05 Farmacoterapeutica Hipertensao Arterial
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIAPortal Educação
CURSO DE
FARMACOTERAPÊUTICA NA
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação
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CURSO DEFARMACOTERAPÊUTICA NAHIPERTENSÃO ARTERIAL
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SUMÁRIO
1 SISTEMA RENAL
2 FARMACOTERAPÊUTICA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL
2.1 FÁRMACOS DIURÉTICOS
2.2 FÁRMACOS SIMPATICOLÍTICOS
2.3 VASODILATADORES
2.4 BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
2.5 INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA)
2.6 BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II
2.7 ANTAGONISTA DOS RECEPTORES DE ENDOTELINA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1 SISTEMA RENAL
O sistema renal tem como função filtrar o sangue que chega bombeado pelo
coração, regulando o volume intravascular. A estrutura renal é constituída de dois
rins, dois ureteres, bexiga e uretra. O sangue chega ao rim pela artéria renal e no
interior de cada rim, essa artéria se ramifica em numerosas arteríolas aferentes,
presentes na região do córtex. Cada uma dessas arteríolas se ramifica em pequenos
capilares denominados, glomérulos.
Os glomérulos presentes aos milhares em cada rim são constituídos por
pequenos enovelados de capilares. O sangue flui no interior dos capilares onde é
filtrado através da parede desses. A capacidade de cada glomérulo em filtrar o
sangue por volume compreende 125 ml por minuto. Este filtrado se acumula no
interior da cápsula de Bownmann – formado por uma membrana interna que envolve
intimamente os capilares glomerulares e uma externa que separa a interna, na
cavidade formada o filtrado glomerular é acumulado. O filtrado glomerular passa
pela parede dos capilares, a qual retém um grande número de proteínas, por meio
de um sistema coletor formado pelos segmentos do túbulo contornado proximal, alça
de Henle, túbulo contornado distal e ducto coletor. Ao passar por esse sistema
diversas substâncias são reabsorvidas através da parede tubular, e ao mesmo
tempo, outras são excretadas para o interior dos mesmos.
Pelo túbulo contornado proximal há reabsorção intensa de glicose por
transporte ativo através da parede tubular e retornando ao sangue que circula no
interior dos capilares peritubulares, externamente aos túbulos. Além da glicose,
nesse segmento há reabsorção de aminoácidos e de proteínas e de 70% de
eletrólitos, como sódio e cloreto, fazendo com que um volume significativo de água
seja também reabsorvido. A seguir, o filtrado alcança a alça de Henle, dividida no
ramo descendente e ascendente. O ramo descendente da alça é permeável à água
e ao cloreto de sódio diferente do ramo ascendente, que é impermeável à água.
Dessa forma, o filtrado ao fluir por essa alça tem os íons de sódio bombeados para oexterior da alça, carregando o cloreto resultando em um acúmulo de cloreto de sódio
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no interstício medular renal. Esse aumento de osmolaridade faz com que um volume
de água flua do interior para o exterior do ramo descendente da alça de Henle. No
ramo ascendente da alça de Henle flui, por transporte ativo, o cloreto de sódio dointerior para o exterior da alça.
FIGURA 1 – ESQUEMA DO FUNCIONAMENTO DO NÉFRON
FONTE: Aires, 1999.
No segmento do túbulo contornado distal ocorre bombeamento do sódio dointerior para o exterior do túbulo por meio de uma bomba de sódio e potássio, o
contrário ocorre com o potássio. O transporte de íons sódio do interior para o
exterior do túbulo atrai cloreto e, por sua vez, atrai água. No túbulo contornado distal
observamos um fluxo de sal e água do lúmen tubular para o interstício circunvizinho.
A quantidade de cloreto de sódio e água reabsorvidos no túbulo distal depende do
nível plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas suprarrenais.
Quanto maior for o nível de aldosterona, maior será a reabsorção de cloreto de sódioe água e maior também será a excreção de potássio. Além da aldosterona, o
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hormônio antidiurético (ADH), secretado pela neuro-hipófise, torna a membrana do
túbulo distal mais permeável à água, possibilitando a sua reabsorção. No ducto
coletor, ocorre reabsorção de cloreto de sódio e água, como no segmento anterior,de da mesma forma a reabsorção desses é controlada pelo nível de aldosterona e
ADH.
2 FARMACOTERAPÊUTICA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL
A hipertensão essencial caracteriza-se pela elevação da pressão arterial que
geralmente está associada a um aumento global da resistência vascular periférica
enquanto que o débito cardíaco está normal.
PA = DC x RVP DC e/ou RVP = PA
DC = inibem a contratilidade miocárdica ou diminuem a pressão de enchimentoventricular;
RVP = relaxamento do músculo liso vascular ou atuam sobre o sistema nervosoautônomo simpático.
A hipertensão secundária ou maligna decorre de patologias como a doença
Cushing, hiperaldosterismo, feocromocitoma, tumores renais, hipertireoidismo,
aterosclerose e doenças endócrinas. Fatores de risco cardiovasculares incluem o
tabagismo e o aumento dos níveis plasmáticos de LDL, dislipidemias, diabetes
melitus e histórico familiar.
O tratamento da hipertensão arterial inicia-se por medidas nãofarmacológicas por meio da restrição de sal e de álcool e do controle do peso
corporal. Posteriormente, são adotadas medidas farmacológicas sempre
acompanhadas as medidas anteriores. Os locais de controle da pressão são
arteríolas (resistência venosa), vênulas (vasos de capacitância), coração (débito
cardíaco) e sistema renal (volume intravascular).
Os agentes terapêuticos utilizados são:
Diuréticos; Fármacos simpaticolíticos;
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Vasodilatadores;
Bloqueadores dos canais de cálcio;
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina; Antagonistas dos Receptores de Angiotensina II;
Antagonistas dos Receptores de Endotelina.
2.1 FÁRMACOS DIURÉTICOS
Os agentes diuréticos promovem perda de fluido sem reduzir
significativamente o volume plasmático, aumentando a excreção de água e sódio.
A administração de água e álcool promove uma diurese hídrica por aumentar
a volemia e o bloqueio do hormônio antidiurético. Os agentes osmóticos não são
absorvidos pelo organismo e ficam diluídos em água na luz tubular, resultando em
aumento da pressão osmótica no fluido. Como exemplos podem citar a glicose, o
manitol, a ureia e a sacarose. Além de aumentar o volume de fluido extracelular e
reduzir a reabsorção de sódio e água, os osmóticos inibem a renina e levam ao
aumento da liberação de prostaglandinas que promovem vasodilatação renal o que
favorece a excreção. Os efeitos adversos da administração de diuréticos osmóticos
incluem edema pulmonar, desidratação, hiponatremia, dor de cabeça, náusea e
vômito.
A acetazolamida é um diurético inibidor da anidrase carbônica, enzima
encontrada em muitos locais do néfron e em células epiteliais, que catalisa a
desidratação do H2CO3 promovendo a reabsorção proximal do bicarbonato. Dessa
forma, a acetazolamida impede a reabsorção de bicarbonato desfavorecendo a troca
por Na+ para o interior aumentando assim a diurese. A utilização da acetazolamida
como diurético não é muito comum tendo em vista outros agentes, entretanto, esse
fármaco é usado no tratamento do glaucoma reduzindo a taxa de humor aquoso e
diminuição da pressão intraocular e para facilitar a excreção de ácido úrico e cistina
com a elevação do pH urinário. Deve-se evitar o uso de inibidores de anidrasecarbônica em pacientes com cirrose hepática.
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Os diuréticos tiazídicos impedem a reabsorção de NaCl no lado luminal do
túbulo contorcido distal por meio da inibição do transportador simporte de NaCl,
resultando em maior excreção de Na+
e K+
no túbulo coletor. Produz uma diuresemoderada de aproximadamente 5% de aumento de volume urinário. Os fármacos
dessa classe incluem a hidroclorotiazida, clortalidona, clorotiazida e indapamida.
Indicados terapeuticamente no edema da insuficiência cardíaca congestiva, cirrose,
síndrome nefrótica e hipertensão moderada. Por aumentar a reabsorção Ca2+ no
túbulo contorcido distal, os tiazídicos também são indicados no tratamento de
cálculos renais causados por hipercalciúria. A clorotiazida possui um tempo de meia-
vida de 1,5 h e biodisponibilidade oral variável (9-56%), por ser menos lipossolúvel
é necessário a administração de altas doses e excretada na forma inalterada na
urina. A clortalidona tem o tempo de meia-vida de 47h, biodisponibilidade oral de
aproximadamente 65%, sua absorção é mais lenta e sua ação mais prolongada; é
utilizada em dose única para controle da pressão arterial. Os efeitos adversos dos
diuréticos tiazídicos são alcalose metabólica, hiperuricemia, hiperglicemia, aumento
do nível plasmático de LDL, de triglicerídios e diminuição de HDL (hiperlipidemia),
reações alérgicas (sulfonamidas estão associadas a reações cruzadas) e
hiponatremia (elevação do nível de hormônio antidiurético por hipovolemia e
aumento da sensação de sede).
Os diuréticos de alça impedem seletivamente a reabsorção de NaCl no ramo
ascendente espesso da alça de Henle por meio da inibição do transportador
Na+/K+/2 Cl- da membrana luminal da alça, reduzindo a reabsorção de NaCl e o
potencial de membrana que estimula a reabsorção de cátions na alça ocasionando
em maior excreção Mg2+ e Ca2+. Além disso, aumentam a síntese renal de
prostaglandinas ocasionando aumento do fluxo sanguíneo renal. Os fármacos
diuréticos de alça incluem o ácido etacrínico, a bumetanida e a furosemida que são
indicados para crise hipertensiva (administração intravenosa), edema pulmonar
agudo, insuficiência cardíaca congestiva e hipertensão moderada. São capazes de
promover uma diurese maior que qualquer outro diurético. Em relação à
farmacocinética, os diuréticos de alça sofrem rápida absorção, sua
biodisponibilidade é variável entre os indivíduos, possui alta ligação às proteínas
plasmáticas e sua eliminação se dá por secreção renal e por filtração glomerular. Osdiuréticos de alça podem provocar os seguintes efeitos adversos: hipocalemia,
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alcalose metabólica, hiponatremia, hipovolemia, hipotensão, hiperuricemia,
hipocalcemia, hipomagnesemia e ototoxicidade.
Os diuréticos poupadores de potássio incluem os antagonistas dosreceptores de aldosterona – espironolactona, que se ligam ao receptor de
mineralocorticoide da aldosterona e impedem a síntese de proteínas indutoras na
expressão de canais de sódio e de transportador, como a bomba Na+/K+ ATPase e a
amilorida e o triantereno que impedem o fluxo de sódio através dos canais de sódio
presentes na membrana luminal (figura 2). Dessa forma, há um aumento da
excreção de Na+ sem ocasionar a excreção concomitante de K+e H+. A
espironolactoma é indicada em casos de hipertensão arterial moderada a grave,
edema e hiperaldosterismo. Os efeitos adversos a espironolactona incluem
hiperpotassemia, alterações endócrinas como ginecomastia, alteração da libido e do
ciclo menstrual, hirsutismo e sangramento gástrico. É comum a associação de
espironolactona com um diurético de alça a fim de evitar a hiperpotassemia. Os
efeitos adversos dos outros poupadores de potássio são hiperpotassemia,
deficiência de ácido fólico, diarreia e cefaleia (uso de amilorida) e câimbras nas
pernas e tontura (uso de triantereno).
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FIGURA 2 – MECANISMO DE AÇÃO DOS DIURÉTICOS POUPADORES DEPOTÁSSIO
FONTE: Golan e cols., 2009.
A tabela abaixo mostra as doses terapêuticas habituais e farmacodinâmicas
dos fármacos diuréticos utilizados no tratamento da hipertensão arterial, edema einsuficiência cardíaca:
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FONTE: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2002.
2.2 FÁRMACOS SIMPATICOLÍTICOS
Os agentes simpaticolíticos de ação central são de ação central incluem a
metildopa, clonidina, guanabenz e guanfacina. Esses fármacos atuam como
agonistas dos receptores alfa-2 adrenérgico no sistema nervoso central, resultando
na redução da atividade simpática aferente e levando a diminuição da pressão
arterial.
METILDOPA - ação anti-hipertensiva se dá pela estimulação dos receptores
alfa-adrenérgicos centrais pela -metildopamina ou -metiloradrenalina. Reduz a
resistência vascular periférica com diminuição variável na frequência cardíaca e no
débito cardíaco. Sofre extenso metabolismo de primeira passagem apresentando
baixa biodisponibilidade (25%), seu efeito farmacológico dura 24 horas podendo ser
administrado uma vez ao dia (1-2 g/dia por via oral). Os efeitos adversos da terapia
com metildopa incluem hipotensão postural, boca seca, sedação, cefaleia, distúrbios
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do sono, impotência, visão embaraçada, sinais parkinsonianos, depressão, aumento
da secreção de prolactina e hipertermia.
O trimetafam é um bloqueador ganglionar administrado por via endovenosade rápida ação no tratamento da crise hipertensiva, da dissecção da aorta e para
indução de hipotensão em neurocirurgia; seu efeito anti-hipertensivo depende, em
grande parte, do acúmulo de sangue nos vasos de capacitância.
Os bloqueadores de neurônios adrenérgicos, guanetidina, guanadrel e
reserpina promovem depleção de noradrenalina nas terminações simpáticas.
Os agentes betabloqueadores clinicamente utilizados no tratamento da
pressão arterial são propranolol, atenolol, carvedilol e metoprolol. Esses fármacos ao
antagonizarem os receptores beta-adrenérgicos reduzem o débito cardíaco.
PROPRANOLOL - bloqueador beta-adrenérgico não seletivo útil na redução
da pressão arterial em casos de hipertensão leve a moderada, na hipertensão grave
é capaz de impedir a taquicardia reflexa decorrente do uso de vasodilatadores e
capaz de inibir a estimulação da produção de renina. O fármaco leva a efeitos
adversos como diarreia, constipação, náusea e vômitos, aumento dos níveis
plasmáticos de triglicerídeos e LDL. A retirada abrupta pode ocasionar síndrome de
abstinência caracterizada por nervosismo, taquicardia, aumento da angina, elevação
da pressão arterial e infarto do miocárdio. Pacientes asmáticos e diabéticos
constituem uma contraindicação a esse fármaco;
METOPROLOL – equipotente ao propranolol na inibição do receptor beta-1
adrenérgico, porém, menor potência no bloqueio do receptor beta-2 adrenérgico.
Pode ser seguramente utilizado por asmáticos e diabéticos.Os bloqueadores do receptor alfa-adrenérgico, fentolamina,
fenoxibenzamina e prazosin mostram maior eficiência quando associado com
bloqueadores beta-adrenérgicos e/ou diuréticos. O efeito colateral comum é a
hipotensão postural. Os bloqueadores alfa-adrenérgicos não alteram o perfil lipídico
como observado na terapia com os betabloqueadores.
PRAZOSIN – atua bloqueando os receptores alfa-adrenérgicos nasarteríolas e vênulas e reduz a pressão arterial pela dilatação dos vasos de
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resistência e de capacitância. A utilização de prazosin leva a retenção de sal e de
líquidos, quando administrados sem diuréticos.
2.3 VASODILATADORES
Os vasodilatadores reduzem diretamente a resistência vascular periférica
por meio do relaxamento da musculatura lisa arteriolar. Podem ser vasodilatadores
orais, como a hidralazina e minoxidil e parenterais, como o nitroprussiato, diazóxido
e fenoldopam.
HIDRALAZINA – derivado da hidrazina, dilata as arteríolas, mas não as
veias. Sofre boa absorção e é rapidamente metabolizada pelo fígado apresentando
baixa biodisponibilidade (25%) e seu tempo de meia-vida é de 2 a 4 horas. É eficaz
no tratamento da hipertensão arterial grave. Os efeitos adversos são cefaleia,
náusea, anorexia, palpitações, sudorese e rubor;
MINOXIDIL - vasodilatador ativo por via oral, seu efeito resulta da abertura
dos canais de K+ pelo metabólito ativo-sulfato de minoxidil capaz de dilatar as
arteríolas, mas não as veias. É utilizado na hipertensão grave não responsiva a
outros anti-hipertensivos. O minoxidil possui boa absorção pelo trato gastrintestinal,
sofre metabolização hepática e seu tempo de meia-vida é de aproximadamente 4
horas. O efeito hipotensor persiste por mais de 24 horas ocorrendo estimulação
simpática reflexa. Geralmente é associado com um betabloqueador ou um diurético
devido à retenção de sódio e de líquidos. Além desse efeito, o tratamento com
minoxidil leva a hipertricose, intolerância a glicose e trombocitopenia;
NITROPRUSSIATO - vasodilatador utilizado por via parenteral (infusão
intravenosa) na emergência da crise hipertensiva e insuficiência cardíaca grave
dilatando as arteríolas e veias. Sofre rápida metabolização pela captação nos
eritrócitos (CN-). Seu efeito é imediato sendo observada redução significativa dapressão arterial com duração em até 10 minutos após administração, tendo esse
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efeito duração por mais de 24 horas. A preparação de nitroprussiato é sensível à luz
devendo ser utilizada logo após o preparo. A toxicidade caracteriza-se pelo acúmulo
de cianeto, arritmia, hipotensão excessiva e morte.
2.4 BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
Os agentes bloqueadores de canais de cálcio surgiram após pesquisas no
ano de 1960 surgindo os análogos da difenilpiperazina. Em 1962 foi introduzido na
clínica o verapamil, um potente vasodilatador coronariano. O protótipo das di-
idropiridinas, a nifedipina surgiu em 1967. Esses agentes são classificados em
relação à estrutura química: fenilalquilaminas (nifedipina, galopamil e tiapamil), di-
idropiridinas (nifedipina, nisoldipia, felodipina e amlodipina) e benzotiazepinas
(diltiazem). Os bloqueadores dos canais de cálcio possuem afinidade pelos canais
de cálcio do tipo L no músculo liso vascular e cardíaco onde levam a um menor
influxo de cálcio e vasoconstrição e dilatação da musculatura coronariana.
São atualmente fármacos de primeira escolha no tratamento da hipertensão
arterial essencial devido à eficácia e melhor tolerância pelos pacientes em
comparação com outros agentes anti-hipertensivos, sendo uma alternativa no
tratamento de pacientes idosos. Não causam retenção de sódio e não comprometem
a função renal. Ao contrário dos betabloqueadores não altera o perfil lipídico e a
glicemia, sendo uma opção para pacientes com dislipidemias e diabéticos.
O verapamil e o diltiazem além de ser vasodilatador periférico e coronariano
produzem leve depressão da condução atrioventricular, útil no tratamento de
arritmias cardíacas. A nifedipina e nicardipina são úteis na terapia da hipertensão
leve a moderada se mostrando equivalentes aos betabloqueadores ou diuréticos.
Apesar de bem tolerados na clínica, os bloqueadores dos canais de cálcio
podem ocasionar os efeitos adversos de vasodilatação periférica, rubor, bradicardia,
náusea, constipação (mais comum com o verapamil), cefaleia (mais frequente com o
diltiazem) e edema. Além de ação cardiodepressora. A amlodipina possui menor
intensidade desses efeitos devido à sua ação lenta e duradoura.
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Algumas interações medicamentosas significativas devem ser evitadas como
bloqueadores dos canais de cálcio e digoxina (aumento da sua concentração
plasmática), aumentando o risco de intoxicação digitálica; associação combetabloqueadores em razão do risco de depressão miocárdica e bloqueio de
condução; e combinação com fármacos que atuam no sistema nervoso central,
como os barbitúricos por afetarem a farmacocinética de diversos fármacos.
2.5 INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA)
Os inibidores da ECA consistem nos fármacos captopril, enalapril, lisinopril,
benazepril, fosinopril, cilazapril, ramipril, quinapril, perindopril, trandolapril, delapril.
Esses fármacos são indicados como monoterapia ou em associação com diuréticos
ou outros anti-hipertensivos. Ao inibirem a ECA levam a menor formação de
angiotensina II um potente vasoconstritor e estimulador da secreção de aldosterona
reduzindo, portanto, a resistência vascular periférica sem causar taquicardia reflexa
e sem reduzir o débito cardíaco. Além disso, aumenta o fluxo sanguíneo renal por
ação preferencial de vasodilatação da arteríola eferente. Estudos com pacientes
diabéticos apontaram os inibidores da ECA como únicos anti-hipertensivos que
aumentam à sensibilidade a insulina e retardam a nefropatia diabética. São úteis no
tratamento da insuficiência cardíaca, melhorando a sobrevida destes pacientes.
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FIGURA 3 – LOCAL DE AÇÃO DOS INIBIDORES DA ECA (1) E DOS
BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II
FONTE: Katzung, 2003.
Em relação à farmacocinética, exceto o lisinopril e o captopril os outros
fármacos são pró-fármacos e necessitam de metabolização hepática para formação
do metabólito ativo. Os fármacos são administrados por via oral. Os efeitos adversosdos inibidores da ECA são rash cutâneo, hipercalemia, neutropenia, lesão renal,
alteração do paladar, tosse seca e sibilos. A tosse é o efeito mais frequente e
geralmente caracteriza-se por ser seca e noturna, é proporcionada pelo aumento de
bradicinina a nível pulmonar, aparece após a primeira semana do início do
tratamento, sendo reversível com a suspensão do fármaco.
Uma das associações cautelosas na clínica com os inibidores da ECA é em
paciente fazendo uso de diuréticos, o que aumenta o risco de hipotensãosignificativa. Recomenda-se que o diurético seja retirado antes de se iniciar a terapia
com um inibidor da ECA.
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2.6 BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II
Os bloqueadores do receptor de angiotensina II atuam no eixo da renina ao
bloquearem os receptores AT1 da angiotensina II, agente vasoconstritor e causador
de retenção hídrica – ambos resultam no aumento da pressão arterial. Os fármacos
losartana, valsartana, ibersartana e candersartana são utilizados na hipertensão
arterial e na insuficiência cardíaca. Seus efeitos farmacodinâmicos são semelhantes
aos inibidores da ECA com a vantagem de não atuarem sobre a bradicinina.
São ativos por via oral, extensamente metabolizados pelo fígado e seu
tempo de meia-vida em média é de 2 horas. Os metabólitos ativos apresentam um
tempo de meia-vida de 6-9 horas. Todos os fármacos desta classe são
administrados em dose única.
Mostram-se eficazes como monoterapia para a hipertensão arterial e para
tratamento da insuficiência cardíaca. Em geral são prescritos quando os pacientes
não toleram os efeitos adversos proporcionados pelos inibidores da ECA. Os efeitos
adversos dos bloqueadores do receptor de angiotensina II são raros, incluindo
hepatotoxicidade, edema e sintomas neuropsiquiátricos.
2.7 ANTAGONISTA DOS RECEPTORES DE ENDOTELINA
A endotelina é um peptídeo produzido pelo endotélio de ação
vasoconstritora ao se ligar aos seus receptores de endotelina ETA e ETB presentes
nas células endoteliais e musculares lisas dos vasos. Está associada à hipertensão
pulmonar e sistêmica, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal,
remodelagem vascular, câncer e doença cerebrovascular. O bloqueio dos receptores
de endotelina constitui atualmente um alvo promissor no tratamento dessas
patologias. Na hipertensão arterial, o bloqueio dos receptores de endotelina impedea vasoconstrição mediada por endotelina.
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BOSENTAN – antagonista não seletivo dos receptores de endotelina de
natureza não peptídica administrado por via oral na dose habitual de 62,5-125 mgduas vezes ao dia. Possui uma biodisponibilidade oral de 50% e o tempo de meia-
vida é de 5,4h.
Além do bosentan, outros fármacos da classe incluem o atrasentan (1000
vezes mais seletivo para o receptor ETA e tempo de meia-vida de 26h) e o
tezosentan (administrado por via intravenosa). O atrasentan é útil no tratamento do
câncer prostático metastático e o tezosentan na síndrome hepatorrenal e falência
cardíaca aguda.
As doses terapêuticas e os intervalos entre as doses dos principais agentes
anti-hipertensivos estão apresentados no quadro a seguir:
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FONTE: Fuchs e cols., 2006.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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4. ed. Rio deJaneiro: Guanabara Koogan, 2006.
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8/20/2019 05 Farmacoterapeutica Hipertensao Arterial
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