1 11 MICROECONOMIA II P ROFESSORA S ILVINHA V ASCONCELOS 1 PPGEA UFJF.
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111
MICROECONOMIA IIPROFESSORA SILVINHA VASCONCELOS
1
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Concentração, Fusões e Barreiras a Entrada
(Shy, cap. 8 )
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1. Questões centrais Porque algumas firmas fazem lucros puros e
não há entrada que os elimine? O que explica fusões entre firmas em uma
indústria? Quais são ou deveriam ser as atitudes dos
reguladores acerca das indústrias concentradas? Deve o regulador limitar/controlar fusões entre
firmas da mesma indústria? Mesmo que não ocorram fusões, ele deve tentar
controlar o grau de concentração nas indústrias?
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2. Medidas de concentração Usadas para comparar concentração entre
diferentes indústrias e diferentes países, bem como usada em decisões regulatórias
Dois fatores que afetam concentração Número de firmas na indústria Distribuição do produto entre firmas da indústria
Sejam: N: número de firmas na indústria Q: nível de produto agregado na indústria
(quantidade agregada vendida aos consumidores)
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5
2. (Continuação) qi = produto da firma i, i = 1, 2, ..., N Q = n
i=1qi, (onde se ignora problemas de agregação à soma de produtos diferenciados)
A percentagem de produto total da indústria vendido pela firma i
Ou si é a parcela de mercado da firma i, onde
100.Qqs i
i
100100
Então, .1000 1
1
ssN
i iN
iii
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3. Razão de concentração de 4 firmas Soma das parcelas de mercado das 4 maiores firmas na
indústria. Ou seja, é preciso pré-ordenar as firmas de forma a obter s1≥ s2 ≥ s3... ≥ sN
Então o CR4 (ou I4) é dado por
Ver Tabela 8.1 Problema de I4: medida que não diferencia entre diferentes
tamanhos de firmas. Ex.: Ver indústrias 1 e 2; e Ind. 3 e 4;
4
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7
4. Índice HHI (medida preferível) Definido por
Ver comparações entre Ind 1 e 2 na Tabela 8.1 Ver Derivação em Exercício 12c9, letra c, Mas-
collel et al.
N
iiHH sI
1
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8
5. Fusões Fusões, takeovers, aquisições, integração
são termos que descrevem situação onde firmas se juntam sob mesma propriedade
Aqui, o termo fusão será usado para se referir a qualquer tipo de propriedade conjunta
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5.1. Classificação dos tipos de fusão Horizontal (entre firmas da mesma indústria,
produzindo bens simétricos/idênticos e vendendo no mesmo mercado geográfico)
Vertical (entre firma que produz bem intermediário e a que produz bem final ou entre firmas com potencial relação comprador-vendedor pré-fusão
Conglomerada: entre firmas produzindo produtos menos relacionados. Pode ser do tipo extensão do produto (relacionam-se pela produção ou distribuição) ou extensão do mercado (produzem mesmo produto e vendem em diferentes mercados geográficos), ou ainda outros conglomerados (não são relacionadas)
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5.2. Porque ocorrem fusões Argumentos mais comuns
Redução da competição e aumento de lucro Redução de custos com aumento de tamanho Diferentes perspectivas acerca do futuro do
mercado (comprador mais otimista) Busca por prestígio em administrar grande
empresa (mesmo que isto não aumente seus lucros)
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5.3. Fusão Horizontal Discussão
Base teórica indica que, quanto menor n, menor o bem-estar
Mas fusão que aumenta concentração não necessariamente reduz bem-estar. Exemplo: Sejam duas firmas competindo a la Cournot (bem
homogêneo), onde c1 = 1 e c2 = 4 p = 10 – Q Equilíbrio (FAZER) : q1 = 4; q2 = 1; Q = 5; p = 5; Lucro
de 1 igual a 16, lucro de 2 igual a 1 O EC (p) = EC (5) = 12.5 Bem estar (soma de EC e EP) é 29,5
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5.3. Fusão Horizontal Ex. (Continuação)
Suponha agora que ocorra uma fusão entre as duas firmas, de forma que a nova firma é um monopólio (sendo que fecha a planta 2)
O novo equilíbrio é: QM = 4.5, pM = 5.5; Lucro do monopólio é 20.25; e ET = 30.375.
Além disso, comparando o nível de concentração pré e pós fusão, tem-se concentração total pós fusão.
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5.3. Fusão Horizontal Do Exemplo anterior, tem-se a seguinte
proposição
Sob estrutura de mercado de Cournot, uma fusão que gera um aumento na concentração não necessariamente implica em redução de bem-estar total
Intuição: quando as firmas têm diferentes custos de produção, existe um trade-off entre eficiência de prudção e grau de monopolização porque Fusão elimina a de alto custo Porém concentração aumenta o preço de mercado e reduz
bem-estar do consumidor Tem que ver o efeito líquido entre eficiência e redução do EC
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5.3. Fusão Horizontal Críticas à esta análise:
A metodologia de análise pode estar errada porque se faz julgamento de bem-estar com base em estrutura de mercado de Cournot. É preciso checar se sob outas estruturas de mercado esta conclusão é válida
Outra crítica: esta abordagem não incorpora o efeito do tamanho da firma (capacidade) pós-fusão (ou seja, quando duas firmas com mesmo custo unitário se fusionam, seus tamanhos reais também se unem em única firma.
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6. FUSÃO VERTICAL Ocorre entre firmas upstream e downstream Ver Figura 8.1, p. 177 que ilustra uma
estrutura industrial com duas firmas a montante, A e B, vendendo para duas a jusante, 1 e 2, com produtos idênticos
Suposição: Mercado a montante é caracterizado por competição a la Bertrand enquanto o a jusante a la Cournot
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6. FUSÃO VERTICAL Vendo os payoffs antes e pós fusão
Competição a jusante (Cournot) (pré fusão) Seja a demanda dada por p = - q1 – q2, com > 0 e
custos dados por c1 e c2, de firmas 1 e 2 respectivamente
Neste caso,
PP
GE
A U
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16
32 ji
i
ccq
3
32
92
21
21
2
ccQp
ccQ
cc jii
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6. FUSÃO VERTICAL Continuando
Competição a montante (Bertrand) (pré fusão) Suponha custos de produção de firmas A e B iguais a
zero, então pA = pB = o (p = cmg). Isto implica que firmas 1 e 2 tem custo de produção zero. Então
PP
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17
09
32
21
21
BA
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6. FUSÃO VERTICAL Suponha a gora a fusão
Suposição: A fusiona com 1, gerando a empresa A1 Efeito: o custo do insumo de A1 é zero Suponha ainda que A1 não vende bem intermediário
para a 2 (então B é monopolista no mercado de fatores) O problema da B é:
Onde c2 é o preço que B fixa para o bem intermediário, que é o custo de produção da empresa 2 e q2 é o nível, de produto da B
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6. FUSÃO VERTICAL Resultados
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19
36 e
24 ,
14425
1251276
1125
2
2
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2
1
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A
p
Q
q
q
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6. FUSÃO VERTICAL Proposições decorrentes dos resultados
anteriores: “uma fusão entre firma a montante e a firma a jusante
aumenta o nível de produto da firma fusionada e reduz o nível de produto da firma à jusante.”
(intuição: a firma a jusante que não faz fusão tem maior custo de insumo porque compra de monopólio, B)
“O lucro combinado das firmas à jusante e à montante aumenta após a fusão”
“Uma fusão entre firmas à jusante e à montante não irá excluir a firma à jusante disjunta do mercado, mas reduzirá o seu lucro”
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7. FUSÃO HORIZONTAL ENTRE FIRMAS PRODUZINDO PRODUTOS COMPLEMENTARES Dados iniciais e suposições
Mercado é de sistemas de computador (combinação de computadores, X, e monitores, Y)
Os preços são dados por px, py e ps, este último a soma dos dois primeiros
A quantidade Q de sistemas comprados por todos consumidores é
x = é a quantidade vendida de computador e y a quantidade vendida de monitores, com Q = x = y
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0 ,ou QppppppQ yxsyxs
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7. FUSÃO HORIZONTAL ENTRE FIRMAS PRODUZINDO PRODUTOS COMPLEMENTARES Soluções para produção independente
Variável estratégica: preço Custo de produção nulo O produtor de computadores (X) escolhe px dado
py que resolve
Funções Melhor resposta de X ao py:
Por simetria,
PP
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yxxxxxpppppxp
x
)(max
2y
x
pp
2x
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7. FUSÃO HORIZONTAL ENTRE FIRMAS PRODUZINDO PRODUTOS COMPLEMENTARES Resultados
PP
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23
9.
9.
3
3
2
2
yp
xp
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xx
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7. FUSÃO HORIZONTAL ENTRE FIRMAS PRODUZINDO PRODUTOS COMPLEMENTARES Resultados para fusão entre X e Y
X e Y se tornam um monopólio O bem agora em questão é computador (sistema
composto de pacote com 1 monitor e um computador)
Decisão agora é sobre ps, ou seja,
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24
42.
2
2
2
:Resultados
max
2
Mxy
Ms
MMM
Ms
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pyxQ
p
pps
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7. CONCLUSÃO Um monopólio resultante da fusão entre as
firmas produzindo bens complementares Reduz o preço do sistema Aumenta o número de sistemas vendidos Aumenta a soma dos lucros das duas firmas
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8. BARREIRAS À ENTRADA (BE) Investigamos aqui porque entrada não ocorre
em oligopólios com lucros puros de forma a conduzir firmas com lucros normais
Uma possibilidade : BE devido à condições tecnológicas (economias de escala, custos irrecuperáveis), condições legais (proteção de patente e direitos exclusivos dados por outras firmas ou reguladores), condições de organização de mercado (como canais de distribuição, redes de marketing, lealdade dos consumidores, etc.)
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8. BARREIRAS À ENTRADA (BE)
Ou seja: BE são condições que não são controladas pelas firmas incumbentes e que explicam porque entrada não ocorre
PP
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8.1. BARREIRAS À ENTRADA ADVINDAS DE CUSTOS SUNK Custos sunk são custos que não podem ser
recuperados (afundados porque o investimento não pode ser revendido para recuperar parte ou todo recurso monetário despendido) Exemplos: taxas legais; impostos antes de
entrar; pesquisas de mercado; equipamentos não transportáveis, não conversíveis,etc. (ex. Construção do euro túnel)
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8.2. O MODELO Vendo então o mercado com bem
homogêneo e sunk costs (BE mesmo com lucro positivo)
Pressupostos Duas firmas, A e B Bens idênticos, Cmg constantes e iguais B: potencial entrante A: Incumbente monopolista onde e
é o custo sunk de entrada incorrido B: se move primeiro escolhendo se entra ou não.
Se não entra, poupa custo de entrada e . Neste caso,
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29
MA
0Ba)monopolist (permanece 0 M
A
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8.2. O MODELO Se B entra, concorrem a la Bertrand (pA = pB=Cmg) O lucro das duas firmas seria zero, mas como
incorrem em custos sunk, (-), o lucro é negativo. A árvore do jogo:
PP
GE
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30
B (Entrante)
Entra Fica fora
Jogo de Bertrand0
0
B
MA
0 BA
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8.2. O MODELO ENPS
Para qualquer nível de custo sunk de entrada que satisfaça 0 < < M, existe um ENPS onde A é monopólio com lucro e B fica fora.
PP
GE
A U
FJF
31
0 MA
Conclusões A análise contribui para perceber como até
mesmo pequenos custos sunk contribuem para BE
Também se percebe o papel da competição ex post (por exemplo, verifique que com Cournot , baixos custos sunk não geram BE)
O resultado vale para produtos homogêneos. Mas pode-se pensar em investimentos ex post para diferenciar produto e evitar competição em preço
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8.3. O JOGO DE BE COM CUSTOS SUNK MODIFICADO
Suponha que a firma A receba uma quantidade > 0 (que pode ser , uma forma de recuperação do gasto original pós saída)
Resultado: o mercado permanece como monopólio (um substitui o outro)
Do ponto de vista do consumidor, há BE neste mercado
Vendo isto pelo jogo sequencial
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33
O jogo fica dado porFirma B
Entra Fora
Fica Sai
A= -
B=0
Jogo de Bertrand
A= B= - <0
Firma A
Fica Sai
A= M -
B=0
A= -
B=M-
PP
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O ENPS= ((Sai, Fica), Entra)Firma B
Entra Fora
Fica Sai
A= -
B=0
Jogo de Bertrand
A= B= - <0
Firma A
Fica Sai
A= M -
B=0
A= -
B=M-
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9. DETENÇÃO À ENTRADA (DE) São ações estratégicas tomadas pelas
incumbentes diante da ameaça de entrada na indústria.
As definições de BE e DE não estão livres de problemas porque algumas condições que previnem entrada (BE) podem ser intensificadas por comportamento da incumbente (DE). Ex.: Custos sunk que não são exógenos às firmas (como Investimento em P e D)
Ver extensões de terminologia em Tirole
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9.1. MODELANDO DE
Comprometimento de capacidade (notas de aula)
PP
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