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Geografia Módulo 5 Relevo I: Agentes transformadores do relevo 1 a Série 1GV2M5 183 Introdução O relevo mundial é formado pela ação dos agentes internos ou endógenos (construtores) e dos agentes externos ou exógenos (modeladores). Acontece como uma luta: os agentes internos criam marcas fortes no relevo, como grandes montanhas, enquanto os agentes externos vão lentamente modelando estas montanhas através de processos como a erosão. Desta forma, o relevo terrestre está em constante transformação. Cabe a nós reconhecer a lógica dos processos de transformação e identificar suas principais formas resultantes. Agentes externos (exógenos) X Agentes internos (endógenos) Observe o gráfico abaixo: Levando-se em conta que a linha representa a variação de altitude de uma montanha, nota-se que o momento T 1 corresponde ao rápido soerguimento de uma montanha. O momento T 2 apresenta três novas possibilidades, a partir da luta entre os agentes internos e externos, para a formação deste relevo. Vamos analisar estas possibilidades para compreender um pouco melhor como ocorre a luta entre os agentes endógenos e exógenos formadores do relevo: A curva A representa uma taxa de soerguimento maior que a taxa de erosão, ou seja, nesta possibilidade os agentes internos estão vencendo os agentes externos e a montanha continua subindo. A curva B representa uma taxa de soerguimento igual à taxa de erosão; nesta situação, os agentes internos e externos apresentam um relativo equilíbrio. A curva C representa uma taxa de soerguimento menor que a taxa de erosão, ou seja, nesta situação os agentes externos estão mais atuantes que os agentes internos e a montanha vai sendo desgastada. Pode-se concluir ainda que a evolução do relevo durante o intervalo de tempo T 1 correlaciona-se a um fenômeno orogenético (mais à frente vamos entender melhor o que é isto). Para melhor compreender os processos mencionados anteriormente, observe o gráfico abaixo: É interessante observar que a evolução do esquema apontado pode acontecer tanto do tempo 1 para o tempo 2, quanto do tempo 2 para o tempo 1. Para evoluir do T 1 para o T 2 , basta que ocorra um processo de origem interna (endógeno), provocando falhamentos nas rochas e o soerguimento da montanha. Para evoluir do T 2 para o T 1 , basta que a força dos agentes internos (criadores da montanha) diminua, pois assim os agentes externos vão atuar através da erosão e reduzir lentamente a montanha, depositando seus sedimentos no fundo do mar. Bem, agora vamos conhecer um pouco mais sobre as características de alguns dos principais agentes internos e externos formadores do relevo: Agentes internos São chamados agentes internos todos os processos que têm origem a partir de forças do interior do planeta, ou seja, oriundas da energia contida no núcleo incandescente do Planeta Terra. Estes elementos são chamados de criadores, pois normalmente dão origem às montanhas que serão modeladas pelos agentes externos. Tectonismo O tectonismo é causado pela pressão do magma do manto sobre a litosfera, sem que chegue à superfície. Existem dois movimentos principais, associados ao tectonismo: epirogenético e orogenético. A epirogênese é um movimento de longa duração geológica, que provoca o soerguimento ou o rebaixamento de várias porções continentais. Como exemplo, temos a lenta elevação da Península Escandinava, devido ao derretimento das massas de gelo que a recobriam havia milhares de anos. Outro exemplo é o rebaixamento do litoral holandês, forçando a construção de pôlderes. Assim, a epirogênese também pode ser considerada como uma das causas da transgressão e regressão marinha, atuando principalmente em bacias sedimentares encaixadas em escudos cristalinos.

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Geografia

Módulo

5Relevo I:

Agentes transformadores do relevo

1a Série 1Gv2m5183

IntroduçãoO relevo mundial é formado pela ação dos agentes internos ou endógenos

(construtores) e dos agentes externos ou exógenos (modeladores). Acontece como uma luta: os agentes internos criam marcas fortes no relevo, como grandes montanhas, enquanto os agentes externos vão lentamente modelando estas montanhas através de processos como a erosão. Desta forma, o relevo terrestre está em constante transformação. Cabe a nós reconhecer a lógica dos processos de transformação e identificar suas principais formas resultantes.

Agentes externos (exógenos) X Agentes internos (endógenos)

Observe o gráfico abaixo:

Levando-se em conta que a linha representa a variação de altitude de uma montanha, nota-se que o momento T1 corresponde ao rápido soerguimento de uma montanha. O momento T2 apresenta três novas possibilidades, a partir da luta entre os agentes internos e externos, para a formação deste relevo. Vamos analisar estas possibilidades para compreender um pouco melhor como ocorre a luta entre os agentes endógenos e exógenos formadores do relevo:

• A curva A representa uma taxa de soerguimento maior que a taxa de erosão, ou seja, nesta possibilidade os agentes internos estão vencendo os agentes externos e a montanha continua subindo.• A curva B representa uma taxa de soerguimento igual à taxa de erosão; nesta situação, os agentes internos e externos apresentam um relativo equilíbrio.• A curva C representa uma taxa de soerguimento menor que a taxa de erosão, ou seja, nesta situação os agentes externos estão mais atuantes que os agentes internos e a montanha vai sendo desgastada.• Pode-se concluir ainda que a evolução do relevo durante o intervalo de tempo T1 correlaciona-se a um fenômeno orogenético (mais à frente vamos entender melhor o que é isto).

Para melhor compreender os processos mencionados anteriormente, observe o gráfico abaixo:

É interessante observar que a evolução do esquema apontado pode acontecer tanto do tempo 1 para o tempo 2, quanto do tempo 2 para o tempo 1. Para evoluir do T1 para o T2, basta que ocorra um processo de origem interna (endógeno), provocando falhamentos nas rochas e o soerguimento da montanha. Para evoluir do T2 para o T1, basta que a força dos agentes internos (criadores da montanha) diminua, pois assim os agentes externos vão atuar através da erosão e reduzir lentamente a montanha, depositando seus sedimentos no fundo do mar.

Bem, agora vamos conhecer um pouco mais sobre as características de alguns dos principais agentes internos e externos formadores do relevo:

Agentes internosSão chamados agentes internos todos os processos que têm origem a

partir de forças do interior do planeta, ou seja, oriundas da energia contida no núcleo incandescente do Planeta Terra. Estes elementos são chamados de criadores, pois normalmente dão origem às montanhas que serão modeladas pelos agentes externos.

TectonismoO tectonismo é causado pela pressão do magma do manto sobre a

litosfera, sem que chegue à superfície. Existem dois movimentos principais, associados ao tectonismo: epirogenético e orogenético.

A epirogênese é um movimento de longa duração geológica, que provoca o soerguimento ou o rebaixamento de várias porções continentais. Como exemplo, temos a lenta elevação da Península Escandinava, devido ao derretimento das massas de gelo que a recobriam havia milhares de anos. Outro exemplo é o rebaixamento do litoral holandês, forçando a construção de pôlderes. Assim, a epirogênese também pode ser considerada como uma das causas da transgressão e regressão marinha, atuando principalmente em bacias sedimentares encaixadas em escudos cristalinos.

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A orogênese é um movimento que apresenta curta duração geológica e foi responsável pelo soerguimento das cadeias montanhosas do Terciário. Os movimentos orogenéticos agem sobre as áreas de instabilidade nas bordas das placas tectônicas. Resultam de pressão horizontal que o choque entre as placas provoca, causando dobras e falhas.

Vulcanismo

O vulcanismo refere-se aos processos e acomodamentos que provocam a ascensão de material magmático do interior da Terra à superfície. Esse material pode estar em estado gasoso, líquido ou sólido.

Em sua maioria, os vulcões se distribuem ao longo das costas oceânicas, principalmente no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, onde se encontram 339 dos 450 vulcões ativos da Terra. No interior dos continentes, as atividades vulcânicas são raras, com exceção da África, pois é atravessada por uma linha de falhas que vai do Mar Vermelho até Moçambique.

Inúmeras ilhas se formaram através de atividades vulcânicas, como o Havaí, por exemplo, cujo complexo vulcânico atinge cerca de 9.000m de altura, sendo 5.000 m sob o mar.

Abalos Sísmicos ou Terremotos

Terremotos são movimentos naturais que ocorrem no interior da Terra e se propagam, a partir do seu foco, até a superfície.

Anualmente, são registrados mais de um milhão de abalos sísmicos, mas apenas uma pequenina parte deles é percebida pelo homem. Os abalos que não são percebidos pelo homem podem ser conhecidos através de registros feitos por instrumentos sensíveis.

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Os terremotos podem ter causas vulcânicas, como as explosões internas ou de acomodações, que resultam dos atritos provocados pela saída do magma. Podem ter causas tectônicas, que são as mais importantes e responsáveis pelos maiores tremores, ou ser causados, ainda, por desmoronamentos internos superficiais, que ocorrem quando as águas subterrâneas dissolvem as rochas.

A intensidade do terremoto varia conforme a distância do foco em relação ao local em que ocorre. A heterogeneidade da crosta também irá influir na intensidade dos abalos sísmicos.

Costuma-se falar que no Brasil não ocorrem terremotos, mas aqui existem ocorrências de abalos sísmicos provocados por terremotos na Cordilheira dos Andes, que se deslocam até o topo dos planaltos. Esses abalos são sentidos com mais intensidade nas áreas mais altas das cidades (São Paulo, por exemplo).

Outro tipo de manifestação no Brasil são os abalos provocados pela acomodação de camadas e pela presença de hidrelétricas, como no caso de Furnas (cidade de Passos, em Minas Gerais).

Outras formas de agentes internos ligados aos movimentos são as fontes de enxofre, algumas águas termais e os gêiseres, comuns no oeste dos EUA, Islândia e Japão. Estes tipos são pouco comuns no Brasil.

Agentes externosSão chamados agentes externos todos os processos que têm origem na

dinâmica atmosférica e biológica. Sua principal fonte de energia é o Sol. Estes processos são chamados de modeladores, pois ao longo do tempo as formas do relevo vão sendo esculpidas pelos processos erosivos.

Os agentes externos resultam nas diferentes formas de erosão e sedimentação que tendem a aplainar o relevo terrestre. A lógica de funcionamento dos agentes externos é relativamente simples. Lembre-se das suas aulas de Física, pois é a partir da força da gravidade que os diferentes processos acontecem.

Nas áreas planálticas predominam os processos erosivos, com o deslocamento de material; já nas áreas de planície predominam os processos sedimentares, com o depósito dos materiais transportados. O nível do mar é o nível máximo do processo erosivo, e a plataforma continental, que corresponde à parte do fundo oceânico mais próxima do continente, é a última área que recebe sedimentos continentais. Lembre-se: sempre que ocorre erosão também acontece a sedimentação; são processos interligados.

Existem diferentes processos erosivos. São eles:

• erosão pluvial: provocada pela chuva (deslizamento de encostas)• erosão fluvial: provocada pelos rios (aprofundamento de vales)• erosão eólica: provocada pelo vento (dunas)• erosão marinha: provocada pelo mar (falésias)• erosão nival: provocada pelo derretimento da neve (fiordes)• erosão antrópica: provocada pelo homem (desmontes, como foi feito

na cidade do Rio de Janeiro)Para compreender melhor os processos erosivos, é fundamental

reconhecer a existência de um outro processo: o intemperismo. Trata-se da ação do tempo sobre as rochas. Você já refletiu sobre a diferença entre a areia e a argila? Na verdade, a areia e a argila podem ser compostas pelo mesmo material, pois são pedaços minúsculos de rochas – a argila é ainda menor que a areia. A pergunta é: como a rocha transforma-se em areia e argila? A resposta é: através do intemperismo.

O intemperismo é formado pelo conjunto dos processos que provocam a decomposição das rochas na superfície terrestre, causada pela ação de agentes atmosféricos e biológicos. Sendo assim, o clima é o maior responsável pelo tipo de intemperismo.

Os fenômenos que possuem relação íntima com os processos intempéricos podem ser químicos, biológicos ou físico-químicos. Eles podem agir juntos ou separadamente, variando conforme as condições climáticas e as da própria rocha. Assim, seu trabalho provoca a decomposição da rocha matriz e a formação de solo.

A decomposição química ocorre como consequência da reação química entre a rocha e a água. Esse processo é facilitado pelo intemperismo físico, que reduz a rocha a fragmentos menores, fazendo com que a área de contato com as soluções aquosas cresça. Tais soluções provêm da precipitação atmosférica, que não é pura. A água das precipitações apresenta-se com uma composição que contém diversos gases, principalmente o oxigênio e o gás carbônico.

Os climas quentes e úmidos são os mais propícios ao intemperismo químico acelerado pela temperatura. A vegetação abundante nessas áreas aumenta a quantidade de gás carbônico e de ácidos orgânicos, importantes na decomposição das rochas.

Essa decomposição recebe a colaboração de bactérias, fungos, musgos e outros microrganismos, pois eles segregam gás carbônico, nitritos e ácidos orgânicos. Os microrganismos atravessam o solo, carregados pelas soluções aquosas, e atingem as rochas, aumentando a intensidade dos ataques químicos aos minerais.

A desintegração física das rochas pode ser ocasionada pela variação de temperatura, já que a maioria delas é composta por vários minerais, que possuem coeficientes de dilatação diferentes.

Em determinados locais, como nos desertos, a variação de temperatura diária é muito elevada. Além disso, a superfície terrestre se aquece até 2,5 vezes mais que o ar atmosférico. Esses dois fatores causam uma constante e diferente variação de volume dos minerais que compõem as rochas, provocando a desagregação destas e sua divisão em pequenos fragmentos.

Nas altas latitudes, o congelamento das águas que penetram nos poros e fendas das rochas, durante o inverno também provoca a sua desagregação. Isso ocorre porque a água aumenta de volume ao se congelar. Com o constante congelamento e degelo da água, as fendas se alargam e as rochas se afrouxam e se desagregam.

As raízes das plantas, ao penetrarem nas fendas de rochas que não apresentam grande resistência, também provocam desagregação.

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Observe uma voçoroca:

(www.meioambiente.ufrn.br)

A importância do estudo dos fenômenos associados à formação de voçorocas é estabelecer medidas de prevenção e controle, como também o estabelecimento de técnicas agrícolas que permitam reduzir os problemas.

A luta do homem contra o processo erosivo resulta em diversas ações:

– terraceamento, que são degraus no solo (curvas de nível), onde o solo é arado e semeado seguindo cotas altimétricas;

– associação de culturas em plantios que reduzam a exposição do solo, com legumes que o recobrem bem;

– plantio direto: sistema em que a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção desse solo contra processos erosivos;

– construção de obras de contenção de encostas;

– prática do reflorestamento.

Observe nas fotografias abaixo exemplos de processos erosivos intensificados pela ação humana:

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Deslizamento no Rebouças

Leitura Complementar

Conheça um pouco mais das relações entre a sociedade e a erosão

Como vimos antes, entende-se por erosão o processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou fragmentos de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo ou organismos. No entanto, este relativo equilíbrio entre os agentes naturais responsáveis pelos processos erosivos pode ser quebrado pela intervenção humana, gerando a erosão antrópica. A intervenção humana acelera a ação de determinados processos tornando o poder de destruição erosivo muito maior.

Os processos erosivos antrópicos são condicionados basicamente por alterações do meio ambiente, provocadas pelo uso do solo nas suas várias formas, desde o desmatamento e a prática de agricultura até a execução de obras urbanas e viárias, que, de alguma forma, propiciam a concentração das águas de escoamento superficial.

É importante ressaltar que a intensificação dos processos erosivos pelo homem vem acarretando graves problemas à sociedade. Além de provocar danos ambientais irreversíveis, também produz prejuízos econômicos e sociais. Dentre estes problemas podemos citar:

– perda da produtividade agrícola;

– perda de solos férteis;

– poluição da água;

– assoreamento dos cursos d’água e reservatórios;

– degradação e redução da produtividade global dos ecossistemas terrestres e aquáticos.

– redução da produção de energia elétrica e do volume de água para abastecimento urbano devido ao assoreamento de reservatórios, além de uma série de transtornos aos demais setores produtivos da economia.

– ampliação de áreas de risco para habitação humana.

– redução da biodiversidade em diferentes ecossistemas planetários.

Resumindo, podemos dizer que a ação antrópica pode intensificar o processo de erosão de diferentes maneiras, como:

– pelo desmatamento, que desprotege o solo da ação da chuva.

– pela construção de moradias irregulares em encostas que, além de desflorestar, provoca a erosão acelerada devido ao declive do terreno.

– por técnicas agrícolas inadequadas.

– pela ocupação generalizada do solo, já que grandes áreas de terrenos são impedidas de cumprirem o seu papel de absorvedor de águas, aumento da potencialidade do transporte de materiais pelo escoamento superficial.

Algumas marcas do processo erosivo normalmente associadas a ação do homem são:

– Sulcos: Quando são formados canais de até 10 cm de profundidade.

– Ravinas: Quando são formados canais de até 50 cm de profundidade.

– Voçorocas: é a feição mais flagrante da erosão antrópica, ocorre quando são formados canais com mais de 50 cm de profundidade podendo ser formada através de uma passagem gradual da erosão laminar para erosão em sulcos e ravinas cada vez mais profundas, ou então, diretamente a partir de um ponto de elevada concentração de águas pluviais. As voçorocas formam-se geralmente em locais de concentração natural de escoamento pluvial, tais como cabeceiras de drenagem e embaciados de encostas.

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Movimento de massas

Relevo submarinoAssim como nos continentes, o fundo oceânico apresenta diversas

variações na sua forma, que podem ser chamadas de relevo submarino. O estudo sobre o relevo submarino teve início em meados do século XIX e, desde o início, houve muito interesse no reconhecimento e exploração dos recursos que esta nova fronteira, o fundo oceânico, reservava. Os melhores resultados só foram encontrados na segunda metade do século XX, devido ao surgimento de tecnologias mais avançadas. Quanto mais o relevo submarino e seus recursos são pesquisados, maiores as possibilidades de exploração econômica e, consequentemente, maiores os interesses político-territoriais.

Principais formas do relevo submarino

Plataforma Continental – é formada por depósitos sedimentares oriundos do continente; para muitos; é considerada uma continuação do continente. Sua profundidade média varia entre 0 a 200 m, com isto, a luz solar infiltra-se na água e gera condições propícias à atividade biológica, abrigando grande diversidade de algas e peixes e correspondendo às principais áreas pesqueiras. O Brasil apresenta preocupações com a proteção de sua área pesqueira, porém atualmente a maior relevância da plataforma continental nacional são suas reservas petrolíferas. Lembre-se de que o petróleo é um combustível fóssil encontrado em estruturas geológicas sedimentares, portanto, sua ocorrência no fundo oceânico se restringe à plataforma continental.

Talude – desnível abrupto de 2 a 3 km. Corresponde ao fim da plataforma continental ou do continente. É a área de contato entre a porção de origem sedimentar e a de origem vulcânica.

Região Abissal – ocorre normalmente junto ao talude e corresponde às fossas marinhas. São áreas profundas dos oceanos que podem atingir 8.000 metros.

Região Pelágica – é o relevo submarino propriamente dito, com planícies, montanhas e depressões. Origina-se do processo de separação das placas tectônicas. Na região pelágica surgem as ilhas oceânicas, vulcânicas, como Fernando de Noronha ou Coralígenas, como o Atol das Rocas.

Cadeias oceânicas – As maiores cadeias de montanhas do mundo estão localizadas no assoalho oceânico junto às áreas de separação das placas tectônicas. São também chamadas de dorsais oceânicas. Abriga grande atividade vulcânica.

LitoralCorresponde à zona de contato entre o oceano e o continente. Hoje

sabemos que a vida surgiu no mar, portanto, o litoral foi a área que primeiro recebeu a vida no continente. Neste ambiente de contato encontramos importantes ecossistemas, como restingas e manguezais, além de formas tradicionais de organização social (comunidades de pescadores). Diversos países como Noruega, Nova Zelândia e Japão possuem sua cultura baseada nas atividades litorâneas e encontram no mar a fonte de recursos fundamentais para seu desenvolvimento.

Boa parte da população brasileira vive no litoral, o turismo e a pesca são destaques ao longo da nossa costa, porém diversas outras atividades importantes se desenvolvem aí. Desta forma, é necessário pensar um pouco mais sobre as formas de ocupação litorânea e seus consequentes impactos ambientais.

Esta região encontra-se em permanente movimento e possui variação de altura de acordo com as marés, que são influenciadas pela Lua. Preste atenção no movimento das águas oceânicas: a sedimentação (deposição de sedimentos) supera o desgaste (erosão)e surgem as praias, recifes e restingas. Quando o desgaste supera a sedimentação, surgem as falésias (cristalinas ou sedimentares). Este processo também pode ser influenciado pelas características continentais; as grandes desembocaduras dos rios são as principais fontes de sedimentos dos oceanos e podem influenciar diretamente na luta entre os processos erosivos e sedimentares.

O aumento da produção de petróleo na plataforma continental brasileira pode gerar aspectos positivos, como a criação de empregos, infraestrutura e recursos públicos (impostos e royalties), e negativos, como o aumento dos impactos ambientais e o crescimento desordenado das cidades litorâneas.

Curiosidades:

Procure em um Atlas os seguintes acidentes geográficos:

Principais lagoas costeiras: dos Patos e Mirim (RS); Conceição (SC); Araruama (RJ).

Ilhas Costeiras Continentais: Santa Catarina (Florianópolis); São Francisco (SC); São Sebastião (Ilha Bela); Santo Amaro (Guarujá).

Ilha Costeira Aluvial: Marajó.

Ilha Vulcânica: Fernando de Noronha.

Baías: Todos os Santos (BA); Guanabara (RJ); Paranaguá (PR); Laguna (SC); Angra dos Reis e Parati (RJ).

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Questões político-territoriais sobre o relevo submarino

Existem diversas regras internacionais sobre a exploração dos recursos marinhos e outras estão sendo discutidas dentro do contexto geopolítico atual. O Brasil apresenta muitos interesses no debate internacional sobre as regras da exploração dos recursos marinhos. Vale destacar que, em comparação com outros países importantes, o litoral brasileiro apresenta grande destaque, não só pela sua grande extensão, cerca de 7.408 km em linha reta e que chega a cerca de 9.198 km considerando as saliências e reentrâncias, como também pela grande diversidade e oferta de recursos para serem explorados.

Lembre-se de que o Brasil divulgou para o mundo, em 2009, que detinha enormes reservas de petróleo na sua plataforma continental, as reservas da camada pré-sal, mais tarde falaremos um pouco mais sobre isso.

(Saiba mais sobre as regras de exploração dos recursos marinhos no Brasil em http://noticiarionaval.blogspot.com/2007/09/plataforma-continental.html)

O mar territorial No Mar Territorial, que compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de

largura, a soberania do Estado brasileiro é plena, como se essa faixa de mar fosse continuação das suas terras. Os principais direitos reconhecidos ao Estado marginal, decorrentes de sua soberania, são o de polícia em matéria civil, penal, aduaneira. A única restrição à soberania do Estado se relaciona ao direito de passagem inocente a embarcações estrangeiras, tendo em vista a relevância das leis de Direito Internacional.

A zona contígua Vizinha ao Mar Territorial há uma Zona Contígua contada a partir das 12

às 24 milhas marítimas. É uma zona adjacente ao Mar Territorial, onde o Brasil não possui mais soberania plena, mas tem o poder de fiscalização aduaneira, fiscal, sanitária e de imigração.

A zona econômica exclusiva Uma das principais inovações da Convenção de 1982 (refere-se a Convenção

das Nações Unidas sobre Direito do Mar) foi a adoção da figura da Zona Econômica Exclusiva. “A Zona Econômica Exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do Mar Territorial.” (Legislação Federal, lei nº 8.617 de 1993. LEX jan./março-93). Nesta zona, que compreende, portanto, 188 milhas marítimas, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem direitos exclusivos e soberanos para fins de exploração e aproveitamento, conservação de recursos naturais, vivos ou não, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. A expressão “direitos soberanos” foi a fórmula conciliatória encontrada para esclarecer que o Estado não tem soberania como tem no Mar Territorial, mas, sim, direitos específicos, exclusivos e absolutos que são outorgados pelo Direito Internacional, não estando sujeitos à interferência de outros Estados.

Plataforma ContinentalA Plataforma Submarina, ou Plataforma Continental nos termos da Convenção

de 1982, pode ser definida como uma “planície submersa adjacente à costa, como decorrência da formação particular do leito do mar em certos litorais, e que se estende a determinada distância a partir da terra, depois da qual o leito do mar baixa, subitamente, para as grandes profundidades da região abissal”. (RUSSOMANO, Gilda M. C. M. Direito Internacional Público, vol. 1, p. 287.)

Tendo em vista que a plataforma continental é como uma continuação do relevo terrestre e que não termina abruptamente, é delegado ao Estado marginal, de acordo com o artigo 76 da Convenção, fixar um limite exterior que poderá ultrapassar as 200 milhas marítimas, porém não poderá exceder 350 milhas marítimas. O país teria, portanto, mais 150 milhas marítimas onde poderia estender os benefícios que possui na faixa que compreende estas 200 milhas marítimas. Teria, agora em outra faixa, os mesmos direitos no que concerne à exploração e ao aproveitamento dos recursos naturais do leito e do subsolo.

Leitura complementar

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Saiba o que é a Amazônia Azul

Como forma de dar ao brasileiro uma ideia do que representa essa imensidão de mar, costumamos chamá-la de Amazônia Azul, permitindo associá-la com a Amazônia Verde, não por sua localização, mas por suas dimensões e riquezas. Na Amazônia Azul estão presentes questões econômicas e estratégicas, como o fato de cerca de 95% do nosso comércio exterior depender do transporte marítimo. Considerando a soma de importações e exportações, esse comércio superou, em 2004, a casa de 160 bilhões de dólares americanos.

Em tempos de globalização, muitos de nossos produtos empregam insumos impor tados, de tal sor te que inter ferências nas linhas de comunicações marítimas podem levar a economia brasileira ao colapso. De fato, somos tão dependentes do tráfego marítimo que ele se constitui em uma das grandes vulnerabilidades estratégicas do País.

O petróleo é outra grande riqueza da nossa Amazônia Azul. No limiar da autossuficiência, o Brasil prospecta, no mar, cerca de 80% de seu petróleo e mais de 50% de seu gás natural. É fácil concluirmos que, privado desses recursos, o País paralisaria, em decorrência da crise energética e de insumos.

A pesca também é mais uma riqueza ponderável para o Brasil. Entretanto, ela ainda é praticada, na grande maioria dos casos, de forma artesanal, enfrentando dificuldades de toda ordem, que elevam os custos e limitam a produção, quando poderia ser valiosa fonte de geração de empregos e, também, poderoso aliado para a inserção social, promovendo maior oferta de alimentos e contribuindo para o desenvolvimento do País.

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Outro grande bem é representado pelos minerais, encontrados nos nódulos polimetálicos, que jazem sobre o leito do mar na forma de, entre outras, crostas ricas em cobalto e depósitos de sulfeto. A exploração, economicamente inviável no presente, poderá se tornar considerável filão de riquezas no futuro.

Ademais, as novas formas de vida marinha, que independem da luz, encontradas nas proximidades de fontes hidrotermais profundas, abrem perspectivas para a biogenética, antevendo-se importantes aplicações desses recursos na farmacologia.

Outro desdobramento de interesse crescente é a possibilidade de se obter água potável, em grande escala, a partir do mar, vencida a atual barreira tecnológica de exigência de grandes quantidades de energia para o processo de dessalinização.

Forçoso é reconhecer que o mar ganha a cada dia maior importância, por estar intimamente ligado à ocorrência de grandes fenômenos anômalos em nível planetário, tais como o efeito estufa ou a alteração da circulação oceânica com as mudanças climáticas decorrentes.

(https://www.mar.mil.br)

DiversificanDo o conhecimento

Abalos deixam energia presa no subsolo

Usando uma gigantesca rede de satélites e dados coletados nos últimos vinte anos, geólogos americanos montaram a primeira radiografia completa dos subterrâneos de uma região, mostrando onde ficam os seus pontos de mais alta tensão sísmica.

O mapeamento foi feito na região sul da Califórnia, famosa por sua vulnerabilidade aos grandes terremotos.

A surpresa é que os focos de tensão não ficam perto das falhas geológicas.

Eles coincidem com as áreas vizinhas aos locais onde ocorreram grandes tremores no passado. As oscilações devem ter deformado as rochas no subsolo e essa “torção” representa energia acumulada. Não quer dizer que daí sairão abalos futuros, mas ninguém esperava ver um jogo de forças tão complicado debaixo da terra. Sinal de que fazer previsões precisas dos sismos vai ser um dos grandes desafios da ciência nas próximas décadas.

Cicatrizes abertasVelhos terremotos criaram tensãogeológica na costa oeste americana.

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Após ler este texto, pesquise sobre os terremotos que aconteceram na região nos últimos anos e apresente os riscos de acontecer futuros terremotos.

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01. Segundo a base de dados internacional sobre desastres, da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, entre 2000 e 2007, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural no Brasil. Os dados também mostram que, no mesmo período, ocorreram no país cerca de 36 grandes episódios de desastres naturais, com prejuízo econômico estimado em mais de US$ 2,5 bilhões.

(Adaptado de C.Q.T. Maffra e M. Mazzola, “Vulnerabilidade Ambiental: Desastres Naturais ou Fenômenos Induzidos?”. In: Vulnerabilidade Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007, p. 10.)

É possível considerar que, no território nacional:

(A) os desastres naturais estão associados diretamente a episódios de origem tectônica.

(B) apenas a ação climática é o fator que justifica a marcante ocorrência dos desastres naturais.

(C) a concentração das chuvas e os processos tectônicos associados são responsáveis pelos desastres naturais.

(D) os desastres estão mais associados a fenômenos climáticos potencializados pela ação antrópica.

(E) os desastres naturais são irrelevantes se comparados aos que ocorrem nos países africanos.

02. Os processos exógenos são responsáveis por modelar o relevo terrestre e sua atuação varia de acordo com o clima. Portanto, é correto afirmar que:

(A) é muito comum, em áreas de clima tropical, a presença de solos profundos, em virtude da intensa ação de intemperismo químico;

(B) em áreas desérticas, a grande amplitude térmica entre o dia e a noite dificulta a meteorização física.

(C) em área de clima equatorial, o processo de intemperismo químico é mais lento, por não existirem grandes oscilações térmicas diárias.

(D) a má infiltração e a má drenagem da água em áreas de clima de altas montanhas favorecem tanto o intemperismo químico como a erosão.

(E) em áreas de clima polar, a ação do intemperismo químico se faz mais presente em virtude do congelamento da água que se expande em seu volume.

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Relevo I: Agentes transformadores do relevoGeografia

1Gv2m5 190

03. “Apertado entre o Tibete e a Índia, o Nepal se estende sobre uma área de 141 mil km2, um pouco menor que nosso estado do Paraná. Mesmo assim, por conter a parte central da cordilheira do Himalaia, a morada dos deuses da mitologia indiana, possui oito das catorze maiores montanhas da Terra.

Sua altitude decresce rapidamente de norte para sul, até encontrar a planície do Terai, a apenas 70 m sobre o nível do mar, um gigantesco contraste com os 8.848 m do Everest na outra extremidade do país, a pouco mais de 180 km.”

(NICLEVICZ, Waldemar. Tudo pelo Everest, 1993.)

O texto se refere à mais elevada cordilheira do mundo, o Himalaia, onde se situa o Nepal. Com suas contrastantes altitudes, o Himalaia teve sua origem aproximadamente na mesma época e da mesma forma que as outras grandes cordilheiras do planeta.A origem das grandes cadeias de montanhas da Terra, como o Himalaia, os Andes e as Rochosas, se deve a:

(A) falhamentos.(B) dobramentos.(C) longos processos de erosão.(D) vulcanismo.(E) formação de fossas tectônicas.

04. Analise este bloco-diagrama, em que estão representados quatro ambientes – I, II, III e IV – localizados na zona costeira brasileira:

Assinale a alternativa em que a atividade econômica NÃO está, de modo geral, corretamente associada ao ambiente indicado.

(A) A atividade turística, preponderante no ambiente II, tem importância fundamental.

(B) A pesca industrial e empresarial de larga escala pode ser desenvolvida no ambiente III.

(C) A extração de petróleo e gás natural tem sido possível e incrementada no ambiente IV.

(D) A pesca de subsistência e artesanal e a coleta são comumente praticadas no ambiente I.

05. O bloco-diagrama representa o processo de formação de um fenômeno natural de grande magnitude, decorrente da movimentação de placas tectônicas.

Assinale a alternativa sobre o local e as condições de movimentação das placas tectônicas e o consequente fenômeno natural.

(A) No fundo do oceano, com terremoto em profundidade, sem deslocamento do solo e propagação de ondas gigantes; tsunami.

(B) Em superfície, sem deslocamento do solo oceânico e propagação de ondas gigantes; maremoto.

(C) No fundo do oceano, com deslocamento do solo sem propagação de ondas; terremoto.

(D) No fundo do oceano, com terremoto em profundidade, deslocamento do solo e propagação de ondas gigantes; tsunami.

(E) Em superfície, com terremoto em profundidade, deslocamento do solo oceânico e propagação de ondas; maremoto.

06. A rigidez que a superfície da Terra apresenta é apenas aparente. Na realidade, a estrutura sólida, sustentáculo das ações humanas, tem uma dinâmica que faz com que ela se modifique permanentemente. (...) O dinamismo da superfície da Terra é fruto da atuação antagônica de duas forças ou duas fontes energéticas – as forças endógenas ou internas e as forças exógenas ou externas.

(J.L.S. Ross (Org.), Geografia do Brasil.)

Dentre as forças externas, temos as categorias pluvial e eólica, que correspondem, respectivamente, à ação de:

(A) rios e ventos. (D) chuvas e ventos.(B) rios e sol. (E) chuvas e sol.(C) geleiras e rios.

07. A combinação correta entre o ambiente climático, processos erosivos e formas de relevo resultantes dessa interação está contida na alternativa:

(A) Ambiente climático: tropical (quente e úmido); processo exógeno predominante: intemperismo químico das águas fluviais e pluviais; exemplos de formas de relevo: topos arredondados nas áreas de serras e planaltos.

(B) Ambiente climático: árido e semiárido; processo exógeno predominante: intemperismo químico maior que a ação eólica; exemplos de formas de relevo: campos e dunas e inselbergs surgidos após a pediplanação.

(C) Ambiente climático: tropical (quente e úmido); processo exógeno predominante: intemperismo físico decorrente das variações térmicas; exemplos de formas de relevo: vales em U e depressões interplanálticas.

(D) Ambiente climático: frio e seco; processo exógeno predominante: intemperismo químico maior que a ação eólica; exemplos de formas de relevo: topos arredondados nas áreas de serras e planaltos.

(E) Ambiente climático: árido e semiárido; processo exógeno predominante: intemperismo químico das águas fluviais e pluviais; exemplos de formas de relevo: vales em U e depressões interplanálticas.

08. A dinâmica do relevo é o resultado da combinação dos processos que ocorrem no interior da Terra (endógenos) com os que ocorrem no ambiente de contato da litosfera com a atmosfera e a hidrosfera (exógenos).

Em relação a esta afirmação, assinale a alternativa correta:

(A) As teorias da Deriva Continental e da Tectônica de Placas são fundamentais na explicação das avalanches e dos escorregamentos nas montanhas.

(B) A orogênese explica os diversos aspectos da ação das forças externas, resultantes das intervenções ambientais realizadas pelas sociedades humanas.

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Relevo I: Agentes transformadores do relevoGeografia

1a Série 1Gv2m5191

(C) Os escudos cristalinos de origem endógena são os terrenos mais antigos da crosta terrestre, sendo que no Brasil abrangem cerca de 3,5% do território nacional.

(D) Nas áreas de relevo inclinado, o processo de erosão é acelerado pela presença da cobertura vegetal de grande porte.

(E) Os processos exógenos geram, através do intemperismo das rochas, o sedimento que, quando formado junto à rocha matriz, é denominado depósito eluvial.

09. Observe a figura a seguir, que representa uma paisagem com

modificações nas suas formas de relevo.

(SUERTEGARAY, D. (org.). Terra: feições ilustradas. Porto Alegre: UFRGS, 2003.)

Com base na figura e no comportamento dos processos geomorfológicos, são feitas as seguintes afirmações:

I. Os degraus de cortes, realizados para a criação de superfícies planas necessárias à construção de moradias e arruamento, modificam a geometria e a declividade das vertentes, expondo o solo aos efeitos da ação direta dos agentes climáticos.

II. As modificações ocasionadas pela ocupação humana proporcionam uma diminuição do escoamento super ficial decorrente da impermeabilização da superfície pela compactação do solo.

III. As alterações realizadas nas formas de relevo não alteram a estabilidade das vertentes que possuem cobertura vegetal de gramíneas e matas naturais.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

(A) Apenas I. (D) Apenas II e III.(B) Apenas II. (E) I, II e III.(C) Apenas I e III.

10. A erosão dos solos é um grave problema ambiental e socioeconômico. A intensidade dos processos erosivos, por sua vez, relaciona-se a fatores naturais e à ação humana.

(A) Identifique e explique dois fatores que contribuem para a erosão dos solos, sendo um deles natural e outro decorrente da ação humana.

(B) Identifique e explique um problema socioeconômico relacionado à erosão dos solos em áreas urbanas.

11. A sequência de mapas representada a seguir indica a posição das

placas tectônicas em diferentes períodos geológicos, evidenciando uma

dinâmica constante, ora de formação de supercontinentes, ora de continentes

fragmentados separados por oceanos. A partir da análise dos mapas, responda:

(Adaptado de www.scotese.com)

(A) Por que as placas tectônicas se movimentam?

(B) O território brasileiro é caracterizado pela ausência de processos

vulcânicos atuais, embora haja evidências de antigos vulcões e

extensos campos de lavas eruptivas. Por que houve a ocorrência de

vulcões e de campos de lavas eruptivas?

(C) Como a dinâmica das placas tectônicas pode interferir na distribuição

biogeográfica de animais terrestres?

12. Os vulcões causam a destruição de cidades e de vidas, mas também podem significar fonte de recursos.No mapa a seguir estão representadas as zonas de vulcanismo no mundo.

(A) Explique os condicionantes da ocorrência de erupções vulcânicas no Círculo do Fogo e nas dorsais oceânicas.

(B) Apresente e explique uma possibilidade de aproveitamento econômico das áreas sujeitas a vulcanismo.

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Relevo I: Agentes transformadores do relevoGeografia

1Gv2m5 192

Pr ePar a nDo Par a o enem

Habilidade 26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.

01. Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos municípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

(MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.)

A situação das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial. Nesse sentido, uma característica comum a esses espaços tem sido:

(A) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender as necessidades básicas dos moradores.(B) a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.(C) a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais circundantes.(D) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas materiais e humanas.(E) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de políticas que tentam reverter esse quadro.

Habilidade 27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

02. Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas.

(Adaptado de GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.)

A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é:

(A) a aração. (D) a drenagem.(B) o terraceamento. (E) o desmatamento.(C) o pousio.

03. Inundações naturais dos rios são eventos que trazem benefícios diversos para o meio ambiente e, em muitos casos, para as atividades humanas. Entretanto, frequentemente as inundações são vistas como desastres naturais, e os gestores e formuladores de políticas públicas se veem impelidos a adotar medidas capazes de diminuir os prejuízos causados por elas.

Qual das medidas abaixo contribui para reduzir os efeitos negativos das inundações?

(A) A eliminação de represas e barragens do leito do rio.(B) A remoção da vegetação que acompanha as margens do rio.(C) A impermeabilização de áreas alagadiças adjacentes aos rios.(D) A eliminação das árvores de montanhas próximas do leito do rio.(E) O manejo do uso do solo e a remoção de pessoas que vivem em áreas de risco.

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Habilidade 29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.

04. No mapa, é apresentada a distribuição geográfica de aves de grande porte e que não voam.

Há evidências mostrando que essas aves, que podem ser originárias de um mesmo ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que, de fato, tal parentesco ocorra, uma explicação possível para a separação geográfica dessas aves, como mostrado no mapa, poderia ser:

(A) A grande atividade vulcânica, ocorrida há milhões de anos, eliminou essas aves do hemisfério Norte.(B) Na origem da vida, essas aves eram capazes de voar, o que permitiu que atravessassem as águas oceânicas, ocupando vários continentes.(C) O ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim que elas surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes continentes.(D) O afastamento das massas continentais, formadas pela ruptura de um continente único, dispersou essas aves que habitavam ambientes adjacentes.(E) A existência de períodos glaciais muito rigorosos, no hemisfério Norte, provocou um gradativo deslocamento dessas aves para o Sul, mais quente.

05. Leia o texto:“Em uma região, o microclima da superfície do solo varia profundamente – sob a floresta e sobre a rocha nua, por exemplo. A superfície da rocha nua é

submetida a frequentes e grandes variações de temperaturas e de umidade que lhe facilitam a desagregação. Quando ela é batida pela chuva, por ocasião dos aguaceiros, os fragmentos desagregados que nela se encontram são removidos pelo escoamento superficial da água.”

(Tricart, Jean - adaptado IBGE, 1970)

O texto acima trata:

(A) do processo erosivo, típico das áreas cobertas por florestas aciculifoliadas, que, substituídas pela atividade agrícola intensiva, expõem o solo à

ação da lixiviação, resultando em intensa sedimentação.

(B) do intemperismo, iniciando o processo de erosão, em um ambiente tropical quente e úmido.

(C) do ambiente mediterrâneo, onde as rochas expostas sofrem desgaste, formando solos eluviais de média fertilidade.

(D) do processo de formação dos solos nas zonas intertropicais, onde a rocha matriz destruída produz uma camada mineral, caracterizada pela presença

de material orgânico em decomposição, constituindo o latossolo.

(E) do processo de formação de planícies aluvionais em ambientes climáticos com períodos alternados seco e úmido, comuns nas zonas tropicais.

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Geografia

Módulo

6 Relevo II: Relevo brasileiro

1Gv2m6 194

IntroduçãoO relevo brasileiro apresenta grande variedade de formas e processos

geomor fológicos. Neste módulo, vamos conhecer as principais classificações do relevo nacional, suas principais características e compreender alguns processos responsáveis por sua gênese.

Características gerais do relevo brasileiro

Apesar da grande variedade de formas, a constituição do relevo brasileiro segue alguns padrões que podem ser facilmente compreendidos. Suas principais características são:

• Não existem elevações acima dos 3.100 metros; isto se deve à ausência de dobramentos modernos.

• O relevo é constituído por embasamento geológico antigo (escudos cristalinos) e predominam fatores externos na modelagem de suas formas.

• É um relevo intensamente erodido e intemperizado.• Cerca de 36% da superfície é formada por escudos cristalinos e os

outros 64% são formados por terrenos sedimentares, com espessura variável.

• De acordo com a nova classificação do relevo, as planícies ocupam uma área muito reduzida do território nacional.

• Predominam baixos planaltos e depressões.• Existe uma grande variedade de formas devido à grande variedade de

climas.

Curiosidade: Conheça os maiores picos brasileiros

Os pontos mais altos do País encontram-se nas áreas onde predominam escudos cristalinos antigos, que resistiram a intensos processos erosivos. Estas áreas correspondem ao Planalto das Guianas, fronteira norte do País, e às serras e aos planaltos do Sudeste. Não por acaso, encontram-se nestas mesmas formações importantes reservas de minerais metálicos, como o Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais.

Classificações do relevo brasileiroJá foram elaboradas diversas classificações sobre o relevo

brasileiro. Na medida em que surgem novas tecnologias de pesquisa, os conhecimentos aprofundam-se, e isto gera uma evolução nos trabalhos produzidos sobre este tema. O lado negativo desta história (para os estudantes do Ensino Médio) é que as classificações de relevo estão cada vez mais complexas e o número de unidades está aumentado. Vamos conhecer um pouco mais sobre as classificações do relevo brasileiro.

Classificação de Aroldo de AzevedoA primeira classificação do relevo surgiu na década de 40, apoiando-

se em critérios hipsométricos, isto é, de altitude do relevo. Foi elaborada pelo professor Aroldo de Azevedo, dividindo o relevo em dois planaltos: o Guiano e o Brasileiro, este subdividido em Central, Atlântico, Meridional. Além dos planaltos, três planícies: a Amazônica, a do Pantanal e a Costeira.

Classificação de Aziz Ab´SaberNo final dos anos 50, o geógrafo Aziz Ab’Saber propôs nova

classificação do relevo brasileiro, levando em consideração a influência dos elementos climáticos e pedológicos (dos solos). As três planícies continuaram a ser as mesmas, embora a Amazônica tenha o nome de Planícies e Terras Baixas Amazônicas. O Planalto Brasileiro passou a ser dividido em Meio-Norte (Maranhão e Piauí), Nordestino (no Nordeste Oriental), Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, o Meridional e o Uruguaio Sul-Riograndense.

Aziz Ab’Saber definia planalto como aquela superfície cujas bordas são declives, em que há mais erosão que sedimentação; enquanto planície é a superfície em que ocorre mais sedimentação que erosão e que tem, em suas bordas, aclives.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

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Subdivisão do relevo brasileiro (segundo a classificação de Aziz Ab’Saber)

Planícies

Planícies e Terras Baixas Amazônicas

Esquema simplificado da Bacia Amazônica

1 - Várzeas: sedimentos recentes e inundáveis.

2 - Tesos: áreas não inundáveis na planície.

3 - Terras firmes ou baixos platôs: sedimentos antigos formando pequenos planaltos.

Caracteriza grande extensão de terras baixas no norte do país, em sua maior parte, na forma de baixos platôs. As planícies verdadeiras aparecem junto aos rios e são denominadas várzeas.

Obs.: A mais nova classificação do relevo do Brasil é de Jurandir Ross. Ea subdivide o relevo em 28 unidades e define a maior parte da Amazônia como uma depressão.

Planície do Pantanal

Está presente no sudeste do MT e a oeste do MS. É formada por baías, que são inundadas nas cheias, e por “cordilheiras”, nomes regionais para

as áreas alagadas ou não alagadas de maior altitude. É inundada periodicamente pelo rio Paraguai e seus afluentes.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1Gv2m6 196

Planície Litorânea ou Costeira

Aparece de norte a sul do País, variando de local para local. Ora está mais larga, ora aparece como baixada e, em certos lugares, chega a desaparecer,

dando lugar a falésias e barreiras, dependendo do tipo de rocha. A planície tem grande valor para a ocupação populacional.

Planaltos

Das Guianas

Encontra-se no extremo norte do País, fazendo fronteira com a Venezuela e a Guiana. Possui as maiores altitudes absolutas brasileiras e tem as

mesmas características que o Escudo Brasileiro na Geologia. É nesta área que estão também os pontos de maior altitude na fronteira norte do País.

Brasileiro

Ocupa mais da metade do nosso território e se subdivide em 4 partes: os planaltos Central, Nordestino e Meridional e as serras de Leste-Sudeste

(antigamente chamada de Atlântico).

Planalto Central

Caracterizado pela presença de chapadas de estrutura antiga e desgastada. As formas tubulares são comuns nesta área.

Serras de Leste-Sudeste

Possui o relevo mais acidentado do país. Esse relevo apresenta falhamentos, escarpas e fossas tectônicas. Aqui se destacam a Serra do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço (que tem alto valor econômico na mineração). O movimento de falhas criou as escarpas denominadas serras.

Planalto Nordestino Possui áreas cristalinas (superfície de erosão) muito desgastadas e

chapadas que se instalaram sobre a superfície de erosão. Nele existem ainda pontos de maior altitude resistentes à erosão, chamados inselbergs.

Planalto Meridional É formado por derrames de rochas sedimentares (arenito), e do tipo

vulcânicas, que originam os férteis solos de terra-roxa (basalto). Uma de suas importantes características é a presença de cuestas, relevos acidentados formados por uma erosão diferenciada e que orientam a rede hidrográfica local.

CuestasAs cuestas são formas de relevo cujo perfil inclinado é

repentinamente interrompido na parte mais alta pela presença de uma encosta íngreme, chamada frente ou front. No lado oposto, denominado reverso, o relevo decai suavemente até ficar relativamente horizontal. As cuestas se formam pela erosão diferencial sobre rochas sedimentares com estratificação inclinada.

O termo residuais refere-se ao que restou de numerosas ações internas e externas sobre a litosfera. Nesse caso, é importante observar as transformações sofridas pelas rochas componentes.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1a Série 1Gv2m6197

A nova nlassificação do relevo brasileiro – Jurandyr RossUma das classificações mais recentes (1995) é a de Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da USP. Seu trabalho é baseado no projeto

Radambrasil, um levantamento realizado entre 1970 e 1985 que fotografou o solo brasileiro com um equipamento especial de radar instalado num avião. Ross compartimentou o relevo brasileiro em 28 unidades, divididas em planaltos, planícies e depressões. Esta classificação foi adotada pelo IBGE. Observe o mapa a seguir:

Observe que as planícies quase desapareceram com a introdução de um novo conceito de classificação: as depressões.

Segue um texto publicado pela revista Nova Escola, em 1995, que praticamente introduziu esta nova classificação no ensino escolar brasileiro.

De 1970 a 1985, através do projeto Radambrasil, todo o território brasileiro foi fotografado por um radar instalado na barriga de um avião. Esse trabalho constituiu o mais completo e minucioso levantamento já realizado, no Brasil, quanto à geologia, à geomorfologia e aos recursos naturais (solos, vegetação, hidrografia, minérios etc.) do território brasileiro.

Com relação ao relevo, obtiveram-se informações de tal modo precisas, que foi possível pela primeira vez identificar com clareza os diferentes tipos e as verdadeiras dimensões das unidades de relevo existentes no País. A planície Amazônica, por exemplo, que nas classificações de Aroldo de Azevedo e Aziz Ab’Saber abrangia uma área de aproximadamente 2 milhões de km2, ficou reduzida a apenas 5% da referida área. Os 95% restantes correspondem, na verdade, a outras formas de relevo. O Planalto

Central, outra extensa unidade morfológica, deixou de existir como tal. Ele foi dividido em doze unidades morfológicas distintas, nenhuma das quais herdou o nome original. Também deixaram de existir o Planalto das Guianas e o Planalto Meridional.

Na classificação de Jurandyr L. S. Ross, além de o número de grandes unidades geomorfológicas ter aumentado para 28, foi introduzido um conceito geomorfológico que não constava das classificações anteriores: o conceito de depressão. Nas classificações anteriores, o relevo brasileiro é dividido em planaltos e planícies.

O que são planalto, planície e depressão, de acordo com a classificação de Jurandyr L. S. Ross?

Planalto é uma superfície irregular com altitude acima de 200 m, resultante da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Forma de relevo predominante no país, o planalto pode ter morros, serras e elevações íngremes de todo plano (chapadas).

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1Gv2m6 198

Planície é uma superfície plana, com altitude geralmente inferior a 100 m, formada pelo acúmulo de sedimentos.

Depressão é uma superfície com suave inclinação e formada por prolongados processos de erosão. A depressão é menos irregular do que o planalto e situa-se em altitudes que vão desde 100 até 500 m ou mais.

As depressões continentais podem ser relativas ou absolutas. São relativas quando situadas abaixo do nível do mar, ou seja, abaixo de 0 m (zero metro) de altitude.

Nova Escola, 1995.)

TRÊS GRANDES PERFIS QUE RESUMEM NOSSO RELEVO

1. REGIÃO NORTE

1

2

3

Planaltos ResiduaisSul-Amazônicos

Depressão MarginalNorte-Amazônica

Planaltos ResiduaisNorte-Amazônicos

Planalto da Amazônia Oriental

Depressão MarginalSul-Amazônica

Planície doRio Amazonas

Esse corte (perfil noroeste-sudeste) tem cerca de 2.000 km de comprimento. Vai das altíssimas serras do norte de Roraima, na fronteira com Venezuela, Colômbia e Guiana, até o norte do Estado do Mato Grosso. Mostra claramente as estreitas faixas de planícies situadas às margens do rio Amazonas, a partir das quais seguem amplas extensões de terras altas: planaltos e depressões.

3.000

2.000

1.000

0 m

2. REGIÃO NORDESTE

Escarpa (ex-Serra) do Ibiapaba Tabuleiros LitorâneosPlanaltos e Chapadas

da Bacia do Rio Parnaíba

Planalto da Borborema

Depressão SertanejaRio ParnaíbaOceanoAtlântico

Esse corte tem cerca de 1.500 km de extensão. Vai do interior do Maranhão ao litoral de Pernambuco. Apresenta um retrato fiel e abrangente do relevo da região: dois planaltos (o da Bacia do Parnaíba e o da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino). As regiões altas são cobertas por mata. As baixas, por caatinga.

3.000

2.000

1.000

0 m

3. REGIÕES CENTRO-OESTE E SUDESTE

OceanoAtlântico

Rio Paraná

Planíciedo PantanalMato-Grossense

Planaltos e Chapadasda Bacia do Paraná

Depressão Periféricada Borda Lesteda Baciado Paraná

Planaltos e Serrasdo AtlânticoLeste-Sudeste

Esse corte tem cerca de 1.500 km de comprimento. Vai do Estado do Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Com altitude entre 80 e 150 m, a Planície do Pantanal está quase no mesmo nível do oceano Atlântico. A Bacia do Paraná, formada por rios de planalto, concentra as maiores usinas hidrelétricas brasileiras.

1.000

0 m

(Nova Escola, outubro de 1995.)

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1a Série 1Gv2m6199

Glossário

AnticlinaisSão as partes convexas de uma dobra. Geralmente representam

elevações: montes, cristas e serras.

SinclinaisSão as partes côncavas de uma dobra. Geralmente representam vales

ou depressões.

FalésiaRelevo alto com rochas cristalinas, com características litorâneas.

Ex.: litoral sul do Rio de Janeiro.

BarreirasRelevo alto com rochas sedimentares.

Ex.: Nordeste do Brasil.

FalhasCaracterística de um relevo cristalino onde ocorreu desnivelamento.

Ex.: Serra do Mar.

Terra RoxaSolo decomposto do basalto em paleoclima diferente do atual.

FraturaRelevo cristalino com pequena separação.

Ex.: Rios Nilo e São Francisco.

contextualizanDo

Para saber mais sobre o relevo brasileiro entre no site www.relevobr.cnpm.embrapa.br

Formas de relevoPlanalto é uma superfície mais ou menos plana e elevada em

relação às áreas próximas, delimitada por escarpas e na qual o processo de desgaste supera o de deposição de materiais.

Chapada é um planalto de rochas sedimentares que apresenta uma topografia tabular.

Cuestas, que aparecem no planalto Meridional, são formas assimétricas de relevo, formadas por uma sucessão alternada de camadas rochosas com diferente resistência ao desgaste, formando um corte abrupto de um lado e um declive do outro.

Depressões periféricas, acidentes muito comuns em nossos planaltos, são áreas deprimidas que se formam na zona de contato entre terrenos sedimentares e massas cristalinas.

Planície é uma superfície mais ou menos plana, de natureza sedimentar, em que predominam processos de deposição ou acumulação de sedimentos sobre os de desgaste. Existem basicamente dois tipos de planícies: as costeiras, ou marítimas, situadas no interior dos continentes, que podem ser do tipo lacustre, originadas dos lagos entulhados, ou fluviais, originadas dos depósitos sedimentares deixados pelos rios.

Montanha é uma grande elevação de terreno formada por ação de forças tectônicas. Quanto à sua origem, as montanhas podem ser constituídas por dobras, falhas ou vulcões; quanto à idade, podem ser antigas, como as Serras do Mar e da Mantiqueira, ou recentes, como as Cordilheiras dos Andes, dos Alpes e do Himalaia.

Depressões absolutas são porções do relevo terrestre mais baixas que o nível do mar. O Brasil não possui depressões absolutas, mas conta com várias depressões relativas, que são mais baixas em relação às terras próximas e se localizam acima do nível do mar.

(Fonte: Celso Antunes, Ed. Scipione.)

exe rcita nDo

01. A combinação de chuvas fortes com moradias inseguras já tornou rotineiras as tragédias nas grandes cidades brasileiras. Os deslizamentos nas encostas, muitas vezes responsáveis por tais tragédias, são condicionados por fatores geomorfológicos, entre outros.

Considere os seguintes fatores geomorfológicos.

I. declividade e forma da encostaII. relevo com porções côncavas na convergência dos fluxos de águaIII. relevo com porções convexas na divergência dos fluxos de água

Quais estão relacionados aos deslizamentos das encostas?

(A) Apenas I.(B) Apenas II.(C) Apenas III.(D) Apenas I e II.(E) Apenas I e III.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1Gv2m6 200

02. Algumas das grandes cidades brasileiras têm sua expansão urbana ocupando espaços considerados como áreas de risco. Do ponto de vista geomorfológico, é correto afirmar que são áreas de risco as formas de relevo indicadas na seguinte alternativa:

(A) planícies de tabuleiro e topos de chapadas.(B) superfícies aplainadas e topos de chapadas.(C) tabuleiros costeiros e vertentes suaves.(D) topos aplainados e tabuleiros costeiros.(E) planícies de inundação e encostas íngremes.

03. A ideia propagada, por muito tempo, de o território brasileiro ser absolutamente estável geologicamente e, portanto, livre de terremotos, é errônea. A sismicidade brasileira é modesta se comparada à da região andina, mas é significativa, visto que aqui já ocorreram vários tremores com magnitude acima de 5° na Escala Richter, como os eventos em Pacajus (CE, 1980) e em João Câmara (RN, 1986). Esses fatos indicam que o risco sísmico em nosso País não pode ser ignorado.Explica a baixa sismicidade brasileira em relação à região andina:

(A) a distância em relação às bordas leste e oeste da Placa Tectônica Sul-Americana.

(B) a baixa altitude média do relevo brasileiro, formado predominantemente por planícies.

(C) a inexistência de atividade vulcânica, causadora dos abalos sísmicos de maior intensidade.

(D) a causa desses tremores ser justificada pela atividade mineradora no território brasileiro.

(E) a inexistência de placas tectônicas brasileiras.

04. Em setembro de 2004, os jornais brasileiros divulgaram a notícia referente a uma nova medição realizada em algumas das mais altas montanhas do Brasil. Houve alterações nos valores das altitudes registradas, em relação às que se realizaram em 1960. Assim, o Pico da Neblina e o Pico 31 de Março são cerca de vinte metros mais baixos do que se acreditava; contudo continuam sendo as duas mais altas montanhas do País. As diferenças verificadas se devem aos métodos: antes se usava o barômetro, que permitia, pela verificação das diferenças de pressão atmosférica, estimar as altitudes. Agora, as medições se realizaram mediante o uso de GPS, um sistema de posicionamento global, que, com a ajuda de satélites, indica as coordenadas geográficas de um determinado ponto, bem como a sua altitude. As montanhas mais altas do Brasil estão localizadas:

(A) no litoral paulista, entre São Paulo e Santos, na Serra do Mar.(B) na Amazônia, na divisa do Amazonas com a Venezuela.(C) no extremo oeste do país, no Acre, na divisa com o Peru.(D) na região do Planalto Central, na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia.(E) em Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira.

05. Analise as informações geológico-estruturais do quadro.

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O item III corresponde à gênese:

(A) do Escudo Brasileiro.(B) da Depressão Periférica.(C) dos Dobramentos Terciários.(D) da Bacia do Paraná.(E) da Planície Amazônica.

06. No mapa a seguir, estão representados compartimentos do relevo brasileiro segundo a classificação de Jurandyr Ross, que é baseada em critérios morfogenéticos.

(Adaptado de SIMIELLI, M. E. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000:80.)

A legenda correta do mapa é:

(A) 1 – Depressões em estruturas sedimentares e 2 - Planaltos em bacias sedimentares.

(B) 1 – Planaltos em estruturas cristalinas e dobradas antigas e 2 - Depressões em estruturas sedimentares.

(C) 1 – Planaltos em estruturas cristalinas e dobradas antigas e 2 - Planaltos em bacias sedimentares.

(D) 1 – Planaltos em estruturas cristalinas e dobradas antigas e 2 - Planícies em estruturas sedimentares recentes.

(E) 1 – Planícies em estruturas sedimentares recentes e 2 - Depressões em estruturas sedimentares.

07. Responda a esta questão com base nas afirmativas seguintes:

I. A estabilidade do território brasileiro é consequência de sua posição no interior da placa Sul-americana, não o colocando em condições de vulnerabilidade aos movimentos orogenéticos típicos das faixas de contato entre as placas.

II. As ilhas oceânicas brasileiras, a exemplo do Arquipélago de Fernando de Noronha, correspondem a picos vulcânicos submersos de uma cordilheira dorsal meso-oceânica.

III. Na paisagem geomorfológica do relevo brasileiro, verifica-se uma preponderância dos processos de sedimentação sobre os erosivos, justificando o predomínio das planícies sobre os planaltos e depressões.

É correto afirmar que:

(A) apenas a afirmativa I é correta;(B) apenas as afirmativas I e II são corretas;(C) apenas as afirmativas I e III são corretas;(D) apenas as afirmativas II e III são corretas;(E) todas as afirmativas são corretas.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1a Série 1Gv2m6201

08.

(Adptado da classificação de J. Ross, 1996.)

As áreas assinaladas no mapa por X-Y-Z correspondem, respectivamente, às seguintes unidades do relevo brasileiro:

(A) Planaltos Residuais Norte-Amazônicos / Planaltos e Chapadas da

Bacia do Parnaíba / Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.

(B) Depressões Marginais Amazônicas / Depressão Sertaneja e do São

Francisco / Depressão Periférica Sul-Rio-grandense.

(C) Planaltos Residuais Norte-Amazônicos / Depressão Sertaneja e do

São Francisco / Chapadas da Bacia do Paraná.

(D) Depressões Marginais Amazônicas / Planaltos e Chapadas da Bacia

do Parnaíba / Chapadas da Bacia do Paraná.

(E) Planaltos Residuais Norte-Amazônicos / Planalto da Borborema /

Depressão Periférica Sul-Rio-grandense.

09. Analise os perfis 1, 2 e 3 e observe o mapa.

(A) Relacione cada perfil aos traçados identificados, no mapa, com as letras a, b e c.

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.................................................................................................................

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(B) Considerando a altitude, destaque a principal diferença entre eles.

.................................................................................................................

.................................................................................................................

.................................................................................................................

.................................................................................................................

10.

(Adaptado de Ross, J. L. S. (org.) Geografia do Brasil. 1995.)

Observando a figura anterior, podemos afirmar que:

I. a estrutura 1 tem sua origem relacionada com os processos orogênicos que datam do Pré-Cambriano;

II. os terrenos que compõem a estrutura 4 apresentam as maiores altitudes do continente sul-americano;

III. as bacias sedimentares Amazônica, do Meio-Norte ou do Maranhão e do Paraná pertencem à superfície demarcada pelo número 3;

IV. a formação da estrutura da América do Sul, representada pelo número 2, refere-se à plataforma patagônica.

São verdadeiras as afirmações:

(A) I e III. (D) II, III e IV.(B) I e IV. (E) I, II, III e IV.(C) III e IV.

11. Nos climas tropicais úmidos, são comuns os solos espessos. Entretanto, alguns fatores naturais podem mudar essa tendência geral. Observe a figura a seguir, representativa dessas áreas.

(Adaptado de LEPSCH, 2001.)

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

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(A) Cite dois fatores que causam a diferença de espessura do solo entre os perfis I e II.

(B) Explique um dos fatores citados.

Habilidade 27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

01. As áreas do planalto do Cerrado – como a chapada dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com altitudes que variam de 400 m a 800 m – são importantes para a planície pantaneira mato-grossense (com altitude média inferior a 200 m), no que se refere à manutenção do nível de água, sobretudo durante a estiagem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversidade é assegurada pelas águas da calha dos principais rios, cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras.

(Adaptado de “Cabeceiras ameaçadas”. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC. Vol. 42, jun. 2008).

A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície pantaneira e à preservação de sua grande biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a organização de movimentos sociais que exijam:

(A) a criação de parques ecológicos na área do pantanal mato-grossense.(B) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a biodiversidade.(C) o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão do solo.(D) o controle do desmatamento e da erosão, principalmente nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o período de cheias. (E) a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os ecossistemas.

02. A abertura e a pavimentação de rodovias em zonas rurais e regiões afastadas dos centros urbanos, por um lado, possibilita melhor acesso e maior integração entre as comunidades, contribuindo com o desenvolvimento social e urbano de populações isoladas. Por outro lado, a construção de rodovias pode trazer impactos indesejáveis ao meio ambiente, visto que a abertura de estradas pode resultar na fragmentação de hábitats, comprometendo o fluxo gênico e as interações entre espécies silvestres, além de prejudicar o fluxo natural de rios e riachos, possibilitar o ingresso de espécies exóticas em ambientes naturais e aumentar a pressão antrópica sobre os ecossistemas nativos.

(Adaptado de BARBOSA, N. P. U; FERNANDES, G. W. A destruição do jardim. Scientific American Brasil. Ano 7, número 80, dez. 2008).

Nesse contexto, para conciliar os interesses aparentemente contraditórios entre o progresso social e urbano e a conservação do meio ambiente, seria razoável:

(A) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias em áreas rurais e em regiões preservadas, pois a qualidade de vida e as tecnologias encontradas nos centros urbanos são prescindíveis às populações rurais.

(B) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias em áreas rurais e em regiões preservadas, promovendo a migração das populações rurais para os centros urbanos, onde a qualidade de vida é melhor.

(C) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias apenas em áreas rurais produtivas, haja vista que nas demais áreas o retorno financeiro necessário para produzir uma melhoria na qualidade de vida da região não é garantido.

(D) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias, desde que comprovada a sua real necessidade e após a realização de estudos que demonstrem ser possível contornar ou compensar seus impactos ambientais.

(E) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias, haja vista que os impactos ao meio ambiente são temporários e podem ser facilmente revertidos com as tecnologias existentes para recuperação de áreas degradadas.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

1a Série 1Gv2m6203

Habilidade 29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.

03. Observe e compare os mapas:

Legendas

MAPA 11 – Fraco2 – De fraco a moderado3 – De moderado a forte4 – De forte a muito forte5 – Extremamente forte

MAPA 2

Classificação de Jurandyr L. S. Ross, 1996. Ênfase em critérios morfogenéticos

Planaltos1 – Em bacias sedimentares2 – Em estruturas cristalinas e dobradas antigas Depressões3 – Em estruturas sedimentares4 – Em estruturas cristalinas Planícies5 – Em estruturas sedimentares recentes

Considerando os mapas das áreas de riscos de erosão e do relevo brasileiro, pode-se inferir que as áreas de:

(A) fracos riscos de erosão correspondem aos relevos de planícies, como ocorre nas regiões do Rio Amazonas e do Pantanal Mato-Grossense.(B) riscos de erosão forte a muito forte abrangem a maior parte dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.(C) riscos moderados a fortes correspondem exclusivamente às Depressões, como a Depressão Sul-Amazônica.(D) riscos de erosão fracos a moderados restrigem-se às Depressões e Planícies, como ocorre na maior parte da região Norte-Amazônica e no Pantanal

Mato-Grossense, respectivamente.(E) riscos de erosão extremamente fortes correspondem à Serra do Espinhaço, que pertence ao compartimento dos Planaltos e Serras do Leste-Sudeste.

04. A água é um dos fatores determinantes para todos os seres vivos, mas a precipitação varia muito nos continentes, como podemos observar no mapa a seguir.

Mapa de distribuição dos grandes desertos e das áreas úmidas.

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Relevo II: Relevo brasileiroGeografia

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Ao examinar a tabela da temperatura média anual em algumas latitudes, podemos concluir que as chuvas são mais abundantes nas maiores latitudes próximas do Equador, porque:

(A) as grandes extensões de terra fria das latitudes extremas impedem precipitações mais abundantes.(B) a água superficial é mais quente nos trópicos do que nas regiões temperadas, causando maior precipitação.(C) o ar mais quente tropical retém mais vapor de água na atmosfera, aumentando as precipitações.(D) o ar mais frio das regiões temperadas retém mais vapor de água, impedindo as precipitações.(E) a água superficial é fria e menos abundante nas latitudes extremas, causando menor precipitação.

Habilidade 27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

05. A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada por alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto aumentar a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que dispomos hoje.

A ação humana tem provocado algumas alterações quantitativas e qualitativas da água:

I. Contaminação de lençóis freáticos.II. Diminuição da umidade do solo.III. Enchentes e inundações.

Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são, respectivamente:

(A) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes / canalização de córregos e rios.(B) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários.(C) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento / impermeabilização do solo urbano.(D) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.(E) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.

anotações

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Geografia

Módulo

7 Relevo III – Recursos minerais

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IntroduçãoAgora, vamos dar uma paradinha nos nossos estudos sobre as características

do relevo para pensarmos um pouco sobre o que se encontra embaixo dele. Neste módulo, vamos conhecer melhor os solos e os recursos minerais.

Recursos MineraisOs recursos minerais são acumulações de rochas e minerais que

constituem a crosta terrestre e podem ser utilizados pela sociedade humana. Quando as reservas encontradas são economicamente rentáveis, podem ser chamadas de jazidas minerais. Lembre-se, uma rocha é um conjunto de minerais, que por sua vez, são compostos pelos elementos químicos.

Muitos minerais são matérias-primas vitais para o Homem, apresentando uma grande importância industrial e social, portanto, sua descoberta e exploração são essenciais para o crescimento das atividades sociais. A história da utilização dos minerais é muito antiga, desde as sociedades neolíticas o homem usou gemas (minerais utilizados em joalharia e ourivesaria) como moeda de troca. Quando descobriu os metais passou a fazer uso deles de diferentes formas, o conhecimento sobre os metais e a sua utilização caracterizou alguns períodos da antiguidade, como a Idade do bronze ou a Idade do ferro.

Nenhuma civilização pode prescindir do uso dos bens minerais uma vez que as necessidades básicas do ser humano – alimentação, moradia e vestuário – são atendidas essencialmente por estes recursos. Pense, uma pessoa consome direta ou indiretamente cerca de 10 toneladas/ano de produtos do reino mineral, abrangendo 350 espécies minerais diferentes. A construção de uma residência é um exemplo desta diversidade. Segue abaixo um texto elaborado pela revista superinteressante ilustrando isto.

Matéria-prima de uma casa

tijolo: argila

bloco: areia, brita, calcário

fiação elétrica: cobre, petróleo

lâmpada: quartzo, tungstênio, alumínio

fundações de concreto: areia, brita, calcário, ferro

ferragens: ferro, alumínio, cobre, zinco, níquel

vidro: areia, calcário, feldspato

louça sanitária: caulim, calcário, feldspato, talco

azulejo: caulim, calcário, feldspato, talco

piso cerâmico: argila, caulim, calcário, feldspato, talco

isolante – lã de vidro: quartzo e feldspato

pintura – tinta: calcário, talco, caulim, titânio, óxidos metálicos

caixa de água: calcário, argila, gipsita, amianto, petróleo

impermeabilizante – betume: folhelho pirobetuminoso, petróleo

pias: mármore, granito, ferro, níquel, cobalto

encanamento metálico: ferro ou cobre

encanamento PVC: petróleo, calcita

(SuperInteressante. http://super.abril.com.br)

Os recursos minerais podem-se classificar em dois grupos principais:

Recursos minerais metálicos: São exemplos de minerais metálicos: o cobre (Cu), o alumínio (Al), o zinco (Zn), o ferro (Fe), o chumbo (Pb), o ouro (Au), a prata (Ag) e a platina(Pt). O material que, numa jazida mineral, é aproveitável designa-se por minério, o material que, na mesma jazida, é rejeitado designa-se por ganga ou estéril.

Lembre-se, a exploração de minerais metálicos é normalmente uma atividade altamente impactante, pois provoca a abertura de crateras enormes destruindo o solo, a fauna e a flora. Observe a foto abaixo referente à exploração mineral de Carajás.

Exploração mineral em Carajás

Recursos minerais não metálicos: Estes recursos são relativamente abundantes na natureza e, devido a esta aparente banalidade, sua impor tância enquanto matéria-prima é desconhecida para muitos. Materiais como areias, granito, ou sal marinho são fundamentais para o bem-estar da população. Os bens minerais não metálicos podem ser classificados em materiais de construção, matérias-primas de fertilizantes e minerais industriais. Os materiais de construção podem ser empregados diretamente, sem industrialização, apenas com beneficiamento na mina, como os agregados para concreto (areia, cascalho e brita), ou industrializados, como calcário e argila usados em cimento, argila para cerâmica vermelha, rochas ornamentais serradas e polidas e gesso.

CuriosidadeAlém desta classificação básica, recursos minerais metálicos e não

metálicos, podemos pensar numa interseção relevante, os recursos minerais energéticos. Vale destacar que esta classificação não é geológica, mas sim econômica. Os recursos minerais energéticos seriam compostos por alguns recursos minerais não metálicos e metálicos, como os combustíveis fósseis (NM) e o urânio (M). Porém, este assunto será estudado em outro módulo, referente exclusivamente à questão energética.

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

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Recursos minerais brasileirosDevido a sua grande extensão territorial e a sua estrutura geológica,

o Brasil é, naturalmente, um dos países com maior potencial de extração mineral do mundo, juntamente com países como Federação Russa, Estados Unidos, Canadá, China e Austrália.

Deve ser elaborada uma relação básica entre estrutura geológica e ofer ta de recursos minerais. Os recursos minerais metálicos são encontrados, principalmente, nos antigos escudos cristalinos. Enquanto que os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) são encontrados nas bacias sedimentares.

Mapa I - Rochas cristalinas (ferro, manganês e cassiterita)

Mapa II - Rochas sedimentares (petróleo e carvão)

No caso brasileiro, a estrutura cristalina muito antiga e erodida é a principal fonte de recursos minerais metálicos, porém, devido ao intenso processo de deposição de sedimentos, as áreas sedimentares também abrigam alguns depósitos minerais relevantes.

O mapa a seguir aponta uma grande diversidade de áreas produtoras,

porém, podemos destacar duas principais fontes de recursos minerais metálicos para o país, o Quadrilátero Ferrífero, no centro de Minas Gerais, e a serra de Carajás, na porção centro-leste do Pará. Estas duas áreas destacam-se pela produção de minério de ferro, porém apresentam grande diversidade de recursos.

Quadrilátero FerríferoObserve este esquema que destaca as principais cidades do

Quadrilátero Ferrífero.

O fluxo da produção do Quadrilátero Ferrífero dirige-se aos mercados externo e interno. O ferro destinado ao mercado externo é exportado pelos portos de Vitória/Tubarão no Espírito Santo e de Sepetiba no Rio de Janeiro; no mercado interno, o ferro abastece o cordão de indústrias sidero-metalúrgicas de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Lembre-se de que existe uma malha ferroviária estabelecida para garantir esta circulação, a Estrada de Ferro Vale do Rio Doce (no eixo Minas-Espírito Santo) e a Estrada de Ferro Central do Brasil (no eixo Rio-São Paulo-Minas Gerais).

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

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Serra de Carajás“No final da década de 1970, a Vale do Rio Doce apresentou ao

governo um projeto bastante ambicioso, denominado ‘Amazônia Oriental – um projeto nacional de exportação’, envolvendo não só a exploração dos recursos minerais, mas também o potencial agrícola-pecuário e madeireiro.”

(Melhem Adas. Panorama Geográfico do Brasil. São Paulo: Moderna, 1998. p. 271.)

A produção de Carajás teve início bem posterior à produção em Minas Gerais e envolveu outro momento geopolítico do país. A ditadura militar teve por objetivo expandir as atividades econômicas pelas fronteiras do Norte e Centro-Oeste. O Projeto Carajás acabou se transformando na principal área de ocupação e desenvolvimento da região amazônica.

O fluxo da produção de ferro da Província Mineralógica de Carajás ocorre através da estrada de ferro Carajás (construída para este projeto) até o porto de Itaquí no Maranhão e é destinada aos mercados externos. Observe a ferrovia Carajás e a logística implementada para a produção mineral desta província no esquema abaixo:

Legenda:

1 - Belém A - Rodovia Belém-Brasília

2 - Marabá B - Rodovia Transamazônica

3 - Carajás C - Ferrovia Norte-Sul

4 - Parauapebas D - Estrada de Ferro Carajás

5 - Curionópolis E - Rodovia São Luís-Teresina

6 - Imperatriz

7 - Açailândia

8 - Buriticupu

9 - Pindaré Mirim

10 - Santa Inês

11 - Santa Rita

12 - Rosário

13 - São Luís

Principais destaques da produção brasileira

FerroA mineração de ferro é a principal atividade extrativa do país. O Brasil

possui a quinta maior reserva do mundo, com um total estimado de 40 a 50 bilhões de toneladas, e é o segundo maior produtor. As maiores reservas estão no Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais, e na serra dos Carajás, no estado do Pará.

Carvão MineralAs reservas brasileiras de carvão são insuficientes para as nossas

necessidades, desta forma, o país é importador deste recurso. Além disto, grande parte das reservas são inadequadas para a siderurgia, pois apresentam impurezas como pirita e cinzas e tem baixo teor calorífico. Embora as maiores reservas estejam no Rio Grande do Sul, o grande produtor nacional é Santa Catarina, devido à melhor qualidade de suas jazidas. A zona carbonífera catarinense fica no sudeste do estado, incluindo os municípios de Criciúma, Siderópolis, Lauro Müller e Urussanga, e o produto é escoado pelo porto de Imbituba. O carvão brasileiro tem sido utilizado frequentemente como fonte energética em usinas termelétricas.

ManganêsA reserva de manganês do Brasil encontra-se entre as cinco maiores do

mundo, e o país é o terceiro maior produtor mundial. As maiores reservas nacionais estão localizadas no Pará (serra dos Carajás), em Mato Grosso do Sul (maciço de Urucum) e em Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero), mas a Bahia e o Mato Grosso também apresentam reservas. Este mineral é extremamente importante na fabricação de um tipo de aço utilizado na indústria siderúrgica.

Outro fato relevante é que os ricos depósitos de manganês da serra do Navio (Amapá) estão em grande parte exauridos devido a sua intensa produção. Hoje, no lugar da serra, resta praticamente um grande buraco, marco da degradação ambiental.

CassiteritaO Brasil possui cerca de 7% das reservas mundiais de cassiterita, o

único minério comercializável de estanho, utilizado na confecção de latas para acondicionar alimentos e bebidas. O metal é aproveitado internamente e exportado. Há reservas no Pará, Amazonas, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, mas as maiores estão localizadas em Rondônia, que também é o grande produtor brasileiro. Na produção, o país ocupa o segundo lugar, superado apenas pela Malásia.

BauxitaO Brasil detém aproximadamente 20% das reservas mundiais conhecidas

de bauxita, o principal minério de alumínio e apresenta a segunda maior produção mundial. A maior parte das reservas, com teor médio de 45%, está localizada no Pará, principalmente nas jazidas próximas ao rio Trombetas, em Oríximiná, onde a extração mineral e o beneficiamento são realizados pela Companhia Vale do Rio Doce. Parte do mineral extraído é beneficiada no Brasil e depois exportada, para isso, a Vale associou-se a outras empresas, como a Alcan, de capital canadense, uma das multinacionais que lideram o monopólio mundial de alumínio. A produção deste recurso na Amazônia esteve integrada ao grande projeto Carajás, bem como a localização das indústrias de beneficiamento, estabelecidas no Pará e abastecidas pela hidrelétrica de Tucuruí.

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

1Gv2m7 208

Um grave problema relacionado ao beneficiamento da bauxita é a poluição ambiental. Todo ano, 3,5 milhões de toneladas de rejeitos são despejadas no lago da Batata, que hoje tem um material altamente poluído sedimentado em 20% de sua extensão.

As maior parte das reservas de bauxita no estado do Pará destinam-se à exportação, e as reservas localizadas no estado de Minas Gerais, no município de Poços de Caldas, abastecem as indústrias nacionais.

OuroAs maiores reservas mundiais de ouro estão na África do Sul e no

Usbequistão, mas o Brasil ainda tem boas reservas em diversos estados, principalmente em Minas Gerais, Goiás, Bahia, Rondônia, Mato Grosso e Pará. Minas Gerais é o produtor tradicional e estável, onde a exploração é feita de modo empresarial, com técnicas modernas e administradas pela Anglo-Americana, empresa da África do Sul. Nos demais estados, ao contrário, tem predominado a exploração cíclica ou migratória. Assim que uma jazida é descoberta, centenas ou até milhares de pessoas dirigem-se para lá e empregam-se em mineradoras ou trabalham como garimpeiros independentes. Esgotada a jazida, desfaz-se a comunidade formada em torno dela – comerciantes de ouro, restaurantes, casas de prostituição –, e os exploradores voltam à sua terra de origem ou partem em busca de novas jazidas. Um grande exemplo disto foi a exploração mineral em Serra Pelada, Pará.

Os solos e suas características gerais

IntroduçãoComo sabemos, a origem das primeiras civilizações está associada

ao desenvolvimento das atividades agrícolas, elas surgiram junto com o cultivo de cereais básicos como o trigo no Oriente Médio, o arroz na China e o milho na América. Portanto, a necessidade de conhecer melhor a relação entre a qualidade e as formas de utilização dos solos é muito antiga. Muitos estudos foram desenvolvidos a respeito dos tipos de solos e suas implicações produtivas ao longo do tempo. Por exemplo, há relatos que na China, 4.000 anos AC, a produtividade serviu como base para a divisão dos solos em nove classes, com finalidade de cobrança de imposto territorial e determinação do tamanho das propriedades.

Atualmente, problemas como erosão, perda da produtividade agrícola e contaminação dos recursos hídricos, provocam a necessidade da realização de novos e complexos estudos sobre os solos.

Características básicas dos solosSolo, terra, ou chão? Pense, qual o nome correto desta porção da

crosta terrestre onde se desenvolve a biosfera? Ou ainda, reflita em coisas básicas como saber de onde vem a areia, ou a argila.

De forma bem simples, podemos dizer que o solo é derivado da rocha. Através da participação de agentes externos como chuva, vento e variações de temperatura, além da ajuda de organismos vivos, como fungos e liquens, as rochas sofrem alterações químicas e físicas e vão diminuindo o seu tamanho, até que elas se transformem num material mais ou menos solto e macio, chamado solo.

De forma mais complexa, são materiais que resultam do intemperismo ou meteorização das rochas, por desintegração mecânica ou decomposição química e biológica. O solo pode ser derivado de qualquer tipo de rocha, suas características básicas não dependem exclusivamente da composição da rocha matriz, ou originária, mas, também, dos fatores que contribuem para a formação do solo.

A parte principal de muitos solos consiste em grãos minerais de vários tamanhos, mas é a presença de organismos vivos e matéria orgânica (fonte de nitrogênio) que faz com que o solo seja parte fundamental da biosfera, já que o nitrogênio é essencial ao crescimento das plantas.

Podemos dizer que o solo é formado por dois conjuntos de materiais:– Material de origem orgânico: constituído de produtos da decomposição

de restos vegetais e animais.– Material de origem mineral: constituído da fragmentação das rochas.

O solo resulta de 5 fatores principais que atuam em conjunto:– Material de Origem – ex.: ROCHA, RESTOS VEGETAIS E ANIMAIS– Clima – ex.: CHUVA, TEMPERATURA (SOL), VENTO– Relevo – ex.: MONTANHOSO, PLANO, ONDULADO– Organismos – ex.: INSETOS, BACTÉRIAS, MAMÍFEROS, PLANTAS– Tempo – ex.: CENTENAS DE ANOS, MILHARES DE ANOS

A parte mineral do solo pode ser dividida por tamanho em três frações principais:– Areia – a parte mais grosseira– Silte – uma parte um pouco mais fina, intermediária entre a argila e a areia – Argila – uma parte muito pequena que para ser visualizada necessita de

microscópio, ou seja, a mesma que gruda no sapato ou penetra nas digitais.Agora você deve compreender que a diferença entre areia e argila é o

tamanho e não sua composição mineralógica ou química.

Formação dos solosPense, quanto mais intemperizado for o solo, menos as características

do material de origem serão preservadas. Por outro lado, algumas características da rocha podem influenciar seu intemperismo como sua composição mineralógica, o grau de consolidação, a textura e a permeabilidade.

Por outro lado, as condições ambientais são muito importantes no processo de formação dos solos. Nas áreas úmidas, onde predomina o intemperismo químico, os solos tendem a ser mais profundos devido a constante infiltração de água. Nas áreas secas, onde predomina o intemperismo físico, os solos tendem a ser mais rasos, devido a menor infiltração de água no solo.

Observe o esquema abaixo:

(ADAS, Melhem e ADAS, Sergio. Panorama Geográfico do Brasil. São Paulo: Moderna. 2004.)

O perfil I pertence a uma região semiárida como o sertão nordestino enquanto o perfil II pertence a uma região úmida, pois o solo é mais profundo.

De forma bem simplista, podemos dizer que existem dois tipos de solo quanto a sua origem. Solos residuais, os que descansam sobre a rocha-máter, isto é, a rocha de que derivaram, e os solos constituídos de material transportado de áreas mais ou menos afastadas pelos processos erosivos e sedimentares.

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

1a Série 1Gv2m7209

Horizontes do SoloOs solos são divididos em diversas camadas, chamadas de horizontes

do solo. Por exemplo, o primeiro horizonte é normalmente mais escuro que os outros. Isso porque é nele que se encontra a maior parte da matéria orgânica, derivada de vegetais e pequenos animais que morrem e vão se misturando ao solo. Quanto mais profundo o solo, mais o horizonte irá se assemelhar com as cores do seu material de origem.

(site brasilescola)

A natureza e o número de horizontes variam de acordo com os diferentes tipos de solo. Os solos geralmente não possuem todos os horizontes bem caracterizados, entretanto, pelo menos possuem parte deles.

Perfil do solo: horizontes. (Classificação encontrada(educar.sc.usp.br)

Segue abaixo uma classificação usual encontrada em diversos livros e sites sobre o assunto:

Horizonte O: camada orgânica superficial. É constituído por detritos vegetais e substâncias húmicas acumuladas na superfície, ou seja, em ambientes onde a água não se acumula (ocorre drenagem). É bem visível em áreas de floresta e distingui-se pela coloração escura e pelo conteúdo em matéria orgânica (cerca 20%).

Horizonte A: camada mineral superficial adjacente à camada O ou H. É o horizonte onde ocorre grande atividade biológica o que lhe confere coloração escurecida pela presença de matéria orgânica. Existem diferentes tipos de horizontes A, dependendo de seus ambientes de formação. Esta camada apresenta maior quantidade de matéria orgânica que os horizontes subjacentes B e C.

Horizonte E ou B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor quantidade de matéria orgânica, e acúmulo de compostos de ferro e argilo minerais. Ocorre concentração de minerais resistentes, como quartzo em pequenas partículas (areia e silte). É o horizonte de máximo acúmulo, com bom desenvolvimento estrutural.

Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, por ser relativamente pouco afetado por processos pedogenéticos, o solo pode ou não ter se formado, apresentando-se sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal.

Horizonte R: camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar (rocha).

Solos brasileirosO solo brasileiro é formado a partir de três estruturas geológicas

básicas: escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos. Cada uma destas estruturas apresenta rochas típicas com composição mineral variável que influenciam de diferentes formas a composição dos solos. Porém, a influência das condições climáticas brasileiras foi determinante na composição atual dos solos. Os climas equatorial, tropical úmido e tropical típico predominam no território brasileiro e, portanto, são responsáveis por alguns processos importantes. Podemos dizer que a grande quantidade de chuvas é responsável pelas seguintes características básicas dos solos brasileiros:– solos profundos, devido ao excesso de chuvas e ao intenso

intemperismo químico– solos lixiviados– solos predominantemente pobres em argilominerais.

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

1Gv2m7 210

Em outras palavras, podemos afirmar que os solos brasileiros são predominantemente pobres e necessitam de técnicas de correção de acidez e recomposição mineral para o desenvolvimento em alto nível da atividade agrícola. Uma técnica muito usual nos solos ácidos do Centro-Oeste brasileiro é a calagem do solo, que consiste na colocação de calcário para reverter à acidez.

Diante da situação mencionada no parágrafo anterior, é interessante destacar a presença de alguns solos férteis no Brasil. Além de algumas áreas de várzea, solos aluvionais (formados por sedimentos trazidos pelos rios), que apresentam fertilidade natural, pode-se destacar a presença de dois outros importantes solos brasileiros:• Terra roxa: é um solo extremamente fértil que possui uma coloração

avermelhada responsável por seu nome. A terra roxa é resultado da decomposição de rochas basálticas de origem vulcânica. A formação deste solo está relacionada com a grande deriva continental do período mesozoico, nesta época houve derramamentos vulcânicos na atual região da bacia hidrográfica do rio Paraná. Suas principais áreas de ocorrência são: o oeste da região Sul, o oeste do Estado de São Paulo e o sul do Mato Grosso do Sul. Este solo ficou famoso com a expansão do café pelo oeste paulista no final do século XIX e início do XX.

• Massapé: é um solo encontrado principalmente no litoral nordestino formado a partir da decomposição de rochas com características minerais de gnaisses de tonalidade escura, calcários e granitos. É um solo escuro e rico em húmus. Na região do Recôncavo Baiano, o massapê é oriundo da decomposição de rochas sedimentares. Este solo gerou manchas de alta fertilidade utilizadas desde o início da colonização dom a plantação de cana-de-açúcar.

Atenção, os processos abaixo são muito comuns no território brasileiro e podem ser considerados os principais responsáveis pela baixa fertilidade dos solos:

– Lixiviação do solo: ocorre pela infiltração da água chuva no solo, que carrega os nutrientes minerais que estão na superfície, para camadas mais profundas. Isso empobrece o solo e torna-o mais ácido, dificultando o desenvolvimento de muitos vegetais.

– Laterização: Processo típico de climas tropicais, onde uma profunda lixiviação, associada a períodos anuais de pouca chuva e grande evaporação, leva o solo a se enriquecer em hidróxidos de ferro e/ou alumínio. Desta forma, o solo cria uma camada superficial muito ácida, praticamente ferruginosa, que dificulta as atividades agropecuárias.

A figura a seguir, produzida pela Embrapa, mostra de forma abrangente, a aptidão agrícola dos solos brasileiros.

Problemas mais comuns relacionados a má utilização do solo

Processo de desertificação do soloQuando um solo perde sua capacidade agrícola, ou mesmo, sua capacidade de sustentar a vida, ele se transforma num terreno estéril e desértico. O

processo de empobrecimento do solo, com posterior perda de sua capacidade produtiva, vem sendo chamado de desertificação. As áreas mais sujeitas a isto são as regiões de clima semiárido, porém, áreas úmidas também podem apresentar este processo. Normalmente, a desertificação está relacionada ao desmatamento e posterior uso inadequado do solo. No Brasil, este problema é mais comum no sertão nordestino e na região dos pampas gaúchos.

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

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Perda do solo agrícolaEste é outro problema do mundo atual e sua principal causa é a intensificação do processo erosivo provocado pelas técnicas agrícolas. Lembre-se

de que o solo apresenta diversas camadas ou horizontes e que a agricultura se desenvolve na sua camada superficial. Portanto, a erosão é a grande responsável pela perda de argilominerais e matéria orgânica fundamentais para a agricultura.

Normalmente, a perda do solo se intensifica com as técnicas modernas de agricultura. A utilização de arado em áreas de clima tropical foi responsável por inúmeros problemas nos países pobres durante os anos 80 e 90. Atualmente, são utilizadas outras técnicas para tentar conter o avanço dos processos erosivos, como semear sem a pré-utilização de arado, deixar o bagaço resultante da colheita no solo para protegê-lo do impacto da chuva, ou, simplesmente, plantar em curvas de nível.

Salinização do soloEste também é um problema típico de áreas semiáridas, onde as taxas de evaporação potencial são muito elevadas. No caso do nordeste brasileiro,

alguns agricultores promovem a irrigação de seus cultivos com água parada nos açudes, o problema é que estas águas costumam apresentar elevada acidez e, desta forma, acabam prejudicando a lavoura e o solo.

exe rcita nDo

01. Analise a figura.

(USGS, modificado por E. Zimbres)

De acordo com a figura, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) A cristalização do magma é responsável pela formação das rochas ígneas.

(B) O tipo de rocha que se forma depende exclusivamente das transformações climáticas presentes na região.

(C) A rocha sedimentar origina-se a partir do intemperismo e erosão de outras rochas.

(D) O metamorfismo da rocha ocorre quando há novas condições de temperatura e pressão alteram sua condição anterior.

(E) As rochas se formam e depois vão passando por processos de destruição e recriação ao longo do tempo.

02. No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a Estrada de Ferro Carajás, pertencente e diretamente operada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), na região Norte do país, ligando o interior ao principal porto da região, em São Luís. Por seus, aproximadamente, 900 quilômetros de linha, passam, hoje, 5353 vagões e 100 locomotivas.

(Adaptado de http://www.transportes.gov.br. Acesso em 27/7/2010).

A ferrovia em questão é de extrema importância para a logística do setor primário da economia brasileira, em especial para porções dos estados do Pará e Maranhão.

Um argumento que destaca a importância estratégica dessa porção do território é a:

(A) produção de energia para as principais áreas industriais do país.(B) produção sustentável de recursos minerais não metálicos.(C) capacidade de produção de minerais metálicos.(D) logística de importação de matérias-primas industriais.(E) produção de recursos minerais energéticos.

03. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes à constituição e à formação dos solos.

( ) O horizonte A de um perfil de solo é a camada mineral mais próxima à superfície e caracteriza-se pela concentração de matéria orgânica.

( ) Os solos das regiões áridas e semiáridas, quando comparados aos solos das regiões úmidas, comumente apresentam grandes quantidades de argila e de matéria orgânica.

( ) Nas áreas de declividade acentuada, os solos são mais rasos porque a alta velocidade de escoamento das águas diminui a infiltração e, consequentemente, o intemperismo.

( ) A acidificação dos solos é um processo que ocorre naturalmente na biosfera, porém os solos das regiões tropicais são submetidos o ano inteiro a altas temperaturas e à ação intensa das chuvas, favorecendo a formação de solos mais ácidos.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

(A) F – V – F – V. (D) F – V – V – F.(B) V – F – V – V. (E) V – F – F – F.(C) F – F – V – V.

04. Observe a figura adiante:

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

1Gv2m7 212

No que se refere às características dos horizontes do solo, é INCORRETO afirmar:

(A) O horizonte R corresponde à rocha matriz.(B) O horizonte C é composto por material proveniente da rocha matriz.(C) O horizonte B caracteriza-se pela concentração de material lixiviado e

transportado do horizonte A.(D) O horizonte A apresenta maior quantidade de rocha decomposta, bem

como maior permeabilidade.(E) O horizonte R corresponde à rocha matriz, mais alterada pela ação do

tempo do que o horizonte A.

05. Na figura a seguir encontra-se representada a Bacia de Campos, responsável por considerável parcela da produção de petróleo no Brasil.

(Folha de S. Paulo, 6/7/2003.)

A estrutura geológica na qual ocorre a formação do petróleo é denominada de:

(A) escudo cristalino; (C) cinturão orogênico;(B) bacia sedimentar; (D) dobramento moderno.

06. Analise esta sequência de figuras, em que está representada a formação do solo ao longo do tempo geológico. As divisões que aparecem em cada figura e na legenda representam as etapas dessa evolução.

(Adaptado de SHAETZL, R.J.; ANDERSON, S. Solil – genesis and geomorphology. Cambridge: University

Press, 2005. p. 363.)

A partir dessa análise, é INCORRETO afirmar que essa sequência de figuras sugere que:

(A) a evolução e o aumento da espessura do solo estão condicionados à escala do tempo geológico.

(B) o crescimento aéreo e subterrâneo da vegetação é inversamente proporcional ao desenvolvimento do solo.

(C) o desenvolvimento do solo, ao longo do tempo, resulta na sua diferenciação em horizontes.

(D) o material inorgânico presente no solo resulta de alterações ocorridas na rocha.

07. “No mundo todo, especialmente na África, calcula-se que os desertos se estariam expandindo em cerca de 60.000 km2 por ano. Só no Mali, calcula-se que o deserto teria ganhado 350 km2 em 20 anos.”

A desertificação é um processo que vem ocorrendo há algum tempo em certas áreas do planeta.

Sobre este fenômeno são feitas as afirmativas a seguir.

I. Se as técnicas de irrigação não forem projetadas e executadas adequadamente, a irrigação pode transformar terras fér teis em desertos.

II. Devido à situação de pobreza, os problemas relacionados à desertificação estão restritos aos países subdesenvolvidos.

III. Grande parte das pessoas se preocupa com o desmatamento das florestas tropicais, mas a perda dos campos nas terras áridas é a exclusiva causa da expansão dos desertos.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):

(A) apenas a I.(B) apenas a I e II.(C) apenas a I e a III.(D) apenas a II e a III.(E) a I, a II e a III.

08. Considere o mapa apresentado.

A partir dos dados apresentados, assinale a alternativa correta.

(A) A maior quantidade de minerais concentra-se em áreas sedimentares, situadas em região de clima tropical de estações contrastadas e, em menor grau, na Amazônia.

(B) As áreas de escudos são responsáveis por grandes reservas de minerais, sendo as localizadas no Brasil-Central e no Atlântico as mais abundantes.

(C) Na Bacia do Paraná, encontram-se as maiores reservas de manganês no Brasil, associadas também a reservas de ouro e prata.

(D) No Maciço de Urucum, no Mato Grosso, as reservas de ferro e manganês situam-se em áreas sedimentares.

(E) O clima semiárido encontrado no Nordeste é o responsável pela ausência de grandes reservas de minerais metálicos.

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Relevo III – Recursos mineraisGeografia

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09. “Não, é nossa terra, a terra do índio. Isso que a gente quer mostrar pro Brasil: gostamos muito do Brasil, amamos o Brasil, valorizamos as coisas do Brasil porque o adubo do Brasil são os corpos dos nossos antepassados e todo o patrimônio ecológico que existe por aqui foi protegido pelos povos indígenas. Quando Cabral chegou, a gente o recebeu com sinceridade, com a verdade, e o pessoal achou que a gente era inocente demais e aí fomos traídos: aquilo que era nosso, que a gente queria repartir, passou a ser objeto de ambição. Do ponto de vista do colonizador, era tomar para dominar a terra, dominar nossa cultura, anulando a gente como civilização.”

(Revista Caros Amigos. ano 4. no 37. 04/2000. p. 36.)

Objeto de ambição, eis uma expressão que cabe perfeitamente quando nos referimos ao subsolo brasileiro. Explica a afirmação, dentre outras causas:

(A) a extensa área de terrenos pré-cambrianos ricos em minérios.(B) a ocorrência de combustíveis fósseis no escudo cristalino.(C) a baixa altimetria, responsável pela concentração mineral.(D) a ausência de alterações geológicas desde o Mesozoico.(E) os vários períodos de glaciação durante o Cenozoico.

10. Cerca de uma dezena de bacias sedimentares estão situadas na Amazônia Legal Brasileira, perfazendo quase 2/3 dessa área territorial. Três delas – bacias do Solimões, Amazonas e Paranaíba – são as mais importantes, não só pelo tamanho (juntas ocupam aproximadamente 1,5 milhão de km2), mas principalmente pelo seu potencial.

(Amazônia Legal, 2003.)

O texto refere-se à existência, nessas bacias sedimentares, de expressivos depósitos de:

(A) níquel e minério de ferro. (D) petróleo e gás natural.(B) ouro e diamantes. (E) urânio e tório.(C) manganês e estanho.

11. Analise a figura.

De acordo com o esquema, é verdadeiro afirmar que:

(A) quanto menores os valores de temperatura e pluviosidade, maior é a profundidade de alteração da rocha.

(B) quanto maiores os valores de temperatura e pluviosidade, menor é a profundidade de alteração da rocha.

(C) quanto maiores os valores de temperatura e pluviosidade, maior é a profundidade de alteração da rocha.

(D) é no cruzamento das linhas de temperatura e pluviosidade que a profundidade de alteração da rocha é maior.

(E) a profundidade de alteração da rocha não se correlaciona com temperatura e pluviosidade.

Pr ePar a nDo Par a o enem

HABILIDADE 29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.

01. Na figura, observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado.

Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que:

(A) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é resultado do processo de desertificação, de intensidade variável, causado pela ação humana.

(B) o emprego de modernas técnicas de irrigação possibilitou a expansão da agricultura em determinadas áreas do semiárido, integrando-as ao comércio internacional.

(C) o semiárido, por apresentar déficit de precipitação, passou a ser habitado a partir da Idade Moderna, graças ao avanço científico e tecnológico.

(D) as áreas com escassez hídrica na América do Sul se restringem às regiões tropicais, onde as médias de temperatura anual são mais altas, justificando a falta de desenvolvimento e os piores indicadores sociais.

(E) o mesmo tipo de cobertura vegetal é encontrado nas áreas superáridas, áridas e semiáridas, mas essa cober tura, embora adaptada às condições climáticas, é desprovida de valor econômico.

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HABILIDADE 29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as

mudanças provocadas pelas ações humanas.

04. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que aparecem.

Nas áreas de declividade acentuada, os solos são mais __________ porque a __________ velocidade de escoamento das águas __________ a infiltração; assim, a água fica pouco tempo em contato com as rochas, __________ a intensidade do intemperismo.

(A) profundos – alta – aumenta – diminuindo(B) rasos – alta – aumenta – aumentando(C) profundos – baixa – diminui – diminuindo(D) rasos – alta – diminui – diminuindo(E) profundos – baixa – aumenta – aumentando

HABILIDADE 27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração

aspectos históricos e(ou) geográficos.

05. A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo.”

(Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/8/2001.)

Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no texto em diferentes contextos histórico-geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na idade da pedra, o fim da era do petróleo estaria relacionado:

(A) à redução e esgotamento das reservas de petróleo.(B) ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes de

energia.(C) ao desenvolvimento dos transportes e consequente aumento do

consumo de energia.(D) ao excesso de produção e consequente desvalorização do barril de

petróleo.(E) à diminuição das ações humanas sobre o meio ambiente.

02.

(Adaptado de TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009.)

O gráfico relaciona diversas variáveis ao processo de formação dos solos. A interpretação dos dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois nas áreas:

(A) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e grande profundidade de solos.

(B) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se relaciona com a menor profundidade das rochas inalteradas.

(C) de latitudes em torno de 30° ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que há maior umidade.

(D) tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo químico da água sobre as rochas.

(E) de menor latitude ocorrem as maiores precipitações, assim como a maior profundidade dos solos.

HABILIDADE 26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com

a paisagem.

03.

(TEIXEIRA, W. et al. (Orgs). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.)

O esquema representa um processo de erosão em encosta. Que prática realizada por um agricultor pode resultar em aceleração desse processo?

(A) Plantio direto. (D) Aração do solo, do topo ao vale.(B) Associação de culturas. (E) Terraceamento na propriedade.(C) Implantação de curvas de nível.

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Geografia

Módulo

8Clima I: elementos e fatores

climáticos

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IntroduçãoEste módulo destaca as noções de tempo e clima atmosféricos. A partir

da compreensão destes conceitos, são apresentados os principais fatores e elementos climáticos que influenciam no dia a dia da sociedade mundial.

Noções de Tempo e Clima: uma breve apresentação

“Clima: sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado local da superfície terrestre.”(Max Sorre)

“Tempo: conjunto de valores, que, num dado momento e num certo lugar, caracterizam o estado atmosférico.”

Os conceitos apresentados acima indicam um pouco do que vamos estudar neste módulo. De um lado queremos aprender sobre a regularidade das condições atmosféricas dos lugares no mundo, suas variações de temperatura e umidade, ou seja, queremos saber sobre o clima dos lugares. Por outro lado, queremos conhecer um pouco sobre os processos que explicam a formação de chuvas fortes, ou mesmo de ventos intensos, ou seja, queremos saber sobre o tempo climático. Pois é, com um pouco de curiosidade e dedicação vamos conseguir fazer isso juntos.

Para compreender o clima de um determinado local, é preciso estudar os diversos tipos de tempo que costumam ocorrer durante vários anos seguidos. O resultado obtido nesse estudo é uma espécie de “síntese” dos tipos de tempo que ocorrem no local, o que corresponde ao clima local. Leia a citação abaixo:

O tempo é uma combinação efêmera (um instante ou alguns dias), porém concreta. É uma realidade na escala da vida humana e a observação direta permite apreendê-la rapidamente. O clima, pelo contrário, só é percebido após um estudo paciente e metódico de um longo período de tempo que, segundo a Organização Meteorológica Mundial – OMM –, para o clima atual, deve compreender 30 anos. O clima, como o tempo, resulta de uma combinação de elementos atmosféricos, mas é a combinação de tendência dominante e permanente (vale dizer, de elementos generalizáveis) da atmosfera de um lugar. Assim, pode-se dizer que o tempo deste inverno foi relativamente quente, menos seco, em Belo Horizonte (combinação acidental), mas que o clima nessa cidade se caracteriza por invernos frescos, secos, ensolarados (combinação habitual durante vários séculos e que resulta da repetição de influências dominantes que determinam o tempo nessa cidade).

(Traduzido e adaptado de PEDELABORDE, P. Introduction a l’étude scientifique du climat. Paris: SEDES, 1970. p. 19.)

Elementos e Fatores ClimáticosAs análises do “clima” como do “tempo” referem-se aos mesmos

elementos atmosféricos: a temperatura e a insolação, a pressão atmosférica, os ventos, a umidade do ar e as precipitações (chuvas, neve, geada, orvalho e granizo). Ou seja, para conhecer o clima de um lugar, é importante caracterizar três elementos atmosféricos: temperatura, umidade e pressão.

O importante sobre o clima de um lugar é reconhecer suas variações diárias, mensais e anuais de: temperatura, umidade e pressão atmosférica. Estudando a sucessão de tempos climáticos, pode-se reconhecer o porquê

dessas oscilações e de sua regularidade (clima). Os fatores climáticos correspondem às causas das variações dos elementos climáticos (temperatura, umidade e pressão), ou seja, explicam como a temperatura e as chuvas variam pelo planeta. São eles: latitude, altitude, continentalidade, maritimidade, correntes marinhas e massas de ar.

Elementos do Clima (I)

Temperatura do Ar AtmosféricoA radiação proveniente do Sol é a responsá vel pelo aquecimento do ar

atmosférico. Contudo, tal aquecimento ocorre principalmente por irradia ção da superfície terrestre, isto é, os raios solares aquecem as terras e as águas que, por sua vez, aquecidas, irradiam o calor para o ar atmosférico. Somente 1/5 da radiação solar é absorvida diretamente pelo ar atmosférico.

A diferença entre a média de temperatura do mês mais quente e a média de temperatura do mês mais frio é chamada de amplitude térmica anual.

A amplitude térmica também pode ser diária. É só subtrairmos da temperatura máxima, num dia, a temperatura mínima observada neste mesmo dia; neste caso, chama-se oscilação diária.

Variação Diurna e Anual das TemperaturasA inclinação do eixo terrestre em relação ao plano de sua órbita em

torno do Sol é a respon sável pelas diferenças entre as estações do ano. No Equador não existe, durante o ano, diferença na duração da luz diurna. Já nos trópicos, durante o verão, a luminosidade do Sol chega até 13h30min. Como consequência, temos oscilações de duração e temperatura das estações e do dia. Nos polos, a luz diurna dura seis meses no verão e, no inverno, a noite se prolonga por outros seis meses. Há uma insolação máxima no solstício de verão, e, na noite invernal, a insolação é nula. Nos trópicos, as diferenças entre verão e inverno são pequenas.

Observe as figuras a seguir:

Verão no Hemisfério Norte (junho)

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1Gv2m8 216

Verão no Hemisfério Sul (dezembro)

Observe a variação do Equador Térmico (centro de maior temperatura do planeta) no esquema abaixo:

Fatores que Influenciam a Temperatura

ChuvasDepois da temperatura, as chuvas são o mais importante elemento

climático. As atividades agropecuárias dependem em grande parte delas, que possuem enorme influência sobre a produti vidade dessas atividades.

As chuvas são medidas em milímetros caídos durante determinado período. Com os dados mensais e anuais, podemos descobrir a natureza das chuvas, sua persistência e intensidade. Tendo essas informações, saberemos o número de dias chuvosos, calculando ainda a sua inten sidade, assim como a máxima precipitação por dia, por hora ou por período mais curto. Em geral, as chuvas de baixas latitudes são mais torrenciais que as das altas latitudes. Porém, em alguns períodos, as zonas temperadas podem apre sentar uma intensidade quase igual à das zonas tropicais, mas tais aguaceiros se esgotam rapidamente. Nos trópicos, onde o ar quente possui grande quantidade de vapor d’água, essas chuvas intensas podem se manter durante horas.

Tipos de Chuvas

De ConvecçãoSão as chuvas resultantes de um forte calor, que determinam uma forte

evaporação e um movimento de subida das massas de ar. Este movimento provoca um resfriamento em altitude, o que pode causar chuvas. São comuns no Rio de Janeiro, onde há enchentes provocadas pelo grande volume de chuvas, e também em outras áreas do Sudeste.

De Relevo ou Orográficas

Ocorrem quando as mas sas de ar são obrigadas a subir para transpor um obstáculo do relevo, entrando em áreas de tempe raturas mais baixas.

Frontais

CirrusCúmulus

ar frio maisdensopenetrando

ar quentese elevando*

* Este fenômeno se chama aquecimento pré-frontal e

precede chuva de grande intensidade.

São as chuvas provocadas pelo encontro de duas massas de ar de temperaturas diferentes. A massa fria provoca a subida da massa quente, que se resfria, provocando chuvas.

Obs.: Existem outras formações da atmosfera como: neve, granizo, orvalho, fog, smog etc.

Pressão AtmosféricaÉ a força (peso) do ar sobre a superfície ter restre e tem uma variação

inversamente propor cional à temperatura e altitude.

Áreas de alta pressão ou antici clones – dispersoras de ar.

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1a Série 1Gv2m8217

Baixa pressão ou ciclones – convergência de ar.

Observe o Esquema Geral de Circulação Atmosférica (ventos) do Planeta Terra:

• Note que as áreas polares e as linhas tropicais são dispersoras de ventos, portanto de alta pressão atmosférica.

• Note que a região equatorial é uma área de convergência de ventos, portanto de baixa pressão atmosférica.Observe no esquema a seguir como as áreas de alta pressão atmosféricas

tropicais (dispersoras de ventos) são responsáveis pela formação dos principais desertos do planeta Terra.

Fatores que Influenciam a Temperatura

LatitudeÉ o primeiro fator a ser considerado na deter minação dos tipos climáticos,

pois o único forne cedor de calor em quantidade considerável é o Sol, e seu efeito é maior quanto mais verticais forem seus raios. O calor recebido por determinada porção da superfície terrestre depende da intensi dade e da duração com que chega a luz solar, e ambas dependem da latitude.

No Equador, a duração da insolação varia pouco durante o ano, porque tanto o dia quanto a noite têm 12 horas e, quanto à direção, nunca se separa muito da vertical. Quando nos dirigimos aos polos, vai aumentando a duração do dia no verão, que nos trópicos chega a 13:30h no solstício. Naturalmente, a insolação no verão aí será maior que no Equador, por ser máxima a intensidade e maior a duração do dia. Mas, no inverno, as horas de Sol são de apenas 10:30 horas, e a elevação do Sol sobre o horizonte não ultrapassa 43o. Assim, a insolação nesta estação será bem menor que a de qualquer outra época do ano.

ContinentalidadeCorresponde à influência do continente na temperatura. Assim, quanto

mais nos afasta mos do mar para o interior do continente, menor é a influência marítima e maior é a influência continental sobre a temperatura, o que determi na oscilações térmicas cada vez mais acen tuadas.

Exemplos:

Na mesma latitude, as cidades situadas no inte rior do continente apresentam amplitudes térmicas maiores que as cidades situadas junto ao mar.

AltitudeQuanto maior for a altitude, menor será a concentração de ar (ação

da força de gravidade) e, consequentemente, menor a capacidade de reter energia térmica.

Temperatura sensívelA temperatura registrada num termômetro nem sempre concorda com

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1Gv2m8 218

As principais bases dos maiores articulado res, e, portanto, a fonte onde se originam as mas sas de ar, são:

1 – as regiões polares;2 – as grandes massas frias continentais da Eurásia e da América do Norte

no inverno;3 – as zonas de altas pressões, situadas entre os alísios e os ventos do

oeste, principalmente no verão sobre os oceanos e, em menor grau, no inverno, sobre grandes massas continentais como o Norte da África e Austrália.

Assim, as massas de ar podem ser:1 – polares ou tropicais, o que determina, em ge ral, sua temperatura e

com ela sua capaci dade para conter o vapor d’água;2 – continentais ou marítimas, o que determina sua umidade relativa.

As massas de ar, ao deixarem seu lugar de ori gem, começam a receber a influência do mar e da terra, sobre a qual viajam e sofrem progressi vas mudanças que afetam, em princípio, as cama das baixas e vão passando às altas, até que toda a massa tenha modificado seu caráter e perdido sua distinção. As fases sucessivas deste processo podem ser denominadas modificação, transição e neutralização. Não se deve entender que uma massa neutralizada seja inerte; na verdade, ela apenas não tem mais as propriedades que tinha em sua origem.

Correntes MarinhasAs correntes marinhas são porções da água oceânica com uma

temperatura relativamente constante que se deslocam pelos oceanos. As correntes são fixas ao longo do ano. Sua gênese deve-se a um conjunto de elementos ligados ao clima global e aos movimentos do planeta Terra (associados às forças gravitacionais).

a sensação produzida no corpo humano. A sensação depende de outras condições, como a umidade e o movimento do ar. Tanto o calor excessivo como o frio extremo são mais intensos quando a umidade é grande. O ar seco facilita a evaporação da pele, diminuindo a sensa ção de calor, enquanto o ar úmido, sendo melhor condutor do calor que o ar seco, absorve o calor do corpo quando a temperatura é baixa. A brisa em um dia quente proporcio-na uma sensação de alívio, ao acelerar a radiação e a evaporação pela pele.

Massas de ArA circulação geral da atmosfera produz, em certos lugares, grandes

massas de ar com carac terísticas físicas especiais e muito bem definidas, especialmente em relação à temperatura e à umidade. A diferenciação dessas massas se adquire com a sua larga permanência em um lugar, que permite que as camadas inferiores recebam as características que a superfície sobre a qual se encontram lhes transmite e transmitam-nas às camadas superiores. O processo pode completar-se com alguns dias ou mais. A massa de ar chega a apresentar grande uniformidade em cada camada horizontal e uma clara transição das características em sentido vertical. Podemos assim deduzir que as massas de ar se formam sob efeito dos grandes anticiclones permanentes ou semipermanentes de distribuição atmosférica sobre a Terra. Portanto, as zonas de baixa pressão são regiões para onde convergem as massas de ar, as quais procedem de regiões de tempe ratura e umidade bem diferentes, carregam características muito distintas. As zonas frontei riças entre massas distintas são, com frequência, estreitas e bem delimitadas. A transição de uma a outra massa de ar é súbita, nas áreas de contato, podendo desenvolver fortes perturbações, for mando as chamadas “Frentes”.

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1a Série 1Gv2m8219

As correntes dividem-se em correntes quentes e frias, e seu deslocamento está esquematizado no mapa acima. As correntes quentes tendem a deslocar-se das áreas equatoriais para as grandes latitudes e as correntes frias fazem o caminho inverso.

Sua influência climática é a seguinte:• correntes frias: tendem a tornar a porção continental da qual se

aproximam mais fria e seca.• correntes quentes: tendem a tornar a porção continental da qual se

aproximam mais quente e úmida.

Fenômeno da RessurgênciaAs áreas de encontro de correntes frias e quentes promovem o fenômeno da

ressurgência. Nestas áreas ocorre uma maior piscosidade (quantidade de peixes), pois a subida da corrente fria aumenta a quantidade de algas.

Glossário• Vento: é o ar movimentando-se rente e paralelo à superfície.• Ventos periódicos: sopram em determinada direção. Ex.: monções.• Ventos constantes: sopram sempre na mesma direção. Ex.: alíseos, contra alíseos.• Ventos locais: influenciam apenas em áreas específicas. Ex.: Chinook − Montanhas Rochosas; Simun − do Saara para o sul da Europa; Föhen − Alpes Alemães; Passat e Santana − ventos no norte da Alemanha; Pampeiro ou Minuano − sul da América do Sul. • Geada: congelamento do orvalho.• Neve: cristalização a baixa altitude.• Granizo: congelamento rápido das gotas de chuva.• Tufões e furacões: ventos circulares na área dos trópicos.• Tornados: ventos espiralados sobre o continente.

contextualizanDo

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1Gv2m8 220

A bolha de ar em contato com o solo aquecido pelo Sol torna-se mais leve.

Ao chegar ao topo da montanha, o ar está tão frio que transforma a umidade ambiente em neve.

1

2

3

Picolé no topo da montanhaO ar próximo ao chão perde calor quando sobe.

Se o ar quente sobe e o frio desce, por que o cume das montanhas é coberto de gelo?

À medida que sobe, a pressão sobre ela é menor e a bolha se expande, perdendo calor.

A Massa de Ar se Expande e Esfria ao Subir

Leitura Complementar

O topo das montanhas altas é gelado porque o ar vai esfriando à medida que sobe. A temperatura do ar depende de dois fatores: a pressão sobre ele e a proximidade de superfícies horizontais. As moléculas próximas ao nível do mar têm uma coluna enorme de ar em cima de si, pressionando. À medida que o ar sobe, o tamanho dessa coluna diminui e, consequentemente, o seu peso cai, fazendo com que o ar quente se expanda. Toda vez que um gás se espalha, ele libera calor, ou seja, se resfria. Com o ar não é diferente. Por isso, ao chegarmos ao topo da montanha, encontramos a atmosfera gelada.

Além do mais, como o ar não absorve bem os raios solares, o principal aquecedor da atmosfera é a própria superfície da Terra. Ao absorver a luz do Sol, ela emite calor e esquenta o ar que está por perto. E, apesar de raios solares também atingirem a montanha, eles incidem ali de forma inclinada. Assim, a quantidade de energia absorvida é pequena e insuficiente para aquecer o ar ao seu redor. “Por isso, o ar próximo ao cume de montanhas altas, como o Everest, com 8.848 metros, é muito frio, 30 graus Celsius negativos”, explica a meteorologista Maria Assunção da Silva Dias, da Universidade de São Paulo.

(Superinteressante – 2000.)

exe rcita nDo

01. A questão refere-se ao mapa de amplitude térmica do Brasil.

(Adaptado de NIMER, Edmon. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1979.)

Analisando-se esse mapa, conclui-se, corretamente, que as amplitudes térmicas:

(A) são influenciadas pelo efeito da continentalidade.(B) registram maiores índices nos estados mais setentrionais.(C) se distribuem com cotas inversamente proporcionais à longitude.(D) se apresentam distribuídas segundo uma variação latitudinal.(E) são constantes em todo território

02. Considere as seguintes afirmativas:

I. A temperatura aumenta dos pólos em direção ao Equador.II. A temperatura diminui à medida que a altitude aumenta.III. A temperatura do litoral é regularizada pela proximidade das águas

oceânicas.IV. A temperatura do litoral é sempre mais alta que a do interior.V. Cidades localizadas em latitudes diferentes nunca apresentam

temperaturas semelhantes.

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1a Série 1Gv2m8221

São corretas APENAS as afirmativas:

(A) I, II e III.(B) I, III e IV.(C) II, III e V.(D) II, IV e V.(E) III, IV e V.

03. Observe a figura e identifique o fenômeno que ela está representando:

(A) O ciclo das águas.(B) O avanço de uma frente fria e a formação de chuvas frontais.(C) O avanço de uma massa equatorial e a formação de chuvas

convectivas.(D) O recuo de uma massa de ar polar e a gênese de chuvas orográficas.(E) A convergência dos ventos alísios de sudeste e nordeste.

04. O fragmento da notícia e a letra da canção referem-se às mesmas áreas da região Nordeste, nas quais se verificou uma mudança brusca nas condições climáticas habituais, devido ao excesso de chuva numa região marcada pela sua falta.

Moradores navegam em rua inundada pelo rio Poti, em Teresina (PI), onde 180 mil alunos ficaram sem aula por causa das chuvas.

Último Pau-de-Arara

A vida aqui só é ruim

Quando não chove no chão

Mas se chover dá de tudo

Fartura tem de montão

Tomara que chova logo

Tomara, meu Deus, tomara

Só deixo o meu Cariri

No último pau-de-arara

Só deixo o meu Cariri

No último pau-de-arara

(Venâncio/Corumbá/J. Guimarães)

É possível identificar diversos fatores relacionados a essa mudança ambiental.Identifique o fator principal:

(A) A intensificação das chuvas ácidas regionais.(B) A redução da camada de ozônio da estratosfera.(C) A ocorrência do fenômeno climático La Niña.(D) A redução das emissões de gás carbônico.(E) A diminuição da influência da Corrente do Golfo.

05. O comportamento térmico das rochas (meio sólido) é diferente do comportamento térmico da água (meio líquido). Sobre a variação da temperatura nos continentes e oceanos, pode-se afirmar corretamente que:

(A) em qualquer estação do ano, nos oceanos, as variações de temperatura são mais acentuadas que nos continentes.

(B) quanto mais uma área continental estiver afastada do oceano ou de sua influência, maiores serão suas oscilações térmicas. Esse fenômeno denomina-se continentalidade térmica.

(C) em função do Hemisfério Norte possuir maior dimensão continental, seus verões são mais frios e os invernos mais quentes que no Hemisfério Sul.

(D) dada a existência de um maior volume das massas líquidas no planeta, há uma igualdade nos valores das oscilações térmicas entre continentes e oceanos.

(E) as variações de temperatura, nos oceanos, não estão na dependência da distribuição de massas sólidas (continentes) e massas líquidas (oceanos), e sim são função da salinidade.

06. Sobre os grandes tipos climáticos, assinale a alternativa correta:

(A) O clima subtropical distingue-se por precipitações reduzidas, evaporação elevada e intensa insolação.

(B) O clima equatorial caracteriza-se por fracas precipitações e baixas temperaturas.

(C) O clima tropical caracteriza-se pela existência de quatro estações, médias térmicas baixas e baixas precipitações.

(D) O clima temperado distingue-se por contrastes sazonais de temperatura e amplitudes térmicas muito maiores que as dos climas da Zona Intertropical.

(E) O clima desértico caracteriza-se pela concentração de chuvas no verão e amplitudes térmicas diárias pequenas.

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1Gv2m8 222

07. Numere a 2a coluna (influências) de acordo com a 1a (fatores do clima).

I. LatitudeII. AltitudeIII. MaritimidadeIV. Correntes marinhas quente e friaV. Relevo

( ) facilita ou dificulta a penetração das massas de ar para o interior dos continentes.

( ) origina clima quente e úmido ou mais frio e seco ao longo dos litorais, em diferentes latitudes.

( ) condiciona o comportamento das temperaturas médias, fazendo-as decrescer à medida que aumenta a distância do Equador.

( ) determina redução da temperatura devido à diminuição da densidade e umidade do ar, o que prejudica a absorção do calor irradiado pela superfície.

A sequência correta é:

(A) II – IV – I – III (D) IV – II – III – I(B) V – IV – I – II (E) III – V – IV – II(C) I – III – II – V

08. A respeito da dinâmica do quadro natural, leia as afirmativas a seguir:

I. A existência de desertos pode estar associada a causas diferenciadas tais como: a influência dos centros de altas pressões subtropicais, a presença de um relevo montanhoso e a influência de correntes marítimas frias.

II. Nas regiões de clima úmido, aparecem formas suaves e arredondadas de relevo devido ao predomínio da decomposição química das rochas, enquanto nas regiões áridas desenvolvem-se formas abruptas como resultado da desagregação mecânica do material rochoso.

III. A vegetação é elemento importante do sistema natural não só por diminuir os efeitos da erosão, mas também por interferir nas condições climáticas ao funcionar como fator regulador de regime de chuvas.

Assinale a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):

(A) I e II. (D) apenas a II.(B) I, II e III. (E) apenas a III.(C) II e III.

09. Com relação aos principais tipos de chuvas, convectivas, frontais e orográficas, analise as seguintes assertivas:

I. As chuvas convectivas são provocadas pela ocorrência de subidas de ar quente e o resfriamento das camadas superiores da atmosfera.

II. As chuvas frontais são causadas pelo encontro de uma massa de ar frio com outra quente e úmida.

III. As chuvas orográficas ocorrem quando as massas de ar quente e úmido se elevam e se resfriam nas encostas das montanhas.

Com base nas assertivas acima, é correto afirmar que:

(A) I e III são verdadeiras.(B) I e II são verdadeiras.(C) II e III são verdadeiras.(D) I, II e III são verdadeiras.(E) Apenas I é verdadeira.

10. Em 2009, comemoraram-se os 150 anos da morte de Alexander Von Humboldt (1769-1859), cuja contribuição para a ciência foi tão notável quanto extensa. Suas explorações geográficas no continente americano originaram inúmeros conhecimentos, muitos deles válidos até hoje.A partir do registro de suas observações (Figura 1), Humboldt estabeleceu uma relação entre altitude e vegetação (Figura 2) em áreas montanhosas intertropicais.

(A) Explique a utilização econômica da relação feita por Humboldt entre altitude e vegetação.

(B) Justifique como dois lugares com a mesma latitude podem apresentar climas diferentes.

11. As florestas tropicais úmidas cobrem apenas 7% da superfície dos continentes e contêm, no mínimo, 2/3 de todas as espécies de plantas e animais. Sua importância para as populações e para o equilíbrio biológico mundial é indiscutível.

(A) Explique por que as florestas tropicais apresentam uma biodiversidade tão grande.

(B) Apresente duas graves consequências do processo de desmatamento das florestas tropicais.

12. Em todo o globo, as brisas terrestres e marítimas são causadas

principalmente pelas diferenças térmicas entre a superfície terrestre e a

aquática. Do mesmo modo, particularmente nos trópicos, ocorre a variação

diária dos ventos em locais com grandes desníveis topográficos.

(AYOADE, 1986.)

De acordo com o esquema:

(A) Explique o mecanismo dos ventos durante o dia e durante a noite.

(B) Como consequência deste mecanismo, que fenômenos atmosféricos

podem ocorrer no inverno, no fundo dos vales?

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

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Pr ePar a nDo Par a o enem

HABILIDADE 26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana

com a paisagem.

01. Umidade relativa do ar é o termo usado para descrever a quantidade de vapor de água contido na atmosfera. Ela é definida pela razão entre o conteúdo real de umidade de uma parcela de ar e a quantidade de umidade que a mesma parcela de ar pode armazenar na mesma temperatura e pressão quando está saturada de vapor, isto é, com 100% de umidade relativa. O gráfico representa a relação entre a umidade relativa do ar e sua temperatura ao longo de um período de 24 horas em um determinado local.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Hora do dia

16

14

12

10

8

6

4

2

0

–2

80%

70%

60%

50%

Tem

pera

tura

(ºC)

Umid

ade

rela

tiva

Umidade relativa Temperatura

Considerando-se as informações do texto e do gráfico, conclui-se que:

(A) a insolação é um fator que provoca variação da umidade relativa do ar.(B) o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor de água à medida que

se aquece.(C) a presença de umidade relativa do ar é diretamente proporcional à

temperatura do ar.(D) a umidade relativa do ar indica, em termos absolutos, a quantidade

de vapor de água existente na atmosfera.(E) a variação da umidade do ar se verifica no verão, e não no inverno,

quando as temperaturas permanecem baixas.

02. O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico.

Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que representa o uso de tecnologia voltada para a produção é:

(A)

Zonas irrigadas por aspersão na Arábia Saudita

(B)

Parque eólico na Califórnia(C)

Parque de engorda de bovinos nos EUA

(D)

Exploração vinícola no Chile(E)

Pequena agricultura praticada em região andina

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Clima I: elementos e fatores climáticosGeografia

1Gv2m8 224

HABILIDADE 16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social..

03. Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrônomo matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais planetas.

A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que:

(A) Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem mais antigas e tradicionais.(B) Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo inspirado no contexto político do Rei Sol.(C) Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente incentivada pelas autoridades.(D) Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica e científica da Alemanha.(E) Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser testada e generalizada.

HABILIDADE 26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.

04.Em 1902 os paulistas organizam o primeiro campeonato de futebol no Brasil. No mesmo ano, surgem os primeiros campos de várzea, que logo se espalham

pelos bairros operários, e já em 1908/1910, a várzea paulistana congregava vários e concorridos campeonatos, de forma que São Paulo não é apenas pioneira nacional no futebol “oficial”, mas também, e sobretudo, no “futebol popular”. A retificação dos rios Pinheiros e Tietê, a partir dos anos 1950, eliminou da paisagem urbana inúmeros campos de várzea, provavelmente mais de uma centena.

(Adaptado de G.M. Jesus, Várzeas, operários e futebol: uma outra Geografia. Rio de Janeiro: Geographia. v. 4, n. 8, p. 84-92, 2002.)

Várzea é uma forma geomorfológica associada às margens de rios caracterizadas pela topografia plana (o que facilita o uso como campos de futebol) e:

(A) sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre o terraço e o rio.(B) sujeita a inundações apenas em anos muito chuvosos, quando ocorre a deposição de sedimentos grossos. Está posicionada entre o terraço e o rio.(C) sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre a vertente e o terraço.(D) sujeita a inundações apenas em anos muito chuvosos, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre a vertente e o terraço.(E) sujeita a intensa erosão o que provocaria a formação de encostas íngremes.

05. Suponha que o universo tenha 15 bilhões de anos de idade e que toda a sua história seja distribuída ao longo de 1 ano – o calendário cósmico –, de modo que cada segundo corresponda a 475 anos reais e, assim, 24 dias do calendário cósmico equivaleriam a cerca de 1 bilhão de anos reais. Suponha, ainda, que o universo comece em 1o de janeiro à zero hora no calendário cósmico e o tempo presente esteja em 31 de dezembro às 23h 59min 59,99 s.A escala a seguir traz o período em que ocorreram alguns eventos importantes nesse calendário.

Se a arte rupestre representada fosse inserida na escala, de acordo com o período em que foi produzida, ela deveria ser colocada na posição indicada pela seta de número:

(A) 1. (D) 4.(B) 2. (E) 5.(C) 3.

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Geografia

Módulo

9Clima II: Painel climatobotânico

global

1a Série 1Gv2m9225

IntroduçãoEste módulo apresenta a classificação climática mundial, destacando

os principais climas e suas principais características. Além disso, ressalta as relações entre clima e vegetação, apresentando sua distribuição pelo mundo.

Classificação climáticaApós debatermos os elementos e fatores climáticos, fica muito fácil

reconhecer os principais climas do planeta. O passo inicial é reconhecer a existência das zonas térmicas.

Zonas térmicas

Observe no esquema acima a existência de três zonas térmicas no

planeta Terra:

Zona Tropical ou Intertropical: localizada entre os trópicos.

Zona Temperada: localizada entre os trópicos e os círculos polares.

Zona Polar: localizada entre os círculos polares e os polos.

A partir desta informação, é só lembrar que dentro de uma mesma zona térmica existem fatores como altitude, latitude, correntes marinhas, relevo, massas de ar, continentalidade e maritimidade, que estabelecem padrões climáticos diferentes entre algumas áreas.

Zona tropicalOs climas tropicais caracterizam-se por apresentar:

• Temperaturas médias mensais superiores a 18°C, com diferenças sazonais marcadas pelo regime de chuvas.

• Amplitude térmica anual inferior a 6°C e a amplitude térmica diária.• Circulação atmosférica controlada por massas equatoriais e tropicais.• Regimes fluviais dependentes, basicamente, do comportamento da

precipitação.• Paisagens vegetais dominantes: florestas latifoliadas e savanas.

Porém, devido à influência do relevo, ou mesmo da latitude (na zona de transição com o clima temperado), algumas das características acima podem mudar. Os principais tipos climáticos intertropicais são:

Clima equatorial

Localização: em áreas de baixas latitudes, ao longo da linha equatorial.

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1Gv2m9 226

Apresenta baixas pressões e médias ele vadas de temperatura (em torno de 25oC).

A amplitude térmica anual é baixa. Neste clima, há forte precipitação e forte evaporação. A estação seca é curta ou inexistente. ATD é elevada. Chuvas entre 2.500 e 4.000 mm/ano.

Clima tropical com estação secaLocalização: entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Clima bem

variado e com nuances diversos.

Neste clima ocorrem duas estações: uma chuvosa (o verão) e outra seca (o inverno). A pluviosidade varia entre 1.200 e 2.200 mm/ano. A temperatura é sempre elevada (acima de 18oC).

Clima desérticoO deserto em geografia é caracterizado pela pluviosidade, e não pela

temperatura.

A formação de um deserto está relacionada à ocorrência de centros de alta pressão e também ao aspecto físico à vizinhança de correntes marinhas frias e à localização a sotavento das elevações.

A pluviosidade é inferior a 250 mm/ano, po dendo a temperatura ser alta ou baixa.

A amplitude térmica diária é grande.

Os desertos podem ser arenosos ou pedregosos, porém são mais comuns os arenosos.

Clima tropical de monçõesNo Sudeste Asiático existe um tipo especial de clima: o tropical de

monções. Devido à grande variação de temperatura e pressão atmosférica entre o mar e o continente nas estações de verão e inverno, este clima apresenta duas estações bem definidas:

• verão muito úmido, marcado por ventos (monções de verão) muito úmidos vindos do mar.

• inverno muito seco, marcado por ventos secos (monções de inverno) que seguem do continente para o mar.Observe o esquema abaixo:

Zona temperadaNesta zona os climas apresentam as quatro estações bem definidas;

as diferenças entre verão e inverno são muito fortes, tornando o outono e a primavera estações muito importantes para as sociedades aí presentes. Os verões podem atingir mais de 20 graus de média mensal, porém os invernos costumam apresentar médias inferiores a zero.

Observe os climogramas a seguir e note como os fatores continentalidade e maritimidade geram climas bem diferentes: o temperado oceânico e o continental.

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1a Série 1Gv2m9227

Além dos climas mencionados, destaca-se o clima temperado mediterrâneo. Este é um típico clima semiárido, marcado por verões quentes e invernos brandos e chuvosos. Normalmente este clima está associado à proximidade com desertos ou à presença de correntes marinhas frias. O sul da Europa é a principal área de ocorrência deste clima.

Clima polar de altitude ou de altas latitudesLocalização: altas cadeias de montanhas (devido à altitude) e altas latitudes, tanto no hemisfério Norte quanto no Sul. Nas áreas altas há ocorrência de

neves eternas acima de 4.000 m; porém, em algumas áreas, o derretimento de neve causa desabamento, enchentes e outros fenômenos.

São áreas de baixa densidade demográfica.

A temperatura média anual situa-se abaixo de 0oC. No inverno, chega a – 50 oC.

Vegetação mundialPara muitos, a vegetação é a síntese da paisagem. Isto porque, através dos aspectos da vegetação de um lugar, pode-se apontar o seu clima. Não

é difícil fazer isto; para tanto vamos compreender alguns elementos que possam nos ajudar.

Para começar a relacionar a vegetação com o clima, vamos pensar em algumas perguntas bem básicas, como:• Por que a vegetação da Amazônia é mais diversificada que a vegetação do sul do Canadá?• Por que a vegetação do Rio de Janeiro apresenta maior porte e diversidade que a vegetação do Sertão do Nordeste?• Por que não existem bananeiras no clima temperado?

Não é difícil responder a estas perguntas, e imagino que você tenha alguma opinião. Sintetizando, pode-se afirmar que os climas apresentam fatores limitantes para o desenvolvimento de algumas espécies de plantas e animais. Pense: em um lugar como a Amazônia existe abundância de calor (insolação) e umidade; isto possibilita a existência de uma grande diversidade de plantas. Porém, em uma área fria como o Canadá, onde neva e tem pouca insolação no inverno, existem poucas espécies capazes de adaptar-se. A bananeira, por exemplo, é uma árvore de clima tropical, que apresenta grandes dificuldades para desenvolver-se no clima temperado. No Rio de Janeiro, onde predomina o clima tropical úmido, havia uma densa floresta tropical; porém, em um região de clima semiárido, como o sertão, poucas são as espécies arbóreas que conseguem sobreviver em condições naturais.

Note que as características das plantas de um lugar dependem das características ambientais dele; normalmente o clima corresponde à principal influência. Seguem abaixo algumas características das plantas que podem ser diretamente relacionadas com o clima:

Vegetação xerófila – adaptada a baixos índices de pluviosidade, típica de climas semiáridos e áridos.

Vegetação higrófila – adaptada a muita umidade, é perenefólia (apresenta folhas verdes o ano inteiro).

Vegetação tropófila – adaptada a duas estações bem definidas, uma úmida e outra seca; típica dos climas continentais. É normalmente caducifólia, ou seja, perde as folhas nas estações secas.

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1Gv2m9 228

Vegetação acicufoliada – apresenta folhas em forma de agulhas, como os pinheiros. Isto caracteriza uma estratégia de perder menos umidade e resistir a longos períodos de menor insolação e chuvas.

Vegetação latifoliada – apresenta folhas largas, típicas de áreas muito úmidas e com muita insolação o ano inteiro, ou seja, climas tropicais.

Observe no gráfico abaixo algumas relações entre clima e vegetação:

Zona Característica Vegetação Característica Localização

1 – Equatorial ou tórridaQuente e úmida. Floresta pluvial ou hileia.

Grande variedade de espécies latifoliadas perenes, cipós, parasitas e andares de vegetação.

Proximidade da linha do Equador (baixa latitude).Amazônia, Indonésia e África Ocidental.

2 – TropicalQuente e menos úmida.Mês mais frio superior a 18oC.Invernos amenos.

Florestas tropicais e Sa-vanas (ou outros nomes locais – Bush, Llanos, Cerrados).

Densas, ricas em espécies com vários andares.

Entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio.

3 – Temperado GeralMesotérmica.Estações bem definidas.

Floresta fria.Coníferas nas regiões frias e solo do tipo podzóis.

Entre as áreas tropicais e as polares.

3 – Subtipos

3.1 – Oceânico

Nos litorais com verões e invernos suaves, chuvas bem distribuídas e pequena amplitude térmica anual.

Floresta temperada com vários tipos de árvores.

Regiões geladas, plantas latifoliadas, misturadas com carvalhos, faias, abetos caducifólios.

Litorais dos EUA, Europa Ocidental e Japão.

3.2 – Continental

Verões quentes e úmidos, invernos frios e chuvosos e grande amplitude térmica.

Florestas mistas. Coníferas.Interior.Ex.: Moscou / Rússia, Mongólia, China Central.

3.3 – MediterrâneoVerões quentes e secos e inverno suave com chuvas torrenciais.

Mediterrânea ou de-nominada Maquis (FR), Garrigue (ESP).

Vegetações rasteiras, típicas dos solos rasos, espinhentas, tortuosas e pobres.

Áreas no entorno do Mediterrâneo.

4 – Árido e SemiáridoGrande escassez de chuvas e grandes variações térmicas (dia e noite); áridos, frios e quentes.

De desertos e estepes.Bem esparsas, solo bastante desnudo – cactáceas.

Bem espalhadas desde a região do Equador até regiões subpolares.

5 – Subtropical Estações não são tão bem marcadas, princi-palmente inverno frio.

Florestas e pradarias. Coníferas e gramíneas.Contato: entre os dois trópicos e regiões temperadas.

6 – SubpolarSob os rigores das mas-sas polares.

Tundra. Liquens e musgos.Entre as zonas tempera-das e as polares.

7 – Polar Muito fria e seca a maior parte do ano.

Tundra.Vegetação rasteira no verão, musgos, liquens e algumas gramíneas.

Entre os círculos polares e os polos, depende do degelo.

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1a Série 1Gv2m9229

contextualizanDo

Cidade Chilena ficou 400 anos sem chuva

Desertos, como os do Atacama, Saara e Gobi, e os polos Norte e

Sul são as regiões mais secas do mundo.

Qual é o ponto mais seco do globo terrestre?

É difícil dizer exatamente qual o ponto mais seco porque em algumas regiões não há medição. Mas uma das áreas mais áridas é o deserto do Atacama, no Chile. As massas de ar úmido que vêm da Amazônia são bloqueadas pela Cordilheira dos Andes, fazendo com que haja pouco vapor-d’água no ar.

Na costa, a secura é provocada pelas correntes marinhas que trazem

água fria da Antártida e provocam a seguinte situação térmica: o ar frio

fixa-se na superfície e o quente, nas regiões mais altas. Essa rigidez

dificulta as precipitações, ressecando a atmosfera.

A cidade de Calama, localizada ao norte do deserto, é a recordista

mundial de falta de chuva: ficou 400 anos na secura, de 1571 a 1971.

Além dos desertos, outras regiões extremamente secas no planeta são

os polos congelados. “Apesar do gelo, a temperatura extremamente

baixa não permite a formação de vapor-d’água”, explica o meteorologista

Mário Festa, da Universidade de São Paulo. Com isso, não há umidade

nem chuvas.

(Superinteressante. Dezembro de 1996.)

Sem consenso em Copenhague, ambientalistas e líderes já falam na COP-16, no México

(MAURÍCIO KANNO- colaboração para a Folha Online 18/12/2009)

No início da 15a Conferência sobre Mudança Climática (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca, circulava uma piada sobre um possível apelido para ela. Seria “Hopenhague”, lembrando o termo em inglês “hope” (esperança), ou “Flopenhague”, lembrando “flop” (fiasco)?

Nesta sexta-feira (18), após duas semanas de discussões, o mundo ficou sem esperanças em um acordo legal e vinculativo. ONGs consultadas pela Folha Online já olham adiante: resta à conferência de Copenhague facilitar um acordo real para a conferência seguinte, no México, em 2010, que será a COP-16.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, adiantou-se em divulgar que a chanceler alemã, Angela Merkel, organizará negociações em Bonn, no prazo de “seis meses”, para preparar a próxima conferência sobre o clima, no México, no final de 2010.

Segundo Aron Belink, coordenador-executivo no Brasil da coalizão de ONGs TicTacTicTac, criada justamente para pressionar por acordo em Copenhague, há um diferencial entre a COP-15 e a ECO-92, que aconteceu antes da primeira COP, em 1995, em Berlim: “Antes a problemática era muito menos tangível, havia menos dados, as pessoas estavam menos comprometidas e engajadas.”

Para Belink, “ao menos algum alinhamento entre os líderes reunidos agora pode facilitar para destravar um acordo em 2010”, em uma reunião que pode até ser adiantada para antes de dezembro.

“Apesar de ter ficado decidido há dois anos, em Bali [Indonésia, COP-13], que seria buscado um acordo em Copenhague agora, durante esse tempo os países em geral não deram a devida importância para o assunto”, comenta Belink.

Conforme relataram os enviados especiais da Folha Claudio Angelo e Luciana Coelho, a última reunião de hoje na qual Brasil, China, Estados Unidos, África do Sul e Índia discutiram as metas climáticas – ou a falta delas – terminou sem consenso.

COPs anteriores

A primeira Conferência das Partes da ONU sobre o clima (COP-1) foi realizada em 1995, em Berlim. Nela foram definidos compromissos legais de redução de emissões, que fariam parte do Protocolo de Kyoto.

O tratado foi assinado em 1997 em Kyoto, no Japão. O acordo entrou em vigor em 2005, pelo qual 37 nações industrializadas se comprometem a reduzir suas emissões de seis gases-estufa em 5,5% em relação aos níveis de 1990 até 2012.

O objetivo da conferência de Copenhague era justamente conseguir um acordo climático para valer depois que o Protocolo de Kyoto expirasse, além de melhorá-lo. Agora o prazo fica ainda mais apertado.

Na América Latina, além do México, em que está programada a COP de 2010, aconteceram conferências climáticas duas vezes em Buenos Aires, na Argentina: foi a COP-4, em 1998; e a COP-10, em 2004.

No Brasil, aconteceu a ECO-92, que firmou o caminho para as futuras conferências climáticas e importantes documentos ambientais internacionais. Inclusive para assuntos não necessariamente climáticos, como a Agenda 21.

“Desde a ECO-92, no Rio de Janeiro, não se via tantos líderes mundiais presentes em uma reunião climática como agora”, avalia Sérgio

Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace.

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1Gv2m9 230

exe rcita nDo

01. Qual das alternativas apresenta características climáticas das regiões intertropicais?

(A) Amplitudes térmicas anuais maiores do que as diárias, as quais são bastante reduzidas.

(B) Diversidade climática que resulta mais dos diferentes regimes e totais pluviométricos do que dos regimes térmicos.

(C) Não apresenta influência dos anticiclones subtropicais, dos ventos alísios e das baixas pressões equatoriais.

(D) Médias mensais superiores a 13°C, exceto nas regiões de planaltos elevados e nas áreas montanhosas, regiões mais quentes.

(E) a atuação de massas e frentes polares, ciclones e linhas de instabilidade não interfere nas suas características climáticas.

02. As frequentes e abundantes chuvas que caracterizam a zona equatorial em todo o globo são explicadas:

(A) pelo relevo acidentado.(B) pela proximidade dos oceanos.(C) pelas baixas pressões atmosféricas.(D) pelas altas temperaturas médias.(E) pela dispersão dos ventos.

03.

A análise do gráfico acima permite concluir que:

(A) as chuvas se concentram no outono.(B) a pluviosidade é maior no inverno.(C) é grande a amplitude térmica anual.(D) na primavera, a pluviosidade é baixa.(E) o inverno é frio e apresenta os menores índices pluviométricos.

04. Na figura a seguir podem ser observadas médias térmicas mensais de algumas cidades indicadas no mapa-múndi. Entre as cidades há uma significativa diferença entre temperaturas máximas e mínimas mensais.

(Adaptado de STRAHLER, A. e STRAHLER, A. Physical Geography. Nova Iorque: Willey & Sons, 2002, p. 112.)

É correto afirmar que:

(A) apesar de estarem em latitudes similares, Yakutsk apresenta uma amplitude térmica muito maior que Hamburgo, pois em Yakutsk a radiação anual é significativamente maior que em Hamburgo.

(B) a média de temperatura é praticamente constante em Manaus, porque apesar das grandes variações de insolação durante inverno e verão, a umidade e a Floresta Amazônica permitem a maior conservação da energia.

(C) Assuan apresenta uma amplitude térmica menor que Manaus, pois está situada no deserto do Saara (Egito), onde as temperaturas durante o dia são muito elevadas, mas, à noite, sofrem quedas bruscas.

(D) apesar de estarem em latitudes similares, Yakutsk apresenta uma amplitude térmica muito maior que Hamburgo, pois em Yakutsk o efeito da continentalidade é mais pronunciado que em Hamburgo, onde predomina a ação da maritimidade.

(E) Manaus e Assuan apresentam climas muito semelhantes devido à proximidade de ambas com a linha do Equador.

05. Observe os climogramas a seguir, referentes a localidades do continente asiático, e assinale a alternativa correspondente aos respectivos tipos climáticos.

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1a Série 1Gv2m9231

(A) Clima tropical, clima temperado e clima equatorial.(B) Clima subtropical, clima mediterrâneo e clima frio.(C) Clima frio, clima mediterrâneo e clima tropical.(D) Clima temperado, clima equatorial, e clima tropical.(E) Clima equatorial, clima frio e clima desértico.

06. Observe o esquema abaixo, que indica a circulação atmosférica sobre a superfície terrestre, e indique a alternativa correta.

(A) Os ventos alísios dirigem-se das áreas tropicais para as equatoriais, contribuindo para o aumento na pluviosidade equatorial e estimulando o aproveitamento do potencial energético eólico nas áreas tropicais.

(B) Os ventos alísios dirigem-se das áreas de alta pressão, características dos trópicos, em direção às áreas de baixa pressão, próximas ao Equador, contribuindo para o aumento da pluviosidade nas linhas tropicais.

(C) Os ventos alísios só ocorrem durante o verão do hemisfério norte, o que contribui para a menor pluviosidade no hemisfério sul.

(D) Os ventos contra-alísios dirigem-se da área tropical em direção aos polos, provocando quedas bruscas de temperatura e eventualmente queda de neve.

(E) os ventos tendem sempre a se deslocar em direção às áreas de alta pressão, consideradas as mais úmidas do Planeta.

07. Observe o planisfério e a sequência de tipos climáticos apresentados a seguir.

Tipos Climáticos

1. Temperado 2. Mediterrâneo3. Semiárido 4. Desértico5. Semiárido 6. Tropical7. Equatorial

No planisfério, essa sequência de tipos climáticos pode ser encontrada no eixo:

(A) A – B. (D) G – H.(B) I – J. (E) E – F.(C) C – D.

08. Responda à questão com base no mapa que representa a localização de cidades hipotéticas e nas afirmações a seguir.

I. As cidades A e B, por estarem em latitudes semelhantes, sempre apresentam as mesmas características de temperatura.

II. As cidades D e E se caracterizam por invernos rigorosos e verões quentes, pois estão em latitudes semelhantes e têm o mesmo grau de continentalidade.

III. As cidades C e A, apesar de estarem em altitudes semelhantes, apresentam características climáticas diferentes: a cidade A é mais quente e úmida que a C.

IV. Caso a cidade D esteja a mais de 4.000 metros de altitude acima do nível do mar, apresentará uma menor pressão atmosférica que a cidade E, que se encontra no nível do mar.

Com base na leitura do mapa e na análise das afirmativas, conclui-se que somente estão corretas:

(A) I, II e III. (D) II e IV.(B) I e II. (E) III e IV.(C) I e III.

09. Responda à questão com base nos dados das paisagens do mundo.

I. Vegetação: Tundra Clima: Polar Localização: Próximo ao Círculo Polar Ártico Ação Antrópica: Desmatamento e exploração vegetal

II. Vegetação: Taiga Clima: Frio Localização: Ao Sul da Tundra Ação Antrópica: Exploração vegetal de madeira nobre

III. Vegetação: Savana Clima: Tropical Localização: No centro do continente africano Ação Antrópica: Queimadas não cíclicas

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1Gv2m9 232

IV. Vegetação: Vegetação Monçônica Clima: Tropical Localização: Sul da Europa e Norte da África Ação Antrópica: Abertura de clarões para produção de arroz

V. Vegetação: Florestas Equatoriais Clima: Equatorial Localização: Baixas latitudes Ação Antrópica: Desmatamento para a agropecuária e extrativismo

vegetal.

Pela análise das informações, conclui-se que a relação correta entre os dados está na alternativa:

(A) I e II. (D) II, III e V.(B) I e III. (E) IV e V.(C) I, II e IV.

10. Observe os climogramas.

(FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas Geográfico – Espaço Mundial. São Paulo: Moderna, 2000.)

Os climogramas A e B podem ser associados, respectivamente, a:

(A) Nova Iorque, EUA, sujeita ao clima temperado, e a Roma, Itália, sujeita ao clima mediterrâneo.

(B) Roma, Itália, sujeita ao clima mediterrâneo, e a Ancara, Turquia, sujeita ao clima semiárido.

(C) Ancara, Turquia, sujeita ao clima semiárido, e a Nova Iorque, EUA, sujeita ao clima temperado.

(D) Nova Iorque, EUA, sujeita ao clima temperado, e a Ancara, Turquia, sujeita ao clima semiárido.

(E) Roma, Itália, sujeita ao clima mediterrâneo, e a Nova Iorque, EUA, sujeita ao clima temperado.

11. Observe o gráfico para responder à questão.

DISTRIBUIÇÃO DAS TEMPERATURAS DURANTE O ANO EM TRÊS ÁREAS DO GLOBO.

A leitura do gráfico permite afirmar que a linha:

(A) I é típica de áreas temperadas, como a cidade do México, por exemplo.(B) I caracteriza o ritmo anual do clima tropical de altitude, como Campos

do Jordão.(C) II é típica de áreas tropicais litorâneas, como Santiago do Chile, por

exemplo.(D) III caracteriza o ritmo anual do clima subtropical, como Buenos Aires.(E) III é típica de áreas equatoriais, como Manaus, por exemplo.

12. Os biomas terrestres são influenciados em sua localização geográfica pelo efeito de zonalidade das faixas climáticas do globo terrestre. Neste sentido, está correto afirmar que:

(A) os desertos estão localizados principalmente nas zonas temperadas.(B) as estepes estão localizadas principalmente nas zonas tropicais.(C) as taigas estão localizadas principalmente nas zonas equatoriais.(D) as savanas estão localizadas principalmente nas zonas tropicais.(E) as pradarias estão localizadas principalmente nas zonas polares.

13. Compare os gráficos relativos às temperaturas e precipitações médias mensais de Luziânia (GO, Brasil) e Roma (Itália) e responda:

(Trabalhando com mapas. Editora Ática.)

(A) Por que as linhas das temperaturas nessas duas cidades se apresentam completamente invertidas nos meses de junho e julho?

(B) Identifique e caracterize o tipo de clima de cada uma dessas cidades.

14. Observe os gráficos que representam as temperaturas e as precipitações em Moscou e Verkhoiansk, localidades assinaladas no mapa.

(A) Que fatores explicam as diferenças de temperatura e precipitação nestas duas localidades?

(B) Que tipos de vegetação correspondem a estas duas condições climáticas?

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

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Pr ePar a nDo Par a o enem

HABILIDADE 27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração

aspectos históricos e(ou) geográficos.

01. O fenômeno registrado na fotografia remete à importância de se conhecer a dinâmica da natureza.

Decifrando a natureza

Entre o Rio e Niterói, onda de 3 metros atinge catamarã.(Jornal Extra, 25/4/2008.)

O principal fator de formação das ondas e a causa específica do fenômeno apresentado estão corretamente associados em:

(A) corrente marítima, vinculada à diferença de temperatura.(B) vento, provocado por ciclone extratropical no oceano.(C) salinidade, produto do variável índice pluviométrico.(D) abalo sísmico, decorrente de acomodações na crosta terrestre.(E) relevo litorâneo, resultante da formação geológica no continente.

HABILIDADE 6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

02. Observe a canção:

Eu sou a chuva que lança a areia do Saara sobre os automóveis de Roma.

(Caetano Veloso. Reconvexo. )

O climograma que corresponde à cidade mencionada na canção é:

(A)

400350

300

250

200

150100

50

0

40°

35°

30°

25°20°

15°

10°

Pluv

iosi

dade

(em

mm

)

Tem

pera

tura

(em

°Cel

sius

)

J FMAMJ J A S O ND

Meses do ano

(B)

400350

300

250

200

150100

50

0

30°

28°

26°

24°22°

20°

18°

16°

14°Pl

uvio

sida

de (e

m m

m)

Tem

pera

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(em

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sius

)

J FMAM J J A S O N D

Meses do ano

(C)

400350

300

250

200

150100

50

0

28°

26°

24°

22°20°

18°

16°

14°

12°

Pluv

iosi

dade

(em

mm

)

Tem

pera

tura

(em

°Cel

sius

)

J FMAM J J A S O N D

Meses do ano

(D)

400350

300

250

200

150100

50

0

30°

28°

26°

24°22°

20°

18°

16°

14°

Pluv

iosi

dade

(em

mm

)

Tem

pera

tura

(em

°Cel

sius

)

J FMAM J J A S O N D

Meses do ano

(E)

400350

300

250

200

150100

50

0

23°

21°

19°

17°15°

13°

11°

Pluv

iosi

dade

(em

mm

)

Tem

pera

tura

(em

°Cel

sius

)

J FMAM J J A S O N D

Meses do ano

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Clima II: Painel climatobotânico globalGeografia

1Gv2m9 234

HABILIDADE 27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

03. As mudanças climáticas e da vegetação ocorridas nos trópicos da América do Sul têm sido bem documentadas por diversos autores, existindo um grande acúmulo de evidências geológicas ou paleoclimatológicas que evidenciam essas mudanças ocorridas durante o Quaternário nessa região. Essas mudanças resultaram em restrição da distribuição das florestas pluviais, com expansões concomitantes de habitats não florestais durante períodos áridos (glaciais), seguido da expansão das florestas pluviais e restrição das áreas não florestais durante períodos úmidos (interglaciais).

(Disponível em: http://zoo.bio.ufpr.br. Acesso em: 1/5/2009.)

Durante os períodos glaciais:

(A) as áreas não florestais ficam restritas a refúgios ecológicos devido à baixa adaptabilidade de espécies não florestais a ambientes áridos.(B) grande parte da diversidade de espécies vegetais é reduzida, uma vez que necessitam de condições semelhantes a dos períodos interglaciais.(C) a vegetação comum ao cerrado deve ter se limitado a uma pequena região do centro do Brasil, da qual se expandiu até atingir a atual distribuição.(D) plantas com adaptações ao clima árido, como o desenvolvimento de estruturas que reduzem a perda de água, devem apresentar maior área de

distribuição.(E) florestas tropicais como a amazônica apresentam distribuição geográfica mais ampla, uma vez que são densas e diminuem a ação da radiação

solar sobre o solo e reduzem os efeitos da aridez.

HABILIDADE 26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.

04.

Lucro na adversidadeOs fazendeiros da região sudoeste de Bangladesh, um dos países mais pobres da Ásia, estão tentando adaptar-se às mudanças acarretadas pelo

aquecimento global. Antes acostumados a produzir arroz e vegetais, responsáveis por boa parte da produção nacional, eles estão migrando para o cultivo do camarão. Com a subida do nível do mar, a água salgada penetrou nos rios e mangues da região, o que inviabilizou a agricultura, mas, de outro lado, possibilitou a criação de crustáceos, uma atividade até mais lucrativa.

O lado positivo da situação termina por aí. A maior parte da população local foi prejudicada, já que os fazendeiros não precisam contratar mais mão de obra, o que aumentou o desemprego. A flora e a fauna do mangue vêm sendo afetadas pela nova composição da água. Os lençóis freáticos da região foram atingidos pela água salgada.

(Adaptado de Globo Rural. 6/2007, p.18.)

A situação descrita acima retrata:

(A) o fortalecimento de atividades produtivas tradicionais em Bangladesh em decorrência dos efeitos do aquecimento global.(B) a introdução de uma nova atividade produtiva que amplia a oferta de emprego.(C) a reestruturação de atividades produtivas como forma de enfrentar mudanças nas condições ambientais da região.(D) o dano ambiental provocado pela exploração mais intensa dos recursos naturais da região a partir do cultivo do camarão.(E) a busca de investimentos mais rentáveis para Bangladesh crescer economicamente e competir no mercado internacional de grãos.

05. A malária é uma doença típica de regiões tropicais. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no final do século XX, foram registrados mais de 600 mil casos de malária no Brasil, 99% dos quais na região amazônica. Os altos índices de malária nessa região podem ser explicados por várias razões, entre as quais:

(A) as características genéticas das populações locais facilitam a transmissão e dificultam o tratamento da doença.(B) a falta de saneamento básico propicia o desenvolvimento do mosquito transmissor da malária nos esgotos não tratados.(C) a inexistência de predadores capazes de eliminar o causador e o transmissor em seus focos impede o controle da doença.(D) a temperatura elevada e os altos índices de chuva na floresta equatorial favorecem a proliferação do mosquito transmissor.(E) o Brasil é o único país do mundo que não implementou medidas concretas para interromper sua transmissão em núcleos urbanos.