360 - Laicado Dominicano Novembro e Dezembro 2012
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7/29/2019 360 - Laicado Dominicano Novembro e Dezembro 2012
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Novembro/Dezembro 2012Ano XLII - n 359
Directora: Isabel de Castro e LemosISSN: 1645-443X - Depsito Legal: 86929/95Praa D. Afonso V, n 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL
Fax: 226165769 - E-mail: [email protected]
LAI
CADO
DOMINI
CANO
Directora: Cristina Busto
ISSN: 1645-443X - Depsito Legal: 86929/95
Praa D . A fonso V , n 86 , 4150 -024 Por to - PORTUGAL
VISITA CANNICA A PORTUGAL DO MESTREGERAL DA ORDEM DOMINICANA
No prximo ms de Ja-neiro o Mestre Geral daOrdem, fr. Bruno Ca-dor, far a sua visitacannica a Portugal, do
dia 3 ao dia 9.O programa ser o se-guinte:
Dia 3 (5f)Manh Chegada do fr.
Bruno a LisboaAlmoo no Convento de S. Domingos15h30 Reunio com alguns membros do Con-selho Provincial17h00 Conversa individual com alguns irmos
do Convento19h15 EucaristiaJantar Convite ao Sr. Cardeal Patriarca
Dia 4 (6f)08h00Eucaristia no Mosteiro das Monjas doLumiar (+pequeno-almoo)Manh (>10h00) e Tarde Conversa individualcom os irmos do Convento de Lisboa
Dia 5 (Sbado)09h00 Conversa com os irmos da casa doCorpo Santo12h30 Almoo14h00 Sada para o Porto
18h00Conversa com alguns irmos da Comuni-dade.
Dia 6 (Domingo)Manh e Tarde Conversa individual com irmos
do Convento de Cristo-Rei17h00 Encontro com Famlia Dominicana dazona norte do pas19h00 Eucaristia (com Famlia Dominicana)
Dia 7 (2f)08h30 Partida para Ftima10h45 Conversa individual com irmos do Con-
vento de Ftima12h00 Eucaristia e almoo15h30 Continuao das conversas com os ir-
mos17h00 Beno do Santssimo no Mosteiro PioXII e breve encontro com as Monjas.
Dia 8 (3f)Manh livre16h00 Encontro com alguns MCS17h30 Encontro e Eucaristia (18h30) comFamlia Dominicana (Parquia de S.Domingos deBenfica)
Dia 9 (4f)09h00 Reunio Final com o Conselho daProvnciaTarde Partida para Roma.
Programa enviado por fr. Jos Nunes, OP
SANTO
NATALE
FELIZANONOVO!
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PALAVRA DO PROMOTORMaria na Ordem dos Pregadores
Ao terminar as nossas reflexes sobre a mulher naOrdem dos Pregadores creio que teramos que fazer umareferencia especial a Maria, que, na tradio da Ordemsempre foi invocada com particular amor pelas filhas epelos filhos de Domingos de Gusmo.
Nossa Senhora constitui-se como um modelo que nosajuda a viver a nossa vocao. A nossa vocao duasdimenses do ser cristo que parecem partir em sentidosopostos: a dimenso contemplativa, com tudo o que istotem a ver com a nossa vida interior, e a dimenso apostli-ca com tudo o que isso representa de aco, de empenha-mento exterior, de multiformes actividades que somoschamados a realizar. Sabemos todos, por experinciaquanto esse equilbrio se mostra frgil.
Nossa Senhora para os dominicanos no e s umaintercessora eficaz junto de Deus. Claro que desde o in-cio da Ordem que foi olhada como aquela que pede porcada um de nos e pela conservao da nossa famlia espiri-tual. Os relatos to gostosos da Vida dos Irmos, contamcomo eles viam Nossa Senhora, todos os dias invocada nocanto da Salv Rainha, se prostrava para pedir a conserva-o da nossa Ordem. E acreditamos firmemente que Elanos protege com o carinho e a ateno de uma me.
Mas Nossa Senhora, alm de advogada nossa, estimula-nos na nossa vivncia interior e no nosso compromisso
apostlico. Gostaria de sublinhar algumas dimenses des-se desafio que Ela coloca nas nossas vidas, o desafio dafidelidade a uma vocao especifica na Igreja.
O primeiro aspecto que gostava de sublinhar relaciona-se com a forma de olharmos o mundo. Diz o EvangelistaLucas em vrios momentos que "Maria guardava todasestas coisas, meditando-as em seu corao" (cfr. Lc 2,34).
A expresso indica que Maria tentava aprofundar e reco-lhia no mais fundo de si mesma os acontecimentos que serelacionavam com Jesus (a vinda dos Pastores, o encontrode Jesus no Templo, etc). A expresso indica-nos que
Maria procurava o sentido daqueles acontecimentos coma inteligncia e com o corao, procurava o seu sentido aluz da f.
Um dos desafios que nos coloca a nossa vocao e sem-pre o de transmitirmos a Palavra aos homens e mulheresde cada tempo. Neste ano da f somos convidados a dizera nossa f ao mundo de hoje, aos homens e mulheres dehoje com os seus problemas e questes mas que conti-nuam a necessitar de respostas para os seus anseios e pro-blemas. Anunciar o Evangelho hoje implica saber ler osacontecimentos, ler as oportunidades que eles levantam,purificar de erros de viso que eles trazem consigo. Porisso necessitamos desta viso de inteligncia e de corao,de estudo e de orao a que a pregao nos obriga. A
dimenso contemplativa alimenta uma viso das coisasdiferente. E como se torna necessrio ter uma viso dife-rente, ao mesmo tempo lcida e cheia de esperana, que oolhar perpassado por Deus traz consigo. Maria ensina-nosa gnese desse olhar, guardando e meditando as coisas noseu corao.
Uma outra dimenso importante para a nossa vida eque aprendemos com Nossa Senhora ser a importnciado SIM. Uma das coisa mais belas na vida de Maria foi oseu sim ao projecto de Deus: "eis a serva do Senhor, faa-se em mim segundo a tua palavra" Lc 1,38.
Em Maria h um assentimento ao projecto de Deuslivre. Eu creio que este assentimento de Maria se mostraimportante por dois factores. O primeiro porque Maria
nos mostra o valor da docilidade. A docilidade no nosencerra nos limites da nossa vontade mas abre-nos paraalm de ns mesmos. A segunda porque com este assenti-mento aprendemos o valor da liberdade como premissada relao de Deus connosco. Muita vezes se olhou para anossa Ordem como o brao frreo da Igreja para conduziro herege ao seio da Igreja. As histrias mais belas deDomingos manifestam-no como um homem que propu-nha e no impunha, que dialogava para manifestar a ver-dade. Muitas vezes aparece nos quadros da AnunciaoNossa Senhora lendo, como se o dilogo com o Anjo cote-
jasse a leitura da Escritura. A presena dos dominicanosna Universidade de Paris manifestava-se na disputa, a par-tir da qual surgia nova luz para o assunto que se disputa-
va. Na nossa relao com Maria talvez lhe possamos pedirque nos ensine a liberdade e a ousadia do dilogo.
A Escritura refere-se a Maria, pela ltima vez nesta cita-o:"todos estes perseveravam unidos na orao, com algu-mas mulheres, entre as quais Maria, a me de Jesus" Ac1,14
O texto fala-nos da comunidade de Jerusalm. Fala-nosda Igreja, da sua primeira comunidade. Uma da notas
fundamentais da nossa vocao tem de ser a dimensoeclesial. Nascemos na Igreja. No Conclio Vaticano II osnossos irmos Congar e Chenu empenharam-se em ajudarna renovao do rosto da Igreja, mostrar uma Igreja maisfraterna, aberta, evanglica, que todos possam percebercomo sua casa, uma casa aberta a todos. Tambm nestadimenso Maria nos poder ajudar.
A presena de Maria na nossa vida, quando a tomamoscomo prxima, mulher da nossa humanidade, mulher def, mostra-se rica e como um suave desafio no anuncio doEvangelho.
Fr. Rui Carlos Lopes, O.P.
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EXPOSIO MISSIONRIA VIVNCIAS
De 19 a 23 de Agosto tocou-me acolher os Visitantesda Exposio Missionria, que tem como tema Alarga oEspao da Tua Tenda, Is. 54,2 , e que est patente aopblico, em Ftima, desde o dia 12 de Maio a 31 de
Outubro, do ano em curso.Como foi para mim uma experincia muito rica, gos-
tava de destacar e de partilhar alguns aspectos:
- A primeira parte da Exposio, que fundamenta aMISSO na Santssima Trindade, no ltimo pedido de
Jesus e na ao do Esprito Santo, apesar de estar muitobonita, pode passar despercebida, se no h ningum achamar a ateno.
- Quando a mensagem do Evangelho, transmitidoduma maneira bela e com qualidade, como o caso desta
Exposio, chega ao corao das pessoas.Muita gente que a visitava vinha no final, por vezes
com muita emoo, dar os parabns e agradecer pela bele-za e profundidade da mesma.
No tenho dvidas que os objetivos que a originaramso, em muito boa parte, conseguidos.
- Confirmei, uma vez mais, que a Misso, as Misses,os Missionrios so um sector que continua a atrair muitoas pessoas e , tambm, muito admirado, valorizado,merecendo um enorme carinho e respeito. Alm de o
dizerem explicitamente, tambm o confirma, a mdia di-ria dos visitantes que rondou nestes dias, uns 1500 dasmais variadas nacionalidades, predominando, alm daportuguesa, a francesa, espanhola e italiana.
- Durante, ou no fim da visita, havia muita gente queia partilhando como que eles tambm procuravam serMissionrios no seu dia-a-dia e houve testemunhos beminteressantes.
- Foi bom presenciar como muitos visitantes, incluin-do muitos jovens, liam e viam todas as frases escritas, asimagens, tiravam fotos, faziam anotaes, em verdadeiraatitude contemplativa. Recordo de modo especial duaspessoas que no final ficaram a contemplar em silncio,imenso tempo, o espelho de gua onde est escrito o con-
vite de Jesus. Vem e segue-Me Depois, uma dessas pes-soas dizia-me : no sei, no posso expressar o que sinto,ao que lhe respondi que no era necessrio faz-lo, pois euestava a viv-lo com ela.
- Os espelhos colocados na Praa da Misso so mui-to procurados pelas crianas, mas no s, e so um suces-so porque facilitam imenso o transmitir a mensagem.
Quando lhes explicamos o porqu e para qu dos mes-mos, visvel que a mensagem lhes toca! Alis eu fiqueimuitas vezes surpreendida por haver muita gente que se
adiantava, antes de qualquer explica-o, a interpretar a razo desses espe-lhos.
- Verifiquei que a Praa da Mis-so, recebe muitos elogios bemmerecidos! - e as figuras que maisatraem so, sem dvida: Joo PauloII, a Madre Teresa de Calcut, a Ida-lina, Santa Teresinha
- Dava-me, sempre muita alegriaver os nossos Fundadores Ascen-so Nicol e Mons. Zubieta - na Praa da Misso e faleicom eles vrias vezes
- O vdeo completo era relativamente visto por poucas
pessoas mas por um bom nmero! - e quem o via valori-zava-o muito. Causa muita emoo e partilha. Alm dissoera uma boa oportunidade das pessoas descansarem e dese refrescarem um pouco, sobretudo, nos dias de maiorcalor.
- Seguindo a sequncia e lgica da Exposio, tornava-se muito fcil e compreensivo falar-se do porqu da pre-sena da pia e de outros smbolos batismais. Resultavaalgo bvio!
- Por fim, vem a original imagem de Nossa Senhora
no barco, que um enorme chamariz para as pessoas quepassam no corredor principal, pois ao v-la de longe, vmmuitos procura da mesma. Tanto assim, que se noestivermos muito atentos a dizer s pessoas que ali o fimda Exposio e que o comeo da mesma noutro local,toda a gente a iniciaria a sua visita. Mesmo assim h mui-ta gente que no nos faz caso e por ali que teima ementrar.
Esta imagem mesmo a coroa da Exposio e aspessoas gostam muito de permanecer e de tirar fotos nesseespao. Tambm a orao a Nossa Senhora escrita no
vidro e distribuda juntamente com o desdobrvel, convi-da muita gente a rez-la.
Houve, talvez, trs momentos que gostei especialmen-te de viver:
. O primeiro foi quando eu apresentava a figura doPadre Antnio da Rocha, uma senhora grita do meiodum pequeno grupo que a acompanhava: Ai, o meusobrinho!. De facto ela era esposa dum irmo da Me doreferido Sacerdote. Foram chamar outros familiares queestavam, tambm, na Exposio, mas que ainda no
tinham chegado aquele local. Foi muito bonito e sentidoo momento de emoo que todos ali vivemos. As fotosque ali tiraram foram muitas, como natural.
(Continua na pgina 4)
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NOTCIAS DAS FRATERNIDADES
(Continuao da pgina 3)
. O segundo foi a visita duma criana de 11 anos queveio sozinha visitar, pela segunda vez, a Exposio e queacabou por ser ela a apresentar-ma com uma alegria eentusiasmo pouco comuns. No quadro da Santssima Trin-dade dizia que s lhe faltava estar l escritas as palavrasAlfa e mega, para ainda dizer mais sobre Deus. Ter-minou confessando que quando for mais crescido, querser catequista. Eu acho que ele queria dizer mais que isso,mas
.Terceiro: ao chegar zona da pia batismal e depois deexplicar o porqu da mesma ali, uma pessoa chama uma
criana de uns 7/8 anos e diz: olhe, esta menina vai serbatizada no prximo sbado!... Que excelente preparaopara esse dia!.
Apesar desta partilha ir j mais longa que o desejvel,gostava ainda de dizer que gostei de saber que muita gente
vinha ver a Exposio, porque algum lhe tinha dito que ano deixasse de visitar.
Um OBRIGADO grande a Deus pelo DOM destaExposio; aos nossos Bispos que mediante a sua cartaPastoral a apelar ao esprito missionrio do povo portu-gus, empurrou, de algum modo, este feito que h jmuito era pensado e desejado; aos artistas, telogos, etc.,
que a conceberam e concretizaram.Tal como aconselhvamos aos Visitantes, termino con-
vidando a que tambm rezemos esta orao:
SENHORA DA ANUNCIAO,
Que corres ligeira sobre os montes,Vela por ns, fica nossa beira.
bom ter a esperana como companheira.Contigo rezamos ao Senhor:
D-nos, Senhor,Um corao sensvel e fraterno,
Capaz de escutar e de recomear.Mantm-nos reunidos, Senhor, volta do po e da palavra.
Ajuda-nos a discernir os rumos a seguirnos caminhos sinuosos deste tempo,por Ti semeado e por Ti redimido.
Ensina-nos a tornarA tua Igreja toda missionria,
E a fazer de cada parquia,Que a Igreja a residir no meioDas casas dos teus filhos e filhas,Uma Casa grande, aberta e feliz,
trio da fraternidade,De onde se possa sempre ver o cu,E o cu nos possa sempre ver a ns.
Amen
Irm Deolinda Rodrigues, OP
FRATERNIDADE DE ELVAS
No passado dia 20 de Outubro de 2012 a igreja de SoDomingos de Elvas vestiu-se de festa para acolher mais umelemento na nossa Fraternidade, a irm Catarina de Jesus
Vicente Gaiato Pires emitiu promessa temporria por 3anos ficando a pertencer Fraternidade Leiga de SoDomingos de Elvas e membro activo da Ordem dos Prega-dores.
A Eucaristia foi presidida pelo nosso Proco, o PadreJernimo Fernandes e a promessa foi conferida pelo Dele-gado do Promotor Provincial Frei Rui Carlos Lopes, oFrancisco Piarra e tambm pela sua esposa, a FilomenaPiarra, membros do Conselho Provincial dos Leigos
Dominicanos.Damos Graas a Deus por intercesso de So Domingospelas vocaes que tem dado nossa Fraternidade.
To-Z, O.P.
NOVO CONSELHO DA FRATERNIDADE LEIGADO PINHEIRO DA BEMPOSTA
No passado dia 14 de Outubro, na presena da irmEngrcia e da Cristina Busto, realizaram-se eleies naFraternidade do Pinheiro da Bemposta a fim de se eleger onovo Conselho, que ficou assim constitudo:
Presidente e Formadora: Laura de Jesus Martins
Vice-Presidente : Amlia Arede
Secretria: Catarina Arde
Tesoureira: Isabel NunesLcia Oliveira, o.p.
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Com a devida autoriza-
o, cito para comear, o
Frei Bento Domingues noseu artigo de Domingo
no jornal Pblico de 18
de Novembro p.p.:
Para o Novo Testamento
a grande rivalidade no
entre Demo e o ser
Humano, mas entre o
Deus libertador e a divini-
zao escravizante do Dinheiro, do mximo lucro a qual-
quer preo... O lugar do encontro transcendente comDeus so as pessoas que precisam de ajuda. Da que a inc-
moda e constante pergunta que Ele nos faz...que fizeste do
teu irmo?
Agora como em tempos anteriores A riqueza era um
sinal de gente bem sucedida, divinamente abenoada. Para
mal, j bastavam os pobres, imagens do abandono de
Deus. Eles (os discpulos) no tinham percebido nada e
ns tambm no. Precisavam e precisamos de silncio, de
orao e de meditao para fazermos a pergunta quemmanda em ns? Se for o amor ao dinheiro. J temos dono:
seremos escravos do nosso desejo.
Se quisermos ser livres e ajudar na libertao dos opri-
midos, vamos continuar a precisar de dinheiro e bens des-
te mundo. evidente, mas surgir outra pergunta; o
dinheiro dono ou instrumento?
Com a leitura que habitualmente fao aos domingos do
artigo do Frei Bento desencadeou-se uma srie de pensa-
mentos e lembranas que por vezes me preocupam e
inquietam.
Ao longo da minha longa vida sempre muito ligada ao
social, preocupa-me seriamente o assalto caixa das esmo-
las. .Isto uma srie de negcios, de desvios, de m apli-
cao, s vezes com proveito prprio, dos bens e dinheiros
destinados ajuda aos outros.
Cito apenas alguns casos: Uma quinta doada a uma
associao (que se ocupa da terceira idade dos seus associa-
dos) que foi vendida e o dinheiro nunca mais foi visto.
H cerca de um ano, a uma das maiores instituies doPas concorreram duas listas para a direco. Perguntei a
uma sbia, culta e inteligente senhora de provecta e lcida
idade em quem iria votar. A resposta dela foi: nestes que
l esto porque os da outra lista j c estiveram e roubarammais do que estes...
Desfalques de funcionrios, por vezes com cargos eleva-
dos, por falta de controlo e fiscalizao, estou a lembrar-me
de 4 ou cinco situaes...
Tive mesmo pessoalmente conhecimento de como
alguns destes negcios se passam. Tendo algum uma
casa para vender apareceu-lhe um pequeno agente imobi-
lirio para a compra, representando uma associao impor-
tante na terra. Depois de ter comunicado o preo o dito
intermedirio foi, envergonhado, dizer ao vendedor que onegcio podia ser feito mas com uma condio: dizia que
o preo devia ser mais 30% e essa verba seria para entregar
ao presidente dessa associao. No lhe foi possvel denun-
ciar essa proposta porque o intermedirio lhe assegurou
que se o fizesse os seus negcios estariam acabados dada a
influncia social do dirigente da Associao, que hoje
Presidente da Cmara Municipal dessa terra.
Algumas das instituies que foram alvo destes assaltos
estavam ligadas ou tinham sido fundadas em ligao Igre-ja. Ser que ns como cristos no temos o dever de
denunciar, de tentar prevenir estas aces que s prejudi-
cam os mais pobres e carenciados?
Se no denunciar pessoas no ser de denunciar situa-
es?
No temos ns obrigao de participar na medida das
nossas possibilidades na gesto destas instituies e at
mesmo na poltica do Pas, tentando que umas e outras
estejam realmente ao servio dos mais dbeis e indefesos?
J fiz propostas a alguns jovens que me responderam
que a poltica est suja e que predominam os interesses
particulares ou dos grupos mais poderosos.
Mas no com o nosso esforo e persistncia mesmo
em pequena escala que devemos tentar subverter o erro e
lutar pela defesa dos nosso irmos?
No esta a pergunta que nos constantemente feita
por Deus atravs da nossa conscincia e nos ser feita
quando O virmos face a face?
O QUE FIZESTE DO TEU IRMO?
Maria do Carmo Ramos OP
QUE FIZESTE DO TEU IRMO?ASSALTO CAIXA DAS ESMOLAS
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CREIO QUE FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPRITO SANTO;E NASCEU DA VIRGEM MARIA
Neste Ano da F, o tempo
do Advento isto , de pre-
parao do Natal de Jesus
Cristo assume uma im-portncia ainda maior. O
Credo, enquanto expresso
orante da nossa f crist,
afirma que foi por causa de
ns, de cada um e de cada
uma de ns, que Deus se fez
homem. Quer no Smbolo
dos Apstolos (o resumo da f dos Apstolos, considerado o
mais antigo catecismo romano), quer no Smbolo de Niceia-
Constantinopla (mais pormenorizado, deve o seu nome aosdois primeiros conclios ecumnicos, em 325 e 381 respeti-
vamente), vemos a afirmao explcita da encarnao do
Verbo, que por ns, homens, e por nossa salvao, desceu dos
cus; e encarnou pelo Esprito Santo no seio da Virgem Maria e
Se fez homem(1). O filsofo e escritor Eduardo Loureno
refere que no caso do cristianismo se afirma claramente que
Deus encarnou. E acrescenta crer nisto qualquer coisa que
responde aos anseios mais profundos da humanidade, mas no
suscetvel de demonstrao, nem sequer de mostrao. umacoisa que se transmite, como um segredo de famlia, de uma
famlia nova, que aparece na Terra, de uma nova maneira de ser
humano, em que os homens esto sob uma proteo especial de
um Deus que cuida efetivamente deles, que no indiferente ao
destino da humanidade(2). Efetivamente, em Jesus de Nazar,
Deus deixou de ser algum longnquo, perdido algures no
espao e no tempo, estranho nossa vida e distante; em
Jesus de Nazar, Deus fez-se homem, fez-se um de ns, as-
sumiu por inteiro a nossa humanidade e veio ao nosso
encontro na fragilidade de uma criana. isso que cele-bramos no Natal.
__________(1) Catecismo da Igreja Catlica, 194, 195 e 456.
(2) Cf. Reflexo Crist (2011), 37-38-39, p. 75
Jos Carlos Gomes da Costa, OP
O ANO DA F
Como diz o Papa Bento XVI na
sua carta apostlica A Porta da
F tomou a resoluo de procla-
mar o Ano da F pelas trs se-
guintes razes:
1 Comemorao dos 50 anos
do Conclio Vaticano II
2 Comemorao dos 20 anos
do Catecismo da Igreja Catlica
pelo Beato Joo Paulo II3 Finalmente por coincidir com o Snodo dos Bispos
que se rene de trs em trs anos este sobre a Nova Evan-
gelizao.
Recomendo vivamente que adquiram esta carta
apostlica, que muito nos poder ajudar a aprofundarmos
a nossa f e, por consequncia, a darmos testemunho dela
atravs da nossa vida.
Quantas vezes ao longo do tempo no teremos ns ou-
vido esta frase: Eu bem queria rezar mas no sinto nada.
Ora a f no um sentimento, mas um dom que Deus nos
concede e pelo qual teremos de pedir sempre, sem desani-
mar. Quando tudo nos corre bem, fcil. Porm, quando
surgem as dificuldades, a morte de pessoas queridas, etc,
etc, bem mais difcil.
Santa Teresinha do Menino Jesus, que atravessou uma
longa noite escura de f e dvidas, dizia assim: Deus j se
contenta com o esforo do p a tentar subir o degrau. O
resto com Ele.
Fraquezas, pecados, fragilidades, havemos de t-los sem-
pre. No entanto, sabemos que Deus nos ama infinitamente
e nos acolhe de braos abertos, quando deixamos que Eleentre na nossa vida. E Jesus, o grande companheiro desta
viagem terrena, vai-se manifestando atravs das mais peque-
nas coisas. A f sem obras no chega. Tentemos ver a vida
com olhos de F, tentemos descobrir Jesus nos outros e
ento podemos ter a certeza que quando terminarmos a
nossa peregrinao desta vida, Jesus estar nossa espera
para nos abraar com o mesmo amor e misericrdia de
sempre.
Ns podemos falhar muitas vezes, mas Deus no falta
nunca.
Teresa Nunes da Ponte
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Conforme fora anunciado, a Famlia Dominicana dePortugal celebrou o Dia Mundial no dia 10 de Novembro,por ser sbado, e no a 7 desse ms.
Esta efemride reuniu nos espaos do Convento de N
S do Rosrio, em Ftima, cerca de centena e meia de pes-soas, vindas de variadssimos lugares do pas, e que sereclamam da ligao a S. Domingos nas vrias entidadesou ramos que procederam deste santo: Monjas, Frades,Leigos, Irms de Vida Activa, Institutos Seculares e Movi-mento Juvenil Dominicano.
Nesse dia, coincidiram naquele espao vrias activida-des j anteriormente planeadas, como um encontro dosjovens e adolescentes ligados Pastoral Juvenil da famliadominicana e uma aco de formao para leigos domini-canos das Fraternidades.
Mas todos se uniram, juntamente com muitas irms,frades e outros amigos, na celebrao da eucaristia, presidi-da pelo P. Provincial, fr. Jos Nunes, op, e na partilha doalmoo, como sempre muito abundante e com alegre con-
vivncia.
Da parte da tarde houve ainda um Festival Musical daPregao, animado por 3 grupos de jovens, oriundos de S.Domingos de Benfica, Ftima e Pinheiro da Bemposta.
Alis, j vrios destas jovens haviam animado liturgica-
mente a Eucaristia. Foi tambm evocada a memria de fr.Carlos Furtado, tantos anos dinamizador da pastoral juve-nil.
Tal como a famlia, simplesmente famlia, tambm aFamlia Dominicana corre riscos que a podem enfraque-cer. Tal no acontecer se cada entidade ou ramo fr fiel asi mesmo e estiver bem ligado ao tronco S. Domingos deGusmo.
Fr. Gil Filipe, OP
DIA DA FAMLIA DOMINICANA FESTEJADO
ORAO A FESTA DA AUCIAO
Tu, Maria
foste feita um livro
no qual a nossa regra escrita hoje.
Em ti hoje
est escrita a eterna sabedoria do Pai.
Em ti hoje
a nossa fora e liberdade humanas so reveladas.
Digo que a nossa dignidade humana reveladaporque se eu olhar para ti, Maria,
vejo que a mo do Esprito Santo
escreveu a Trindade em ti
ao formar dentro de ti
o Verbo encarnado, o Filho unignito de Deus.
Ele escreveu para ns a sabedoria do Pai,
que este Verbo .
Ele escreveu poder para ns,
porque ele era poderoso o suficiente
para realizar este grande mistrio.E ele escreveu para ns
a sua prpria a do Esprito Santo misericrdia,
porque apenas pela graa divina e misericrdia
foi este mistrio to grande
ordenado e realizado(1).
__________
(1) A partir de um excerto de Catarina de Sena, Orao 18 (25 Mar.1379), in The Prayers of Catherine of Siena, 2. ed., ed. e trad. Suzanne
Noffke, OP (San Jose, CA: Authors Choice Press, 2001), pp. 188-89.
Sta. Catarina de Sena
(trad. Srgio Dias Branco)
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F i c h a T c n i c aJornal bimensalPublicao Peridican 119112ISSN: 1645-443XPropriedade: Fraternidade Leigas de So DomingosContribuinte: 502 294 833Depsito legal: 86929/95Direco e RedacoCristina Busto (933286355)Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)
Administrao:Maria do Cu Silva (919506161)Rua Comendador Oliveira e Carmo, 26 2 Dt2800 476 Cova da PiedadeEndereo: Praa D. Afonso V, n 86,
4150-024 PORTO
E-mail: [email protected]: 435 exemplares
O s a r t i g o s p u b l i c a d o s e x p r e s s a m a p e n a sa o p i n i o d o s s e u s a u t o r e s .
Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2012
O advento chega com o cair da folha
e clama:
levantai a cabea, vigiai!
O advento chega com o abatimento,
a decepo
a desistncia
e reclama:
erguei-vos do cho, a alegria o bordo
que reverdece o vosso andar.
O advento chega como o sono
que reclama
a vitria sobre o medo da noite
a entreaberta janela
por que surde o dia.
O advento chega pela noite dentro
a erguer do cho
os dias obscuros que at
os ulmeiros escurecem.
O advento chegapara reacender a fogueira morta
dos nossos desejos.
Com o Messias chega
para a terraplanagem chama
e os recomeos.
Fr. Jos Augusto Mouro, OP
"Advir - Um poema de Advento"