1 Os movimentos sociais de autocuidado e auto-ajuda Alguns aspectos destacados – Derntl. AM &...
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Os movimentos sociais de autocuidado e auto-ajuda
Alguns aspectos destacados – Derntl. AM & Watanabe, HAW
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Fatores associados ao renascimento do movimento de autocuidado.
- Alterações no padrão de doenças, particularmente das agudas para as crônicas
- longevidade populacional
- contribuição potencial das habilidades de autocuidado na redução de dependência de cuidados profissionais e na limitação de incapacidades
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Fatores associados ao renascimento do movimento de autocuidado
- Esse movimento está associado, quando se trata de população idosa, a uma mudança ideológica da cura para a orientação do cuidado progressivo cujos pilares são a família e os serviços de atenção comunitária. Essa concepção de assistência pressupõe que a maioria dos idosos e mesmo dos deficientes não é incapacitada ou dependente.
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Fatores associados ao renascimento do movimento de autocuidado
- a autonomia dos idosos e dos deficientes tem sua base em um determinado grau de competência, ou capacidade funcional, sendo mais significativas as de autocuidado.
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Fatores associados ao renascimento do movimento de autocuidado
• A necessidade de avaliar a capacidade funcional introduziu uma nova área de estudos epidemiológicos e estimulou pesquisas utilizando escalas de avaliação da capacidade funcional para as atividades de vida diária. Nesses estudos,, o autocuidado está incluído no domínio dessas atividades.
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o termo AC
• O termo autocuidado passa a ser estudado como parte da competência para as atividades de vida diária. Isto explica a dificuldade de localizar bibliografia recente quando orientamos a busca pelo termo “autocuidado”.
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O termo AC
• Entretanto, a teoria do autocuidado, concebida por Dorothea Orem no início dos anos 1970 continua sendo considerada na assistência de enfermagem, dispondo-se de consistente volume de publicações na temática ac, geralmente da autoria de enfermeiros.
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O AC e o domínio dos profissionais
• O autocuidado, malgrado o prefixo “auto”, foi considerado domínio dos profissionais de saúde e do sistema de saúde, em um movimento mais amplo da medicina que teve seu auge nas décadas de 1950-60, inicialmente na Europa e EUA.
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O AC e o domínio dos profissionais
• Nesse período, a organização para a doença e para o seu tratamento e as interações entre médico e paciente refletiam a rápida expansão do sistema de atenção centrado no poder médico. O comportamento esperado do paciente resumia-se ao “cumprimento da prescrição médica”. As opiniões das pessoas, assim como a participação nas decisões sobre sua própria saúde não eram consideradas.
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Movimento de contracultura
• Evidencia-se, ao mesmo tempo, um movimento de contracultura, vindo desses mesmos consumidores dos serviços médicos:
- exigindo um domínio maior sobre suas questões de saúde. Essa tendência fortaleceu-se ao final da década de 1970, dando lugar a uma crítica radical ao sistema com evidente foco político e econômico. aumento do nível de instrução e de conhecimentos da população;
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Movimento de contracultura
- oferta de informações sobre questões de saúde e doença, por meio de veículos populares como a televisão, revistas dirigidas ao público feminino e outros;
- o foco, cada vez mais aceito pela população, sobre os direitos do consumidor;
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Movimento de contracultura
- o crescente movimento de interesse por formas de auto-ajuda e auto desenvolvimento veiculadas por meio de “pocket-books”, literatura de fácil leitura, geralmente apresentada na forma nominal “eu”, “você” e inúmeras outras formas de comunicação, quase sempre coloquial, tendo como objetivo mudanças no estilo de vida da pessoa.
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Movimento de contracultura
- o julgamento cada vez mais difundido sobre a falibilidade do sistema de saúde;
- o aumento dos custos dos cuidados médicos e
- as críticas ao sistema de cuidado centrado no hospital.
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Movimento de contracultura
- esses argumentos foram adotados, rapidamente, pelos movimentos sociais liderados em particular pelas feministas.
- para elas, a medicalização do nascimento e a manipulação da reprodução humana passaram a ser a base do seu discurso. Nesse quadro, o autocuidado expressava o desejo de autonomia e definia a autodeterminação e o desejo de independência em relação à autoridade médica.
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Movimento de contracultura
- sob o lema “Nossos corpos somos nós” foram publicados inúmeros manuais de autocuidado. Essa reviravolta iniciou-se nos EUA, principalmente com o fim da segunda guerra mundial (KICKBUSCH 1996. KATZ 1979).
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Movimento de contracultura
- preconizava-se a importância dos leitores serem “atores de sua própria saúde” alertando que, “no caminho para a saúde e até ao marco final do tratamento médico, existem muitas opções”. O movimento de auto-ajuda, (que apresentava inúmeras facetas), difundiu-se com tanta rapidez que alguns autores consideraram esse período“ a década da auto-ajuda”. (KICKBUSCH 1996)
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Críticas ao movimento de ac
- tanto o autocuidado quanto o movimento da auto-ajuda e seu funcionamento social são contribuições que sofreram críticas por parte de alguns setores da saúde (CRAWFORD 1977, KATZ 1979, KATZ E LEVIN 1980).
- Argumentou-se que esses grupos poderiam perpetuar desigualdades: aliviando a pressão social sobre o sistema de saúde, os grupos de auto-ajuda (e por conseguinte, de autocuidado) estariam colaborando para perpetuar as disparidades entre os recursos aplicados na assistência médica e aqueles aplicados em prevenção.
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Críticas ao movimento de ac
• Outro argumento apresentado agora por EDWARSON e DEAN (1999) é que o autocuidado pode ser:
- inadequado se a pessoa falha em buscar cuidado profissional para sintomas ou doenças para os quais não tem conhecimentos ou habilidades para lidar;
- economicamente inapropriado se o indivíduo se endividar com cuidados ineficazes quando assistência profissional ou práticas de autocuidado menos custosos são acessíveis.
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Críticas ao movimento de ac
- esses movimentos poderiam ajudar a expandir desigualdades no acesso ao sistema formal de cuidado.
- a suposição que, freqüentemente, esses grupos servem mais àqueles que estão mais ativamente interessados (membros de associações, por exemplo), em prejuízo daqueles que não são localizados ou não estão filiados.
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Críticas ao movimento de ac
- segundo essa crítica, os mais envolvidos são geralmente da classe média, com relativa instrução, portanto, mais esclarecidos sobre questões de doença e incapacidade.
- esses grupos estariam reforçando e valorizando esses problemas, admitindo que são parte da vida humana e da comunidade, desvalorizando assim, eventualmente, a instalação de programas de combate ou erradicação.
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Críticas ao movimento de ac
- a discussão iniciada por CRAWFORD (1977) está baseada em parte na ideologia “da culpa das vítimas”. Com essa provocação, ele argumenta que a vítima pode ser considerada culpada pelas doenças que eventualmente venha a contrair e assim, ele desvirtua o verdadeiro significado do movimento - a responsabilidade pela própria saúde.
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Conceitos de AC
• Há definições conflitantes e contrastantes sobre o intento e a implementação do conceito de autocuidado. LEVIN, KATZ e HOLST (1976) o definem como “processo por meio do qual uma pessoa leiga atua em seu próprio interesse na promoção da sua saúde e na prevenção e na detecção da doença e no seu tratamento no nível de recursos primários de saúde no sistema de saúde”.
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Conceitos de AC
- o autocuidado compreende todas as ações e decisões de uma pessoa para prevenir, diagnosticar e tratar sua doença e todas as atividades individuais dirigidas à manutenção e melhoria da sua saúde. Inclui as decisões de utilizar tanto o sistema formal como o informal para essas ações (COPPARD, 1985).
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Conceitos de AC
- Orem (1991), define o autocuidado como “a prática de atividades que uma pessoa inicia e realiza por sua própria vontade para manter a sua vida, saúde e bem estar”. Ela afirma ainda que o autocuidado é uma conduta aprendida e que é o resultado de experiências cognitivas culturais e sociais.
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O AC e a Promoção da Saúde
O movimento do ac concretizado na Primeira
Conferencia Internacional de Promoção da Saúde com a publicação da Carta de Ottawa, (Brasil, 2001) em novembro de 1986, orienta uma releitura de alguns aspectos desses conceitos, principalmente quanto ao entendimento de que o autocuidado não pode mais ser concebido como “as ações dirigidas primordialmente para a modificação de estilos de vida prejudiciais à saúde”, mas alertando para os valores e determinantes sócio-econômico-culturais que deverão ser o ponto de partida do processo.
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O autocuidado a deficiência e o envelhecimento
• A adoção do autocuidado como estratégia de cuidado nas situações de deficiência e velhice harmoniza-se com as atividades propostas para a efetivação da promoção da saúde em termos de desenvolvimento de atitudes pessoais e da aquisição de habilidades e conhecimentos que permitam adotar condutas favoráveis à saúde (QUINTERO, 1994)
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O autocuidado a deficiência e o envelhecimento
• Existe uma aproximação entre a discussão sobre envelhecimento e o tema da deficiência pois com o envelhecimento da população o principal grupo de deficiências encontra-se entre os idosos.
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O autocuidado a deficiência e o envelhecimento
• O modelo social da deficiência é uma discussão extensa sobre políticas de bem- estar e de justiça social em que a explicação médica para a exclusão não é mais considerada suficiente.
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A prática do ac
• Deve-se reconhecer que a maioria dos idosos e deficientes vivendo em comunidade, não só têm a capacidade física e cognitiva para aprender formas de autocuidado e praticá-las, mas também são capazes de transmiti-las a outrem.
• Entretanto, os profissionais de saúde e mesmo os idosos/def questionam algumas vezes essa competência devido a concepções equivocadas e estereótipos que relacionam velhice/def com incapacidade e perda de interesse pela vida.
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A prática do ac
• Por outro lado, é freqüente “roubarmos” às pessoas idosas/def a capacidade de autocuidado, em nome da eficiência e proteção.
• Em favor da importância do autocuidado para os idosos, nunca é demais lembrar que enquanto o número de doenças tende a aumentar com o envelhecimento, a correlação da capacidade funcional com a idade não é considerada tão importante. Muitos idosos/def permanecem em seus lares e mantêm sua capacidade funcional para o autocuidado mesmo com idade muito avançada. (WHO 1980 citado por DEAN 1986)
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Comportamentos de autocuidado na velhice/deficiência
• A motivação individual e a qualidade estimulante do ambiente, além da capacidade funcional, são as principais áreas de atenção para os comportamentos de autocuidado na velhice. DEAN (1986)
• Os padrões de comportamento aprendidos por toda a vida, principalmente com a família e a rede de suporte social mais próxima são reforçados na velhice, quando os mais íntimos se dedicam a “reeducar” o idoso.
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Modelo para aprendizagem de adultos
• O modelo para a aprendizagem de adultos desenvolvido por Knowles e apresentado por QUINTERO (1994) pode ser uma excelente referência para os profissionais de saúde que estão envolvidos com programas de atenção à população idosa, deficientes e seus familiares. O modelo estabelece que “a relação entre o profissional e a pessoa é de reciprocidade, igualdade e democracia e que a experiência de vida da pessoa constitui o eixo sobre o qual se assenta o processo”.
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Modelo para aprendizagem de adultos
• Baseia-se nos seguintes pressupostos: - necessidade de conhecer: os adultos precisam
conhecer a razão pela qual devem aprender algo, antes de adotar idéias e comportamentos novos.
- o autoconceito daquele que aprende: os adultos se percebem a si mesmos e desejam ser percebidos como pessoas capazes de tomar suas próprias decisões e de responsabilizar-se por elas e por suas vidas. Daí a importância da sua participação nos planos de ação que os afetam e nas decisões sobre questões de sua saúde. “nenhum adulto aprenderá sob condições que não sejam congruentes com seu autoconceito.
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Modelo para aprendizagem de adultos
- a experiência daquele que aprende: à medida que aumenta a idade, aumenta a experiência individual de vida e esta será a referencia para a aprendizagem. A experiência de vida pode funcionar como barreira para a aquisição de novos conhecimentos e comportamentos.
- a disposição para aprender: os adultos se sentem dispostos a aprender coisas que necessitam saber e fazer a fim de enfrentar sua situação real de vida; quer dizer, dispõem-se a aprender aquilo que resulte de utilidade prática.
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Modelo para aprendizagem de adultos
- a motivação para aprender: os adultos se sentem motivados a aprender aquilo que os ajudará a realizar tarefas ou a lidar melhor com seus problemas, de forma que adquirem novos conhecimentos e destrezas e até mudam seus valores quando o material de aprendizagem se apresenta num contexto possível de ser aplicado à sua vida real. A motivação é o elemento determinante da aprendizagem dos adultos.
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Modelo para aprendizagem de adultos
• Sobre esse modelo, QUINTERO (1994) acrescenta uma observação tranqüilizadora: “as considerações e postulados sobre o aprendizado dos adultos podem ser extrapolados e aplicados, na sua totalidade, à população idosa e deficiente”
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Modelo para aprendizagem de adultos
• A gravidade de episódios de doenças são encontradas mais freqüentemente por pessoas que:
- eram divorciadas ou viúvas; - avaliavam sua saúde como ruim; - respondiam ao stress fazendo uso de
medicamentos ou tentando se esquecer de seus problemas;
• expressavam grande fé na capacidade da ciência médica para preservar ou recuperara a saúde e nos benefícios da farmacopéia
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Modelo para aprendizagem de adultos
• Fatores que não sofrem influência da idade ou da deficiência por si só, mas que emergem da estrutura social, cultural ou de vida pessoal moldam o autocuidado através da experiência de adoecer (DEAN, 1986).
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Modelo para aprendizagem de adultos
• A concepção de saúde-doença é determinada historicamente e diferentes coortes populacionais podem ter atitudes diferentes no que diz respeito à saúde e ao seu cuidado. Pessoas que nasceram no início do século XX cresceram e foram educadas em uma época de grandes avanços científicos nas áreas biológicas e médicas e na qual não se questionava a autoridade médica.
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Modelo para aprendizagem de adultos
- por outro lado, os jovens de hoje estão crescendo em um período em que se reconhece a limitação da medicina e a importância dos fatores sociais e do comportamento individual sobre a saúde.
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Modelo para aprendizagem de adultos
- dessa forma, conclui-se que não é a idade ou a deficiência, mas os valores adquiridos ao longo da vida e a própria história de vida que influenciam as decisões das pessoas no que diz respeito ao seu próprio cuidado.
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Modelo para aprendizagem de adultos
- o estereótipo do idoso que com o passar dos anos vai perdendo capacidades e poder para influir sobre sua própria saúde pode determinar de sua parte uma atitude passiva e paliativa na manutenção da sua saúde, fazendo com que as ações do dia-a-dia que a mantêm sejam reduzidas.
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Modelo para aprendizagem de adultos
- por outro lado, necessitar de ajuda para as atividades de vida diária não está associado obrigatoriamente à falta de engajamento no autocuidado (NORBURN e col 1995).
- dificuldades para mobilidade e para as atividades de vida diária podem ser obstáculos para o autocuidado: incluem o uso de equipamentos (por exemplo: bengala, andador, calçadeiras), adaptações no ambiente e mudanças de comportamento (por exemplo, para os que têm incontinência: consumir pouco líquido e ir ao toalete antes de sair para algum compromisso).
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Modelo para aprendizagem de adultos
• O autocuidado é, de certa forma, a expressão do saber acumulado pela pessoa ao longo da vida. É também um instrumento de adaptação às limitações e às perdas tb. na velhice. O conhecimento da história de vida do idoso/deficiente, sua posição no seu meio social e na família e o significado que ele dá à sua existência são, ao lado da avaliação da sua capacidade funcional, formas de presumir seu potencial para um determinado grau de autonomia e participação na sociedade.
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conclusões
- conclui-se que os movimentos de autocuidado, auto-ajuda e autonomia em saúde representam uma reação popular espontânea a alguns aspectos do sistema de saúde, particularmente à tecnologia médica mais sofisticada.
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conclusões
- as mesmas tendências e os mesmos argumentos, consolidados nos anos 70 nos países mais desenvolvidos, são defendidos um pouco mais tarde por setores da sociedade brasileira.
- destaca-se a Constituição de 1988 que introduziu importantes modificações, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Os conceitos de cidadão e cidadania são incorporados aos discursos oficiais e compreendidos pela população.
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conclusões
- nota-se também, cada vez mais, um acentuado crescimento do sistema informal de suporte e assistência, além de uma variedade de uso das práticas não convencionais em saúde.