4 Dicas Para Garantir Excelentes Notas Em Redação
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4 dicas para garantir excelentes notas em redação (valem para qualquer banca)Post de: Carol Alvarenga21 de maio de 2014Bancas, Dicas, Língua
Portuguesa, Matérias, Redações 68 Comentários 10766 visualizaçõesTwitter 3Facebook 70Google+ 8
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Redação deixa sempre um clima de suspense, no mundo dos concursos públicos. A
verdade é que muitos têm problemas ao escrever seus textos, e na maioria das
vezes não sabem o que e por que estão errando. Este artigo responderá a dúvidas
de quem precisa garantir uma boa nota nas discursivas.
A seguir, eu cito alguns problemas que os concurseiros de um modo geral
enfrentam, quando o assunto é redação:
Fogem do tema como o diabo foge da cruz
Não entendem por que seus textos não são considerados claros por outras
pessoas
Tiram notas baixas, apesar de se considerarem bons em português
Preocupam-se mais com a legibilidade da letra do que com o que vai
escrever (esse é um dos erros mais tristes)
Escrevem sem pensar e, por isso, cometem erros básicos
Não conseguem responder o que a banca pergunta
Sabem escrever para outros meios, mas não sabem escrever para o
examinador
Acham que não sabem nada sobre o tema
Têm medo de fugir do café com leite (e não acrescentam, ao texto,
parágrafos essenciais para aumentar a nota)
Se você se encaixa em pelo menos um dos “males da redação” citados na lista
acima, então este post é para você. Escrever bem se tornou uma obrigação para a
maioria esmagadora de concurseiros, e cometer qualquer gafe pode ser a diferença
entre passar ou não.
É muito comum ver notas ZERO (ou notas muito baixas, até mesmo insuficientes
para fazer o mínimo que a banca pede), em redações de concursos. Eu já vi bons
concurseiros tirando notas altíssimas na parte objetiva da prova e reprovando na
parte discursiva.
O propósito do meu artigo é evitar que você esteja na pele de concurseiros
assim. Quero que você tire a nota máxima. Por isso, eu trago, agora, 4 dicas
matadoras para você melhorar sua redação e tirar notas altas em seus textos. Em
resumo, as dicas são:
1. Entre aspectos formais e aspectos de conteúdo, escolha os de conteúdo
2. Não deixe o examinador pensar
3. Citação: por que, quando e como fazer
4. O que fazer na hora da prova
5. Como colocar em prática
Dica #1. Entre aspectos formais e aspectos de conteúdo, escolha os de conteúdoÉ verdade que se deve tomar alguns cuidados formais na hora de fazer uma
redação, mas o que mais importa é o seu conteúdo. Muito mais do que acertar na
gramática ou fazer uma letra legível na hora de passar a limpo um texto, a banca
quer saber se você sabe mesmo sobre o tema.
Na maioria dos casos, os aspectos formais contam apenas 10% da nota de sua
redação, enquanto os de conteúdo são distribuídos nos 90% restantes.
E por que isso acontece?
Existe essa Teoria, sabe – a Teoria do Iceberg –, segundo a qual os aspectos visíveis
e palpáveis são menos importantes do que os aspectos invisíveis e abstratos.
Vou explicar melhor.
Essa Teoria foi formulada por um dos maiores escritores da literatura norte-
americana (Ernest Hemingway). Ela é denominada “Teoria do Iceberg” porque, não
importa o tamanho que seja um icebergacima da superfície marítima (com um pico
visível), sua parte abaixo da linha do mar (invisível) será sempre maior. Essa
analogia foi feita por Hemingway para demonstrar que a parte formal de um texto
(comoescrever) é menos importante do que sua parte informal (o que escrever).
A Teoria do Iceberg pode ser facilmente incorporada às questões discursivas de
concursos públicos. No gráfico a seguir, mostro essa teoria aplicada à maioria dos
casos de provas subjetivas:
Gráfico da nota: dê mais valor ao conteúdo (Teoria do Iceberg adaptada para redações de concurso).
Agora vou te mostrar alguns exemplos na prática. Abaixo, estão partes de alguns
dos editais mais cobiçados da administração pública, mais especificamente, as
partes que trazem os critérios de avaliação das bancas de concurso. Ao lado
esquerdo de cada parte do edital, há um gráfico vermelho, mostrando os aspectos
“acima da superfície” do iceberg, e um gráfico verde, mostrando os aspectos
“abaixo da superfície” do iceberg.
Critérios de correção de uma das provas discursivas para Analista Legislativo do Senado Federal (2012). Banca = FGV.
Critérios de correção para a prova de Analista de Finanças e Controle da CGU (2012). Banca = ESAF.
Critérios de correção para a prova de Analista Judiciário do TRT 5ª região (2013). Banca = FCC.
Critérios de correção para a prova do BNDES (2013). Banca = Cesgranrio.As mesmas observações que eu fizer abaixo (para o Cespe) valem para a Fundação
Cesgranrio, já que ela também não coloca, no edital, critérios objetivos (em termos
de pontos) de correção das discursivas.
Critérios de correção para a prova de Técnico Judiciário e Analista Judiciário do TJDFT (2013) . Banca = Cespe.
Já que o Cespe não divide as notas em uma tabela, vou explicar melhor o critério de
correção, até porque essa é, de longe, a banca mais importante.
Quando você vai fazer uma redação do Cespe, a parte do iceberg “abaixo da
superfície” vale 100% da nota (no caso, o 100% da discursiva do TJDFT foi de 10
pontos). Como é possível observar (no item 9.7.4), o Cespe leva tão a sério a
pertinência do conteúdo que zera a prova de quem foge do tema! Cuidado.
Vale a pena destacar um ponto importantíssimo, que muitas pessoas
desconsideram: o tópico 9.7.6 elimina qualquer candidato que tire menos de 50%
na prova discursiva.
Ok, mas isso tudo significa que não existem erros formais, para o Cespe (acima da
superfície)?
Existem! Eles são descontados da nota que você tirou na parte de conteúdo. Assim,
caso você tenha tirado 10 na parte de conteúdo, ainda podem ser descontados
erros de translineação, margens, legibilidade etc.
Ainda assim pode ser considerado que 90% da nota da prova será dada pelos
aspectos de conteúdo?
Sim, sem dúvida. Principalmente no que diz respeito ao Cespe, o conteúdo vale
muito mais do que os detalhes formais. Claro que, quanto menos pontos
descontados, melhor, mas você deve SEMPRE estar atento ao conteúdo, ao tema.
A relação entre a parte abaixo da superfície e a parte acima da superfície é de
causa e consequência.
Se o seu conteúdo está bom (pertinente, coeso e bem conectado), então a parte
formal de seu texto está boa. E por que isso acontece? Simplesmente porque, ao
treinar conteúdo, você treina, automaticamente, o que está na superfície de seu
texto.
Você não pode, entretanto, afirmar o seguinte: “se eu treinar a forma, estarei
treinando o conteúdo”. Ãhn ãhn. É possível treinar forma fazendo até receita de
bolo. Como sabemos que com receita de bolo não é possível passar em concursos
públicos, o jeito é arregaçar as mangas e estudar – muito – como organizar as ideias
e entregar um texto de extrema qualidade, ao examinador. E é isso o que vamos
fazer.
Dica #2. Como fazer introdução, desenvolvimento e conclusão (o café com leite das discursivas para concursos)É claro que existem alguns aspectos formais muito importantes, que contam
pontos como se fizessem parte do conteúdo. São como aspectos “quase-que-
formais” da redação: não chegam a ser formais, nem fazem parte do conteúdo,
mas ajudam a criar o conteúdo. Esses aspectos são: introdução, desenvolvimento
conclusão.
Para prosseguirmos, eu só quero que você vá com um conhecimento prévio: o
significado de período. Período é uma frase que possui pelo menos uma oração (ou
seja, pelo menos um verbo). Um período começa com letra maiúscula e termina
com um ponto final. Beleza? Vamos continuar.
Já é lugar-comum dizer que uma redação precisa de introdução, desenvolvimento e
conclusão. Isso é o básico, o café com leite de seu texto, então entenda melhor
para que serve cada uma dessas três partes:
A introduçãoServe para dizer ao examinador que, hey, você entendeu o tema! Além disso, você
tem que afirmar alguma coisa em relação ao tema, e também tem que dizer
como vai desenvolver esse tema.
Peraí, Carol, agora eu me confundi forte, aqui.
Vou te explicar melhor.
Você vai dividir sua introdução em 2 partes:
Primeira parte (um ou dois períodos)
dizer ao examinador que entendeu o tema. Você faz isso ao repetir os
aspectos gerais do tema. Isso não pode tomar mais do que uma linha.
afirmar alguma coisa sobre esse tema. Você faz isso se posicionando acerca
do tema, concordando, discordando, falando de sua importância etc. Também
deve tomar, no máximo, uma linha.
Essa primeira parte é o que os professores geralmente denominam “tese”.
Segunda parte (um a quatro períodos)
dizer ao examinador como seu tema será desenvolvido.
Isso é muito fácil de ser feito. O desenvolvimento tem, geralmente, 3 ou 4
parágrafos, como veremos a seguir. Você vai usar esses parágrafos para construir
sua introdução.
Considere que você vai fazer algumas promessas ao examinador: “ei, examinador,
vou falar disso, isso e daquilo outro!”.
Você faz isso da seguinte maneira: na introdução, em até três linhas, indique o que
haverá nos parágrafos de seu texto. Seja claro ao fazer isso: separe cada assunto
de cada parágrafo por vírgulas ou pontos.
Mapa mental 1: como fazer uma introdução.Tranquilo, né? Então vamos para o desenvolvimento.
O desenvolvimentoAgora é hora de explicar tudo o que você falou na introdução, só que com detalhes.
Para o desenvolvimento, tenho três regras a te passar:
Cumpra o que você prometeu: na introdução, você fez algumas promessas.
Você disse que iria falar sobre alguns assuntos, no decorrer do seu texto. Então,
cumpra o que você prometeu, exatamente na ordem colocada na introdução.
Não faça nada além do prometido: há pessoas que prometem, na
introdução, falar de “ABC” e acabam explicando o alfabeto inteiro. Você não deve
fazer nem mais nem menos, mas a medida certa.
Obedeça ao princípio da igualdade entre os parágrafos: ok, eu inventei esse
princípio, mas vou explicar melhor meu ponto de vista. O que mais vejo, em textos
de concurseiros, é se começar o desenvolvimento com um parágrafo de 8 linhas e
fazer mais dois parágrafos de 2 linhas. Não estou dizendo que deve haver
exatamente a mesma quantidade de linhas, mas é sempre bom manter uma
diferença de, no máximo, duas linhas, entre um parágrafo e outro, para você
conseguir explicar toda a sua introdução.
O seu desenvolvimento ocupará pelo menos 60% do seu texto, e é responsável pela
maior parte de sua nota na questão discursiva, então é melhor que o faça com
carinho.
Mapa mental 2: como elaborar o desenvolvimento da redação.
A conclusãoRetome tudo o que foi dito, inclusive (e principalmente) sua tese.
Como você vai retomar (em dois períodos):
Relembre ao examinador tudo o que você disse no desenvolvimento.
Reafirme sua tese, ou seja, “reafirme sua afirmação” da introdução.
A conclusão é simples assim :)
Mapa mental 3: como fazer a conclusão de sua discursiva.
Dica #3. Se a banca te der limões, faça uma limonadaNão brigue com a banca: se ela te mandar fazer alguma coisa, obedeça. Em outras
palavras, não invente de fazer um suco de morango se a banca te der limões.
O que a banca pode te pedir:
“Coloque um título” – só faça isso se a banca pedir formalmente.
“Assine seu texto com o nome Tal” – só faça isso se a banca pedir
formalmente.
“Coloque uma data” – só faça isso se a banca pedir formalmente.
“Responda à seguinte pergunta” – nesse caso, basta responder à pergunta
(sem introdução, desenvolvimento e conclusão).
“Use tal ordem, ao escrever seu texto” – importante e obrigatório (vou
explicar a seguir). “Coloque, necessariamente, introdução, desenvolvimento e
conclusão” – importante e obrigatório (vou explicar a seguir).
Quero que você dê muita atenção aos dois últimos “tipos de pedidos” das bancas,
acima. Aqui, há pegadinhas que podem te tirar do páreo.
A banca geralmente faz esses pedidos em uma estrutura de tópicos. Abaixo há um
exemplo clássico de questão do tipo “estrutura de tópicos”.
(Cespe, MDIC, Analista Técnico-Administrativo, 2014)
Nesse tipo de situação, você terá que sair do café com leite. Perceba, no enunciado
da questão discursiva, que a banca coloca a palavra “necessariamente”. Para você
entender o que a banca realmente quer, troque a expressão “necessariamente” por
“obrigatoriamente e nesta ordem“.
Você fará um texto com apenas três parágrafos, sem introdução e sem
conclusão.
Sei que pode parecer estranho, mas é assim que é. Quando há essa estrutura de
tópicos, dizendo para que você atenda “necessariamente” ao que se pede, o
examinador quer que você faça um parágrafo para o que é pedido no primeiro
tópico, um parágrafo para o que é pedido no segundo tópico e um parágrafo para o
que é pedido no terceiro tópico.
Dica #4. Conheça os mitos que te fazem errar e os use para acertar (o quinto mito é cruel)
A preocupação exacerbada com os aspectos formais levam a mitos. Mitos levam a
erros. Erros te prejudicam.
Abaixo, trago uma lista com os principais mitos, e como os superar.
Mito #1. “A letra tem que ser cursiva”A sua letra pode ser letra de forma, desde que seja capitulada, ou seja, desde que
dê para diferenciar as minúsculas das maiúsculas.
Mito #2. “Isso é para o que se falou e isto é para o que se vai falar”Tanto faz: na hora de escrever, “isto” ou “isso” têm o mesmo significado. Não
precisa se preocupar com a diferença entre um e outro.
Mito #3. “Eu não posso repetir palavras de jeito nenhum”O seu texto tem de ser claro. Você não pode exagerar na repetição de alguns
vocábulos (como ‘que’ e ‘de’), mas, se for necessário fazer a repetição, não se
acanhe.
Mito #4. “Rascunho é perda de tempo”
Fazer o texto diretamente na folha definitiva é como dar um tiro no próprio pé. E eu
falo isso por experiência própria. Use sua folha de rascunhos, nem que seja para
fazer uma ficha do que você pretende falar.
Para fazer este texto, por exemplo, eu usei um super mapa mental, que me ajudou
na hora de organizar as ideias, olha só:
Meu mapa mental para escrever este texto.
É claro que, para sua prova, o mapa mental seria muito menor.
E a boa notícia é: com o tempo, criando muitos mapas antes de escrever seu texto,
você aprenderá a fazer rascunhos em menos de 5 minutos.
Mito #5. “Escrever bem significa escrever palavras difíceis”Não! Não deixe o examinador pensar! Seja claro, evite termos técnicos (mesmo que
seu texto seja para um cargo relacionado a alguma área cheia de jargões). Se
precisar usar algum termo técnico, explique-o.
Mito #6. “Não existe mais a regra de colocar aspas em palavras estrangeiras”Ouvi muito esse mito quando a ESAF, uma vez, cobrou o assunto “accountability”.
As pessoas insistiam que esta palavra estrangeira não precisava de aspas porque
ela já tinha sido escrita no enunciado da questão. Balela pura. Quem não colocou as
aspas perdeu pontos, na prova.
O fato é que ainda é obrigatório utilizar aspas em quaisquer palavras estrangeiras.
Claro que, se fosse em um texto no computador, o certo seria colocar itálico. Como
não é, coloque aspas e fica tudo certo.
As palavras (e expressões) estrangeiras mais comuns são: internet, a
priori, email, output, software, online, site, blackout, internet, checks and balances,
accountability, best seller, ticket, management.
Mito #7. “Quando eu não sei a grafia certa da palavra, o jeito é chutar”Quando você não souber a grafia de uma palavra, faça o máximo de esforço para
encontrar um sinônimo. Eu selecionei algumas palavras que deixam dúvidas, mas,
se ainda assim você não conseguir lembrar ou tiver o mínimo de dúvida, procure
um sinônimo.
Grafia de algumas palavras comuns, em redações de concursos públicos:
Exceção
Assessor
Cálculo
Enchente
Excepcional
Sessão (usada para designar reuniões ou assembleias separadas em
determinados períodos de tempo) – exemplo: “A sessão da Câmara dos Deputados
iniciar-se-á às 10h” ou “A sessão do filme ainda não começou”
Seção (parte de um todo) – exemplo: “Seção XIX” ou “Seção de roupas”
Cessão (substantivo que vem do verbo ceder)
Norte-americano
Frisar
Perda: substantivo
Perca: verbo
Esses são os mitos, de maneira geral. Você lembra de mais algum? Comente!
Resumindo: o que você aprendeu? A verdadeira razão de ser do seu texto está no conteúdo (90% da nota), não
na forma (10% da nota);
A introdução serve para você construir sua tese e montar três argumentos,
que serão explicados no desenvolvimento;
No desenvolvimento, faça parágrafos com tamanhos parecidos, e explique o
que foi prometido na introdução;
A conclusão deve retomar o que foi dito no desenvolvimento e reafirmar a
tese da introdução;
Se a banca te der uma estrutura de tópicos, responda a esta estrutura na
ordem pedida pela banca;
Defenda-se dos mitos sobre redação, principalmente dos seguintes:
“Escrever bem significa escrever palavras difíceis”;
“Rascunho é perda de tempo”.
E aí? Deu para entender?Agora você me diz: entendeu como é possível melhorar sua redação e torná-la
muito mais clara? Estude redação, escreva frequentemente e siga as dicas que dei.
Com o tempo, você sentirá bem mais facilidade ao redigir textos para a banca de
seu concurso.
Qualquer coisa, comente :)
Bons estudos, boa sorte, boa vida.
Carol Alvarenga ;)