
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• As tecnologias digitais reconfiguraram a comunicação. Extinguiu as esferas do emissor/receptor e criou o “Comunicar é conectar-se”.
• Fez surgir fenômenos comunicacionais efêmeros:– A banda mais bonita da cidade– Marco veio– Outros
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Mudanças culturais• Sente-se cidadão se estiver conectado• Pensa-se com as mãos e com o corpo.
Aprende-se fazendo.• Pensa-se mais com o coração e menos com a
cabeça.• Cria-se vínculos pela paixão, e não pela
obrigação• Pluralizam-se as comunidades por afinidades
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Críticas possíveis• A efemeridade técnica parece levar à
efemeridade de valores• A busca pela felicidade imediata, ainda que
passageira• Uma sociedade consumista, ensimesmada• Pouco afeita ao aprofundamento dos temas, à
reflexão, à contemplação• Que se acha informada
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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Surge um “novo” ser humano- Não quer ser massa, mas indivíduo- Não quer ser número, mas protagonista
- Desenraizado, em busca de pertença
- Afeito ao “novo” e às explicações simplificadas de tudo
- Avesso à obrigação, participa por paixão
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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A ética destes tempos democráticos é mais ‘indolor’, alérgica aos deveres, às obrigações e aos sacrifícios; uma ética que só se coloca em marcha pela espontânea vontade dos sujeitos (LIPOVETSKY).
- Não quer ser representado, mas representar-se- Carente de sentido de vida. Carente de Deus
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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• As redes sociais são hoje o espaço de uma infinidade de novas comunidades que vão sendo criadas e recriadas e precisamos estar ali para fazer a diferença.
• São o grande espaço que se abre hoje para a sociedade se comunicar de fato.
• A qualidade dessa comunicação vai depender de nós.
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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• Precisamos estar ali para chegar a novos públicos, para falar com o mundo e não só com os católicos
• Não se trata de mudar o conteúdo, mas mudar a forma, a roupagem, em pôr esse conteúdo em “forma” para que ele “apareça”
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO
Retomar a diferença entre:• ter medo de Deus e temer a Deus, apaixonar-se
por Deus. • impor a fé e propor a fé• propagar a fé e viver a fé• divulgar o Evangelho e testemunhar o
Evangelho
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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1º DESAFIO PARA O COMUNICADOR:
Ajudar nossa Igreja a criar novas comunidades, a incorporar essas novas tecnologias que pluralizaram infinitamente as maneiras de se criar e viver comunidade.
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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• Estar nas redes sociais: capacitar as lideranças de Igreja nessas novas tecnologias
• Aproveitar essas tecnologias para oxigenar nossas comunidades, desenvolver novos espaços de convivência.
• Que comunidades novas podem ser criadas para reunir ou dinamizar a vida eclesial das pastorais, movimentos, serviços...?
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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2º DESAFIO PARA O COMUNICADOR
Fazer comunicação com e não para esta sociedade
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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O que queremos com a comunicação que fazemos?
• Nosso papel de comunicadores cristãos não é fazer boletins, produzir e veicular notícias e reportagens, fazer um belo programa de rádio ou de TV...
• Nosso papel é construir uma nova sociedade.• E só construímos uma nova sociedade se
dialogarmos com ela.
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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• Como podemos usar essas novas tecnologias para construir ou ampliar esse diálogo?
• Como incorporar as redes sociais nesse processo?
• Como agir nas redes sociais?• Como aproveitar as redes sociais para agrupar
as pessoas em torno de causas humanas, de compromissos sociais de cidadania, como nos ensinou Jesus Cristo?
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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• A sociedade atual nos pede: “não me diga, mostre-me; não me fale, dê-me exemplos”.
• Precisamos entender as narrativas bíblicas. É o conjunto de livros que mais têm imagens no mundo, sem ter uma única fotografia.
• Precisamos reaprender a comunicar por imagens e menos por discursos laudatórios.
Elson Faxina – 2014 / CNBB
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• E O VERBO SE FEZ CARNE (João)• Nós conseguimos fazer o contrário: transformar
a carne em verbo.• Precisamos descomplicar a comunicação
(o exemplo do Papa Francisco)• As tecnologias digitais não é o lugar do verbo, é
o da carne• Precisamos transformar a carne em carne, para
que a carne explique por si só o verbo.