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Avaliação de clones de café Conilon em Leopoldina, Minas Gerais Tales Campos da Silva (1) , Waldênia de Melo Moura (2) , Paulo César de Lima (2) , Cintia Armond (3) , Paula Masami Sano Manabe (3) , Rodrigo Moreira Ribeiro (3) , Thaís Rodrigues Magalhães (1) , Iná Lima Reis (4) , Saturnino Silveira de Brito (5) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected]; (2) Pesquisadores EPAMIG - Viçosa, MG, [email protected]; (3) Bolsistas BIC CBP&D-Café/EPAMIG - Viçosa, MG; (4) Estagiária EPAMIG - Viçosa, MG; (5) Técnico Agrícola EPAMIG - Viçosa, MG Introdução O estado de Minas Gerais é tradicional na produção de café Arábica, embora apresente regiões com condições favoráveis ao cultivo do café Conilon, ou seja, apresenta temperaturas médias anuais de 22ºC a 26ºC, altitudes abaixo de 450 m e déficit hídrico anual de até 200 mm. Na Zona da Mata mineira, os municípios de Muriaé, Leopoldina, Cataguases, Guarani, Patrocínio do Muriaé, entre outros, apresentam potencial para a exploração comercial do café Conilon. Com tecnologias apropriadas e cultivares adequadas, esses municípios poderiam contribuir em muito para o aumento da produção estadual e nacional. Em geral, esses cafeeiros caracterizam-se pela rusticidade e ampla variabilidade quanto à produtividade, tolerância à seca, doenças e pragas, porte da planta, tamanho e época de maturação dos frutos. Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento de 36 clones de café Conilon no município de Leopoldina. Material e Métodos O experimento foi instalado na Fazenda Experimental de Leopoldina (FELP) da EPAMIG, Leopoldina, MG, em delineamento de blocos casualizados, com 36 tratamentos (clones de café Conilon) e três repetições. A parcela experimental foi constituída de nove plantas, em espaçamento de

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  • Avaliao de clones de caf Conilon em Leopoldina, Minas Gerais

    Tales Campos da Silva(1), Waldnia de Melo Moura(2), Paulo Csar de Lima(2),

    Cintia Armond(3), Paula Masami Sano Manabe(3), Rodrigo Moreira Ribeiro(3),

    Thas Rodrigues Magalhes(1), In Lima Reis(4), Saturnino Silveira de Brito(5)

    (1)Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected];

    (2)Pesquisadores EPAMIG - Viosa, MG, [email protected]; (3)Bolsistas BIC CBP&D-Caf/EPAMIG - Viosa, MG;

    (4)Estagiria EPAMIG - Viosa, MG; (5)Tcnico Agrcola EPAMIG - Viosa, MG

    Introduo

    O estado de Minas Gerais tradicional na produo de caf Arbica,

    embora apresente regies com condies favorveis ao cultivo do caf

    Conilon, ou seja, apresenta temperaturas mdias anuais de 22C a 26C,

    altitudes abaixo de 450 m e dficit hdrico anual de at 200 mm.

    Na Zona da Mata mineira, os municpios de Muria, Leopoldina,

    Cataguases, Guarani, Patrocnio do Muria, entre outros, apresentam potencial

    para a explorao comercial do caf Conilon. Com tecnologias apropriadas e

    cultivares adequadas, esses municpios poderiam contribuir em muito para o

    aumento da produo estadual e nacional.

    Em geral, esses cafeeiros caracterizam-se pela rusticidade e ampla

    variabilidade quanto produtividade, tolerncia seca, doenas e pragas,

    porte da planta, tamanho e poca de maturao dos frutos. Assim, este

    trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento de 36 clones de caf

    Conilon no municpio de Leopoldina.

    Material e Mtodos

    O experimento foi instalado na Fazenda Experimental de Leopoldina

    (FELP) da EPAMIG, Leopoldina, MG, em delineamento de blocos

    casualizados, com 36 tratamentos (clones de caf Conilon) e trs repeties.

    A parcela experimental foi constituda de nove plantas, em espaamento de

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    2,5 m entre fileiras e 1 m entre plantas. As mudas clonais foram provenientes do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural

    (Incaper).

    No ano de 2008 foram avaliadas as seguintes caractersticas

    agronmicas: vigor vegetativo - com notas de 1 a 10, em que, 1 = baixo vigor e

    10 = alto vigor; severidade de ferrugem (Hemileia vastatrix) - com notas de 1 a

    4, em que, 1 = ausncia de ferrugem; 2 = folhas com poucas pstulas, 3 =

    folhas com infeco moderada, e 4 = folhas com infeco alta, pstulas

    abundantes, ocorrendo desfolha; severidade de cercosporiose (Cercospora

    coffeicola) - com notas de 1 a 5, em que, 1 = ausncia de sintomas, 2 = ataque

    leve em algumas folhas, 3 = pouco ataque nas folhas, 4 = ataque moderado

    nas folhas e 5 = ataque intenso nas folhas; intensidade do ataque de bicho-

    mineiro (Perileucoptera cofeella) - com notas de 1 a 4, em que, 1 = ausncia de

    sintomas, 2 = poucas leses, 3 = quantidade mediana de leses, 4 = grande

    quantidade de leses coalescidas e desfolha; intensidade de seca de ponteiro -

    com notas de 1 a 4, em que, 1 = ausncia de sintomas, 2 = ataque leve nas

    folhas, 3 = ataque moderado nas folhas, 4 = ataque intenso nas folhas; e

    produtividade em sacas de caf beneficiadas/ha. Os dados foram analisados

    utilizando-se o programa estatstico Sistema para Anlises Estatsticas (SAEG)

    e as mdias foram comparadas pelo Teste Scott-knott, a 5% de probabilidade.

    Resultados e Discusso

    Observou-se variabilidade gentica entre os clones de caf Conilon para

    o vigor vegetativo, a severidade de ferrugem e a produtividade (Tabela 1). Os

    valores de vigor vegetativo variaram de 9,67 (Clone cd. 11) a 6,67 (Clones

    cd. 12 e 20). Os clones de caf foram classificados em dois grupos: os mais

    vigorosos com notas entre 8,33 e 9,67, representando 47% dos clones. E os

    menos vigorosos com notas entre 8,00 e 6,67. A ferrugem a principal doena

    do cafeeiro e os danos causados podem contribuir para redues drsticas na

    produtividade. Observou-se que 42% dos clones de caf no apresentaram

    sintomas da doena, enquanto que 58% apresentaram folhas com poucas

    pstulas. Quanto produtividade, observaram-se variaes de 2,78 (Clone

    cd. 34) a 88,50 sacas beneficiadas/ha (Clone cd. 24). Observou-se que 55%

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    dos clones de caf apresentaram produtividades acima da mdia nacional

    (aprox. 20,02 sacas de caf beneficiadas/ha), destacando-se os clones de cd.

    24, 36, 21, 28, 04, 35 e 31. Comparando-se as produtividades mdias obtidas

    entre os anos de 2005 e 2007, observou-se um acrscimo de 94% (FIALHO, et

    al., 2006; SILVA, et al., 2008). Entretanto, no ano de 2008 ocorreu um

    decrscimo de 64% na produtividade mdia em relao ao ano de 2007,

    decorrente da realizao da poda de formao.

    Concluso

    Considerando a safra 2008, existe variabilidade gentica entre os 36

    clones de caf Conilon avaliados para as caractersticas de vigor vegetativo,

    severidade de ferrugem e produtividade. Os clones cd. 24, 36, 21, 28, 04, 35,

    e 31 destacaram-se por apresentar elevado vigor vegetativo, pouca severidade

    de ferrugem e maiores produtividades. Como a cultura perene, h

    necessidade de avaliaes futuras, para obter informaes mais seguras.

    Agradecimento

    Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)

    pelo financiamento do projeto e pelas bolsas concedidas e ao Consrcio

    Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Caf (CBP&D-Caf).

    Referncias

    FIALHO, A.P.; MOURA, W. de M.; LIMA, P.C. de; PEREIRA, A.A.; SANTOS, P.S. dos; SANO, P.M.; PERTEL, J.; BRITO, S.S. de. Avaliao de clones de caf Robusta em Minas Gerais. In: SEMINRIO DE INICIAO CIENTFICA E TECNOLGICA, 3., 2006, Belo Horizonte. Resumos expandidos... Belo Horizonte: EPAMIG, 2006. 1 CD-ROM.

    SILVA, T.C.; MOURA, W.M.; COND, A.B.T.; LIMA, P.C.; SANO, P.M.; SILVA, L.J. Produtividade de clones de caf Conillon em Leopoldina, Minas Gerais. Viosa, MG: UFV, 2007. 1 CD-ROM. SIC-UFV Universidade Federal de Viosa.

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    Tabela 1 - Mdias de vigor vegetativo (VIG), severidade de ferrugem (SFER) e de cercosporiose

    (SCERC); intensidade de seca de ponteiro (ISECP) e do ataque de bicho-mineiro (IBMIN); e produtividade em sacas beneficiadas/ha (PSHA) de 36 clones de caf Conilon Leopoldina, MG, 2008

    Cdigo VIG SFER SCERC ISECP IBMIN PSHA

    24 9,00 A 1,33 B 1,00 1,00 2,00 88,50 A 36 9,00 A 2,00 A 1,00 1,33 1,67 71,76 A 21 8,33 A 1,00 B 1,33 1,33 2,00 57,14 B 28 8,67 A 1,33 B 1,00 1,33 2,00 53,58 B 04 8,67 A 1,67 A 1,00 1,00 2,00 52,03 B 35 7,67 B 1,33 B 1,33 1,33 2,00 46,16 B 31 8,33 A 1,67 A 1,33 1,33 2,00 40,62 B 29 9,33 A 1,33 B 1,33 1,00 2,00 36,44 C 26 9,00 A 1,33 B 1,00 1,00 2,00 36,31 C 30 7,67 B 1,67 A 1,00 1,33 2,00 34,13 C 12 6,67 B 2,00 A 1,33 1,67 2,00 29,56 C 23 9,33 A 1,00 B 2,00 1,00 2,00 28,55 C 32 7,67 B 1,67 A 1,00 2,00 2,00 27,22 C 15 8,00 B 2,00 A 1,00 1,67 2,00 26,71 C 01 8,33 A 1,33 B 1,33 1,00 2,00 25,16 C 25 7,67 B 2,33 A 1,33 1,33 2,00 25,00 C 13 8,00 B 2,00 A 1,00 2,00 2,00 24,32 C 05 8,33 A 1,00 B 1,33 1,00 2,00 23,61 C 18 7,00 B 1,67 A 1,00 1,33 2,00 22,88 C 02 7,67 B 1,67 A 1,33 1,67 2,00 20,88 C 08 7,33 B 1,67 A 1,67 1,67 2,00 17,54 C 10 8,00 B 2,00 A 1,00 1,00 2,00 17,23 C 19 8,33 A 1,33 B 1,33 1,00 2,00 16,67 C 03 8,33 A 1,00 B 1,00 1,33 2,00 15,69 C 06 7,33 B 1,00 B 1,33 1,00 2,00 15,55 C 16 7,67 B 1,67 A 1,67 1,33 2,33 15,44 C 33 8,33 A 1,33 B 1,33 1,33 2,00 14,36 C 09 9,33 A 2,00 A 1,67 1,00 2,00 14,26 C 27 8,00 B 1,67 A 1,00 1,33 2,00 14,24 C 11 9,67 A 1,33 B 1,00 1,67 2,00 14,09 C 22 7,67 B 1,67 A 1,67 1,00 2,00 13,19 C 17 8,67 A 1,67 A 1,67 1,33 2,00 11,51 C 07 7,33 B 2,00 A 1,33 1,67 2,00 7,67 C 14 7,00 B 2,00 A 1,67 1,67 2,00 7,14 C 20 6,67 B 1,00 B 1,00 2,00 2,00 5,14 C 34 7,00 B 2,33 A 1,00 1,67 2,00 2,78 C

    Mdia 8,08 1,58 1,27 1,35 2,00 27,03 CV 9,88 25,23 38,44 31,99 6,75 65,08

    NOTA: Mdias seguidas pelas mesmas letras nas colunas no diferem estatisticamente pelo teste Scott-

    Knott a 5% de probabilidade.

    CV - Coeficiente de variao.

    Introduo