11.30 - As traças

download 11.30 - As traças

of 2

Transcript of 11.30 - As traças

  • 7/30/2019 11.30 - As traas

    1/2

    ram duas traas. Tinham ido parar ao meusobretudo, guardado no Vero, para voltar a servir noInverno.

    As duas traas no me conheciam de parte alguma. Porisso no podiam pedir-me autorizao para se servirem, maneira delas, do meu sobretudo. Naquele guarda-vestidoshavia mais roupa pendurada, mas o sobretudo azul-escuro,

    de l macia, era o que mais lhes convinha.Quando, chegado o Inverno, dei com dois buracos na

    lapela do meu sobretudo, barafustei: Malditas traas! No h naftalina que as detenha.Talvez estas traas estivessem constipadas ou a naftalina

    que eu tinha espalhado pelos bolsos do sobretudo fosse dem qualidade Talvez estas traas no respeitassem nada

    1 APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros

    AS TRAAS

    Antnio Torradoescreveu eCristina Malaquias ilustrou

    E

  • 7/30/2019 11.30 - As traas

    2/2

    nem ningum, nem sequer senhores de sobretudo ousobretudos sem senhores

    Logo na lapela, to vista de toda a gente. Podiam

    antes ter traado o forro ou as abas, atrs. Assim,inutilizaram-me o sobretudo. No tem remdio.

    Devia haver uma maneira de avisar as traas a noroerem lapelas, golas e peitilhos de casacos e sobretudos.Talvez mudassem de hbitos.

    Eu, neste Inverno, particularmente frio, tenho andado desobretudo, o azul-escuro de l macia, o traado Mas com

    uma particularidade: sempre com uma flor na lapela. para tapar os buracos feitos pelas traas. Os meusamigos no sabem e dizem-me que ando com um arfestivo.

    Andas to alegre, neste Inverno comentam.Se eles soubessem

    FIM

    2 APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros