11 Mist Bet2003 Dosagem
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UEM
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
GRUPO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES - GET
11 - MISTURAS BETUMINOSAS DENSAS
11.1 - INTRODUO
So misturas de agregado mineral graduado (de grado a fino), filler (material de enchimento) e betume, emusinas e a quente.
11.2 - DOSAGEM DE CONCRETOSASFLTICOS
Para dosagem dos concretos asflticos devem ser estudados os seguintes par-
metros:
a) GRANULOMETRIA: determinada segundo Fuller-Talbot, visando-se a densidade
mxima possvel para garantir a mxima estabilidade.
b) DENSIDADEAPARENTE DA MISTURA(d): obtida do Ensaio de Dosagem Marshall, que indica a % tima debetume na mistura, em funo de todos os parmetros controlados.
guaar
ar
M-M
Md =
onde: Mar= massa do corpo de prova ao ar
Mgua= massa do corpo de prova imerso em gua
c) DENSIDADE MXIMA TERICA(D): a densidade da mistura suposta sem vazios.
b
ca
am
ca
bfafag dP
dP-100
100
d%b
d%f
d%af
d%ag
100D
+
=
+++
=
onde: dag= densidade do agregado grado
daf= densidade do agregado fino
df = densidade do filler
db= densidade do betume
d) VOLUME DEVAZIOS(Vv): o volume de vazios existente na mistura em relao ao volume total da mistura
(Vt)
D
d)-(D100V
)V-(VV tv ==
e) VAZIOS DO AGREGADO MINERAL(VAM): a soma dos vazios no preenchidos (Vv com os vazios preenchi-
dos por betume (Vb)), ou seja, volume total de vazios da mistura.
bv
d
%bdVVAM
+=
V
Md = e
v
mdb =
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f) RELAO BETUMEVAZIOS(RBV): a relao entre o volume de betume e o volume total de vazios.
VAM
V100RBV b
=
g) ESTABILIDADE E FLUNCIA
ESTABILIDADE: a carga (kg) sob a qual o corpo de prova rompe quando submetido compresso diame-
tral. FLUNCIA: a deformao (em 0,01") que o corpo de prova sofre quando rompe no ensaio de compresso
diametral.
Os parmetros de ba gso obtidos do ensaio Marshall.
Para se determinar o teor timo de betume, esses parmetros devem atender algumas condies:
densidade mxima possvel para garantir mxima estabilidade;
fluncia entre certos limites para garantir flexibilidade;
volume de vazios (Vv) entre certos limites para garantir que no ocorra oxidao da massa pela ao da -
gua e/ou ar e que tambm no ocorra exsudao;
RBV entre certos limites para garantir que exista betume suficiente e que no ocorra exsudao.
11.2.1 - DOSAGEM MARSHALL
O Mtodo de Dosagem Marshall foi desenvolvido na dcada de 30, pelo engenheiro Bruce Marshall e tinha co-
mo objetivo determinar a quantidade tima de ligante para composio de misturas asflticas preparadas a
quente para fins de pavimentao rodoviria.
Devido a sua simplicidade, o mtodo foi adotado, durante a Segunda Guerra Mundial, pelo exrcito americano
para fins de dosagem e controle de qualidade de misturas betuminosas, preparadas a quente, para pavimenta-
o de pistas de aeroportos militares. Este mtodo foi divulgado pelo Corpo de Engenheiros do Exrcito Ameri-cano (United States ArmyCorpy of Engineers) pelo mundo e devido a grande experincia prtica adquirida com
o uso do mtodo, passou-se a associar os desempenhos dos pavimentos a determinados valores da estabilidade
e da fluncia Marshall, criando-se um critrio para a qualificao das misturas asflticas atravs dos resultados
obtidos no ensaio Marshall.
ESTABILIDADE DE UM CONCRETO BETUMINOSO= medida da capacidade de suportar os carregamentos oriundos do
trfego sem sofrer deformaes plsticas (permanentes e irreversveis)
ESTABILIDADE MARSHALL: resistncia mecnica que a mistura apresenta no
ensaio de compresso diametral = sinnimo de estabilidade mecnica =de resistncia mecnica s deformaes permanentes.
DETERMINAO DOS VALORES DE ESTABILIDADE E FLUNCIA PELO ENSAIO MARSHALL
Para determinar a estabilidade Marshall, a amostra colocada no molde e
submetida deformao, com um velocidade 2" por minutos, at que se
d a ruptura, medindo-se neste instante, a carga mxima que a produziu,
sendo esta o valor da estabilidade.
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Antes, deve ser submetida, durante 20 minutos, a um banho de gua
sob temperatura de 60oC. Conforme o teor de ligante asfltico au-
menta no sentido da porcentagem tima, ocorre um aumento da es-
tabilidade Marshall e um aumento da resistncia s deformaes. A
fluncia corresponde deformao da mistura betuminosa, ndice da
propriedade plstica ou da deformao da mistura, indicando se a
mistura vai se deformar sob a ao do trfego.
11.2.2 - PROCESSO DE RUTHFUCS
utilizado para estabelecer as propores que devem ser adicionadas de cada material para a obteno de
uma mistura granulomtrica que se enquadre na faixa especificada.
EXEMPLO: Determinar as propores de cada material na mistura de tal forma que sua granulometria se enqua-
dre na faixa especificada.
PENEIRA PORCENTAGEM PASSADAmm MATERIAL1 MATERIAL2 MATERIAL3 ESPECIFICAO CURVAMDIA
25,4 100 - - 100 1009,52 55 100 - 50 - 85 67,52,00 4 50 100 25 50 37,50,42 - 10 95 12 30 210,074 - 5 45 4 - 12 8
PROCEDIMENTO
a) Determina-se a curva mdia da faixa granulomtrica
especificada e constri-se um grfico onde as porcen-
tagens passadas esto nas ordenadas (escala linear) e
em abscissas esto os dimetros numa escala tal que a
curva mdia se apresente como reta.
0
20
40
60
80
100
0,074 0,42 9,52 25,42,00
b) Em seguida, lana-se as curvas granulomtri-
cas dos materiais disponveis.
0
20
40
60
80
100
0,074 0,42 9,52 25,42,00
c) Para cada material traa-se uma reta mdia que
represente sua curva granulomtrica de tal forma
que as reas circunscritas estejam balanceadas e
minimizadas.
d) Unem-se as extremidades opostas das retas
mdias. As intersees das retas de unio com
a reta correspondente distribuio
granulomtrica especificada (diagonal) for-
necem, em ordenadas, as propores dos
materiais.
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0,074 0,42 9,52 25,42,00 0
20
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80
100
0,074 0,42 9,52 25,42,00
12%
38%
50%
Portanto devem ser utilizadas as seguintes porcentagens:
Material 1 = 50%
Material 2 = 38%
Material 3 = 12%
VERIFICAO
PORCENTAGEM PASSADA# mm Material 1 =50%
Material 2 =38%
Material 3 =12%
Soma (%) Especificao
25,4 50 38 12 100 1009,52 27,5 38 12 77,5 50 - 852,00 2 19 12 33 25 500,42 - 3,8 11,4 15,2 12 300,074 - 1,9 5,4 7,3 4 - 12
11.2.3 - ROTEIRO DE DOSAGEM MARSHALL
a) Aps fixada a granulometria da mistura, calcula-se o teor provvel de betume do Mtodo da Superfcie Es-
pecfica
0,17G + 0,33g + 2,3A + 12a + 135fS =
100
0,17x22,5 + 0,33x28,2 + 2,3x36,9 + 12x5,1 + 135x7,3=
100= 11,4
onde: S = superfcie especfica do agregado, em m2/kg
G = % retida na # 9,52 mm = 100 77,5 = 22,5
g = % passada na # 9,52 mm e retida na # 4,76 mm = 77,5 49,3 = 28,2
A = % passada na # 4,76 mm e retida na # 0,297 mm = 49,3 12,4 = 36,9
a = % passada na # 0,297 mm e retida na # 0,074 mm = 12,4 7,3 = 5,1
f = % passada na # 0,074 mm = 7,3
Tca= m.S1/5= 3,75x11,41/5= 6,1
com: m = mdulo de riqueza (3,75 - 4,00);
Tca= teor de betume em relao massa de agregado mineral
Corrige-se, se necessrio, o teor de asfalto devido densidade do agregado mineral:
Tca= 2,65 Tca/dam= 2,65x6,1 /2,65 = 6,1
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Com o teor de asfalto corrigido, calcula-se a porcentagem de asfalto em relao mistura:
100 + Tca
100 TcaPca= =
100 x 6,1
100 + 6,1= 5,7 %
b) Estimado o teor provvel de asfalto (Pca), moldam-se baterias de 3 corpos de prova cada para os seguintes
teores: Pca, Pca 0,5% e Pca 1,0%, ou seja, 4,7; 5,2; 5,7; 6,2 e 6,7.
c) Determinam-se as densidades (mdia de 3 para os diversos teores):
d =Mar
Mar Mgua
d) Submete-se os corpos de prova Compresso diametral, determinando-se, para cada teor, a estabilidade e
a fluncia (mdia de 3).
e) Calcula-se a densidade terica para cada teor de betume
db
D =100
%ag+
%af
daf+
%f
df+
%b
dag
100
100 - Pca=
2,65 1,24
Pca+
com %b = Pca
f) Com a densidade terica (D), calcula-se o volume de vazios (Vv) para cada teor:
Vv = 100 xD - d
D
g) Calcula-se o volume de betume (Vb) para cada teor:
Vb=d x %b
db
d x Pca1,24
=
h) Com Vve Vb, calcula-se a relao betume vazios (RBV) para cada teor de asfalto:
100 x VbVb+ Vv
100 x VbVAM
RBV = =
i) Lana-se, em grfico, o teor de betume versus as variveis: E, F, d, Vve RBV.
j) Determina-se a porcentagem de betume que satisfaa as seguintes condies:
E 750 kg
8 F 16 (0,01")
75% RBV 85%
3% Vv 5% dmxima possvel
11.3 - NORMAS - MTODO DE ENSAIO (ME) - DNER
ME 043/95 Misturas betuminosas a quente - ensaio MarshallME 053/94 Misturas betuminosas - percentagem de betumeME 107/94 Mistura betuminosa a frio, com emulso asfltica - ensaio MarshallME 117/94 Mistura betuminosa - determinao da densidade aparenteME 133/94 Misturas betuminosas - determinao do mdulo de resilinciaME 138/94 Misturas betuminosas - determinao da resistncia trao Por compresso diametral