06 - AMOR A DEUS
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7/18/2019 06 - AMOR A DEUS
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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637)
+
AMOR A DEUS
Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz
Há dois amores
Há dois amores: o amor à concupiscência ou amor imperfeito; e o amor de pura caridade ou amor perfeito. or meio do amor de concupiscência ou imperfeito!
dedicamo-nos a a"radar a #eus somente para $ue nos dê a recompensa da "%&ria
eterna. 'ste amor om! porm trata-se muito mais de um ato de esperan*a $ue de
um ato de caridade.
+ amor perfeito! pe%o $ua% nos esfor*amos a a"radar a #eus e $ueremos nos
sumeter à sua ,ontade! consiste em amar-%e unicamente por ser '%e $uem ! e no
pe%a recompensa $ue aos ons promete. 'ste amor propriamente a caridade
perfeita.
Necessidade de amar a Deus
/mai ao 0enor ,osso #eus com todo o ,osso cora*o! com toda a ,ossa
a%ma! e com todas as ,ossas for*as: Diliges Deum tuum ex toto corde tuo, ex tota
anima tua, ex tota ortitudine tua ( Deuter! 2! 5). ermane*am estas pa%a,ras em
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,osso cora*o! repeti-as a ,ossos fi%os! meditai-as sentados em ,ossa casa e
,iaando! antes de dormir e ao despertar. 4iai-as como um sina% em ,ossa mo!
suspendei-as diante de ,ossa ,ista! escre,ei-as no dinte% de ,ossas casas e sore as
portas1.
esus risto recorda a ori"a*o imposta por '%e mesmo como preceito:
/mai! di8! ao 0enor ,osso #eus com todo o ,ossos cora*o! com toda a ,ossa
a%ma e com todo o ,osso esprito. 'ste o maior e o primeiro dos mandamentos:
Diliges Deum tuum ex toto corde tuo, ex tota anima tua, et in totoa mente tua
( Matt"! 22! 37). #oc est maximum et primum mandatum ( Matt"! 22! 3).
/mai com todas as ,ossa for*as /$ue%e $ue ,os criou! di8 o 'c%esiástico<; e
em outro %u"ar: /mai a #eus toda a ,ossa ,ida! e in,ocai-+ para $ue ,os sa%,e:
$mni %ita tua dilige Deum, et in%oca illum in salute tua ( &ccli! ! 1).
+ moti,o $ue nos de,e %e,ar a amar a #eus $ue '%e a nossa a%ma e a
nossa ,ida; porm! usto $ue a a%ma triute a #eus o $ue o corpo triuta a a%ma! e
$ue tudo fa*amos por amor a #eus; assim como o corpo teme! soretudo! estar separado da a%ma! nosso principa% temor á de ser ,er-nos separados de #eus.
/ssim o /p&sto%o 0o udas imp=e-nos a ori"a*o de mantermo-nos no amor a
#eus: 'osmetipsos in dilectione Deu ser%ate ( (ud . 2).
+ ca,a%o nasce para correr! este seu fim! o pássaro para ,oar! o oi para
su%car a terra! o cacorro para %adrar! o fo"o para es$uentar! a á"ua para apa"ar a
sede etc. o omem nasce para amar a #eus: este seu >nico fim.
/inda $uando fa%asse todas as %n"uas dos omens e at a dos anos! di8 o
"rande /p&sto%o aos orntios! no tendo caridade! seria como um ron8e sonoro e
um cma%o retumante. /inda $uando ti,esse o dom de profecia! ainda $uando
penetrasse todos os mistrios e possusse todas as ciências! e ainda $uando ti,esse
caridade! nada seria. ' ainda $uando distriusse todas as minas ri$ue8as para1 &runt)ue %er*a "aec )uae ego praecipio ti*i "odie in corde tuo et narra*is ea iliis tuis et medita*eris sedens in domo tua et am*ulans in itinere dormiens at)ue consurgens et liga*is ea )uasi signum in manu tuaerunt)ue et mo%e*untur inter oculos tuos scri*es)ue ea in limine et ostiis domus tuae ( Deuter! 2! 9)2 n omni %irtute tua dilige eum )ui te ecit ( &ccli! 22! 3a)
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a%imentar aos pores! e entre"asse meu corpo às camas! sem caridade de nada me
ser,iria isto3. + mesmo /p&sto%o ec%ama: + amor de esus isto nos insta: Caritas
C"isti urget nos ( Cor . ! 1?). esus risto morreu por todos a fim de $ue os $ue
,i,em no ,i,am para si mesmo! seno para a$ue%e $ue morreu e ressuscitou por
e%es?.
+ amor de #eus to imenso! di8 0o /"ostino! $ue a$ue%e $ue no o tem!
em ,o possui as demais coisas; e ao contrário! a$ue%e $ue o tem! tudo possui 5. +
mesmo santo #outor acrescenta! como o /p&sto%o! $ue a f pode eistir sem a
caridade! porm! ento! estri% e no pode ser >ti%6.
/ castidade sem a caridade! di8 0o @ernardo! uma %Ampada sem a8eite;
tirai o a8eite e a %Ampada á no i%umina; tirai o amor de #eus! e a castidade deia
de ser a"radá,e%7.
/ fina%idade dos mandamentos a caridade! di8 0o au%o a Bim&teo: inis
praecepti est caritas ( Tim! 1! 5).
Cos dois preceitos do amor a #eus e ao pr&imo está cifrada toda a %ei e os
profetas! di8 esus risto: n "is duo*us mandatis uni%ersa lex pendet et prop"etae
( Matt"! 22! ?D).
E mina a%ma! ec%ama 0anto /"ostino! criada à ima"em de #eus!
res"atada com o 0an"ue de esus risto! esposa da f! dotada pe%o 'sprito 0anto!
adornada com as ,irtudes! posta na cate"oria dos anos! ama /$ue%e $ue tanto te
amou; pensa Ca$ue%e $ue amais te es$uece; usca a Fuem te usca; dá-te por
3 -i linguis "ominum lo)uar et angelorum caritatem autem non "a*eam actus sum %elut aes sonans aut cym*alum tinniens et si "a*uero prop"etiam et no%erim mysteria omnia et omnem scientiam et "a*ueroomnem idem ita ut montes transeram caritatem autem non "a*uero ni"il sum et si distri*uero in ci*os pauperum omnes acultates meas et si tradidero corpus meum ut ardeam caritatem autem non "a*uero ni"il mi"i prodest ( Cor! 222! 1-3).4 .ro omni*us mortuus est ut et )ui %i%unt iam non si*i %i%ant sed ei )ui pro ipsis mortuus est et resurrexit ( Cor, 5! 15).5 Tanta est caritas, )ui si desit, rustra "a*entur caetera/ si adsit, "a*entur ominia (-entent! 2).6 ides sine caritate esse potest, prodesse non potest ( Li* de Trinitate! c. 222).7 Castitas sine caritate lampas est sine 0leo/ su*tra"e oleum, lampas non lucet/ tolle caritatem, castitas non placet ( &pist! G22! ad &uricum)
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inteiro a Fuem inteiramente se dá a ti. 'ste "rande #eus ocupa-se somente de ti;
no te ocupes mais do $ue #e%e; em certo modo! tudo '%e deia por ti; deia tudo
por '%e: '%e a mesma 0antidade! sê santa; '%e a mesma pure8a! sê pura9.
+ cu! a terra! acrescenta ainda 0anto /"ostino! e tudo o $ue contm! no
cessam de di8er-me $ue os ame! meu #eus! e no cessam de di8ê-%o a todos! a
fim de $ue no tena descu%pas se no os amam1D.
Motivos que obrigam a amar a Deus tirados de Deus mesmo e de suas infinitas
perfeições
#e,emos amar a #eus! primeiramente! por$ue soeranamente amá,e%.
#eus todo amor! di8 o amadssimo discpu%o: Deus caritas est ( (oann! 2! 2! ).
Fuem #eus! di8 0o @ernardo: a ,ontade onipotente! a ,irtude por ece%ência!
a %u8 eterna! a ra8o imutá,e%! a suprema em a,enturan*a11.
#eus a eternidade: a medida! o n>mero! a ordem! a causa e o fim de todas
as coisas. '%e @em soerano! imenso! incriado... Boda a aundAncia fora de meu#eus! a pr&pria pore8a! di8 0anto /"ostino: $mnis copia, )uae Deus non est,
agesta est ( Li*! Coness!).
omo #eus infinito em sua essência! -o tamm em todos os di,inos
atriutos e em cada um de%es. Bem uma santidade infinita! um poder infinito! uma
saedoria infinita! uma miseric&rdia infinita! uma ciência infinita! uma ondade
infinita! e infinitos so tamm seus demais atriutos. #eus u%trapassa o infinito!
no somente de tudo o $ue eiste e de todas as $ua%idades e perfei*=es; u%trapassa
no em um "rau! nem cem "raus! nem um mi%o de "raus! para a%m de tudo!
seno infinitamente mais $ue $ua%$uer cá%cu%o.
8 $ anima mea, insignita Dei imagine, redempta C"risti sanguine, despousata ide, dotata sipiritu, ornata%irtuti*us, deputata eum angelia1 dilige illum a )uo tantum dilecta est/ intende illi, )ui ostendit ti*i/ )uaere)uaerentem te, ama amatorem tuum (-olilo)!)9 &sto sollicita cum sollicito, cum %acante %acana, cum mundo munda, cum sancto sancta (-olilo)!).10 Celum et terra, et ominia )uae eis sunt, ecce und1 )ui mi"i dicunt ut amem te/ nec cessant dicereomini*us, ut sint inexcusa*iles (-olilo)!)11 2uid est Deus3 'oluntas omnipotens, *ene%olent4ssima %irtus, lumen aeternum, inmuta*ilis ratio, summa*eatitudo ( Li*! de Considerat!, c. 2)
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ontemp%ai! o $uanto ,os sea poss,e%! a saedoria! o poder! a ondade! a
formosura! as ri$ue8as etc.! ima"inai essas perfei*=es amp%iadas ao infinito! e
a,ereis de saer $ue $uando tenais ce"ado a este ponto! todos os ,ossos
pensamentos! todos os ,ossos cá%cu%os! e os pensamentos e os cá%cu%os de todos os
omens e o de todos os anos! somente foi dado um passo de aproximação às
infinitas perfei*=es de #eus; saereis $ue no a,eis a%can*ado o ser de #eus! seno
$ue ,os encontrais toda,ia a uma distAncia infinita.
Fue todos os espritos! ec%ama 2saas! $ue todas as %n"uas! todas as
inte%i"ências! todas as ,o8es dos serafins e dos $ueruins ca%em! e curam estes o
seu rosto com respeito e se encam de estupor por$ue todos os anos reunidos! com
todas as suas camas de amor! no podem! & meu #eus! compreender nem conceer
o menor "rau de ,ossa "%&riaI
'c%amemos com o 0a%mista: + 0enor "rande e superior aos %ou,ores; sua
"rande8a no tem %imites: Magnus Dominus, et lauda*ilis nmis/ et magnitudinis
ejus non est inis ( .salm! G2! 3). ' com o profeta @aruc: #eus "rande! eterno!
e%e,ado! infinito: Magnus est, et non "a*et inem, excelsus et inmensus ( 5ar 222! <5).
Motivos que obrigam a amar a Deus tomados do amor que Ele tem aos homens
J preciso amar a #eus! em se"undo %u"ar! por$ue nos amou soeranamente.
/memos a #eus! por$ue #eus nos amou primeiro! di8 0o oo: 6os ergo
diligamos Deum, )uoniam ipse prior dilexit nos ( oann! 2! 19). /mou-nos com
amor eterno! por isso! misericordioso; 'u atra-,os à mina miseric&rdia! di8 o
0enor em eremias: n caritate perpetua dilexit, ideo atraxi te miserans ( er!
2! 3).
Co amor infinito $ue #eus tem para o omem! de,emos admirar:
1. o amor $ue '%e nos professou desde toda a eternidade! sem ter necessidadede n&s! possuindo tudo em 0i mesmo;
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<. considerar $ue no nos ama por necessidade! seno p%ena! %i,re e
%iera%mente;
3. $ue nos ama sem uti%idade a%"uma para '%e;
?. $ue ama ao omem antes de $ue este tena uso da ra8o! antes $ue tena
a%"um mrito! a%"uma di"nidade $ue possa fa8er-%e amá,e%! e ainda $uando
se ace carre"ado de numerosos e "randes defeitos $ue somente de,eriam
fa8er-%e di"no de &dio;
5. $ue ama a$ue%es mesmos $ue a,ero de ce"ar a ser in"ratos e inimi"os
seus; e
6. $ue este amor de #eus para com os omens no parte de i"norAncia ou
paio! como o amor de $uase todos estes! seno $ue insepará,e% de uma
usta e$uidade e uma "rande saedoria.
Fue saedoria á em #eus! direis! se ama aos omens miserá,eis e pecadores á no so! ento! um oeto amá,e% por si mesmo. / ra8o do amor de
#eus no ,em do oeto amá,e%! como sucede entre os mortais! seno $ue ,em do
mesmo #eus.
#eus! com efeito! ama-nos por 0i mesmo! por$ue infinitamente om! tem
tanta ondade! $ue $uer derramar sua %iera%idade e seus enefcios sore n&s! apear
de nossa indi"nidade. / ondade infinita de #eus ! pois! a ase e a ra8o de seu
amor aos omens! da comunica*o de seus dons e de si mesmo. Há em #eus uma
,ontade infinita e um deseo imensurá,e% de comunicar-se! $ue pro,m da perfei*o
e da p%enitude infinita de sua essência. 'sta essência ta% $ue Ge %e,a a entre"ar-
se; e por maiores $ue seam suas %iera%idades! #eus nada perde de sua p%enitude. J
como uma fonte da $ua% se tira á"ua! e sempre a mesma! sempre corre...
#eus nas coisas espirituais o $ue o 0o% nas coisas sens,eis! di8 0o
Kre"&rio Ca8ian8eno. /ssim como o so% %an*a por todas as partes seus raios
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enfeitores! a fim de i%uminar! a$uecer! ,i,ificar! fecundar a nature8a! #eus derrama
sore todas as criaturas! e especia%mente sore os anos e os omens! os di,inos
raios de sua eneficência! a fim de i%ustrar-nos com a %u8 de sua saedoria! inf%amá-
%os com seu amor! ,i,ificá-%os com a ,ida da "ra*a e a "%&ria.
'sta %ar"ue8a da parte de #eus! em prodi"a%i8ar enefcios! imensa; a
encontraremos admira,e%mente se consideramos:
1. / maestade #a$ue%e $ue ama; e
<. + estado! a condi*o da$ue%es a $uem doa.
0e eaminai a nature8a destes! so omens! e ocupam o >%timo posto entre as
inte%i"ências; se os considerais so o ponto de ,ista das $ua%idades da a%ma! so
pecadores! inimi"os de #eus! or"u%osos! in"ratos! carnais! muito deis para o
em! inc%inados a todos os ,cios; se os considerais re%ati,amente às $ua%idades do
corpo! so mortais! enfermi*os! ,is! as$uerosos e destinados à ser pasto dos ,ermes.
Amor infinito de Deus na Criaço
#eus podia deiar-nos no nada. /o criar-nos! podia no nos fa8er superiores
aos minerais! aos ,e"etais! aos rutos. riou-nos racionais! feitos à sua ima"em!
capa8es de conecer-Ge! ser,ir-Ge! amar-Ge... riou-nos imortais e nos destina à
em a,enturan*a eterna.
1. #eus comunica-se a n&s! no como a ser,idores! a escra,os! seno como a
fi%os seus! fi%os $ue dec%arou erdeiros seus e coerdeiros com esus risto;
<. sua ondade di,ina encontrou o meio de descer at o di%! curar o enfermo!
aco%er ao aandonado! en"randecer ao pe$ueno! dar com superaundAncia
sua ri$ue8as aos mais pores! e socorrer a todos. #eus a mesma @ondade eo mesmo /mor! di8 0o @ernardo! criando os espritos para $ue se de%eitem
#e%e; dando a ,ida! para fa8er sentir e compreender seu amor. /traindo para
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ser deseado; di%atando o omem para $ue dê ari"o a #eus; ustificando-o
para $ue mere*a a "ra*a e a "%&ria; inf%amando-o para dar-%e 8e%o;
fecundando-o para $ue produ8a frutos de ,ida; diri"indo-o at a e$uidade;
formando seu cora*o para a eneficência; moderando-o a fim de $ue se
saudá,e%! fortificando-o a fim de $ue ad$uira a ,irtude; ,i,ificando-o para
conso%á-%o; i%uminando-o para emria"á-%o de fe%icidade; ari"ando-o para
$ue se"uro permane*a (-erm! in Cant!).
3. #eus se comunica ,árias ,e8es antes $ue + pensemos! antes $ue +
deseemos! antes $ue o pe*amos a '%e. /"e desta maneira em todas as "ra*as
pre,enti,as! para ecitar-nos a so%icitar as "ra*as suse$uentes $ue! como di8
0anto /mr&sio! at so sempre mais aundantes do $ue temos pedido:
-emper Dominus plus tri*uit )uam rogatur (-erm! 222). 0e so%icitais uma
"ra*a $ua%$uer! #eus ,o-%a concederá! acrescentando outras $ue no tenais
pedido. + rei '8e$uias pedia somente sa>de! e #eus %a concedeu!
acrescentando $uin8e anos de ,ida! uma ,it&ria mi%a"rosa e a destrui*o de
cento e oitenta e cinco mi% assrios ( saia! 222). 0a%omo pedia
saedoria! e #eus %a deu acompanada de imensas ri$ue8as e uma ri%ante"%&ria ( 7eg! 222). #anie% pedia a %ierdade do po,o cati,o na @ai%Lnia! e
#eus acrescentou a promessa da ,inda do Messias $ue de,ia res"atar o
mundo inteiro do cati,eiro do demLnio ( Dan! 2! 1?). #a,i pedia um fi%o! e
este fi%o foi o Messias ( 7eg! 22! 1<).
Deus ! nosso Criador" nosso #enfeitor" nossa $rovid%ncia
Minas de%cias! di8 o 0enor no Gi,ro dos ro,rios! consistem em aitar
com os fi%os dos omens: Deliciae meae esse cum iliis "ominum ( .ro%. 222! 31).
1. #eus tem um cuidado especia% de todos e cada um de n&s; para o omem
criou o uni,erso e tudo $uanto encerra. or$ue #eus ama aos omens como
,i,as ima"ens suas $ue %e,am o se%o di,ino; e
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<. '%e instrui ao omem com sua saedoria; ensina-%e a s doutrina! a
,erdadeira mora%! a fim de $ue possa ser,ir a #eus santamente e ser fe%i8.
&ue provas de amor Deus $ai nos deu tanto pela Encarnaço quanto pela
'edenço
/mou #eus de ta% maneira o mundo! $ue %e en,iou e deu o seu >nico 4i%o!
di8 o /p&sto%o 0o oo: -ic Deus dilexit mundum, ut ilium suum unigenitum
daret ( (o"ann! 222! 16). /mou ao mundo de ta% maneira! isto ! com um amor to
"rande! com to ecesso! $ue deu seu >nico 4i%o. Co um rei! no um ano
Fuem tanto nos amou! seno #eus. /mou-nos primeira e "ratuitamente! sem $ue o
ou,ssemos merecido! sem $ue nem se$uer o ou,ssemos deseado. /mou ao
mundo inimi"o seu! ao mundo di"no de eterna repro,a*o; e o amou tanto! $ue %e
deu seu 4i%o. Co %e deu um estran"eiro! um fi%o adoti,o! seno seu pr&prio
4i%o; e no esco%eu este fi%o entre ,ários! seu 4i%o >nico. Co foi dado por
certo pre*o! seno "ratuitamente; no foi dado para $ue receesse triunfos e um
reino! seno para $ue fosse cra,ado na cru8 e entre"ue à morte. /"iu assim! no em
,anta"em sua! nem na de seu 4i%o! seno a fim de $ue a morte deste 4i%o >nicode,o%,esse-nos a ,ida; a fim de e%e,ar-nos em ra8o de tantas umi%a*=es sofridas
por esus risto! em ra8o de seu ani$ui%amento; para cumu%ar-nos de ri$ue8as! de
ens imensos! de uma "%&ria eterna.
Co! #eus! di8 esus risto! no en,iou seu 4i%o ao mundo a fim de $ue
u%"ue o mundo! seno para $ue o mundo sea sa%,o por '%e: 6on misit Deus ilium
suum ut judicet mundum, sed ut sal%etur mundus per ipsum ( oann! ! 17). /I
'c%ama o "rande /p&sto%o! transportado de amor e reconecimento; se #eus ai
no titueou em sacrificar a seu pr&prio 4i%o! e se + entre"ou à morte para todos
n&s! o $ue poderá nos ne"ar a"ora 2ui etiam proprio ilio suo non pepercit, sed
pro no*is omini*us tradidit illum, )uomodo non etiam cum illo omnia no*is
dona%it3 ( 7om! 222! 3<).
0im! di8 o amadssimo #iscpu%o! en,iando #eus ao mundo seu >nico 4i%o!
a fim de $ue ,i,êssemos por '%e! manifestou seu amor por n&s: n "oc apparuit
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caritas Dei in no*is, )uoniam ilium suum unigenitum misit Deus in mundum, ut
%i%amos per eum ( oann. 2! 9).
&ue amor professou(nos Deus )ilho tomando carne humana e morrendo por n*s
/$ui onde fa%amos da %on"itude! da %ar"ura! da a%tura! da profundidade do
amor de #eus. a$ui onde temos de ec%amar com 0o au%o: E a%titudeI E
mistrio impenetrá,e% do mais su%ime e maior amorI Nm #eus se fa8 omem:
'er*um caro actum est ( oann. 2! ?). Morre na ru8; e seu amor o $ue + %e,a a
encarnar-se; seu amor o $ue + condu8 à morte. E amorI... #eus amou-nos desde
toda a eternidade! porm! para isto! astou-%e somente um pensamento; amou-nos
na ria*o! porm no necessitou mais do $ue uma pa%a,ra. Ca Oeden*o! amou-
nos at morrer por n&s. u%"ai a for*a de seu amor em sua 'ncarna*o! em sua ,ida
penosa! seus sofrimentos e em sua morteI...
+ 4i%o de #eus nos amou com o amor mais terno e efica8! no com
pa%a,ras! seno com a*=es. 0o o impu%so deste amor! deu ,o%untária e %i,remente!
no ri$ue8as terrenas! no seus irmos e ami"os! seno $ue se deu a 0i mesmo por n&s! pecadores $ue ramos! inimi"os seus! para pa"ar nossas d,idas! epiar nossos
crimes! destruir a morte e dar-nos a ,ida. / "ra*a de Cosso 0enor foi
superaundante! di8 0o au%o: -upera*unda%it gratia Domini nostri ( Tim! 1! 1?).
'c%amemos com Pacarias: @endito sea o 0enor #eus de 2srae%! por$ue nos
,isitou e operou a %ierdade de seu po,o. '%e,ou o sina% da sa%,a*o! sa%,ou-nos de
nossos inimi"os e da mo dos $ue nos odeiam. #eus! por suas entranas de
miseric&rdia! desceu do u e nos ,isitou ( Luc! 2! 6-7). .er %iscera
misericordiae!!! %isita%it nos oriens ex alto ( Luc! 2! 7).
+s efeitos de seu amor para conosco! amor perfeito e e,idente! so sua
'ncarna*o no seio de uma ir"em! suas pre"a*=es! suas tarefas! seus traa%os!
suas umi%a*=es! seus mi%a"res! sua paio! sua morte! seus 0acramentos! adescida do 'sprito 0anto! o cuidado particu%ar $ue toma por toda a 2"rea e por
cada fie%: .er %iscera misericordiae %isita%it nos oriens ex alto ( Luc! 2! 7).
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'is a$ui! di8 Beodoreto! o mais a%to "rau! o pncaro da ondade di,ina! da
inefá,e% ternura! da inacreditá,e% miseric&rdia! da imensa c%emência! da indi8,e%
caridade do autor e do consumador de todo o em: $ue o riador! o 0enor! o
rncipe! o #eus forte! o 0er imutá,e%! tena %iertado da morte e da escra,ido do
inferno ao omem! este átomo! este ser sueito à morte! corrupt,e%! in"rato e in>ti%;
$ue %e tena dado ta% %ierdade! fa8endo-%e comp%etamente franco! e adotando-%e
por fi%o 0eu; e! por fim! $ue 0e tena feito ami"o dos omens! seu o! seu ino!
seu "uia! sua orta! sua ida! sua Gu8! sua Oessurrei*o ( n &%ang!).
#i"amos com a esposa dos antares: o8 de meu $uerido: á o ,eo $ue ,em
sa%tando por entre as montanas! e atra,essando as co%inas: 'ox dilecti mei1 ecce
%enit, saliens in monti*us, transiliens colles (Cant! 22! ). 'is a$ui o meu $uerido
$ue me di8: Ge,anta-te! apressa-te! ami"a mina! poma mina! e ,em: &n dilectus
meus lo)uitur mi"i1 -uge, propera, amica mea, colum*a mea, et %eni (ant. 22! 16).
Meu muito amado se a%imenta em meio às a*ucenas! e%e meu! e eu sou sua:
Dilectus meus mi"i et ego illi, )ui pascitur inter lilia (Cant! 22! 16).
ede nisto o amor infinito de esus risto! e pasmai-,os de admira*o. +
oeto! o moti,o de amor! o @em; e se os omens amam a%"um! somente
por$ue no oeto amado encontram formosura! saedoria! ri$ue8a! finura! e%e,a*o
e muita ondade. orm! 0a%,ador meu! $ue coisa oa encontrastes em n&s Fue
formosura nossa pode fiar ,osso amor Jramos pores! ,is! mendi"os! insensatos!
miserá,eis! corrompidos! as$uerosos. /mei! di8-nos! ,ossa fea%dade para fa8ê-%a
e%a; amei a inimi"os para con,ertê-%os em ami"os meus; amei a %oucos para os
fa8er sensatos; amei a mendi"os para os enri$uecer! a ser,os ,is para enorecê-%os!
à miserá,eis para os fe%i8es e corir-%es de "%&ria. / "rande8a do amor de esus
risto mudou em me% todo o fe% das misrias umanas! em de%cias todos as dores e
as cru8es. Bomou todas as nossas misrias! eceto o pecado! para cumu%ar-nos de
todos os seus ens. + amor de esus risto! $ue encontrou suas de%cias em permanecer conosco! fe8 mi%a"rosamente $ue a fome! a sede! o traa%o! a dor! a
morte e todos os padecimentos fossem uma fe%icidade para n&s.
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'studai aos Mártires! se prestais aten*o! di8 0o @ernardo! ,ereis $ue esus
risto! a pr&pria a%e"ria! entristece-se! tura-se; '%e! $ue ,ossa sa%,a*o! sofre;
'%e! nossa ,ida! morre; di%! '%e a for*a suprema. ' o $ue no menos
admirá,e%! sua triste8a produ8 a%e"ria; seu temor! a for*a; sua paio! a sa>de; sua
morte! a ,ida; sua dei%idade o ,a%or. /ssim esus risto receeu um pra8er em
sofrer nossas misrias! a fim de $ue sua fe%icidade fosse nossas de%cias (-erm in
&pip"an!).
esus risto! di8 0o edro ris&%o"o! ,eio a tomar nossas enfermidades para
amar-nos com sua for*a; a re,estir-se de umanidade para dar-nos a di,indade; a
aceitar as umi%a*=es para fa8er-nos di"nos das onras; a sofrer as triste8as para
a%can*armos a paciência: por$ue o mdico $ue no se compadece das enfermidades!
no sae curar! e a$ue%e $ue no sae 8adoecer9 com o doente! imposs,e% $ue
saia dar a sa>de1<.
E do*ura! & "ra*a! & for*a do amor de esus risto! ec%ama 0o @ernardoI +
maior de todos os seres $uis ser o menor e o >%timo de todos. / $uem de,emos estasmara,i%as /o amor de esus risto! despre8ando as di"nidades! p%eno de
miseric&rdia! poderoso em afei*o e efica8 em persuaso. ode a,er a%"o maior +
amor triunfou do mesmo #eus. Briunfa #eus! a fim de triunfar de n&s e ori"ar-nos
a pa"ar seu amor com nosso amor! entre"ando-nos inteiramente a esus risto $ue
nos ama! como esus risto se entre"ou a n&s pe%o amor $ue nos professa 13.
or$ue apra8 mais a esus risto ,i,er com os omens do $ue com os anos
'is a$ui três ra8=es:
1. tomou a nature8a umana! e no a nature8a an"%ica; e
12 Cristus %enit suscipere inirmitates nostras, et suas no*is conere %irtutes/ "umana )uaerere, prestaredi%ina/ accipere injurias, reddere dignitates/ erre taedia, reerre sua%itates/ )uia mediens )ui non eriinirmitates, curare nescit, et )ui non uerit cum inirmo inirmatus, inirmo non potest conere sanitatem!(-erm! 22).13 $ sua%itatem, o gratiam, o amoris %im: -ummus omnium actus esta omnium inimus! 2uis "oc ecit3 ;mor dignitatis nesciens, dignatione di%es, aectu potens, suas ecax! 2uid %iolentine3 Triunp"at de Deoamor ut et de no*is triunp"et, cogat)ue nos par pari reddere, ut nos tot0s demas amari C"risti, sicut ipse setotum dedit amori mostri (-erm! G2 in Cant!).
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<. como a ,irtude mais penosa e mais difci% aos omens! por causa de sua
nature8a de"redada! fortifica-os com seus conso%os e suas "ra*as! e sustenta-
os a fim de $ue a prática da ,irtude sea-%es fáci% e a"radá,e%.
/ssim $ue mudou em de%icia a cru8 de 0o edro e de 0anto /ndr; 0o
Gouren*o fa%ou da fe%icidade sore uma "re%a ardente; as f%ecas foram saorosas
para 0o 0eastio; toda c%asse de tormentos de%eitosos para 0o icente; os sinais
nas ca"as de esus risto $ueridas por 0o 4rancisco etc.
Fue a%e"ria eperimentou esus risto por seus mais distintos santos! como
0o au%o! 0anto /ntLnio! 0anta 2nês! 0anta Q"ueda! 0anta ec%ia! 0anta atarina
de 0ena e as demais $ue foram ,ir"ens e mártiresI + amor de esus risto para com
os omens + a%iena. Co está emria"ado de amor $uando desce do cu ao seio de
uma ir"em; $uando do seio de Maria se co%ocar em um coco! e do coco soe à
cru8 Co um amor %e,ado at a emria"ue8 a$ue%e $ue o fa8 recorrer a%deias e
,i%as! as cidades e campos! a fim de pre"ar o reino de #eus! sofrendo a fome! a
sede! o frio! o ca%or! os u%traes! as ma%di*=es! os sarcasmos e as %asfêmias para a
sa%,a*o dos omens Co está rio de amor na ru8! muito mais $ue de doronsente em passar por infame! deia-se insu%tar! despoar! corir de ca"as e de
0an"ue! deia-se atar no cadafa%so dos %adr=es como um %adro; morre por fim com
a morte dos criminosos. Fue coisa maior podemos fa%ar + amor triunfa de todo um
#eus: 2uid %iolentius3 Triunp"at de Deo amor .
#eus nosso ai! a umanidade de esus risto nossa me! e assim como
uma me %e,a seus fi%o em seu seio! proporciona-%e e%ementos de
desen,o%,imento! dá-o à %u8! a%imenta-o! %e,anta-o e o fa8 dormir! %a,a-o! di,erte-o!
instrui-o! no sem contnuos e "randes traa%os! at ce"ar a fa8er de%e um omem
maduro! assim tamm esus risto! Rme nossaS! entre"ou-se a penosos e
contnuos traa%os durante trinta e três anos! sofreu "randes dores! soretudo! na
cru8! e! da mesma maneira! os conceeu! nutriu e educou. #a ,em $ue esus risto!
ao fa8er-se omem! $uis no de,er seu corpo mais do $ue a uma me! a fim de $uene%e tudo fosse entranas maternas. Fue coisa mais profunda podemos fa%ar +
amor triunfa de um #eus 2uid %iolentius3 Triunp"at de Deo amor .
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omo esus risto! di8 0o oo no ',an"e%o! tendo amado aos seus!
amou-os at o fim: Cum dilexisset suos, in inem dilexit eos ( oann! 222! 1). Ga,a-
%es os ps! institui o sacramento 'ucarstico e 0e dá por a%imento a seus discpu%os
antes de morrer por e%es e pe%o uni,erso.
ontemp%ai! soretudo! o amor de esus risto à ru8. / ru8 a cátedra
donde sai o ensinamento da ondade e do amor de esus risto. /maste-me!
0a%,ador meu! amaste-me infinitamente; e ainda $ue eu ,os desse mi% a%mas! mi%
,idas! $ue si"nificariam em compara*o de ,ossa ,ida! $ue a ,ida de um #eus
/prendei de esus risto a amar a esus risto! di8 0o @ernardino de 0ena: Disce
a C"isto, )uomodo diligas C"ristum (0urius! in ejus %itae). '%e tudo ,os tem dado! e
nada reser,ou para 0i! di8 0o oo ris&stomo: Totum ti*i dedit, ni"il si*i reli)uit
( #omil! ad pop!).
#ai-,os inteiramente a '%e! di8 0o @ernardo! por$ue '%e tamm! para
sa%,ar-,os! entre"ou-0e tota%mente: ntegrum da illi, )uia ille, ut te sal%aret,
integrum se tradidit (-erm, in Cant!). Co conser,eis nada para ,&s! di8 0o4rancisco de /ssis! a fim de $ue esus risto! $ue nada "uardou para 0i! recea-,os
nte"ros (0. @ona,.! in ejus %ita). 4a8ei $ue eu morra em mim mesmo! di8 0anto
/"ostino! a fim de $ue somente &s ,i,ais em mim: Moriar mi"i, ut tu solus in
me %i%as (-olilo)!).
' deiou de amar-nos esse #eus de amor ores &rfos! di8 '%e! eu no ,os
deiarei! irei uscar-,os: 6on relin)uam %os orp"anos1 %eniam ad %os ( o"ann!
2! 1). Co + aandonemos! pois! amais. 'c%amemos! com o "rande /p&sto%o:
Fuem nos separará do amor de esus risto 0erá a af%i*o! ou as an">stias! a fome!
a nude8! os peri"os! as perse"ui*=es! ou a espada 'stou se"uro $ue nem a morte!
nem a ,ida! nem os /nos! nem os rincipados! nem as irtudes! nem as coisas
presentes! nem as futuras! nem a for*a! nem tudo o $ue mais a%to e mais profundo
eiste! nem criatura a%"uma poderá amais separar-nos do amor #eus $ue se fundaem esus risto! nosso 0enor ( 7om! 222! 35.3-39).
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E+cel%ncias do amor de Deus
+ amor de #eus! di8 0anto /"ostino! dá a conecer aos fi%os de #eus e os
separa dos fi%os do inferno; somente com este sina% os distin"ue. +s $ue tem a
caridade nasceram de #eus; os $ue no amam a #eus! no tem esta di,ina ori"em:
Dilectio sola discernit inter ilios Dei et ilios dia*oli/ non discernuntur ilii Deus a
ilii dia*oli, nisi in caritate! 2ui "a*ent caritatem, nati sunt ex Deo/ )ui non, non
sunt nati ex Deo (Tract! ).
+ amor de #eus! acrescenta 0anto /"ostino! a mais ,erdadeira! a mais
p%ena e a mais perfeita usti*a: Caritas est %er4ssima, plenissima, perectissima)ue
justitia ( De 6atura et <ratia, c. G22).
Bertu%iano cama a caridade o se"redo supremo da f! o tesouro do nome
cristo ( De .acientia). 0o @as%io cama-a rai8 dos Mandamentos: 7adicem
Mandatorum ($rat! 222). J o ponto capita% da doutrina crist! di8 0o Kre"&rio
Ca8ian8eno ( &pist! ). 0o erLnimo a cama de Me; 0anto 'frm! co%una;
0anto /"ostino! cidade%a de todas as ,irtudes: Cunctarum %irtutum matrem (-! #ier!, &pist! as Teop"!)! $minium %irtutum columnam (-! &p"r!, de #imil!)!
$minium %irtutum arcem (-! ;ugust!, -erm! L, de Tempore). 0o r&spero di8 $ue
a caridade a mais poderosa de todas as inspira*=es! $ue in,enc,e% em tudo! $ue
a re"ra suprema das oas a*=es! a sa%,a*o dos costumes! o fim de todos os
di,inos preceitos! a morte de todos os ,cios e a ,ida de todas as ,irtudes ( Li*! 222!
de 'ita Contemplat!! c. 222). 0o Kre"&rio di8 $ue a caridade me e "uardadora
de todos os ens: Matrem et custodem omnium *onorum ( Li*! 2! &pist! G). /
caridade! di8 0o @ernardo! a me dos anos e dos omens! $ue pacifica no
somente o $ue eiste na terra! seno tamm o $ue está no cu: #ominum matrem
et angelorum, nom solum )uae in terris, sed etiam )uae in caelo sunt paciicantem
( &pist! 22).
'scutai a 0o oo ris&stomo: /$ue%e $ue arda em amor por esus risto! como se esti,esse so8ino na terra. Co %e importa nem a "%&ria nem a i"nomnia.
#espre8a as tenta*=es! as f%a"e%a*=es! os encarceramentos! como se sofresse em um
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corpo a%eio! ou como se seu corpo ti,esse a dure8a do diamante. Oi-se dos pra8eres
do mundo e no os sente! assim como um morto no sente a outro. / mesma
maneira $ue as moscas se apartam do fo"o! os efeitos da carne e da concupiscência
afastam-se do omem $ue tem caridade ( #omil! G22! in ;ct!).
Co amor de #eus esto todos os tesouros: fora deste amor! no eiste nada.
'%e o $ue fa8 a fe%icidade do omem a$ui na terra; o >nico camino do cu; fa8 e
fará eternamente a soerana fe%icidade dos e%eitos.
Bendo caridade! di8 0anto /"ostino! possui-se a #eus; e possuindo a #eus!
tem-se todas as ,erdadeiras ri$ue8as: -i caritatem "aes, Deum "a*es/ ille %ere di%es
esse %idetur, in )uo Deus "a*itare dignatur (-erm!G2). 0e $uereis ser Oei no cu!
di8 0anto /nse%mo! amai a #eus! e merecereis ser tudo o $ue deseais ( &pist!). +
amor de #eus! di8 0anto /"ostino! o ápice da fe%icidade! o supremo "rau de
"%&ria e da a%e"ria; e$ui,a%ente a todos os ens (Ci%it! Dei). / caridade a maior
de todas as ,irtudes. /ssim como o ouro sorepua em ,a%or aos demais metais! o
so% sorepua às estre%as! e os serafins aos anos! assim tamm a caridade
superior a todas as demais ,irtudes. Co á ,irtudes sem caridade; onde se aceesta! todas as demais ,irtudes formam forma sua corte. '%a o ouro precioso e puro
com o $ua% se compra o cu. J um fo"o ce%estia% $ue arasa dos cora*=es; um so%
$ue tudo i%umina! fecunda-o e ,i,ifica-o. J uma ,irtude an"%ica $ue transforma os
omens em serafins.
#eseais mais 'scutai: ,ede o $ue a caridade opera em 0o au%o.
1. / caridade a "uia! a dona e a raina das ,irtudes;
<. a me $ue as amamenta! restae%ece-as! fortifica-as! as sustm! di8 0o
Gouren*o ustiniano ( Li*! ;r*oris 'it!).
3. a caridade fa8 de n&s ami"os fi%os de #eus! seus erdeiros! coerdeiros deesus risto e temp%os do 'sprito 0anto;
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?. distin"ue entre os e%eitos e os repro,ados;
5. a a%ma das ,irtudes! as $uais de%a tomam seus mritos: da ,em $ue 0anto
/"ostino afirma $ue unicamente a caridade condu8 a #eus ( n .salm!);
6. o %a*o $ue nos une estreitamente a esus risto. Cossa conformidade com o
ero na caridade! di8 0o @ernardo! une com '%e nossa a%ma como a esposa
está unida a seu esposo: Conormitas cum 'er*o in caritate, maritat animam
'er*o (-erm! in Cant!);
7. a caridade um fo"o inetin"u,e% $ue doma ao ferro! e fa8 derreter os
cora*=es mais duros; por$ue o amor tudo sorepua! posto $ue at triunfa de
#eus. / caridade domina o &dio! a c&%era! o temor! a coi*a! o impu%so dos
sentidos etc. e tudo diri"e at #eus; e
. assim como a á"uia contemp%a ao so%! di8 0anto /"ostino! a$ue%e $ue tem
caridade! contemp%a a #eus! e com duas asas de fo"o! o amor de #eus e do
pr&imo! ,oa at o 0enor ( De Mori*!).
ede o $ue a caridade opera em 0o au%o. #a mesma maneira $ue o ferro
posto no fo"o! di8 0o oo ris&stomo! con,erte-se todo em fo"o! assim 0o
au%o! arasado de amor tornou-se todo amor. 0ea com suas cartas! sea com suas
ora*=es! ora com suas amea*as! a$ui por si mesmo! %á por meio de seus discpu%os!
empre"a,a todos os meios para animar aos fiis! firmar os fortes! %e,antar os deis
e aos $ue a,iam cado no pecado! curar aos feridos! reanimar aos tios e reeitar
os inimi"os da f: ece%ente apito! intrpido so%dado! ái% mdico! para tudo
asta,a. E! se nossos cora*=es amassem a #eus como au%o + ama,a! $uantas
mara,i%as (-erm in Laud! -anti .auli).
+ amor e o temor de #eus! di8 0anto /"ostino! %e,am a todas as oas oras!
como o amor e o temor do mundo %e,am a todos os pecados: ;d omne opus *onumamor ducit et timor Dei/ ad omne peccatum amor ducit et timor mundi (-entent!
G222).
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/ caridade to preciosa $ue superior a todas as demais coisas; para otê-
%a! necessário empre"ar nisso todas as nossas for*as! nossos suores e at nossa
,ida.
Nma "rande a*o feita sem amor a #eus tem pou$ussimo peso; porm! com
a caridade uma a*o! por pe$uena $ue sea! ainda $ue no fosse mais $ue um copo
de á"ua fria dada a um pore! tem um "rande ,a%or aos o%os de #eus. #eus pesa os
espritos! di8em os ro,rios: -pirituu ponderator est Dominus ( .ro%! 2! <).
Mas o peso da a%ma e do cora*o! o amor de #eus. /ssim $ue $uanto mais ama
a #eus! tanto mais pesa na a%an*a eterna: o amor dá-%e peso e ,a%or. #e $ue no
capa8 o amor de #eus + $ue no merece a caridade! $ue ori"em e o princpio de
todo mrito omo a,eria de aandonar o 0enor a$ue%e $ue Ge ama omo
poderia deiar de amar-%e '%e tamm...
/ a%ma fie% e santa ! em suas re%a*=es com o amor de #eus! o $ue um om
so%dado na ata%a! um doutor em meio de uma i%ioteca! um mdico $ue tem à
mo uma farmácia! um %e"ista armado com a %ei! um %a,rador em meio aostraa%os do campo! um oa%eiro dono de enormes $uantidades de ouro. 'ste amor
sua espada! seu %i,ro! seu remdio! sua %ei! seu campo! sua ri$ue8a! sua arte! seu
traa%o. e%o amor sumer"imo-nos em #eus! $ue um oceano sem %imites;
estamos Ce%e como os peies em seu e%emento! como os pássaros no ar. Oeceamos
a #eus com um cora*o arasado de amor; $ue #eus o penetre como os raios do 0o%
penetram o ar; $ue se ref%ita ne%e! como os ras"os da fisionomia em um espe%o
ri%ante de sua,idade.
Co o ,a%or da oferenda o $ue a"rada a #eus! seno o amor com $ue a
fa8emos! di8 0o 0a%,iano ( Li*! 22 ad Cler!). + ,erdadeiro amor! di8 0o @ernardo!
no usca recompensa! merece-a. ' esta recompensa #eus! em Fuem se fia:
'erus amor praemium non )uaerit, sed meretur, "a*et praemium, sed id )uod
amatur (-erm! G2). 0enor! di8 0anto 2nácio de GoTo%a! dai-me ,osso amor! eserei astante rico ( n ejus %ita).
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, amor nos une com Deus
or meio do amor unimo-nos to intimamente com #eus! $ue no
constitumos! em certa maneira! mais $ue um s& ser com '%e. + amor deifica-nos.
omo o ferro! na frá"ua! se transforma em fo"o ao mesmo tempo $ue conser,a sua
nature8a! como o ar ferido pe%os raios do so% torna-se %uminoso! assim tamm
a$ue%e $ue ama a #eus aca-se transformado em #eus. e%o amor de #eus tem
cumprimento as pa%a,ras de esus risto $uando di8ia a seu ai: ai santo!
conser,ai em ,osso nome a$ue%es $ue me destes! a fim de $ue seam consumados
na unidade ( (o"ann! 22! 11-<3). 'is a o fim! di8 0o @ernardo! a consuma*o!
a perfei*o! a pa8 e a a%e"ria no 'sprito 0anto! o si%êncio no cu (-erm! in 'er*!
&%ang!).
+ amor con,erte a$ue%e $ue ama na$ue%e a $uem ama; a a%ma aita me%or
na$ue%e a $uem ama do $ue no coro $ue e%a anima. #eus se comunica pe%a "ra*a!
dá-se '%e mesmo ao usto; e por esta comunica*o e%e,a ao usto at '%e! une-se
com '%e e di,ini8a-%e. 4a8emo-nos participantes da nature8a de #eus! di8 o
/p&sto%o 0o edro: Di%inae consortes naturae ( .etr 1! ?). + amor di,inotransforma a$ue%e a $uem ence! ori"a-%e a aderir-se a #eus a fim de no ser amis
$ue um com '%e. ara $ue ,i,a! sinta e se re"o8ie com a ,ida! com os sentimentos
e com a a%e"ria de #eus. 2sto o $ue eperimenta,a 0o au%o $uando di8ia: 'i%o,
autem jam non ego, %i%it %ero in me C"ristus (<al 22! <D). /$ue%e $ue ama a #eus
separa-se inteiramente de si mesmo! passa a #eus! une-se com '%e! no pensando
em outra coisa! no compreendendo! no sentindo mais $ue #eus! por$ue no ,i,e
mais do $ue #eus: Mi"i %i%ere C"ristus est ( ."ilipp 2! <1). / ra8o consiste em $ue
o em comunicati,o por sua nature8a e propenso a estender-se; mas #eus! $ue
o supremo @em! comunica-se e estende-se no mais a%to "rau. / 'sposa dos Anticos
eperimenta,a a fe%icidade de seme%ante unio: Meu amado! di8ia! todo para
mim e eu %e perten*o inteiramente: Dilectus meus mi"i, et ego illi (Cant! 22! 16).
'u! $ue sou o amor puro e perfeito! di8 #eus a 0anta Kertrudes! esco%i-te e tanto
$uando o omem desea ,i,er e respirar! eu deseo $ue tu me ames por meio de umaunio indisso%>,e%; 'u recei-te com o seio de mina ondade paterna! a fim de $ue
tu a%can*asse se mim tudo o $ue pode ser oeto de teus deseos.
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-mita(se a Deus por meio do amor
'scre,endo 0o au%o aos 'fsios! di8ia-%es: 0ede os imitadores de #eus!
como fi%os carssimos: &stote imitatores Dei, sicut ilii carissimi ( &p"! ! 1).
orm! & "rande /p&sto%o! como pode uma di% criatura como o omem! imitar a
#eus #i8ei-nos o $ue temos de fa8er 'ste o meio: &t am*ulate in dilectione!
/ndai pe%o camino do amor de #eus ( &p"! ! <). #eus todo nosso amor; assim!
pois! a$ue%e $ue ama com todo o seu cora*o! imita a #eus. #eus todo amor para
n&s. 0eamos todo amor para '%e! e seremos seus imitadores.
$or meio do amor vive(se de .esus Cristo e para .esus Cristo
Mi"i %i%ere C"ristus est1 esus risto mina ,ida! di8 0o au%o ( ."ilipp! 2!
<1). Mina ,ida esus risto! e isto por três moti,os:
1. esus risto e a causa eficiente de mina ,ida espiritua%! e ma conser,a;
<. o princpio de mina ,ida por meio de seus eemp%os; e
3. seu oeto fina%.
esus risto! di8 Beofi%acto! meu esprito! mina %u8 e mina ,ida! tanto
natura% como sorenatura% e em a,enturada ( ;nton! in Meliss!) 0ou! di8 esus
risto! o camino! a ,erdade e a ,ida ( (oann! 2! 6). or conse"uinte! a$ue%e $ue
ama a esus risto! possui o se"redo do camino! da ,erdade e da ,ida.
'u estou crucificado com esus risto! di8 0o au%o aos Ká%atas. ' eu ,i,o!
ou me%or! no sou eu $ue ,i,o! seno $ue risto ,i,e em mim (<al! 22! 19-<D).
ada um de n&s eiste conforme ao amor $ue tem! di8 0anto /"ostino. +s$ue amam a terra con,ertem-se em terra; os $ue amam a #eus sero deuses: Talis
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)uis)ue nostrum est )ualis est ejus dilectio1 teram diligis, terra eris/ Deum diligis,
Deus eris (Tract! 22! in &pist! 2 (oann!, 3).
Amar a Deus ! amar(se a si mesmo
/ cidade de #eus! di8 0anto /"ostino! come*a! constr&i-se e conc%ui-se
pe%o amor de #eus: en"randece-se pe%o &dio a n&s mesmos; porm! a cidade do
diao come*a pe%o amor pr&prio! e cresce at ce"ar ao &dio de #eus. /mar-se
aorrecer-se: ;mor sui est odium sui ( De Ci%it! 2! <). Co me posso ep%icar
como a%"um pode se amar! em ,e8 de amar a #eus; por$ue a$ue%e $ue no pode
,i,er por suas pr&prias for*as! morre amando-se: 2ui enim nom potest %i%ere de se,
moritur uti)ue amando se (Ut supra). /o contrário! $uando amamos /$ue%e $ue
unicamente dá a ,ida e aorrecemo-nos! amamo-nos rea%mente. #e,emos amar a
#eus! a fim de $ue! audados por seu amor! es$ue*amo-nos a n&s mesmos. /mar a
#eus amar-se: ;mare Deum est diligere seipsum (Ut supra). /$ue%e $ue se prefere
a #eus! no ama a #eus! nem se ama tampouco a si mesmo: 2uis)uis seipsum prae
Deo amat, ec Deum, nem seipsum amat (Ut supra). Co se ama a #eus seno por
#eus: 6on amatur Deus nisi de Deo (Ut supra).
, amor de Deus une aos homens entre si
Há tantas a%mas e cora*=es como omens! di8 0anto /"ostino; porm! desde
$ue se unam a #eus pe%o amor! no formam mais $ue uma a%ma e um cora*o. Ba%
o su%ime eemp%o $ue nos deiaram os cristos: Multorum "ominum multae sunt
animae, et muta sunt corda, sed u*i per dilectionem ad"erent Deo, uma anima, et
unum cor iunt (-entent! G222).
omo nada podemos fa8er para aumentar a fe%icidade de #eus! traa%emos
por meio da caridade no em de nosso pr&imo! $ue sua ima"em; derramemos
entre nossos irmos a saedoria! a "ra*a! o om eemp%o e todos os dons $ue temos
receido de #eus. / esmo%a espiritua% mais preciosa $ue a esmo%a materia%; e$uanto mais a dermos a nossos seme%antes! mais nos enri$uecerá #eus. +s
mananciais $ue produ8em muita á"ua! receem! toda,ia! mais; se deti,essem suas
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ondas! a á"uas $ue %es ,em! se deteria! e se a á"ua primeira ocupasse á toda a
fonte! no restaria %u"ar para a $ue ,em. /ssim sucede com os pre"adores e os $ue
do esmo%a etc. Fuanto mais audam a seu pr&imo! de mais %ar"ue8as cumu%a-%es
#eus.
'scutai a um mártir! mártir da caridade! antes de o ser pe%a espada! 0o
au%o! $uando escre,ia aos orntios: Co á dia! irmos! em $ue eu no morra! por
asse"urar a "%&ria ,ossa e tamm mina! $ue está em esus risto! nosso 0enor:
2uotidie morior per %estram gloriam, ratres, )uam "aeo in C"risto (esu Domino
nostro ( Cor! ! 31).
/$ue%e $ue infie% a #eus! no pode ser fie% ao omem! di8 0anto /mr&sio;
e a piedade a $ue "uarda a ami8ade: 6on potest "omini amicus esse, )ui Deo
uerit inidus/ pietas custos amicitiae est (-erm! 222). + amor de #eus e o amor do
pr&imo amais ,o separados; no formam mais $ue um mandamento...
, amor de Deus fa/ insens0vel
+ "rande /p&sto%o eso*a a for*a do amor de #eus. Fuem nos separará do
amor de esus risto di8 0eria a triu%a*o ou a an">stia +u a fome +u a nude8
+u o risco +u a perse"ui*o +u a espada 'stou se"uro! certus sum! $ue nem a
morte! nem a ,ida! nem os /nos! nem os rincipados! nem as irtudes! nem o
presente! nem o ,indouro! nem a for*a nem tudo o $ue á de mais a%to! nem de mais
profundo! nem outra criatura a%"uma poderá amais separar-nos de amor de #eus
$ue se funda em esus risto! nosso 0enor ( 7om! 222! 35-39).
restai ou,idos à 0anta Q"ueda! ,ir"em e mártir: 'stou de ta% modo se"ura e
firme no amor de meu 0enor esus! di8! estou de ta% modo firmemente reso%,ida a
"uardar o ,oto de ,ir"indade $ue Ge fi8! $ue espero! mediante sua "ra*a! antes de
,er $ue a %u8 fa%ta ao so%! o ca%or ao fo"o! a rancura à ne,e! $ue ,aci%ar em mina
,ontade e minas reso%u*=es. (0urius! in ejus %ita).
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Co á nada! por mais duro $ue sea! $ue no ceda ao fo"o do amor de #eus!
di8 0anto /"ostino: 6i"il tam durum et erreum, )uod non igne amoris %incatur
( Li*! de Mori*us &ccles! c. 22).
+ amor de #eus forte como a morte! di8em os Anticos; as inunda*=es no
o podero apa"ar! nem os rios podero sufocar-%e: ortis est ut mors dilectio!
;)uae multae non potuerunt extinguere caritatem, nem lumina o*ruent illam
(Cant! 222! 6-7).
+ amor forte como a morte. om efeito:
1. /ssim como a morte domina tudo! dona de tudo! e nenum ,i,ente pLde
escapar de seu imprio! o amor a esus risto triunfou dos "o%pes! dos
cra,os! dos espinos! das dores! da cru8! das afrontas! da fome! da sede! da
nude8! e em uma pa%a,ra! de todas as ad,ersidades e de todos os ostácu%os.
/$ue%e $ue ama a esus risto está pronto para sofrer tudo isso por '%e;
<. o amor a esus risto forte como a morte; por$ue o amor triunfou de%a! afe8 morrer! se"undo a pa%a,ra do profeta +seias: E morte eu sou tua morte.
&ro mors tua, 0 mors! ($s 222! 1?); e
3. o amor forte como a morte! por$ue o amor eperimenta os ma%es do oeto
amado. 0e este morre! o outro morre tamm de pesar.
$ amor = orte como a morte. J imposs,e%! di8 0anto /"ostino! epressar
de uma maneira mais rica! mas e%a e mais si"nificati,a o poder do amor de #eus;
por$ue $uem resiste à morte Oesiste-se ao fo"o! à á"ua! ao poder! aos reis; a morte
,em! pouco importa so $ue forma! e $uem $ue %e pode resistir ao seu imprio
'enit uma mors, )ui ei resisit3 ( &od! Loco). 'is a$ui por$ue o poder do amor
comparado ao da morte. + amor de #eus destr&i! com efeito! e mata em n&s o $ue
somos! para transformar-nos na$ui%o $ue no ramos. 'm uma morte! a morte do pecado! porm! ao mesmo tempo a ressurrei*o e a ,ida (Ut supra).
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/ssim como a morte mata! di8 0o Kre"&rio! o amor à ,ida eterna nos fa8
morrer para as coisas da terra -icut mors interimit, sic a* amore rerum corporalium
aeterna %itae caritas occidit ( n "aec %er*a Cant! supra). + amor de #eus produ8 o
mesmo efeito sore as coi*as da a%ma! $ue a a*o $ue ocasiona a morte do corpo!
continua o santo #outor; preciso despre8ar todos os afetos terrenais. / defuntos
desta c%asse a $uem o /p&sto%o di8ia: 'stais mortos! e ,ossa ,ida esta escondida
com risto em #eus: Mortui estis, et %ita %estra est a*sc>ndita cum C"risto in Deo
(Coloss! 222! 3).
; caridade = orte como a morte, di8 0anto /"ostino! por$ue a caridade
mata e fa8 desaparecer todos os pecados. Morre-se para os ,cios! $uando se ama ao
0enor ( n .salm! 222! -erm ).
á $ue a morte amais cansa! amais se detm! corta a ,ida de todos os
omens! usto $ue nosso amor perse,ere tamm at $ue tena destrudo em n&s
todas as pai=es e todos os ,cios.
$ amor = orte como a morte! #á morte ao demLnio! ao mundo! mata-nos an&s mesmos para fa8er-nos ,i,er somente em esus risto! fa8 desear o >%timo dia
da eistência! fa8 sacrificar nossa ,ida. /$ue%e $ue ama ,erdadeiramente! no cora
nem por suas ri$ue8as! nem por seus fi%os! nem por seu em estar.
+ amor de #eus fa8 $ue a a%ma ,i,a durante o tempo e eternidade; o amor ao
mundo mata a a%ma durante tempo e pe%a eternidade.
/ a%ma! di8 0o oo ris&stomo! ,ê-se to e%e,ada por este ce%este amor!
$ue o%a como sua maior "%&ria %e,ar as cadeias por esus risto e ,er-se perse"uida
por '%e. 'scapa-se de todas as afei*=es da terra! assim como o ouro no criso% %i,ra-
se das mancas. 0e o amor a #eus "rande! opera mara,i%as de ,a%or. Co
sentimos estas ,erdades! no nos de%eita por$ue somos tios e estamos "e%ados:
#aec omnia operatur amor "ominis ad Deum, si ingens uerit! sta non sentimus et gustamos, )uia rigidi ( #omil! G22).
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0anto /"ostino! ao fa%ar da castidade de 0o os! emite! se"undo 0anto
/mr&sio! este precioso ensinamento: /$ue%e $ue ama a #eus no pode ser ,encido
pe%o amor de uma mu%er; os de%eites e as sedu*=es da u,entude no como,em a
a%ma casta; nem esta cede tampouco à inf%uência de um amor apaionado. os
"rande! por$ue! escra,o! no $uis oedecer; amado! por$ue no $uis amar;
sup%iciado! por$ue resistiu; detido! por$ue fu"iu ( De Ci%it! Dei, c. 222).
+ amor de #eus arasa-me! de,ora-me! di8 0o 4rancisco de /ssis. 'u
respondi ao amor com amor; o amor di,ino triunfa em meu cora*o do amor $ue
natura%mente o omem eperimenta por si mesmo. Cem as tempestades! nem as
camas! nem a espada amais me a,ero de remo,ê-%o 1?. 0enor! di8 o mesmo
0anto! morra eu de amor por &s! á $ue &s morrestes de amor por mimI
@uscai ao 0enor pe%o amor e sede firmes! di8 o 0a%mista: 2uaerite
Dominum et conirmamini ( .sal 2! ?)
, amor de Deus afugenta aos dem1nios
+ amor de #eus afu"enta aos demLnios. #a mesma maneira $ue as moscas
fo"em da á"ua fer,ente e se deiam cair nas a"uas tias! nas $uais depositam
,ermes; assim os demLnios fo"em de uma a%ma arasada com o fo"o do amor
di,ino e es$ui,am-se das a%mas tias! perse"uem-nas e as transformam em por=es
de corrup*o.
er o amor e #eus em um cora*o mais insuportá,e% para um demLnio do
$ue os mesmos tormentos do inferno. 'ste amor uma arma com a $ua% o cristo
resiste a todas as terr,eis emoscadas da anti"a serpente; com esta arma! esma"a-
%e a cae*a. om este amor se triunfa do inferno e de todas as pai=es.
, amor de Deus destr*i o pecado
14 Urit amor, me tor)uet amor, sum actus amori ;lter amor/ nostri est %ictor amoris amor! #unc mi"i nin undae, lamma, nec saerent ensis! ( n $puscul, 1! 3).
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+ amor de #eus a morte dos crimes e a ,ida das ,irtudes! di8 0anto
/"ostino: Caritas est mors criminum, %ita %irtutum ( De laudi*us Caritatis).
Muitos pecados se %e perdoam! por$ue muito amou! disse esus risto!
fa%ando da penitente Ma"da%ena: 7emittuntur ei peccata multa, )uoniam dilexit
multum ( Luc! 22! ?7). Bodo o mofo do pecado fica destrudo pe%o fo"o do amor de
#eus! e $uanto maior o amor em um cora*o! mais ani$ui%ado encontra-se ne%a o
pecado.
osso #eus um fo"o $ue consome! di8 o #euteronLmio: Dominus Deus
tuus ignis consumens est ( Deut! 2! <?).
#eus! di8 0o Kre"&rio! um fo"o $ue consome de todo pecado a a%ma $ue
ence com seu amor: Deus ignis consumens est, )uia mentem )uam reple%erit, a
peccatorum ru*igine puram reddit ( n "aec %er*a Deuter ).
Cada ma% resta no cora*o $ue arde com o fo"o da caridade! di8 0o esário
de /r%es: 6i"il in eo mali mane*it, in )uo ignis asserit caritatis ( #omil ).
+ amor a #eus fa8-nos impecá,eis. /ma e fa8e o $ue $uiseres! di8 0o
/"ostino: Dilige, et ac )uod %is ( n ! (oannis 2. Tract! 22). om efeito! a$ue%e
$ue ama a #eus no pode reso%,er-se a ofender-Ge! a u%traar-Ge! a ,io%ar sua Gei
etc.
, amor de Deus fa/ despre/ar todas as demais coisas
Budo me parece ,i%! di8 o "rande /p&sto%o aos 4i%ipenses! comparado com a
"rande ciência de esus risto meu 0enor! por cuo amor perdi todas as coisas! e as
considero como %io para "anar a risto15.
15 $mnia ar*itror ut stercora ut C"ristum lucri aciam ( ."ilip! 222! ).
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/t a sa>de do corpo! di8 0o Kre"&rio! tem pouco pre*o para a a%ma $ue
está ferida com as f%ecas do amor di,ino: 'ilis ei it ipsa salus sui corporis, )uia
transixa est %ulnere amoris ( Li* 2. Moral ).
ode amar ao mundo corrompido a$ue%e $ue ama a #eus incorrupt,e%
/$ue%e $ue se encontra neste estado! ec%ame com 0o 4rancisco: E! $ue ,i% me
parece a terra $uando contemp%o o cu: ? )uam sordet terra cum coelum auspicio
(0. @ona,.! n ejus %ita).
, amor de Deus dissipa a tibie/a
/ pre"ui*a espiritua% e a %an"uide8 no eistem na a%ma empurrada pe%o
deseo de amar a #eus! a adiantar mais e mais no camino da perfei*o! di8 0o
@oa,entura: 6e)ue enim languor, %el des4dia locum "a*et, u*i amoris stimulus
semper ad maiorem perurget ( n -peculo).
+ cora*o $ue tem a caridade como um peda*o de cera $ue! em se
derretendo! recee a marca das pe"adas de #eus; en$uanto $ue o cora*o $ue no atem como o arro $ue endurece-se ao so%. ' sem emar"o! o mesmo ca%or do so%
$ue aranda a cera e endurece o arroI
, amor de Deus ilumina
Fue o risto aite pe%a f em ,ossos cora*=es! di8 0o au%o aos 'fsios!
estando arrai"ados e fundados na caridade! a fim de $ue possais compreender com
todos os santos $ua% a comprimento! a %ar"ura! a a%tura e a profundidade desse
mistrio $ue a ondade de #eus para com os omens! e conecer tamm o amor de
esus risto por n&s! amor $ue superior a todo conecimento! para $ue seais
p%enamente cumu%ados de todos os dons de #eus16.
16 n caritate radicati et undati ut possitis conpre"endere cum omni*us sanctis )uae sit latitudo et longitudoet su*limitas et proundum scire etiam supereminentem scientiae caritatem C"risti ut impleamini in omnem plenitudinem Dei ( &p"es. 222! 17-19).
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Cin"um mais $ue a$ue%e $ue ama a #eus está pr&imo de #eus; e $uanto
mais + amamos! mais pr&imo estamos. orm! #eus a %u8 das %u8es! a %u8
,erdadeira $ue i%umina a todos os omens $ue ,em a este mundo! di8 0o oo:
&rat lux %era, )uae illuminat omnem "ominem %enientem in "unc mundum ( oann
222! 9).
/$ue%es $ue amam a #eus! 0enor! ri%em como o so% em seu oriente: 2ui
diligunt te, sicut sol in ortu suo splendet, ita rutilent ( (udic ! 31).
2udo se converte em bens para aquele que ama a Deus
0aemos! di8 0o au%o aos Oomanos! $ue tudo contriui ao em dos $ue
amam a #eus: -cimus autem )uoniam diligenti*us Deum omnia cooperantur in
*onum ( 7om! 222! <). + amor de #eus torna tudo fáci%... a tudo dá pre*o! aos
sofrimentos! à pore8a! etc.
Doçura e felicidade que se encontra em amar a Deus
on"ratu%ai-,os com erusa%m! ec%ama o profeta 2saas! e re"o8iai-,os
com e%a! ,&s todos $ue a amais; transordai com e%a de "o8o todos $uantos por e%a
estais corando! a fim de $ue su"ueis de seus peitos o %eite de suas conso%a*=es at
ficardes saciados! e otenais aundante fartura de de%cias de sua consumada
"%&ria; por$ue isto di8 o 0enor: 'is $ue eu derramarei sore e%a como um rio de
pa8! e como uma torrente $ue tudo inunda! a "%&ria das na*=es: ,&s su"areis seu
%eite! a seus peitos sereis %e,ados! e acariciados sore seu re"a*o: como uma me
acaricia a seu fi%o! assim eu ,os conso%arei! e acareis ,ossa pa8 e conso%a*o em
erusa%m17.
rodi"a%i8ando esus risto o de%icioso ,ino de seu amor às a%mas fiis!
emria"a-as e as en%ou$uece de amor; por$ue o amor perfeito! di8 0o #ionsio!
produ8 o êtase e uma %oucura santa ( De Coelest! #ier!).
17 Ut sugatis et repleamini a* u*ere consolationis eius ut mulgeatis et deliciis aluatis a* omnimoda gloriaeius )uia "aec dicit Dominus ecce ego declina*o super eam )uasi lu%ium pacis et )uasi torrenteminundantem gloriam gentium )uam sugetis ad u*era porta*imini et super genua *landientur %o*is )uomodo si cui mater *landiatur ita ego consola*or %os et in #ierusalem consola*imini ( sai! G2! 11-13).
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Cin"um cati,a como #eus; nada to e%o! nada to doce como '%e. 'u os
atrairei a mim! di8 o 0enor por +sias! com ,ncu%os pr&prios de omens! com os
,ncu%os da caridade: n uniculis ;dam tra"am eos, in %inculis caritatis ($seae 2!
?). /tra-%os-ei por meio do amor $ue %es manifeste! por meio de assina%ados
fa,ores! por meio da do*ura e da "ra*a. 2sto eperimentou 0anto /"ostino depois
de sua con,erso E! ec%ama,a! $ue doce foi para mim ,er-me pri,ado! de repente!
das en"anosas a%e"rias e das ,s de%ciasI ' o $ue! primeiro! eu temia perder!
cumu%a,a-me de a%e"ria ,ê-%o perdido. &s distanciastes de mim a$ue%as mentirosas
do*uras! & meu #eus; &s! $ue reis a ,erdadeira a%e"ria e suprema sua,idade! &s
as derramastes e entrastes no %u"ar $ue ocupa,am! mas doces $ue todos os pra8eres
do mundo (Coness!). rede $ue o amor de #eus um dardo ,io%ento com o $ua%
#eus atra,essa o cora*o.
'scutai a 0o au%o $uando ec%ama incendiado de amor: 'u tudo possuo!
nado na aundAncia! nada me fa%ta: #a*eo autem omnia, et a*undo, repletus sum
( ."ilipp! 2! 1). 'scutai a +r"enes ep%icando mara,i%osamente as se"uintes
pa%a,ras do Antico: 'stou ferida de amor! 'ulnerata caritate ego sum. Fue
formoso ! di8! e $uo onroso receer a ferida do amor di,inoI +utros estoferidos dos dardos do amor carna%; outros tamm dos dados do amor da a,are8a.
'n$uanto ,&s! eponde-,os ao dardo se%eto! ao dardo encantador do amor di,ino;
por$ue #eus um ar$ueiro! e ditoso a$ue%e a $uem fereI1 0anto 'frm o
eperimenta,a ao ec%amar: ontei! 0enor! contei as ondas de ,ossa do*ura!
por$ue eu á no posso suportá-%as: Contine, Domine, undas dulcedinis tuae, )uia
sustinere non %aleo (-erm! 2). ' 0o 4rancisco a,ier: á astante! 0enor! á
astante: -atis est, Domine, satis est ( n ejus %ita). + "rande /p&sto%o as
eperimenta,a at em meio de numerosas triu%a*=es $ue %e af%i"iram: 'stou
transordando de a%e"ria! ec%ama,a e%e em meio de todos os seus traa%os:
-upera*undo gaudio in omni tri*ulatione nostra ( Cor, 22! ?).
Bodas os ens do omem! todos os seus de,eres! sua fe%icidade! seu fim e
perfei*o! consistem no amor de #eus. + amor transforma o omem em #eus. J18 2uam pulc"ram et )uam decorum a caritate %ulnus accipere: ;lius jaculum carnei amoris accipit1 aliusterrena cupidine %ulneratus est! Tu, prae*e te jaculo electo, jaculo ormoso/ si )uidem Deus sagitarius est:2uam *eatum est "oc jaculo %ulnerari ( #omil! in Cant!).
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usto! 0enor! di8 0anto /"ostino! $ue a$ue%e $ue usca sua fe%icidade em outra
parte! os perda. e*o-,os $ue tudo sea para mim amar"uras! a fim de $ue to
somente &s pare*ais doce à mina a%ma! &s $ue sois a inestimá,e% do*ura! e $ue
fa8eis a"radá,e% tudo $uanto amar"o 19. @em a,enturados os $ue ,os amam!
0enor! di8 o usto Boias: 5eati omnes )ui diligunt te (To*! 222! 1).
Co á entre as coisas umanas! di8 0o @ernardo! nada $ue possa satisfa8er
a uma criatura feita a ima"em de #eus seno #eus! $ue o amor! >nica coisa
superior a e%a<D. 0e a"rada-me a%"uma coisa por$ue oa! di8 0anto /nse%mo!
$uando mais no ei de amar a$ue%a $ue infinitamente oa or$ue! pois! &
morta%! uscas! em outra parte! ens para tua a%ma e para teu corpo /ma ao >nico
@em $ue todo em! e isso asta: ;ma unum *onum )uod omne *onum est, et satis
est ( De -imilitud!). 4ora de #eus! encontramos somente riacos; somente em #eus
está o +ceano de todos os ens ( &od! Loco). / consuma*o e a perfei*o da
saedoria! da fe%icidade e da ,irtude! tanto do omem $uanto dos anos! #eus;
trata-se de diri"ir a '%e todos os nossos pensamentos! nossas inten*=es! nossas
a*=es! amar-Ge em todas as criaturas! e todas as criaturas ne%e: &un)ue in
omni*us creaturis, et omnes in eo amemus ( &od! Loco).
/ a%ma ferida pe%os esp%endores de seu riador! e inf%amada de seu amor; a
a%ma $ue se une a #eus em ara*os infinitamente doces! tudo diri"e at '%e! tudo ,ê
ne%e! no ,ê mais do $ue a '%e em todas as coisas. 0uspira e no respira mais do $ue
por '%e! di8endo: cada ,e8 $ue suspiro e respiro! a &s! & #eus meu! dirio-me
suspiros e aspira*=es: 2uoties suspiro er respiro, ad te, o Deus meus, suspiro et
aspiro ( &od! Loco). 'is a$ui por$ue em $ua%$uer %u"ar em $ue se encontre e por
mais $ue fa*a! o%a /$ue%e $ue ama! e ora por /$ue%e $ue o ama: ,i,e! descansa e
morrer Ce%e por meio do amor e a contemp%a*o.
19 (ustum est ut amitat te )uicum)ue in ali)uo alio magis consolari elegit, )uam in te! .eto ut omnia mi"iamarescant, ut tu solus dulcis appareas animae meae, )ui es dulcedo inaestima*iis, per )uam cuncta amaradulcorantur ( Li*! Coness!)20 6i"il est in re*us "umanis )uod possit replare creaturam actam ad imaginem Dei nisi caritas Deus, )ui solus major est illa!
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+ profeta eremias eperimenta,a essa pa8! essa a%e"ria! este repouso e esta
fe%icidade! $uando di8ia: /cendeu-se em meu interior uma espcie de fo"o ardente
encerrado em meus ossos! e desfa%eci! no podendo sofrer <1.
#eus! di8 0anto /"ostino! inspiro ao omem um deseo do infinito $ue nada
%imitado pode satisfa8er. 4i8estes-nos para &s! 0enor! e nosso cora*o estará
sempre in$uieto at $ue descanse em &s<<.
Fuereis ri$ue8as! prosse"ue o mesmo adre: #eus tem-nas todas. Fuereis
um manancia% de á"ua ,i,a Fue á"ua mais pura $ue a de sua "ra*a J ,erdade $ue
#eus pro,a na terra a seus e%eitos de ,e8 em $uando; por$ue a fe%icidade constante
somente eiste no cu. / mesma 'sposa dos Anticos se $ueia disso: Ge,antei-me
a fim de arir a meu Fuerido: ari! porm! a,ia se ocu%tado! a,ia passado;
us$uei-o e no o encontrei; camei-o e no me respondeu<3. #eus pro,a-nos;
sueitemo-nos. 'stas pro,as so uma manifesta*o de amor! e esfor*ando-nos a
oedecer a sua santa ,ontade! amar-Ge-emos sempre. Cada mais doce! mais
arasador! mais casto $ue o amor de #eus; arasa os cora*=es e todo o corpo;
emria"a a a%ma at fa8er $ue se es$ue*a de si mesma.
Nada custa e tudo ! fácil para aquele que ama
#esta do*ura! desta fe%icidade do amor a #eus! nasce natura%mente a
faci%idade de amar-Ge. Bodo mandamento de #eus! di8 0anto /"ostino! %e,e
para a$ue%e $ue ama: $mne praeceptum Dei le%e est amanti ( n -entent! 22).
+ traa%o nada custa ao cora*o amante! di8 o mesmo adre: U*i amatur,
non la*oratur ( &od! Loco). +nde á amor! di8 0o @ernardo! no á traa%o! seno
sua,idade: U*i amor est, la*or non est sed sapor (-erm! G in Cant!). Cada
difci%! nada imposs,e% para a$ue%e $ue ama! di8 0anto /"ostino: ;manti ni"il
est diicile, ni"il impossi*ile (-erm! de 'er*is Domini in Matt"!). / a%ma $ue ama!21 actus est in corde meo )uase ignis exaestuans, clausus)ue in ossi*us meis1 et deeci, erre non sustinens( er! ! 9)! 22 ecisti nos, Domine, ad te, et in)uietum cor nostrum, donec re)uiescat in te ( Li*! 2! Coness!! 2).23 -urrexi ut aperirem dilecto meo manus meae stilla%erunt murra digiti mei pleni murra pro*atissima pessulum ostii aperui dilecto meo at ille declina%erat at)ue transierat anima mea li)ueacta est ut locutus est )uaesi%i et non in%eni illum %oca%i et non respondit mi"i (Cant! ! 5-6).
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e%e,a-se com fre$uência at a ce%estia% erusa%m; percorre seus stios! ,isita aos
atriarcas e aos rofetas; sa>da aos /p&sto%os! admira ao ercito dos Mártires e
onfessores; contemp%a os coros das ir"ens e de todos os 0antos.
E omens! ec%ama,a 0anto /"ostino! $ue ,os cansais ser,indo à a,are8a!
,osso amor ,os crucifica. /ma-se a #eus! sem traa%o: -ene la*or amatur Deus
(Tract! 2 in (oann). / a,are8a imp=e traa%os! peri"os! triste8as! triu%a*=es; e
sem emar"o %e oedeceis. om $ue fim ara encer ,ossos cofres e perder a
pa8. 'stá,eis mais se"uros e mais tran$ui%os antes de a,er ad$uirido $ue depois de
a,er %o"rado ser ricos. 'ncestes ,ossos ce%eiros e temeis aos %adr=es;
amontoastes ouro e perdestes o sono. /d$uire-se a #eus sem traa%o! $uando se
Ge ama! e se Ge possui sem in$uietude: Deus sine la*ore, cum amatur, ac)uiritur,
et tenetur ( &od! Loco).
/trai-me! tu mesmo! ap&s ti! di8 a 'sposa dos antares! e correremos todos
ao odor de teus aromas (Cant! 2! 3). /mai! di8 0anto /"ostino! e sereis atrados:
;ma, et tra"eris ( Li*er Coness!). Co creiais $ue a ,io%ência $ue fa8 #eus à a%ma
sea dura e penosa! doce! sua,e! a mesma sua,idade $ue ,os atrai: 6e ar*itrerisistam asperam, moletam)ue %iolentiam/ dulcis est, sua%is est/ ipsa sau%itas te
tra"it . Co se atrai à o,e%a faminta indicando-%e er,as Co se a ori"a! ecitam-
se seus deseos. &s! pois! ,inde a esus risto! no ,os assuste o %on"o do
camino; amando e no na,e"ando! como se ce"a a '%e: ;mando %enitur, non
na%igando ( Li*er Coness!).
+ amor! acrescenta 0anto /"ostino! uma a%a,anca to forte $ue %e,anta os
pesos mais enormes; por$ue o amor o contrapeso de todos os pesos. Meu amor o
peso $ue me arrasta; em todas as partes por onde ,ou! sinto a necessidade de diri"ir-
me a '%e: ;mor meus pondus meum/ eo eror )uocum)ue eror ( Li* 22 De Ci%it! c.
222).
/ a%a,anca da a%ma! di8 0o Kre"&rio! a for*a do amor; %e,anta a a%masore todas as coisas do mundo e a transporta ao cu ( #omil! in &%ang!). Meu
traa%o! di8 0o @ernardo! dura apenas uma ora; porm ainda $ue durasse mais
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tempo! no o sentiria! por$ue amo: La*or meus %ix est unius "orae, et si majoris
morae, non sentio prae amore (-erm! in Cant!).
esus risto! pe%a for*a de seu amor! suportou todo o peso de sua paio e de
sua cru8. + amor fa8 fáci% e %e,e at o mais pesado e do%oroso.
, amor de Deus encerra todos os bens
#eus! aitando numa a%ma fie% por meio de seu amor! opera ne%a as
se"uintes mara,i%as:
1. purifica-a dos deseos terrenos! para $ue somente ane%e e saoreie as coisas
do cu;
<. este amor encamina at #eus todos os sentimentos da a%ma! todos os afetos!
seu poder e seus atos! a fim de eu no pense mais $ue em #eus! no ,ea nem
us$ue mais $ue a '%e. ' o $ue poderia uscar fora! acando-se #eus ne%a
0umer"e-se Ce%e! manancia% de todos os ens;
3. o amor fa8 a a%ma desear as a*=es eroicas para #eus; fa8-%e desear sofrer
por '%e e asseme%ar-se a esus risto crucificado;
?. a fa8 crescer cada dia mais e mais na "ra*a;
5. ori"a-a a comunicar aos demais! ainda $ue sea ao mundo inteiro! o fo"o de
$ue se aca arasada; o amor! di8 0o @ernardo! no mais $ue uma ,ontade
forte para fa8er o em: 6i"il aliud est amor, )uam %e"emens in *ono
%oluntas ( De natura di%ini amoris! c. 22). /ssim! pois! a$ue%e $ue no tem
8e%o! no ama! acrescenta a$ue%e "rande #outor: 2ui ergo non zelat, non
amat (Ut supra);
6. a a%ma at domina a #eus por meio do amor; otm de%e tudo o $ue pede! e
ad$uire certa onipotência;
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7. #eus se une a e%a! assimi%a-se a e%a e a fa8 participante de suas di,inas
,irtudes; comunica-%e seus se"redos; re,e%a-%e o estado dos cora*=es; dá-
%e a conecer o os passados distantes e at o futuro! como aos rofetas e
/p&sto%os; e
. Bran$ui%i8a a a%ma! dá-%e serenidade! i%umina-a! a fim de $ue!
imperturá,e%! a%e"re! satisfeita nas ad,ersidades e na prosperidade! re"o8ie-
se sempre em #eus! %ou,e-+ e dê-Ge "ra*as! cantando com o 0a%mista:
@endirei ao 0enor em todos os tempos: 5enedicam Dominum in omni
tempore1 semper laus ejus in ore meo ( .salm! 222! 1). ' com & tamm
dirá: + 0enor deu! o 0enor tirou; sua ,ontade se cumpriu; endito sea o
seu nome: Dominus dedit, Dominus, Dominus a*stulit1 sicut Domino placuit,
ita actum est/ sit nomem Domini *enedictum ( (o* 2! <1). 'nfim! a$ue%e $ue
ama a #eus! morre sorecarre"ado pe%o peso do amor di,ino! como a em
a,enturada ir"em Maria.
/ arte mais ece%ente a arte de amar a #eus! di8 0o @ernardo: ;rs artium
ars amoris ( De 6atura ac Dignitate Di%ini ;moris). 4a8 com $ue todos os
pensamentos do esprito tendam ao amor; diri"e todos os mo,imentos do cora*o
at o deseo da eternidade. + omem $ue ama a #eus! compra8-se em seu amor! e
ditoso! ne%e permanece! saoreando seu de%eite; pronto! sufocado por seus
sentimentos! e%e,a-se sore si mesmo! ce"a ao êtase inte%ectua%! soe at ao
pensamento de #eus a fim de aprender a no ocupar-se mais do $ue de%e! a no
descansar seno ne%e. + amor de esus risto asor,e todos os seus afetos;descuidando-se e es$uecendo-se de si mesmo! no sente mais $ue a esus risto e às
coisas $ue so de esus risto. 'nto ( o mesmo 0o @ernardo $uem fa%a) seu
amor perfeito. ' neste estado! a pore8a no um peso para e%e! á no sente as
in>rias! ri-se dos opr&rios! despre8a as perdas! e considera a morte como um
"ano; ainda mais! no crer morrer! por$ue sae $ue da morte passara à ,ida eterna
( *id!).
/$ue%e $ue ama as coisas terrenais! ,is e ,er"onosas! torna-se seme%ante a
e%as. orm! ao contrário! a a%ma $ue ama a #eus e somente com '%e se %i"a! torna-
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se seme%ante aos espritos! aos anos! ao mesmo #eus. 'nto! di8 0anto /mr&sio!
o ero de #eus a rodeia! i%umina-a! inf%ama-a! endi8e-a! no constitui mais $ue
um s& ser com e%a (-erm! 22).
+ amor de #eus acende! arasa! fa8 derreter o cora*o! e muda inteiramente.
ede a 0o au%o... o amor de #eus i%umina! refresca e ence a a%ma de conso%os! de
deseos de possuir a #eus! sacia e dá a pa8! dá paciência nas triu%a*=es! e asse"ura
a sa%,a*o; remo,e todo temor e inspira confian*a. 'ste ! 0enor! o paraso no $ua%
podemos entrar sem aandonar a terra. /$ue%e $ue soe at #eus por meio do amor!
tem asas! di8 0anto /"ostino: ;d Deum ascendit %olando, )ui ascendit amando
( .rae! n .salm! 2).
$ara amar a Deus ! necessário amar sua 3ei
0e me amais! "uardai meus mandamentos! disse esus risto: -i diligistis me,
mandata mea ser%ate ( (oann! 2! 15). /s oras so uma pro,a de amor! di8 0o
Kre"&rio: .ro*atio dilectionis ex"i*itio est operis ( .astoral ).
/$ue%e $ue me ama! di8 esus risto! oser,ará mina doutrina! e meu ai o
amara; e ,iremos a e%e! e faremos mans=es dentro de%e1 8-i )uis diligit me
sermonem meum ser%a*it et .ater meus diliget eum et ad eum %eniemus et
mansiones apud eum aciemus9 ( (o"ann! 2! <3). Fuem receeu meus
mandamentos e os oser,a! esse a$ue%e $ue me ama ( (o"ann! 2! <3).
+ ai e o 4i%o! di8 0anto /"ostino! ao ,ir a aitar uma a%ma! do seu
amor! e ao fim! conceder-%e-o o cu. '%es ,em at n&s $uando n&s nos diri"imos a
'%es; ,em socorrendo! i%uminando e cumu%ando de ens; n&s ,amos a '%es
oedecendo! intuindo e receendo: 'eniunt ad nos, cum %enimus ad eos1 %eniunt
su*%eniendo, iluminando, implendo/ %enimus o*ediendo, intuendo, copiendo (Tract!
G2 in (o"ann!).
/$ue%e $ue no me ama! no "uarda as minas pa%a,ras! acrescenta esus
risto: 2ui non diligit me sermones meos non ser%at ( (o"ann! 2! <?). 0e a%"um
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"uarda a a%a,ra de #eus! di8 0o oo em sua 'psto%a primeira! o amor de #eus
,erdadeiramente perfeito ne%e: 2ui autem ser%at %er*um eius %ere in "oc caritas
Dei perecta est ( (o"ann! 22! 5). / caridade! acrescenta! consiste em proceder
se"undo os Mandamentos de #eus: #aec est caritas ut am*ulemus secundum
mandata eius ( (o"ann. 6).
+ primeiro de,er da caridade oedecer às ordens de #eus! sueitar-se a
e%as! e ter confian*a nas promessas di,inas. Gê-se no 'c%esiástico $ue a$ue%es $ue
amam a #eus encem-se de sua Gei! isto ! a,ero de estudá-%a! conecê-%a e
praticá-%a: 2ui diligunt eum, reple*untur lege ipsius ( &ccli! 22! 19).
4ários graus do amor de Deus
+ e. Q%,ares! fa%ando da contemp%a*o! indica $uin8e "raus do amor de
#eus:
1. a intui*o da ,erdade;
<. o reco%imento;3. o si%êncio espiritua%;
?. o repouso;
5. a unio;
6. a audi*o da %in"ua"em de #eus;
7. a domnio do esprito;
. o êtase;
9. o arrouamento;
1D. a apari*o corpora% de esus risto;
11. a apari*o espiritua% de esus risto e dos 0antos;
1<.a ,iso inte%ectua% de #eus;
13. a ,iso de #eus atra,s das nu,ens;
1?. a manifesta*o positi,a de #eus; e
15. a ,iso c%ara e intuiti,a de #eus $ue te,e 0o au%o! se"undo 0anto/"ostino e ,ários outros #outores! $uando foi arreatado ao terceiro cu.
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&ualidades do amor a Deus
+ amor de #eus de,e ser:
1. insepará,e%;
<. insaciá,e%;
3. in,enc,e%;
?. sua,e;
5. p%eno de deseos;
6. tendo sede de #eus! esfor*ando-se para ce"ar a '%e! contemp%ando-%e em
suas criaturas! e ardendo de deseos de possu-Go;
7. animado do deseo de morrer! no por des"osto da ,ida! seno para estar com
esus risto e disfrutar de%e;
. de,e ser %iera%; e
9. inteiro.
5entimento por no haver amado a Deus
Barde demais te amei! formosura sempre anti"a e sempre no,a. Barde demais
te amei! di8ia 0anto /"ostino com a a%ma p%ena de amar"ura: -ero te ama%i,
pulc"ritudo tam anti)ua tam no%a, sero te ama%i! oneci-,os demasiadamente
tarde! #eus meu! amei-,os demasiadamente tarde. -ero te cogno%it, sero te ama%i.
#es"ra*ado tempo a$ue%e no $ua% no os ama,a: 'ae mi"i tempori illi )uando non
ama%i te: #es"ra*ado mi% ,e8es seria eu se no deseasse os amar; preferiria no
eistir antes $ue ,i,er sem &s: 'ae mi"i et iterum %ae, si )uando non ama%erim te/
utinam potius non essem, )uam essem ali)uando a*s)ue te: ( Li*! Coness!).
enetremo-nos dos sentimentos de 0anto /"ostino.
Desgraça de no amar a Deus
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/nemati8ado sea a$ue%e $ue no ama a esus isto! nosso 0enor! di8 0o
au%o: -i )uis non amat Dominum nostrum (esus C"ristum, sit anat"ema ( Cor!
2! <<). /$ue%e $ue no ama a #eus! permanece nas morte! di8 o /posto%o 0o
oo: 2ui non diligit, non no%it Deum, )uoniam Deus caritas est ( (oann! 2! ).
Bodos os $ue me reeitam a mim! amam a morte! di8 o 0enor! nos
ro,rios: $mnes )ui me oderunt, diligunt mortem ( .ro%! 222! 36).
/partai ,osso cora*o do amor à criatura! di8 0anto /"ostino! para
consa"rá-%o ao riador; por$ue se aandonais /$ue%e $ue ,os criou e ,os unis ao
$ue criado! sereis ad>%teros: &%elle cor tuum a* amorem creaturae, ut in"aereas
Creatori1 si autem deseris eum )ui te ecit, et amas illa )uae ecit, adulter es ( De
Mori*us). Fue tremam a$ue%es $ue no amam a #eus! di8 0o Kre"&rio: .a%eant
illi )ui non amant ( #omil! in &%ang!).
/ %in"ua"em da$ue%e $ue no ama a #eus uma %in"ua"em árara e
estrana! di8 0o @ernardo: Lingua ei )ui non amat, *ar*ara est, et peregrina
(-erm! in Cant!). /$ue%e $ue no ama a #eus! deia de ,i,er! di8 0anto /"ostino: .erdit )uod %i%it, )ui Deum non diligit ( De Ci%it!).
+ amor de #eus pe%os omens to "rande! $ue no somente se apresenta
aos $ue o uscam! seno $ue ,ai atrás dos $ue no %e uscam. /t dos $ue fo"em
#e%e! dos $ue %e odeiam e %e perse"uem. /trai-os! con,ida-os e %es fa8 certa
,io%ência. Fuo des"ra*ados! in"ratos e per,ersos so! pois! a$ue%es $ue mostram
indiferen*a em amar a #eus $ue tanto %es amaI Fue des"ra*a mais terr,e% para
e%es despre8ar-Ge e comater-GeI /i! $ue "rande o n>mero dos $ue no amam a
#eus $uem pode di8er com 0o edro: 0enor! &s $ue tudo coneceis! no saeis
$ue os amo Domine, tu omnia nosti, tu scis )uia amo te ( (oann. 2! 17). Fuem
pode di8er com o Oei rofeta: Mina a%ma está unida con,osco! 0enor: ;d"aesit
anima mea post te3 ( .salm! G22! ). oremos a des"ra*a dos $ue no amam a
#eus.
De que modo devemos amar a Deus
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esus risto ensina-nos como temos de amar a #eus: /mareis ao 0enor
,osso #eus com todo o ,osso cora*o! toda a ,ossa a%ma e todas as ,ossas for*as
( Matt"! 22! 37).
1. om todo o ,osso cora*o! isto ! consa"rareis ,ossa mem&ria a recordar
seus dons! etc.;
<. com toda a ,ossa a%ma; ap%icareis ,ossa inte%i"ência a compreender $uo
amá,e% por si mesmo! $uanto os tem amado; e
3. om todas as ,ossas for*as! isto ! com toda a ,ossa ,ontade.
'scutai a 0anto /"ostino: Fuando #eus di8: /mareis com todo o ,osso
cora*o! com toda ,ossa a%ma e todo o ,osso esprito! no nos permite es$uecer-Ge
um s& instante de nossa ,ida! nem $uerer "o8ar outra coisa distinta ( #omil! ad
pop!).
/mar a #eus :
1. dar-Ge nosso cora*o por inteiro e no deiar nada para o demLnio e para o
pecado;
<. ter a #eus para fim de todas as nossas a*=es! e preferir-Ge a tudo como a
nosso soerano em e >nico fim; e
3. amar a #eus oedecer-Ge em tudo e sempre...
Bodos $uantos deram a #eus seu cora*o por meio do amor! a%e"rem-se nas
penas! nas triu%a*=es! nas an">stias! na fome! na sede! na nude8 e no despre8o! em
meio de ridicu%ari8a*=es! de ca%>nias! das ma%di*=es! dos sofrimentos e at da morte
ocasionada pe%as perse"ui*=es! di8 0o @ernardo (-erm! n .salm!).
7/18/2019 06 - AMOR A DEUS
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Meios de amar a Deus
0anto Bomás indica três meios de unir-se a #eus por meio do amor. J
necessário:
1. o ,a%or do esprito! ou a ener"ia;
<. uma "rande se,eridade contra as concupiscências; e
3. a ondade para com o pr&imo<?.
0e n&s no morrermos para o mundo! di8 0o Kre"&rio! no somos aptos a
,i,er do amor a #eus: este um $uarto meio: 6isi saeculo moriamur, Deo per
amorem %i%ere non %alemus ( .astoral ).
/s %eituras piedosas! di8 0o @ernardo! so o %eite do amor de #eus: a
medita*o a%imenta-o! a ora*o fortifica-o e i%umina-o: ;morem Dei lactat lectio,
meditati%o parit, oratio conortat et illuminat (-erm! in .salm!).
'stes so ece%entes meios para ad$uiri-%o e conser,á-%o. Fuereis outros
'scutai a ,o8 de #eus. + nosso cora*o di8iam entre os discpu%os de iam a 'ma>s!
no esta,a arasado $uando '%e nos fa%a,a durante o camino e nos descoria o
sentido das 0a"radas 'scrituras 6onne cor nostrum ardens erat in no*is dum
lo)ueretur in %ia et aperiret no*is -cripturas ( Luc! 2! 3<).
Meu cora*o se inf%ama de amor! e certo fo"o o de,ora $uando medito! di8 o
Oea% rofeta: Concaluit cor meum intra me, et in meditatione mea exardescet ignis
( .salm! 222! ?).
/ pure8a de cora*o um meio perfeito de amar a #eus: Meu amado se
a%imenta entre as a*ucenas: Dilectus meus pascitur inter lilia (Cant! 22! 16).
24 0. B. ?U ars! $. art. 13.
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onuro-,os! fi%as de erusa%m! ec%ama a 'sposa dos Anticos! se
encontrardes a meu muito /mado! di8ei-%e $ue desfa%e*o de amor: ;djuro %os, ilie
(erusalem, si in%eneritis Dilectum meum, ut nuntietis ei, )uia amore langueo (Cant!
! ). E! $uem me dera! ec%ama de no,o! encontrar-os e ara*ar-os 'nto meus
inimi"os me respeitaro (Cant! 222! 1). + deseo ! pois! um meio muito efica8 para
atrair at n&s o amor de #eus e conser,á-%o.
/ f nos fa8 amar a #eus. /"ora! di8 0anto /"ostino! amamos crendo o $ue
temos de ,er; $uando esti,ermos no cu! amaremos ,endo o $ue a,amos crido:
6unc diligimus credendo )uod %ide*imus/ tunc diligemus %idendo )uod credimus
( De -piritu -ancto).
+ temor do 0enor um meio se"uro de amar a #eus. + temor ecita! di8
0anto /"ostino; porm! o amor cura as ca"as feitas pe%o temor: Timor stimulat/
sed caritas sanat )uod %ulnerat timor ( #omil! ad pop!). aso%utamente necessário!
di8 0o @as%io! $ue o temor opere e sea como o introdutor da piedade; a caridade
ce"a depois: 6ecessitas %elut introductorius ad pietatem timor assumitur/ dilectio
%ero deinceps ( &pist!).
/ a%ma encontra a #eus por meio da f e da esperan*a; possui-+ por meio
da caridade; se está ausente! encontra-+ pe%o deseo; se presente! detm-Co pe%a
a%e"ria; descore-+ e o conser,a-+ pe%a paciência! e + possui pe%o conso%o.
J necessário perse,erar em uscar a #eus e desear amar-Ge! pois um
meio certo para ce"ar a '%e. @uscai ao 0enor! e sereis fortes; uscai-+ sempre!
di8 o Oei rofeta: 2uaerite Dominum, et conirmamini/ )uaerite aciem ejus
semper ( .salm! 2! ?).
#eus o #eus do amor; por$ue como di8 0o au%o aos Oomanos! a caridade
foi derramada em nossos cora*=es pe%o 'sprito 0anto $ue nos foi dado: Caritas