2015 01 janeiro
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Ano XIV | 235 | Janeiro 2015
ISSN
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Agrinho 2014Alunos e professores são premiados e dão lição de cidadania
Balanço e perspectivas
Faeg e Senar Goiás comemoram números de 2014 e já planejam 2015
Logística travada em projetos
Agropecuaristas reclamam da falta de soluções para escoamento da produção
PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com
distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-
dos são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
CONSELHO EDITORIAL
Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto
e Eurípedes Bassamurfo da Costa.
Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)
Reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto,
Michelle Rabelo, Luiz Fernando Rodrigues (estagiário)
e Laryssa Carvalho (estagiária)
Fotografia: Capture Studios
Revisão: Catherine Moraes
Diagramação: Rowan Marketing
Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 15.000
Comercial: (62) 3096-2123
DIRETORIA FAEGPresidente: José Mário Schreiner.
Vice-presidente: Leonardo Ribeiro.
Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.
Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.
Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da
Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.
Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos
Santos, José Carlos de Oliveira.
Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta
Filho, Henrique Marques de Almeida.
Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.
Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago
de Castro Raynaud de Faria.
Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.
Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.
Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,
José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.
Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do
Nascimento e Marcelo Borges Amorim.
Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa
FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300
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Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.
José Mário SchreinerPresidente do Sistema Faeg
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Os problemas de logística no Brasil não circulam somente por caminhões e carretas país afora. Por onde passar um trilho ou uma balsa, podemos ver refletida a falta de investimento em alternativas de transporte mais baratas ao produtor e muito mais eficientes para a cadeia produtiva nacional.
Mesmo depois de mais de oito meses da inauguração oficial de trecho da Ferrovia Norte-Sul, nem mesmo locomotivas que circulariam em caráter ex-perimental passaram pelos trilhos. Estima-se que os prazos de funcionamento regular sejam prolongados por até dois anos. Além disso, apesar dos 42 mil quilômetros de rios navegáveis no país, apenas 8,5 quilômetros dessa exten-são é utilizada efetivamente para o transporte de cargas. Falta estrutura para o desenvolvimento deste modal, que pode custar até 20 vezes menos que o transporte por rodovias.
Rodovias essas onde perdemos uma safra a cada cinco anos. É escandaloso e real: o que é desperdiçado durante o transporte da produção brasileira em cinco anos corresponde a uma safra inteira. Mantendo essa realidade de ônus ao pro-dutor e modificando os números, vemos ainda que, enquanto o produtor norte--americano recebe 92% do valor da safra comercializada na Bolsa de Chicago, o produtor brasileiro fica com 70% a 78% do que é pago pela sua produção.
A Ferrovia Norte-Sul, que já se apresentou como grande alternativa para produtores de todo o país, hoje só aparece nos noticiários como cenários de tragédias ou de abandono. Para solucionar os problemas da obra tão fundamen-tal, falta muito. Serviços que vão da conclusão de aterramentos, assentamento de trilhos, instalação da sinalização, construção de túneis e estações de trans-bordo, até a recuperação de trechos que já estão sucateados mesmo antes da obra ser concluída.
Por ferrovia, o transporte custa até 40% menos aos produtores e, por hi-drovias, a redução dos gastos chega a 60% se comparados aos custos por rodovias. Se lembrarmos que a redução de custos ao produtor pode refletir em diminuição dos preços dos alimentos para o consumidor final, é fácil concluir que os investimentos em modais alternativos são importantes para o fortalecimento do agronegócios e também para o desenvolvimento do povo brasileiro. Enquanto não nos empenharmos na consolidação de novas e melhores condições de logística, o “custo Brasil” continuará alto e o nossa gente continuará a pagar.
Por onde andam os problemas do transporte brasileiro
Caso de Sucesso
PAINEL CENTRALLa
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EscoamentoAgropecuaristas reclamam da falta de investimentos para integração logística do País
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Prosa Presidente do Fundepec, José Magno Pato fala sobre reformulação pela qual entidade irá passar
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34De Faina, história do produtor que tira do caju o sustento da família, vendendo a fruta às margens da rodovia
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Na edição 234 dezembro de 2014 da Revista Campo a foto que aparece no
canto superior esquerdo da página 16 não é do presidente da Cooperativa
Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo)
Antônio Chavaglia como traz o texto da legenda.
Errata
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Balanço e Perspectivas2015 promete safra recorde de grãos
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Agrinho 2014Alunos e professores são premiados e dão lição de cidadania
Balanço e perspectivas
Faeg e Senar Goiás comemoram números de 2014 e já planejam 2015
Logística travada em projetos
Agropecuaristas reclamam da falta de soluções para escoamento da produção
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 33
Campo Aberto 38
Treinamentos e cursos do Senar 36
Faeg e Senar Goiás reúnem mais de 200 futuros líderes durante encontro em Anápolis
Agrojovem 30
16Agrinho Depois de capacitar, multiplicar e avaliar centenas de trabalhos, Senar Goiás premia melhores trabalhos do Agrinho 2014
15Balde Cheio Encontro Goiás Mais Leite reúne profissionais e aborda a importância de vínculo entre produtor e técnicos
Setor produtivo comenta logística travada e cita ferrovia como possibilidade de escoamentoFoto: Larissa Melo
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AGENDA RURAL
21 a 23 de janeiro 28 de janeiro a 1 de fevereiro Showtec 2015
Local: Estação Experimentação da Fundação MS, Maracaju - MS
Horário: 17h às 18h Informações: (67) 3454-2631
XXXI Feovelha Local: Rua Nico Oliveira, 578 cp 54 ,
Centro, Pinheiro Machado - RS Horário: 8h às 22h
Informações: (53) 3248-1663
Horário: 19h30 às 22h
Informações: (62) 3096-2200
26 de janeiro Cidade: Montes Claros de Goiás
27 de janeiro Cidade: Jataí
28 de janeiro Cidade: Rio Verde
29 de janeiro Cidade: Bom Jesus de Goiás
Seminários de Comercialização
de Grãos 2015
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FIQUE SABENDO
Faeg participa do Congresso Brasileiro de Tomate Industrial
Com o tema “Integração Agrícola
e Industrial”, ocorreu entre os dias 26
e 28 de novembro a 7ª edição do Con-
gresso Brasileiro de Tomate Industrial
(CBTI). O evento fez parte da come-
moração do centenário da agroindús-
tria do tomate no Brasil e promoveu
a discussão sobre as transformações
da cadeia agroindustrial ao longo dos
anos. O vice-presidente institucional
da Federação da Agricultura e Pecuá-
ria de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz,
esteve presente e destacou o lugar
ocupado pelo estado no ranking de
produção do tomate.
Bartolomeu também ressaltou a
importância de fortalecer os laços en-
tre quem produz e quem processa. “A
Faeg vem intermediando esse contato
com reuniões e discussões sobre os
gargalos e as oportunidades do setor”.
O vice-presidente também afirmou
que é importante usar o evento para
elencar as principais demandas do
setor e depois repassá-las ao gover-
no. Também participaram do evento
os consultores técnicos do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar) Goiás, Jordana Sara e Cris-
tiano Palavro.
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A cartilha sobre produção de Shii-
take visa auxiliar os produtores rurais
a cultivarem o cogumelo em toras de
eucalipto e em substrato. A produção,
que tem a autoria de Sérgio Florentino
Pascholati, Carla Mariane Marassato,
José Renato Stangarlin e Simone Cris-
tiane Brand, foi lançada no evento “In-
trodução ao cultivo do Cogumelo Shii-
take”, realizado pela Casa do Produtor
Rural, da Escola Superior de Agricul-
tura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP.
A publicação faz parte do Programa
Aprender com Cultura e Extensão
Universitária (PRCEU), com apoio do
Fundo de Fomento às Iniciativas de
Cultura e Extensão, da Pró-Reitoria de
Cultura e Extensão Universitária, da
Universidade de São Paulo (USP). A
publicação é gratuita e pode ser ob-
tida através do link: www.esalq.usp.
br/cprural/publicacoes.php?pub_id=71.
Produção de Shiitake
PESQUISA
REGISTRO ARMAZÉM
Pesquisa em defesa da AmazôniaDesde 2006, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-
cuária (Embrapa), em parceria com universidades e insti-tuições, busca oportunidades para melhorar a qualidade da carne bovina brasileira, visando o consumo. Com isso, os pesquisadores procuraram oferecer aos pecuaristas um con-junto de marcadores moleculares que auxiliem na seleção de bovinos com características desejadas pelo consumidor.
Através de análises, os pesquisadores procuram co-nhecer o potencial de um animal tentando identificar as posições do genoma que afetam a qualidade da carne. O objetivo é que seja possível disponibilizar um con-
junto de marcadores mole-culares e selecionar animais que serão utilizados na re-produção de descendente com as qualidades deseja-das pelo pecuarista. A tec-nologia, quando disponível, auxiliará na qualidade du-rante a produção da carne e fortalecerá a posição bra-sileira no mercado mundial.
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Janeiro / 2015 CAMPO | 7www.senargo.org.br
PROSA RURAL
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8 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
José Magno Pato é presidente do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária
do Estado de Goiás (Fundepec)
Agropecuária desenvolvida e produtor protegido
Em tempos nos quais a preocupa-ção com sanidade animal está em alta e que todo o cuidado com o
rebanho é pouco, o presidente do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuá-ria do Estado de Goiás (Fundepec), José Magno Pato, é o entrevistado da Revista Campo. A entidade, cujo objetivo é fo-mentar o desenvolvimento da pecuária
goiana com embasamento em pesquisas e assegurar o produtor com indenizações, está prestes a passar por uma reformu-lação. Aqui Pato fala sobre o passado – contando um pouco do contexto agro, do presente – com a denominação de Goiás como estado é zona livre da aftosa com vacinação, e do futuro. Tudo com muita atenção a quem cria na terra do pequi.
Michelle Rabelo | [email protected]
Revista Campo: O Fundepec foi
fundado para promover o desen-
volvimento da pecuária goiana no
que se refere às questões sanitárias,
principalmente no combate da febre
aftosa. Agora que o estado é zona li-
vre da doença com vacinação, como
fica esse objetivo?
José Magno Pato: As doenças
infectocontagiosas nos rebanhos
devem ser combatidas constante-
mente. O fato de não ocorrer foco
de aftosa em Goiás não significa que
podemos relaxar as ações. Temos
que manter vigilância permanente.
Em relação ao desenvolvimento, os
produtores goianos sentem a neces-
sidade de trabalharem em parceria
com órgãos de defesa animal uma
vez que os organismos de defesa
dos países parceiros do Brasil, no
que diz respeito ao comércio de pro-
dutos de origem animal, são rigoro-
sos no controle de zoonoses.
Revista Campo: Qual foi a parti-
cipação do Fundepec para que Goiás
ganhasse esse status [de zona livre
da aftosa com vacinação]?
José Magno Pato: Após a cria-
ção do Fundepec em 1989, diversas
entidades contribuíram financeira-
mente para implantação das ações
em favor da qualidade sanitária dos
rebanhos. Com isso, o produtor cola-
borou de forma voluntária e decisiva
para a formação do Fundo Indeniza-
Janeiro / 2015 CAMPO | 9www.senargo.org.br
O fato de não
ocorrer foco de
aftosa em Goiás
não significa que
podemos relaxar
as ações
tório. Na década de 90, nós desenvol-
vemos forte ação em todo o estado
para atingir todo o rebanho com va-
cinação contra a febre aftosa, assim
adquirimos grande quantidade de
vacinas geladeiras e em parceria com
Sindicatos Rurais e outras entidades
municipais, distribuímos vacinas em
todas essas regiões. Vale ressaltar
também que os comitês formados
pelas comunidades locais compos-
tos de técnicos, produtores, autori-
dades e outros colaboradores, foram
fundamentais nessas ações. O Fun-
do chegou a premiar as pessoas que
atuaram de forma mais contundente
e eficiente no combate às doenças
dos rebanhos.
Revista Campo: Qual é a impor-
tância hoje do Fundepec no contex-
to da pecuária em Goiás?
José Magno Pato: Continua fo-
cado na defesa animal por meio de
parceria com a Agrodefesa, desti-
nando recursos para suas ações per-
tinentes à defesa animal, inclusive
terminando o ano de 2014 com um
trabalho de controle de tuberculose
nos rebanhos, com pagamento de in-
denização em relação ao sacrifício de
animais positivos. Para 2015, já está
em andamento um grande projeto de
controle da brucelose.
Revista Campo: Qual o grau
de importância que entidades in-
ternacionais - que deliberam sobre
o acesso de nossos produtos aos
mercados - dão a existência de um
fundo indenizatório?
José Magno Pato: Para que a Or-
ganização Mundial de Saúde Animal
certifique uma região como área livre
de doenças, além da ação de controle,
é imprescindível a existência de um
Fundo Indenizatório, pois se qualquer
surto apareça, o estado é obrigado a
sacrificar os animais doentes. Daí, a
existência e a importância do Fundo
para indenizar os produtores.
Revista Campo: Como fun-
ciona o redirecionamento da en-
tidade para outras ações que já
produzem impacto negativo nas
exportações goianas, como a tu-
berculose e a brucelose?
José Magno Pato: Trabalhamos
em 2014 contra a tuberculose e em
2015 vamos atacar a brucelose e ou-
tras enfermidades.
Revista Campo: Há cerca de
um mês o senhor afirmou que a
entidade já está revendo seu esta-
tuto e que mudanças devem ocor-
rer no próximo ano. Quais são es-
sas mudanças?
José Magno Pato: Recente-
mente o Fundepec, através de um
Workshop, sinalizou para outras
ações no campo da sanidade animal
uma vez que o primeiro objetivo da
entidade (constituição do fundo in-
denizatório) foi atingido. O novo es-
tatuto contemplará outras ações que
demandarão indenizações não pre-
vistas no estatuto atual.
Revista Campo: Existe a possi-
bilidade de ocorrer uma ampliação
da atuação do Fundepec, engloban-
do também o setor agrícola?
José Magno Pato: O setor agrí-
cola, em nossa visão, poderá criar no
estado de Goiás outros organismos
a exemplo do setor do algodão que
instituiu a Fialgo e o seguimento de
produção da soja criou o Aprosoja -
órgãos que dão sustentação também a
esses produtores no caso de prejuízos
e outros contra tempos.
Revista Campo: Quais as van-
tagens para quem contribui? E
quem ainda não contribui como
pode fazê-lo?
José Magno Pato: As vantagens
para quem contribui são a formação
do Fundo Indenizatório que garanta
ao produtor, o pagamento de prejuí-
zos causados por sacrifício de ani-
mais doentes ä exemplo da tubercu-
lose. É a garantia de Goiás participar
do comércio internacional uma vez
que o estado hoje é grande expor-
tador de carnes suínas, bovinas e de
aves. Se Goiás perder este status será
um desastre para nossa economia.
Com relação a novos contribuintes
voluntários, os interessados podem
entrar em contato com o Fundepec
pelo e-mail fundepec@fundepecgo.
org.br, telefone (62) 3224-9116, ou na
sede, em Goiânia.
Para 2015, já está
em andamento
um grande projeto
de controle da
brucelose
10 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
A suinocultura é
reconhecida por
fornecer a carne
mais consumi-
da no mundo, a suína, com
números acima de 50 kg per
capita em boa parte da Eu-
ropa; já no Brasil o consumo
interno aproxima - se dos
15 kg per capita, segundo
a Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA).
A boa notícia é que esta-
mos participando cada vez
mais desta taxa de consumo
mundial, pois após barrar
as importações de alimen-
tos de países como Estados
Unidos e União Europeia,
a Rússia privilegiou alguns
países no fornecimento des-
ta proteína alimentar; um
deles é o Brasil.
A situação se deu após o
país russo se envolver em
conflito geopolítico com a
Ucrânia e devido a essa ex-
clusão, gerar, dentre outros
benefícios e aberturas, a
habilitação de mais de 90
estabelecimentos exporta-
dores de carnes do Brasil.
Todo este movimento so-
mado aos índices normais
de exportação da carne su-
ína gerou ao todo mais de
20% de aumento no volume
exportado desta carne para
a região russa em compa-
ração ao mesmo período
do ano passado, já no que
tange ao valor produzido
nestas vendas, o aumento
chegou a mais de 70% devi-
do ao ótimo preço atual (R$
4,60 em Goiás - 17/12/2014).
Estes números nos índices
brasileiros também foram
suplementados pelo surto
de diarreia epidêmica que
também afetou substancial-
mente um dos principais
mercados fornecedores da
carne suína, o norte ameri-
cano, e mais uma vez, pos-
sibilitou maiores números
de exportação para o pro-
duto brasileiro.
Atrelado ao crescimento
suinícola, os mercados de
outras proteínas animais,
como a bovina e avícola,
também sofreram aumento.
Esta situação se deu tanto
pela abertura de mercado,
quanto pela alta dos preços
da carne aliado aos bons
dos preços dos insumos,
principalmente os grãos,
culminando em um quadro
positivo, tanto para hoje
quanto provavelmente para
o ano de 2015.
O questionamento dos
produtores no momento é:
aumentar número de ma-
trizes ou reter lucros para
possíveis crises (como a
ocorrida em 2012)? O preço
que chegou a se manter em
uma média alta, acima dos
R$ 4,00 por kilo, bateu R$
5,44 por kilo na bolsa de
São Paulo (11/11/2014), serve
como um estímulo otimista
para os granjeiros. Porém
especialistas informam que
não é tempo de aumentar
substancialmente lotes, mas
de fazer investimentos pon-
tuais na propriedade além
de cuidar do caixa da mes-
ma, pois o mercado russo
não é constante e, uma vez
desfeita a crise no leste eu-
ropeu, a situação pode to-
mar rumos muito diferentes
da atual, a priori tão pro-
missora.
Mercado suíno: expansão ou cautela?Samantha Andrade | [email protected]
Samantha Leandro
de Sousa Andrade
é médica veterinária
e técnica-adjunta
do Senar Goiás
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Janeiro / 2015 CAMPO | 11www.senargo.org.br
AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
RIO VERDE
CRIXÁS
LUZIÂNIA
Mais uma ação do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) foi realizada com o objetivo de orientar produtores que ganham a vida criando suínos. Desta vez, entre os dias 13 e 15 de outubro, o município escolhido foi Rio Verde e os trabalhadores da granja São Tomé puderam – com a ajuda do instrutor e zootecnista Wolney Guimarães – tirar dúvidas e aprofundar conhecimentos. O treinamento, organizado pelo Sindicato Rural (SR) de Rio Verde, foi referente ao módulo Manutenção da Granja e composto por 20 horas/aula. (Colaborou com a nota: Samantha Leandro, médica veterinária e técnica-adjunta do Senar Goiás)
Realizado entre os dias 9 e 11 de outubro, o treinamento de Apicultura Avançada cumpriu seu papel de ensinar aos participantes sobre o manejo de apiário e da confecção de produtos e subprodutos provenientes da atividade. O treinamento foi realizado na em Crixás e organizado pelo Sindicato Rural (SR) da cidade. O instrutor, veterinário Luciano Góes, já era conhecido da turma e prendeu a atenção dos alunos enquanto falava sobre a biologia e o comportamento da abelha, além da extração do mel e da produção apícola. Luciano já havia ministrado o módulo Apicultura Básica no município. (Colaborou com a nota: Samantha Leandro, médica veterinária e técnica-adjunta do Senar Goiás)
O treinamento de Produtos de Higiene e Limpeza, do Senar Goiás, movimentou a cidade de Luziânia entre os dias 20 e 22 de outubro. O treinamento, realizado no P.A Buritis, foi organizado pelo Sindicato Rural (SR) do município e teve em sua grade a fabricação de água sanitária e alvejante, sabote glicerinado, aromatizantes de ambiente, sabão sólido, xampu, entre outros. O presidente do SR, Marcos Epaminondas Roriz de Moraes, e o supervisor regional, Dirceu Borges, compareceram no treinamento. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, zootecnista e supervisor regional do Senar Goiás)
PNDS
Apicultura
Higiene e limpeza
GOIANDIRA
Em parceria com a prefeitura de Goiandira, o Sindicato Rural (SR) da cidade organizou o curso de Fabricação Caseira de Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura, que integra a grade de treinamentos do Senar Goiás. Foram ministradas 32 horas de treinamento, sob orientação do instrutor Antônio César, e os alunos aprenderam sobre a obtenção e a recepção da matéria-prima, a manutenção do engenho, a moagem da cana e a preparação do caldo. Quem participou pôde acompanhar todo o processo de embalagem dos produtos, assim como a legislação que rege sua comercialização. (Colaborou com a nota: Prefeitura Municipal de Goiandira)
Melado, açúcar mascavo e rapadura
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12 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
ORIZONA
Uma gestão compartilhada. Foi assim que o novo presidente do Sindicato Rural (SR) de Orizona definiu o próximo triênio. Geovando Vieira tomou posse juntamente com sua diretoria, e dirigirá a unidade até outubro de 2017. O evento, realizado no próprio SR, contou com a presença do presidente da Faeg, José Mário Schreiner, entre outras autoridades. “A Faeg e o Senar Goiás não seriam nada sem os Sindicatos Rurais. Hoje fico muito feliz de participar do inicio de uma nova etapa para a unidade de Orizona, que tem uma característica participativa muito forte”, afirmou.
MORRINHOS
O Sindicato Rural (SR) de Morrinhos levou para o Parque de Exposições Sylvio de Melo, o programa Equoterapia do Senar Goiás. A iniciativa está sendo aplicada como método terapêutico e educacional para auxiliar o desenvolvimento biopsicossocial de crianças com necessidades especiais do município. (Colaborou com a nota: Cláudia Mendes Pires Guerra, secretária de Equoterapia em Morrinhos)
Equoterapia
Em uma visita ao Sindicato Rural (SR) de Indiara, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, enfatizou a necessidade da união da classe produtora para o fortalecimento e a valorização do setor rural. Ele também agradeceu aos membros do SR pelo trabalho realizado ao logo dos anos junto ao pequeno e grande produtor rural. “O sentimento é de realização por ver como o nosso trabalho do dia a dia tem feito a diferença na roça e na vida das pessoas” disse.
INDIARA
Visita
Reeleito mais uma vez, Wanderley Rodrigues de Siqueira, continua gerindo o Sindicato Rural (SR) de Bela Vista de Goiás. Para prestigiá-lo, o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz, foi a o município e participou do evento. (Colaborou com a nota: Auriluce da Cruz Magalhães, mobilizadora do Sindicato Rural de Bela Vista de Goiás)
BELA VISTA DE GOIÁS
Nova diretoria
De atendimento oftalmológico a cadastro de CPF, passando por teste de glicemia e corte de cabelo. O município de Ouvidor recebeu o Campo Saúde, que movimentou a Escola Municipal Professora Ediene da Silva Dias. Com mais de 1.500 pessoas atendidas, o programa realizado pelo Senar Goiás, contou com o apoio da Faeg, do Sindicato Rural de Catalão, da prefeitura de Ouvidor e da Vale Fertilizantes SA.
OUVIDOR
Campo Saúde
Sob nova direção
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PIRANHAS
Moradores de Piranhas participaram, no mês de novembro,
do curso de Eletricidade Básica Rural. O instrutor, Wander
Pereira Martins, ministrou o treinamento com objetivo de
tornar os alunos aptos a realizarem construções e reformas de
redes elétricas - utilizando equipamentos, materiais e técnicas
adequadas. O curso, oferecido pelo Senar Goiás, aborda a
segurança e os cuidados no uso da energia elétrica, as fontes
alternativas de energia e as noções básicas sobre eletricidade,
entre outros pontos. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida,
mobilizador do SR de Piranhas)
Rafa
el A
lmei
da
Eletricidade
Janeiro / 2015 CAMPO | 13www.senargo.org.br
CABECEIRAS PIRANHAS
COCALZINHO JATAÍ
Com a presença do presidente da Faeg, José Mário Schreiner, a nova diretoria do Sindicato Rural de Cabeceiras tomou posse. A equipe, que dirigirá a unidade até outubro de 2017, será comandada por Arno Bruno Weis. Ele foi reeleito e assumiu seu quarto mandato. Também assumiram novos cargos na diretoria Jacó Isidoro Rota, como 1º vice-presidente, Alcione Luiz Griggio, como 2º vice-presidente, Antônio Luiz Teixeira, como vice-presidente institucional, e Joaquim Cardoso, como vice-presidente financeiro.
Entre aplausos e sorrisos orgulhosos, alguns dos participantes de cursos de capacitação do Senar Goiás receberam seus certificados durante evento no município de Piranhas. A entrega aconteceu no salão do SR e segundo o presidente, Dermison Ferreira da Silva, é muito gratificante poder ajudar na capacitação de pessoas que sonham com um futuro melhor. O supervisor do Senar Goiás responsável pela região, Koiti Komura, também participou da entrega, assim como a presidente da Comissão de Produtoras Rurais, Solange Duarte Rodrigues.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, esteve em Cocalzinho de Goiás e no município, além de visitar o Sindicato Rural (SR), ele acompanhou a votação do projeto do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), que controla a qualidade dos produtos de origem animal, monitorando e inspecionando a sanidade do rebanho, o local e a higiene da industrialização e certificando com selo de garantia todos estes produtos.
Marcando o término do ciclo de eventos que teve como objetivo aperfeiçoar o conhecimento acerca da Atividade Rural – Pessoa Física e Pessoa Jurídica – de contabilistas goianos, a cidade de Jataí recebeu o 1º Seminário de Contabilidade Rural. A iniciativa, que é resultado de uma parceria entre o Senar Goiás e o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), já passou pelos municípios Itaberaí, Itumbiara e Rio Verde. O evento, que lotou a Associação Comercial e Industrial do município, reuniu contadores e representantes de escritórios de contabilidade que chegaram repletos de dúvidas sobre a teoria que baseia a profissão.
Posse Entrega de certificados
Votação do SIM Seminário de Contabilidade Rural
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Koiti
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Já com o discurso alinhando à nova
missão do Serviço Nacional de Apren-
dizagem Rural (Senar) Goiás de educar
ao invés de formar, o superintendente da
entidade, Eurípedes Bassamurfo da Cos-
ta deu as boas-vindas a cerca de 50 téc-
nicos que assistem fazendas leiteiras em
Goiás. Ele falou sobre um trabalho mais
completo que não envolva apenas “pasto,
gado e produtividade, mas que fortaleça
os vínculos entre produtor e técnicos”.
Os técnicos chegaram à Goiânia no
dia 17 de novembro para participar do
Encontro Goiás Mais Leite Metodolo-
gia Balde Cheio 2014. O grupo par-
ticipou de palestras nas quais recebe-
ram orientações e atualizações sobre a
metodologia. Bassamurfo fez questão
de explicar o fato de o programa Goi-
ás Mais Leite ser genuinamente goiano
e utilizar a metodologia Balde Cheio,
da Embrapa. A partir daí, os consulto-
res do Senar Goiás capacitam os técni-
cos que disseminam o conhecimento
por meio de visitas às propriedades.
Durante o evento, Eurípedes falou so-
bre o Senar e o trabalho feito em con-
junto com a Federação da Agricultura
e Pecuária de Goiás (Faeg). O superin-
tendente explicou que, por meio de um
diagnóstico da cadeia produtiva do lei-
te em Goiás, as duas casas resolveram
criar um programa específico para área.
Chefe do departamento técnico do Se-
nar, Flávio Henrique Silva destacou que
o Programa Balde Cheio, que atende cer-
ca de 800 produtores, está pronto para
crescer ainda mais. “Nosso trabalho é
baseado na adoção de técnicas que tem
por objetivo melhorar a renda e a quali-
dade de vida do produtor. Começamos
com o Balde Cheio em 2010 de forma
muito responsável e hoje já estamos com
maturidade para pensar além”, projetou.
Para demonstrar a importância do con-
tato com a imprensa, os técnicos partici-
param de um treinamento media training,
ministrado pela gerente de Comunicação
da entidade, Denise Oliveira. Ela aprovei-
tou para disponibilizar informações para
que os técnicos entendessem melhor o
papel da comunicação, além de abrir es-
paço para que eles tirassem dúvidas sobre
como se comportar durante entrevistas.
Durante evento, profissionais passaram por treinamento de media training
Michelle Rabelo | [email protected]
Metodologia Balde Cheio é tema de encontro
GOIÁS MAIS LEITE
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Técnicos atualizaram conhecimentos sobre a importância do programa
Janeiro / 2015 CAMPO | 15www.senargo.org.br
ESPORTE E LAZER
Programa Agrinho 2014 reúne mais de seis mil trabalhos e premia 106 professores e alunos
Catherine Moraes | [email protected]
Michelle Rabelo | [email protected]
Mudar o mundo começando dentro de casa
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Presidente José Mário Schreiner se emociona ao falar do Agrinho durate premiação
www.sistemafaeg.com.br16 | CAMPO Janeiro / 2015
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Movimente-se! Englobando
os temas: esporte, lazer, ci-
dadania e meio ambiente, o
Agrinho 2014 reuniu mais de seis mil
trabalhos aprovados e mostrou que a
criançada está levando a sério a ideia
de mudar a realidade local. Redações,
desenhos e projetos macro de Experiên-
cia Pedagógica e Escola Agrinho emo-
cionaram os mais de 21 professores que
avaliaram os trabalhos. Com cada vez
mais qualidade, escolher os vencedores
não foi tarefa fácil. O carro zero km,
um dos prêmios mais desejados, ficou
com a professora Leila Delfina de Fa-
zenda Nova, participante pela primeira
vez. Já a motocicleta ficou com Fred
Silveira, da Escola Municipal de Educa-
ção Básica Serra Negra, de Piracanjuba.
A premiação do Agrinho foi realiza-
da no último dia 16 de dezembro, no
Oliveira’s Place, em Goiânia e mesclou
entusiasmo e orgulho de cada projeto
vencedor. O evento contou com cerca
de mil pessoas e os premiados leva-
ram para casa bicicletas, câmeras fo-
tógraficas, filmadoras e x-box. “Vocês
são vencedores”, disse emocionado o
presidente da Federação da Agricultu-
ra e Pecuária de Goiás e do Conselho
Administrativo do Senar Goiás, José
Mário Schreiner, ao dar boas vindas
para o público.
José Mário também falou sobre a evo-
lução da inciativa e do orgulho de poder
fazer parte do programa. “A cada ano o
Agrinho se supera, melhora, ganha qua-
lidade e me alegra de uma forma que eu
não achava possível. Esse ano foram qua-
se 30 mil professores e quase 1 milhão de
alunos. Quando eu olho para as crianças
me preocupo com o amanhã, que preci-
sa oferecer para elas oportunidades. Mas
quando eu olho para o Agrinho me en-
cho de certeza de que esse amanhã será
repleto de vitórias. É a nossa contribuição
para a educação, que é a única forma de
modificar o futuro.”, pontuou.
Superintendente do Senar Goiás, Eurí-
pedes Bassamurfo também se emocionou
ao falar do programa e disse que, em 2015,
as expectativas são ainda maiores. “Nós
estamos preparados para que em 2015
tenhamos um evento ainda maior, quem
sabe levar a iniciativa para outros estados.
Tudo isso só acontece devido às parcerias
que fazem dos nossos sonhos, realidade.
Hoje já planejamos, sonhamos, buscamos
formas de ir ainda mais longe”, completou.
Alunos vencedores fotografam ao lado dos mascotes
Coordenadora do Programa, Maria Luiza Bretas foi homenageada durante evento
Janeiro / 2015 CAMPO | 17www.senargo.org.br
Professora recebe carro zero km
Em busca de novos horizontes
Para Maria Luiza, a emoção desta 7ª
edição foi renovada com a participação em
peso de tantas escolas. Depois de coorde-
nar o Agrinho por três anos, Maria Luiza
se afasta do Senar e foi homenageada pe-
los serviços prestados. “O melhor de tudo
isso é a questão da mudança dos profes-
sores e dos alunos em relação às questões
socioambientais. A gente sente que há um
aprendizado no que diz respeito à respon-
sabilidade social, um maior compromisso
com o próximo e no fim nós é que apren-
demos com os pequenos. Tudo isso é mu-
dança. Mudança para melhor. O Agrinho
vai ficar em mim pra sempre”, disse.
A alegria da vitória
Na categoria Escola Agrinho, 49 projetos
passaram pelos olhos atentos do grupo jul-
gador. O trabalho vencedor veio da Escola
Municipal Rural de Tempo Integral Ponte
de Pedra, em Paraúna. A autora do projeto,
professora Ângela Maria da Silva, ganhou
um notebook e a escola levou um data
show, um computador e uma impressora.
Em segundo lugar na categoria ex-
periência pedagógica, o professor Fred
Evangelista, da Escola Municipal de Edu-
cação Básica Serra Negra voltou para
Piracanjuba com uma motocicleta. Fred
se emocionou ao saber que seu projeto
– “Semeando Atitudes” – foi escolhido
“entre tanta coisa boa”. O projeto dele
envolveu a reforma de uma quadra po-
liesportiva para a comunidade local.
Exemplo da satisfação de ter o nome na
lista dos vencedores, Josué Tiago Dias, de
Caldazinha, era só sorriso. Ele escreveu
uma redação sobre como unir meio am-
biente, esporte e lazer. “Ganhei uma câ-
mera fotográfica e estou muito feliz. Ano
que vem vou ganhar de novo, se Deus qui-
ser. Eu quero outra vez porque me senti
muito bem ao saber que minha redação
tinha sido escolhida”, completou.
Patrocínio e Apoio
Em 2014, o Programa Agrinho con-
tou com o patrocínio da Vale, Corumbá
Concessões, Dow AgroSciences, Sebrae,
Banco do Brasil e Pirakids. No apoio estão
Fundepec; Sindicatos Rurais; Governo de
Goiás; Secretaria de Educação do Estado
de Goiás; Secretaria de Estado da Agri-
cultura, Pecuária e Irrigação; Secretaria do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pre-
feituras municipais.
Leila Delfina era só sorriso na tarde do
último dia 18 de dezembro. O motivo tem
marca, cor e nenhum quilômetro rodado.
Mas não foi só a professora que estava or-
gulhosa por causa do resultado. Toda a po-
pulação de Fazenda Nova fez questão de
comparecer a feira coberta para homena-
gear a filha da cidade. A homenagem tam-
bém veio por parte do presidente da Faeg
e do Conselho Administrativo do Senar
Goiás, José Mário Schreiner, que foi até o
município fazer a entrega oficial do veículo.
Para Leila Delfina, a vitória só foi possí-
vel devido às parcerias firmadas e a união
entre escola, Sindicato Rural e prefeitura.
“Eu estava no lugar certo, na hora certa,
com as pessoas certas. Foi assim que tudo
aconteceu e agora só me resta glorificar a
Deus, agradecer e me preparar para o ano
que vem”, comemorou.
Além do carro, José Mário também fez
a entrega do troféu Amigo Agrinho e de
medalhas que enfeitaram o peito de todos
que participaram da edição de 2014 do
programa. Depois dos agradecimentos, o
presidente da Faeg liderou uma carreata
que percorreu as ruas de Fazenda Nova.
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Josué venceu com redação e afirma que vai tentar de novo em 2015
Professora recebeu carro em Fazenda Nova. Alunos receberam medalhas
Superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo se alegra ao falar de programa
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18 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
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Agrinho do Senar Goiás recebe prêmio do Crea
Com o tema “Cuidar para melhorar. Ainda dá tempo”, o 13º
Prêmio Crea – Conselho Regional de Engenharia a Agronomia
de Goiás - de Sustentabilidade concedeu Menção Honrosa ao
Programa Agrinho neste ano. Para receber a homenagem, Maria
Luiza Bretas, coordenadora e o chefe do Departamento Técnico
do Senar Goiás, Flávio Henrique Silva participaram de premiação
em Goiânia. O professor Osvaldo Guimarães, conselheiro titular
do Senar Goiás representou o presidente do Conselho Adminis-
trativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, e o superintendente
da entidade, Eurípedes Bassamurfo.
O Crea entregou prêmios para trabalhos que contribuíram para
o desenvolvimento do meio ambiente goiano. Para Maria Luiza
Bretas é exatamente o que o Agrinho faz há sete anos. “O Agri-
nho cuida de alunos e professores. Trabalha com sustentabilidade,
com meio ambiente, com responsabilidade social, com cuidado”.
Segundo o presidente do Crea-GO, Gerson de Almeida, o
intuito da homenagem é colocar luz sobre aqueles que não
cruzaram os braços diante da necessidade de cuidar do meio
ambiente e de quem vive nele. “Por trás de todos os projetos
vencedores e homenageados estão, antes de tudo, pessoas ca-
pazes de nos fazer acreditar – e praticar – a inovação na esfera
ambiental”, afirmou na ocasião.
Flávio Henrique, Maria Luiza e Osvaldo Guimarães recebem Prêmio Crea de Sustentabilidade
Janeiro / 2015 CAMPO | 19www.senargo.org.br
EDUCAÇÃO SANITÁRIA
Apesar de não ter caso registrado oficialmente em Goiás, entidade procura alternativas para informar produtores Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]
Faeg discute meios de evitar Tripanossomíase Bovina
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Reuniões definiram meios para orientação de produtores, técnicos e médicos veterinários
20 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
Estratégias de educação sanitária
com objetivo de levar orientações
sobre a tripanossomíase bovina
foram discutidas durante reuniões das
Comissões de Pecuária de Corte e de
Leite da Federação de Agricultura e Pe-
cuária de Goiás (Faeg). Apesar de não
ter nenhum caso registrado oficialmente
no estado, os encontros tiveram como
objetivo discutir adoções de estratégias
a serem implementadas através de ma-
teriais educativos e de seminários re-
gionais em decorrência da doença que
acomete alguns estados vizinhos.
Durante as reuniões, ficou definido
que será adotado como medida para
orientação dos produtores, técnicos e
médicos veterinários a elaboração e di-
vulgação de materiais educativos e a re-
alização de seminários para especialistas
e multiplicadores do setor. Segundo a
assessora técnica da Faeg para a área de
pecuária de corte, Christiane Rossi, “A
ideia é publicar folder contendo informa-
ções básicas sobre a doença, sintomas,
prevenção entre outras. Além deste, se-
rão elaboradas cartilhas pela UFG – Uni-
versidade Federal de Goiás - para servir
de consulta pelos técnicos que participa-
rão de seminário de atualização, no iní-
cio do ano”, explica a assessora técnica.
Christiane também ressaltou que os
seminários previstos, terão dois forma-
tos: um para a atualização de médicos
veterinários, com informações de cunho
técnico, sobre como fazer exames, iden-
tificar a doença e quais medicamentos
devem ser utilizados no atendimento. O
outro, destinado a multiplicadores, pro-
dutores rurais, técnicos de cooperativas,
funcionários de entidades, entre outros,
destacando aspectos gerais como sinto-
mas, medidas preventivas e os prejuízos
resultantes da doença.
Participaram da reunião representantes
do Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural em Goiás (Senar) Goiás, da Secre-
taria de Estado de Agricultura, Pecuária
e Irrigação (Seagro), da Agência Goiana
de Defesa Agropecuária (Agrodefesa),
da Agência Goiana de Assistência Téc-
nica, Extensão Rural e Pesquisa Agro-
pecuária (Emater), da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da
Superintendência Federal da Agricultura
em Goiás (SFA-GO), do Fundo Desen-
volvimento da Agropecuária do Estado
(Fundepec), do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Goiás (CRMV),
da Universidade Federal de Goiás (UFG)
e do Sindicato das Indústrias de Laticí-
nios no Estado de Goiás (Sindileite).
A doença
A Tripanossomíase é uma doença
que ataca bovinos, bubalinos, ovinos
e caprinos causada pelo protozoário
do gênero Trypanossoma vivax, que
ataca a corrente sanguínea dos ani-
mais. A transmissão da doença ocorre
por utilização de agulhas contamina-
das durante a aplicação de medica-
mentos e de vacinas, de um animal
ao outro. Além disso, os animais tam-
bém podem ser contaminados através
de moscas hematófagas (que se ali-
mentam de sangue).
Para Christiane, como a doença
não é transmissível ao homem, a
principal preocupação é do ponto de
vista econômico. Aos animais causa
perda de apetite, de peso, redução
drástica da produção de leite, abor-
to, entre outros problemas. “Deve-se
ter uma preocupação com procedi-
mentos básicos de prevenção porque
a doença, uma vez introduzida no
rebanho, pode ser facilmente disse-
minada de um animal para o outro,
através de agulhas não esterilizadas
ou não descartáveis”, comenta.
Outras formas de prevenção devem
ser adotadas em caso de aquisição
de animais, analisando a saúde dos
mesmos e adotando a quarentena
antes de introduzi-los ao rebanho.
Além disso, é importante que os pro-
dutores eliminem as condições ideais
para a proliferação de moscas hema-
tófagas, como fezes e materiais em
decomposição, ou fazendo o controle
químico, se necessário.
Faeg discute meios de evitar Tripanossomíase Bovina
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Christiane ressalta que produtores devem se preocupar com procedimentos básicos de prevenção
Janeiro / 2015 CAMPO | 21www.senargo.org.br
INFRAESTRUTURALa
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“É triste ver bilhões investidos, mas sem funcionamento”, afirma o produtor Weder Silva
22 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.brwww.sistemafaeg.com.br22 | CAMPO Janeiro / 2015
Dificuldade para escoar produção enfraquece economiaSegundo produtores, faltam investimentos para integração logística do país. Conclusão da Norte-Sul é ponto fundamental
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para Revista Campo
Oito meses após a inaugura-
ção realizada pela presiden-
te Dilma Roussef, do tre-
cho de 855 quilômetros da Ferrovia
Norte-Sul, que liga Palmas (TO) a
Anápolis, nenhum vagão ainda pas-
sou pelos trilhos. Para representantes
classistas que observam as obras o
cenário é desolador. Por falta de ma-
nutenção, trilhos estão sendo aterra-
dos e algumas construções de estação
de transbordo caminham lentamente.
Por outro lado, faltam investimentos
fundamentais para a integração lo-
gística do País como duplicação de
rodovias e ampliação da capacidade
de transporte de hidrovias.
A previsão inicial, de acordo com
informações da Valec, estatal que
toca a obra, era para que este trecho
da ferrovia começasse a operar em
caráter experimental a partir deste
mês e a operação efetiva iniciasse
no segundo semestre de 2015. Mas,
conforme apurado pela Revista Cam-
po com profissionais do setor, a pre-
visão mais otimista é que o trecho
receba os primeiros vagões experi-
mentais somente no fim do segundo
semestre, adiando ainda mais a início
das operações efetivas.
No trecho que poderia já auxiliar o
escoamento de soja e milho do Norte
do País, são enumeradas uma série
de deficiências que impedem o fun-
cionamento dessa extensão. Faltam
sinalizações horizontais e verticais e
ainda nem não foi definida a empresa
responsável por operar a linha, além
de empresas que vão fazer manuten-
ção e segurança. A Valec ainda pre-
cisa resolver algumas pendências an-
tes de entregar o trecho. Entre elas,
adequações exigidas pelo Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e de
Recursos Naturais (Ibama).
Com todas essas problemáticas,
quem observa as obras de perto, afir-
ma que alguns trechos já dão sinais
de sucateamento por ação do tempo
e falta de uso e manutenção. A re-
portagem levantou que alguns trilhos
localizados próximos a Gurupi (TO)
foram furtados.
O presidente do Sindicato Rural
de Uruaçú, Weder Silva Ribeiro,
observa de perto a falta de manu-
tenção da ferrovia. Ele conta que só
observa movimentação de funcioná-
rios na obra de implantação asfálti-
ca próximo ao trevo do município,
onde acredita que será construído
um porto seco.
No mais, informa, as obras estão pa-
radas e alguns pontos já precisam de
manutenção. Com a chegada da chuva,
trechos de trilhos estão sendo sucatea-
dos. “Nós estamos com uma produção
média de soja de 63 sacas por hecta-
re podíamos pagar um frete até 40%
mais barato para escoar a produção. É
triste ver bilhões investidos, mas sem
funcionamento”, afirma.
Segundo o presidente do Sindica-
to Rural de Porangatu, Carlos José
Garcia, alguns pontos da ferrovia já
estão passando por manutenção, já
que alguns trilhos estão soltos. Ele
explica que a empresa não plantou
grama para segurar os aterros. Com
a chegada do período chuvoso, os
Janeiro / 2015 CAMPO | 23www.senargo.org.br
trilhos estão sendo soterrados pelas
terras lavadas pelas chuvas. “É preci-
so fazer manutenção antes mesmo de
começar a rodar”, lamenta.
Outro ponto crítico está rela-
cionado localização dos trilhos.
Ele informa que muitas linhas di-
vidiram fazendas, mas não foram
construídos túneis de passagem
para carros e caminhões. A ne-
gligência impede que caminhões
carregados de grãos transpas-
sem os trilhos e sigam as rotas
das vias vicinais. “Muita gente
comprou fazenda por aqui imagi-
nando que seria beneficiado com
a chegada da ferrovia, mas está
com um grande problema.”, diz.
Ele afirma que nos últimos três anos,
as lavouras de soja e milho entraram
forte na região. Com o aumento do vo-
lume de escoamento da produção, as
rodovias que levam os grãos até Anápo-
lis estão sendo mais exigidas. “O ideal
é que a gente escoe a produção para o
Porto de Itaqui (MA) que é a metade
da distância para o Espírito Santo”, diz.
Modelo operacional ainda indefinido
Segundo consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Rural (Senar) Goiás, Pedro Arantes, além das preocu-
pações operacionais e de manutenção, há ausência de infor-
mações oficiais sobre início de construção de transbordos de
cargas da Ferrovia Norte-Sul nas Regiões Sudoeste e Norte do
Estado. “Calculamos que isso atrasa o início da operação em,
no mínimo, dois anos”, diz.
Para o diretor de logística da Caramuru, Antônio Ballan, os
principais pontos críticos a serem superados são a indefinição
do modelo operacional, a insuficiência da malha ferroviária
existente, sobretudo as linhas da América Latina Logística Ma-
lha Paulista (ALL) e estabelecimento de uma política tarifária
entre as concessionárias. “Os operadores ferroviários indepen-
dentes deverão ter dificuldades em operar nas linhas existen-
tes, competindo com as atuais concessionárias”, explica.
As preocupações dos representantes de classes são
justificadas. Ampliando o problema para toda a Ferro-
via Norte-Sul, estudo recente da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), baseado em apuração do Tribunal de
Contas da União (TCU), aponta irregularidades sistêmi-
cas ocorridas por falta de execução, sem justificativa pré-
via. Segundo estudo, alguns defeitos ameaçam integrida-
de da via, como ausência de dispositivos de drenagem e
proteção dos taludes que geram assoreamento, erosões e
passivos ambientais.
O levantamento aponta também serviços com quali-
dade deficiente que reduzem a vida útil e podem causar
acidentes e até descarrilamentos. Por isso, para a efetiva-
ção da operação do trecho ferroviário entre Palmas (TO)
e Estrela d´Oeste (SP), será necessário que todas as irre-
gularidades e defeitos sejm solucionados. Além disso, a
falta de um terceiro trilho no trecho entre Turvelân-
dia, Santa Helena e Rio Verde, todas localizadas
no Sudoeste goiano, acarreta impossibilida-
de de tráfego de bitolas estreitas. Sain-
do da esfera estrutural, o documento
aponta irregularidades contratu-
ais e adoção de soluções de
engenharia mais onerosas
na execução de deter-
minados serviços de
obras e superfa-
turamento. Pedro Arantes aposta no atraso do início da operação em, no mínimo, dois anos
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24 | CAMPO Janeiro / 2015
Integração
O estudo da CNI aponta que, uma
vez finalizada, a via induzirá um
crescimento no volume de cargas
do interior do País para exportação,
além da movimentação interna entre
regiões. Os principais são soja e deri-
vados, milho, cana-de-açúcar, etanol,
açúcar, papel, celulose e minério.
Para isso, a Norte-Sul precisa ser in-
terligada a outras quatro ferrovias para
integrar a logística nacional. É neces-
sário concluir a Ferrovia Transnordesti-
na (acesso aos portos de Pecém (CE) e
de Suape (PE)), Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (interior da Bahia a Ilhéus);
construir a Ferrovia de Integração Cen-
tro-Oeste (Goiás e Mato Grosso), além
do prolongamento da Ferrovia Norte-Sul
entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA).
Mas segundo profissionais e represen-
tantes do setor agrícola, para que haja
uma sintonia afinada com toda a logística
nacional são necessários investimentos
em algumas rodovias, hidrovias e portos.
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Uma safra perdida a cada cinco anosEsse possível atraso faz escorrer pelas mãos dos produtores
rurais a chance de diminuir a diferença de custo logístico com
os maiores produtores de grãos mundiais, como Estados Uni-
dos e a vizinha Argentina.
Conforme Arantes, um estudo realizado pela Associação
Nacional de Exportadores de Cereais (ANEC), aponta que,
cada tonelada transportada do Centro-Oeste americano,
o produtor norte-americano recebe 92% do valor
cotado na Bolsa de Chicago. Os produtores ar-
gentinos ganham o corresponde a 91% en-
quanto que o nacional entre 70% e 78%,
uma variação de até 22%. “A cada
cinco anos perdemos uma safra por
causa do custo logístico”, diz.
Na prática, os produto-
res rurais goianos e na-
cionais conseguem
mitigar esse abis-
mo somente
quando há
t u r b u -
lências climáticas lá fora, como ocorreu nas últimas safras.
Ele lembra que o transporte ferroviário é cerca de 40% mais
barato que o rodoviário. Já o custo do modal hidroviário é até
60% inferior. Entretanto, na safra passada, mais de 80% das
2,7 milhões de toneladas de soja e 1,5 milhão de tonelada de
milhos goianos exportados foram feitos por vias rodoviárias.
Ballan vai além. Para ele, as perspectivas do início das ope-
rações são favoráveis não só para a diminuição do custo lo-
gístico Brasil, mas para imprimir desenvolvimento para várias
Regiões e Estados. “Principalmente para os Estados de Goi-
ás, Tocantins e para o Leste do Mato Grosso e Pará”, afirma.
Ele informa que a criação do operador ferroviário inde-
pendente deverá aumentar oferta e reduzir os fretes rodovi-
ários. Embora os benefícios sejam mais importantes para a
atividade de produção de commodities agrícolas e explo-
ração mineral, a maior acessibilidade dessas regiões aos
mercados deverá estimular o crescimento da produção in-
dustrial e das atividades de comércio e serviços em toda a
área de influência desse novo sistema de transportes. “Mas
todo esse desenvolvimento só será intensificado com a con-
clusão da Norte-Sul pelo menos até Estrela d´Oeste”, diz.
Janeiro / 2015 CAMPO | 25
Em buscas de respostas Em nota, a Valec informa que a parte pública - construção,
preparação, testes, já foi realizada. Hoje há frentes de trabalho de
manutenção nesse trecho (Palmas-Anápolis) ou pequenos ajustes
solicitados no período de testes e inspeções pré-operação, inclusi-
ve sinalização, mas a ferrovia está pronta para início do transporte.
A iniciativa privada está finalizando as obras de seu terminal em
Anápolis, com previsão de conclusão para a segunda quinzena de
dezembro. São necessários testes da operação de carregamento
e pelo menos uma viagem experimental com o trem tipo, o que
já vem ocorrendo. No mês de dezembro, haverá o transporte de
locomotivas de Anápolis/GO até São Luiz/MA.
A estatal, quando questionada sobre onde e quais estações de
transbordos serão construídas em Goiás, além da do Porto Seco
Centro-Oeste, não informou sobre essas obras. Em resumo, infor-
mou que a estrutura ferroviária do pátio ferroviário de Anápolis
está concluída.
A Valec informa ainda que a manutenção da ferrovia é
constante e rotineira, inclusive nos trechos da Região Nor-
te de Goiás. Segundo a empresa, já foi solicitado junto à
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autoriza-
ção para tráfego comercial do trecho Anápolis-Gurupi, mas
aguarda procedimentos da agência.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transporte (Dnit), foi publicado no Diário Oficial de chama-
mento da ANTT para empresas interessadas em elaborar os
estudos de concessão da BR -364, mas quanto à BR-452 não
existe projeto de duplicação.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de
Estado de Infraestrutura (Seinfra) e Secretária da Indústria
e Comércio (SIC) Goiás, mas nenhum departamento pos-
sui levantamento de viabilidade econômica ou estrutural
da Norte-Sul.
“Logística é o grande gargalo do produtor”, afirma José MárioO presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goi-
ás (Faeg), José Mário Schreiner, diz que a logística é o grande
gargalo do produtor rural brasileiro. Mas lembra que, de forma
geral, as rodovias estaduais estão em bom estado de conser-
vação, mas ressalta a necessidade de duplicação das rodovias
BR-364 e BR- 452. “Não podemos nos esquecer dos portos, nos-
so desembaraço demora cerca de cinco dias, enquanto que em
outros países demora somente um”, afirma. Para agilizar, diz que
precisa imprimir trabalho em sistema de 24 horas de agentes da
Polícia Federal.
Além das duas rodovias citadas por Schreiner, Ballan aponta
outras quatro rodovias (BR-163;158-242;155), todas localizadas
nas Regiões Centro-Oeste e Norte do País que precisam con-
clusão de pavimentação ou recuperação ou duplicação para se
tornar mais competitivos. “Precisamos também licitar os portos,
melhorar os acessos aos portos, principalmente de Santos e ainda
tornar navegável, sem restrição, a hidrovia do Tocantins partindo
de Marabá (PA)”, enumera.
Com a falta de investimentos e estresse hídrico deste ano, a
Hidrovia Tietê-Paraná-Paranaíba ficou inoperante logo no início
de maio, resultando em prejuízos milionários. Em agosto, con-
forme apurado, das 4,5 milhões de toneladas de grãos, madeira
e celulose estimadas para serem embarcadas neste ano no Porto
de São Simão, apenas 400 mil transportadas por barcaças.
Para Ballan, as principais obras necessárias para aprimo-
rar e melhorar a competitividade do modal são: derroca-
mento do canal à jusante da eclusa de Nova Anhanguera,
drenagem do canal de Barra Bonita/Anhembi, alargamento
dos vãos das pontes e cumprimento da Lei de Usos Múlti-
plos das Águas.
De acordo com a Aministração da Hidrovia do Paraná
(Ahrana) serão investidos R$ 25 bilhões para o modal ficar
em total condição de navegabilidade até 2025. O Plano de
Melhoramento será feito em três fases e o trecho goiano da
hidrovia já receberá investimentos na primeira fase. Quando
finalizado, o volume de cargas transportados na hidrovia
deve ser multiplicado em 10 vezes.
José Mário diz que a logística é o grande gargalo do produtor rural
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26 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
BALANÇO
Faeg e Senar Goiás comemoram números de 2014 e já planejam 2015 com cautela
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para Revista Campo
Expectativa recorde para 2015
A expectativa é que Goiás
bata novo recorde na sa-
fra de grãos em 2015, com
18,7 milhões de toneladas, 2,7% a
mais que a anterior. Apesar do
bom desempenho aguardado no
campo, é fora dele que estão os
maiores desafios e preocupações
dos produtores rurais. De olho nos
reflexos das medidas adotadas pela
nova equipe econômica e nas vo-
tações do congresso, a precaução
é a palavra de ordem do setor. A
afirmação foi feita durante coletiva
de imprensa realizada na sede da
Federação da Agricultura e Pecu-
ária de Goiás (Faeg) no dia 22 de
dezembro. Na ocasião, o presiden-
te da entidade, José Mário Schrei-
ner, apresentou aos jornalistas o
balanço de 2014 as expectativas
para 2015 no setor agropecuário.
O setor comemora alguns avanços
conquistados este ano, mas tam-
bém consolida a luta para dar pas-
sos importantes para a resolução de
problemas antigos que emperram
melhores resultados e dificultam a
igualdade competitiva com outros
países produtores.
Embora a recuperação das rodo-
vias federais goianas sejam um dos
pontos fortes a ser comemorada, a
José Mário Schreiner apresentou aos jornalistas balanço de 2014 e expectativas para 2015 no setor agropecuário Fr
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www.senargo.org.br Janeiro / 2015 CAMPO | 27
logística ainda é visto como um dos
maiores entraves do setor agrope-
cuário. Obras atrasadas e inconclu-
sas aumentam o custo de produção
gerando desequilíbrio nas contas
com outros países como Estados
Unidos e Argentina. “Precisamos
diminuir os custos de produção.
Temos que instituir as formas de
concessão das ferrovias, melhorar
os portos e também algumas rodo-
vias que não foram contempladas
pelo governo”, lembra o gerente de
assuntos técnicos e econômicos da
Faeg, Edson Novaes.
A dose extra de preocupação está
vinculada a fatores negativos impac-
tantes que tendem ocorrer em 2015
como pressão inflacionária, possibi-
lidade de permanência de um baixo
Produto Interno Bruto (PIB) e eleva-
ções de taxa de juros. “Temos ainda
os aumentos dos preços da energia
elétrica, combustíveis e outros insu-
mos”, ressalta Edson Novaes.
De quebra, a safra recorde nos Es-
tados Unidos aliada à uma recompo-
sição dos estoques de grãos em todo
o mundo. A China, uma dos maio-
res parceiros comerciais do País, por
sua vez, deve apresentar uma tímida
queda no crescimento. “Os preços
das commodities estão mais baixos
e a tendência é de que continuem as-
sim em 2015”, afirma o gerente.
Assim, o setor busca a ampliação
dos recursos para a subvenção do
Seguro Rural de uma forma que re-
almente atenda as necessidades dos
produtores. Na esfera regional, os
produtores sofrem com as deficiên-
cias da qualidade e distribuição de
energia elétrica, dificultando, sobre-
tudo, a ampliação da capacidade de
armazenagem de grãos.
Para conseguir atingir todo o po-
tencial produtivo, o setor pretende
focar na ampliação dos serviços de
capacitação e formação profissio-
nal, assistência técnica e de exten-
são rural e pesquisa agropecuária
(veja matéria abaixo).
Balanço 2014
“O ano de 2014 foi de muitos de-
safios para o agronegócio. Apesar
de crise em todos os outros setores
da economia e dos problemas em
logística, infraestrutura e abasteci-
mento, conseguimos manter o cres-
cimento da produção. Mesmo com
os níveis de inflação acima da meta
e altas taxas de juros, o PIB do agro-
negócio brasileiro cresceu 3,8%, o
Valor Bruto da Produção Agropecu-
ária (VBP) do Estado cresceu 4,1%
e, só em Goiás, o setor gerou 69 mil
novos postos de emprego. Isso mos-
tra a força e capacidade do setor”,
lembra José Mário Schreiner.
Edson Novaes salienta que o ano
de 2014 foi composto pela capa-
cidade que o produtor teve de su-
perar as adversidades. Um ano de
baixo crescimento econômico, com
eventos que inter feriram no desem-
penho de vários segmentos como
as eleições e Copa do Mundo, ele-
vação dos estoques de grãos oca-
Nos preparamos
para iniciar um
ano que promete
ser difícil e, para
enfrentá-lo, a
agropecuária não
poderá abrir mão
do fortalecimento
de suas ações
estratégicas,
políticas e de
planejamento
presidente da Faeg,
José Mário Schreiner
Para o presidente da Faeg, precaução é a palavra de ordem do setor
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28 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
sionados pelo resultado da colheita
estadunidense, aumento do custo
da produção e desvalorização do
real. Até o clima jogou contra atra-
sando o plantio dos grãos. “Mesmo
com todas essas dif iculdades con-
seguimos ter papel importante no
PIB e ainda geramos 69 mil empre-
gos no campo”, afirma Edson. Este
resultado coloca Goiás em segundo
lugar no ranking divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), f icando atrás
somente de Mato Grosso (MT).
As exportações do agronegócio
goiano (US$ 5,2 bilhões) correspon-
dem a 79,6% de tudo o que foi ven-
dido pelo Estado. Por outro lado,
as importações do agronegócio (au-
mentos de fertilizantes e derivados
de tomate), somam apenas US$ 450
milhões, ou seja, 11% do total. “Se
não fosse o agronegócio o saldo da
balança comercial goiana seria defi-
citária em US$ 2,3 bilhões”, calcula
Edson Novaes.
Mas ele lembra que a legislação
do Estado avançou promovendo
celeridade na liberação dos licen-
ciamentos ambientais e cadastro
ambiental rural. Outra conquista
foi a manutenção de benefícios e
a ampliação da redução
do Imposto Sobre Cir-
culação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) para
eucalipto, semente de
capim e feijão. “Foi uma
ação coordenada por re-
presentantes de setores e
instituições, inclusive da
Faeg”, comemora.
Superação também
na capacitação
“Para o Senar Goiás, o
ano de 2014 foi de supe-
ração de metas e de am-
pliação de sua atuação. A
partir de agora, além de
trabalhar fortemente pela
capacitação profissional
das famílias do campo, iniciaremos
atividades na área de assistência
técnica. Essa atuação não era parte
da missão institucional do Senar,
mas já desenvolvíamos trabalhos na
busca de oferecer acompanhamen-
to ao produtor, como no programa
Goiás Mais Leite, metodologia Bal-
de Cheio, que já atende mais de 900
produtores em todo o Estado. As-
sumimos mais esse trabalho pelo
produtor rural porque sabemos que
o campo tem muitas demandas e
que o sucesso da atividade rural
depende, não só de trabalhadores
bem capacitados, mas de assistên-
cia continuada”, diz o superinten-
dente do Senar Goiás, Eurípedes
Bassamurfo da Costa.
Segundo o chefe do departamen-
to técnico do Senar, Flávio Henri-
que, o desafio para 2015 é inten-
sif icar o atendimento das cadeias
produtivas acompanhando a evolu-
ção do profissional rural. “Vamos
fazer de forma graduada, atenden-
do as comunidades a partir do bá-
sico e ir evoluindo, sempre focando
na gestão”, explica.
A ideia é também investir no
Programa de Agricultura de Bai-
xo Carbono, estruturando um viés
de sustentabilidade econômica e
ambiental. “Queremos incentivar
as comunidades urbanas e semiur-
banas a produzir alimentos para o
próprio consumo. Além de ser uma
ação terapêutica, incute o valor do
processo produtivo”, diz. A meta
para 2015 é desenvolver 5 mil ações.
Edson Novaes salienta a capacidade que o produtor teve de superar adversidades
Flávio Henrique explica que o desafio para 2015 é intensificar o atendimento das cadeias produtivas
Laris
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Laris
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Janeiro / 2015 CAMPO | 29www.senargo.org.br
Federação e Senar Goiás reúnem mais de 200 futuros líderes durante encontro em Anápolis
Catherine Moraes | [email protected]
Michelle Rabelo | [email protected]
AGROJOVEM
Formando jovens para liderança
Para Cybelle Bretas, é preciso perceber a importância de atuação dos jovens
Marcos Fava falou sobre os próximos 30 anos do agronegócio
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José Mário Schreiner destacou a importância da agropecuária
Para Wanderson Portugal, o jovem precisa acreditar que é possível tomar suas próprias decisões
30 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
Com o objetivo de incentivar a su-
cessão familiar, identificando e
formando lideranças jovens do
setor agropecuário, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar) Goiás e Servi-
ço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) Goiás, realizaram, no
último mês, o 1º Encontro de Empreen-
dedores Jovens Rurais (Agrojovem) Goiás.
Durante a abertura do evento José Mário
Schreiner, fez com que olhos e imaginação
dos cerca de 200 jovens presentes brilhas-
sem. “Quem sabe aqui não estejam futuros
presidentes de Sindicatos Rurais, vereadores,
prefeitos, grandes empresários. É
isso que nós queremos: sucesso
para cada um de vocês”, disse.
A realização do evento contou
ainda com o apoio da Federa-
ção da Agricultura e Pecuária de
Goiás (Faeg), da Associação de
Jovens Empreendedores e Em-
presários de Goiás (AJE) e da
Confederação Nacional de Jovens
Empreendedores (Conaje). Entre
os convidados: coordenador do
Agrojovem da Conaje, João Pedro
Baiana; diretor técnico do Sebrae
Goiás, Wanderson Portugal; pre-
sidente da AJE Goiás, Cybelle
Bretas; consultor do Senar/Se-
bare, Arthur Toledo e o professor Univer-
sidade de São Paulo (USP), Marcos Fava.
O local escolhido foi a Estância Park Ho-
tel, em Anápolis, onde jovens com as mais
variadas idades puderam conhecer de perto
os muitos motivos que devem fazer com
que eles se interessem pela continuidade
dos negócios da família ou pela abertura
de novos empreendimentos – sejam eles de
pequeno, médio ou grande porte. Repre-
sentando a Faeg e o Senar Goiás, partici-
param ainda o vice-presidente institucional
da Faeg, Bartolomeu Braz, o superinten-
dente do Senar Goiás, Eurípedes Bassa-
murfo e o diretor de Agronegócio da Aje e
assessor técnico da Faeg, Alexandro Alves.
Em sua fala, durante a abertura, José
Mário Schreiner destacou também a im-
portância da agropecuária. “Estamos
vendo um crescimento populacional con-
siderável e essas pessoas precisam de ali-
mento. Nosso papel é oferecer esse alimen-
to. Hoje somos 7,3 bilhões de pessoas e
em 2048 seremos cerca de 9,3 bilhões. O
crescimento vai acontecer nos países de-
senvolvidos. Precisamos estar preparados”.
O Painel I foi pautado pelas perspec-
tivas e oportunidades do setor agrope-
cuário. Com palestra do professor Uni-
versidade de São Paulo (USP), Marcos
Fava – que falou sobre os próximos 30
anos do agronegócio – os jovens pude-
ram ouvir sobre mercado, política, influ-
ências internacionais e possibilidades de
novas portas para os produtos brasileiros.
O jovem como protagonista
Para falar do Jovem como protagonista
do Brasil futuro, o consultor Arthur Toledo
ministrou palestra e também se emocionou.
Ele falou da importância das qualidades hu-
manas no trabalho e em como a generosi-
dade pode ser um diferencial para qualquer
profissional. O consultor também ressaltou
a importância de trabalhar em coletivida-
de e em como cooperativas, por exemplo,
podem fortalecer o produtor junto ao mer-
cado. “A vida solitária nos marca como
ser, mas a vida coletiva é que nos move.
Precisamos do outro e podemos ser mais
fortes juntos. Aqui vocês não vão receber
um manual, vamos pensar juntos em como
construir um município melhor e, juntos,
vamos tornar este sonho real”, completou.
Para o diretor técnico do Sebrae Goiás,
Wanderson Portugal, um evento como o
Agrojovem é importante pois ajuda o jo-
vem a acreditar que é possível tomar suas
próprias decisões e “que essas decisões
podem sim fazer toda a diferença na ges-
tão do negócio”. Ele fez questão
de destacar outro objetivo do
evento: apresentar aos jovens o
lado prazeroso e recompensador
de se fazer agricultura. Eurípedes
Bassamurfo, superintendente do
Senar Goiás destacou a impor-
tância da capacitação para o jo-
vem rural. “O jovem precisa, de
nada mais nada menos, olhar para
frente”. Bassamurfo apresentou
os cursos e treinamentos ofereci-
dos pela entidade e a missão de
educar quem mora o campo, mas
ainda não gerencia os negócios.
Atuação da Aje
Cybelle Bretas, presidente da Aje Goiás se
emocionou ao contar o início do Programa
Minha Primeira Empresa que atua na ca-
pacitação, acesso ao crédito e acompanha-
mento de quem abre o primeiro empreendi-
mento. “Nós fizemos um projeto e antes das
eleições convidamos todos os candidatos ao
governo para mostrar nossa ideia. Eles assi-
naram o compromisso conosco e, assim que
o Marconi foi eleito encaminhamos outro
ofício. Em 2013 o projeto foi aprovado na
Assembleia Legislativa e foram liberados R$
2,200 milhões para auxiliarmos quatro mil
empreendedores no primeiro ano de ges-
tão”, completou. Para Cybelle é preciso per-
ceber a importância de atuação dos jovens.
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Janeiro / 2015 CAMPO | 31www.senargo.org.br
Quem foi e aprovou
Graziele Zoboli, 22 anos
A administradora Graziele Zoboli, 22
anos, chegou ao evento cheia de boas ex-
pectativas e ao final do primeiro dia dis-
se ter sido surpreendida. Ela faz MBA em
Agronegócio e fez a inscrição no evento
em busca de mais informações sobre o fu-
turo da agricultura e da pecuária “em um
país tão rural quanto o Brasil”. A jovem,
que mora em Cristalina, contou que
esperava que as palestras fossem um
pouco cansativas, mas que José Mário
e Marcos Fava levaram para dentro do
auditório um dos temas que mais cha-
ma sua atenção: como produzir mais
para alimentar o mundo sem prejudi-
car o meio ambiente. “A grandeza do
evento e a quantidade de participantes
também me chamou atenção. Vou le-
var para minha terra muito do que ouvi
aqui”, explicou a estudante que cuida da
parte financeira da fazenda da família –
produtora de soja, milho, feijão e trigo.
Ana Flávia Figueiredo, 20 anos
Para a estudante do 7º período do
curso de Direito, Ana Flávia Figueire-
do, 20 anos, o evento foi uma inje-
ção de ânimo para os jovens que já
vivem da agropecuária. Ela mora em
Cristalina e foi até Anápolis para sa-
ber mais sobre política econômica na-
cional e mundial. “O agronegócio en-
volve também uma parte de legislação
pela qual quase ninguém se interessa.
É preciso saber mais sobre a política
que move o Brasil e o mundo”. Ana
Flávia, que é filha de produtor de
soja, milho, café e feijão, fez questão
de elogiar a organização do evento e
a didática dos palestrantes. “Depois
das palestras a gente sente vontade
de levantar e agir, fazer mudanças,
inovar. Aqui a gente teve a certeza
de que o jovem é o verdadeiro pro-
tagonista das mudanças”, completou.
João Antônio, 17 anos
João Antônio, 17 anos, ainda cursa o
ensino médio, mas quem não sabe da
pouca idade do rapaz pode apostar que
ele já é um jovem empresário rural. Filho
de criadores de gado de corte e de leite,
ele buscou no Agrojovem informações
sobre o mercado e o comportamento do
verdadeiro empreendedor. O jovem de
Piracanjuba foi convidado para partici-
par do evento pelo presidente do Sindi-
cato Rural (SR) do município, Eduardo
Iwasse, e conta que aceitou sem pesta-
nejar. “Vou prestar vestibular para Me-
dicina Veterinária e preciso estar bem
informado sobre o mercado, importa-
ções e exportações, maneiras de au-
mentar os lucros e de gerir, com compe-
tência, uma propriedade rural”, explica.
Graziele Zoboli cuida da parte financeira da fazenda da família
João Antônio vai prestar vestibular para Medicina Veterinária
Ana Flávia Figueiredo se interessa pela política econômica nacional e mundial
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32 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
DELÍCIAS DO CAMPO
GELÉIA DE JABUTICABA
* Receita elaborada pela instrutora de processamento de doces do Senar Goiás, Eva Machado
Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200
INGREDIENTES:
• Jabuticaba• Açúcar
PREPARO:
Lave as jabuticabas em água correnteEsprema as frutas dentro de uma peneira taquara Coe o caldo obtido em pano finoPara cada dois copos de caldo, acrescentar um copo de açúcarMexa bem e leve ao fogo até o pontoGuarde em vidros esterilizados
Janeiro / 2015 CAMPO | 33www.senargo.org.br
CASO DE SUCESSO Fr
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Produtor vende fruta com ajuda da família Michelle Rabelo | [email protected]
Os pés de caju e o sucesso à beira da GO-164
Francisco Tomé planta caju e vende às margens da rodovia
34 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
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De nome Francisco Tomé, um chapéu simpático que o prote-ge do sol e muitas histórias pra
contar, o produtor tira do caju o sus-tento da família que mora no municí-pio de Faina e vai junta para a rodovia oferecer o colorido – uma mistura de amarelo, vermelho e verde – e o gosto doce da fruta para quem passa. Mas nem sempre foi fácil e aparentemente seguro viver do caju. Nos primeiros ca-pítulos da história do produtor o Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás teve participação funda-mental. Foi por meio dos cursos e trei-namentos que ele descobriu novas pos-sibilidades, entre elas, a fruticultura.
Como o personagem bíblico, São Tomé, Francisco – que não é Tomé por acaso – também precisa ver para crer. Assim, fez o curso de Fruti-cultura do Cerrado no Senar Goiás e usou seus nove alqueires de terra para cultivar as frutas. Elas são ven-didas na rodovia que passa em frente à propriedade, para uma empresa de doce em Nerópolis e uma de polpa em Brasília. Na estrada, bacias pe-quenas representam a medida e todo gesto, chamamento ou tentativa de tornar o caju mais atrativo são válidos.
No início eram 80 pés e hoje, ao todo, são 120 que rendem a Francis-co cerca de 200 kg de caju por sema-na – quantidade relativa aos meses de agosto e setembro, quando os pés fi-cavam carregados. A quantidade de pés já foi maior, chegando a 416, mas por conta do que Francisco chama de “peste”, o número caiu. A produção também caiu pela metade. “Manchas foram aparecendo aos poucos nas fru-tas e hoje já comprometem a venda de muitas frutas”, conta, já explican-do que a perda foi de cerca de 30%, mas que o prejuízo não desanima nem a ele, e muito menos à família.
O produtor tem tudo anotado e aponta como opções, o plantio de
maracujá, a criação de frango ou pei-xe e até mesmo a apicultura. “Nada me desanima. Se der errado, a gente se capacita, aprende e começa outra vez”, pontua. Enquanto isso, fala da vontade de fazer algum curso para aprender a tirar do caju o que ele tem melhor. “Quero aprender a fa-zer doce, polpa e castanha. Quero melhorar de vida e viver bem sem precisar sair desse chão”. Ao lado da mulher, Joana Batista, e do filho, Márcio Fernandes, Francisco enxerga o futuro com esperança e representa muito bem um dos milhares de casos de sucesso espalhados pelo estado.
Aproveitando e vivendo do que a natureza oferece
“Não preparamos nada, não mo-dificamos a terra, nem analisamos suas características. Quando zelada, a natureza dá por ela mesma”, ex-plica ao ser perguntado so-bre a preparação do solo para o plantio das mudas de caju. “Nessa terra de Deus, só passa fome quem quer. Falta um pouco de in-teresse do povo, que não procura os cursos e a ajuda que o Senar oferece, mas para quem tem vontade não falta oportunidade”, emenda.
Para complementar a ren-
da, Francisco também cria bezerras e para isso conta com a ajuda da filha, Julyana Jorge. Ela procurou o Sindica-to Rural (SR) e fez cursos de Bovino-cultura de Corte e Inseminação Arti-ficial. O resultado? Ela se apaixonou pelo ramo. Cursando o 3º ano do en-sino médio, a menina é rápida quan-do a pergunta é sobre o futuro. “Vou prestar vestibular para zootecnia, fa-zer mais cursos no Senar Goiás e aju-dar meu pai a tocar nossa terrinha”.
Francisco é enfático ao falar sobre o amor pela terra e a vontade de en-velhecer ali, seja vivendo do caju, do gado, de outra fruta ou até mes-mo do mel. O desejo mesmo é ser produtor até quando o destino per-mitir e depois disso descansar ven-do os filhos cuidarem de tudo o que ele construiu com tanto carinho.
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Janeiro / 2015 CAMPO | 35www.senargo.org.br
EM DEZEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
281 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 91 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
3.553 PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
32 100 12 0 09 06 92 30 33 04 03 12 39 0
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
extrativismo
Em
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
CURSOS E TREINAMENTOSLa
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Mel
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Laryssa Carvalho | [email protected]
Curso de Bovinocultura de Leite abre portas ao produtor rural
EM DEZEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
281 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 91 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
3.553 PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
32 100 12 0 09 06 92 30 33 04 03 12 39 0
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
extrativismo
Em
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412 2700 ou pelo site www.senargo.org.br
Os que acreditam que o trabalho no campo não precisa de aperfeiçoamen-to, se enganam. Pensando sempre no potencial do produtor rural, seja ele pequeno ou grande, o Senar Goiás oferece cursos e treinamentos que ca-pacitam o trabalhador do campo.
Dentre os cursos oferecidos, o aper-feiçoamento em bovinocultura de lei-te é destaque no âmbito rural. Com o objetivo de orientar o produtor sobre o manejo correto da criação de bovi-nos, o curso possibilita ao participante aprovado, o certificado de conclusão que permite melhores oportunidades no mercado agropecuário.
Durante o curso são debatidos te-mas como o mercado do leite, índices zootécnicos, alimentação, mineraliza-ção do gado de leite, saúde do gado, manuseio de equipamentos e a im-portância da preservação ambiental.
Ao todo, são disponibilizadas 16 vagas por curso, com o número mí-
nimo de 10 inscritos e duração de um dia. Para o coordenador do cur-so, Marcos Henrique, o produtor ru-ral possui um grande potencial e por isso necessita de aperfeiçoamento e capacitação “Muitas vezes não há compreensão sobre o que está fa-zendo. Por exemplo, ele sabe que é necessária a vacinação, mas não tem informação sobre determinada vaci-na’’, enfatiza.
O coordenador destaca novidades presentes no curso “Hoje nós temos como novidade a orientação sanitá-ria que é repassada aos participantes. Outro aspecto importante que tam-bém é tratado durante o curso é a incorporação de novas tecnologias”, informa Marcos Henrique.
Para obter o certificado de con-clusão, o participante inscrito deve apresentar presenças superiores a 80%, além da aprovação do instru-tor do curso.
* Cursos promovidos entre os dias 26 novembro e 25 de dezembro
Você possui assistência técnica? CAMPO ABERTO
O agronegócio brasileiro movimenta cifras de
bilhões de reais em exportação, gerando
centenas de milhares de empregos em toda
sua cadeia produtiva, além de levar alimentos in na-
tura e industrializados às mesas dos brasileiros e ao
resto do mundo. No contexto recente de crise econô-
mica, o agronegócio foi o setor relevante para mini-
mizar os desequilíbrios das contas externas do Brasil.
Perante as cobranças do concorrido mercado in-
ternacional, atender à demanda, principalmente de
alimentos, não tem sido uma missão fácil ao agro-
negócio nacional. Para isso, é crucial que todas as
esferas produtivas tenham competitividade, pautada
na utilização de tecnologia para aumento de produti-
vidade e agregação de valores aos produtos.
No início da cadeia produtiva está o produtor ru-
ral, do pequeno ao grande, que trabalha com a res-
ponsabilidade de produzir arroz, feijão, leite, frutas,
hortaliças e outros alimentos que irão abastecer des-
de feiras populares a indústrias. Contrastando com
esse mercado exigente está a realidade enfrentada no
campo, que muitas vezes dificulta ainda mais atin-
gir a qualidade demandada pelo mercado. São elas:
intempéries climáticas, pragas e doenças, trabalho
pesado, preços insatisfatórios, pressões para preser-
vação ambiental.
Pergunto principalmente ao pequeno e médio
produtor: diante de tantas dificuldades impostas
ao sucesso do trabalho no campo, o que você tem
feito para minimizar os danos e potencializar sua
produção? Você já pensou em como seria diferen-
te a realidade de sua propriedade caso dispusesse
de assistência técnica? Ou você ainda tem o con-
ceito de que assistência técnica é somente para
grandes propriedades?
Existe um déficit gigantesco de assistência técnica
em nosso país, atingindo principalmente os pequenos
e médios produtores. Estes, em sua maioria, “tocam”
suas propriedades sem nenhum tipo de consultoria
especializada, utilizando apenas informações “práti-
cas” de vizinhos, parentes, ou até mesmo de alguns
programas de televisão. Alguns, de forma pior, estão
estagnados (“parados no tempo”) e seguem a “teoria
de Gabriela”, em que, “nasceram assim, cresceram
assim e vão morrer assim”, negando-se a reconhecer
a fragilidade de seu negócio e a necessidade de dimi-
nuição dos custos e aumento dos lucros.
Falta ainda uma assistência técnica contínua, em
que o consultor visite a propriedade com uma frequ-
ência maior, conhecendo a realidade dessa e levando
informações que vão desde mudanças simples de há-
bitos à implementação de recursos de maior tecnolo-
gia, o que não necessariamente está relacionado com
grandes investimentos financeiros.
Para sanar essa deficiência, entra em cena o profis-
sional de ciências agrárias, seja ele engenheiro agrô-
nomo, zootecnista ou médico veterinário. Este profis-
sional atua como um “solucionador de problemas”:
faz um diagnóstico dos fatores agravantes à produção
e propõe resolução destes fatores e implementação
de práticas para melhoria da produtividade.
A ideia é criar um planejamento participativo, in-
tegrando o conhecimento técnico ao saber tradicio-
nal do agricultor. Dessa forma, o consultor não é o
detentor de todo saber, mas aquele que levará co-
nhecimento científico e inovação tecnológica que se
aliarão ao conhecimento do agricultor e à vontade de
ambas as partes em promover o desenvolvimento da
área trabalhada.
O Senar Goiás e a Faeg trouxeram para Goiás atra-
vés do Programa Goiás Mais Leite “A Metodologia
Balde Cheio”. Realizada em parceria com prefeituras,
sindicatos rurais, cooperativas e outros parceiros le-
vam assistência técnica ao campo e traz resultados
significativos aos produtores de leite.
O programa visa intensificar o uso das pastagens,
realizar controles econômicos e zootécnicos da pro-
priedade, respeitar o meio ambiente e claro, melhorar
a vida dos produtores e suas famílias, seja na questão
financeira ou até mesmo num ganho de autoestima.
Você, produtor rural, seja de qualquer atividade
produtiva: procure assistência técnica capacitada!
Perca o medo de sua propriedade não ter potencial
para manter um consultor técnico. Na realidade, é
ele quem o ajudará a potencializar sua propriedade e
viabilizar formas de aumento dos lucros.
Athos Bonifácio
é engenheiro
agrônomo e consultor
do Programa Balde
Cheio na região de
Palmeiras de Goiás.
Arqu
ivo
pess
oal
Athos Bonifácio | [email protected]
38 | CAMPO Janeiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br
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