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Semanário diocesano www.jornalpresente.pt | Diretor: P. Jorge M. Faria Guarda | Ano LXXXII • nº 4190 • P60 • 17 DE JULHO DE 2014 • 0,50€ Festa da Catedral enriquecida com a instituição de leitor e de acólito A solenidade da dedicação da Catedral de Leiria, presidida pelo Bispo diocesano, no passado dia 13 de julho, integrou a instituição de ministérios a dois seminaristas. A esse propósito, abordamos o tema da vocação sacerdotal, em conversa com os instituídos e seus familiares e párocos, passando ainda em revista a realidade atual do Seminário e Pré-Seminário da Diocese. | Pág. 3, 4 e 5 Entrevista a Teresa Brites - Uma vida dedicada à catequese | Pág. 7 “Vim para o lugar que Deus queria para mim” Na Bajouca | Pág. 6 Encontro vicarial reúne 40 acólitos Nas Pedreiras | Pág. 6 Paróquia comemora 90.º aniversário Tomadas de posse | Última Início de missão dos nomeados para serviços eclesiais Novo diretor do jornal PRESENTE Onde Sopra o Espírito | Pág. 8 e 9 Corpo Nacional de Escutas Região de Leiria-Fátima Baden-Powell fundou o Escutismo em 1907 e rapidamente o movimento se alastrou pelo mundo. A Associação dos Escoteiros de Portugal é fundada em 1913 e, 10 anos depois, surge o Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português, em Braga. Em 1925, surge o primeiro agrupamento em Leiria e, com altos e baixos ao longo da história, a Junta Regional de Leiria-Fátima aparece hoje como uma das maiores estruturas de mobilização juvenil, com mais de 2.600 escuteiros espalhados pelos 24 agrupamentos existentes. É sobre este movimento que falamos nesta edição, com notícia da recente eleição da Junta Regional, um resumo histórico do CNE de Leiria e entrevistas ao assistente e ao chefe regionais. DCA Agrupamento da Sé (anos 70)

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Semanário diocesano www.jornalpresente.pt | Diretor: P. Jorge M. Faria Guarda | Ano LXXXII • nº 4190 • P60 • 17 de Julho de 2014 • 0,50€

Festa da Catedral enriquecida com a instituição de leitor e de acólitoA solenidade da dedicação da Catedral de Leiria, presidida pelo Bispo diocesano, no passado dia 13 de julho, integrou a instituição de ministérios a dois seminaristas. A esse propósito, abordamos o tema da vocação sacerdotal, em conversa com os instituídos e seus familiares e párocos, passando ainda em revista a realidade atual do Seminário e Pré-Seminário da Diocese. | Pág. 3, 4 e 5

Entrevista a Teresa Brites- Uma vida dedicadaà catequese | Pág. 7

“Vim para o lugar que deus queria para mim”

Na Bajouca | Pág. 6

encontro vicarialreúne 40 acólitos

Nas Pedreiras | Pág. 6

Paróquia comemora90.º aniversário

Tomadas de posse | Última

• Início de missão dos nomeados para serviços eclesiais

• Novo diretor do jornal

PReSeNTe

Onde Sopra o Espírito | Pág. 8 e 9

Corpo Nacional de escutasRegião de leiria-FátimaBaden-Powell fundou o Escutismo em 1907 e rapidamente o movimento se alastrou pelo mundo. A Associação dos Escoteiros de Portugal é fundada em 1913 e, 10 anos depois, surge o Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português, em Braga. Em 1925, surge o primeiro agrupamento em Leiria e, com altos e baixos ao longo da história, a Junta Regional de Leiria-Fátima aparece hoje como uma das maiores estruturas de mobilização juvenil, com mais de 2.600 escuteiros espalhados pelos 24 agrupamentos existentes. É sobre este movimento que falamos nesta edição, com notícia da recente eleição da Junta Regional, um resumo histórico do CNE de Leiria e entrevistas ao assistente e ao chefe regionais.

DCA

Agrupamento da Sé (anos 70)

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PAINEL Qual o papel dos pais na vocação dos filhos?

PERGUNTA DA SEMANA Como posso saber com certeza que deus é real?

A dificuldade não está na respos-ta, mas na pergunta, já que uma per-gunta formulada assim pode ter uma enorme variedade de respostas: bas-taria pensarmos na extrema polisse-mia das palavras utilizadas.

Depois, quem pergunta é crente ou não?

Partindo do princípio que é crente, a minha resposta é assim:

Deus, para nós, não é um nome: designa Alguém, um ser pessoal e eterno – se não fosse eterno, não seria deus – origem e fim de todas as coi-sas, que fez por amor.

Perguntar se este Alguém é real, é encerrar-se no âmbito filosófico, cien-tífico, que tem as suas vias, legítimas e eficazes, nesse âmbito, mas que não interessam ao crente, senão como ins-trumentos do diálogo da fé com a cul-tura. Deus não é real: é a realidade ab-soluta, que constantemente Se nos oferece como o Outro da nossa ânsia de comunhão.

P. Augusto Pascoal

PRESENTE LEIRIA-FÁTIMA – Semanário Diocesano; Registo na ERC: 102262; Diretor: Jorge Manuel Faria Guarda [[email protected]]; Diretor-Adjunto: Luís Miguel Ferraz (CP 5023); Redação [[email protected]]: Ana Vala (CP 8867), Diogo Carvalho Alves (TP 1990), Joaquim Santos (CP 7731); Projeto gráfico: Paulo Adriano; Paginação (nesta edição): Luís Miguel Ferraz; Publicidade e Assinaturas: 09h00-13h00 e 14h00-18h00; Tel. +351 244 821 100 • Email: [email protected]; Propriedade e editor: Fundação Signis • Diretor: Vitor Coutinho • 100% do Capital: Diocese de Leiria-Fátima; NIF 510504639; Sede da Redação/Editor: R. Joaquim Ribeiro Carvalho, n.º 60, Semi-nário Diocesano, 2414-011 Leiria; Impressão e expedição: Empresa do Diário do Minho, Lda • Braga • Tel. 253303170 • Fax 253303171; Depósito Legal: 1672/83; Periodicidade: Semanário; sai à quinta-feira; Tiragem desta edição: 4.500 exemplares; ISSN 2183-0347.

ficha técnica

Caso tenha alguma dúvida sobre a fé e a vida cristã, não hesite em

enviar a sua questão [email protected]

ou em facebook.com/jornalpresente

Maria do Carmo MarquesParóquia de Santa Eufémia

A família tem um papel muito importante em todas as vertentes relacionadas com os filhos. Relativamente à vocação dos filhos é impor-tante que a família os vá despertando ao lon-go da sua vida, não só para as sua aptidões profissionais mas também para os valores

morais e espirituais. Sendo a vocação uma escolha dos filhos, a família deverá transmitir-lhe e servir de apoio na descoberta da mesma, aconselhando, propondo, sugerindo, etc., e nunca im-pondo, responsabilizando e despertando para a importância da sua escolha, na sua vida.

Célia MarquesParóquia das Cortes

A família é a base de tudo, tudo o que fa-zemos, tudo o que somos se reflete no com-portamento dos nossos filhos. Se transmi-tirmos tranquilidade, responsabilidade e principalmente amor eles vão-se sentir mui-

to mais positivos, amados e felizes e isso é a base para os nossos filhos se sentirem mais seguros e seguirem um caminho melhor. Seguramente que cada criança é única e especial, mas não deve-mos descurar de uma boa educação! E os filhos serão sempre o reflexo dos pais. A família é a base de tudo!

Rui SantosParóquia do Arrabal

Os pais desempenham sempre um pa-pel importante na orientação vocacional dos filhos. Cedo nos apercebemos, que os nossos filhos tentam definir um proje-to de vida muito antes de objetivamente o discutirmos com eles. No momento em

que surge aquela frase - “Não sei o que é que vou ser quando for grande, mas acho que quero ser como tu!” - devemos es-tar preparados para desdramatizar, retirar pressão e, essencial-mente expandir horizontes. Haverá sempre alguma tendência para o mimetismo mas, ao aproximar-se a idade das decisões, é muito importante garantir um ambiente propício à escolha informada e consciente mas também transmitir a necessária confiança e autonomia.

Vítor Manuel JoaquimParóquia dos Marrazes

A família tem um papel importante em tudo o que diz respeito aos filhos, quer na sua educação, mas principalmente na vo-cação. Uma família cristã, onde se reza, pode dar à Igreja e ao mundo boas voca-ções. A família (pais e avós) pode e deve

dar pistas aos filhos e netos no sentido de escolherem bem o seu futuro.

*o Segredo de Fátima pode ser visitado na internet * desde o dia 13 de julho, anunciou o Santuário. A exposição “Segredo e Revelação”, que mostra pela primeira vez o manuscrito da terceira parte do Segredo de Fátima vai estar disponível na rede em segredoerevelacao.fatima.pt.

*25% dos apoios aos doentes com sida são prestados por organizações católicas *, refere página da internet da Cáritas Internacional. O padre Robert Vitillo, conselheiro especial da Cáritas em matéria de HIV/sida, chama a atenção para a falta de verbas e para o facto de a Igreja Católica se ver “continuamente” na contingência de ter de “fazer mais com menos”.

*os correios do Vaticano vão emitir um selo comemorativo do 25.º aniversário da Queda do Muro de Berlim *, com a fotografia de uma idosa que com um cinzel ajudou a derrubar o símbolo da Guerra Fria. Na noite de 9 e 10 de novembro de 1989, foram os próprios berlinenses que começaram, munidos de instrumentos improvisados, a desmantelar pequenas porções da “fortificação” levantada em 1961.

*o Apostolado do Mar, surgiu na escócia há mais de 90 anos * e dá testemunho da misericórdia da ternura do Senhor anunciando o Evangelho nos portos de todo o mundo. Em Portugal, está presente em 11 localidades: Vila Praia de Âncora; Caxinas em Vila do Conde, Aveiro com presença em Buarcos e Nazaré, Peniche, Sesimbra; Setúbal em São Sebastião e na Anunciada, e Fuzeta, no Algarve.

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TEMA DE CAPA

António Cardoso

um caminho vocacional, um percurso natural

António Cardoso vai frequentar, no próximo ano pastoral, o 5.º ano do Seminário Maior e foi instituído leitor. É natural da paróquia de Benfica do Ribatejo, diocese de Santarém.

Terá sido a convivência com Georgina Bento, a avó paterna de António Cardoso, uma pessoa devota e dedicada à comuni-dade, que o fez ter uma relação muito pró-xima com a Igreja, conta Celeste Cardoso, mãe do seminarista. “Ele sempre foi muito próximo da avó paterna, que foi uma gran-de influência para ele”. “Desde pequenino seguiu sempre estas passadas, ainda não andava na escola e já seguia o caminho da Igreja”.

Apesar de reconhecerem a proximidade do filho com a vida pastoral, ficaram sur-preendidos quando lhes deu a conhecer a sua orientação vocacional. Apesar da sur-presa inicial, deram-lhe o apoio necessário. “Hoje, dou graças a Deus e estou feliz por isso”, refere.

A ligação com o Renovamento Carismá-tico através da Comunidade Luz e Vida foi, no entender de Celeste Cardoso, um mo-

mento muito importante no discernimen-to vocacional do filho.

Foi neste movimento que António Car-doso conheceu Isabel Baião, também ela da paróquia de Benfica do Ribatejo. Foi Isabel que o convidou a ficar no grupo paroquial do Renovamento Carismático. Para ela, a vocação que o António evidenciou não foi uma “decisão repentina”, mas “algo pensa-do e aprofundado”. “Ele é uma pessoa mui-to humilde e dedicada o que, aliado ao co-nhecimento que já possuía e sobretudo à abertura ao Espírito, acaba por apontar este caminho vocacional como um percur-so natural”.

A opinião de Isabel vai ao encontro da do padre José Abílio Costa, atual pároco de Benfica, que contactou com o seminarista há 12 anos, quando este representou a pa-róquia no Conselho Pastoral Vicarial. Do trato que teve com António, lembra a pes-soa “reservada, empenhada e comprome-tida”. “As pessoas que com ele contactam ou contactaram, consideram natural o seu percurso, até porque ele sempre foi uma pessoa muito atenta aos outros”, conclui o sacerdote.

Igreja diocesana apoia vocações sacerdotais

Festa da Catedral enriquecida com a instituição de leitor e de acólito

Na celebração da solenidade da de-dicação da Catedral de Leiria, no passa-do domingo, 13 de julho, D. António Mar-to instituiu no ministério do leitorado e do acolitado os seminaristas da Diocese Antó-nio Cardoso e Tiago Silva, respetivamente. Na festa da igreja matriz diocesana, símbo-

lo da unidade e comunhão na Diocese, es-tiveram reunidos sacerdotes e fiéis, que se associaram a esta celebração numa assem-bleia eucarística que foi manifestação de apoio à caminhada vocacional dos semina-ristas instituídos. O PRESENTE falou com o António e o Tiago e com as pessoas que, se-

gundo eles, foram marcantes no percurso vocacional de cada um.

No próximo ano curricular, a Diocese terá dois novos alunos no Seminário Maior, aumentando para nove, o número de se-minaristas. Em conversa com o padre José Augusto, reitor do Seminário Diocesano, fi-

cámos a conhecer a atividade desenvolvi-da na formação de candidatos ao sacerdó-cio que contará, a partir do próximo ano, com a ajuda de uma equipa de leigos para promover a vocação sacerdotal.

Textos e fotos dediogo Carvalho Alves

Tiago Silva

uma harmonia vocacional animada pela música

Tiago Silva vai entrar, no próximo ano pastoral, no 6.º ano, o último do Seminário Maior, e foi instituído acólito. É natural da paróquia de Aljubarrota.

“O grupo de jovens que existiu na paró-quia teve uma influência grande na cami-nhada do Tiago, um grupo onde também andou o agora padre Fábio Bernardino”, lembra o padre Ramiro Portela, pároco de Aljubarrota. Em conversa com o PRESEN-TE, o pároco de Aljubarrota não dispensa os elogios aos dotes musicais do seminaris-ta. “Ele é um organista eminente. Às vezes, ele vinha aqui para o órgão da paróquia to-car obras clássicas e era um consolo para quem o podia ouvir”.

António Silva, pai do seminarista, admi-te que o gosto do filho pela música poderá ter contribuído para o despertar da voca-ção, concretamente através de um maior interesse pela riqueza da Liturgia. Foi pre-cisamente numa das viagens que fazia quando levava o filho às aulas no Orfeão de Leiria, que ficou a saber da intenção que este tinha em entrar para o Seminário.

Frequentou o Pré-Seminário e depois

o Seminário de Coimbra. Após uma pau-sa no seu percurso formativo, reentrou aquando da visita de Bento XVI a Portu-gal e concluiu, este ano, o 5.º ano do Semi-nário Maior.

O pai recorda também a presença ativa de seminaristas na paróquia da Aljubarro-ta, que acredita ter motivado alguns jovens a criar uma ligação mais próxima com a Igreja.

O padre Pedro Viva, um dos seminaris-tas presentes naquela paróquia nos finais da década de 90, admite que o apoio dado na-quela paróquia pudesse ter sido uma espé-cie de “pontapé de saída” para o despertar da vocação do Tiago. No entanto, aponta o ambiente familiar comprometido em que o Tiago cresceu como um fator preponderan-te para a sua caminhada vocacional. O sa-cerdote, que foi catequista do Tiago, acredita que a presença pessoal e familiar é um for-te contributo para o despertar das vocações. “Cada vez mais me convenço que a pasto-ral passa sobretudo por um contacto direto e próximo com os jovens e as suas famílias”, refere. “Quando há esta amizade acaba por se criar um ambiente mais favorável”.

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d. António Marto sublinha papel vocacional da família

“Família é dom e missão”Na homilia, D. António Marto eviden-

ciou três atitudes a ter perante a Palavra de Deus, que “renova e rejuvenesce a Igre-ja”. Saber escutá-la e acolhê-la com fé e con-fiança; “ser discípulo da Palavra”, para que Ela seja “expressão de vida” e “ser testemu-nho”, que A anuncia com entusiasmo.

De seguida, reforçou o importante papel da família que, alimentada pela “bondade e beleza” da Palavra de Deus, assume a mis-são de dar “frutos de vida para o mundo e para a Igreja”. “É na família que fazemos a primeira experiência de uma sociedade humana saudável e da Igreja como frater-nidade”.

Partindo da vocação fundamental da família, o Bispo diocesano deduziu as li-nhas orientadoras para o próximo ano pas-toral, que tem como tema: “Família, dom e missão”. Esta missão concretiza-se, segun-do os objetivos definidos, pelo redescobrir da família como berço da vida, promoven-do-a como escola de humanização e cidada-nia, valorizando-a como lugar de vivência e transmissão da fé, por forma a torná-la mais visível nas comunidades cristãs.

O Bispo terminou, pedindo empenho a toda a Igreja diocesana na implementação do programa pastoral.

TEMA DE CAPA

O leitor António Cardoso na 1.ª pessoa...o que significa, para si, receber ministério do leitorado?

Embora este ministério seja apenas o primeiro dos vários passos que irei dar até à orde-nação sacerdotal, leva-me a assumir ainda com mais responsabilidade e compromisso o sim que dei ao chamamento que Jesus me fez e continua a fazer no meu percurso vo-cacional. Ao receber este ministério, dou graças a Deus, que me fortalece e me capacita, para que eu possa anunciar e proclamar a sua Palavra, que continua a tocar os corações de tantos homens e mulheres dos nossos dias.

Concretamente, em que ações espera concretizar o ministério que agora recebe?

Sinto-me chamado a ser evangelizador e testemunha da Palavra de Deus. Quero viver a Palavra com o exemplo da minha vida e das minhas atitudes, para assim a poder se-mear nos corações daqueles que a escutam.

Quem considera ter contribuído para o despertar da vocação?

Com muita frequência afirmo que a minha, foi uma vocação tardia, mas quando paro e medito no percurso da minha vida cristã, reconheço que Deus desde cedo foi colocando pessoas no meu caminho, que contribuiram para o despertar da minha vocação. A ação destas pessoas teve mais impacto após a minha entrada na Comunidade Luz e Vida, na nossa Diocese de Leiria-Fátima. Aqui, o padre Filipe Lopes e o padre Marcelo de Moraes contribuíram bastante para o meu processo vocacional. Sem dúvida, a minha família sempre teve um papel muito importante no meu processo vocacional. Quando perceberam qual era a minha vocação, estiveram sempre ao meu lado e tive todo o seu apoio; sempre me sustentaram e sustentam ainda através da ora-ção.

Como perspetiva o futuro?

A partir de agora quero continuar a dar o meu sim ao chamamento que Jesus me conti-nua a fazer. Quero buscar cada vez mais o desejo de configurar a minha vida com a Sua pessoa; deixar que seja Ele a guiar os meus passos e o meu coração, que seja a Sua vonta-de a prevalecer na minha vida. Quero aproveitar todos os momentos que Jesus me vai proporcionando para poder crescer enquanto ser humano, homem de Deus e enquanto vocacionado ao sacerdócio. Se for a Sua vontade é também a minha: ser padre.

O acólito Tiago Silva na 1.ª pessoa...o que significa, para si, receber o ministério do acolitado?

Estes primeiros passos, que ajudam a consciencializar aquilo que quero prometer no dia da ordenação. É muito importante a confirmação do meu caminho por parte da Igre-ja, pelo processo canónico que a instituição implica, pelo seu caráter público, pelo diá-logo sério com os formadores e com o Bispo e pelo "peso" positivo da responsabilidade que me é confiada.

em que ações espera concretizar o ministério que agora recebe?

A distribuição da comunhão e a visita aos doentes são algumas expressões concretas daquilo que deve ser toda a minha vida, um "estar junto" da cruz de Cristo, viver o que celebro em todas as coisas, em suma, ter uma vida eucarística.

Quem considera ter contribuído para o despertar da vocação?

Há algo que não tem "preço de troca", e isso é a fé, que os meus pais me ensinaram logo desde pequenino, e o Batismo que eles pediram, à Igreja, para mim. Depois, o meu pároco, o padre Ramiro, pelo seu exemplo de vida entregue a Deus, boa-disposição, e personalidade fascinante. Também foi providencial a passagem pela paróquia de al-guns seminaristas em estágio pastoral, pelo desejo que suscitaram em mim de que-rer ser como eles. Depois, o meu percurso formativo, no Pré-Seminário e no Seminá-rio, com a constância do caminho e as questões que foi levantando no meu crescimento. Considero que foi muito importante o estudo de música que fiz, ao ponto de quase arris-car dizer que não consigo imaginar a minha vida e a minha relação com Deus sem esta dimensão tão marcante na minha vida que é a música. Enfim, todas essas pessoas que se cruzaram comigo foram importantes a seu modo, os padres formadores, os amigos.

Agora que cumpre mais um passo na caminhada vocacional, como perspetiva o futuro?

Vejo-o com confiança, na Providência divina, isto é, na certeza de fé que é Deus que guia a história e a minha história. Dá vontade de dizer como diziam os miúdos no meu tempo de escola, gabando-se cada um do seu pai: “O meu Pai [do Céu] manda nisto tudo”. Não há perspetivas de futuro que se sobreponham à enorme alegria de poder servir este Senhor! Só espero poder fazer a Sua vontade, ou que se faça a Sua vontade, em mim, através de mim ou apesar de mim.

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Número de seminaristas cresce na dioceseAtualmente o Seminário Diocesano de

Leiria oferece duas formas de acompanha-mento aos candidatos ao sacerdócio, uma no Pré-Seminário e outra, numa fase mais adiantada de estudos e discernimento vo-cacional, no Seminário Maior.

O Pré-Seminário é frequentado por cer-ca de 25 alunos, divididos em três grupos: o grupo Samuel (do 6.º ao 8.º ano), o gru-po S. Paulo (do 9.º ao 11.º ano) e o grupo do 12.º ano, que tem um acompanhamento personalizado, uma vez que se aproxima o momento de poder entrar no Seminário Maior. Ao longo da caminhada vocacional, os jovens têm o apoio de um diretor espi-ritual, normalmente um padre, que, “num diálogo de abertura com o candidato, tra-balha o seu caminho espiritual e ajuda a in-tegrar todas as dimensões da sua vida na caminhada vocacional”, refere o padre José Augusto, reitor do Seminário Diocesano.

A estrutura do Pré-Seminário procura acompanhar os jovens num percurso de

discernimento vocacional. O convite é fei-to nos encontros paroquiais, dinamizados pelo Seminário Diocesano de Leiria, com adolescentes do 6.º ao 10.º ano de cateque-se, onde se dá a conhecer o Seminário e o Pré-Seminário e, ao mesmo tempo, se ajuda a refletir sobre a vocação ao sacerdócio e a sua importância na vida dos cristãos. “Nes-sas visitas, procuramos encontrar-nos tam-bém com os catequistas, os pais e o pároco; três agentes que têm um papel muito im-portante no momento de um adolescente se inscrever no Pré-Seminário”, refere o rei-tor do Seminário Diocesano. “Se nós conse-guirmos ter a estrutura montada, para que os jovens possam ter um acompanhamen-to da catequese, da família e do pároco, ha-verá muito mais condições para que eles aceitem o convite”.

Concluído o percurso do Pré-Seminário, segue-se a formação no Seminário Maior, que inclui: um ano Propedêutico (não cur-ricular), cinco anos dedicados ao mestra-

do de Teologia e um ano pastoral, “em que se procura dar a dimensão mais pastoral a todo o currículo já adquirido”.

No próximo ano curricular, a Dioce-se terá nove seminaristas no Seminário Maior, todos a estudar no Patriarcado de Lisboa: o Micael (candidato ao Propedêuti-co), o Jorge Fernandes (1.º ano) e o David Pe-reira (2.º ano), frequentam o Seminário de Caparide; o Rui Ruivo (3.º ano), o Dany Gil (4.º ano), o Eduardo Caseiro (4.º ano), o Antó-nio Cardoso (5.º ano), o João Jordão (5.º ano) e o Tiago Silva (6.º ano) frequentam o Semi-nário dos Olivais.

equipa de leigos ajuda a promover a vocação sacerdotal

Para enriquecer o trabalho que tem vin-do a ser feito, foi criada uma equipa de lei-gos para trabalhar na promoção da vo-cação sacerdotal. Subjacente à criação da equipa está a ideia de que “a responsabili-

dade pelas vocações sacerdotais deve ser uma preocupação de toda a comunidade diocesana”, refere o padre José Augusto. A evidenciar este entendimento está a consti-tuição da própria equipa, que reúne diver-sas vocações e agentes eclesiais: um casal, uma religiosa, dois jovens, um adulto e três padres.

As primeiras duas reuniões, realizadas no final deste ano pastoral, serviram para a equipa se conhecer mutuamente e para co-meçar a delinear alguns objetivos. O calen-dário para o próximo ano ainda está a ser formalizado, mas já está definida a visita às paróquias da vigararia de Leiria.

Segundo o reitor do Seminário Diocesa-no, a formação desta equipa vai permitir "uma complementaridade, que se espera muito frutuosa, no trabalho de sensibiliza-ção nas paróquias e no acompanhamento dos pré-seminaristas”.

O que são os ministériosdo leitorado e do acolitado?

Embora estes sejam ministérios que podem ser confiados aos leigos, e sejam muitos os que os exercem de facto, é habitual fazer-se a celebração da institui-ção ministerial apenas aos jovens ou adultos que se orientam para a ordenação de diácono e, posteriormente, de presbítero, assinalando desta forma os primei-ros passos rumo a essa decisão de entrega total da sua vida ao serviço de Deus e da Igreja.

O leitor instituído assume uma tarefa oficial de serviço no âmbito do anún-cio e do ensino da Palavra de Deus na liturgia, na catequese e noutras circuns-tâncias. O acólito passa a exercer funções ligadas ao altar e também a distribui-ção da sagrada comunhão aos fiéis.

Na diocese de Leiria-Fátima, nos últimos anos, tem-se realizado a instituição destes ministérios no dia de 13 julho, dia em que se celebra o aniversário da de-dicação da Catedral de Leiria, refere o padre José Augusto, reitor do Seminário Diocesano.

“Normalmente os seminaristas pedem a admissão às Ordens Sacras no 3.º ano do mestrado de Teologia, inserido na formação do Seminário Maior. Este pedido indica que o discernimento vocacional está bem encaminhado”, infor-ma o reitor. “No 4.º ano, regra geral, é o tempo para pedir o ministério do leito-rado e, no quinto, é o ano em que, normalmente, se recebe o ministério do aco-litado”.

Vocação é chamada de amor

“Ao chamar-vos, Deus diz-vos: «Tu és impor-tante para mim, eu amo-te, conto contigo». Je-sus diz isto a cada um de nós! Disto nasce a ale-gria! A alegria do momento no qual Jesus olhou para mim. (...) Sentir-se amado por Deus, sentir que para Ele nós não somos números, mas pes-soas; e sentir que é Ele que nos chama. Tornar-se sacerdote, religioso, religiosa não é primaria-mente uma nossa escolha. (...) Mas é a resposta a uma chamada, a uma chamada de amor. Sin-to algo dentro, que me desassossega, e respondo sim. Na oração o Senhor faz-nos sentir este amor, mas também através de muitos sinais que pode-mos ler na nossa vida, tantas pessoas que põe no nosso caminho. E a alegria do encontro com Ele e da sua chamada faz com que não nos fechemos, mas que nos abramos; leva ao serviço na Igreja.” (Palavras do Papa Francisco sobre a vocação aos seminaristas, noviças e noviços. Roma, 6 de ju-lho de 2013)

Seminaristas da diocese: Dany Gil (Atouguia), João Jordão (Carriço), David Pereira (Aljubarrota), Jorge Fernandes (Vale do Peso – Crato), Tiago Silva (Aljubarrota), António Cardoso (Ben-fica do Ribatejo), Micael Ferreira (candidato ao Propedêutico), Eduardo Caseiro (Barreira) e Rui Ruivo (Juncal).

TEMA DE CAPA

Passos no caminho para ser padre1. Perceção pessoal do chamamento de

Deus e sua confirmação por parte dos pastores da Igreja.

2. Entrada no Seminário e formação es-piritual, teológica e pastoral ao longo de 6 anos.

3. Instituição no ministério de leitor: exercício da proclamação e ensino da palavra de Deus

4. Instituição no ministério de acólito: exercício do serviço ao altar e distri-buição da comunhão eucarística

5. Ordenação de diácono: exercício do serviço caritativo e colaboração com os sacerdotes e o bispo

6. Ordenação sacerdotal: desempenho do serviço espiritual e pastoral às pessoas e comunidades cristãs..

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NA DIOCESE

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Souto da Carpalhosa:Tlm 967 033 542 / 963 261 485 / Tlm 963 022 997

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Tel/Fax 244 825 847Resid em S. Romão: Tlm 962 900 546

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encontro Vicarial reúne 40 acólitos na BajoucaNo passado sábado, dia 5 de julho, realizou-se na

paróquia da Bajouca, o Encontro Vicarial de Acó-litos, da Vigararia de Monte Real, onde estiveram mais de 40 acólitos, das paróquias de Monte Real, Bajouca, Souto da Carpalhosa, Ortigosa e Carvide.

O encontro começou com a oração da manhã, na igreja paroquial da Bajouca. Seguiu-se um dia cheio de atividades, realizadas no Parque do Pisão, em comunhão com a natureza e com muita anima-ção à mistura. Durante todo o dia, os acólitos foram convidados a (re)descobrir a Eucaristia e as partes que a compõem, aprofundando o seu conhecimen-to acerca das tarefas do acólito.

Da parte da tarde, houve ainda oportunidade para cada acólito experimentar o processo de tra-balhar o barro, com a ajuda de um oleiro da terra, que gentilmente cedeu o seu tempo para ensinar a sua arte.

O Encontro terminou com a celebração da Eu-caristia, na igreja paroquial, participada por todos os acólitos que estiveram no encontro, na qual fize-rem a sua consagração a Nossa Senhora.

Joana Santos (colaboração),Grupo de Acólitos de Monte Real

Pedreiras comemora 90 anos da paróquiaPedreiras comemora, no

corrente ano, 90 anos de cria-ção como paróquia e como fre-guesia. São duas datas, que a comunidade pedreirense se prepara para festejar.

Tanto a Junta de Freguesia como a Fábrica da Igreja Paro-quial das Pedreiras, a que por certo se juntarão todas as asso-ciações e instituições da fregue-sia, assim como toda a popula-ção, estão empenhadas numa comemoração digna.

Assim, de 5 a 10 de agosto, e uma vez que se comemora também o sexagénio aniversá-rio de uma peregrinação à pa-róquia com a imagem de Nos-sa Senhora de Fátima, a mesma imagem irá percorrer alguns lugares da freguesia.

Segundo o pároco, padre Sérgio Fernandes, trata-se de “uma maneira digna de come-morar dois aniversários im-portantes", podendo eventual-mente e ao longo do ano “haver

outras atividades”.Por sua vez, a Junta de Fre-

guesia das Pedreiras está a ela-borar um programa, para mais perto da data comemorati-va, no entanto, todos os even-

tos realizados na freguesia in-cluem-se já nas comemorações dos 90 anos da freguesia das Pedreiras.

Recorde-se que a paróquia das Pedreiras foi criada em 5 de agosto de 1924, data em que o então Bispo de Leiria D. José Alves Correia da Silva, de sau-dosa memória, assinou a provi-são respetiva.

Já a freguesia das Pedreiras foi criada pela Lei 1702, no dia 19 de dezembro do mesmo ano. Tal como a paróquia – os limites são os mesmos –, foi desmem-brada das freguesias de São João Batista e de São Pedro de Porto de Mós, e da de São Mi-guel, do Juncal.

Armindo Vieira(colaboração)

D. Francisco Senra Coelho presidiu à peregrinação de julho no Santuário de Fátima

Bispo auxiliar de Braga apelou à esperança em tempos de crise

O novo bispo auxiliar de Braga, D. Francisco Senra Coelho, presidiu à pe-regrinação internacional de 13 de julho ao Santuário de Fátima, onde recordou as pessoas afetadas pela crise e apelou à esperança. “Há alguns sinais que de-monstram cansaço perante aquilo que é pedido ao povo português, continua-mente, na linha do sacrifício, de um certo despojamento do essencial para a vida”, referiu à agência Ecclesia.

Segundo o bispo, não é possível que o país resolva os seus problemas “olhan-do apenas para o mais fácil, os pobres, os que têm como único recurso a pro-dução do seu ordenado mensal”. Nesse sentido, deixou votos de que se encon-trem “outros modos de reduzir a despe-sa” e “levar a contribuir pessoas, gran-des impérios com poder económico”.

“Podemos imaginar o sofrimen-to das famílias que já não conseguem corresponder aos seus idosos, aos seus doentes, a nível dos medicamentos, ou às suas crianças, a nível da alimenta-ção”.

D. Francisco falou de Fátima como “um lugar de esperança”, essencial para enfrentar um momento “muito difícil”, esperança que “é o entusiasmo, a en-volvência de um povo para resolver os problemas nacionais”. E uma esperan-ça que é negada a “muitos jovens que não conseguem estar em Portugal” com a “dignidade de quem ganha o que me-rece”.

Na homilia da Missa de 13 de julho, o novo bispo auxiliar de Braga aludiu à “pedagogia do céu” manifestada na apa-rição deste mês, em 1917, e afirmou que “sem Deus, o mundo é um inferno”.

\ LMF com Ecclesia

DR

DR

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A GENTE DA IGREJA

Leitura “O Mensageiro da Boa Nova”. Os livros que

mais li foram os ligados à catequese.

Televisão Vejo o noticiário e gosto de ver futebol.

Preferência clubísticaPor influência dos meus quatro irmãos,

sou benfiquista.

Na mesaO meu prato preferido é cabidela de

galinha.

Tempos livresDedico parte do meu tempo livre a fazer

croché.

Um localQuando trabalhava aqui no Seminário,

gostava de passear pelos jardins.

I N S TA N TÂ N E O S

Entrevista a Teresa Brites - Uma vida dedicada à catequese

“Vim para o lugar que deus queria para mim!”Teresa Brites trabalhou 37 anos no Serviço da Catequese, na Diocese de Leiria-Fátima, onde exerceu funções como formadora de catequistas. Percorreu a Diocese em cursos de iniciação e a orientar estágios. Neste trabalho acolheu todos os que precisaram de alguma ajuda no âmbito daquele serviço, que apenas deixou em 2009, com 71 anos. O nome pelo qual ainda hoje é conhecida a “Teresa do secretariado”, atesta a dedicação e empenho que colocou nas funções que desempenhou. No ano passado ainda deu catequese na Martinela, na paróquia do Arrabal, de onde é natural. Em entrevista ao PRESENTE, Teresa Brites fala do tempo que dedicou à vida pastoral e de como esta entrega a continua a realizar.

Entrevista de diogo Carvalho Alves

Como é que veio trabalhar para o Serviço da Catequese?

Entrei em 1972. Não tive nenhuma pro-fissão antes de vir para cá, trabalhei sem-pre na lida da casa. Quem me convidou foi o padre Manuel Santos José, na altura res-ponsável pela catequese diocesana. Ape-sar de ele não me conhecer, o padre Albi-no, que era capelão na Martinela, deu-lhe referências minhas. Nessa altura, prestava apoio no Secretariado da Catequese uma senhora que seguiu a vocação religiosa. Na minha comunidade eu já dava catequese há muitos anos. Quando me fizeram o con-vite, aceitei… E nunca mais me fui embora!

A proximidade que tinha com a vida pastoral da sua comunidade foi-lhe transmitida pela família?

Sim, eu cresci numa família muito devo-ta e os meus pais sempre me educaram nos valores da Igreja. O meu pai era um “ho-mem de Deus” e conhecido na comunida-

de como o “tio Adriano”. Era tido como um modelo para qualquer família. No final da vida dele, quando esteve internado, o mé-dico que o acompanhou fez questão de me dizer que eu tinha um pai santo. Ele era, de facto, uma pessoa muito boa, espiritual e contemplativa. Foi uma grande influência para mim e para os meus seis irmãos.

em 1972 veio trabalhar na catequese ao nível diocesano?

Sim, mas continuei sempre a dar cate-quese na minha paróquia até ao ano pas-sado. Nos primeiros tempos, quando vim para cá, o primeiro ordenado que recebi foi de 500 escudos. Mais tarde, como gos-taram do meu trabalho, acabei por ficar como funcionária da Diocese, primeiro na gráfica e depois a prestar apoio ao Servi-ço da Catequese, no Seminário Diocesano. Vi passar ali gerações de seminaristas, al-guns dos quais se tornaram padres. Eu vi--os crescer aqui, chamava-lhes “os meus meninos”. Eles eram muito meus amigos eu também era amiga deles. Tinha aqui uma família muito boa.

Não casou?Eu não quis casar. Acho que não era

aquilo que Nosso Senhor tinha para mim. Nunca senti chamamento para o matri-mónio. Fiz do seminário a minha casa e do serviço de catequese a minha vida e a mi-nha entrega total. Eu amava isto. Quem me chamou também confiou muito em mim.

Apesar de nunca ter casado, nunca me julguei solteirona. Eu tinha a minha vida ocupada como uma mulher casada ou mais. Não tinha filhos, mas tinha os meus “meninos do seminário”.

Como era dada catequese em 1972?Na altura a catequese era até ao sexto

ano. Quando eu entrei, já tínhamos cate-cismos nacionais e já se seguia uma linha pedagógica: experiência, Palavra e expres-são de fé. Nos catecismos utilizados já havia essa linha pedagógica e a formação dos ca-tequistas já era orientada da mesma forma.

Como era dada a formação aos catequistas nessa altura?

A formação era dada nas paróquias com base num livro de formação de catequistas que era o “Mensageiro da Boa Nova”. Quan-do vim para cá, o padre Manuel Santos José convidou-me a dar formação aos catequis-tas. Para tal, fiz um estágio de catequese que durou um ano. Todas as semanas, du-rante esse ano, preparei uma catequese que depois dava na Sé. Só depois disso é que co-mecei a dar formação nos cursos de cate-quistas. O primeiro curso que dei foi na mi-nha terra e era composto por duas partes: a parte pedagógica, que ensinava como lidar com as crianças, e a parte doutrinal.

Para além da formação, em que é que se concretizava o seu trabalho?

Eu fazia secretariado da catequese e

prestava ajuda a todos que precisavam. Fa-zia reuniões, ajudava na escola catequistas, enfim, dava todo tipo de apoio.

A nossa semana estava dividida da se-guinte forma: às segundas, quartas e sextas dávamos curso; às terças e quintas era dia de escola de catequistas e, de 15 em 15 dias era realizado um exame.

Como olha para os 37 anos dedicados à catequese diocesana?

Quando olho para trás, sinto uma ale-gria enorme porque percebo que fui para o lugar que o Senhor tinha para mim. Eu sentia-me realizada, parece que já não con-seguia fazer outra coisa. Não tive um mo-mento de arrependimento. Considero, porém, que houve alturas em que fui de-masiado exigente comigo própria, que tra-balhei demais, mas não conseguia fazer as coisas de outra maneira.

Porque é que se sentiu realizada a servir na Igreja?

Eu creio que foi a ação do Espírito San-to. Eu não senti um segundo de arrependi-mento, mesmo nas horas mais difíceis. Sen-ti sempre uma calma interior no serviço que prestei. Esta era a minha vida.

Mudava alguma coisa na forma como se dá catequese?

Sinto que os catequistas não estão pre-parados. Dar catequese implica um apro-fundamento da fé e uma dedicação que exige tempo e, nos dias que correm, os cate-quistas têm pouco tempo. Como é que um catequista, com a vida familiar e com um trabalho profissional, que requer dedica-ção total, pode preparar convenientemente uma catequese? Os catequistas têm capaci-dade, não têm é tempo.

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Sinto que os catequistas não estão

preparados. Dar catequese implica um aprofundamento

da fé e uma dedicação que exige tempo e, nos dias que correm, os catequistas têm

pouco tempo.

DCA

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ONDE SOPRA O ESPÍRITO movimentos, associações e comunidades da Diocese

Tomada de posse da Junta Regional

“Mais Além” será o lema dos próximos três anosApós terem recebido o “Sim”

dos Dirigentes e Caminheiros da Região de Leiria-Fátima, as recen-temente eleitas equipas da Junta Regional e Conselho Fiscal e Ju-risdicional Regional para o trié-nio 2014-2017 tomaram posse na passada sexta-feira, dia 11 de ju-lho, numa cerimónia realizada na Casa do Escuteiro de Fátima.

A equipa da Junta Regional de Leiria é composta por Pedro As-censo (Chefe Regional), António Brito (Chefe Adjunto Regional), Ana Gordalina (Secretária Regio-nal Administrativa e Financeira), Pedro Simões (Secretário Regio-

nal de Apoio aos Adultos), Hum-berto Dias (Secretário Regional de Ação Externa), Isabel Gaio (Se-cretária Regional da Ação Educa-tiva), Jorge Cerejo (Secretária Re-gional da Ação Local) e Sara Silva (Secretária Regional para a Co-municação e Informação)

A partir do lema “Mais Além”, o chefe regional defendeu que é desafio do dirigente educar cada criança e jovem “dando-lhes fer-ramentas para poderem ser ho-mens e mulheres de valor e com valor para serem os agentes váli-dos do futuro próximo. Só assim podemos desfrutar hoje de algu-

ma tranquilidade, olhando para o futuro”.

Da mesma forma, D. António Marto, que presidiu à cerimónia da tomada de posse, referiu a im-portância que o CNE assume na promoção da vida boa, bela e feliz das crianças e jovens numa socie-dade cada vez mais fragmentária.

Numa cerimónia anima-da com o talento de alguns alu-nos do Conservatório de Música de Ourém e Fátima, as palavras de apoio e entusiasmo proferidas pelos responsáveis presentes re-velaram a confiança no trabalho confiado ao escutismo.

Entrevista ao padre José Henrique Pedrosa, assistente regional“Aventura de construir a própria identidade tendo como referência Jesus Cristo”A ligação ao escutismo é antiga. José Henrique Pedrosa fez a promessa de Caminheiro quando era ainda seminarista, no Agrupamento do Seminário de Coimbra. No estágio após o final do curso de teologia, em 1998, foi colocado a colaborar na assistência regional e fez a formação e a promessa de dirigente no ano seguinte. Foi então nomeado assistente regional do CNE de Leiria-Fátima, função que apenas interrompeu entre 2003 e 2006.

o que é que a fé e a vida cristã têm a ver com o escutismo?

O escutismo é um movimento mundial, fundado por Baden-Po-well (BP), que tem como finalida-de a formação integral dos jovens para que se tornem cidadãos ac-tivos e comprometidos na socie-dade. Na sua base está um fun-damento cristão, uma vez que BP era cristão. No entanto, como mo-vimento mundial, o escutismo não tem um credo: é uma propos-ta metodológica que pode ser vi-vida nos mais variados ambientes culturais e religiosos.

Ao ser acolhido pela Igreja Ca-tólica, como no caso do Corpo Na-cional de Escutas – Escutismo Ca-tólico Português (CNE), é lhe dado um novo enquadramento e fina-lidade: é um movimento eclesial que tem como missão a evangeli-zação dos seus elementos.

Ser escuteiro do CNE é aceitar a aventura de construir a própria identidade tendo como referência Jesus Cristo e os valores do Evan-gelho: é um espaço de crescimen-

to como cristão, pessoal e comu-nitariamente. A fé e a vivência cristã não são uma das facetas do CNE, mas sim o que lhe dá iden-tidade.

em concreto, como se processa essa ligação dentro da dinâmica do movimento?

Através do próprio método usado: o trabalho em patrulhas que ensina a viver em conjunto e a perceber o que é ser Igreja; a vida em natureza na qual se des-cobre o Criador; a relação educati-va dos adultos que assumem a sua missão de ser testemunho de vida cristã; o aprender fazendo que vai dando o espaço para a descober-ta dos próprios dons, essencial na descoberta e resposta vocacional; o progresso pessoal que desafia o escuteiro a ser cada vez mais e melhor; a mística e a simbologia que apontam para Deus; a “alma” do CNE que se exprime na lei, na promessa… A fé não é um acres-cento ao escutismo: está presente, por dentro, em toda a sua dinâmi-ca, e expressa-se, depois, nos mo-mentos de oração e celebração.

Qual o papel específico do padre assistente?

O assistente é uma presença fundamental no agrupamento da paróquia: estabelece a ponte en-tre a comunidade e o movimento, acompanhando e animando a to-dos e, de uma forma particular, os dirigentes na sua missão de edu-cadores da fé, e participa nos es-paços de decisão do agrupamen-to. A nível regional, o assistente acompanha as equipas e dinâmi-cas da Junta Regional nesse mes-mo papel de acompanhamento, suporte, ajuda.

Na generalidade dos agrupamentos da Região de leiria, sente-se de facto a vivência do escutismo como um movimento católico, ou há muitas crianças e jovens movidos apenas pelo lado mais “lúdico” da sua acção?

Há situações muito diversifica-das. As crianças e jovens podem ficar ligados ao movimento pela sua dimensão mais lúdica, uma vez que ela faz parte da “forma”, do método próprio do escutismo. É a partir desta “forma” que se chega ao mais profundo, ao “con-teúdo”. Como escuteiros, são con-vidadas a fazer um caminho pro-gressivo de fé.

É de realçar, no entanto, o pa-pel dos dirigentes. Como educa-dores, devem ter sempre presente a finalidade do CNE. Se os diri-gentes vivem, com clareza e coe-rência, a sua presença no agru-pamento como uma vocação e missão que acolhem em Igreja, numa dinâmica de fé, fazem es-cutismo de uma forma lúdica e com conteúdo evangelizador.

em ordem uma maior correspondência ao ideal do escutismo católico, qual o maior desafio da sua missão e qual o “plano” para o superar?

O recrutamento e a formação dos adultos. As comunidades são desafiadas a perceber todo o po-tencial do CNE e procurar os me-lhores recursos adultos para que possa exercer a sua missão. Está em renovação todo o processo formativo dos dirigentes no CNE a nível nacional: é com esperan-ça que olhamos para esta renova-ção, para que possa ajudar os diri-gentes a crescer como educadores no seio das comunidades cristãs, e continuemos a ter cristãos adul-tos disponíveis para esta missão em Igreja.

Corpo Nacional de escutas - Região de leiria-Fátima

Grupo 35 - Andrinos, 1958

Em 22 de Fevereiro de 1857 nasceu em Londres Robert Stephenson Smith Baden-Powell, pedagogo, político, militar e amante da natureza. Foi após o sucesso de um acampamento juvenil, em 1907, na ilha de Brownsea, que fundou o Movimento Escutista. Rapidamente o Escutismo se alastrou por vários países do mundo. Em Portugal, deu os primeiros passos ainda no território de Macau, em 1911, tendo os seus impulsionadores regressado ao nosso país e fundado, em 1913, a Associação dos Escoteiros de Portugal. O Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, veio a ser fundado 10 anos mais tarde, em 27 de Maio de 1923, na cidade de Braga. Continuando a nossa ronda de apresentação dos dinamismos associativos da Diocese, é sobre este movimento que falamos nesta edição. Por luís Miguel Ferraz

Tony

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ONDE SOPRA O ESPÍRITO movimentos, associações e comunidades da Diocese

Entrevista a Pedro Ascenso, chefe regional“Precisamos de ti para podermos viver aventuras inesquecíveis!”

Dirigente do CNE desde dezembro de 1996, Pedro Ascenso tomou posse como chefe regional de Leiria-Fátima no passado dia 11 de julho. Como escuteiro, a sua história começa na alcateia do agrupamento 36 Marinha Grande, em 1982. Aí permanece até 1987, quando integra o grupo sénior do agrupamento da sua paróquia, 762 Maceira, onde será caminheiro e dirigente. No ano 2000 começa a assumir cargos a nível regional.

Muita gente associa o escutismo a um grupo fardado que faz acampamentos. Mas é mais do que isso…

O movimento chama-se Cor-po Nacional de Escutas. Sendo um Corpo, tem uma identidade única: por isso temos o unifor-me que nos associa a essa identi-dade. Os acampamentos também são uma marca que nos identi-fica, o que nos deixa orgulhosos porque a nossa casa é a mãe-na-tureza, onde nos sentimos próxi-mos da nossa essência e da Cria-ção da qual fazemos parte.

No entanto, este movimento tem como missão contribuir para a educação integral das crianças, adolescentes e jovens como cris-tãos ativos e responsáveis nas co-munidades. Para isso, possuímos

um método adequado à realida-de das crianças e jovens, que os responsabiliza no seu crescimen-to. Refiro algumas dessas meto-dologias: relação entre os par-ceiros (patrulhas), com funções individualizadas; experimen-tação (aprender fazendo) com o apoio dos adultos; jogo e imagi-nários (simulação, estimulação e criatividade); código de conduta (lei, princípio e promessa); desa-fios de crescimento personaliza-dos (respeito por cada um); méto-do do projeto (sistema regrado de vivência de aventuras em grupo).

O escutismo poderá ser asso-ciado a uma brincadeira e, para quem o vive, é um divertimento, uma alegria, um espaço de cons-

trução de amizades. No entanto, sabemos que, brincando, estamos a educar de forma séria.

No meio desse ideal de vida, o que distingue o escutismo católico do movimento escotista?

O CNE é um movimento da Igreja Católica. É este o movimen-to próprio para os católicos que pretendam ser escuteiros. O cris-tão que é escuteiro tem, no CNE, a metodologia desenvolvida, ex-perimentada e adequada, não só para os desafios da formação para a cidadania, mas em especial para o desenvolvimento da espirituali-dade e da fé, que cremos ser atual-mente uma necessidade absoluta.

Como definiria o carisma deste movimento?

É a sua dinâmica centrada nas crianças e nos jovens. O nosso fundador dizia do método escu-tista: “ask the boys” (perguntem aos rapazes). Não quer dizer que o chefe faça o que o escuteiro quer. Mas tem que guiar a dinâmica para as necessidades do escuteiro, ir ao encontro das suas fragilida-des e especificidades e encontrar propostas à sua medida, para se-rem realizadas pelo próprio.

Sente que os agrupamentos desta Região estão cientes desse carisma e o cumprem?

Sei que sim. Sendo todos vo-

luntários, impomos a nós próprios uma disciplina de formação e de melhoramento contínuo e exi-gente. Qualquer chefe sabe que tem de se formar continuamente, para que os seus conhecimentos, competências e atitudes acompa-nhem as necessidades, sempre em mudança, das crianças e jo-vens que nos são confiados.

Como tem sido “chefiar” esta região nos últimos anos?

Um desafio constante e grati-ficante. Sou chefe regional, mas contei com uma equipa (Junta Re-gional). Juntos ultrapassamos os desafios (muitos e complexos) que se nos depararam. A região de Leiria-Fátima conta já com cerca de 2.600 escuteiros e é um privi-légio sentir que vale a pena dar-mos um pouco de nós em prol des-te movimento. Sentimos os frutos do nosso empenho nos rostos feli-zes, completos e cheios de sentido que vemos nos nossos escuteiros.

Ser reconduzido significa continuar no mesmo trilho ou há novas aventuras a esperar no horizonte do próximo triénio?

No mandato anterior, o nosso lema era “Mais Próximo”, explo-rando a relação próxima que se pretendia desenvolver entre es-cuteiros e com as comunidades. O lema do próximo triénio é “Mais Além”: é o mote para sair do con-

forto, às vezes atrofiante, em que parte da nossa sociedade consu-mista nos parece querer man-ter. Este triénio vamos celebrar com toda a Igreja o centenário das Aparições de Fátima. Queremos, como Nossa Senhora, ir “mais além” e aceitar o desafio e a mis-são que Deus nos propõe.

É fácil ser escuteiro?É fácil. As famílias devem con-

tactar preferencialmente o agru-pamento da paróquia na qual os filhos frequentam a catequese. Caso não haja agrupamento, po-dem contactar o pároco ou enviar email para [email protected]. Se ainda não frequentam a catequese, ser-lhes-á feita a pro-posta duma caminhada parale-la de integração na vida ativa da Igreja.

Como faria o convite às crianças e jovens da diocese?

Vem e acampa connosco! Gos-tas da Natureza, de aventuras, de te divertires e acampar? Então de que estás à espera!? Precisamos de ti para, juntos, podermos vi-ver aventuras inesquecíveis! Fala com os teus pais e não desistas até que consigas estar num agrupa-mento, fazer a promessa, usares o lenço e, finalmente, seres escu-teiro!

um movimento com história em leiriaA história do escutismo na Re-

gião de Leiria tem quase 90 anos. Corria o ano de 1925 quando fo-ram dados os primeiros passos, com a criação do Grupo n.º 14 – Nuno Alvares Pereira, junto à Sé. No ano seguinte, foi oficializa-do e participaram com um grupo de 30 rapazes no 1.º acampamen-to nacional, em Aljubarrota. Ain-da em 1926, nasce a Alcateia n.º 7 – Infante Santo, com as promessas do 1.º bando, na Sé de Leiria, a 21 de fevereiro desse ano.

A primeira referência à Jun-ta Regional de Leiria é feita no jornal “Flor de Lis”, n.º 3, de 31 de março de 1926.

Entre 1928 e 1938, pouco se fala do escutismo em Leiria. Há dados da existência da Alcateia n.º 28, do Regendo do Fetal, entre 1927 e 1932, bem como de uma Alcateia no Olival, não tendo esta sido ofi-cializada. Em 1940, tanto o Grupo

n.º 14 como a Alcateia n.º 7 são ex-tintos e deixou de existir escutis-mo em Leiria.

Por volta de 1950, o padre José Galamba de Oliveira, anterior-mente ligado ao Grupo n.º 14, de-cide dinamizar um grupo de qua-tro pessoas, a Patrulha de Estudos Águia, para fazerem formação num campo-escola em Braga. As-sim nasce o Clã n.º 1 do Agrupa-mento 35, com sede no Seminário (na foto). Os elementos eram semi-naristas e o seu assistente o padre Craveiro.

O escutismo reaparece, cres-cendo e espalhando-se também à periferia da cidade de Leiria. Em 1958, o padre Jacinto de Sou-sa Gil funda o Agrupamento 127, com a criação da Alcateia n.º 2 e do Grupo Júnior n.º 4. O agrupa-mento foi oficializado a 9 de fe-vereiro de 1960. Ainda em 1958, nasce o Agrupamento 36 – Mari-

nha Grande. Em 1968 é fundado o Agrupamento 194 – Batalha, em 1972 nasce o 370 – Porto de Mós. Em 1975 é extinto o Agrupamen-to n.º 35 – Seminário de Leiria. Em 1982 nasce o Agrupamento 682 – Fátima.

Ao longo dos anos, tem sido

constante a participação dos es-cuteiros na região em várias ativi-dades nacionais e internacionais e, inclusive, a sua organização em Leiria, nomeadamente, o Acam-pamento Internacional de Escu-tismo Católico em Lourdes (1927), o VI Acampamento Nacional na

Quinta de S. Venâncio (1938), o Acampamento Nacional na Mata dos Marrazes (1973), nas comemo-rações dos 50 anos do Corpo Na-cional de Escutas, o 14.º Jamboree Mundial na Noruega (1975), en-tre outros. Mais recentemente, a participação no último Acampa-mento Nacional em Idanha-a-No-va, com a maior representação de sempre da Região de Leiria, com mais de 1000 escuteiros, e o 20.º Acampamento Regional, sob o lema “São Nuno Em nome do Rei-no”, prestando homenagem ao Patrono do CNE.

Durante muito tempo, o escu-tismo em Leiria estava limitado a dois ou três agrupamentos, mas nos últimos 15 anos o crescimen-to deste movimento na Região tem sido exponencial e contam-se, atualmente, cerca de 2.600 es-cuteiros, em 34 agrupamentos.

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Os Sacramentos

Ao longo de sete semanas aprendeste que a Igreja celebra a vida nova com Jesus através dos sinais. Estes sinais chamam-se Sacramentos.Esta semana o Presentinho mos-tra-te, num esque-ma, que os sete sa-cramentos atingem todas as etapas e todos os momentos importantes da vida do cristão: dão à sua vida de fé ori-gem e crescimento, cura e missão. Com a ajuda do esquema preenche os espaços em branco. Tenta escrever cada sa-cramento do seu lugar correto. Boa sorte!

O

s desenhos da Ia

Ordenações Aniversários

Agendadiocesana

Teatro José Lúcio da Silva

Programação19 de julho, 16h00 A Rota de um Crime Adaptação do Romance O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós | Teatro

19 de julho, 22h00 João Só Castelos de Sons | Castelo de Leiria

20 de julho, 16h00 A Rota de um Crime Adaptação do Romance O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós | Teatro

25 de julho, 20h00 Mercado Medieval em tempos d’el Rey D. Dinis Viagem pelo imaginário | Teatro

26 de julho, 20h00 Mercado Medieval em tempos d’el Rey D. Dinis Viagem pelo imaginário | Teatro

27 de julho, 20h00 Mercado Medieval em tempos d’el Rey D. Dinis Viagem pelo imaginário | Teatro

20 de julho de 1952P. Joaquim Rodrigues Ventura20 de julho de 1952P. António Pereira Perdigão

20 de julho de 1952P. Benevenuto Vieira de Oliveira Dias

Julho

19sábado

� Retiro “Faz-te ao largo – novos tempos, grandes desafios”, Fundação Maria Mãe da Esperança (19 e 20)

Julho

25sexta

� Festival de Artes e Oração - Comunidade Cristo Betânia (25 a 27)

Cupão de assinatura Recortar e preencher o cupão com letra legível e dados correctos e completos. Enviar para: PRESENTE Leiria-Fátima, Seminário Dioce-sano de Leiria, 2414-011 LEIRIA Contatos: 244 821 100 | [email protected] Desejo ser assinante do jornal . Para o efeito envio os meus dados correctos e completos.Nome

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Pagamento (selecionar opção) Cheque ou vale postal (à ordem de "Fundação Signis") Transfer. bancária para o NIB 001000004949385000119 (anexar comprova-

tivo) Débito bancário

(preencher autorização de pagamento que se segue):

Ex.mos Sr.s, solicito que, por débito na minha conta de depósito a seguir descrita possam ser feitos os pagamentos das subscrições que forem ordenadas por Funda-ção Signis. Esta transferência manter-se-á até indicação em contrário.

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MUNDO PAÍS

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encontro sobre economia inclusiva

Papa destaca importância de refletir sem medo sobre centralidade do homem

Falando aos participantes de um seminário internacio-nal, no passado sábado, no Vaticano, o Papa alertou para os riscos da “cultura do descartável”, quando “o homem perde a sua humanidade”. “Está a acontecer com o homem o que acontece com o vinho quando se torna aguardente, pas-sa por um alambique organizativo. Já não é vinho, é outra coisa mais útil talvez, mais qualificada”. Francisco alertou para a necessidade do homem estar novamente no centro da sociedade, dos pensamentos, da reflexão e deu vários exemplos de exclusão social como o baixo índice de nata-lidade na Europa, os idosos abandonados e a geração “nem-nem”, jovens que nem estudam nem trabalham.

O encontro de dois dias foi organizado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz em colaboração com a Secretaria de Estado do Vaticano e teve como objetivo refletir sobre “uma economia sempre mais inclusiva”, frase do Papa pre-sente na exortação apostólica “Evangelii Gaudium”.

Presidente da CNBB fala da “Copa”

Qual é o golo da vitória?O “golo da vitória é a convivência respeitosa entre as

pessoas” referiu o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis. Durante o Mundial, a Igreja procurou difundir “va-lores humanos e cristãos”, “o golo da vitória mais importan-te não é o golo conquistado durante o jogo, mas o golo da vi-tória é o aperfeiçoamento da democracia, é a convivência respeitosa entre as pessoas. É a defesa e a promoção da dig-nidade humana, dos seus direitos”, revelou o cardeal, em entrevista à Rádio Vaticano.

Patriarca latino de Jerusalém

Igreja a favor da pazO patriarca latino de Jerusalém reforçou o apelo ao diá-

logo na Terra Santa, no seguimento de uma ofensiva israe-lita contra a Faixa de Gaza, que já fez centenas de mortos e milhares de refugiados palestinos. Numa entrevista di-fundida através do site do Patriarcado, D. Fouad Twal sub-linhou que a Igreja Católica não está “a favor nem de um nem de outro” dos lados, mas sim “a favor da paz”. A coisa a fazer é olhar para aquele que está à nossa frente e chamar-lhe ‘meu irmão’ porque somos todos filhos de Deus”.

*Padre António Rego celebrou 50 anos de sacerdócio * no local da sua primeira missa, a igreja Matriz das Capelas, em Ponta Delgada. O antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica referiu, no passado dia 13, que “a paisagem é semelhante, na rocha, nas ruas e no mar” mas no coração das pessoas, “em cada casa” há todo um “outro mundo”, uma “outra mentalidade e outro conceito de fé, com falhas e virtudes”. A celebração foi para o

padre Rego duplamente especial, já que

assinalou também os 50

anos de vida consagrada da sua irmã, Alda Rego, freira domini-

cana.

*A Faculdade de Teologia, em parceria com a Cáritas Portuguesa propõe *, a todos os interessados em aprofundar os seus conhecimentos acerca do Pensamento Social Cristão, um itinerário de formação, em regime de eLearning (e com sessões presenciais), que seja capaz de, simultaneamente,

promover a reflexão e entusiasmar a participação em processos transformadores. O curso decorrerá de outubro, de 2014, a julho, de 2015, e será dividido em 6 módulos. A primeira fase de candidatura será até ao dia 5 de agosto e a segunda de 2 a 30 de setembro. Mais informações encontram-se na página da Faculdade de Teologia de Lisboa: www.ft.lisboa.ucp.pt.

*Banda mexicana Tériso é novidade de última hora no Festival Jota. * A 7.ª edição deste festival, de música de inspiração cristã, vai decorrer entre 25 e 27 de julho na Paróquia de Carvalhais, em Viseu, e o programa inclui cerca de duas dezenas de concertos, sessões de cinema, formações e atividades lúdicas. Este grupo novidade apresenta-se com “uma sonoridade única e original”, combina “o folclore mexicano, cubano e francês”. O programa detalhado deste festival pode ser encontrado em: festivaljota.com.

Pastoral do Turismo apela ao acolhimento na época balnear

Atenção prioritária às pessoas e integração ativa nas celebrações da fé

A Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT) afirma que o aco-lhimento é o “núcleo central” da prá-tica cristã devendo ser “atitude fun-damental” na época balnear de 2014.

“Antes de atender a quaisquer ou-tras necessidades pessoais de cada visitante, quem acolhe vive a obri-gação de atender à própria pessoa de quem o visita, numa abertura à vivência de uma autêntica e since-ra fraternidade”, afirma o diretor da ONPT, o padre Carlos Godinho, numa mensagem enviada à Agên-cia Ecclesia.

Entre “tarefas urgentes” e respos-tas a promover, indica o responsável que o “acolhimento” é “prioridade”, “ação sensível” em toda a área pas-toral do turismo. O acolhimento, re-lembra o sacerdote, “para além da re-lação e diálogo pessoa a pessoa, deve ser vivido no âmbito das comunida-des cristãs”, através da celebração eu-carística mas também da fruição do património religioso material e ima-terial. “Mediante a disponibilização dos meios convenientes (saudação,

monições, subsídios impressos, utili-zação das línguas originárias dos vi-sitantes, participação no exercício de alguns ministérios litúrgicos), os visi-tantes “são incorporados, ainda que transitoriamente, na comunidade local””.

Com “igual diligência”, refere a mensagem, devem ser recebidos os “demais irmãos de outras confis-sões cristãs, esforçando-se a comu-

nidade para que possam celebrar a mesma fé cristã”. O padre Carlos Go-dinho apela a que “a arte do acolhi-mento, fundamento de toda a Pasto-ral do Turismo, se realize nas nossas comunidades cristãs, de forma au-têntica e prioritária, para que estas vivam a bem-aventurança evangé-lica da hospitalidade e a missão con-fiada à Igreja”.

Breves

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Sociedade e Cultura

em busca da inclusão

Novos olhares para visitantes cegos no Mosteiro da Batalha

As pessoas cegas que visitarem o Mosteiro de Santa Maria da Vitó-ria já têm ao seu dispor informação geral em braille sobre a história do monumento. A novidade foi anunciada por Joaquim Ruivo, director do Mosteiro da Batalha, na passada segunda-feira, informando ainda que “está igualmente a ser testado um guião de visita em braille, com ima-gens e plantas em relevo, para permitir ao visitante cego a percepção do espaço de visita, com referência a algumas particularidades históricas e arquitetónicas”.

Este projeto de promoção da inclusão resulta de uma parceria entre o Centro de Recursos para a Inclusão Digital (ESECS/Instituto Politécni-co de Leiria) e o Serviço Educativo do Mosteiro da Batalha, com coorde-nação de Célia Sousa (CRID) e Rita Quina.

Igualmente em preparação está “um guião pictográfico, com vista à inclusão de visitantes com outro tipo de necessidades, e um guião de vi-sita em linguagem gestual para incluir no site do monumento”. O lança-mento deste material está previsto para setembro, no âmbito das Jorna-das Europeias do Património.

em Porto de Mós

“Coaching para Pais”“Vamos ouvir e aprender a ser melhores pais, porque as nossas crian-

ças merecem!”. Este é o tema que dá o mote para a sessão promovida pela Câmara Municipal de Porto de Mós e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens deste concelho, que terá lugar no dia 18 de julho, pe-las 21h00 no Espaço Jovem de Porto de Mós, contando com a presen-ça de Cristina Valente, autora do livro “Coaching para Pais”. Esta é uma oportunidade de aprender a lidar melhor com as dificuldades que a educação impõe nos dias de hoje, de colocar dúvidas e ouvir, sobretu-do, soluções.

Teatro Miguel Franco acolhe

“Ópera na Prisão”O Teatro Miguel Franco acolhe, no próximo dia 19 de julho, às 15h00,

um grupo de reclusos que irão interpretar ópera fora do ambiente pri-sional. Este é um programa no âmbito de Música Erudita desenvolvi-do numa parceria entre a Escola de Artes SAMP e o Estabelecimento Prisional Regional de Leiria. Sendo os principais objetivos terapêuticos, conta com o envolvimento, para além de músicos, de um psicólogo clíni-co e profissionais de outras artes, tais como teatro e dança. Neste espetá-culo de entrada gratuita haverá, segundo Paulo Lameiro, diretor artísti-co da SAMP “algumas surpresas”.

Marinha Grande informa

Praias sem garantias de segurança Em tempo de férias importa ter em conta quais as praias que reúnem

condições para receber a população. Segundo informação da Agência Portuguesa do Ambiente, as praias de Vieira Norte (a norte da foz do rio Lis), Samouco, Concha, Valeiras e Água de Madeiros não são consi-deradas como águas balneares. Não conferem segurança aos banhistas e não possuem vigilância nem acessibilidades. Por estas razões, a Câ-mara Municipal da Marinha Grande aconselha a população e os turis-tas a não frequentarem as referidas praias situadas no concelho da Ma-rinha Grande.

Sessão de esclarecimento

Missão Reciclar em OurémHoje, dia 17 de julho, decorre no Auditório dos Paços do Concelho, em

Ourém, uma sessão de esclarecimento “Missão Reciclar”. Esta iniciativa é promovida pela Sociedade Ponto Verde, em Parceria com a Valorlis e Município de Ourém. No final da sessão serão distribuídos ecopontos domésticos aos participantes.

IPleiria organiza a primeira leiria In

Semana da Indústria dedicada a jovens de todo o País

O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), em con-junto com a Fórum Estudante, organiza a primei-ra semana temática Leiria In – Semana da Indústria, uma iniciativa dedicada a 50 jovens estudantes do ensino secundário, oriundos de todo o país.

A Semana da Indústria está a decorrer até ao dia 19 de julho, na região de Leiria, e oferece aos jo-vens de dez distritos do país um conjunto diversifi-cado de atividades em torno da indústria e das suas potencialidades. Visitas a empresas e indústrias lo-cais e regionais, formações e oficinas práticas, e ex-periências culturais, são algumas das iniciativas que integram este evento totalmente gratuito.

Nuno Mangas, presidente do IPLeiria, considera que esta Semana da Indústria pode «permitir uma maior capacidade de atração dos jovens, que assim conhecem pessoas qualificadas das áreas técnicas das indústrias mais tradicionais da região». Neusa Magalhães, secretária-geral da NERLEI, agradeceu às empresas de Leiria, Marinha Grande e Alcoba-ça que aceitaram receber os jovens alunos nas suas

instalações. «A Semana da Indústria fomenta a di-vulgação da nossa Região pelo país, e dá a oportu-nidade aos jovens de ter contacto com a vida e o quotidiano das empresas», destacou. O presiden-te da CEFAMOL, João Faustino, destacou a fran-ca expansão em que o sector dos moldes se encon-tra, perspetivando anos muito favoráveis ao nível de encomendas, pelo que as empresas vão necessi-tar de ter mais mão de obra especializada.

A Semana da Indústria pretende fomentar a consciência cívica dos estudantes sobre a impor-tância da indústria para a economia e desenvolvi-mento de Portugal, e permite despertar vocações para as profissões ligada a este sector. Os partici-pantes são embaixadores de escolas secundárias, selecionados pelos melhores trabalhos de reflexão sobre o tema da indústria e produção, num desafio que decorreu entre março e junho e permitiu es-timular a curiosidade de conhecer de forma apro-fundada a realidade da indústria.

Resultados de inquérito aos profissionais

Satisfação com trabalho e desejo de melhorias no Centro hospitalar de leiria

“Com pouco temos feito sempre muito, e isso de-ve-se ao empenho dos nossos profissionais”, salien-tou Hélder Roque, presidente do Conselho de Ad-ministração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), no balanço da apresentação dos resultados do se-gundo inquérito de satisfação dos profissionais, relativo a 2012, pela primeira vez aplicado às três unidades: Leiria, Pombal e Alcobaça. O inquérito foi realizado em 2013 e foi respondido por 602 dos 1702 profissionais, entre assistentes técnicos, assis-tentes operacionais, técnicos superiores, enfermei-ros, médicos e técnicos de diagnóstico e terapêuti-ca.

O grau de satisfação individual apurou que 91% das pessoas gosta de trabalhar no CHL; 84% veste a “camisola” da instituição de saúde; 75% sentem-se orgulhosos com o papel do hospital na comunida-de; 73% estão envolvidas no processo de melhoria do Centro Hospitalar. No que respeita à “satisfação face ao desempenho global da organização”, des-tacam-se como muito positivos o papel do CHL na comunidade, o envolvimento dos profissionais no cumprimento da missão do Hospital e a perceção

do envolvimento dos profissionais nos processos de melhoria contínua, e como pontos a melhorar os mecanismos de consulta e diálogo entre profis-sionais e gestores e o envolvimento dos profissio-nais nos processos de tomada de decisão.

Na dimensão de “satisfação face às condições de trabalho”, os profissionais consideraram positi-vos aspetos como o ambiente de trabalho, o grau de responsabilidade atribuído, a resolução de confli-tos em equipa e a igualdade de tratamento na or-ganização; como pontos a melhorar apontam a dis-ponibilidade do tempo necessário para a realização de tarefas, a igualdade de oportunidades na evolu-ção profissional, o horário de trabalho e a sua con-ciliação com a vida familiar e assuntos pessoais. Já na vertente de “satisfação com as condições de hi-giene, segurança, instalações e equipamentos”, os colaboradores apontaram como pontos fortes a hi-giene, a segurança, as instalações, os equipamentos e o acesso, e menos positivos o fardamento, a ali-mentação, os equipamentos informáticos e os pro-gramas informáticos.

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No nosso tempo interior um minuto pode ser

muito e uma hora pode ser pouco,

OPINIÃO

Joaquim Mexia AlvesParóquia da Marinha Grande

Ana Cristina lúcioProfessora de Filosofia

A esperança tem de ser construídaFoi com esta frase que o Doutor Bagão

Félix encerrou a conferência intitulada “Ci-dadania, Ética e Solidariedade”, a que tive o privilégio de poder assistir.

Não é minha intenção falar sobre o conferencista nem sobre a excelência do conteúdo, pretendo, apenas, recordar al-gumas figuras históricas citadas pelo pro-fessor. Muitos de nós ouviram falar de Kant, o filósofo do dever e da liberdade, mas talvez nem todos nos lembremos de que o dever pode ser ativo ou passivo e que tem de estar sempre de acordo com a consciência.

Também conhecemos S. Tomás de Aquino, mas será que sabemos estabe-lecer a diferença entre bens exteriores e bens interiores?

É uma verdade que o tempo existe, que vivemos nele e que um dia tem 24 horas. Um bem de que todos usufruímos, mas será que significa o mesmo em cada um

de nós? No nosso tempo interior um mi-nuto pode ser muito e uma hora pode ser pouco, porque depende do bem interior desse tempo, da paciência, da amizade e da solidariedade com o outro; bens que, habitualmente, não contabilizamos, mas que fazem parte da ventura ou desventu-ra do indivíduo, do cidadão e, sobretudo, da pessoa.

Ghandi é outra das figuras de que to-dos ouvimos falar mas, certamente, nem todos nos lembramos dos sete pecados sociais que, de acordo com o que ouvi, passo a enumerar:

- “Política sem espírito”. Será que a po-lítica poderá ser encarada de modo fácil e material? Se pensarmos um bocadinho, usando a consciência, talvez concluamos algo.

-“Riqueza sem trabalho”. Ser rico por herança ou tentar usufruir do trabalho dos outros pode ser bom, mas se não traba-lharem para gerir bem, as consequências não tardam e, certamente, não serão as mais desejáveis.

-“Economia sem trabalho”. Economizar não é só cortar nas despesas, é fazer esco-lhas. É saber distinguir entre o essencial e o supérfluo. O Doutor Bagão Félix chamou-lhe “bússola de comportamento”.

-“Ciência sem humanidade”. Sabemos que a ciência é uma mais-valia, mas tem de ser acompanhada pela ética da cons-ciência.

-“Educação sem carácter”. Será que, apesar de dominar muitos saberes, uma

pessoa com falta de caráter e de persona-lidade pode ser considerada educada?

-“Religião sem sacrifício”. É evi-dente que a religião contempla a parte es-piritual do homem, mas poderá chegar à Bem-Aventurança sem dor?

-”Prazer sem consciência”. O prazer está na moda, procura-se na mesa, na fama, na sexualidade, na droga, no dinhei-ro. No entanto, se não houver consciência do momento vivido, o que resta é a desilu-são, o arrependimento e a perda irrepará-vel de algo que acabamos por desperdiçar.

Talvez que uma pequena reflexão so-bre o pensamento de tempos tão diver-sos, nos ajude a construir a tal Esperança, de que tanto precisamos.

Tempo da Igreja,tempo do espírito Santo

Ouço e leio tanta gente que quer à viva força interpretar as palavras, o pensa-mento do Papa Francisco, muito especial-mente sobre a Família, em todas as suas situações.

E no meio de todos os que, avidamen-te, ouvem as suas palavras e vêem os seus gestos, há aqueles que querem, “ex-citadamente”, que o Papa Francisco diga exactamente aquilo que eles desejam, seja porque razão for, mas a maior parte das vezes para resolver os seus próprios problemas ou para encontrar apoio para as suas opiniões, faladas e/ou escritas, tantas vezes em desacordo com a Dou-trina da Igreja.

E já dão como certo que será assim ou assado, conforme aquilo em que querem acreditar, julgando talvez que com tal po-sição podem pressionar, interferir, em al-guma decisão que possa vir a ser tomada nesse campo da Doutrina sobre a Família.

E, como sempre, perfilam-se alguns considerando-se “vencedores”, não se percebe bem de quê, perante outros, que esses mesmos considerarão “vencidos”, num jogo de em que sobressaem pala-vras como “conservadores” e “progressis-tas”.

E eu, confesso humildemente, que não entendo isto!

Alguma vez até agora o Papa Francisco disse algo que não fosse completamente de acordo com a Doutrina da Igreja?

Não penso nas interpretações que al-guns fazem, naquilo que cada um julga ouvir ou quer entender, mas tão só nas reais palavras do Papa.

Muitas coisas a Igreja nos ensina e uma delas, sem dúvida, é a paciência que é necessário ter para tomar decisões que impliquem mudanças, no conteúdo e/ou na forma.

Sinceramente, alguém espera que o Papa Francisco ou qualquer outro Papa, anuncie qualquer mudança, sem um es-tudo ponderado, sem ouvir o Magisté-rio da Igreja, sem uma profunda reflexão orada e meditada?

Por mim, serenamente, ouço, vejo, guardo no coração, e espero, confiando que se houver decisões a tomar, se hou-ver mudanças, sejam elas quais forem, es-tará sempre “por detrás” o Espírito Santo que ilumina e conduz a Igreja.

E é precisamente essa certeza que me acalma, que me tranquiliza, que me edifi-ca e me faz desde já dar graças ao Senhor por tudo o que vier a ser feito, mudando ou mantendo, pois tudo será para a gló-ria de Deus e assim sendo, só poderá ser bom para o homem.

Com o mesmo amor e a mesma ale-gria, aceitarei de coração aberto tudo o que a Igreja, pela voz do Papa Francis-co, me disser, no tempo próprio da Igreja, que é o tempo do Espírito Santo.

otilina SilvaEscritora

Pensar a liberdade(é amar o outro)

Pensar a Liberdade é muito mais do que uma simples, embora justa, reivindi-cação política, semelhante àquelas que se fazem em Portugal em cada mês de Abril, desde 1974. Também não se reduz a uma consideração pessoal, parecida com “Sou livre de fazer e de dizer o que quero!”. Pensar a Liberdade é, então, em meu en-tender, um pouquinho mais, é pensar o Amor.

O Amor é, em cada ser humano, uma manifestação de Liberdade, porque so-mos mais livres quanto melhor amamos, e ama melhor aquele que ama a Liber-dade dos outros tanto ou mais do que a sua própria. Por outras palavras, sente-se mais livre aquele que assume livremente amar o outro e atender à sua (do outro) liberdade prioritariamente. É certo que é muito difícil realizar no nosso dia-a-dia este Amor, pois ele exige orientação, au-todomínio e respeito (pelo outro e por si mesmo), mas é justamente essa dificulda-de aquela que nós podemos ultrapassar, basta que consideremos, ou nos recor-demos, do nosso maior dom, isto é, bas-ta que tenhamos sempre presente que é nossa efetivamente a Liberdade de esco-lher Amar.

Giovanni Pico Della Mirandola, um jo-vem prodigioso filósofo renascentista, acreditava que Deus nos havia criado li-vres, livres de escolher sermos como as

bestas ou livres de escolhermos aproxi-marmo-nos dos Anjos no nosso modo de ser. A sua proposta filosófica é um elogio à Bondade de Deus, ao Seu amor pelos seres humanos, traduzido no dom da Li-berdade que lhes concedeu. Na verdade, na nossa vida do dia a dia conseguimos ver como alguns seres humanos são divi-nos ou criam obras divinas e como outros insistem em escolher ser brutos e em criar conflitos e destruição.

Por esta razão, considero que pensar a Liberdade é muito mais do que pensar filosoficamente um conceito passível de diversas leituras: política, psicológica ou até jurídica. Pensar a Liberdade exige o compromisso racional de compreender o Amor, de aceitar que o Amor não se con-funde com o desejo, propriedade ou feli-cidade, embora deles possa ser concomi-tante, mas antes nos liberta do egoísmo e do egocentrismo e nos permite a possibi-lidade de escolher aproximarmo-nos dos Anjos, ou seja, daqueles que, na terra e no dia a dia, sendo humanos, orientam a sua vida na direção dos outros e amam o ou-tro como a si mesmo.

Por ser realmente difícil mas não ser impossível, eu advogo que também na educação escolar deveríamos ser capazes de ensinar a escolher Amar.

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Sugestão de cânticos

EntradaDeus vinde em meu auxílio, F. Silva, 288Cantar-vos-ei na presença, C. Silva, 208

SalmoO Senhor é clemente, M. Luís, 584

Apresentação dos DonsEu estou à porta, F. Silva, 361Sabes Senhor, L. Pires, 725

ComunhãoFelizes os convidados (I), M. Luís, 394O trigo que Deus semeou, C. Silva, 618

Pós-comunhãoSenhor Cantarei, M. Luís, 759Senhor Vós sois o caminho, C. Silva, 1089

FinalProfetas de um mundo, A. Mendes, 687Vamos caminhando, M. T. Kolling, 840

LITURGIA 20 de Julho

Gonçalo dinizPadre diocesano

XVI Domingo do Tempo Comum • Ano ALeitura I

Leitura do Livro da SabedoriaNão há Deus, além de Vós, que tenha cui-dado de todas as coisas; a ninguém tendes de mostrar que não julgais injustamen-te. O vosso poder é o princípio da justiça e o vosso domínio soberano torna-Vos in-dulgente para com todos. Mostrais a vossa força aos que não acreditam na vossa om-nipotência e confundis a audácia daque-les que a conhecem. Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita indulgência, porque sempre po-deis usar da força quando quiserdes. Agin-do deste modo, ensinastes ao vosso povo que o justo deve ser humano e aos vossos filhos destes a esperança feliz de que, após o pecado, dais lugar ao arrependimento.Palavra do Senhor. Sab 12, 13.16-19

Salmo

R: Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.

Vós, Senhor, sois bom e indulgente,cheio de misericórdia para com todos os que Vos invocam.Ouvi, Senhor, a minha oração,atendei a voz da minha súplica.

Todos os povos que criastes virão adorar-Vos, Senhor,e glorificar o vosso nome,porque Vós sois grande e operais maravilhas,Vós sois o único Deus.

Senhor, sois um Deus bondoso e compassivo,paciente e cheio de misericórdia e fidelidade.Voltai para mim os vossos olhose tende piedade de mim. Salmo 85 (86), 5-6.9-10.15-16a (R. 5a)

Leitura II

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosIrmãos: O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos que pedir nas nossas orações; mas o pró-prio Espírito intercede por nós com gemi-dos inefáveis. E Aquele que vê no íntimo dos corações conhece as aspirações do Es-pírito, pois é em conformidade com Deus que o Espírito intercede pelos cristãos.Palavra do Senhor.

Rom 8, 26-27

Aleluia

Refrão: Aleluia. Repete-seBendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,porque revelastes aos pequeninosos mistérios do reino.

cf. Mt 11, 25

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São MateusNaquele tempo, Jesus disse às multidões mais esta parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto to-dos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e começou a espigar, apare-ceu também o joio. Os servos do dono da casa foram dizer-lhe: ‘Senhor, não semeas-te boa semente no teu campo? Donde vem então o joio?’. Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’. Disseram-lhe os ser-vos: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’. ‘Não! - disse ele - não suceda que, ao arran-cardes o joio, arranqueis também o trigo.

Deixai-os crescer ambos até à ceifa e, na al-tura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar; e ao trigo, recolhei-o no meu ce-leiro’».Palavra da salvação. Forma breve - Mt 13, 24-30

Forma longa - Mt 13, 24-43

Oração dos Fiéis

Carissimos fieis:Nos nao sabemos que pedir nas nossas ora-coes. Deixemos que o Espirito Santo interceda por nos e invoquemos confiadamente o Pai ce-leste, dizendo (ou: cantando):R. Ouvi-nos, Senhor.Ou: Pela vossa misericórdia, salvai-nos, Senhor. Ou: Senhor, nosso refugio, ouvi-nos.

1. “O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente

no seu campo” (Mt 13, 24).Para que o nosso Bispo António Marto, e os seus presbíteros e os catequistas se-meiem a boa semente no campo de Deus, oremos.

2. “Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita in-

dulgência” (Sab 12, 18).Para que ninguém julgue os outros com dureza e todos saibam ser justos e huma-nos como Deus é indulgente para com to-dos, oremos.

3. “Não há Deus, além de Vós, que tenha cuidado de todas as coisas” (Sab 12, 13).

Para que Deus purifique o mundo dos seus erros, cure as doenças, afaste a fome, acabe as guerras e estabeleça a paz na Palestina e Israel, oremos.

4. “O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza” (Rom 8, 26).

Para que os adultos, os adolescentes e os jo-vens, movidos pelo Espírito santo, se con-fiem inteiramente a Deus nas suas necessi-dades, oremos.

5. “E os justos brilharão como o sol” (Mt 13, 43).

Para que Deus nos faça evitar todo o peca-do, nos leve a reconhecer a nossa peque-nez e a grandeza da vocação que Ele nos deu, oremos.

Senhor, que conheceis como ninguem o trigo que por Vos foi semeado no coracao de cada ser humano, nao deixeis que ele seja sufocado pelo joio que o inimigo ai semeia quando dor-mimos. Por Cristo, nosso Senhor.

O trigo e o joioApesar do nosso desejo de viver em co-

munhão com Deus e de acordo com o Seu Evangelho, diariamente constatamos que, junto ao bem que há em nós, nos nossos corações e na nossa vida, existe também o mal. Olhando à nossa volta, também nos deparamos com algo semelhante: apesar de descobrirmos coisas maravilhosas no mundo e nos outros, também constata-mos que o mal está muitas vezes presente.

Este tipo de experiências, tanto em nós como no que vemos nos outros, leva-nos frequentemente a um certo pessimismo,

ou até ao derrotismo. Quantas deceções, connosco e com os outros nos levam a pôr em causa a bondade da vida e das pes-soas, e até de Deus!

A parábola que Jesus nos apresenta, so-bre o trigo e o joio, vem ao encontro des-sa experiência e abre-nos um horizonte de esperança. Deus, na Sua infinita bondade, criou-nos para o bem e capazes de viver o amor ao estilo de Jesus. A Sua graça, der-ramada sobre nós num modo especial no baptismo e renovada pelos sacramentos, pela Palavra e por tantos outros modos menos perceptíveis, é abundante e rica, como meditámos nas leituras do domin-go passado. Mesmo que nem sempre se-jamos conscientes, somos os Seus Filhos amados, chamados e capacitados para a santidade.

No entanto, também é verdade que somos fracos e que nos deixamos sedu-zir por outros caminhos e outras propos-tas de felicidade que nos afastam de Deus e nos levam a viver outros valores contrá-rios ao Evangelho. São as sementes do ini-

migo, como nos diz a parábola. É aqui que surge a necessidade da hu-

mildade, como atitude fundamental para reconhecer o joio e abrir-se à atuação de Deus. Como nos lembra São Paulo, na pas-sagem da Carta aos Romanos que hoje meditamos, “o Espírito Santo vem em auxí-lio da nossa fraqueza”. Sempre que o per-mitimos, Deus atua em nossos corações, num modo sereno e discreto. Numa ati-tude de humildade e transparência diante de Deus, alimentando uma relação íntima e próxima com Ele, é possível ir tirando o joio e ficar com o trigo.

O erro que os servos do dono da casa estavam prestes a cometer, seguindo a pa-rábola do evangelho, era o de se precipi-tarem, e, com as suas próprias forças, ten-tarem arrancar o joio. Quando queremos ser nós a julgar-nos a nós próprios ou aos outros, acabamos por ser injustos e arran-car também o trigo! É muito fácil confun-dir-nos, tanto quando nos julgamos a nós próprio, como quando o fazemos com os outros.

A grande mensagem desta parábola é, pois, o convite a deixarmos Deus ser Deus. Deixar que seja Ele a mostrar-nos o que é bom e o que não é. No fundo, deixar que seja Ele o nosso juiz e o juiz dos outros, com a confiança na Sua clemência e na Sua bondade, como nos é anunciada na leitura do livro da Sabedoria e no Salmo responsorial.

Confiar na Sua bondade, no seu per-dão e misericórdia, não significa pensar que para Deus tudo é bom e que Ele tudo aceita. Uma das mensagens fundamentais desta parábola que hoje meditamos é que, para Deus, existe o bem e o mal. Deus não pactua com o mal! Pelo contrário, porque é misericordioso, ajuda o Homem a liber-tar-se do mal e a aderir ao bem. A Sua sal-vação consiste precisamente em permitir que nos convertamos e em dar-nos o Seu Espírito como artífice dessa conversão, para que vivamos no celeiro, de que nos fala a parábola e que é o coração de Deus e para que os nossos corações sejam au-tênticos celeiros do Seu amor e bondade.

Comentário

A partir desta edição, passamos a publicar textos e sugestões de cânti-cos relativos ao domingo que virá 10 dias depois da data da edição. Para não falharmos nenhum domingo, publicamos dois nesta semana.

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XVII Domingo do Tempo Comum • Ano ALeitura I

Leitura do Primeiro Livro dos ReisNaqueles dias, o Senhor apareceu em so-nhos a Salomão durante a noite e disse-lhe: «Pede o que quiseres». Salomão respondeu: «Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proce-der. Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável, que não se pode contar nem calcular. Dai, portanto, ao vosso servo um coração inte-ligente, para governar o vosso povo, para saber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vosso povo tão nu-meroso?». Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe: «Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimi-gos, mas sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um co-ração sábio e esclarecido, como nunca hou-ve antes de ti nem haverá depois de ti».Palavra do Senhor. 1 Reis 3, 5.7-12

Salmo

R: Quanto amo, Senhor, a vossa lei!

Senhor, eu disse: A minha herançaé cumprir as vossas palavras.Para mim vale mais a lei da vossa bocado que milhões em ouro e prata.

Console-me a vossa bondade,segundo a promessa feita ao vosso servo.Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,porque a vossa lei faz as minhas delícias.

Por isso, eu amo os vossos mandamentos,mais que o ouro, o ouro mais fino.

Por isso, eu sigo todos os vossos preceitose detesto todo o caminho da mentira.

São admiráveis as vossas ordens,por isso, a minha alma as observa.A manifestação das vossas palavras iluminae dá inteligência aos simples. Sal. 118 (119)

Leitura II

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosIrmãos: Nós sabemos que Deus concor-re em tudo para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio. Porque os que Ele de ante-mão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Fi-lho, a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou; àqueles que chamou, também os justificou; e àqueles que justifi-cou, também os glorificou.Palavra do Senhor.

Rom 8, 28-30

Aleluia

Refrao: Aleluia. Repete-seBendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninosos mistérios do reino.

cf. Mt 11, 25

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São MateusNaquele tempo, disse Jesus aos seus discí-pulos: «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e fi-cou tão contente que foi vender tudo quan-

to possuía e comprou aquele campo. O rei-no dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encon-trar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola».Palavra da salvação. Forma breve - Mt 13, 44-46

Forma longa - Mt 13, 44-52

Oração dos Fiéis

Carissimos fieis:Unidos no Espirito Santo, pecamos, irmas e ir-maos, a Deus Pai, para nos e para os outros fieis, os dons que Ele tem preparados para todos, di-zendo (ou: cantando), com fe e humildade:R. Abençoai, Senhor, o vosso povo.Ou: Ouvi, Senhor, a nossa oração.Ou: Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

1. “A manifestação das vossas palavras ilumina e dá inteligência” (Sl 118).

Pelo Papa, os Bispos e Sacerdotes para que iluminem os fiéis com a luz da Palavra de Deus e nela sejam fortificados, oremos.

2. “Dai, portanto, ao vosso servo um co-ração inteligente, para governar o vos-

so povo, para saber distinguir o bem do mal” (1Rs 3, 9).Pelos nossos governantes para que seguin-do os princípios da lei natural e com a Ver-dade do Evangelho promovam o bem co-mum e protejam toda vida humana e a natureza da família, oremos.

3. “Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam” (Rm 8, 28).

Pelos que passam por momentos de di-ficuldade para que a certeza do amor de Deus seja a sua força e o ânimo do seu ca-minhar, oremos.

4. “Ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele

campo” (Mt 13, 44).Por todos nós reunidos em assembleia para que nada anteponhamos ao Tesouro da Fé e que sempre estejamos dispostos a abrir mão de tudo para O possuir, oremos.

5. “Àqueles que justificou, também os glorificou” (Rm 8, 30).

Por todos os defuntos para que participem plenamente da glória de Deus nos céus, oremos.

Deus todo-poderoso e eterno, que ofereceis a salvacao a todos os homens e mulherese nao quereis que nenhum deles se perca, fa-zei que os acontecimentos deste mundo concor-ram para o bem dos que Vos amam. Por Cristo, nosso Senhor.

LITURGIA 27 de Julho

Onde está o meu coração?

O evangelista Mateus coloca no capítu-lo treze da sua narração evangélica as pa-rábolas que dizem respeito ao Reino dos Céus. É um género literário de fácil com-preensão, pois que através de imagens su-gestivas se pretende ilustrar verdades bem mais profundas. A leitura deste domingo reúne as últimas três parábolas e a conclu-são deste capítulo. De que nos falam? Do “Reino dos Céus”, isto é, da vida de Deus à qual somos convidados a participar des-

de já e para sempre. A imortalidade no céu, que a Ressurreição de Cristo nos al-cançou, é uma graça que uma vida terrena, por mais longa que seja, não chega para agradecer.

A primeira parábola compara o Reino dos Céus a um tesouro escondido num campo. «O homem que o encontrou tor-nou-o a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e com-prou aquele campo» (Mt 13, 44). Destaca-se desta parábola três notas essenciais: 1ª- o inesperado do achado. Diz-se que foi “um homem” que o encontrou. Nesta in-definição do sujeito podemos afirmar que qualquer um o podia ter encontrado. As-sim é o Reino dos Céus. Deus coloca-o ao alcance de todos os homens, sem exce-ção, e nas situações quotidianas da vida. Basta estar de olhos abertos. 2ª- “ficou tão contente”. O Reino dos Céus provoca uma explosão de alegria, no aqui e agora das nossas vidas. Não é uma alegria adiada para depois da morte, mas provoca, “hic et nunc”, um contentamento de eternida-

de, bem diferente das alegrias passagei-ras. 3ª- “foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo”. Quem encontra o Reino dos Céus deve empenhar-se total-mente, sem reservas, para o acolher. Se ele é dom de Deus, é também empenho nos-so: não que alguma vez o mereçamos, mas só será dom para nós se acolhido. É o que nos sugere a 2ª parábola do negocian-te que procura pérolas preciosas. Ao en-contrar uma de grande valor, vende tudo o que tem para a poder possuir. Ao tempo de Jesus as pérolas eram consideradas as maiores riquezas que se poderiam possuir. É preciso apostar tudo, sem hesitação. Se o Reino dos Céus é assim tão valioso, por-que encontramos o nosso coração tantas vezes dividido, será que já verdadeiramen-te O encontrámos? Diz-nos Jesus: «não acumuleis tesouros na terra, onde a tra-ça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no céu (…) pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6, 19-21).

Na oração que Jesus ensina aos discí-pulos, conhecida por oração do Pai-Nos-so, Jesus ensina a pedir ao Pai: «venha o teu Reino». Reino que é comparado, na terceira parábola, «a uma rede que lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes…» (Mt 13, 47-50). Rede que nos resgata das ondas revoltas das nossas pai-xões, que nos resgata de nos afogarmos devido ao peso do nosso egoísmo.

Paulo, na Carta aos Romanos, lembra-nos que «Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam…». Na nos-sa pobreza aprendemos do rei Salomão a pedir sabedoria. Guiar a vida não apenas com inteligência, muito menos só com es-perteza, mas com a sabedoria de Deus é «como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas.»

Comentário

Pedro VivaPadre diocesano

Sugestão de cânticos

EntradaDeus vive na Sua morada, F. Santos, 289Aclamai a Deus, J. Gomes, 132

SalmoDitoso o que anda na lei, M. Luís, 296

Apresentação dos DonsAs vossas palavras Senhor, C. Silva, 168 Cantai alegremente, M. Luís, 196

ComunhãoBebei se tendes sede, F.Melro/C.Silva, 171 Tudo o que pedirdes, C. Silva, 829

Pós-comunhãoDá-nos um coração, A. Espinosa, 259 Felizes os puros, A. Cartageno, 398

FinalCristo dará a liberdade, C. Erdozain, 246 Ao Deus do Universo, J. Santos, 155

Será este o domingo que figurará, a partir da próxima edição, nesta pá-gina de liturgia. A pedido de mui-tos leitores, oferecemos, assim, com maior antecedência os textos para a preparação liturgica da Missa.

17 de Julho de 2014 • 15

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Proponho-me dar

continuidade ao caminho traçado

17 de Julho de 2014

Agradecimentoe continuidadeAo assumir a direção deste jornal, por nomeação de D. António Marto, quero, em primeiro lugar, manifestar agradecimento ao Dr. Carlos Magalhães, a quem sucedo. Ao longo de mais de um ano, ele soube dar corpo ao projeto de renovação na continuidade dos jornais “O Mensageiro” e “A Voz do Domingo”.Sem abandonar a notável herança do passado, criou um órgão de comunicação novo. Abundam nele notícias, testemunhos, opiniões, experiências e muitos outros dados que espelham a vitalidade da Igreja de Leiria-Fátima. E acolhe também ecos de acontecimentos e iniciativas da sociedade e suas instituições. O meu obrigado por este legado.Proponho-me dar continuidade ao caminho traçado. É missão do jornal levar o Evangelho e o testemunho da fé cristã ao mundo. Mas cabe também nos seus objetivos dar realce aos sinais e fermentos de humanidade e dos seus valores: vida e a dignidade da pessoa humana, a fé e a confiança, a liberdade e a responsabilidade, a justiça e a verdade, a fraternidade e a cooperação, a promoção do bem comum e dos direitos humanos... Procuraremos cumprir a missão com os meios próprios do jornalismo, aliando textos, imagens e cuidado da “veste” da publicação.Contamos com a colaboração de toda a equipa da redação, dos numerosos colaboradores, dos anunciantes, dos assinantes e leitores e de quantos se queiram associar a nós. A missão é coletiva e só pode ser frutuosa com a colaboração dos fiéis católicos, dos sacerdotes, dos religiosos e religiosas e dos homens e mulheres de boa vontade que aceitem dar-nos a benevolência do seu apoio. Tudo faremos para o merecer.

Dirijo-vos de coração um apelo a continuardes

insistentemente a rezar pela paz na Terra Santa, tendo presente os trágicos acontecimentos dos últimos dias. A oração ajuda-nos a não nos deixarmos vencer pelo mal nem a resignar-nos a que a violência e o ódio tomem o domínio sobre o diálogo e a reconciliação. Papa Francisco

P. Jorge [email protected]

editorialNa recente visita à Terra Santa,o Papa Francisco rezou junto ao muro que divide Jerusalem da Cisjordânia.(AP Photo/Osservatore Romano, HO)

Datas de tomada de posseInício de missão dos nomeados para serviços eclesiais

O vigário geral, padre Jorge Guarda, anunciou as datas em que tomam pos-sam e iniciam oficialmente a sua mis-são os sacerdotes e leigos nomeados pelo Bispo de Leiria-Fátima no passado dia 16 de junho. Assim:

P. Manuel Pina Pedro – Entra como pároco em Alcaria no dia 3 de agosto, domin-go, às 16h00.

P. Fábio Bernar-dino – É apresen-tado como vigá-rio paroquial na Sé de Leiria no dia 7 de setem-bro, domingo, às 11h30; e como vi-gário paroquial da Cruz da Areia

no dia 14 de setembro, domingo, às 11h30.

P. Nuno Gil – É apresenta-do como vigá-rio paroquial da Cruz da Areia no dia 14 de setem-bro, domingo, às 11h30; e como vi-gário paroquial na Sé de Leiria no

dia 21 de setembro, domingo, às 11h30.

P. Clemente Dot-ti – Entra como pároco no Re-guengo do Fetal no dia 13 de se-tembro, sábado, às 18h30.

P. Pedro Viva – Entra como cape-lão do Hospital de Santo André, em Leiria, no dia 14 de setembro, do-mingo, às 11h00.

P. Miguel Sotto-mayor – Entra como pároco de Carvide no dia 21 de setembro, domingo, 11h00; entra como pá-roco da Vieira de Leiria no dia 21 de setembro, do-mingo, às 15h30.

P. Sebastião José Koottiyanickal, Missionário do Verbo Divino – Entra como pá-roco de Minde no dia 27 de se-tembro, sábado, às 18h00; entra como pároco da

Serra de Santo António no dia 28 de se-tembro, domingo, às 10h00.

Os novos responsáveis de Serviços da Curia diocesana assumem o respectivo compromisso no dia 2 de setembro, ter-ça-feira, às 10h30, num encontro presidi-do pelo Bispo diocesano, no Seminário de Leiria.

Os que foram nomeados para o Santuá-rio de Fátima farão a sua entrada ao ser-viço conforme indicação do reitor da ins-tituição.

Diocese de Leiria-FátimaNomeação

do Bispo diocesano

Novo diretor dojornal Presente

O padre Jorge Manuel Faria Guarda é, a partir do dia 17 de julho, o novo Diretor do jornal Presente, semanário da Diocese de Leiria-Fátima.

O padre Jorge Guarda é Vigário-Geral da Diocese e Diretor do Departamento de Pastoral Social. Fez estudos de especializa-ção em Teologia Fundamental e tem sido, já há alguns anos, colaborador assíduo em diversos órgãos da imprensa escrita. Mo-dera também um programa semanal na televisão Canção Nova.

Nesta reorganização da equipa de reda-ção, assume as funções de Diretor-Adjunto do mesmo jornal o Dr. Luís Miguel Ribei-ro Ferraz, que trabalha há vários anos nos jornais diocesanos e integra o Gabinete de Informação e Comunicação desta Diocese. O Bispo diocesano manifesta, através des-te meio, a sua gratidão ao P. Jorge Guarda e ao Dr. Luís Ferraz pela disponibilidade por prestar mais este serviço eclesial.

Cessa funções o Dr. Carlos Magalhães de Carvalho, que foi o primeiro Diretor deste jornal e que, desde o início, se empe-nhou com toda a dedicação e profissiona-lismo neste projeto editorial, contribuindo para o seu perfil marcadamente eclesial e para uma mudança de imagem mais ade-quada ao que os diversos organismos dio-cesanos tinham aconselhado. O Senhor D. António Marto agradece reconhecida-mente ao Dr. Carlos Magalhães de Car-valho o serviço que prestou à Diocese de Leiria-Fátima, pela qualidade do traba-lho desenvolvido e pela entrega generosa a este projeto, com um sentido bem-haja.

Vítor CoutinhoChefe de Gabinete Episcopal

16 • 17 de Julho de 2014