2009_Nov_RPPN Cabeceira do Prata
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IASB – Instituto das águas da Serra da Bodoquena
PROGRAMA PLANTE BONITO
PLANTIO HOTEL WETIGA
Apoio:
Bonito – Mato Grosso do Sul – Brasil
Novembro 2009
1. Apresentação:
O Plante Bonito é um programa participativo de recuperação de áreas
degradadas, que tem o objetivo de contribuir para a conservação dos recursos
naturais e ajudar a minimizar os custos de recuperação das áreas por parte dos
proprietários rurais. No programa as mudas são adquiridas através do patrocínio
de empresas e/ou por pessoas que tenham a responsabilidade ambiental de seus
atos e serviços, colaborando com projetos que visam à proteção dos solos, rios,
matas e biodiversidade de Bonito e região.
Com o objetivo de recuperar áreas que já sofreram algum tipo de interferência
antrópica dentro da RPPN Cabeceira do Prata bem como implantar corredores
ecológicos entre os fragmentos de mata, foi implantado no local uma floresta com
o patrocínio do Hotel Wetiga. No dia 17 de novembro de 2009 ocorreu o plantio de
60 mudas, sendo este o 2º plantio patrocinado pelo Hotel Wetiga, totalizando 120
mudas patrocinadas no ano de 2009.
2. Metodologia Os plantios foram realizados no limite leste da RPPN (Reserva Particular do
Patrimônio Natural) Cabeceira do Prata. As áreas selecionadas encontram-se
dentro da Zona de Recuperação de acordo com o Plano de Manejo da RPPN
(figura 01), sendo a localização para Área 01: S 21º.26.466´ W 056º. 25.909´ e
para a Área 2: S 21º.26.343´ W 056º. 25.842´. O primeiro plantio realizado no mês
de maio de 2009 totalizou 60 mudas, e o segundo ocorrido no mês de novembro
de 2009 totalizou 60 mudas nativas.
Para o reflorestamento foi utilizado o plantio
heterogêneo, o qual consiste no plantio conjunto de
diferentes espécies numa mesma área, recriando
condições mais próximas das florestas naturais. È
indicado para enriquecimento de matas e na
recuperação das florestas nas margens de rios.
Todas as mudas oriundas do viveiro de mudas
nativas do Recanto Ecológico Rio da Prata foram
geradas a partir de sementes coletadas de árvores
adultas na RPPN Cabeceira do Prata. Antes do
plantio da muda, fez-se a preparação do terreno
através da marcação do local com estacas de 1m
de comprimento com extremidade pintada e
Figura 1. Muda plantada em campo. Notar adensamento do solo com folhas secas para reter umidade. Todas as mudas foram numeradas para posterior monitoramento.
coroamento com aproximadamente 1m de diâmetro, deixando a terra exposta.
Cavou-se uma cova de 20cm de profundidade para o plantio da muda. Com o
capim extraído do coroamento, cobriu-se o solo onde foi plantada a muda (figura
1). Tal procedimento é muito importante, uma vez que o capim atuará como um
retentor de umidade, bem como proteção da muda por camuflagem contra
possíveis predadores.
⇒ Caracterização das áreas dos plantios
Os ambientes caracterizam-se por possuir grande concentração de capim
humidícola com altura de aproximadamente 60cm e várias espécies arbustivas,
Guavira (Capomansia sp.), Lixeira (Curatella americana) e Cabeçudinha (Butia
paraguayensis). Algumas árvores em fase de crescimento avançado, tais como:
Capitão (Terminalia argentea) e Jacarandá (Machaerium acutifolium), também são
observadas no ambiente (figura 2).
Figura 2. RPPN Cabeceira do Prata evidenciando as duas áreas do plantio (hachuradas em vermelho
e amarelo), ambas localizadas na Zona de Recuperação na borda da RPPN.
⇒ Espécies arbóreas utilizadas
Pororoca (Rapanea ferruginea) – Altura de 6 – 12m, com tronco de 30 – 4cm
de diâmetro. Seus frutos são avidamente consumidos por várias espécies de
pássaros, o que a torna útil para plantios mistos em áreas degradadas de
preservação permanente. Planta pioneira, característica de formações
secundárias como capoeiras e capoeirões. O desenvolvimento das plantas no
campo é rápido, podendo atingir 3 – 4m em 2 anos (Lorenzi, 1992).
Jatobá-mirim (Guibourtia hymenifolia) – Altura de 10 – 18m, tronco ereto e
cilíndrico com 40 – 70cm de diâmetro. Planta semidecídua, clímax,
característica e exclusiva das matas secas e calcárias do Pantanal
Matogrossense. É indicada para a composição de reflorestamentos
heterogêneos com fins preservacionistas. O desenvolvimento das plantas no
campo é lento (Lorenzi, 1992).
Embiruçu (Pseudobomax tomentosum) – Altura de 4 – 10m, dotada de copa
arredondada e rala. Planta decídua, característica e exclusiva dos cerrados e
cerradões do Brasil central. Ocorre preferencialmente em formações primárias
e secundárias de terrenos bem expostos, onde o solo é arenoso e argiloso. O
desenvolvimento das plantas no campo é lento (Lorenzi, 1992).
Embaúba (Cecropia sp.)- Altura de 4 – 7m, com tronco de 15 – 25cm de
diâmetro. Pioneira característica de solos úmidos em beiras de matas e em
suas clareiras. Prefere matas secundárias, sendo rara no interior de mata
primária densa. Seus frutos são avidamente consumidos por muitas espécies
de pássaros, por essa razão e pela rapidez de crescimento, é indispensável
nos reflorestamentos heterogêneos de áreas degradadas de preservação
permanente.
Angico-vermelho (Adenanthera peregrina) – Altura de 14 - 22m, dotada de
copa frondosa e aberta. Tronco de 40 – 80cm de diâmetro. Planta pioneira
característica de matas semideciduais. Ocorre preferencialmente em
formações primárias e secundárias, sobre terrenos arenosos e argilosos,
porém bem drenados. As flores são apícolas. O desenvolvimento das plantas
no campo é considerado rápido, geralmente ultrapassando 2,5m em dois anos.
Caroba (Jacarandá cuspidifolia) – Altura de 5 a 10m, com tronco de 30 a 40
cm de diâmetro. Planta pioneira produz anualmente grande quantidade de
sementes. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado apenas
moderado, atingindo 3m de altura aos 2 anos (Lorenzi, 1992).
Mutambo (Guazuma ulmiflora) – Altura de 8 – 16m, com tronco de 30 – 50cm
de diâmetro. Seus frutos são muito apreciados por macacos e outros animais;
por essa qualidade e pelo rápido crescimento, é planta indispensável nos
reflorestamentos heterogêneos destinados a recomposição de áreas
degradadas de preservação permanente. O desenvolvimento das plantas no
campo é bastante rápido (Lorenzi, 1992).
Para-tudo (Tabebuia caraíba) – Altura de 12 – 20m (4 – 6m no cerrado), com
tronco tortuoso revestido por casca grossa, de 30 – 40cm de diâmetro. É útil
para reflorestamentos mistos de áreas degradadas destinadas a recomposição
da vegetação. O desenvolvimento das mudas no campo é lento (Lorenzi,
1992).
Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stinocarpa) – Altura de 6 – 9m, com tronco de
30 – 50cm de diâmetro. Os frutos são muito procurados por várias espécies da
fauna, sendo por isso útil nos plantios de áreas degradadas destinadas a
recomposição de vegetação arbórea (Lorenzi, 1992).
Cumbaru (Dipteryx alata) – Altura de 15 – 25m, com tronco de 40 - 70cm de
diâmetro. Planta característica de terrenos secos do cerrado. O
desenvolvimento das plantas no campo é moderado (Lorenzi, 1992).
Ipê-amarelo (Tabebuia sp.) – Altura de 15 – 25m, com tronco de 40 – 70cm de
diâmetro. Planta adaptada a terrenos secos, é útil para plantios em áreas
degradadas de preservação permanente. Característica do cerrado situado em
terrenos bem drenados. O desenvolvimento das plantas no campo é apenas
moderado, alcançando 2,5m aos 2 anos (Lorenzi, 1992).
Piúva (Tabebuia impetiginosa) – Altura de 8 – 12m (20 – 30m no interior da
floresta), com tronco de 60 – 90cm de diâmetro. Planta característica das
florestas semideciduas e pluvial. Ocorre tanto no interior da floresta primária
densa, como nas florestas abertas e secundárias. É ótima para compor
reflorestamentos destinados a recomposição vegetal de áreas degradadas de
preservação permanente (Lorenzi, 1992).
Ximbuva (Enterolobium contortisiliquum) – Altura de 20 – 35m, com tronco de
80 – 160cm de diâmetro. É ótima para reflorestamentos de áreas degradadas
de preservação permanente em plantios mistos, principalmente por seu rápido
crescimento inicial. Planta pioneira com desenvolvimento no campo
extremamente rápido (Lorenzi, 1992).
Cedro (Cedrela fissilis) – Altura de 20 a 35m, com tronco de 60 a 90cm de
diâmetro. Árvore que não deve faltar na composição de reflorestamentos
heterogêneos de áreas degradadas de preservação permanente. Ocorre
preferencialmente em solos úmidos e profundos. O desenvolvimento da planta
no campo é considerado rápido, podendo atingir 3 - 4m aos 2 anos (Lorenzi,
1992).
Mangaba (Hancornia speciosa) – Com 7m de altura e 20 - 30cm de diâmetro.
Ocorre preferencialmente em terrenos arenosos e de baixa fertilidade. Os
frutos são comidos por algumas espécies de animais silvestres. O
desenvolvimento das mudas no campo é lento (Lorenzi, 1992).
Ingá (Ingá uruguensis) – Altura de 5 – 10m, com tronco de 20 – 30cm de
diâmetro. As flores são melíferas. Como planta pioneira adaptada a solos
úmidos, é ótima para plantios mistos em áreas ciliares degradadas (Lorenzi,
1992).
Tarumã (Vitex polygama) – Altura de 6 – 12m, com tronco descamante de 30 –
40cm de diâmetro. Os frutos são avidamente consumidos por periquitos e
papagaios, bem como por outras espécies da fauna (Lorenzi, 1992).
Cebolão (Phytolacca dióica) – 15 – 25m de altura, com tronco intumescido na
base, de 80 – 160cm de diâmetro. Os frutos são apreciados por pássaros.
Planta pioneira e de rápido crescimento, é ótima para plantios mistos em áreas
degradadas de preservação permanente (Lorenzi, 1992).
2. Resultados
Foram plantadas um total de 120 mudas nativas da região, sendo 60 mudas
para cada plantio. Para as espécies de mudas de árvores utilizadas, foram
contabilizadas 20 diferentes espécies de mudas nativas do cerrado e mata ciliar.
Abaixo estão discriminadas as espécies utilizadas em cada plantio:
PLANTIO WETIGA 01
No. Espécie Altura (cm) Diâmetro (mm) N
o. Espécie Altura (cm) Diâmetro (mm)
1 Pororoca 28 4 31 Para-tudo 14 4 2 Pororoca 39 4 32 Ipê-amarelo 8 3 3 Embaúba 47 5 33 Mangaba 19 3 4 Embaúba 38 4 34 Mutambo 21 4 5 Ipê-amarelo 9 2 35 Pororoca 28 5 6 Embaúba 41 5 36 Piúva 33 3 7 Pororoca 34 5 37 Seputá 30 4 8 Embaúba 45 4 38 Jatobá-do-cerrado 16 4 9 Cedro 29 3 39 Pororoca 42 4
10 Embaúba 42 4 40 Pororoca 40 3 11 Piúva 29 3 41 Embaúba 30 4 12 Embaúba 40 4 42 Embaúba 38 5 13 Pitomba 22 3 43 Embaúba 49 6 14 Cedro 30 5 44 Pororoca 47 5 15 Mutambo 20 3 45 Jatobá-do-cerrado 16 3 16 Cebolão 30 6 46 Embaúba 38 5 17 Ximbuva 22 3 47 Embaúba 45 4 18 Embaúba 43 4 48 Embaúba 33 5 19 Pororoca 30 5 49 Pororoca 47 6 20 Ingá 48 4 50 Embaúba 43 4 21 Embaúba 33 5 51 Embaúba 51 4 22 Tarumã 39 4 52 Cedro 35 5,3
23 Cumbaru 22 4 53 Pororoca 39 6 24 Para-tudo 19 3 54 Embaúba 43 5,5 25 Cedro 20 4 55 Pitomba 25 4 26 Pororoca 29 5 56 Piúva 31 4 27 Ingá 53 4 57 Mangaba 21 3,5 28 Figueira 24 4 58 Embaúba 39 3 29 Embaúba 46 4 59 Piúva 43 5 30 Tarumã 30 6 60 Cedro 24 4
PLANTIO WETIGA 02
No. Espécie Altura (cm) Diâmetro (mm) N
o. Espécie Altura (cm) Diâmetro (mm)
1 Mutambo 32 4 31 Mutambo 26 3 2 Pororoca 45 6 32 Embaúba 28 5 3 Embaúba 39 5 33 Jatobá-do-cerrado 15 4 4 Pororoca 40 6 34 Pororoca 37 6 5 Angico-vermelho 23 2 35 Paineira 18 4 6 Embaúba 32 5 36 Embaúba 46 6 7 Pororoca 38 6 37 Mutambo 40 5 8 Pororoca 39 6 38 Embaúba 41 6 9 Mutambo 30 6 39 Mutambo 28 3 10 Pororoca 31 5 40 Embaúba 55 6 11 Embaúba 41 6 41 Embaúba 34 7 12 Jatobá-mirim 11 1 42 Angico-vermelho 20 2 13 Para-tudo 18 5 43 Mutambo 32 4 14 Embaúba 38 6 44 Caroba 31 6 15 Embaúba 40 5 45 Pororoca 36 6 16 Embaúba 36 5 46 Pororoca 45 6 17 Pororoca 40 6 47 Caroba 32 5 18 Embaúba 47 6 48 Mutambo 33 5 19 Mutambo 38 4 49 Pororoca 45 5 20 Jatobá-do-cerrado 16 4 50 Jatobá-do-cerrado 18 6 21 Pororoca 28 6 51 Mutambo 38 6 22 Pororoca 32 6 52 Mutambo 28 4 23 Mutambo 30 3 53 Pororoca 36 6 24 Embaúba 40 6 54 Jatobá-do-cerrado 20 5 25 Pororoca 39 5 55 Mutambo 30 4 26 Mutambo 33 4 56 Jatobá-do-cerrado 17 5 27 Para-tudo 18 2 57 Embaúba 40 7 28 Embaúba 38 6 58 Pororoca 40 6 29 Paineira 23 4 59 Angico-vermelho 29 4 30 Mutambo 27 4 60 Mutambo 32 4
Após plantio as mudas foram vistoriadas com o intuito de verificar se as
mesmas suportaram o período de transplante dos tubetes para o local
definitivo, sendo que o monitoramento das mudas será realizado
semestralmente através da coleta de dados da altura, diâmetro e condições
gerais das mudas. Além da medição e avaliação das condições gerais das
mudas plantadas, fez-se um registro fotográfico das zonas com o intuito de