1 Os Nosódios Intestinais Homeopáticos - Sullivan[1]
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OS NOSÓDIOS INTESTINAIS HOMEOPÁTICOS
“Dentro de nosso próprio corpo, estamos em desvantagem de nove para um”
3rd Year Project for the Irish School of Homoeopathy. Mark O' Sullivan, June '07
Os Nosódios Intestinais são uma série de remédios feitos da flora intestinal humana,
desenvolvidos primeiramente por Dr. Edward Bach e continuados por John Patterson, e
sua esposa Elizabeth de 1920 a 1960. Esses remédios foram usados principalmente na
prática homeopática britânica, mas depois de negligenciados por alguns anos estão
agora em fase mais favorável, especialmente com os problemas alérgicos e de danos
dos antibióticos muito comuns nos pacientes atualmente. Seu campo de ação é muito
mais amplo do que seu nome sugere, com sintomas indicativos decorrentes de um
sistema como um todo e não apenas os intestinos.
Bach descobriu que determinadas bactérias não-fermentadoras da lactose são mais
prevalentes nas fezes de pessoas doentes do que de pessoas saudáveis. Isto o levou a
tipificar essas bactérias e investigar sua correlação com patologias. Até este ponto, essas
bactérias haviam sido ignoradas até quanto à identificação e, geralmente, consideradas
inócuas.
Àquela época houve um crescimento exponencial na investigação das bactérias e sua
relação com a doença. Foi uma nova fronteira na medicina convencional, com Pasteur e
Koch como pioneiros, tal como ocorre hoje com a genética.
A Homeopatia era a sombra do evidente sucesso dos novos remédios-prodígio,
antibióticos, por isso não é surpresa esta influência da Homeopatia que, através de
Swan, já fazia uso extensivo de nosódios em associação à teoria miasmática de
Hahnemann. Bach veio associar as bactérias que ele havia descoberto ao miasma
Psórico.
Inicialmente, Bach criou vacinas convencionais dessas culturas e as administrou nos
pacientes. No entanto, após ler o Organon, enquanto trabalhava como patologista da
casa e bacteriologista assistente, no Hospital Homeopático de Londres, em 1919, ele
ficou impressionado com as conexões entre a teoria da vacina convencional e a Lei dos
Semelhantes da Homeopatia e, procurou associar as duas disciplinas.
Foi então que ele começou a administrar as vacinas via oral como nosódios
potencializados a seus pacientes e durante um período de dez anos recolheu dados
clínicos de 500 casos, nos quais firmou demonstrado, uma melhora de cerca de 95%
com a sua utilização.
Em 1928, Bach deixou Londres em uma busca a descobrir novas curas naturais que o
levaram à Mt. Vernon, em Oxfordshire, e ao desenvolvimento dos Remédios Florais de
Bach. Uma outra inovação, por mérito próprio.
John Paterson, que havia assistido Bach em sua pesquisa, continuou o trabalho após
1928. Ele aprimorou as descobertas e suas indicações clínicas, adicionou mais remédios,
formulou teoria e orientações para o uso dos remédios na prática. Ele potencializou a
bactéria intestinal diplococcus, de natureza similar à Gonorrhea, associou-a ao Miasma
Sicótico e usou com muito sucesso esse composto Sycotic para tratar a blenorragia
durante a guerra. Após a sua morte em 1955, sua esposa Elizabeth continuou o trabalho
por nove anos, cotejando dados clínicos, fazendo apresentações e escrevendo.
Ao longo deste trabalho, nem Bach nem Paterson viram essas bactérias como sendo a
causa de patologia, mas sim um reflexo concomitante desta. Paterson via as bactérias
como catadoras de doenças e sua presença nas fezes de uma relevância constitucional.
A força vital desordenada dos pacientes altera sua suscetibilidade e a flora intestinal se
altera em concordância a isso. Contrariamente à perspectiva convencional, Paterson
considerou grandes quantidades de bactérias não-fermentadoras da lactose nas fezes
como sendo um sinal positivo, sinal de que, saudavelmente, o paciente as estava
eliminando com sucesso, e conclui ser esta a situação após a administração do remédio
constitucional do paciente.
As bactérias não-fermentadoras da lactose não são inequivocamente não-patológicas
per si, e algumas delas têm funções úteis no fracionamento de complexas estruturas de
carboidratos. Elas podem agravar uma situação de doença já que elas tendem a
prejudicar a assimilação dos alimentos, acidificarem o ambiente intestinal, tornando-o
mais habitável para fungos e parasitas e, menos propício para o modo mais saudável -
mais bactérias simbióticas. Elas também poderem produzir mais substâncias tóxicas tais
como o sulfeto de hidrogênio e histaminas, e mesmo perfurar a parede do intestino à
medida que proliferam. Nutrição e assimilação deficientes são parte dos retratos desses
remédios, bem como a presença de parasitas, como as leveduras e vermes.
As bactérias fermentadoras da lactose no intestino, como L. acidophilis, L. casei e
Bifidobacterium, têm um amplo espectro de benefícios.
As conclusões de Paterson:
O organismo específico é relacionado à doença;
O organismo específico é relacionado com o remédio homeopático;
O remédio homeopático é relacionado com a doença.
Foram alcançadas após extensiva pesquisa sobre os efeitos dos remédios homeopáticos
na flora intestinal. Ele observou que quando um paciente sob tratamento experimentou
melhorias em si mesmo, a quantidade de bactérias patogênicas de suas fezes
aumentara. Do ponto de vista convencional, isso significava que o paciente tinha uma
doença e não deveria se sentir melhor como um todo. Isso contradiz a teoria da doença
pelo germe defendida por Pasteur e outros. Paterson conclui que os germes das fezes
foram resultados da ação da força vital do paciente, estimulada pelo remédio
administrado. O paciente eliminara os germes novos como parte de um processo curativo
no momento em que sua força vital fora fortalecida.
Por esta lógica, Paterson foi capaz de configurar as relações entre certas bactérias não-
fermentadoras da lactose, que tinham aumentado nas fezes dos pacientes, com os
remédios que haviam sido administrados. Desse modo, a cada um dos Nosódios
Intestinais foram atribuídos remédios homeopáticos associados, resultantes da
experiência clínica, removendo a necessidade dos homeopatas terem que ter amostras
analisadas das fezes de seus pacientes.
Os remédios associados com cada Nosódio Intestinal estão listados a seguir com a
descrição de cada um desses remédios.
Estratégia do processo
Paterson sugeriu as seguintes indicações para o emprego dos Nosódios Intestinais
I – Caso Novo:
Para um paciente que ainda não tenha recebido tratamento com medicamento
homeopático a indicação do remédio deve ser feita, ao invés do Nosódio Intestinal.
Sempre que uma escolha complicar-se por recair entre alguns diferentes remédios, o
Nosódio Intestinal que tiver o maior número desses remédios associados pode ser
administrado.
II – Caso Antigo:
Para um paciente que tenha estado um tempo sob tratamento homeopático e não tenha
respondido satisfatoriamente, um estudo de sua história clínica deve ser feito e, o
Nosódio Intestinal com mais remédios associados dentre aqueles que lhe foram
administrados deve ser dado. Mesmo que não haja mudança de posição no caso, após o
emprego do nosódio, a resposta do paciente aos medicamentos subsequentes será
muita mais benéfica.
Alertas
1- Nunca misture Nosódios Intestinais;
2- Não repita um Nosódio Intestinal antes de três meses*;
3- Não administre um Nosódio Intestinal quando a contagem de bactérias não-
fermentadoras da lactose for 50% ou maior e crescente.
* Temos histórias de diversos casos, com excelentes resultados, usando doses semanais durante até 8
semanas seguidas.
Estes são remédios de ação profunda que alteram a homeóstase do metabolismo
digestivo dos pacientes, com tudo aquilo que implica na assimilação dos alimentos,
reações alérgicas e fluxo de nutrientes essenciais para o corpo. Um nosódio intestinal
não deve ser repetido antes de três meses para permitir-se que ele aja. Se for necessário
dar um remédio, escolha um daqueles associados com o nosódio. Similarmente, misturar
nosódios pode levar a mudanças demais para o corpo arcar e pode produzir reações
graves, particularmente quando estiver presente uma patologia desafiadora.
No caso onde a contagem de bactérias não-fermentadoras da lactose é superior a 50%
e crescente, o paciente está realmente ficando melhor sob o tratamento, e remédios
adicionais não se fazem necessários.
Os Remédios
As descrições dos principais nosódios intestinais estão listadas a seguir com as
características mentais e a descrição de cada um. Os policrestos associados para cada
nosódio estão relacionados nas características mentais.
Eles são os seguintes:
I- Morgan Pure
II- Morgan Gaertner
III- Gaertner
IV- Proteus
V- Sycotic Co.
VI- Dysentery Co.
Os Nosódios Intestinais menores Bacillus Nº 7, Nº 10, Faecalis e Mutabile estão fora do
escopo deste projeto nesta versão, sendo pouco prescritos e principalmente de interesse
histórico.
MORGAN PURE
“Congestão”
(Enterobacteriacae Morganella morganii) Morgan Pure é do grupo original “Morgan” de Bach
renomeado de “Pure” por Patterson para diferenciá-lo de “Morgan Gaertner”, que ele
desenvolveu como um subgrupo dos originais de Bach Morgan Co. É um dos nosódios
intestinais mais frequentemente prescritos, refletindo que as bactérias do grupo Morgan
são as mais numerosas na maioria das amostras de fezes.
Em um nível mental há uma introspecção sombria com grande ansiedade sobre a
saúde, depressão que pode se estender a uma disposição suicida (de se jogar, de
lançar-se), com o paradoxo de querer ficar sozinho apesar de estar ansioso e com
medo de que assim aconteça. Por isso o aparecimento da rubrica “MENTE-MEDO de
ficar sozinho, com aversão a estar acompanhado, todavia teme ficar só”.
Eles não são capazes de parar de pensar em suas doenças e vão deixá-lo saber o
quanto estão sofrendo e, que você está sofrendo junto com eles.
São insones, e daqueles que necessitam de total escuridão para dormir, a ponto de até
utilizarem vendas nos olhos.
Congestão e explosividade são a tônica de Morgan Pure e sua ação marcante é sobre
a pele.
Morgan Pure é famoso para a pele em condições secas, com comichões, quente,
vermelha, escoriada, em casos tais como na acne, furúnculos, psoríase, eczemas
juntamente com rachaduras e fissuras secas e exsudativas. Sua pele é especialmente
sensível ao sol e ao contato com a lã. Uma vez que podemos ver o porquê de que o
principal medicamento associado a este nosódio é o Sulphur.
Da congestão há a súbita e repentina explosão na forma de ataques biliosos, nas ondas
de calor da menopausa, e as violentas dores das cólicas renais e calculoses.
Também são suscetíveis a ataques de icterícia, azia, dores e queimação no estômago e,
refluxos.
Cálculos renais: uma grande indicação para esse remédio.
A circulação é congestionada e lenta, com pressão sanguínea elevada, e veias
varicosas, ulceradas e enegrecidas.
Sintomas femininos incluem pêlos pubianos e pólipos da vulva, vagina e ânus, levando
a um coito doloroso. Eles são desagradáveis, leucorréia corrosiva em tons de verde,
amarelo ou marrom.
A imagem é congestionada e irritadiça, com tantas “ites”, nos orifícios de passagem de ar
da cabeça e do tórax, no trato geniturinário, pele e membranas mucosas.
Iniciam com bronquite e pneumonia; uma indicação deste remédio é Pneumonia NBWS e
convalescenças prolongadas.
MORGAN GAERTNER
“Irritação”
“Você tem pouca autoconfiança ?”
Morgan Gaertner está intimamente relacionado ao quadro de Lycopodium (Chellidonium) –
um remédio amargo-bilioso e irritável com muitas críticas e picuinhas. Eles são críticos e
censuradores, com pavio curto, ciumentos e apreensivos. Seu sono é perturbado por
terrores noturnos que os fazem chorar. São nervosos comedores de unhas que, em
estados extremos, experimentam colapso nervoso.
Eles temem as multidões, como muito dos quadros dos Nosódios Intestinais, e sofrem
de claustrofobia. Semelhante ao seu temperamento tem um gosto amargo na boca.
Como um remédio do “puto”, não é nenhuma surpresa que uma de suas principais
atuações esteja no trato urinário. Esta bactéria é encontrada nas fezes daqueles que
sofreram cólica renal ou pedras nos rins e este sintoma é um dos seus principais
indicadores. Eles têm micção frequente e enurese.
Seus problemas de pele são mais secos do que os de Morgan Pure, com pele
escamosa, psoríase seca e rachaduras nos cantos da boca e ouvidos. Têm erupções
herpéticas e urticariformes em suas extremidades.
Gastrointestinalmente, eles são mais propensos à diarréia do que à prisão de ventre,
que começa a partir de uma excitação emocional e há a rubrica extremo, flatulência mal-
cheirosa e que causa desconfortável distensão. Têm as fezes duras e secas devido à
constipação intestinal e podem ter comichão, hemorróidas dolorosas.
A tônica “irritação” se estende às dezenas de condições de “ites” da boca e gengiva,
aparelho digestivo, aparelho urinário, olhos, orelhas e extremidades. Este é realmente um
remédio muito irritado.
Têm problemas de coração e circulação que acompanham o estresse mental.
Cardiomegalia com aperto no peito, estendendo-se para o braço esquerdo,
numa clássica síndrome semelhante à de angina. São acordados por
palpitações durante a noite e tem que se movimentar, peidar e arrotar para
aliviar.
Finalmente, têm rigidez e dores nas articulações das extremidades em
condições tipo artríticas e reumáticas.
GAERTNER*
“Nutrição”
“Você se impressiona facilmente”
*O nosódio das crianças e dos velhinhos
A bactéria Salmonela, associada à intoxicação alimentar, febre tifóide,
gastrenterite em humanos e animais.
Também conhecido como “O Nosódio Intestinal das Crianças”. Nervoso,
magro, precoce, com cabelos louros, olhos claros, sardas e longas pestanas (Descrição ariana do Phosphorus, já que se não tinha tantos negros na Inglaterra...Funciona muito bem
em negros também, pela experiência que temos com os nossos “assistidos”.). Têm uma mente
hiperativa e corpo desnutrido com pobre desenvolvimento muscular (Phos,
Sil). São curiosos e ansiosos por agradar, com medo de estarem sozinhos e
sem calor vital, tendo calafrios facilmente e, seus sintomas agravam com o
frio. Apesar disso, não gostam de ficar em cômodos abafados. Podem ter
hábitos nervosos como chupar os dedos polegares, envolver-se com um
cobertor ou morder suas unhas. Incapacidade de concentração (Transtorno do Déficit
de Atenção com Hiperatividade - ADD/ ADHD). Têm medo de ficar sozinhos no escuro e de
arriscar coisas novas, como alimentos pouco conhecidos que possam perturbá-
los. Têm dificuldade em assimilar tanto emocional quanto fisicamente, sendo
supersensíveis às repreensões e, pessimistas.
De grande valor para crianças e adultos com sensibilidades alimentares e
problemas com digestão sensível e delicada, tais como a doença de Chron,
colite, Síndrome do Cólon Irritável (IBS-irritable bowel syndrome) ou intolerância à
lactose . Eles podem ser hiperativos por alergias alimentares devido a
corantes e conservantes usados nos alimentos (industrializados). Trigo e laticínios
também podem agravar e este remédio pode ser útil em casos de doença
celíaca ou intolerância à lactose. Gorduras também causam problemas junto
com os açúcares (cetose). Podem ser flatulentos e sua diarréia conter muco e
sangue (Phos, Merc). Isto pode alternar com constipação. As crianças mais
velhas podem manifestar estes problemas na forma de Anorexia Nervosa. Em
geral, existe a tendência de possível malignidade com o prognóstico de
tumores na idade adulta.
Sua sensibilidade alimentar pode causar-lhes uma purga na forma de
golfadas de vômitos ou ataques de acidez no trato digestivo, levando a
cefaléias decorrentes da hiperacidez.
Todos esses problemas de assimilação dos alimentos resultam no
organismo não estar recebendo os nutrientes necessários à construção de um
corpo forte e saudável e, sua forma física resultante é magra e desnutrida. O
paciente tem falta de resistência, aparência pálida, e pode ter olheiras ao
redor dos olhos. O emagrecimento é uma indicação para o uso deste nosódio.
Existe uma ligação entre os danos dos antibióticos e Gaertner, em
primeiro lugar, as condições para as quais os antibióticos são rotineiramente
dados: infecções recorrentes nos ouvidos, nariz e garganta, e também, por
causa do quadro de recuperação lenta que os antibióticos também contribuem
para isso. Gaertner é o “conector-disjuntor da infecção” e também restaura a
flora intestinal para a saúde depois de ter sido perturbada pelos antibióticos.
Adultos, que tem uma recuperação lenta após terem sido tratados por muito
tempo com antibióticos, podem também necessitar deste remédio.
Gaertner tem um desejo por aveia. Não só é um remédio fitoterápico para
seus nervos hiperativos (Avena sativa) mas os nutrientes da aveia são
prebióticos que alimentam os espécimes mais saudáveis da flora: Lactobacillus
e Bifidobacterium.
PROTEUS
“Tempestade Cerebral”
Você às vezes acha que vai desmaiar ?
Proteus é batizado conforme o mitológico deus grego do mar, de configuração
inconstante e pouco firme, de quem o cheiro pútrido foi dito ser característico.
Além de agravar com tempestades e com o sol, o remédio Proteus guarda forte conexão
com o mar por sua ligação com o metabolismo do cloreto e do remédio Natrum
muriaticum, ou cloreto de sódio.
Configuração inconstante e pouco firme é uma boa metáfora para a histeria, uma
característica que esse remédio tem de sobra. Em Proteus, a reação intempestiva é a
tônica. Ele é um remédio violento, agressivo e espasmódico, com cãibras, birras (pitis) e
ataques convulsivos, sobrecarregando o sistema nervoso pelo metabolismo.
O paciente é fechado e taciturno, com teimosia e idéias fixas, por isso a sua associação
com os remédios Muriaticum. A falsa ilusão de se sentir com importância, se questionado
ou encontrar oposição, pode levar a arremessar algo que tenha nas mãos, mesmo ao
ponto de violência.
Ele guarda relação com os rins (o medo e raiva súbitos das supra-renais (adrenalínicos)) e
seu papel no metabolismo do cloreto (muriaticum). Proteus não só tem os sintomas
(adrenalínicos) de glândulas supra-renais ativadas: medo, estresse, raiva – reação de fuga
ou luta, mas é também conhecido por seus rins e infecções renais.
A digestão é muito difícil e piora por comer, embora haja melhora geral para ele. Agrava
por ovos e vinho, mas raramente amenizada por uísque puro. É interessante a
fotossensibilidade à luz UV, uma vez que a luz UV é utilizada para matar bactérias
patogênicas em alguns purificadores de água. Este remédio é associado com tensão
nervosa prolongada levando a uma suscetibilidade para condições febris e convulsivas.
A pessoa está estressada a ponto de sofrer vertigens e, até ocorre um aumento na
quantidade de bactérias Proteus no intestino quando uma pessoa passa por uma
situação estressante.
Uma das funções do sal dentro da células é a transmissão dos sinais elétricos nervosos
quem vêm em flashes repentinos de comunicação em torno do corpo. A celeridade, a
associação com o sal e, o agravamento com as tempestades estão relacionados desta
forma e, realçam a rapidez e intensidade de todos os sintomas físicos e mentais.
Este quadro exteriorizado consome uma grande quantidade de energia e este remédio
tem um grande apetite, amenizado por comer. Proteus implora o que agrava,
principalmente ovos e carne. Se eles se entregam a sua ânsia por cerveja e vinho, eles
pagarão com ressacas terríveis. O ciclo ânsia-aversão-desejo é uma tônica de Proteus
SYCOTIC Co.
“Irritabilidade”
Você se irrita com qualquer coisa?
Bactéria diplococcus, como gonorréia, com fortes afinidades com as membranas
mucosas e o miasma sicótico. Tal como na gonorréia, a infecção com esta bactéria
resulta em estados de catarro crônico, colocando-a firmemente na esfera do Miasma
Sicótico, assim como Bach havia associado Morgan, e todas as suas condições para a
pele, com o Miasma Psórico. Patterson usou, com enorme sucesso, Sycotic Co para
tratar a gonorréia de soldados estacionados na Grã-Bretanha durante a 2ª Guerra
Mundial como uma espécie de “Medhorrinum alternativa”.
Pacientes que se ajustam à imagem deste remédio se deparam com todos os tipos de
medos. Do escuro, de ficar sozinhos e de cães. No quadro também existem convulsões
e epilepsia. São nervosos, irritados e tem estremecimentos, mas tentam esconder tudo
isso porque têm a tônica sicótica “medo da obscuridade”. Eles desejam ser notados e
aprovados. Isto é diferente de Gaertner, que é notoriamente nervoso e temeroso mas
com pouco cuidado quanto às consequências de sua aparência no seu status social.
Pacientes de Sycotic Co tendem a serem gordos e flácidos comparados à magreza de
Gaertner. Eles têm as doenças sicóticas manifestas por antecipação (‘exteriorizadas e que
saltam aos olhos numa primeira análise’). (They have the Sycotic ailments from anticipation - original).
Sycotic Co caracterizam-se por quadros catarrais, condições de irritação no aparelho
geniturinário e pulmões e, problemas gastrointestinais de acidez e diarréia. O muco é
espesso, esverdeado e abundante e os efeitos se localizam na garganta, seios da face e
pulmões, onde também podem ser asmáticos. Meningite, assim como condições de
inchaço, irritabilidade e raiva, podem pedir este remédio.
Há muitos casos de reações de irritação (suscetibilidade) a alimentos e a aero-alérgenos.
Eles têm propensão a irritações no trato geniturinário e, nas mucosas da cabeça e dos
pulmões.
Eles têm diarréia com prolapso do reto, condições ácidas, dores de cabeça e vômitos
com problemas digestivos e excitação emocional. Eles podem ter a Síndrome do Cólon
Irritável (IBS).
Eles são pacientes frios, sensíveis e pálidos, com a pele oleosa, com herpes e verrugas
e, que agravam pelo frio e as condições de umidade ainda que amenizada pela beira-
mar.
Diferentemente de Medhorrinum, eles são avessos a e, agravados por laranjas. Eles
também têm fortes problemas com ovos.
DYSENTERY Co
“Apreensão”
Você se preocupa antecipadamente?
Pacientes nervosos, muito apressados e com medo de que tudo que eles fazem é
errado ou está prestes a dar errado. Eles temem um desastre no futuro e isto os
coloca num eterno estado introvertido de extrema agitação (frenesi) que precipita em
queixas no estômago e coração. É o “nosódio do coração”.
A tônica “apreensão” é no sentido de terror, no espectro do medo.
Eles são hipersensíveis às criticas e se deparam com toda a sorte de tiques nervosos,
espasmos, e remexendo em seus sintomas de seu estado de introvertido com extrema
agitação. Eles ruborizam facilmente. Eles estão sempre em pânico e tudo parece ser um
calvário para eles. Eles estão com medo de sair, ainda têm claustrofobia, levando ao
tubercular sintoma de querer sair e desejando que estivessem com eles em casa quando
eles estão. Eles são tensos, inquietos, tonto-desorientados e extremamente ocupados.
Coram e gaguejam. É um bom remédio para depressão puerperal, mostrando facilmente
a imagem do prostrado/jogado em cansaço e depressão, com muito choro.
Eles clamam para liberar os efeitos das más notícias e são avessos à consolação.
Gostam de ficar muito tempo na cama se recuperando do estresse vivenciado. Melhoram
pelo calor e ao ar livre.
As principais queixas físicas centram-se nos nervos, coração, circulação e digestão.
Ao sentirem a tensão no epigástrio, eles tremem, transpiram, vomitam, têm diarréia,
urinam e brotam erupções cutâneas, de sua excitação. Eles vão “naufragando” e
sentindo sensações de choques elétricos.
Eles apresentam as queixas costumeiras dos nosódios intestinais para a pele e para o
aparelho digestivo, tendendo às diarréias e úlceras. Sua pele fende-se em rachaduras,
cura-se e reabre novamente. Começam as dores de cabeça cegantes, hemorragia nasal
e rinite.
É na afinidade para o coração que se destacam no entanto, como doenças do estresse,
sob a forma de palpitação, taquicardia e batimentos disparados. Há umas sensações
características de nervosismo e agitação, tanto no coração como no estômago.
Uma mistura entre sintomas de Ars, Arg-nit e Tuberculinum está bem caracterizada aqui,
junto com a frieza do nervoso Arsenicum e a melhora pelo ar fresco e livre.
POSFÁCIO
Lacs, Probióticos, Antibióticos e Autismo
Os Nosódios Intestinais foram desenvolvidos em meio ao contexto da época áurea dos
antibióticos. A medicina convencional tinha conquistado a doença e o futuro era brilhante.
A Homeopatia definhava, antes de reinventar-se, como resultado de várias décadas fora
dos limites do modelo mais convencional de tratamento da doença.
A ironia é que foi a nova fronteira da desafiante macrobiótica médica que trouxe os
nosódios intestinais para a Homeopatia, mas é só nos últimos anos que têm entrado
como remédios de potenciais recursos para os muitos danos que esse uso maciço,
dentro da medicina convencional, tem feito à flora intestinal de uma população usuária de
antibióticos. As bactérias ganharam uma guerra que elas não começaram e a moderna
biologia está começando a perceber que é uma guerra com nós mesmos. Que animais
outros se não nossas massas para colaborarem com as bactérias?
Bactérias superam nossas células vivas dentro de nosso próprio corpo num fator de dez
para um em relações simbióticas construídas sobre as tendências da natureza iniciadas
eras antes da chegada dos mamíferos. Renovam-se em uma taxa de reprodução medida
em minutos ao invés de anos, dando-lhes uma incomparável capacidade de adaptação a
ambientes em mudanças. Não é de admirar que o tema comum dos remédios feitos a
partir das bactérias intestinais seja a inquietação. Devido a essa fecundidade vemos
proliferar doenças resistentes a antibióticos, como por exemplo a MRSA, uma condição
criada e propiciada pelos antibióticos, os remédios miraculosos que o reino das
bactérias tem tomado a passos largos.
Por um lado, a medicina convencional busca eliminar todas as bactérias de uma pessoa
doente na esperança de matar umas poucas seletas patogênicas e por outro lado, as
vacinas injetam essas mesmas bactérias em nossa corrente sanguínea, em sistemas do
corpo que são menos hábeis para enfrentar este tipo de intervenção.
Os resultados são um presente florescer de desordens digestivas e de assimilação,
alergias e intolerâncias de todos os tipos com seus concomitantes sintomas sistêmicos e
comportamentais. Soa familiar? Isto porque você tem lido sobre elas nos retratos de
remédios listados acima. Nos nosódios intestinais temos ferramentas importantes para
corrigir desequilíbrios que temos criados por nossa incompreensão do papel que as
bactérias têm na nossa saúde.
Quando nasce uma criança, seu intestino é rapidamente preenchido por E. Coli e outras
bactérias não-fermentadoras da lactose apanhadas pela sua jornada através da vagina
da mãe. Os primeiros “probióticos” que naturalmente recebe são as espécies
Bifidobacterium, que são ingeridas com o leite materno, a partir do qual o remédio Lac
humanum é feito. Estes ajudam na digestão, reduzem as reações alérgicas e podem até
mesmo, impedir o crescimento de tumores. Do leite de vaca, queijo e alimentos
fermentados como o iogurte, chucrute, sopa de missô, kombucha, kefir e salmouras,
obtemos as espécies Lactobacillus. Essas bactérias auxiliam na digestão por quebrarem
a lactose (açúcar do leite) e proteínas, criarem enzimas digestivas e limitarem a faixa do
pH no intestino, tornando-o inóspito para as espécies patogênicas, fungos e outros
parasitas. O processo que começa com o leite materno e continua com uma dieta
saudável traz a nossa flora para um estado balanceadamente saudável, não muito ácida
e com um ecossistema que funciona em simbiose com nossas necessidades nutritivas,
tornando o organismo mais eficiente, nutrido e resistente às patologias.
O uso de alimentos formulados (industrializadas) e leite de vaca com os bebês quebra este
ciclo. É, posteriormente, ainda mais danificado pelo uso intenso de antibióticos no início
da vida. As bactérias não fermentadoras da lactose tornam-se predominantes, criando
suas próprias condições mais ácidas, um ambiente congestionado, prejudicando a
assimilação de nutrientes, congestionando o intestino e propiciando um ambiente séptico
muito mais favorável para as leveduras e parasitas como as verminoses (muitos dos
nosódios intestinais citados anteriormente têm verminoses em seu quadro). Eles podem
até penetrar na parede intestinal, causando a propagação de toxinas para outros
sistemas do organismo, comprometendo a imunidade geral.
As descrições do nosódios intestinais refletem esta influência das bactérias não-
fermentadoras da lactose na saúde humana e o impacto sistêmico de uma deficiente
assimilação alimentar. Hiperacidez na digestão com decorrentes úlceras, dores de
cabeça e ataques biliosos. Erupções e verrugas na pele das extremidades. Vômitos,
diarréias, constipação e toda uma série de intolerâncias alimentares, ânsias e alergias.
A falta de nutrição adequada e a liberação de toxinas leva a estados comportamentais
primários de medo, estresse, raiva e tensão nervosa; todos expressos nas características
dos remédios supra.
Na prática, Morgan Pure segue bem de Lac humanum. Isto faz sentido do ponto de vista
da flora intestinal e seu processo de desenvolvimento desde o nascimento. A conexão
entre os nosódios intestinais, os remédios Lac e os remédios feitos a partir de
substâncias envolvidas na nutrição, como o Lactic acid, Saccharinum officinarum e outros
açúcares, é um tema que merece mais investigações futuras.
Finalmente, refletindo em algumas das características dos remédios supra, que têm
períodos de falta de atenção, hiperatividade ou são temerosos e introspectivos. Verificou-
se de forma conclusiva que, a flora intestinal do espectro das crianças autistas,
hiperativas e ADD/HD, consistentemente mostram uma maior porcentagem de bactérias
não-fermentadoras da lactose. Os nosódios intestinais podem muito bem nos ajudar no
tratamento dessas condições que estão em ascensão na sociedade moderna, que por
sua vez, estão associados, embora haja controvérsias, tanto com os antibióticos quanto
com as vacinas.