1. Caderno de resumos

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Museu Paraense Emílio Goeldi Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação IV SEMINÁRIO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL DO MUSEU GOELDI Dinamização das Pesquisas Estratégicas sobre a Amazônia no Museu Paraense Emílio Goeldi 28 de novembro a 1 de dezembro de 2011 Auditório Dr. Paulo Cavalcante Campus de Pesquisa do MPEG Av. Perimetral, 1901 Belém-Pará caderno de resumos.indd 1 09/11/2011 13:02:34

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Museu Paraense Emílio GoeldiCoordenação de Pesquisa e Pós-Graduação

IV SEMINÁRIO DO PROGRAMA DECAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL

DO MUSEU GOELDIDinamização das Pesquisas Estratégicas sobre a

Amazônia no Museu Paraense Emílio Goeldi

28 de novembro a 1 de dezembro de 2011

Auditório Dr. Paulo Cavalcante Campus de Pesquisa do MPEG

Av. Perimetral, 1901Belém-Pará

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Governo do Brasil

Presidente – Dilma RousseffMinistro da Ciência, Tecnologia e inovação – Aloízio Mercadante

Museu Paraense eMílio GoeldiDiretor: Nilson Gabas Jr.

Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação: Ulisses GalattiCoordenador de Comunicação e Extensão: Nelson Rodrigues Sanjad

ProGraMa de CaPaCiTação insTiTuCional (PCi)Comitê interno

Presidente: Ana Vilacy Moreira GalúcioMembros : Anna Luiza Ilkiu-Borges

Aldeides de Oliveira Camarinha Horácio Higushi

José Francisco Berredo R. da SilvaJosé de Souza e Silva Junior

Maria de Nazaré do Carmo BastosMaria Astrogilda Ribeiro da SilvaMaria de Lourdes Pinheiro Ruivo

Orlando Tobias SilveiraVera Lúcia C. Guapindaia

Wanda Okada

Comitê externo de avaliaçãoDra. Ana Cristina Andrade de Aguiar (UFPA)

Dra. Helena Lima – Universidade Federal do Amazonas (UFAM)Dr. Lucivaldo Barros – Universidade Federal do Pará (UFPA)

Dra. Maria Cristina Esposito - Universidade Federal do Pará (UFPA)Dr. Orangel Aguilera – Universidadad Nacional Francisco Miranda, Venezuela

Dra. Pascale de Robert – Institut de Recherche pour le Développement (IRD/França)

iv seminário do Projeto de Capacitação institucional

RealizaçãoMuseu Paraense Emílio Goeldi/MCTI

Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação

Coordenação e ExecuçãoAna Vilacy Galúcio

Anna Luiza Ilkiu-BorgesCarmem S. Miranda

Maria das Graças Santos

Equipe EditorialIraneide Silva, Andréa Pinheiro

Ezequiel Noronha Jr., Angela Botelho, Tereza Lobão

PatrocínioMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Apresentação

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) participa, desde 2005, do Programa de Capacitação Institucional do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) que visa à implementação de subprogramas de capacitação institucional nos Institutos de Pesquisa do MCTI para viabilizar a execução de projetos científicos e tecnológicos de acordo com a Política Nacional de CT&I.

O Programa de Capacitação Institucional (PCI) ao reunir ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em todas as áreas de atuação do MPEG, espelha a própria missão institucional de “realizar pesquisas, promover a inovação científica, formar recursos humanos, conservar acervos e comunicar conhecimentos nas áreas de ciências naturais e humanas relacionadas à Amazônia”. A agregação de pessoal qualificado para integrar os projetos e programas institucionais, através do PCI/MPEG, também tem grande impacto para a dinamização das pesquisas em áreas estratégicas para a instituição e para toda a região.

O IV Seminário PCI/MPEG é uma oportunidade para apresentação e discussão dos trabalhos desenvolvidos no biênio 2010-2011, bem como avaliação dos projetos e sua inserção no âmbito do objetivo geral do Programa PCI/MPEG. A publicidade e expansão das pesquisas e seus resultados visa incentivar e fortalecer as pesquisas e projetos de desenvolvimento tecnológico desenvolvidos no âmbito do PCI/MPEG.

Os projetos apresentados estão agrupados em grandes áreas, envolvendo temáticas estratégicas para o entendimento da relação homem-natureza-sociedade na Amazônia: Sistemas naturais e diversidade biológica, Dinâmicas socioculturais e ocupação humana, Comunicação da Científica na Amazônia.

Convidamos a todos para participar e discutir com os bolsistas e seus orientadores os resultados dessas pesquisas e os impactos para a geração de conhecimento na e sobre a região amazônica, sempre com foco na interação homem-sociedade-natureza.

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Sumário

Programa...........................................................................................................................

dinâmicas socioculturais e ocupação humana na amazônia

Estudo iconográfico da figura humana na cerâmica das coleções arqueológicas de Santarém e Monte Alegre armazenadas na Reserva Técnica Mário Ferreira Simões/MPEG.............................................................

Hannah Fernandes Nascimento

Estudo e documentação da língua Arara (Karíb)..........................................................Ana Carolina Ferreira Alves

O movimento em defesa dos portos públicos da cidade de Belém e a gentrificação da orla pelo Portal da Amazônia..............................................................

Jakson Silva da Silva

Contextualização histórica e análise mineralógica do material lítico polido do Acervo Arqueológico do Museu Goeldi..........................................................

João Aires da Fonseca

Feições topográficas e a formação de antrosolos em sítios arqueológicos na Amazônia ............................................................................................

Morgan J. Schmidt

Cacos da pré-história litorânea: A cerâmica Mina na Região do Salgado Paraense ..........................................................................................

Elisangela Regina de Olivera

O estudo de microvestígios botânicos no â mbito do Projeto Salobo, Sudeste do Pará ...............................................................................................................

Leandro Matthews Cascon

Arqueobotânica no Sudeste do Pará: primeiros resultados de análises de macro restos botânicos recuperados no âmbito do Projeto Salobo ..................................................................................................................

Caroline Fernandes Caromano

Diagnóstico socioeconômico da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará......................André Luiz de Rezende Cardoso

O Museu Paraense Emílio Goeldi e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável da Amazônia: cenários futuros....................................

Antônio S. F. Pinheiro

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sistemas naturais e diversidade biológica na amazônia

Estudos qualitativos e quantitativos dos resíduos sólidos recicláveis geradosno Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, no âmbito do programa de coleta seletiva solidária............................................................................

Rosana Oliveira Nascimento

O Ciclo biogeoquímico do carbono no rio Curuá e na Baía de Caxiuanã(Melgaço-PA).....................................................................................................................

Maridalva M. Ribeiro

Atributos de sustentabilidade de recursos naturais: estrutura e dinâmica de solos alterados sob sistemas de plantio direto em cultivos perenes e anuais .........

Jorge Luiz Piccinin

Uso de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto óptico para geração de atlas e de mapa de vulnerabilidade ambiental da costa paraense.........................................................................................

Francileide de Fátima Rocha Souza

Ecologia de paisagem aplicada à análise ambiental da planíciecosteira do município de Quatipuru, Pará. ..................................................................

Benedito de Souza Ribeiro Neto

Análise da paisagem a partir da elaboração de banco de dados geográficos e informações de inventários florísticos e estruturais do centro de endemismo Belém. ..................................................................................

Wanja Janayna de Miranda Lameira

Análise do Desflorestamento ao Longo da Rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163)......Andreia Campos Tavares

Análise estrutural e histoquímica de espécies vegetais de uso tradicionalantimalárico: Parahancornia fasciculata (Poir.) Benoist (Apocynaceae)...................

Ana Carla Feio dos Santos

Novidades taxonômicas sobre o gênero Passiflora L. na Amazônia brasileira..........Ana Kelly Koch

Impacto do estresse hídrico artificial sobre comunidades de plantas de sub-bosque na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil.................................

Denise de Andrade Cunha

Influência do estresse hídrico artificial em uma comunidade de lianas do sub-bosque na floresta de terra firme da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil......................

Darley C. Leal Matos

Caracterização morfoanatomica de frutos e sementes de Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. e Theobroma subincanum Mart. (Malvaceae)............

Silvana de Fátima Rodrigues Rocha

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Identificação das exsicatas de matrizes (voucher) da coleção de plântulas do Herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG), Belém-Pará.............................

Francismeire Bonadeu da Silva

Etnobotânica e comercialização de espécies fibrosas em Municípios do Distrito Florestal Sustentável da BR-163.................................................................

Ronize da Silva Santos

O uso de recursos agroextrativistas nas comunidades da Gleba Nova Olinda I – Pará, Brasil.................................................................................

Pedro Glécio Costa Lima

Inventário da Araneofauna do Platô do Rio Juruti, Pará..............................................Nayane Bastos

Mapeamento e análise da distribuição de exemplares de Vespas das famílias: Sphecidae, Crabronidae, Pompilidae e Vespidae (Eumeninae)da Coleção de Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi (Insecta, Hymenoptera)...........................................................................

Suzanna de Sousa Silva

Mapeamento e análise da distribuição de Mutillidae: (Hymenoptera, Vespoidea) da Coleção de Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi...............................

Suelen Cristina da Silva Cruz

Descrição das espécies novas do gênero Neoxyphinus (Araneae, Oonopidae), da região neotropical, com base em imagens de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).................................................................

Naiara Abrahim dos Santos

Utilização de técnicas de enriquecimento ambiental na melhora da qualidadede vida de dois espécimes de onça pintada (Panthera onca)do Parque Zoobotânico do MPEG..................................................................................

Thatiana Andrade de Figueiredo

Estudo reprodutivo natural e artificial do guará vermelho Eudocimus ruber (Linnaeus, 1758), em cativeiro no ParqueZoobotânico Museu Paraense Emilio Goeldi e no Parque Mangal das Garças, Belém – PA......................................................................

Andreza da Costa Ferreira

Descrição de duas novas espécies de Typhlops do Brasil(Serpentes: Typhlopidae).................................................................................................

Ariane Auxiliadora Araújo Silva

Filogeografia e história evolutiva dos macacos-prego, Cebus apella(Linnaeus, 1758) (Primates, Cebidae)...........................................................................

Marcela Guimarães Moreira Lima

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Comunicação da Ciência na amazônia

O Museu Paraense e a representação do Estado do Pará na ExposiçãoInternacional da Indústria e do Trabalho em Turim (1911)........................................

Anna Raquel de Matos Castro

Guia das Publicações de Zoologia Produzidas pela Comissão Rondon: com índice bibliográfico e numérico.............................................................................

Lucidalva Ferreira Barroso

Implantação de métodos científicos de avaliação contínua da comunicação museal......................................................................................................

Kátia Rosane Brito Fontelle

Design e aplicação de jogos educativos no ensino de ciências..................................Edson Luiz Costa Lopes

Inclusão social em museografia: projetos expositivos para deficientes visuais........Martha do Socorro Lima de Carvalho

O Clube do Pesquisador Mirim e a iniciação científica com alunos surdos:um dicionário ilustrado da fauna e flora amazônica....................................................

Deusa Priscila da Silva Resque

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ProGraMa

dia 28/11 (segunda-feira, tarde)

14 h Sessão de AberturaDr. Nilson Gabas Jr. - Diretor do MPEGDr. Ulisses Galatti - Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação MPEG Dra. Ana Vilacy Galucio - Presidente da Comissão de Avaliação PCI/MPEG

14h30 Palestra de Abertura: Água, Sociedade e Meio Ambiente Palestrante: Prof. Antônio Pereira Junior (ITAM)

sessão 1: dinâmicas socioculturais e ocupação humana na amazônia

15h30 Estudo iconográfico da figura humana na cerâmica das coleções arqueológicas de Santarém e Monte Alegre armazenadas na Reserva Técnica Mário Ferreira Simões/MPEG Hannah Fernandes Nascimento

16 h Estudo e documentação da língua Arara (Karíb) Ana Carolina Ferreira Alves

16h30 O movimento em defesa dos portos públicos da cidade de Belém e a gentrificação da orla pelo Portal da Amazônia Jakson Silva da Silva

dia: 29/11 (terça-feira, manhã)

sessão 2: dinâmicas socioculturais e ocupação humana na amazônia

8h30 Contextualização histórica e análise mineralógica do material lítico polido do Acervo Arqueológico do Museu Goeldi João Aires da Fonseca

9h Feições topográficas e a formação de antrosolos em sítios arqueológicos na Amazônia Morgan J. Schmidt

9h30 Cacos da pré-história litorânea: a cerâmica Mina na Região do Salgado Paraense Elisangela Regina de Olivera

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10h O estudo de microvestígios botânicos no âmbito do Projeto Salobo, Sudeste do Pará Leandro Matthews Cascon

10h30 Arqueobotânica no Sudeste do Pará: primeiros resultados de análises de macro restos botânicos recuperados no âmbito do Projeto Salobo Caroline Fernandes Caromano

sessão Painel • Diagnóstico socioeconômico da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará

André Luiz de Rezende Cardoso• O Museu Paraense Emílio Goeldi e sua contribuição para o

desenvolvimento sustentável da Amazônia: cenários futuros Antônio S. F. Pinheiro

intervalo

dia: 29/11/2011 (terça-feira, tarde)

sessão 3: sistemas naturais e diversidade biológica na amazônia

14h Estudos qualitativos e quantitativos dos resíduos sólidos recicláveis gerados no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, no âmbito do programa de coleta seletiva solidária

Rosana Oliveira Nascimento

14h30 O Ciclo biogeoquímico do carbono no rio Curuá e na Baía de Caxiuanã (Melgaço-PA) Maridalva M. Ribeiro

15h Atributos de sustentabilidade de recursos naturais: estrutura e dinâmica de solos alterados sob sistemas de plantio direto em cultivos perenes e anuais

Jorge Luiz Piccinin

15h30 Uso de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto óptico para geração de atlas e de mapa de vulnerabilidade ambiental da costa paraense Francileide de Fátima Rocha Souza

16h Ecologia de paisagem aplicada à análise ambiental da planície costeira do município de Quatipuru, Pará Benedito de Souza Ribeiro Neto

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16h30 Análise da paisagem a partir da elaboração de banco de dados geográficos e informações de inventários florísticos e estruturais do centro de endemismo Belém Wanja Janayna de Miranda Lameira

sessão Painel • Análise do desflorestamento ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163)

Andreia Campos Tavares

dia: 30/11/2011 (quarta-feira, manhã)

sessão 4: sistemas naturais e diversidade Biológica na amazônia

8h30 Análise estrutural e histoquímica de espécies vegetais de uso tradicional antimalárico: Parahancornia fasciculata (Poir.) Benoist (Apocynaceae) Ana Carla Feio dos Santos

9h Novidades taxonômicas sobre o gênero Passiflora L. na Amazônia brasileira Ana Kelly Koch

9h30 Impacto do estresse hídrico artificial sobre comunidades de plantas de sub-bosque na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil Denise de Andrade Cunha

10h Influência do estresse hídrico artificial em uma comunidade de lianas do sub-bosque na floresta de terra firme da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil Darley C. Leal Matos

10h30 Caracterização morfoanatomica de frutos e sementes de Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. e Theobroma subincanum Mart. (Malvaceae) Silvana de Fátima Rodrigues Rocha

sessão Painel

• Identificação das exsicatas de matrizes (voucher) da coleção de plântulas do Herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG), Belém – Pará Francismeire Bonadeu da Silva

• Etnobotânica e comercialização de espécies fibrosas em municípios do Distrito Florestal Sustentável da BR-163 Ronize da Silva Santos

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• Uso de recursos agroextrativistas nas comunidades da Gleba Nova Olinda I – Pará, Brasil Pedro Glécio Costa Lima

intervalo

dia: 30/11/2011 (quarta-feira, tarde)sessão 5: sistemas naturais e diversidade biológica na amazônia

14h Inventário da araneofauna do platô do rio Juruti, Pará Nayane Bastos

14h30 Mapeamento e análise da distribuição de exemplares de Vespas das famílias: Sphecidae, Crabronidae, Pompilidae e Vespidae (Eumeninae) da Coleção de Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi (Insecta, Hymenoptera) Suzanna de Sousa Silva

15h Mapeamento e análise da distribuição de Mutillidae: (Hymenoptera, Vespoidea) da Coleção de Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi Suelen Cristina da Silva Cruz

15h30 Descrição das espécies novas do gênero Neoxyphinus (Araneae, Oonopidae), da região neotropical, com base em imagens de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) Naiara Abrahim dos Santos

16h Utilização de técnicas de enriquecimento ambiental na melhora da qualidade de vida de dois espécimes de onça pintada (Panthera onca) do Parque Zoobotânico do MPEG Thatiana Andrade de Figueiredo

16h30 Estudo reprodutivo natural e artificial do guará vermelho Eudocimus ruber (Linnaeus, 1758), em cativeiro no Parque Zoobotânico Museu Paraense Emilio Goeldi e no Parque Mangal das Garças, Belém-PA Andreza da Costa Ferreira

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sessão Painel

• Descrição de duas novas espécies de Typhlops do Brasil (Serpentes: Typhlopidae) Ariane Auxiliadora Araújo Silva

• Filogeografia e história evolutiva dos macacos-prego, Cebus apella (Linnaeus, 1758) (Primates, Cebidae) Marcela Guimarães Moreira Lima

dia: 01/12/2011 (quinta-feira, manhã)sessão 6: Comunicação da Ciência na amazônia

8h30 O Museu Paraense e a representação do Estado do Pará na Exposição Internacional da Indústria e do Trabalho em Turim (1911) Anna Raquel de Matos Castro

9h Guia das publicações de Zoologia produzido pela Comissão Rondon: com índice bibliográfico e numérico Lucidalva Ferreira Barroso

9h30 Implantação de métodos científicos de avaliação contínua da comunicação museal Kátia Rosane Brito Fontelle

10h Design e aplicação de jogos educativos no ensino de ciências Edson Luiz Costa Lopes

10h30 Inclusão social em museografia: projetos expositivos para deficientes visuais Martha do Socorro Lima de Carvalho

11h O Clube do Pesquisador Mirim e a iniciação científica com alunos surdos: um dicionário ilustrado da fauna e flora amazônica Deusa Priscila da Silva Resque

encerramento

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DINÂMICAS SOCIOCULTURAIS EOCUPAÇÃO HUMANA NA AMAZÔNIA

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17IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

Estudo iconográfico da figura humana na cErâmica das colEçõEs arquEológicas dE santarém E montE alEgrE

armazEnadas na rEsErva técnica mário fErrEira simõEs/mPEg

Hannah Fernandes Nascimento1

Esta pesquisa apresenta o estudo técnico e iconográfico das representações humanas presentes na cerâmica arqueológica de Monte Alegre e Santarém, Estado do Pará. As coleções pesquisadas foram organizadas por Frederico Barata e Peter Hilbert, além de peças doadas e sem informação de doador. As peças foram identificadas a partir de sua procedência e em seguida analisados os aspectos técnicos. Duas formas de apresentação da figura humana foram notadas: a figura completa ou apenas a representação de cabeça. Em ambas as formas, consideramos sua ocorrência, a técnica de manufatura empregada e a nomenclatura de sua forma. Estas variáveis estavam condicionadas ao local da representação no objeto, a parte da figura humana representada e, quando possível, a identificação de sua postura. Os adornos faciais e corporais também foram analisados e classificados quanto ao tipo e técnica de confecção empregada. Todas as peças foram fotografadas e as mais representativas foram desenhadas. As informações obtidas foram repassadas para uma ficha de análise específica que foi a base para a criação de um banco de dados no programa Microsoft Access, permitindo a tabulação e análise dos dados. Ao total foram identificadas 32 representações humanas entre estatuetas, cariátides e apêndices antropomorfos. A modelagem foi a técnica de manufatura empregada em todos os objetos, sendo as técnicas de modelagem, os apliques em botão e a incisão as mais utilizadas para a definição dos elementos faciais, dos membros, dos adornos faciais e corporais. Uma tipologia dos elementos representativos da figura humana foi criada para classificar cada representação. A ocorrência de apêndices e estatuetas mais grosseiros sugere um desenvolvimento no modo de representar iconograficamente a figura humana. Observamos, por fim, que algumas representações como as estatuetas e as cariátides são próprias da cultura arqueológica Tapajônica, o que confirma a influência desta na região de Monte Alegre.

Palavras-chave: Iconografia humana; Cerâmica arqueológica; Monte Alegre; Santarém.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Edithe Pereira.

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18 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

Estudo E documEntação da língua arara (Karíb)

Ana Carolina Ferreira Alves1

O projeto “Documentação e Estudo da Língua Arara” se enquadra no âmbito do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas do Museu Paraense Emílio Goeldi e também na fase de implementação do correspondente Acervo Digital Permanente. Face à crescente preocupação com a preservação do patrimônio cultural brasileiro, do qual as línguas e culturas indígenas fazem parte, o presente projeto de pesquisa visou continuar a documentação e o estudo científico da língua Arara. O trabalho inclui análise linguística e etapas de documentação em áudio e vídeo digitais de aspectos possíveis da língua e cultura desse povo. Os procedimentos de execução contaram com tecnologia moderna aplicada à documentação de línguas, como softwares especializados e a Tecnologia de Arquivamento Linguístico (LAT-Language Archiving Technology). Tanto os dados de Arara já existentes no Museu Goeldi, quanto os dados adquiridos no decorrer da pesquisa, foram padronizados, categorizados e catalogados para que fossem inseridos no acervo. Como resultado, é descrita a organização atual do conteúdo inserido em tal acervo digital. Do ponto de vista linguístico, o sistema fonológico da língua é apresentado brevemente para introduzir o início dos estudos do sistema de pronomes pessoais. O presente trabalho possibilita o avanço científico da região por meio do conhecimento linguístico específico sobre a língua Arara. Além disso, garante a salvaguarda de elementos linguístico-culturais desse povo, ressaltando a importância desta parcela do seu patrimônio imaterial.

Palavras-chave: Língua Arara do Pará; Pesquisa de Campo em Linguística; Linguística descritiva; Sistema fonológico; Pronomes pessoais.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Ana Vilacy Galucio.

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19IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

o movimEnto Em dEfEsa dos Portos Públicos da cidadE dE bElém E a gEntrificação da orla PElo Portal da amazônia

Jakson Silva da Silva1

Esse trabalho busca discorrer de forma critica sobre o processo de urbanização planejada pela Prefeitura de Belém na orla da Avenida Bernardo Sayão. Optou-se por analisar os “efeitos colaterais” do projeto Portal da Amazônia na vida ribeirinha, na forma como ela se desenvolve nos portos públicos da Palha e do Açaí e nos seus entornos, que configuram importantes espaços identitários dos bairros do Jurunas e Guamá. Em oposição a esse projeto de gentrificação de um espaço essencialmente popular, um movimento social reúne ribeirinhos e usuários dos portos. Analisando o Portal da Amazônia não é difícil ver suas contradições técnicas que revelam, no campo político e administrativo da cidade, a total desarticulação das secretarias e dos órgãos públicos. Essa desarticulação tem seus efeitos sobre a sociedade civil e, particularmente, sobre a população pobre que necessita dos portos para sobreviver. Ademais, o projeto avança de forma obscura, sem qualquer critério de transparência pública. A pesquisa se fundamentou na metodologia da história oral, buscando informações, sobretudo da relação entre o poder público e os moradores, trabalhadores e lideranças comunitárias dos portos. Tem sido também importante produzir interpretações com esses grupos sociais acerca do processo histórico de ocupação do solo na orla, uma vez que esse processo faz parte da produção da cidade como um espaço múltiplo e diversificado de culturas e lutas políticas. Assim, pretende-se jogar luz sobre esse processo de gentrificação dessas margens de Belém, bem como na luta dos movimentos sociais ribeirinhos que reivindicam direitos à cidade. Palavras-chave: Resistência ribeirinha; Portos da Palha e do Açaí; Gentrificação; Portal da Amazônia.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Rodrigo Corrêa Diniz Peixoto.

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20 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

contExtualização histórica E análisE minEralógica do matErial lítico Polido do acErvo arquEológico do musEu goEldi

João Aires da Fonseca1

Adornos corporais como contas e pingentes, confeccionados em argila, madeira, penas, ossos e rochas representando animais ou figuras humanas por povos indígenas, são encontrados tanto em coleções arqueológicas quanto etnográficas em museus brasileiros e estrangeiros. Devido sua raridade e confecção elaborada esses objetos são considerados como objetos especiais, e que, na literatura antropológica, são denominados de itens de prestígio. Estes objetos estão associados a um complexo sistema de representações culturais que expressavam controle político e provavelmente econômico. Nas Américas estes objetos aparecem comumente relacionados a dois temas: um refere-se à matéria-prima de alguns artefatos, chamada de pedras verdes; e o segundo diz respeito às representações do mundo transformacional ameríndio, onde o homem se transmuta em animal, sendo o mais recorrente, o jaguar (onça). Este projeto propôs-se a estudar os bens de prestígio que hoje se encontram na Reserva Técnica Mário Simões, na Área de Arqueologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Dos quase 600 artefatos confeccionados em rocha (fragmentados e inteiros) que constam no banco de dados digital do MPEG, foram selecionados 151. A seleção incluiu aqueles classificados como líticos polidos, isto é, os objetos confeccionados em rocha e que tiveram a superfície abrasada para torná-la lisa. Entre eles, escolheram-se as categorias: contas, pingentes, estatuetas e tortuais de fuso. O projeto teve ainda o objetivo de aplicar os mais recentes estudos na identificação mineralógica das matérias-primas destes artefatos. A partir destes dados foi possível propor hipóteses sobre as origens do material utilizado ou sobre a escolha de determinadas matérias-primas para a confecção de um artefato específico. Foram aplicadas quatro abordagens: a historiográfica, a arqueológica, a antropológica e a mineralógica. A partir desta fundamentação interdisciplinar foi possível propor com uma boa margem de confiabilidade hipóteses e interpretações para formular um panorama da pesquisa arqueológica na região, num esforço que reuniu publicações, documentos inéditos e pesquisas a fim de entender parte da antiga história indígena da região.

Palavras-chave: Arqueologia da Amazônia; Material lítico; Análise mineralógica.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Vera Guapindaia.

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21IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

fEiçõEs toPográficas E a formação dE antrosolos Em sítios arquEológicos na amazônia

Morgan J. Schmidt1

Pesquisas na Amazônia têm demonstrado um grau de impacto ambiental significativo e paisagens construídas e manejadas pelas populações pré-colombianas. A descoberta de diversas feições na topografia como valetas, montículos, estradas, barragens, e canteiros elevados têm auxiliado estudos arqueológicos a definir a estrutura interna dos sítios pré-históricos, padrões regionais hierárquicos de assentamento e sistemas intensivos de manejo de recursos naturais. Pesquisas recentes no baixo rio Trombetas e na Amazônia Central têm documentado modificações na paisagem, inclusive montículos de terra preta e depressões interpretados como caminhos que se estendem dos sítios aos cursos d’água. Em três sítios na Amazônia Central e dois sítios em Trombetas foi observado e parcialmente mapeado um padrão de montículos de terra preta em forma de anel, que se estendem ao longo dos sítios. Levantou-se a hipótese da presença de caminhos antigos que descem para lagos, rios ou igarapés e um sistema de lagoas ou poços artificiais. Este projeto tem como objetivo documentar e entender melhor estas feições e comparar as diferentes áreas de estudo. Especificamente, procura-se entender melhor a variabilidade intrassítio e os padrões residenciais a fim de relacionar os padrões de uso de espaço a formação dos antrosolos. Uma hipótese colocada foi que os espaços entre os montículos, denominado terraços, foram lugares de estruturas residenciais. Conforme esta hipótese, os montículos são as lixeiras que se estendem ao redor das casas. A hipótese será testada por diversos métodos, incluindo mapeamento das feições visíveis na topografia com GPS, mapeamento detalhado da topografia com uma estação total, escavações arqueológicas, análise de sedimento e solo e análise de carvão para datação. Esta hipótese está sendo apoiada por pesquisas recentes que incluem escavações em dois sítios em duas áreas de estudo. A descoberta destas feições será uma oportunidade inédita de entender a morfologia dos sítios arqueológicos e até fornecer estimativas de população para assentamentos pré-históricos na Amazônia.

Palavras-chave: Ecologia histórica; Arqueologia da paisagem; Antrosolos; Uso do espaço; Paisagens domesticadas.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Vera Guapindaia

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22 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

cacos da Pré-história litorânEa: a cErâmica mina na rEgião do salgado ParaEnsE

Elisangela Regina de Oliveira1

O Projeto Salgado, desenvolvido entre o fim da década de 1960 e início dos anos 1970 por Mário Simões no litoral Atlântico paraense, definiu através da análise de alguns atributos tecnológicos e decorativos dos artefatos cerâmicos identificados nos sítios tipo sambaquis a fase arqueológica Mina. Datações C14 entre 5.570 e 3.490 anos AP nos sítios Ponta das Pedras, Porto da Mina e Uruá posicionaram a fase Mina como um dos complexos cerâmicos mais antigos do continente americano. Contudo, após o término do Projeto Salgado nenhuma outra pesquisa arqueológica sistemática foi realizada na região e os dados primários referentes às características da cerâmica Mina não foram revistos sob novas perspectivas analíticas. Assim sendo, este projeto objetivou a organização do acervo documental e material do Projeto Salgado e a caracterização da variabilidade tecnológica, morfológica e estilista da indústria cerâmica dos sítios Porto da Mina e Ponta das Pedras, contribuindo assim para o melhor entendimento desta antiga indústria cerâmica do litoral Amazônico.

Palavras-chave: Arqueologia Amazônia; Litoral Amazônico; Sambaquis; Cerâmica Mina; Curadoria.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Maura Imazio da Silveira.

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23IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

o Estudo dE microvEstígios botânicos no âmbito do ProjEto salobo, sudEstE do Pará

Leandro Matthews Cascon1

O sítio Bitoca II foi escavado no âmbito do Projeto de Salvamento arqueológico na área do Projeto Salobo, sudeste do Pará. Neste sítio, uma estrutura constituída por um amontoado de seixos foi interpretada em campo como um possível “forno de pedras quentes”. Análises químicas realizadas nesta estrutura não demonstraram a presença de restos de origem animal, mas sim de vegetais. Tendo em vista o refinamento da interpretação desta feição arqueológica, realizou-se a análise quantitativa e qualitativa de múltiplos microvestígios botânicos, especialmente fitólitos e grãos de amido, a partir de uma amostra de sedimento. Mais de 100 fitólitos de palmeira foram identificados, o que aponta para um possível uso de folhas de palmeiras para assar alimentos ou de coquinhos como combustível para fogueiras. Além disso, um grão de amido de milho e outro grão não identificado podem ser sugestivos de que esta estrutura de fato esteve associada ao cozimento de alimentos. Assim, a assembleia de microvestígios identificada reforçou a inferência realizada a partir da composição química do sedimento e acrescentou novos dados à interpretação do tipo de estrutura de combustão.

Palavras-chave: Amazônia Oriental; Arqueologia; Arqueobotânica; Fitólitos; Grãos de Amido.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Maura Imazio da Silveira.

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24 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

arquEobotânica no sudEstE do Pará: PrimEiros rEsultados dE análisEs dE macro rEstos botânicos rEcuPErados

no âmbito do ProjEto salobo

Caroline Fernandes Caromano1

O presente estudo insere-se no âmbito do Projeto Salobo, localizado na área da Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri, sudeste do Pará. Os trabalhos de prospecção e salvamento arqueológico realizados na área entre os anos de 2003 e 2006 resultaram na identificação de 22 sítios arqueológicos, classificados como sítios de habitação e acampamento. Tendo em vista a obtenção de dados sobre o uso de recursos vegetais no passado, quatro sítios arqueológicos foram selecionados (um sítio habitação e três sítios acampamento) para a realização da análise morfológica de sementes e frutos carbonizados. Uma análise comparativa dos taxa encontrados nos sítios de tipo acampamento apontou para uma grande importância de palmeiras nestes contextos, especialmente do gênero Attalea sp. Além de palmeiras, um fragmento de castanha-do-pará (B. excelsa) foi identificado. A análise de macro restos botânicos do sítio habitação demonstrou diferenças nas assembleias arqueobotânicas, possivelmente relacionadas às distintas áreas de atividade intrassítio. Assim, através da identificação carpológica, foi possível obter um primeiro conjunto de dados sobre o uso de plantas pelas populações da região no passado.

Palavras-chave: Arqueologia; Arqueobotânica; Carpologia; Amazônia Oriental.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências Humanas, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Maura Imazio da Silveira.

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25IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

diagnóstico socioEconômico da florEsta nacional dE caxiuanã, Pará

André Luiz de Rezende Cardoso1

A Floresta Nacional de Caxiuanã, a primeira na Amazônia, situa-se nos municípios de Melgaço e Portel, no Estado do Pará, foi criada pelo Decreto-lei 239, de 28 de novembro de 1961. Muitos foram os ensaios para a elaboração do seu Plano de Manejo até o ano de 2010, quando o Ministério do Meio Ambiente, através do ICMBio, criou um grupo de trabalho com a finalidade de elaborar o Plano de Manejo, a ser publicado, não coincidentemente, no ano em que a Flona Caxiuanã completa meio século de existência. O interior da Floresta Nacional de Caxiuanã é bem conhecido por conta da presença física do IBAMA/ICMBio desde a sua criação, em 1964. Entretanto, foi a presença do Museu Paraense Emílio Goeldi, através da Estação Científica Ferreira Penna que proporcionou um alto nível de conhecimento científico da área. Cinco comunidades: Caxiuanã, Pedreira, Laranjal, Pracupi e Cariatuba habitam a Flona Caxiuanã, sendo que as três primeiras são periféricas à baía de Caxiuanã e duas situam-se mais ao sul nos afluentes Pracupi e Cariatuba, do rio Anapu. Quinze comunidades estão situadas no entorno da Floresta Nacional de Caxiuanã. Destas, a maioria, constituída por 10 comunidades está localizada no município de Gurupá, mais ao norte da Flona Caxiuanã. Duas comunidades estão em terras de Porto-de-Moz, duas em Melgaço e apenas uma em Portel. Foi realizado um esforço de coleta de dados de 32 dias, sendo 12 no interior (março/2011) e 20 no entorno da Flona (maio/2011). Nestes períodos foram realizadas entrevistas para quantificar a população da Flona e entorno, por comunidade, além de avaliar qualitativamente e quantitativamente os recursos naturais utilizados por estas populações. Durante as etapas de campo foram realizadas dinâmicas para gerar mapas falados que conjugados com as entrevistas geraram mapas de cada comunidade com a visualização das residências, roças, capoeiras, castanhais, açaizais, áreas de pesca, de caça, madeira, extrativismo diverso e a rede de drenagem, que compõe o diagnóstico.

Palavras-chave: Flona Caxiuanã; Diagnóstico socioeconômico; Estação Científica Ferreira Penna; Amazônia; Populações tradicionais; Comunidades.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Estação Científica Ferreira Penna, Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação, MPEG. Orientadores: Dra Maria das Graças Ferraz Bezerra e Pedro Luiz Braga Lisboa.

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26 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

o musEu ParaEnsE Emílio goEldi E sua contribuição Para o dEsEnvolvimEnto sustEntávEl da amazônia: cEnários futuros

Antônio S. F. Pinheiro1

Este trabalho advém das atividades desenvolvidas no Núcleo de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (NIT), da nossa participação no Planejamento Estratégico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) voltado à construção do Plano Diretor de Unidade (PDU/MPEG 2011-2015). A contribuição adveio do texto encaminhado à Coordenação de Planejamento Estratégico. Ele parte da percepção de que no âmbito da pesquisa ainda é corrente a dicotomia entre pesquisa básica e aplicada “Aquela realizada sem se pensar em fins práticos” em que o pesquisador visa conhecer e descrever os fenômenos, a natureza, e em nenhum momento objetiva-a para uso na forma de produto é a básica; já que ao intencionar desenvolver produto, processo e/ou serviço torna-a uma “pesquisa aplicada”. E aponta para as possibilidades que o MPEG pode ter ao se inter-relaciona com o setor privado estabelecendo uma política/ação de prestação de serviço como forma de disponibilizar os seus resultados de pesquisa a instituições privada e/ou pública de forma onerosa. As atividades do NIT estão conexas à ação do MPEG do uso de seus resultados de pesquisa, por terceiros de forma onerosa ou não. Parte-se da análise da gestão tecnológica que estabelece uma linha tênue entre pesquisa básica e aplicada. Muito pouco as diferencia, tendo em vista que o resultado, o conhecimento gerado, que não leve ao desenvolvimento de um processo, serviço ou produto, por si só já é um produto. Seu nível de confiabilidade está conexa a quem o produz, relacionando isso à imagem do pesquisador, a imagem da Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT) que a produziu. Se o autor, a instituição que a gerou não saem na frente no uso dos resultados, outros o fazem, e como há uma concentração do financiamento por órgão de fomento público, acabamos por dilapidar bens públicos, ao concedermos seu uso de forma gratuita para ser usado com fins econômicos. Nesse sentido é que pensamos um cenário possível para o MPEG relacionando a possível contribuição para o desenvolvimento sustentável da Amazônia a partir dos resultados de suas pesquisas.

Palavras-chave: Gestão pública; Incentivo à proteção ao conhecimento; Transferência tecnológica; Museu Paraense Emílio Goeldi.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: M. Sc. Maria Emilia da Cruz Sales.

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SISTEMAS NATURAIS E DIVERSIDADE BIOLÓGICA NA AMAZÔNIA

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29IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

Estudos qualitativos E quantitativos dos rEsíduos sólidosrEciclávEis gErados no ParquE zoobotânico do musEu

ParaEnsE Emílio goEldi, no âmbito do Programa dE colEta sElEtiva solidária

Rosana Oliveira Nascimento1

A coleta seletiva solidária (CSS) desenvolvida no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), atende ao Decreto Federal 5.940/2006 e tem como objetivo a separação dos resíduos recicláveis. O programa iniciado no campus de pesquisa “Projeto Piloto” tem se estendido às demais bases do MPEG com êxito, haja vista que os resultados obtidos no campus de pesquisas são relevantes para dar continuidade ao programa. O trabalho desenvolvido no Parque Zoobotânico, segunda base do MPEG, teve por objetivo diagnosticar quantitativamente e qualitativamente os materiais recicláveis produzidos externamente – visitantes e internamente – Coordenações. Foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas aos visitantes, funcionários e trabalhadores de vendas (lanches), fixos no interior e exterior da instituição, a fim de detectar suas opiniões e participação a respeito da CSS. Ações de capacitação e treinamento foram realizadas a funcionários e servidores em geral, com vistas a sensibilizá-los e orientá-los quando da separação dos resíduos. A CSS do Museu Goeldi tem propiciado a realização de parcerias com instituições de ensino, a fim de divulgar suas experiências por intermédio de palestras e oficinas pertinentes ao tema. Neste contexto, a CSS na instituição tem contribuído de forma incipiente para mudanças de hábitos culturais entre funcionários e demais participantes do programa, e, para que sua consolidação se processe efetivamente é necessário apoio institucional no sentido de maior divulgação e monitoramento contínuo nas ações de coleta e nas oficinas de educação ambiental.

Palavras-chave: Resíduos sólidos; Coleta seletiva; Educação ambiental.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciencias da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo.

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30 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

o ciclo biogEoquímico do carbono no rio curuá E na baía dE caxiuanã (mElgaço-Pa)

Maridalva M. Ribeiro1

A região de Caxiuanã situa-se no município de Melgaço (PA), localizada na Amazônia Oriental, porção ocidental do estado do Pará. Objetivo deste estudo foi analisar o ciclo biogeoquímico do carbono nos rio Curuá, Caxiuanã e na baía de Caxiuanã. Para isso, foram realizadas amostragens mensais, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2009, em cinco pontos. Os resultados foram obtidos por métodos potenciométricos, titulometria, TOC5000A e cromatografia gasosa. A temperatura da água ficou entre 28,0 – 31,2 0C. A Condutividade elétrica ficou entre 5,18 – 20,38 µS/cm. O pH entre 3,91 – 6,427. A taxa de respiração foi de 0,137- 6,721µmol/L. O fluxo de CO2 de 0,013- 17 µmol.m-2.s-1. O DOC variou de 2,99- 12,90. O DIC teve de 01 2,70 – 14 mg/L. A pressão parcial do CO2 (pCO2), 250,60 - 6925,10 ppm. Para o carbono inorgânico as variações foram de 1,16 - 8,00 %. O nitrogênio orgânico de 0,17 – 6,780. A razão C/N os valores foram 5,32 a 17,80. Em geral, os valores de carbono foram maiores nos pontos localizados na nascente, devido ao aporte de material rico em carbono.

Palavras-chave: Carbono dissolvido; Caxiuanã; Rio.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: M. Sc. Maria Emília C. Sales.

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31IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

atributos dE sustEntabilidadE dE rEcursos naturais: Estrutura E dinâmica dE solos altErados sob sistEmas dE

Plantio dirEto Em cultivos PErEnEs E anuais

Jorge Luiz Piccinin1

Até o momento, os estudos sob sistemas florestais e agroflorestais em Tailândia, Aurora do Pará e Bragança desenvolvidos pelos grupos de pesquisa do CCTE/MPEG mostram que os tipos de manejo adotados não influenciaram de forma negativa as características dos solos e que a adição de material orgânico diversificado ao solo, a permanência e incorporação e decomposição lenta desses resíduos levou à criação de um edafoambiente favorável à manutenção da qualidade do solo. O conjunto de atributos do solo estudados, principalmente aqueles relacionados à biomassa microbiana e química, mostrou-se adequado a indicar a qualidade do substrato. No entanto, a continuação desse tipo de trabalho, em longo prazo, torna-se necessária, com vistas a identificar diferenças nas características biológicas dos solos entre os diferentes sistemas de manejo, principalmente levando-se em conta a variação climática local. Assim, faz-se necessário intensificar os estudos envolvendo a variação sazonal dos atributos do solo, as variáveis indicadas como indicadoras da qualidade do solo e intensificar os estudos em determinadas práticas de manejo como o plantio direto e o SAF, como potencial no sequestro de Carbono. Assim, o presente trabalho tem como objetivo a continuação da pesquisa, agora voltada a modelos e, ou, sistemas florestais e agrícolas mecanizados relacionando fatores edáficos, ambientais e de produtividade em áreas alteradas da região Nordeste do Estado do Pará. O trabalho será desenvolvido nos municípios de Tailândia, Aurora do Pará e Bragança, com implantação dos experimentos a campo previsto para setembro de 2011, período de início do preparo das áreas e plantio na região. Adotando-se como delineamento experimental blocos casualizados com quatro repetições, em esquemas de parcelas subdivididas, serão avaliados sistemas de manejo do solo sob: a) cultivos de espécies florestais com paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke), samaúma (Ceiba pentandra (L) Gaertn) e ipê (Tabebuia Roseo-alba) e consórcio samaúma-ipê; b) implementação de experimento sob plantio direto mecanizado com culturas anuais de milho (Zea mays) e feijão (Phaseolos vulgaris); e c) avaliação dos resultados obtidos o experimento de replicagem de Terra Preta Nova (TPN), com oito anos de implementação. Os sistemas de uso do

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo.

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32 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

solo serão avaliados por meio de indicadores químicos, físicos e biológicos, Perfil Antrópico e produtividade (em m3/ha e ton/ha), com interação dos resultados embasados em programas estatísticos. Aliado aos resultados já existentes, espera-se que com a adoção de sistemas de plantio direto sob cultivos florestais ou agrícolas, com preceitos de maior aporte de material orgânico na superfície do solo, torna-se possível estabelecer modelos promissores que promovam o desenvolvimento sustentável sob idênticas condições edafoclimáticas. Uma vez que mudanças temporais resultantes da atividade antrópicas não são contempladas nos sistemas de classificação de solos, principalmente na região Amazônica, busca-se agregar informações preponderantes voltadas às funções estruturais e funcionais de diferentes classes de solo, resultantes de específicos sistemas de manejo (perfis antropizados), com dinâmica geralmente díspar à original. Como forma de dar continuidade a etapas do presente plano de trabalho, a proposta está vinculada na divulgação dos resultados através de artigos científicos, assim como na familiarização de bolsistas de graduação e pós-graduação com aspectos fundamentais de métodos científicos.

Palavras-chave: Ecossistema amazônico; Produtividade por unidade de área; Sistemas conservacionistas.

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33IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

uso dE técnicas dE gEoProcEssamEnto E sEnsoriamEnto rEmoto óPtico Para gEração dE atlas E dE maPa dE vulnErabilidadE

ambiEntal da costa ParaEnsE

Francileide de Fátima Rocha Souza1

O sensoriamento remoto e geoprocessamento mostraram-se importantes ferramentas no mapeamento da zona costeira, sobretudo na caracterização e identificação das diferentes unidades morfológicas, pois permitiu o reconhecimento detalhado dos principais ecossistemas existentes na costa NE do Pará. O objetivo da pesquisa foi aplicar imagens de sensor remoto óptico para a geração de produtos cartográficos em duas vertentes: a) Atlas de ecossistemas costeiros e b) Cartas de vulnerabilidade ambiental. A metodologia, apoiada nos testes de composição colorida e nos critérios textura e resposta espectral para análise visual e interpretação dos alvos, possibilitou a identificação de ecossistemas associados, os quais foram identificados no mosaico de imagens, como manguezais e apresentaram-se com maior distribuição espacial, associada às maiores amplitudes de macromarés. O mosaico de imagens SPOT 5, do ano de 2008, permitiu uma visão sinóptica da região e representa um considerável banco de imagens de onde podem ser extraídos para diferentes espaços geográficos e aplicações, representado uma valiosa ferramenta no gerenciamento por parte das prefeituras e das secretarias municipais de meio ambiente. A segunda vertente consistiu em gerar um mapa preliminar de vulnerabilidade ambiental da costa paraense, na foz do Rio Curuçá, onde estão previstas intervenções antrópicas de grande porte como a estação flutuante de transbordo e embarque de minério de ferro e o Terminal Offshore Espadarte, ambos com grande potencial para causar impactos ambientais na região. A metodologia utilizada (UNESCO, 2000), consistiu inicialmente em gerar cartografia temática, através das imagens disponíveis, além de analisar princípios conceituais de mapas de vulnerabilidade que representam as reações/respostas naturais do ambiente às atividades antrópicas. Estas reações são expressas diretamente em função da sensibilidade e aos fatores de risco. Os produtos gerados poderão ser utilizados como subsídio à analise das diretrizes para a elaboração de diagnósticos ambientais e projeção de cenários com o objetivo de oferecer soluções e prioridades.

Palavras-chave: Zona Costeira; Ecossistemas; Vulnerabilidade ambiental; Mapeamento.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi,. Orientador: M. Sc. Amílcar Carvalho Mendes.

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34 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

Ecologia dE PaisagEm aPlicada à análisE ambiEntal da PlaníciE costEira do municíPio dE quatiPuru, Pará

Benedito de Souza Ribeiro Neto1

O Trabalho objetiva mostrar o resultado do mapeamento das unidades de paisagem da planície costeira do município de Quatipuru-PA a partir de seus geo e bioindicadores. A metodologia empregou técnicas computacionais em geoprocessamento, disponíveis no Laboratório de Geoprocessamento do Instituto Evandro Chagas. Essas técnicas foram integradas aos dados ambientais do Laboratório de Palinologia e Paleoecologia da Amazônia do Museu Paraense Emílio Goeldi, excursões de campo no período seco e chuvoso, com a identificação das unidades de paisagem predominantes, abstraindo informações de sua estrutura e funcionamento a partir de dados sobre a morfologia do terreno, fitofisiografia, tipo de solo e as relações espaciais existentes entre as unidades de paisagem, tendo em vista a dinâmica costeira, em um contexto espaço-temporal. Os resultados mostram uma carta-imagem classificada, com sete classes de unidades de paisagem: manguezal, praia, capoeira, campos, pastagem, drenagens e áreas urbanas. Foi gerada uma matriz dos elementos fisiográficos existentes na área de estudo, que retratam as associações entre as unidades de paisagem, a partir dos elementos fisiográficos como as unidades geomorfológicas, o solo, sedimento, hidrologia e vegetação, bem como a quantificação das áreas das unidades de paisagem. Uma outra carta-imagem foi gerada, mostrando as 50 localidades existentes na área estudada e seus acessos por estrada. Os resultados obtidos ilustram as diferentes unidades de paisagem que constituem a planície costeira, integrando informações provenientes das formações geológicas, morfologia do terreno e comunidades vegetais que definem o padrão das unidades de paisagem de áreas que representem os ciclos climáticos atuais e do passado, auxiliando as interpretações palinológicas, diatomológicas, paleoambientais, paleoclimáticas e paleoecológicas.

Palavras-chave: Análise ambiental; Zona Costeira; Geoprocessamento.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Cristina do Socorro Fernandes de Senna.

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35IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

análisE da PaisagEm a Partir da Elaboração dE banco dE dados gEográficos E informaçõEs dE invEntários florísticos E

Estruturais do cEntro dE EndEmismo bElém

Wanja Janayna de Miranda Lameira1

A fragmentação da paisagem é uma ameaça à conservação da biodiversidade, pois altera a estrutura e dinâmica populacional das plantas e animais do ecossistema. O objetivo deste trabalho é analisar a paisagem a partir da elaboração de banco de dados geográficos e informações dos inventários florísticos e estruturais do Centro de Endemismo Belém, Pará. A importância desta análise se justifica por ser uma área com rica diversidade biológica, atualmente em risco, pois se observa o avanço das atividades agropecuárias. Os resultados mostram que as classes predominantes da paisagem do Centro de Endemismo Belém são de agropecuária (40,18%) e floresta ombrófila densa (22,21%), o que representa em área 7.899.08 m² e 4.367.17 m², respectivamente. As demais classes não ultrapassam 10%. Das cenas analisadas, apenas na faixa 223064 há dados de inventário florestal, com registro de 107 indivíduos com DAP ≤ 180cm, distribuídos em 33 famílias, 45 gêneros e 54 espécies. Relacionando as espécies que ocorreram nos ecossistemas de mata e capoeira, observa-se que Astrocaryum gynacanthum Mart. (mumbaca) ocorreu com maior abundância nos dois ambientes. Contudo, ainda não é possível fazer correlações mais complexas, pois é necessário que haja mais inventários florestais para estabelecer relações ecológicas da Paisagem do Centro de Endemismo Belém.

Palavras-chave: Amazônia, Centro de Endemismo Belém; Inventários florísticos e estruturais; Banco de dados geográficos.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: M. Sc. Arlete Silva de Almeida.

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36 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

análisE do dEsflorEstamEnto ao longo da rodovia cuiabá-santarém (br-163)

Andreia Campos Tavares1

Neste projeto analisou-se o desflorestamento ao longo da Rodovia Federal BR-163 (Cuiabá-MT-Santarém-PA), no estado do Pará, utilizando dados do Projeto PRODES - Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite, conduzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A área de estudo corresponde à cena 227/065 do satélite Landsat. As atividades desenvolvidas ao longo do período junho de 2010 a abril de 2011, a fim de atingir o objetivo proposto foram: aquisição dos dados do PRODES para a área de estudo para o ano de 2009; geração das unidades espaciais de análise; manipulação dos dados do PRODES; extração dos dados manipulados do PRODES para as unidades espaciais de análise; análise dos dados do PRODES para as unidades espaciais; exportação dos dados analisados do PRODES, por unidade espacial, para planilha eletrônica para a confecção de gráficos; e, por fim, a elaboração do relatório final. Toda manipulação espacial dos dados do PRODES foi realizada utilizando o Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS Desktop, Licença ArcInfo 9.3, incluindo a extensão V-LATE (Vector-based Landscape Analysis Tools Extension). Foi utilizada também a planilha eletrônica Microsoft Excel 2007 na confecção dos gráficos. Como principais resultados, pode-se destacar que o tamanho médio das aberturas nas áreas de floresta são maiores a Oeste do que a Leste, enquanto que o número de aberturas na floresta é maior a Leste do que a Oeste. Este padrão pode estar associado à presença de pecuaristas mais capitalizados a Leste do que a Oeste. Pode se destacar ainda que o tamanho médio das aberturas nas áreas de florestas é menor nas unidades espaciais mais próximas do que os das unidades espaciais mais distantes da rodovia, o que deve estar associado ao valor da terra. Ou seja, terras mais próximas a rodovia são mais valorizadas, o que resulta em propriedades/aberturas menores. Já as mais distantes são menos valorizadas, resultando em propriedades/aberturas maiores.

Palavras-chave: Desflorestamento; Amazônia; BR-163.

1Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: M. Sc. Jorge Luiz Gavina Pereira.

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37IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

análisE Estrutural E histoquímica dE EsPéciEs vEgEtais dE uso tradicional antimalárico: Parahancornia fasciculata (Poir.)

bEnoist (aPocynacEaE)

Ana Carla Feio dos Santos1

Apocynaceae Juss. possui grande importância etnofarmacológica na Amazônia. Dos 41 gêneros, 32 ocorrem apenas nesta região. Nestes gêneros há espécies utilizadas tradicionalmente como antimaláricas; destas, Parahancornia fasciculata (Poir.) Benoist é conhecida na Amazônia como amapá amargoso. A malária atinge mais de 100 países, ameaçando 40% da população mundial. Este plano objetiva realizar o estudo estrutural e histoquímico dos sítios de produção e/ou acúmulo dos compostos biologicamente ativos em folhas e cascas de P. fasciculata, acrescentando informações quanto aos compostos envolvidos na atividade antimalárica. O material foi coletado no Campus Experimental da Embrapa Amazônia Oriental, Moju-PA. Os espécimes-testemunha foram herborizados e aguardam incorporação ao Herbário MG e o material destinado aos estudos anatômicos seguiu as técnicas usuais em anatomia vegetal. Em vista frontal, as células epidérmicas possuem anticlinais sinuosas em ambas as faces e estômatos anisocíticos apenas na face abaxial. Em secção transversal, as epidermes são uniestratificadas, com periclinais externas convexas a papilosas, revestidas por cutícula delgada em ambas as faces, os estômatos estão no mesmo nível das demais células, idioblastos cristalíferos com drusas são presentes tanto em células epidérmicas quanto no estrato parenquimático, logo abaixo. O mesofilo dorsiventral possui dois estratos de parênquima paliçádico, um denso e outro laxo, e 10-13 estratos de lacunoso, com espaços intercelulares conspícuos. A região cortical da nervura central é preenchida por parênquima e o feixe é do tipo anficrival. As estruturas secretoras inventariadas foram idioblastos e células laticíferas. Os idioblastos ocorrem exclusivamente por toda a nervura central e às proximidades do feixe vascular, enquanto as células laticíferas são alongadas e frequentes no parênquima vascular e cortical da face abaxial. Diante do exposto, até então, os resultados obedeceram ao padrão já descrito na literatura e ao esperado para este plano, cujo cronograma segue de acordo com o proposto.

Palavras-chave: Apocynaceae; Amapá amargoso; Anatomia; Malária.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Márlia Coelho-Ferreira.

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38 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

novidadEs taxonômicas sobrE o gênEro Passiflora l. na amazônia brasilEira

Ana Kelly Koch1

A perda da biodiversidade caminha mais rapidamente que os estudos que buscam conhecê-la, principalmente no que diz respeito às plantas amazônicas, das quais a maioria ainda é desconhecida. Dentre as famílias que necessitam ser estudadas na Amazônia, está Passifloraceae Juss., cujo gênero mais representativo é Passiflora L., com 530 espécies que variam entre ervas lianescentes, árvores e cipós lenhosos. No Brasil ocorrem 129 espécies, distribuídas em todos os estados. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo florístico-taxonômico do gênero Passiflora L. na Amazônia brasileira. O material analisado foi obtido nas coleções dos herbários MG e IAN, além de amostras adicionais coletadas em várias localidades da Amazônia brasileira. A identificação das espécies se deu através de comparações com coleções de exsicatas dos herbários citados anteriormente, por consulta a bibliografia específica e também com ajuda de especialistas. No presente trabalho, foram tratadas sete espécies de Passiflora: P. candida (Poepp. & Endl.) Mast., P. cirrhiflora Juss., P. garckei Mast., P. retipelata Mast., P. rubra L., P. spinosa (Poepp. & Endl.) Mast. e P. tholozanii Sacco. Destas espécies, P. cirrhiflora (ocorrendo no Amapá e Pará) e P. garckei (Pará) apresentam-se como novas ocorrências para o Brasil; P. candida, P. retipetala e P. rubra são registradas pela primeira vez para o estado do Pará; P. spinosa é citada pela primeira vez para estado do Amazonas e P. tholozanii para o estado do Maranhão. Além disso, mais três espécies novas de Passiflora estão sendo descritas, todas coletadas em diferentes localidades do estado do Pará. Ressalta-se também que a análise das amostras oriundas das coleções do MG e IAN ainda não foi concluída e que possivelmente o número de novas ocorrências ou novos táxons pode aumentar.

Palavras-chave: Passifloraceae; Novas ocorrências; Biogeografia; Coleções; Herbário, MG.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Anna Luiza Ilkiu-Borges; Colaborador: André L. R. Cardoso (Estação Científica Ferreira Penna, MPEG).

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39IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

imPacto do EstrEssE hídrico artificial sobrE comunidadEsdE Plantas dE sub-bosquE na florEsta nacional

dE caxiuanã, Pará, brasil

Denise de Andrade Cunha1

O El-Niño é um fenômeno metereológico que afeta o clima regional e global, resultando em alterações nos regimes de chuva em regiões tropicais. Para analisar os efeitos do El-Niño na floresta amazônica, foi criado o Projeto ‘Experimento Seca Floresta’ (ESECAFLOR), que consiste na simulação de um período de seca prolongada na Amazônia. O objetivo do presente estudo foi comparar a umidade do solo, florística e estrutura de plantas do sub-bosque de uma floresta submetida ao estresse hídrico artificial no projeto ESECAFLOR localizado na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará. O projeto é composto por dois hectares: um controle e outro experimental. O hectare experimental foi recoberto com painéis plásticos que excluem cerca de 90% da água da chuva que chega ao solo. Cada hectare é dividido em 100 parcelas de 10x10m. Para a amostragem da vegetação, foram estabelecidas 20 subparcelas de 2x2 m randomicamente selecionadas em cada hectare, onde todos os indivíduos com até 200 cm de altura foram identificados e medidos a altura. Os dados de umidade do solo foram coletados 20 cm do solo. As plantas foram classificadas de acordo com suas formas de vida. Para testar as diferenças na estrutura e florística das plantas e na umidade do solo entre os hectares foi usado o teste t de Student. Houve redução significativa na riqueza e diversidade de espécies e na densidade e altura dos indivíduos no hectare experimental em comparação ao controle, sendo essas diferenças associadas à redução da umidade do solo no hectare experimental. Somente as espécies arbóreas tiveram uma redução significativa da densidade de indivíduos no hectare experimental. Esse estudo comprova que uma redução de precipitação na Amazônia pode resultar em diminuição na riqueza e diversidade e a substituição abrupta das áreas de floresta por formações vegetais mais abertas, com perda em grande escala da biodiversidade.

Palavras-chave: Amazônia; Biodiversidade; Mudança climática.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Leandro Valle Ferreira.

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40 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

influência do EstrEssE hídrico artificial Em uma comunidadE dE lianas do sub-bosquE na florEsta dE tErra firmE da florEsta

nacional dE caxiuanã, Pará, brasil

Darley C. Leal Matos1

Alterações no regime de chuvas em longo prazo podem resultar em mudanças climáticas na Amazônia, influenciando a temperatura, umidade do ar e do solo na floresta e essas mudanças podem se refletir em perda da biodiversidade. Uma das mais conhecidas anomalias climáticas globais é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, conhecido como o fenômeno El-Niño, que causa uma redução drástica na precipitação na Amazônia. O objetivo desse estudo foi testar a influência do estresse hídrico artificial na riqueza de espécies, composição florística, densidade e área basal de indivíduos de lianas no sub-bosque no Projeto Estudo de Seca da Floresta (ESECAFLOR) na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará. Esse projeto tem dois hectares, o primeiro denominado de área controle e o segundo de área experimental, sendo que neste há a exclusão das águas das chuvas, usando painéis plásticos acima do solo. Cada hectare é dividido em 100 parcelas de 10 x 10 metros, onde foram selecionadas aleatoriamente 20 parcelas para o levantamento das lianas do sub-bosque. Os dados de umidade do solo foram coletados quinzenalmente em cada um dos hectares. Para analisar as diferenças na riqueza, diversidade de espécies, densidade e área basal das lianas foi utilizado teste t. Foi feito Escalonamento (MNM) para avaliar a composição de espécies entre as duas áreas. Houve uma diminuição significativa da umidade do solo na parcela experimental em comparação à parcela controle entre os anos de 2001 a 2007. Não houve diferença significativa na riqueza, diversidade de espécies, densidade e área basal de indivíduos de lianas entre as parcelas controle e experimental. Não houve diferenças na composição entre as áreas. Estes resultados demonstram que após oito anos de implantação do Projeto, o estresse hídrico artificial não influencia na florística e estrutura da comunidade de lianas do sub-bosque.

Palavras-chave: Composição de espécies; Riqueza; Estrutura, El Niño.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Leandro Valle Ferreira.

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41IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

caractErização morfoanatômica dE frutos E sEmEntEs dE theobroma sPeciosum Willd. Ex sPrEng. E theobroma

subincanum mart. (malvacEaE)

Silvana de Fátima Rodrigues Rocha1

Foram estudados frutos e sementes de Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. e Theobroma subincanum Mart., espécies frutíferas nativas da Amazônia, objetivando descrever sua morfologia e anatomia, localizar e identificar estruturas secretoras. Foram descritas as características morfológicas e também obtidas as dimensões dos frutos e sementes. Para os estudos anatômicos, amostras dos frutos e sementes foram fixadas em FAA50, desidratadas, incluídas em parafina e coradas em azul de astra e safranina. As análises e descrições foram feitas com a utilização de estereomicroscópio, microscópio de luz e eletrônico de varredura. Os frutos e sementes das duas espécies diferenciam na morfologia externa na forma, tamanho e coloração. Anatomicamente, verificou-se que as duas espécies são muito similares. O pericarpo dos frutos é dividido em camadas distintas: exocarpo, mesocarpo e endocarpo. Na superfície do exocarpo das espécies ocorrem tricomas tectores estrelados; o mesocarpo é formado por camadas parenquimáticas e esclerenquimáticas; e as sementes são provenientes de óvulos anátropos, bitegumentadas e exalbuminosas, apresentando tricomas grandulares na epiderme cotiledonar e no tecido parenquimático dos cotilédones apresentam sacos geralmente com substâncias de conteúdo mucilaginoso de forma e tamanho diferentes, distribuídos individualmente ou agrupados. As estruturas secretoras nas duas espécies encontram-se no mesocarpo dos frutos, nos tegumentos e nos cotilédones das sementes.

Palavras-chave: Cacaui; Cupui; Frutíferas nativas.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi.Orientadora: Dra. Alba Lúcia Ferreira de Almeida Lins; Pesquisadora-colaboradora: Dra. Ely Simone Cajueiro Gurgel.

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42 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

idEntificação das Exsicatas dE matrizEs (vouchEr) da colEção dE Plântulas do hErbário do musEu

ParaEnsE Emílio goEldi (mg), bElém – Pará

Francismeire Bonadeu da Silva1

A identificação científica correta dos táxons é importante não apenas para as ciências básicas e aplicadas, mas também às múltiplas atividades humanas que dela necessitem. Nesse aspecto, o herbário Museu Paraense Emílio Goeldi (MG) e o herbário da Embrapa Amazônia Oriental (IAN) são referências para coleções botânicas da Amazônia e uns dos poucos que detêm uma coleção de plântulas totalmente referenciada, uma vez que todas as amostras apresentam a sua respectiva exsicata (voucher) da planta matriz. O estudo teve como objetivo identificar, corrigir, atualizar e revisar as exsicatas de matrizes da coleção de plântulas desses herbários e informatizar esses dados no “Botanical Research And Herbarium Management System” (BRAHMS). A identificação dos táxons foi feita por comparação com material de herbário revisado por especialista ou com auxílio do mesmo, exemplares-tipo, chaves analíticas, diagnoses e descrições existentes na literatura (revisões). Todas as informações, bem como as imagens obtidas neste processo foram incorporadas ao banco de dados da coleção de plântulas, que atualmente conta com 93 espécies, todas informatizadas e analisadas. Todas foram revisadas e certificadas, nove tiveram seus nomes corrigidos e atualizados e 21 constituem novas identificações.

Palavras-chave: Amazônia; Informatização; Banco de dados; Plântulas.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Ely Simone Cajueiro Gurgel; Pesquisadora-colaboradora: Dra Maria de Nazaré do Carmo Bastos; Pesquisador-colaborador: Dr. João Ubiratan Moreira dos Santos.

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43IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

Etnobotânica E comErcialização dE EsPéciEs fibrosas Em municíPios do distrito florEstal sustEntávEl da br-163

Ronize da Silva Santos1

Registrar o conhecimento sobre o uso e comercialização de fibras em mercados locais é relevante para entender a interação entre pessoas e os recursos que elas exploram. O objetivo desse trabalho foi realizar levantamento etnobotânico das espécies produtoras de fibras em mercados e feiras livres de municípios localizados no Distrito Florestal Sustentável da BR163. A pesquisa envolveu entrevistas semiestruturadas junto a 20 feirantes. Nos mercados foram identificadas sete etnoespécies, distribuídas em quatro famílias botânicas: Arecaceae, Araceae, Marantaceae e Cyclantaceae. O cipó-titica foi a etnoespécie que recebeu o maior número de citações (18). Vale ressaltar que esta espécie, assim como o cipó-açu, o cipó-ambé e o arumã podem corresponder a mais de uma espécie botânica. Devido à forma como estes produtos estão disponíveis no mercado (raízes, caules e pecíolos seccionados), a identificação botânica é dificultada. De acordo com a lista de espécies da Flora do Brasil, são registradas para o Estado do Pará, pelo menos oito espécies do gênero Heteropsis spp., três Evodianthus spp., trinta e quatro Philodendron spp. e dezoito Ischnosiphon spp. Desta maneira, as mesmas estão identificadas apenas até o nível de gênero. No total foram identificados 12 produtos confeccionados com fibras. Considerando a curva de rarefação, a riqueza de etnoespécies observada (n=7) é inferior, porém aproximada ao valor calculado pelo estimador Bootstrap (n=8), indicando que o esforço de coleta foi suficiente para contemplar o número máximo de espécies que possivelmente possam ser encontradas nestes mercados. O comércio de produtos fibrosos representa uma parte dos ingressos na renda familiar rural, mas seu aproveitamento requer melhores técnicas para o manejo e conservação das espécies utilizadas.

Palavras-chave: Produtos florestais não-madeireiros; Mercados públicos; Distrito florestal; Amazônia.

1Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra. Márlia Coelho-Ferreira.

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44 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

uso dE rEcursos agroExtrativistas nas comunidadEs da glEba nova olinda i - Pará, brasil

Pedro Glécio Costa Lima1

Compreender as relações que favorecem a ocorrência e ampliação da diversidade biológica na região neotropical vem sendo uma dos principais preocupações da etnobiologia. Este trabalho objetivou avaliar a riqueza de espécies agroextrativistas aproveitadas em 14 comunidades na Gleba Nova Olinda I – Pará. A riqueza de etnovariedades de mandioca cultivadas pelos comunitários também foi estimada. A base do estudo são informações do Projeto Fortalecimento da Economia Agroflorestal e Extrativista das Comunidades na Gleba Nova Olinda I – Pará, as quais foram submetidas a análises qualitativas e quantitativas. Foi verificada a diferença da riqueza de espécies entre homens e mulheres com o teste Qui-quadrado. A riqueza global foi de 154 etnoespécies, das quais 134 estão representadas ao nível de gênero ou espécie, distribuídas em 55 famílias botânicas. Conforme o teste Qui-Quadrado, não houve diferença significativa quanto à riqueza, considerando o gênero dos informantes. São conhecidas 52 etnovariedades de mandioca, cujo compartilhamento de germoplasma ocorre de forma inter e intracomunitária. Ao comprovar-se o acúmulo de conhecimento gerado pela particular forma de interação entre os comunitários e as plantas, destaca-se o seu protagonismo na conservação biológica, especialmente dos recursos agroextrativistas na região da Gleba Nova Olinda I.

Palavras-chave: Florestas públicas; Etnobotânica; Agrobiodiversidade; Agroextrativismo.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Regina Oliveira; Pesquisadora-colaboradora: Dra Márlia Regina Coelho-Ferreira.

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45IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

invEntário da aranEofauna do Platô do rio juruti, Pará

Nayane Bastos1

Apresentam-se dados parciais de um inventário da fauna de aranhas em áreas de influência do empreendimento de exploração mineral de bauxita ALCOA/OMNIA na região de Juruti, Pará, Brasil. Até o momento, foram realizadas 13 expedições à região, que vem sendo inventariada desde setembro de 2002. O objetivo principal do trabalho foi dar continuidade ao monitoramento da diversidade de aranhas em áreas de terra firme e várzea na região do Platô Juruti, bem como verificar a diversidade de espécies de aranhas através de um protocolo padronizado em torno das áreas de licenciamento do projeto. Para tal, foram compilados dados de cinco famílias de aranhas, selecionadas devido a sua abundância e representatividade de seus modos de vida: Araneidae, Oonopidae, Corinnidae, Ctenidae (Infraordem Araneomorphae) e Theraphosidae (Infraordem Mygalomorphae). Até o momento foram contabilizadas 11.220 aranhas destas famílias, sendo 3802 adultos, em 1765 amostras válidas. Esses dados indicam que a área de estudo já pode ser considerada uma das regiões mais intensamente amostradas da Amazônia brasileira. Está sendo empreendido um esforço de reconhecimento de espécies e morfo-espécies destas famílias, de forma a obter um sistema unificado de identificação. Dessa forma, além do aumento da lista de espécies de aranhas conhecidas para a região, tem-se uma oportunidade única para comparar com rigor estatístico as variações na riqueza de espécies observadas ao longo de um período de 10 anos de coleta, desde o início das atividades de mineração na região. Assim, pretende-se disponibilizar análises dos padrões de incidência e abundância das espécies e comparações de riqueza de espécies nas diferentes áreas de influência do empreendimento.

Palavras-chave: Inventário; Monitoramento ambiental; Aranhas; Amazônia brasileira.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Alexandre Bonaldo.

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46 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

maPEamEnto E análisE da distribuição dE ExEmPlarEs dE vEsPas das famílias: sPhEcidaE, crabronidaE, PomPilidaE E vEsPidaE

(EumEninaE) da colEção dE invErtEbrados do musEu ParaEnsE Emílio goEldi (insEcta, hymEnoPtEra)

Suzanna de Sousa Silva1

O objetivo deste trabalho foi informatizar os dados de exemplares de três famílias e uma subfamília de vespas da coleção do Museu Goeldi e analisar a distribuição dos registros destes táxons, identificando deficiências de amostragem, áreas não amostradas ou sub-amostradas. As informações dos exemplares foram digitalizadas em banco de dados (Access) e georreferenciadas através das ferramentas GEOLOC (Specieslink) e Google Earth. Mapas de riqueza de espécies e distribuição dos registros foram elaborados com os programas DIVA-GIS e SIG ArcView, respectivamente. Foram catalogados 4.133 exemplares que provêm de 18 estados brasileiros e, alguns poucos, de outros países. A família Crabronidade apresenta 46 gêneros e 71 espécies identificadas, seguida pela subfamília Eumeninae com 17 gêneros e 67 espécies, Pompilidae com 11 gêneros e 66 espécies e Sphecidae com 13 gêneros e 44 espécies. Os mapas de distribuição dos registros mostram que os esforços de coleta estão concentrados na região Norte, especialmente no estado do Pará, com destaque para os municípios de Belém, Óbidos, Parauapebas e Marabá. Os municípios de Belém e Óbidos concentram o maior número de espécies destes táxons.

Palavras-chave: Hymenoptera; Coleções; Amazônia.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Orlando Tobias Silveira.

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47IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

maPEamEnto E análisE da distribuição dE mutillidaE: (hymEnoPtEra, vEsPoidEa) da colEção dE invErtEbrados do

musEu ParaEnsE Emílio goEldi

Suelen Cristina da Silva Cruz1

As coleções de história natural têm como função primária preservar um espécime e suas relações com o ambiente de procedência. Reconhecendo a importância da Coleção de Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi como testemunho do patrimônio amazônico da biodiversidade, deve-se ressaltar a importância de estudos envolvendo a catalogação e informatização de dados e o georrefenciamento. Os Mutillidae (Hymenoptera) constituem uma família cosmopolita, contendo cerca de 5000 espécies, sendo que 1.500 ocorrem na região Neotropical. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre Mutillidae do acervo entomológico da Coleção de Invertebrados do Museu Goeldi para a elaboração de uma análise da distribuição geográfica das espécies desses insetos da coleção. As informações referentes aos dados das etiquetas foram digitalizadas em banco de dados da Coleção de Invertebrados (Access). As localidades de procedência dos exemplares analisados foram georreferenciadas e mapeadas com recurso do programa de SIG ArcView e DIVA-GIS. Foram catalogados 1.583 exemplares da coleção de invertebrados do Museu Goeldi pertencentes a 18 gêneros e 93 espécies que provêm de 16 estados e alguns poucos de outros países. Foram identificados exemplares de três subfamílias de Mutillidade (Sphaeropthalminae, Mutillinae e Myrmosinae), sendo que a maioria pertence à subfamília Sphaeropthalminae. Da subfamília Mutillinae foram identificados 4 gêneros e 22 espécies, de Sphaeropthalminae 13 gêneros e 70 espécies, e de Myrmosinae apenas 1 gênero e 1 espécie. Dentre os exemplares de Mutillidae, Traumatomutilla foi o gênero com o maior número de registro (576) e também apresentou o maior número de espécies (83). Mais da metade dos indivíduos catalogados foram coletados no estado do Pará, principalmente nos municípios de Belém e Benevides. Nas demais regiões do Brasil a lacuna no conhecimento da fauna destes insetos ainda é considerável.

Palavras-chave: Hymenoptera; Coleções; Georreferenciamento.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Orlando Tobias Silveira.

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48 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

dEscrição das EsPéciEs novas do gênEro nEoxyPhinus (aranEaE, oonoPidaE), da rEgião nEotroPical, com basE Em imagEns dE

microscoPia ElEtrônica dE varrEdura (mEv)

Naiara Abrahim dos Santos1

O gênero neotropical Neoxyphinus possui atualmente dez espécies válidas, tendo sido, recentemente, alvo de um trabalho de revisão no qual cinco espécies foram redescritas, das quais três foram transferidas de outro gênero, e cinco novas espécies foram descritas pela primeira vez. Posteriormente, foram encontradas cerca de 20 espécies novas pertencentes ao gênero, que atualmente estão em processo de descrição. As descrições seguem o modelo do projeto “Inventário da Biodiversidade Planetária de Oonopidae (PBI – Oonopidae)”, no qual os dados sobre as espécies são inseridos no site do projeto e descrições automáticas são geradas através de aplicativos DELTA. As análises das espécies são feitas com base em imagens de microscopia eletrônica de varredura e fotos de automontagem adquiridas em lupa motorizada. Até o presente momento foram documentadas, no microscópio eletrônico de varredura, nove novas espécies pertencentes ao gênero Neoxyphinus.

Palavras-chave: Neoxyphinus; Espécies novas; Microscopia eletrônica de varredura.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Hilton Tulio Costi.

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49IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

utilização dE técnicas dE EnriquEcimEnto ambiEntal na mElhora da qualidadE dE vida dE dois EsPécimEs dE onça Pintada

(Panthera onca) do ParquE zoobotânico do mPEg

Thatiana Andrade de Figueiredo1

Pela interferência do estresse em cativeiro, o comportamento animal pode sofrer alterações. Na natureza, dependendo da espécie, os animais passam a maior parte do tempo à procura de seus próprios alimentos, evitando os seus predadores, procurando e disputando parceiros para acasalar, interagindo com um ambiente dinâmico frente aos desafios diários. Enquanto que animais em cativeiro têm seus alimentos fornecidos diariamente e são protegidos contra interações competitivas. A implantação de técnicas de enriquecimento ambiental em zoológicos melhora a qualidade de vida dos animais em cativeiro atuando na redução de comportamentos estereotipados. Foram estudados dois exemplares da espécie Panthera onca, cativas do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi para observações e levantamentos de padrões comportamentais para a implantação de técnicas de enriquecimento ambiental, visando sanar ou minimizar distúrbios comportamentais relacionados ao cativeiro. Foi avaliada a eficácia do enriquecimento ambiental no comportamento de cada animal. A efetivação de um programa de enriquecimento ambiental em zoológicos é justificada pela melhora na qualidade de vida dos animais em cativeiro atuando na melhoria do bem-estar e saúde animal. Nas observações realizadas dos dois espécimes, machos adultos, apresentaram distúrbios comportamentais de hipersexualidade (“Guma”) e movimentos repetitivos (“Talismã”). Além da grande inatividade dos dois animais observada ao longo do dia, reforçando a necessidade da implantação do enriquecimento ambiental. Após a implantação da técnica os animais apresentaram melhora sensível tanto na redução da inatividade como na melhora dos comportamentos de masturbação e movimentos repetitivos.

Palavras-chave: Cativeiro; Bem-estar animal; Enriquecimento ambiental.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Parque Zoobotânico, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: M. Sc. José Amir Lima de Sousa.

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50 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

Estudo rEProdutivo natural E artificial do guará vErmElho eudocimus ruber (linnaEus, 1758), Em cativEiro no ParquE zoobotânico musEu ParaEnsE Emilio goEldi

E no ParquE mangal das garças, bElém - Pa

Andreza da Costa Ferreira1

O trabalho tem por objetivo acompanhar e descrever as técnicas de manejo reprodutivo natural e artificial do Eudocimus ruber em cativeiro, discutindo os fatores envolvidos nas duas formas de reprodução. Para o desenvolvimento do trabalho será utilizado como área de estudo dois ambientes do Parque Mangal das Garças - PMG, o primeiro é um viveiro coletivo que abriga cinco indivíduos da espécie, o segundo espaço, Lago do Cavername, apresenta uma área de 70m² (denominado Ilha dos Guarás) para 24 indivíduos. No Parque Zoobotânico Museu Paraense Emílio Goeldi - PZMPEG o ambiente de estudo é um recinto de aves brejeiras que abriga 15 indivíduos da espécie. A primeira etapa da coleta de dados consiste em observar os aspectos comportamentais relativos à reprodução nos dois parques. Para a reprodução artificial desenvolvida no PMG será coletado o maior número de ovos e assim que posturados os mesmos serão incubados em uma chocadeira artificial. A partir do nascimento os filhotes receberão avaliação clínica e o grau de adaptabilidade em relação às diferentes formas de ambientação a serem empregadas nos diferentes estágios de desenvolvimento do filhote, desde a eclosão do ovo até o quadragésimo dia de vida. Serão utilizadas formas diferentes de aquecimento, substrato e recinto. No ambiente fechado do PZMPEG haverá apenas uma retirada de ovos que serão destinados a incubação artificial seguindo o mesmo protocolo já estabelecido para o PMG. Em um período de três meses, os resultados obtidos foram a observação prévia do comportamento reprodutivo dos guarás mantidos nos recintos do PZMPEG e PMG, o levantamento bibliográfico sobre o tema e a viabilidade de se encontrar equipamentos e materiais a serem utilizados na pesquisa. A fase inicial da pesquisa não permite obter conclusões, muito embora a sua continuidade sinalize a obtenção de resultados interessantes quanto à biologia desta espécie e melhoras de manejo para o grupo de guarás do PZMPEG, onde a taxa reprodutiva ainda é baixa.

Palavras-chave: Reprodução de aves em cativeiro; Guará-vermelho; Conservação.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Parque Zoobotânico, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: M. Sc. Antônio Messias Costa.

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51IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

dEscrição dE duas novas EsPéciEs dE tyPhloPs do brasil(sErPEntEs: tyPhloPidaE)

Ariane Auxiliadora Araújo Silva1

Duas novas espécies de Typhlops são descritas para os estados do Maranhão e Amazonas, Brasil. Typhlops exilis diferencia-se das demais espécies por apresentar: 18-18-18 escamas ao redor do corpo, espinho terminal creme-amarelado e 11 fileiras de escamas pigmentadas. Typhlops dixonii diferencia-se das demais espécies por apresentar: 18-16-14 escamas ao redor do corpo, espinho terminal amarelo e 9 fileiras de escamas pigmentadas.

Palavras-chave: Fossorial; Scolecophidia; Typhlops exilis; Typhlops dixonii; Taxonomia.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Dra Ana L. C. Prudente; Pesquisadores-colaboradores: M. Sc. Roberta. G. Mendes; Dr. Hussam E. Zaher.

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52 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

filogEografia E história Evolutiva dos macacos-PrEgo, cebus aPella (linnaEus, 1758) (PrimatEs, cEbidaE)

Marcela Guimarães Moreira Lima1

A filogeografia, considerado um parâmetro de pesquisas para investigar as origens de padrões de distribuição atual, vem possibilitando a compreensão dos processos geradores de biodiversidade e promovendo um elo entre os estudos de processos de micro e macroevolução. Por possuir uma área de ocorrência que abrange cinco das unidades biogeográficas reconhecidas para a Amazônia (Guianas, Rondônia, Tapajós, Xingu e Belém), Cebus apella (Linnaeus, 1758) representa uma espécie de grande potencial para estudos filogeográficos. O presente estudo visa analisar os padrões de variação genética de C. apella ao longo da sua distribuição, investigando se as populações atualmente associadas ao referido táxon representam linhagens genéticas geograficamente estruturadas e identificar potenciais processos evolutivos relacionados ao estabelecimento do padrão filogeográfico encontrado. Análises filogenéticas iniciais (Verossimilhança – ML e Inferência Bayesiana), feitas com base em um banco de dados de 600pb do gene mitocondrial D-loop, não definiram as relações filogenéticas entre as localidades de distribuição de C. apella, resultando em árvores com baixos valores de suporte e várias politomias. Análises iniciais de datação indicaram uma radiação de C. apella há 400.000 anos no Plioceno tardio, provenientes da Mata Atlântica. Estas análises também demonstram que a diversificação dos clados de C. apella ocorreu de maneira muito rápida a mais ou menos 100.000 – 200.000 anos atrás, sendo um evento bastante recente. Um fator importante que vale ressaltar é que as localidades da Calha Norte da Bacia Amazônica (norte do Brasil e Guiana) formam um clado monofilético. Entretanto, são necessárias novas análises com dados moleculares adicionais (maior número de localidades dentro da área de distribuição da espécie e um maior número de genes), para investigar o isolamento entre populações, para aumentar a precisão das estimativas de tempo de divergência, e permitir a inferência de possíveis impactos de eventos geológicos sobre a diversificação do grupo.

Palavras-chave: Filogeografia; Cebus apella; D-loop; Distribuição geográfica.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. José de Sousa e Silva Júnior.

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COMUNICAÇÃO DA CIÊNCIA

NA AMAZÔNIA

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55IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

o musEu ParaEnsE E a rEPrEsEntação do Estado do Pará na ExPosição intErnacional da indústria

E do trabalho Em turim (1911)

Anna Raquel de Matos Castro1

O presente trabalho é resultado da primeira etapa do projeto intitulado “Ciência e Propaganda: o Museu Paraense nas exposições e congressos nacionais e internacionais”, referente à bolsa de pesquisa concedida pelo Programa de Capacitação Institucional (MCT/MPEG). Nesta etapa, o projeto teve como objetivo realizar pesquisa de caráter histórico sobre a participação do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) nas exposições internacionais, sendo a Exposição Internacional da Indústria e do Trabalho em Turim a primeira a ser investigada. A partir da análise da documentação histórica existente no Arquivo Guilherme de La Penha (MPEG) e em outras instituições, e do levantamento bibliográfico sobre o assunto, este trabalho analisa a participação do Museu Goeldi como representante do Estado do Pará no referido certame, ocorrido no ano de 1911, em comemoração ao 50º aniversário da Proclamação do Reino da Itália. Os resultados demonstram que o Museu Goeldi, símbolo do progresso do estado nos primeiros anos da República brasileira, constituiu-se em um instrumento fundamental para a propaganda política do governo local, não só por levar para a Europa amostras das riquezas naturais da região, matéria-prima para a indústria, mas também por ser um intermediário na articulação comercial entre o Estado do Pará e a Itália, e também com os demais países participantes da mostra. A prioridade era dada para os negócios relacionados à produção e economia da borracha, divulgando o progresso e o desenvolvimento da Amazônia e promovendo as indústrias na região.

Palavras-chave: Exposição Internacional da Indústria e do Trabalho em Turim; Museu Paraense Emílio Goeld; Jacques Huber; Pará; Borracha.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Comunicação e Extensão, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Nelson Rodrigues Sanjad.

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56 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

guia das PublicaçõEs dE zoologia Produzidas PEla comissão rondon: com índicE bibliográfico E numérico

Lucidalva Ferreira Barroso1

A pesquisa trata da elaboração de um Guia Sistemático, Nomes Vulgares, Estampas e Onosmático, de 11 obras da área de Zoologia, produzidas por cientistas que percorreram o trajeto da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas de Cuiabá ao Amazônas, (Comissão Rondon), abrigadas na Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, do Museu Goeldi. O estudo priorizou a pesquisa documental das obras de Zoologia produzidas pela Comissão Rondon; definição escopo de acordo com NBR 10518/2005; uso de normas técnicas NBR6034/2004, para elaboração de índices; International Code of Zoological Nomenclature, para normatização de nomenclaturas e Repertório Documental Catalogue of the Books, Manuscripts maps and Drawings para estabelecer a grafia correta de nomes. O trabalho foi elaborado em três momentos. Primeiramente, um índice sistemático, em torno de 1 filo, 1 subfilo, 1 ordem, 45 famílias, 1 gênero sendo estes: Tabanídeos, Loricariidae, Callichthyidae, Doradidae, Trichomycteridae, Crustáceos, Pimelodidae, Trachycorystidae, Cetopsidae, Bunocephalidae, Auchenipteridae, Hypophthalmidae, Cebidae, Hapalidae, Vespertilionidae, Emballonuridae, Phyllostomatidae, Felidae, Mustelidae, Canidae, Procyonidae, Tapiridae, Suidae, Cervidae, Sciuridae, Muridae, Octodontidae, Coenduidae, Dasyproctidae, Caviidae, Leporidae, Platanistidae, Bradypodidae, Myrmecophagidae, Dasypodidae, Didelphyidae, Moluscos, Cichlidae, Peixes (excl. Characinidae), Psittacidae, Ophidios, Hymenopteros, juntamente com suas espécies. Em seguida foi produzido o índice de nomes vulgares remetendo para os nomes científicos. E, por último, um índice de estampas e índice onosmático, que por ter algumas semelhanças de nomes, optou-se pela elaboração em nome completo, baseado em repertórios. O resultado obtido foi a reunião de obras dispersas no acervo, permitindo acesso fácil à informação que se deseja encontrar em uma obra, função primordial de um guia.

Palavras-chave: Zoologia – Guia; Comissão Rondon; Amazônia.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Comunicação e Documentação, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: M. Sc. Maria Astrogilda Ribeiro Silva.

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57IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

imPlantação dE métodos ciEntíficos dE avaliação contínua da comunicação musEal

Kátia Rosane Brito Fontelle1

Um dos problemas que não têm sido abordados na avaliação de exposições em museus, prática essencial para o sucesso de futuras mostras congêneres, é se os objetivos expressos da curadoria de cada exposição foram de fato atingidos. Isso é tanto mais importante no caso de exposições de cunho científico, como são os eventos expositivos do Museu Paraense Emílio Goeldi, onde é essencial a comunicação das ideias científicas expostas ao público visitante. Definindo-se uma exposição como bem sucedida, quando ela cumpre os objetivos propostos por sua curadoria, procurou-se fazer uma avaliação que aquilate de fato o cumprimento desses objetivos, indo muito além das indagações formais do tipo “agradou/não agradou” de praxe. Sem escapar ao tradicional formato de avaliação que é o questionário semiestruturado, procurar-se-ia restringir as perguntas a um mínimo que forneça respostas qualitativamente importantes. O número pequeno de perguntas derrubaria a barreira intimidatória que um questionário longo pode impor ao visitante, e a precisão das perguntas levaria à constatação de real aprendizado daquele. Além disso, o fato de o questionário ser proposto por um entrevistador treinado, e não deixado para ser preenchido à vontade pelo público (o que geralmente não acontece), permitiria que as respostas solicitadas pudessem ser devidamente tabuladas e comparadas entre si. Como experimento inicial, essa forma de avaliação foi aplicada aos visitantes da exposição temporária “Kayapó – Nossa Terra Mbêngôkre”, em cartaz no Museu Goeldi durante quatro meses. Os resultados, embora preliminares, indicaram que houve uma interação positiva do visitante com a mostra, e que realmente teria acontecido um processo de transmissão de conhecimento – objetivo maior de toda iniciativa museal de cunho científico. A amostra estudada foi pequena, pois problemas diversos com a infraestrutura da exposição levaram a várias interrupções de distribuição do questionário ao longo da exibição da exposição: recolheram-se ao todo 96 questionários respondidos. O questionário indicou que, aparentemente, o público a Exposição agradou, despertou o interesse do público e o educou quanto à cultura Mbêngôkre. Duas perguntas que visavam à avaliação qualitativa da receptividade da exposição tiveram médias muito altas. Duas outras perguntas, que objetivavam medir o sucesso educativo da mostra, revelaram que o visitante saiu da exposição melhor informado (e talvez

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Museologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Horácio Higuchi.

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58 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

melhor formado, dada a natureza mais complexa das perguntas) do que quando entrou. A maioria do público entrevistado foi da faixa etária de 20 a 29 anos, com respostas mais positivas quanto ao aprendizado entre o público visitante do interior e de outros Estados. A uma pergunta sobre o possível futuro dos Kayapó, praticamente todos os entrevistados, diante do material exposto, demonstraram percepção do risco de extinção dessa cultura, e também da possibilidade de evitar esse desaparecimento: era essa uma das mensagens que a curadoria da mostra pretendia passar aos visitantes. O exercício serve como um ensaio de protocolo a ser aplicado em futuras exposições.

Palavras-chave: Exposições científicas; Avaliação qualitativa; Comunicação.

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59IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

dEsign E aPlicação dE jogos Educativos no Ensino dE ciências

Edson Luiz Costa Lopes1

O Projeto Clube do Pesquisador Mirim-CPM, que visa estimular, em alunos do ensino fundamental, o interesse pela iniciação científica, desde 1997 vem oportunizando aos participantes o acompanhamento de pesquisas realizadas no Museu Goeldi e os primeiros contatos com métodos e técnicas científicas. Em 2006 e 2007, durante a Oficina Modular “Metodologias e Práticas Educativas para Professores das Séries Iniciais”, da Escola Municipal Professora Ernestina Rodrigues, realizada pelo Projeto CPM, discutiu-se a confecção de um jogo educativo em que o percurso de trilhas equivalentes às visitas guiadas no Parque Zoobotânico do Museu permitia o melhor conhecimento deste último. Na ocasião, também se aventou a possibilidade de, eventualmente, transformar esse jogo de meio físico numa versão em mídia eletrônica. Por questões alheias à vontade do setor, a confecção do jogo físico só foi possível em 2009. No ano seguinte, o jogo pronto foi testado como material de ensino com os alunos do ensino fundamental (3ª e 4ª séries) daquela escola. Numa avaliação preliminar, os alunos que participaram do Clube e se envolveram com o jogo apresentaram melhor desempenho escolar ao longo do ano. A atribuição desse êxito especificamente ao jogo é ainda um pouco temerária, embora o fato de todas as atividades do Clube com participação desses alunos terem como referência os temas abordados no próprio jogo. Com base na receptividade do jogo físico, atualmente está se preparando a versão eletrônica, com os devidos ajustes, com previsão de conclusão até dezembro de 2011. Esse novo formato pretende ser aplicado aos participantes do clube a partir do ano vindouro, podendo-se então testar a eficácia relativa de uma e outra versão.

Palavras-chave: Iniciação científica; Jogos educativos; Mídia eletrônica.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Museologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Luiz Fernando Fagury Videira.

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60 IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

inclusão social Em musEografia: ProjEtos ExPositivos Para dEficiEntEs visuais

Martha do Socorro Lima de Carvalho1

O objetivo do projeto é abordar a acessibilidade e inclusão em um museu de História Natural para deficientes visuais (DVs) e possibilitar-lhes de algum modo usufruir o que oferece, estabelecendo um diálogo entre pessoas com deficiência visual e a exposição dos acervos. Então, uma exposição museal deve buscar elementos de comunicação (linguagem, estrutura, realidade física ou virtual) que sejam passíveis de entendimento comum entre DVs e não-DVs, embora não de maneira igual, para a identificação de semelhanças e diferenças entre os objetos expostos. Sendo assim, estaremos valorizando sistemas distintos mas igualmente válidos de percepção e interpretação, levando à equidade para todos os tipos de públicos. Esses sistemas contariam com elemento intermediativo um constructo auxiliar de tradução. Este, por sua vez, pode ser um modelo em resina ou similar que represente objetivamente cada objeto (peça do acervo). Por exemplo, consideremos o caso de um aquário público com diversas espécies de peixes isoladas do visitante através de visores de vidro e um considerável volume d’água, aberto a um público com diferentes graus de percepção visual. O não deficiente visual perceberá formas, cores, movimentos, sons e comportamentos que permitam diferenciar as espécies. Por outro lado, o deficiente visual estará limitado a distinguir os sons dos peixes. O constructo acima citado, colocado externamente a cada tanque, que possa ser tocado pelo visitante, possibilitaria ao deficiente visual informações adicionais sobre forma e textura de cada peixe. Deficientes e não deficientes terão experiências diferentes diante do objeto, mas cada um, com seu próprio sistema de percepção e interpretação, irá verificar semelhanças e distinções entre as espécies. Parte do conteúdo informativo pode, assim, ser traduzido de um sistema para outro. De qualquer maneira, é imprescindível a parceria participativa de DVs e educadores, bem como os curadores de exposições do primeiro ao último momento da mostra.

Palavras-chave: Inclusão; Acessibilidade; Museus; Museologia; Deficiência visual.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Museologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientador: Dr. Horácio Higuchi.

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61IV Seminário do Programa de Capacitação Institucional

o clubE do PEsquisador mirim E a iniciação ciEntíficacom alunos surdos: um dicionário ilustrado

da fauna E flora amazônica

Deusa Priscila da Silva Resque1

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), diferentemente das línguas oral-auditivas, é um código de natureza visual-espacial: assim, o que é denominado palavra em uma língua oral-auditiva, em LIBRAS trata-se de sinal. As línguas de sinais não são universais, e mesmo dentro de cada território nacional onde ela se aplica, sofrem influência da cultura local e regional. Um dos programas educativos do Museu Paraense Emílio Goeldi, o Clube do Pesquisador Mirim (CPM), estendeu sua acessibilidade a crianças surdas, de modo a lhes estimular e incentivar o interesse pela ciência. Após quatro anos de experiência com crianças surdas integradas ao programa, constatou-se que muitos animais e plantas que ocorrem no Parque Zoobotânico do Museu, onde se desenvolve a maior parte das atividades da iniciativa, não tinham representação na LIBRAS. Tratando-se de espécies da fauna e da flora de grande importância na cultura amazônica, percebeu-se a necessidade de se criarem as expressões gestuais que as definissem para o diálogo com outras comunidades de surdos da região. Os próprios Pesquisadores Mirins propuseram um conjunto de gestos para designar esses objetos, fruto de observação direta em campo. O presente estudo fez uma análise desses neologismos visuais-gestuais, para que possam ser legitimados dentro do vocabulário regional da LIBRAS. Para tanto, as observações iniciais das crianças foram complementadas com pesquisas bibliográficas e de campo, e confrontadas, comparadas e aperfeiçoadas até se obter um consenso para cada representação. Os sinais propostos foram apresentados a especialistas de instituições da área para possível legitimação e oficialização para uso corrente. Para tal, foi confeccionado um protótipo de dicionário em formato CD-ROM para facilitar a avaliação dos mesmos. A opinião dos especialistas irá definir os neologismos que irão compor a versão definitiva do dicionário, para uso e divulgação entre os usuários da LIBRAS.

Palavras-chave: Educação inclusiva; LIBRAS; Vocabulário amazônico.

1 Bolsista PCI/CNPq/MCTI, Coordenação de Museologia, Museu Paraense Emílio Goeldi. Orientadora: Helena Quadros.

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