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Inauguração do Mosteiro de Sarah
Nesta noite na ilha de Sarah, estamos treinando
movimentos parecidos com o Tai Chi. Sarah
movimenta lentamente seus braços e eu tento fazer
igual. A inauguração do mosteiro está próxima. Fui
hoje na obra e apenas faltam alguns detalhes, que o
Castor vai terminar. Ele me pediu para inspecionar
a construção e conclui que tudo está correto. Acabo
o treinamento e Sarah me leva até a sua cabana,
para tomarmos chá. Chegamos na cabana de Sarah
e começamos a conversar.
- Como estão os preparativos para a inauguração do
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mosteiro? - pergunto.
O mosteiro vai ser inaugurado em dois dias.
- Tudo bem, André. Vai ser uma festa bem simples.
Vou preparar sucos e alguns salgados e doces.
- Quantas pessoas vem na festa?
- Umas quarenta pessoas..
Conversamos mais um pouco e tomamos o chá.
,...,,.,.,
- André, tenho acompanhado você sempre que
posso. Sua rotina, sua família. Mas gostaria de te
ver mais feliz, mais em paz. Sua mente parece um
vulcão em erupção! Você alimenta sua mente com
pensamentos desnecessários. Isto interfere em sua
saúde!
A lua ilumina bem a ilha de Sarah esta noite. Sarah
continua:
- Agradeço por todo trabalho que você teve para
projetar o mosteiro e acompanhar a obra. Muito
obrigado mesmo!
Sarah faz uma pausa e logo fala:
- Sabe que a ideia do mosteiro é a de atender
pessoas com tratamentos energéticos e meditação.
É o meu sonho concretizado...
- Meu sonho de ter um lugar para trabalhar com
minhas terapias está se concretizando! A Ivy disse
que também quer me ajudar nos tratamentos que
ela conhecer.
Sarah pega dois copos com água para tomarmos.
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- Sabia que a alegria é um poderoso remédio? A
música é muito usada em tratamentos. Ela
realmente cura uma mente enferma.
- André, você é terapeuta holístico e também
violonista. Gostaria de trabalhar comigo no
mosteiro? Claro que você primeiro vai continuar
seu tratamento aqui na ilha e quando puder e quiser
pode me ajudar com suas habilidades musicais e
terapêuticas.
Como dizer não a um anjo?
- Claro que sim, Sarah. Vou ficar feliz em ajudar! -
digo.
Sarah me abraça, feliz.
Hoje vai ser a inauguração do mosteiro de de Sarah. Estamos no mosteiro. Ficou realmente lindo! O salão octogonal, a área de terapias e a área de meditação. Tudo está pronto.
- O mosteiro está pronto. Gostou, Sarah?
Ela está emocionada e não para de olhar a fachada do salão octogonal. Sarah me abraça apertado e diz:
- Está maravilhoso, André! Hoje vamos inaugurar o mosteiro. É um sonho que se torna real...
Sarah me disse que também vou trabalhar aqui com a terapias holísticas que sei.
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- Ficou realmente muito bom. Agora vamos ver quem vai ser a primeira pessoa que você vai atender no mosteiro. - digo.
Ela pensa durante alguns instantes e me diz:
- Já tem uma pessoa que vou atender aqui no Mosteiro de Sarah.
Ela faz uma pausa e conclui:
- Você, André!
Vou ser o primeiro cliente. Mas um dia quero ser um terapeuta , aqui no Mosteiro de Sarah.
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Fale sobre a alegria, André. - diz Sarah.
Ser alegre, ser feliz,
É o que queremos.
Mas a alegria é um caminho simples, que a gente teima em complicar.
É ver o sol nascer, o por do sol, as ondas do mar.
A alegria não é lá longe.
A alegria é todo dia.
É dizer eu te amo para a amada,
É andar na chuva refrescante, na alvorada
Ver a lua no céu e as estrelas, que enfeitam o escuro infinito.
É também pedir perdão, quando a gente erra. Isto é bonito!
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É brincar, cantar, ainda que desafinado.
Sorrir sincero, olhar nos olhos, mudar o penteado.
Alegria é todo dia.
Alegria é simples,
Alegria, alegria...
A inauguração do mosteiro de Sarah
É a inauguração do mosteiro. Sarah preparou salgados e doces. Para beber tem chá e sucos. Está tudo muito gostoso.
Sarah convidou quarenta pessoas, mas apenas vinte vieram. Ela é uma pessoa mais reservada, com poucos amigos aqui na ilha. Como não segue nenhuma religião, muitos moradores não tem contato com ela. Vieram algumas moradoras da ilha, o Caboclo Pena Dourada, Ivy, o Castor, além de mim. Sarah está radiante com um vestido longo branco. Ela irradia felicidade. Para ela, o mosteiro é a concretização de um sonho.
Em dado momento, Mari começa a tocar o cravo. Ela toca músicas de sua autoria. Músicas muito bonitas.
A noite, agradável, com a lua iluminando o bosque.
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Sarah faz questão de me apresentar às pessoas e dizer que eu sou o engenheiro e projetista da obra do mosteiro. Sarah é uma pessoa muito especial e bondosa. Em dado momento, Mari toca uma música lenta e Sarah me diz:
- André, me concede o prazer desta dança?
Dançamos durante algum tempo. Sarah movimenta a cadeira de rodas no ritmo da música. Em dado instante, ela começa a chorar. Ela me olha fixamente e diz:
- O que eu mais quero, André, é ver você feliz e cada vez melhor. Você é muito especial para mim.
Acabada a dança, ela me abraça demoradamente. Sinto a poderosa energia do amor e paz vindo de Sarah a me trazer um grande bem estar.
Foram momentos inesquecíveis. A inauguração do mosteiro de Sarah.
...................................................
- André, vamos iniciar um novo exercício. Não é uma atividade física e sim mental.
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Fico curioso. O que será?
- André, claro que vamos continuar com o Chi Kung, a meditação e os outros treinamentos.
Minha curiosidade aumenta.
- Você a partir de agora vai fazer um treinamento que chamo de CULTIVAR ALEGRIA. Isto significa que a cada momento que você estiver triste, procure uma forma de modificar este pensamento negativo por alegria.
Difícil. - penso.
- A música é uma ótima maneira de trazer felicidade. Pense numa música feliz, que você gosta.
Estamos conversando no interior do mosteiro. Tento me lembrar de alguma música feliz que gosto. O ritmo de samba geralmente tem músicas felizes. Penso na música Trem das Onze, do Demônios da Garoa.
Falo para Sarah o som que escolhi e ela aprova.
- Ótima escolha. A música tem o poder de nos deixar feliz. No seu caso, volte a tocar violão regularmente. É um exercício para o corpo e a alma.
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Ela tem razão. A música sempre me ajudou em momentos tristes.
Sarah pega um violão guardado no mosteiro e me diz:
- É o seu treinamento de hoje.
Inicio a atividade, feliz.
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A noite está linda na ilha de Sarah. Hoje a encontro em sua cabana. Estou na varanda e ela me diz para aguardar um pouco. Depois de algum tempo Sarah vai até onde estou. Ela está vestida com um vestido longo azul escuro. Acho que ela vai em alguma festa.
- Vamos passear, André. Hoje tem uma apresentação de músicos na igreja de São Francisco. Quer vir comigo?
Digo que sim e Sarah me ajuda a trocar de roupa, m vestindo com uma calça e camisa social.
- Quem é o músico, Sarah?
- São vários. Um deles é você. - ela responde, sorrindo.
- Melhor não, Sarah. Não ensaiei nada.
Sem mais dizer nada, chegamos no salão da igreja.
Uma moça muito simpática diz para Sarah.
- Já é vez do seu amigo tocar.
Tem umas cinquenta pessoas na plateia.
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- Fique tranquilo, André. Toque o que quiser.
Sarah empurra minha cadeira de rodas até o palco. Estou um pouco nervoso. Mas vou tocar. Ela então me traz um violão muito bom e afinado.
Começo a tocar uma música clássica que aprendi faz muito tempo. É conhecida como JESUS, ALEGRIA DOS HOMENS, de Bach.
Meus dedos passeiam pelas cordas e toco com facilidade. Quando termino, as pessoas me aplaudem, felizes.
- Parabéns, André! - diz Sarah.
Fico feliz em tocar o violão. Sarah me abraça, feliz.
........................
Passo o dia no mundo físico meio atribulado. Acho que todo mundo tem altos e baixos. Agora estou na ilha de Sarah e fico olhando para o céu estrelado.
- Você parece triste, André.
Sarah me diz isto em tom afirmativo.
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- Estou melhor agora.
Sarah não diz mais nada. Ela me leva para dentro do mosteiro e me deita de barriga para baixo, tirando minha camisa. Começa a massagear meu pescoço e ombro. Sinto dor, pois estão tensos. Ela massageia suavemente esta região, pois sabe que causa dor, se massagear com força.
- Obrigado, Sarah. - digo.
Ela, concentrada, nada fala.
Agora massageia minhas costas, que também tem tensão e doem.
Terminada a massagem terapêutica, ela energiza meus chakras, com imposição de mãos. Quando trabalha o chakra cardíaco, começo a chorar. Depois de algum tempo, adormeço profundamente. Acordo já em meu corpo físico, com a lembrança de minha vivência espiritual e grato a Sarah, por toda ajuda que recebi.
......
- Está melhor hoje, André ?
- Hoje estou bem melhor, Sarah. Agradeço pela ajuda.
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Sarah apenas sorri.
- Ontem você chegou esgotado aqui na ilha. No mundo físico você orou e ouvi sua oração. Fui lá na sua casa ontem à tarde. Notei que você sentiu a minha presença.
- Muito obrigado, Sarah. Estava atribulado.
- Tome cuidado com os pensamentos. Atraímos o bem ou mal por afinidade.
Estamos no interior do mosteiro. Sarah faz uma energização em meus chakras com imposição de mãos.
- Hoje sua energia está melhor do que ontem. - diz Sarah.
Ela termina o tratamento energético e diz:
- Vamos treinar Chi Kung lá fora.
Ela me leva até a área de terapias. Ao ar livre, treinamos os movimentos lentos e terapêuticos do Chi Kung.
- Lembra-se da Mari ? - pergunta Sarah.
- Sim. A moça que toca cravo.
- Amanhã ela quer vir aqui quando você estiver. Ela quer tocar algumas músicas para você, como tratamento.
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No mundo físico já li a respeito da musicoterapia. Acho interessante.
- Acho muito bom, Sarah! Diga a ela que agradeço.
- Amanhã você pode agradecer pessoalmente. Vamos trabalhar juntos por você. Queremos que você melhore.
Agradeço a esta amiga maravilhosa, um verdadeiro anjo em forma de mulher.
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Nesta noite , quando chego no mosteiro, vejo na área externa de terapias a presença de Sarah e Mari. Elas vem até mim e me cumprimentam.
- Vamos entrar no salão, André. - diz Sarah.
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Ao entrar no salão octogonal , vejo que Mari já deixou o instrumento musical cravo pronto para tocar.
Mari se posiciona para tocar o cravo.
- Mari quer tratar você com música. - diz Sarah.
Mari começa a tocar uma música muito bonita. Eu e Sarah ouvimos em silêncio. As notas tocadas no cravo me fazem bem, sinto muita paz. Com tal relaxamento sinto que minhas pernas se movimentam melhor a meu comando e, sentado na cadeira de rodas, mexo um pouco meus pés no sentido lateral. Sarah observa e sorri. Com o decorrer da música sinto uma melhora crescente no movimento dos pés e agora na perna, que movimento um pouco, sentado. A música acaba e Sarah massageia um pouco minhas pernas, para ativá-las um pouco mais. A união da musicoterapia e massagem surte um efeito muito positivo em mim.
- Muito obrigado, Mari. - digo.
Agradeço também a Sarah e me sinto revigorado e feliz.
Alguns podem atribuir o que vou relatar a um
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devaneio de minha mente ou a uma coincidência. Fique à vontade. Mas hoje no mundo físico consegui caminhar alguns passos. Faz tempo que não dou passo algum. Atribuo este feito ao tratamento conjunto de Sarah e Mari ontem. Música e massoterapia com energização. As terapias que recebo no corpo etérico ajudam o organismo físico. Sinto-me relaxado e feliz. Hoje até fiz uma música instrumental, que dei o nome de " Um lugar para chamar de seu".
Aqui na ilha, eu e Sarah nadamos felizes no Mar Azul.
No mundo físico, realizo exercícios diariamente e continuo com a reeducação alimentar.
Tratamentos físicos e etérico integrados me ajudam cada vez mais.
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- Tudo bem, André? - pergunta Sarah.
Estamos no bosque próximo ao mosteiro. Lugar lindo e a noite está bem clara, devido à lua. Este local é maravilhoso.
- Estou chateado. Hoje desencarnou um ente querido.
- Eu sei, André. Estava perto de você.
Realmente senti a presença de Sarah. Sua energia me acalma e fortalece.
- Espero que ele esteja bem. - digo.
Sarah se interioriza por algum tempo, como que acessando informações para me falar.
A noite continua com seu charme e esplendor.
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- André, escute o que vou te dizer. Ele não ficou em nenhum momento sem auxílio espiritual em sua luta. Hoje desencarnou auxiliado por uma equipe de trabalhadores espirituais, sendo levado a um hospital, onde vai receber tratamento.
Sarah coloca as mãos em meus olhos e numa rápida visão vejo um hospital rodeado por árvores e plantas muito coloridas. Um lugar muito bonito e acolhedor. Percebo que é aqui que meu amigo desencarnado vai receber tratamento e ficar forte e saudável.
............
Aquele homem deitado na calçada suja chama a atenção dos transeuntes. Ele faz ruídos estranhos e gestos inexplicáveis. Naquela tarde com trinta e oito graus ele torra no sol vespertino.
O engravatado passa e o observa. - Bebeu pacas. - pensa. E segue seu caminho tão complexo e vazio.
O religioso passa distante. - O diabo possuiu o pecador. E vai para seu templo rezar sem obras.
Muitos passam, observando e às vezes
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julgando.
Um menino engraxate passa e observa aquele homem por algum tempo. Ele tem algum pouco dinheiro que conseguiu com seu trabalho e compra dois lanches caprichados na barraca do Seu Zé, na esquina. Com fome, ele come seu jantar rapidamente. Sobra um lanche. Ele se aproxima cauteloso e nota que o homem deitado na calçada abre os olhos e sorri. Então o menino pergunta para o estranho:
- Você está bem? Está com fome? Quer este lanche?
O homem se levanta e diz:
- Estou bem, obrigado. É que tenho ataques epiléticos e tive um agora a pouco. Mas agora estou bem. Aceito o lanche. Obrigado.
Ele come então o petisco e diz:
- Me chamo Joá. Como você chama?
- Me chamo Seul.
Então Joá, grande empresário do setor de calçados , sempre agora visita Seul, menino tão simples e bondoso, sempre levando presentes ao garoto e ajuda financeira para a sua humilde família.
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..........
Lembro-me de um dia, quando a esclerose múltipla começou a afetar minha locomoção, em que desequilibrei e caí. Até tentei me apoiar em meu carro, mas não deu. Fui para o chão.
Neste momento duas moças religiosas passaram por mim e me vendo no chão disseram:
- Pare de beber, irmão! Vá para a igreja!
Nada respondi.
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Nesta época ainda andava sem apoio.
Antes e agora meu real apoio é minha FÉ...
.......
- Tudo bem, André? - pergunta Sarah.
A lua brilha forte no céu da ilha.
- Tudo bem. - respondo.
- Você se lembra de quando eu disse que um dia você iria atender pessoas, com as terapias holísticas que você conhece?
- Sim.
- Este dia está chegando! Se você quiser, claro.
Fico muito feliz com a ideia de poder ajudar aqui na ilha com as terapias holísticas.
- Claro que quero!
- André, esta semana vou começar a atender um homem muito bondoso, que tem uma doença neurológica. Seu nome é Joah. Gostaria que você me ajudasse com a cromoterapia de mentalização, que você conhece muito bem.
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Fico exultante.
- Claro que isto não vai atrapalhar o seu tratamento aqui. Atender você é minha prioridade. Hoje mesmo vamos trabalhar a meditação com a respiração de cores. É um tratamento novo, que tem dado bons resultados.
Sarah então me segura firme e voamos por algum tempo, até chegarmos à Montanha Enevoada. Um lugar muito bonito, onde nunca tinha vindo.
Chegamos no cume e iniciamos o exercício.
- Hoje vamos respirar a cor verde. - diz Sarah, que me explica todo o procedimento desta modalidade de meditação.
Terminado o exercício, me sinto revigorado e feliz.
.....
Estou num momento em que vejo que o mundo físico não pode me dar garantias e certezas. Quando a gente tem uma doença que a medicina diz ser incurável, às vezes tudo fica meio incerto e sem saída.
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Claro que tomo medicamentos e também a vitamina D, que me ajuda.
Tenho muito apoio da família. Não posso reclamar.
Mas quero falar um pouco sobre a fé.
Já li muito as Escrituras e ali tem relatos de curas milagrosas, sempre atribuídas à fé.
Sempre fui muito ligado ao espiritual, ao extra físico. Sinto a presença de amigos espirituais e sua ajuda.
Acredito sim que a verdadeira fé pode curar o incurável.
Acredito sim que minha cura está em meu interior.
Acredito sim que até a doença tem um propósito e que Deus usa o negativo para fortalecer minha fé.
Acredito sim que Deus está no comando e tudo ocorre no tempo de Deus.
Começo a entender com mais clareza o ensinamento sobre amar o próximo como a si mesmo. Vou começar a cada vez mais tentar me respeitar e compreender. Entender que cada atitude e decisão que tomei, foi o que pareceu melhor naquele momento. Acredito
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que fazendo isto vou ajudar meu corpo físico a ter mais saúde. Conflitos na mente geram conflitos físicos. Psicossomática...
.......................................................
Estou aqui pensando em momentos de minha vida. Quanta indecisão, quantas experiências, cada momento vivido com fé.
Profissionalmente, vivi algumas situações. Antigamente, cheguei a pensar que era louco, que não fazia nada certo. Hoje em dia não penso assim a meu respeito. Tive que viver situações diversas para me satisfazer mentalmente. Cada um de nós é diferente, cada um é uma semente de Deus e cada um tem seus atributos. No meu caso, tive que percorrer vários caminhos.
Fui engenheiro, projetei casas e acompanhei obras. Fiz amigos.
Fui massoterapeuta, tratei pessoas, corpos e almas.
Fui terapeuta holístico, tratei pessoas com cromoterapia, cristais e florais.
Como músico amador, tive banda de rock, fiz músicas e ainda brinco com o violão e o
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teclado.
Como escritor, escrevi vários livros, compartilhados gratuitamente. Sinto-me bem escrevendo.
Cada atividade que desenvolvi são parte de mim.
Minha busca espiritual também tem uma trajetória em que percorri vários caminhos.
Frequentei a igreja católica.
Participei de cultos evangélicos.
No espiritismo, fiz cursos e trabalhei como dialogador e nos trabalhos de energização do passe.
Na umbanda, participei das atividades no congá. Fiz amigos deste mundo e do outro.
O que ficou para mim é o respeito e o carinho por todas estas maravilhosas religiões e a fé que me guia e fortalece.
Hoje posso afirmar que cada experiência em todas estas doutrinas e religiões são parte de mim.
Hoje durante o dia, estava muito calor. A
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temperatura alta é muito prejudicial para quem tem esclerose múltipla. À tarde estava escrevendo e o meu braço direito começou a não conseguir movimentar. Passei a escrever com a mão esquerda e foi difícil executar uma letra legível. Depois de mais um tempo, o braço esquerdo começou a falhar. Mas deu tudo certo. Mais tarde, quando refrescou, meus braços voltaram a funcionar normalmente.
Agora a pouco consegui andar seis passos.
Hoje vou na primeira comunhão do Jonatas. O dia está menos quente e me sinto melhor. A missa está muito bonita e o padre chama o Jonatas para receber sua primeira hóstia. Emocionante. Sempre li histórias bíblicas para o meu filho. Desde que ele tinha três anos. Nesta época dei para ele uma Bíblia ilustrada para crianças. Acho importante a pessoa procurar uma compreensão maior sobre o divino. Estou contente.
Na ilha de Sarah, continuo com meus tratamentos. Sarah e Mari trabalham terapias integradas em mim. Música, Chi Kung, massagem e outras terapias holísticas. Aqui na ilha de Sarah já me movimento bem melhor. Ando um pouco com andador e mexo melhor meus braços. O corpo etérico recebe muito bem as terapias energéticas. Estou
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melhorando.
Sarah havia me dito que eu iria atender um homem encarnado chamado Joah. Mas ele não vai mais vir aqui na ilha. Segundo Sarah, ele vai ser atendido numa outra clínica espiritual, por uma amiga de Sarah especialista em epilepsia.
- Logo você vai começar a trabalhar com as terapias holísticas, André. - diz Sarah.
- André, hoje vamos passear. Vou te levar para acompanhar o trabalho de proteção, que faço a um menino. Ele é engraxate. Seu nome é Seul.
Dizendo isto, Sarah me segura e voamos em direção ao mundo físico. Chegamos numa rua escura e deserta e vemos Seul, sentado e triste.
- Veja, André. Este é Seul, o engraxate.
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Há alguns anos decidi estudar Teologia Cristã. Foi numa época em que a doença avançava e cada vez mais meus movimentos se limitavam. Início do casamento e uma doença tão terrível acontecendo em mim. Sabia já todo desenrolar funesto da esclerose múltipla e que um dia não andaria mais e iria para a cadeira de rodas. Na época disse para minha esposa que não haveria problema se ela quisesse se separar de mim e que eu entenderia. Ela disse que não e continuamos nosso casamento, abençoado com um filho maravilhoso.
Na Teologia estudei os livros das Escrituras e
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aprendi mais sobre a fé e como o impossível aconteceu aos que acreditam. Tinha um matéria que chamava Angelologia, que falava sobre a atuação dos anjos e seu trabalho e ajuda.
Mas uma coisa é conhecer as Escrituras e outra é vivencia-las.
É fácil dizer: "Tudo é possível ao que crê". Mas realmente acreditar a ponto de vencer a barreira mental do impossível é muito mais difícil. Mas a partir de hoje vai ser meu exercício diário, o exercício da fé.
Hoje levantei do sofá e segurando no andador, disse para mim mesmo que iria andar alguns passos. Consegui andar sete passos. Não dava para ir mais? Não sei. Lembrei-me da passagem em que o apóstolo Pedro andava sobre as águas, até que teve medo e duvidou, afundando. Então vou exercitar minha fé com calma, pois até o apóstolo Pedro falhou na fé.
Quando tudo parece sem saída, Deus abre uma porta, um caminho.
Se aqui no mundo físico não há recursos, Deus envia seus anjos, seus mensageiros a nos iluminar.
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..
Em Gênesis 32:24-30, temos a luta entre Jacó e um
anjo de Deus. Jacó não desistiu até ser atendido.
Seu destemor foi sua vitória.
Penso que não desistir e lutar até o fim é um dos
ensinamentos que posso aprender nesta passagem.
Minha fé e destemor serão minhas armas.
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Hoje meu irmão, Daniel, me leva para conhecer uma academia. Conversamos algum tempo com o professor, que me incentiva a treinar ali. Ele realiza alguns testes comigo para definir o treinamento. Ele me diz que vai ser um treinamento funcional, que me ajudará nas atividades cotidianas. Na próxima semana começo a treinar nesta academia.
Em cada todo dia faço exercícios. Deitado faço musculação leve. Sentado treino o pedalinho manual. Segurando a janela, permaneço alguns minutos em pé e faço agachamento.
Continuo com a reeducação alimentar. Sem glúten, jejum diário de doze horas e diminuição do açúcar.
Estou animado com o treinamento na academia, que começo semana que vem.
Na ilha de Sarah treinamos o Chi Kung na praia. O Mar Azul está agitado. Já estou com mais facilidade para executar os movimentos do Chi Kung. Acabamos este treinamento e vamos para o mosteiro.
- André, tem uma pessoa para você atender. -
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Sarah diz, contente.
Fico um pouco nervoso, pois não sabia disto.
- Será que estou pronto para atender pessoas aqui, Sarah? - digo.
Ela sorri e responde que sim.
Chegamos ao mosteiro e não vejo ninguém ali.
- A pessoa ainda vai chegar? - pergunto.
Entramos no mosteiro e Sarah coloca uma cadeira em minha frente e se senta. Estou na cadeira de rodas e espero orientações.
- André, eu sou sua paciente hoje. Gostaria de uma energização.
Fico gelado de nervoso. Como assim?
- André, confie em si mesmo. Você é capaz! Hoje quero sua ajuda.
Ela se senta de costas para mim é bem próxima, a ponto de eu poder toca-la.
- Pode começar, André. Se quiser pode encostar suas mãos em minhas costas para fazer a energização nos Chakras. Siga sua intuição.
Digo a Sarah para fechar seus olhos e respirar
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suavemente. Começo a massagear seu ombro e pescoço, suavemente. A região está bem tensa e sinto que ela sente dor. Trabalho a massagem suave nesta região até sentir melhoras na rigidez muscular. A energia de Sarah é muito forte! Começo a energizar o Chakra Cardíaco. Sinto uma energia tão boa e poderosa vindo dela que fico emocionado. Sinto como se ela me energizasse. Continuo a energização e sempre sinto a energia boa e abundante que emana de Sarah. Finalizo a energização e digo a Sarah para abrir os olhos devagar.
Ela se vira e olhando para mim diz:
- Fui sua primeira cliente aqui na ilha. Muito obrigado, André. Estou me sentindo muito bem. Adorei a massagem e a energização. Você tem esta dom, André. Me ajudou muito.
Dizendo isto, ela me abraça, emocionada e feliz.
.......
Hoje foi um sábado muito bom. Um dia junto com minha esposa e meu filho em casa. Antigamente eu achava que aproveitar o dia era sair, passear. Claro que eu adoro passeios e viagens. Mas hoje eu também
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gosto de ficar em casa e passar um tempo em família.
Conversei bastante com o Jônatas. Nunca dá tempo de falar muito com ele, pois tem muitas tarefas da escola e cursos paralelos.
Assistimos um filme antigo chamado Pelotão em Apuros. É uma comédia antiga, mas muito engraçada. Rimos bastante.
Também escrevi um pouco e toquei teclado. Fiz até uma música chamada Um Blues para Relaxar.
Agora a pouco toquei violão. Fazia um tempo que não tocava. Consegui montar alguns acordes e fazer ritmos simples. Claro que não se compara com antigamente, antes da doença limitar movimentos das mãos e braços. Mas não importa. Consegui tocar um pouco. Não adianta ficar me lamentando, pensando no passado. Não. Importa o agora, fazer o que for possível, continuar.
Quando eu estava tocando violão, comecei a ter ideias sobre uma música nova, usando o acorde de sol dissonante e dó dissonante, numa batida moderada. Veio até o começo da letra em minha cabeça. Fala sobre o tempo.
Agora vou começar os exercícios de musculação leve, que faço toda noite.
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Hoje foi um dia abençoado, em casa, com minha esposa e meu filho.
Tempo veloz, tempo que vai.
Tempo infinito, que não volta atrás.
Lembranças e sonhos,
Sempre a recordar.
Sorrisos e lágrimas,
Alegria, penar.
O dia de hoje,
Viver, aproveitar.
O que existe é o agora,
Viver, aproveitar.
Ser feliz é agora,
Não deixe passar.
Felicidade, alegria,
Viver e amar.
Sorrir, alegrar-se,
Paz e fé vivenciar.
O dia de hoje,
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Viver, aproveitar.
O que existe é o agora,
Viver, aproveitar.
Às vezes a gente aprende na dificuldade, na perda. Antigamente achava que seria diferente. Acreditava em sonhos juvenis, acreditava que sempre estaria isento do mal. Tinha uma visão equivocada. Veja que não estou reclamando, apenas analisando fatos.
Como vou ficar distante de todo mal, se trago o negativo em mim também. Não sou anjo ou algo parecido. Claro que como todo mundo, tenho um lado positivo.
Hoje entender e respeitar o que sou faz bem para mim. Sou luz e sou trevas. Simples assim.
Cheguei a acreditar muito em pessoas e ser enganado por elas. Erro meu. Mas na época eu era assim. Mas aprendi.
A vida nos ensina lições dolorosas. Não é fácil. Imagina a minha doença, que me fez parar de andar. Limitou- me muito. No começo foi tenso. Apenas imagine, quando foi confirmada a esclerose múltipla!
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Mas a gente aprende a adaptar a vida. De quando levanto ao deitar, minha rotina é adaptada.
Dizem que a gente aprende com a doença. Sei lá. Acho que a gente aprende a sobreviver com as limitações.
Mas uma coisa eu digo: vou lutar até o fim.
Chega um momento na vida,
Hora de transição.
Chega de energia dispersa,
Chega de lamentação.
Ter fé e seguir em frente,
Lutar até o sino tocar.
Ter fé e prosseguir,
Seguir a vida, continuar.
Mente focada na vitória,
Na alegria, esperança e fé.
Sem medo ou desesperança,
Minha arma é não perder a fé.
Seguir navegando,
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No mar da vida, na maré.
No infinito da vida navegar,
Vida sempre, aqui ou acolá.
Andando, correndo, nadando, rolando, pulando.
Não importa.
Importa apenas continuar...
......................................
Mente escura, como num dia sem sol.
Previsão de chuvas, tempestade.
Tinha que ter um botão para limpar a alma,
Trazendo paz e calma, alegria e sorrisos.
Mas tal dispositivo não existe,
Que delete o que é triste, que limpe um espírito
atribulado.
A alma precisa de cuidados, de ter momentos de
paz.
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Quem sabe um dia eu consiga eliminar todo lixo
acumulado
Em minha mente, que está enferma,
Por tanta energia negativa, que insisto em colocar
lá.
Poluindo o que é puro,
Atraindo o obscuro,
Por tanto mal pensar.
Quiçá um dia eu consiga
Trazer sol neste dia escuro,
Fazer luz que vença o impuro,
E alegria e paz reinará.
Num dualidade, luz e escuridão,
Sou luz. Sou trevas.
Anjo e demônio.
Céu. Inferno.
Ovelha perdida.
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Caçador de mim.
Neste mundo a me burilar.
- André, hoje vamos visitar uma capela numa outra
ilha. Quer vir comigo? Vou precisar de sua ajuda. -
diz Sarah.
- Quero sim, Sarah.
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Noite chuvosa. Sem delongas, saímos. Sarah me
segura e voamos sobre o Mar Azul. Ao longe vejo
uma ilha. Em breve chegamos numa capela.
- Aqui é a Capela de Santa Bárbara. Tem as
atividades religiosas e tem uma clínica.
Vejo que tem um gramado, onde tem terapeutas
atendendo enfermos.
- Que bom que você veio, Sarah! - diz uma moça
vestindo um traje todo branco.
- Fico contente por estar aqui, Rosa. Este é meu
amigo André. - diz Sarah.
Rosa me cumprimenta e diz para Sarah:
- Este é seu amigo engenheiro e terapeuta, Sarah?
- Sim. Hoje ele está aqui para trabalhar.
Fico feliz e curioso. O que vou fazer aqui?
Rosa então nos leva a um salão próximo à capela.
Entramos e vejo alguns leitos ocupados por
pessoas que parecem bem fracas. Paramos na
cama ocupada por uma moça muito jovem, mas
desenergizada.
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- André, esta é Tábata. Faça uma energização nela.
Faço uma oração e inicio o trabalho. Acho melhor
impõe as mãos sem tocar o corpo. Sinto a energia
saindo de minhas mãos e indo para o Chakra
Cardíaco. O interessante é que me sinto um canal,
um intermediário, pois percebo claramente que
recebo energias luminosas e depois transmito
parte dela para Tábata. Trabalho em todos
Chakras. Sinto-me forte e feliz. Parece que fazer
este trabalho me deixou mais forte.
Tábata mais fortalecida consegue abrir os olhos e
diz:
- Oi, tudo bem?
Rosa diz que está tufo bem. Saímos do salão e eu e
Sarah voltamos para sua Ilha.
........................................................
Hoje comecei a treinar numa academia. O
professor é muito atencioso e achei muito
interessante ele me tratar com energia e não
46
como um doente.
O treinamento mexe com todo o corpo. É um
treinamento funcional. Gostei muito.
Na ilha de Sarah, estamos no mosteiro, onde ela
faz energização e cromoterapia em mim.
Terminado o tratamento, conversamos um pouco.
A noite está linda.
- Sarah, quando podemos ir na Capela e Santa
Bárbara conversar sobre a obra e os
atendimentos?
- Esta semana vamos, André.
- Estava pensando nos atendimentos. Acho que
você deve fazer as anamneses ( avaliações dos
clientes) e definir os tratamentos. Quando você
achar que posso atender alguém, ficarei contente
em ajudar.
Sarah pensa um pouco e diz:
- Boa ideia, André. Com certeza você vai poder
atender muita gente. Quando definirmos o
tratamento de energização, você pode atender.
Você tem facilidade na transmissão de energia.
47
Acho que é pela experiência que teve quando
trabalhou com o passe espírita, além do trabalho
que você desenvolveu como massoterapeuta e
terapeuta holístico.
Ela faz uma pausa e continua:
- Lembra-se da semana passada,quando você
atendeu a Tábata? Ela ficou muito bem. Ela já é
uma pessoa que você pode continuar atendendo.
A Irmã Beatriz gostou muito do seu trabalho. Além
de estar muito contente por você aceitar fazer o
projeto da capela. Ela me disse que a capela está
pequena , porque tem mais pessoas frequentando
lá. Disse também que a capela tem muitas trincas.
Quero fazer um projeto especial para a Capela de
Santa Bárbara.
48
Estou contente por além do tratamento que
recebo, ter atividades aqui na ilha de Sarah. É uma
honra para mim atender pessoas com as terapias
holísticas que conheço. Agora tem também o
projeto da Capela de Santa Bárbara, que a Irmã
Beatriz pediu para eu fazer. Que bom ser útil aqui!
Estamos no interior do mosteiro de Sarah,
praticando meditação. Fico muito bem após a
meditação. Terminamos este exercício e
combinamos ir na praia, relaxar ouvindo e vendo o
Mar Azul. Estamos de saída quando ouvimos uma
voz dizendo:
- Sarah, tudo bem?
Olho para a porta do mosteiro e vejo a Irmã
Beatriz e Tábata.
- Trouxe a Tábata para receber a energização.
- Podem entrar. Sentem-se aí um pouco. Já vamos
atender a nossa amiga.
Sarah me leva até fora do mosteiro e me diz:
- André, quero que você atenda a Tábata. Faça a
energização. Vou ficar conversando com a Irmã
49
Beatriz.
Aceito o trabalho e entramos no salão octogonal.
Sarah leva a cliente até uma maca bem baixa e diz
para ela deitar-se. Esta maca é adaptada para que
eu possa atender, sentado na cadeira de rodas.
- Tábata, este é nosso irmão André. Ele é
terapeuta e vai fazer uma energização em você.
Tudo bem?
- Sim, ele que me atendeu lá na capela.
Então Sarah e Beatriz vão conversar fora do
mosteiro e inicio o trabalho.
Começo a transmissão energética, posicionando as
mãos a dez centímetros do Chakra Cardíaco, sem
escostar no corpo de moça.
É um momento muito especial, onde me sinto um
mensageiro de energias vindas de uma dimensão
maior. Para chegar até Tábata, esta Luz passa por
mim, que sou apenas um transmissor de algo
muito maior. Trabalho todos os Chakras e m sinto
muito bem. Tábata relaxa e adormece. Sarah entra
no mosteiro e vai até onde estou.
50
- Parabéns, André! - ela diz.
Neste instante, Tábata acorda.
- Muito obrigada, André. Estou me sentindo muito
bem.
A Irmã Beatriz então se despede de nós e
segurando bem a Tábata, vos até a ilha onde fica a
Capela de Santa Bárbara.
.........
Sarah me segura firme e voamos sobre o Mar Azul,
indo para a Ilha dá Capela de Santa Bárbara.
Vamos conversar sobre os atendimentos e o
projeto da capela. Rapidamente chegamos e a
Irmã Beatriz vem nos recepcionar. Ela diz:
- Que bom que vieram! Vamos conhecer a Capela
de Santa Bárbara.
51
Sarah e eu acompanhamos a religiosa e logo
estamos na capela.
- André, gostaria que você analisasse a situação da
capela. Veja se corre risco de desabar. Por favor,
nos ajude. Sarah disse que é engenheiro.
- Pode deixar, Irmã Beatriz. Vou analisar com
carinho.
A capela é pequena, mas muito bonita. Estilo
barroco e em seu interior tem quatro fileiras de
bancos e na frente um altar muito elegante.
Peço para Sarah me conduzir ao lado de fora, onde
quero analisar as paredes e a situação estrutural.
A Capela de Santa Bárbara é feita de taipa,
observo. Observando as paredes externas noto
algumas ranhuras, mas em minha opinião, nada
52
que esteja afetando a estabilidade da construção.
Faço um teste simples de nível e constato que está
tudo bem. Não noto no teste de prumo nenhum
desnível.
Pela minha análise, a capela não apresenta
nenhum problema estrutural.
As ranhuras que apresenta podem ser corrigidas
facilmente.
- Irmã Beatriz, pela minha análise a capela não
apresenta nenhum problema estrutural. As
ranhuras são superficiais e não oferecem risco
algum. Pode continuar usando a capela sem
problema.
- Muito obrigada, André. Seria uma pena ter que
demolir a capela. Mas veja, gostaria que você
desse uma solução para o fato dá capela ser
pequena. Cada vez mais pessoas tem vindo nas
missas. Sempre tem faltado espaço e tem gente
que não consegue entrar.
Digo que vou pensar numa solução.
Então voltamos para a Ilha de Sarah.
53
.....................
Hoje foi um dia muito especial. Toda minha família
se reuniu na cidade de Boituva, para festejar o
aniversário da Michelle. Foi tudo agradável e feliz.
Na ilha de Sarah, espero a visita do Castor para
analisarmos a possibilidade de capela ser de
madeira. Além disto, preciso ir na Ilha de Santa
Bárbara para verificar o local onde será construída
a nova capela.
Minha ideia é preservar a capela existente e
construir uma nova, maior e feita com madeira.
Penso até em falar com o Castor, especialista em
madeira, se for necessário. Quando Sarah puder
me levar na Ilha de Santa Bárbara, vou analisar a
área disponível para a construção da nova capela e
conversar com a Irmã Beatriz sobre minha ideia.
Acho que ela vai gostar.
Hoje Sarah me leva na praia, para nadarmos no
Mar Azul. Entramos na água e ela me orienta a
segurar a prancha e movimentar bastante minhas
pernas. Em dado momento largo a prancha e saio
nadando. Movimento bem as pernas e braços,
54
respirando regularmente.
- Tudo bem, André? Qualquer problema estou
próxima.
- Está tudo bem, Sarah! Adoro nadar.
Ela percebe que estou nadando bem sem a
prancha. Mas meus braços começam a se cansar e
Sarah percebe e me segura, me levando até a
prancha.
- Foi muito bem, André!
Depois de algum tempo saímos da água e vamos
para o mosteiro.
Ao chegarmos notamos a presença de nosso
amigo Caboclo Pena Dourada.
- Boa noite, Sarah. Boa noite, André. Tudo bem? -
diz nosso amigo.
Cumprimentamos o índio guerreiro, que sorri.
- Fiquei sabendo do pedido da Irmã Beatriz, para
que você faça o projeto da capela, André.
Respondo afirmativamente e ele continua:
55
- Sarah, se eu puder ajudar em algo, conte comigo.
Aproveito o momento e digo:
- Se for possível, gostaria de falar com o Castor.
- Vou ver nosso amigo na próxima semana. Digo
para ele vir aqui. - diz Pena Dourada.
Agradeço o Caboclo Pena Dourada, que vai
embora, galopando.
............................
A TATUAGEM
Quero relatar algo que me aconteceu faz alguns
anos. Claro que vai parecer maluquice minha.
Respeito toda opinião de quem lê o que escrevo.
Internado na Unicamp, recebo a quimioterapia.
Era um líquido bem escuro, aplicado no soro. A
enfermeira usava uma roupa todo fechada,
parecia roupa de astronauta.
Mas acontece algo e aquele líquido vazou na
minha mão esquerda. A enfermeira ficou
apavorada, pois disse que iria queimar toda minha
pele.
56
Fiquei sozinho no quarto e olhei para minha mão
esquerda. O que vi neste momento, como que
tatuada ou pirografada em minha mão, foi a
imagem de Jesus Cristo, como no Santo Sudário.
Nesta madrugada, me lembro bem, sozinho no
quarto da Unicamp, recebi a visita de entidades
infernais, me mostrando prazeres mundanos.
Depois, a presença de um anjo bondoso, me
confortando.
Minha mão esquerda não ficou queimada com a
acidente na quimioterapia.
A imagem do Cristo desapareceu de minha mão,
mas o que me aconteceu naquele dia fortaleceu
ainda mais minha fé.
57
Atribulado, quero conversar um pouco com o
Senhor.
Tem horas difíceis, que parece não ter saída. Como
num labirinto em que ficamos perdidos e não tem
caminho que leve para fora.
Senhor, obrigado por me ouvir. É que tem
momentos em que só o Senhor pode me ajudar.
Senhor, parece às vezes que tudo perde o sabor. A
vida tem horas que parece um quarto escuro sem
saída. Nestes momentos eu recorro a Ti, Senhor.
Quantas vezes desanimei e o Senhor me tirou do
abismo...
É que tem provas difíceis, mas tenho Sua ajuda.
O Senhor é meu médico, meu psicológo, e, acima
de tudo, meu amigo.
Obrigado por ouvir meu desabafo, Senhor.
58
Já estou melhor.
Obrigado, Senhor.
Sarah me leva até a ilha de Santa Bárbara para
conversar sobre a nova capela. Voamos
rapidamente e vamos conversar com a irmã
Beatriz. Cumprimentamos a religiosa e Sarah diz a
ela o motivo da visita.
- Irmã, gostaria de falar sobre a nova capela. - digo.
Sarah apenas observa.
- Minha ideia é preservar e reformar a capela
existente. Além disto, projetar e construir uma
nova capela, maior e que resolva o problema de
espaço. - digo.
- Ótima ideia, André! - fala a irmã Beatriz.
- Obrigado. Gostaria de saber a área disponível
para a nova capela. Além disto, preciso saber a
quantidade de pessoas que frequentam a missa.
Marcamos de visitar amanhã o possível local da
nova capela
Antes de irmos embora, pergunto à irmã Beatriz o
59
motivo da capela ter o nome de Santa Bárbara. Ela
diz:
- Contam uma história de que , há muito tempo,
numa época em que a ilha não tinha a proteção
que tem hoje em dia, um barco cheio de
desordeiros estava vindo para nossa ilha, para
atacar e saquear os moradores. Conta a lenda que
em dado momento, uma tempestade se formou e
o barco não conseguiu chegar aqui. Também
dizem que trabalhadores da falange de Iansã foi
responsável pela ajuda. Como Santa Bárbara é
ligada à Iansã, deram este nome à capela e está
ilha ficou conhecida como Ilha de Santa Bárbara.
60
....................
Tem dias que não consigo andar nem três passos.
Tem dias que consigo andar um pouco mais. Hoje
à noite senti que estava bem e decidi tentar dar
algum passos a mais. Comecei, contei quatro
passos e senti firmeza para continuar. Seis, oito,
doze. Dava para ir mais. Quatorze, quinze. Parei
um pouco em pé bem reto, apoiando no andador.
Continuei. Dezesseis, dezessete, dezoito,
dezenove, vinte. Hoje consegui andar vinte passos.
Amanhã tem mais um treino na academia. Estou
gostando. Agora, vou fazer meu exercício noturno,
deitado. Movimentos com o peso e com o bastão.
Às vezes bate uma saudade do tempo que eu
andava. Mas decidi continuar e é o que vou fazer.
Boa noite. Agora é hora do treinamento noturno.
....................
Depois de treinarmos o Chi Kung, Sarah diz:
61
- André, hoje temos atendimentos!
Ela me diz que vai atender pela primeira vez uma
moça chamada Lia.
- Você também tem uma cliente. É a Tábata.
Pouco tempo depois chegam nossas clientes,
trazidas por duas religiosas dá Ilha de Santa
Bárbara. Cumprimentamos as visitantes e
iniciamos os atendimentos. Sarah atende Lia numa
maca e eu atendo Tábata na maca adaptada. Antes
de começar a energização, converso com a
moça,que vou atender.
- Tudo bem, Tábata?
A moça diz que sim e inicio o trabalho.
Sinto a energia de Tábata mais equilibrada do que
no outro atendimento. Novamente me sinto como
um transmissor de energias, que recebo de
emissários do bem e direciono aos Chakras de
minha cliente.
Finalizo a energização e me sinto revigorado pelas
energias poderosas que passam primeiro por mim.
Tábata adormece com um sorriso no rosto.
62
Depois de algum tempo ela acorda e Sarah vem
até nós, para que as duas moças sejam levadas
para a Ilha de Santa Bárbara.
Tempo infinito, a se arrastar nas poeiras do
universo sem fim.
Tempo, escrevo, vivo, choro, rio, morro, vivo...
Tempo, possibilitador de sonhos, acertos, erros,
desenganos, planos de uma vida...
Tempo, imaterial, imortal.
Tempo...
Nesta noite, Sarah me leva até a Ilha de Santa
Bárbara para analisarmos possíveis locais para a
obra da capela. A irmã Beatriz nos recebe
cordialmente e chama a irmã Deodora para ir
conosco.
- Prazer em conhecê-lo, André. Ouvi falar muito
bem de você. Obrigado por nos ajudar. - diz a irmã
Deodora.
Sarah me olha e sorri.
Então a irmã Beatriz nos guia a uma área próxima
63
à capela já existente.
- Pensamos neste lugar. - diz a religiosa.
Começo a observar atentamente a área escolhida.
Trata-se de um local em que podemos definir uma
área útil retangular de cinquenta metros por trinta
e cinco metros. Uma área praticamente toda
nivelada, com pouca diferença de nível. Poucas
árvores e um mato rasteiro em todo terreno. A
capela existente fica a vinte metros de distância.
- Gostei do terreno. Em minha opinião é um ótimo
local para a nova capela.
As religiosas e Sarah ficam contentes com o que
digo.
- Então aqui será construída a nova capela! - diz a
irmã Beatriz, muito feliz.
Sarah me abraça, emocionada.
64
A TATUAGEM
Quero relatar algo que me aconteceu faz alguns
anos. Claro que vai parecer maluquice minha.
Respeito toda opinião de quem lê o que escrevo.
Internado na Unicamp, recebo a quimioterapia.
Era um líquido bem escuro, aplicado no soro. A
enfermeira usava uma roupa todo fechada,
parecia roupa de astronauta.
65
Mas acontece algo e aquele líquido vazou na
minha mão esquerda. A enfermeira ficou
apavorada, pois disse que iria queimar toda minha
pele.
Fiquei sozinho no quarto e olhei para minha mão
esquerda. O que vi neste momento, como que
tatuada ou pirogravada em minha mão, foi a
imagem de Jesus Cristo, como no Santo Sudário.
Nesta madrugada, me lembro bem, sozinho no
quarto da Unicamp, recebi a visita de entidades
infernais, me mostrando prazeres mundanos.
Depois, a presença de um anjo bondoso, me
confortando.
Minha mão esquerda não ficou queimada com o
acidente na quimioterapia.
A imagem do Cristo desapareceu de minha mão,
mas o que me aconteceu naquele dia fortaleceu
ainda mais minha fé.
67
No mundo físico mantenho minha rotina de
reeducação alimentar e exercícios. Tenho
conseguido andar alguns metros com o andador.
Hoje andei trinta e cinco passos.
Aqui na ilha de Sarah cada mais que consigo andar
com andador. Só uso aqui a cadeira de rodas
quando preciso ir a lugares distantes. Quando
atendo clientes com a energização, sento na
cadeira de rodas e os atendo na maca adaptada,
que é baixa e consigo atender as pessoas,
68
deitadas.
Sarah tem atendido cada vez mais pessoas no
mosteiro. Ela está muito feliz com isto, pois
sempre foi seu sonho.
Amanhã vamos na Ilha de Santa Bárbara para
continuar a definir detalhes da nova capela, além
de Sarah ter duas pessoas para atender lá.
Estou contente pelas atividades que tenho
desenvolvido aqui no mundo espiritual, além de
todo tratamento que recebo de Sarah. Se tenho
melhorado, devo muito a esta benfeitora e amiga.
Sarah, a guerreira ninja branco.
Tem gente que não entende a gente e nos julga
sem nos conhecer.
Ri de minhas fraquezas e dificuldades, cochicha
maldades e parece ficar feliz, em tanto mal falar.
Por que que tem gente que assim procede? Tudo
bem, até já me acostumei.
Será que um dia vai ser diferente? Será que todo
mundo vai respeitar diferenças e viver em paz?
Um dia de festa na ilha de Sarah, com a visita de
69
um músico famoso no plano espiritual. Vai ter um
concerto agora à noite, dono salão da igreja na rua
principal.
Sarah sai de sua cabana e vem em minha direção.
Ela está linda, com um vestido longo preto. Cabelo
arrumado e maquiada.
- André, podemos ir. - diz Sarah.
Ela já me ajudou a vestir um terno. Também estou
bem arrumado!
Então Sarah empurra a cadeira de rodas até o
salão. Fico contente por estar passeando com
minha benfeitora e amiga.
Entramos no salão da igreja e vamos até uma mesa
desocupada, na lateral esquerda. O músico é um
violonista clássico chamado Jean. Sarah me disse
que ele é muito famoso por aqui.
Jean entra no pequeno palco, cumprimenta a
todos e inicia a música. Ele realmente toca
maravilhosamente bem o violão. Ele toca músicas
clássicas lindas, que foram compostas por músicos
espirituais.
70
Jean começa a tocar uma música lenta dançante e
muitas pessoas se levantam para dançar. Sarah
hoje olha a pista de dança.
- Concede-me o prazer desta dança? - pergunto
para Sarah.
- Claro que sim!
Então ela se levantar e empurra minha cadeira de
rodas até a pista de dança.
Ela dança muito bem e me movimenta
ritmadamente. Sei lá o que as pessoas pensam, ao
ver uma mulher tão linda dançando com um
cadeirante. Na verdade hoje em dia procuro não
me importar com opiniões alheias. Só quero viver
abundantemente, aproveitar momentos tão
especiais.
A música acaba e Jean inicia na sequência outra
música maravilhosa, lenta e dançante. Agora Sarah
me diz, sorrindo:
- Concede-me o prazer desta dança?
Como dizer não a um anjo?
- Claro que sim! - digo.
71
Então continuamos a dançar, felizes.
Vi um lugar diferente daqui,
Onde as casas não tinham muros e nem precisava
trancar a porta,
Porque não tinha roubo nem maldade,
Mas tinha de sobra respeito e fidelidade,
Em todo mundo que morava ali.
Neste lugar não interessava se você tinha um
braço ou dois, ou não.
Nem se você andava ou não andava,
Porque todo mundo realmente se respeitava,
A cor da sua pele pouco importava,
Pobre, rico, alto, baixo. Todos iguais, sem
discriminação.
Deus era realmente um só e não tinha briga, era a
lei.
72
Religiões diferentes, mas em total harmonia,
Respeito profundo ali realmente existia,
Deus amor e paz, fé, alegria.
Tudo bom e bonito. Então acordei...
...............................................................................
Logo vou iniciar o projeto da Capela de Santa
Bárbara.
3
Corpo adormecido, viajo espiritualmente
para lugares maravilhosos.
Ilha de Sarah, ilha de Santa Bárbara e
outros locais deslumbrantes.
Uma vida, dois mundos.
4
Sarah me segura bem firme e voamos sobre o Mar Azul em direção à ilha de Santa Bárbara.
- André, vou levar você até a península, que fica do outro lado da ilha.
Que lugar lindo! As águas do mar aqui tem mm uma tonalidade azulada.
- Está achando bonito aqui, André?
- Maravilhoso, Sarah!
- Agora vamos para a capela, que estão nos aguardando.
Dizendo isto, Sarah voa em direção à capela.
A irmã Beatriz e mais duas moças já nos aguardam.
Elas nos cumprimentam e a irmã Beatriz
5
diz:
- Sarah, estas são Samanta e Lurdes. Elas me pediram tratamento energético e aqui não temos profissionais destas terapias. Poderia me ajudar?
Sarah pensa por alguns instantes e diz para mim:
- André, vamos atender estas novas clientes?
- Sim, claro! - digo, feliz por ajudar.
- Irmã Beatriz, hoje vou fazer a anamnese das moças. Em seguida, vou atender uma delas é o André vai atender a outra. Pode ser assim? - fala Sarah.
A religiosa conversa com as duas moças e aceitam o que Sarah propôs.
Depois das anamneses, Sarah define que vai atender a Lourdes. Assim, a minha cliente será a Samanta.
Sarah conversa em separado comigo e
6
propõe que eu faça na moça, que vou atender, uma energização.
- Claro, Sarah. - digo.
Então Sarah me leva até uma sala de atendimentos. Tem três ambientes separados por biombos. Não tem nada adaptada, então Sarah diz para Samanta sentar-se numa cadeira que tem ali.
Sarah então diz que posso iniciar o trabalho.
Samanta me olha fixamente, aguardando a energização. Não sei. Parece que ela está com as energias em desalinho, em desajuste.
- Tudo bem, Samanta? Posso começar?
- Posso te abraçar antes, André?
Nada digo. Ela se levanta e me abraça. O problema é que sinto minha energia ser sugada e começo a chorar e me sentir fraco. No mesmo instante, Sarah entra onde estou. Diz para Samanta sentar-se e
7
rapidamente me energiza. Em poucos minutos fico bem. Sarah me leva ao exterior do salão. Ela atende as duas moças e voamos em direção à ilha de Sarah.
Chegando no mosteiro, entramos no salão octogonal.
- Por que aconteceu aquilo comigo? - pergunto.
- Samanta desencarnou faz pouco tempo e sofreu muito no mundo físico. Ela tem uma grande carência afetiva e por isto abraçou você. Mas o desequilíbrio energético é tanto, que sua energia foi sugada.
Sarah sorri.
8
Quem me conhece sabe que sempre me
interessei pela espiritualidade, percorrendo
várias religiões, numa busca espiritual sem
fim. Hoje no mundo físico eu senti vontade
de assistir um culto ao vivo on line. Achei o
site e consegui assistir. Gostei e pude sentir
uma energia boa neste momento.
O importante para mim é sentir Deus. Não
importa em qual templo, igreja, centro ou
terreiro. Deus é onipresente.
Só sei que neste culto ao vivo on line que
assisti senti Deus. Como sempre senti em
cada caminho religioso que trilhei. Hoje em
9
dia para mim é difícil me deslocar e
encontrei este caminho virtual, onde
consegui participar de um culto à distância.
Antigamente durante muitos anos
frequentei um centro espírita e sempre
senti Deus e seus anjos. Também participei
de reuniões na umbanda e também senti
Deus. Também participei de missas e cultos
e sempre senti a presença de Deus.
Acredito que os Exércitos de Deus agregam
soldados de várias frentes de combate.
Anjos poderosos, arcanjos e também
espíritos de boa vontade, independente de
rótulos religiosos. Acredito por exemplo
que índios, caboclos, pretos velhos e
entidades de todas as linhas de umbanda
são trabalhadores do bem a serviço de
Deus.
O culto de hoje falou bastante sobre a fé e
os milagres que acontecem aos que crêem.
10
Falou sobre Josué conduzindo o povo
hebreu e atravessando o rio Jordão, com o
milagre de suas águas pararem e os
hebreus passarem em segurança.
A fé nos torna fortes e poderosos. E
milagres podem acontecer...
Jesus Cristo, expressão máxima do Divino e
Verbo de Deus aqui na Terra, disse em suas
curas milagrosas: " A tua fé te curou."
Hoje eu e Sarah estamos treinando
movimentos parecidos com o Tai Chi. Na
areia da praia treinamos e relaxamos
ouvindo o som das ondas do Mar Azul.
Eu faço o exercício sentado na cadeira de
rodas.
- Muito bem ,André! Está cada vez melhor!
- diz Sarah.
11
- Obrigado.
Finalizado o treino, Sarah se senta na areia,
perto de mim.
- André, vamos conversar sobre os
atendimentos.
Ontem realmente não fiquei muito bem
durante o atendimento de Samanta.
- Tive algumas ideias para nosso trabalho. -
diz Sarah.
A noite está maravilhosa aqui na ilha de
Sarah.
- Vamos atender nossos clientes na mesma
sala, sem separação. O que você acha? - diz
Sarah.
- Acho ótimo. Vou me sentir mais confiante
assim. - digo.
- André, volto a dizer que nossa prioridade
é o seu tratamento. Por isto estamos
12
sempre realizando exercícios, meditação e
outras terapias energéticas.
Ela faz uma pausa e continua:
- Disse para você ajudar nos atendimentos,
porque vai fazer bem para você. Antes de
você transmitir a energia, ela vem para
você de mensageiros da Luz. Isto também
vai trabalhar seus Chakras, sua energia.
Ela pensa mais um pouco e continua:
- Muito obrigada pela ajuda, André!
Ela sorri e me abraça.
14
Vi um lugar diferente daqui,
Onde as casas não tinham muros e nem
precisava trancar a porta,
Porque não tinha roubo nem maldade,
Mas tinha de sobra respeito e fidelidade,
Em todo mundo que morava ali.
Neste lugar não interessava se você tinha
um braço ou dois, ou não.
Nem se você andava ou não andava,
Porque todo mundo realmente se
respeitava,
A cor da sua pele pouco importava,
Pobre, rico, alto, baixo. Todos iguais, sem
discriminação.
Deus era realmente um só e não tinha
briga, era a lei.
15
Religiões diferentes, mas em total
harmonia,
Respeito profundo ali realmente existia,
Deus amor e paz, fé, alegria. Tudo bom e
bonito. Então acordei...
16
No mundo físico mantenho minha rotina de
reeducação alimentar e exercícios. Tenho
conseguido andar alguns metros com o
andador. Hoje andei trinta e cinco passos.
Aqui na ilha de Sarah cada mais que
consigo andar com andador. Só uso aqui a
cadeira de rodas quando preciso ir a lugares
distantes. Quando atendo clientes com a
energização, sento na cadeira de rodas e os
atendo na maca adaptada, que é baixa e
consigo atender as pessoas, deitadas.
Sarah tem atendido cada vez mais pessoas
no mosteiro. Ela está muito feliz com isto,
pois sempre foi seu sonho.
Amanhã vamos na Ilha de Santa Bárbara
para continuar a definir detalhes da nova
capela, além de Sarah ter duas pessoas para
atender lá.
Estou contente pelas atividades que tenho
desenvolvido aqui no mundo espiritual,
além de todo tratamento que recebo de
Sarah. Se tenho melhorado, devo muito a
17
esta benfeitora e amiga. Sarah, a guerreira
ninja branco.
Tem gente que não entende a gente e nos
julga sem nos conhecer.
Ri de minhas fraquezas e dificuldades,
cochicha maldades e parece ficar feliz, em
tanto mal falar.
Por que que tem gente que assim procede?
Tudo bem, até já me acostumei.
Será que um dia vai ser diferente? Será que
todo mundo vai respeitar diferenças e viver
em paz?
Um dia de festa na ilha de Sarah, com a
visita de um músico famoso no plano
espiritual. Vai ter um concerto agora à
noite, dono salão da igreja na rua principal.
Sarah sai de sua cabana e vem em minha
direção. Ela está linda, com um vestido
longo preto. Cabelo arrumado e maquiada.
- André, podemos ir. - diz Sarah.
Ela já me ajudou a vestir um terno. Também
estou bem arrumado!
Então Sarah empurra a cadeira de rodas até
o salão. Fico contente por estar passeando
com minha benfeitora e amiga.
Entramos no salão da igreja e vamos até
18
uma mesa desocupada, na lateral esquerda.
O músico é um violonista clássico chamado
Jean. Sarah me disse que ele é muito
famoso por aqui.
Jean entra no pequeno palco, cumprimenta a
todos e inicia a música. Ele realmente toca
maravilhosamente bem o violão. Ele toca
músicas clássicas lindas, que foram
compostas por músicos espirituais.
Jean começa a tocar uma música lenta
dançante e muitas pessoas se levantam para
dançar. Sarah hoje olha a pista de dança.
- Concede-me o prazer desta dança? -
pergunto para Sarah.
- Claro que sim!
Então ela se levantar e empurra minha
cadeira de rodas até a pista de dança.
Ela dança muito bem e me movimenta
ritmadamente. Sei lá o que as pessoas
pensam, ao ver uma mulher tão linda
dançando com um cadeirante. Na verdade
hoje em dia procuro não me importar com
opiniões alheias. Só quero viver
abundantemente, aproveitar momentos tão
especiais.
A música acaba e Jean inicia na sequência
outra música maravilhosa, lenta e dançante.
19
Agora Sarah me diz, sorrindo:
- Concede-me o prazer desta dança?
Como dizer não a um anjo?
- Claro que sim! - digo.
Então continuamos a dançar, felizes.
Tem dias que não consigo andar nem três
passos. Tem dias que consigo andar um
pouco mais. Hoje à noite senti que estava
bem e decidi tentar dar algum passos a
mais. Comecei, contei quatro passos e senti
20
firmeza para continuar. Seis, oito, doze.
Dava para ir mais. Quatorze, quinze. Parei
um pouco em pé bem reto, apoiando no
andador. Continuei. Dezesseis, dezessete,
dezoito, dezenove, vinte. Hoje consegui
andar vinte passos.
Amanhã tem mais um treino na academia.
Estou gostando. Agora, vou fazer meu
exercício noturno, deitado. Movimentos
com o peso e com o bastão.
Às vezes bate uma saudade do tempo que
eu andava. Mas decidi continuar e é o que
vou fazer. Boa noite. Agora é hora do
treinamento noturno.
21
Depois de treinarmos o Chi Kung, Sarah diz:
- André, hoje temos atendimentos!
Ela me diz que vai atender pela primeira
vez uma moça chamada Lia.
- Você também tem uma cliente. É a
Tábata.
Pouco tempo depois chegam nossas
clientes, trazidas por duas religiosas dá Ilha
de Santa Bárbara. Cumprimentamos as
visitantes e iniciamos os atendimentos.
Sarah atende Lia numa maca e eu atendo
Tábata na maca adaptada. Antes de
22
começar a energização, converso com a
moça, que vou atender.
- Tudo bem, Tábata?
A moça diz que sim e inicio o trabalho.
Sinto a energia de Tábata mais equilibrada
do que no outro atendimento. Novamente
me sinto como um transmissor de energias,
que recebo de emissários do bem e
direciono aos Chakras de minha cliente.
Finalizo a energização e me sinto
revigorado pelas energias poderosas que
passam primeiro por mim. Tábata
adormece com um sorriso no rosto.
Depois de algum tempo ela acorda e Sarah
vem até nós, para que as duas moças sejam
levadas para a Ilha de Santa Bárbara.
Tempo infinito, a se arrastar nas poeiras do
universo sem fim.
23
Tempo, escrevo, vivo, choro, rio, morro,
vivo...
Tempo, possibilitador de sonhos, acertos,
erros, desenganos, planos de uma vida...
Tempo, imaterial, imortal.
Tempo...
Nesta noite, Sarah me leva até a Ilha de
Santa Bárbara para analisarmos possíveis
locais para a obra da capela. A irmã Beatriz
nos recebe cordialmente e chama a irmã
Deodora para ir conosco.
- Prazer em conhecê-lo, André. Ouvi falar
muito bem de você. Obrigado por nos
ajudar. - diz a irmã Deodora.
Sarah me olha e sorri.
Então a irmã Beatriz nos guia a uma área
próxima à capela já existente.
- Pensamos neste lugar. - diz a religiosa.
24
Começo a observar atentamente a área
escolhida. Trata-se de um local em que
podemos definir uma área útil retangular
de cinquenta metros por trinta e cinco
metros. Uma área praticamente toda
nivelada, com pouca diferença de nível.
Poucas árvores e um mato rasteiro em
todo terreno. A capela existente fica a vinte
metros de distância.
- Gostei do terreno. Em minha opinião é
um ótimo local para a nova capela.
As religiosas e Sarah ficam contentes com o
que digo.
- Então aqui será construída a nova capela!
- diz a irmã Beatriz, muito feliz.
Sarah me abraça, emocionada.
25
Atribulado, quero conversar um pouco com
o Senhor.
Tem horas difíceis, que parece não ter
saída. Como num labirinto em que ficamos
perdidos e não tem caminho que leve para
fora.
Senhor, obrigado por me ouvir. É que tem
momentos em que só o Senhor pode me
ajudar.
26
Senhor, parece às vezes que tudo perde o
sabor. A vida tem horas que parece um
quarto escuro sem saída. Nestes momentos
eu recorro a Ti, Senhor.
Quantas vezes desanimei e o Senhor me
tirou do abismo...
É que tem provas difíceis, mas tenho Sua
ajuda.
O Senhor é meu médico, meu psicólogo, e,
acima de tudo, meu amigo.
Obrigado por ouvir meu desabafo, Senhor.
Já estou melhor.
Obrigado, Senhor.
27
Sarah me leva até a ilha de Santa Bárbara
para conversar sobre a nova capela.
Voamos rapidamente e vamos conversar
com a irmã Beatriz. Cumprimentamos a
28
religiosa e Sarah diz a ela o motivo da
visita.
- Irmã, gostaria de falar sobre a nova
capela. - digo.
Sarah apenas observa.
- Minha ideia é preservar e reformar a
capela existente. Além disto, projetar e
construir uma nova capela, maior e que
resolva o problema de espaço. - digo.
- Ótima ideia, André! - fala a irmã Beatriz.
- Obrigado. Gostaria de saber a área
disponível para a nova capela. Além disto,
preciso saber a quantidade de pessoas que
frequentam a missa.
Marcamos de visitar amanhã o possível
local da nova capela
Antes de irmos embora, pergunto à irmã
Beatriz o motivo da capela ter o nome de
29
Santa Bárbara. Ela diz:
- Contam uma história de que , há muito
tempo, numa época em que a ilha não
tinha a proteção que tem hoje em dia, um
barco cheio de desordeiros estava vindo
para nossa ilha, para atacar e saquear os
moradores. Conta a lenda que em dado
momento, uma tempestade se formou e o
barco não conseguiu chegar aqui. Também
dizem que trabalhadores da falange de
Iansã foi responsável pela ajuda. Como
Santa Bárbara é ligada à Iansã, deram este
nome à capela e está ilha ficou conhecida
como Ilha de Santa Bárbara.
34
Projeto da capela
- André, tive uma ideia sobre um novo
atendimento. - diz Sarah.
Fico curioso.
- André, você sempre se interessou pela
espiritualidade e estudou bastante sobre
este assunto. Fez até um curso de teologia.
O que você acha de atender pessoas com
isto, ser um terapeuta da fé ?
Penso um pouco e me lembro dos
ensinamentos de Jesus Cristo sobre a fé ser
35
cura e libertação.
- Posso ler as Escrituras Sagradas e falar um
pouco sobre a passagem lida. Pode ser,
Sarah ?
- Claro que sim. Você vai ser o Terapeuta da
Fé !
Sorrio, contente. Sarah me abraça.
Mais um assunto que estudei no mundo
físico e que vou poder usar aqui na ilha de
Sarah. Claro que não basta apenas ler o que
há nas Escrituras Sagradas. Se quero ajudar
pessoas através dos ensinamentos bíblicos,
tenho que sentir a mensagem contida
nestes ensinamentos, para poder
transmiti-la. São palavras vivas, trazem a
essência da vida.
Sarah diz :
- André, vou ser sua primeira cliente na
Terapia da Fé. Pode me atender agora?
36
- Claro que sim.
Então entramos no mosteiro e sem saber
exatamente o que fazer, digo por intuição
para Sarah deitar-se na maca adaptada e
falo:
- Sarah, feche seus olhos e respire
calmamente. Você vai ouvir palavras
sagradas e vai sentir a energia divina te
abençoar.
Sinto neste momento uma energia
poderosa passando por mim e sendo
transmitida para Sarah. Digo então esta
mensagem bíblica:
- " Ainda que eu andasse pelo vale das
sombras da morte, não temeria mal algum,
pois Tu estás comigo'.
Falo este versículo do Salmo 23 e neste
momento o Fogo de Deus nos inundar e
purifica.
37
Sarah começa a chorar e não consegue
falar, com tamanha emoção. Eu também
me emociono. Ficamos assim por alguns
minutos.
Sarah olha para mim e diz:
- André, você é o Terapeuta da Fé !!!
Ela me abraça emocionada e feliz.
39
interessei pela espiritualidade, percorrendo
várias religiões, numa busca espiritual sem
fim. Hoje no mundo físico eu senti vontade
de assistir um culto ao vivo on line. Achei o
site e consegui assistir. Gostei e pude sentir
uma energia boa neste momento.
O importante para mim é sentir Deus. Não
importa em qual templo, igreja, centro ou
terreiro. Deus é onipresente.
Só sei que neste culto ao vivo on line que
assisti senti Deus. Como sempre senti em
cada caminho religioso que trilhei. Hoje em
dia para mim é difícil me deslocar e
encontrei este caminho virtual, onde
consegui participar de um culto à distância.
Antigamente durante muitos anos
frequentei um centro espírita e sempre
senti Deus e seus anjos. Também participei
de reuniões na umbanda e também senti
Deus. Também participei de missas e cultos
40
e sempre senti a presença de Deus.
Acredito que os Exércitos de Deus agregam
soldados de várias frentes de combate.
Anjos poderosos, arcanjos e também
espíritos de boa vontade, independente de
rótulos religiosos. Acredito por exemplo
que índios, caboclos, pretos velhos e
entidades de todas as linhas de umbanda
são trabalhadores do bem a serviço de
Deus.
O culto de hoje falou bastante sobre a fé e
os milagres que acontecem aos que crêem.
Falou sobre Josué conduzindo o povo
hebreu e atravessando o rio Jordão, com o
milagre de suas águas pararem e os
hebreus passarem em segurança.
A fé nos torna fortes e poderosos. E
milagres podem acontecer...
Jesus Cristo, expressão máxima do Divino e
Verbo de Deus aqui na Terra, disse em suas
41
curas milagrosas: " A tua fé te curou."
As palavras sagradas são remédios,
harmonia, cura e libertação da tristeza e
das desarmonias.
- André, hoje você vai atender a Samanta. -
diz Sarah.
- Tudo bem. - digo.
Lembro-me de quando passei mal ao
atender a Samanta. Mas tenho fé que hoje
vai ser diferente.
- André, uma vez por semana você vai
poder atender. Os outros dias serão apenas
para os tratamentos que você recebe aqui.
Tudo bem ? - fala Sarah.
- Claro que sim. - digo.
Samanta entra no salão octogonal e se
deita na maca adaptada. Ela parece
42
esgotada, sem energia. Tomara que eu
consiga atende-la.
Sarah fica próxima para ajudar-me, caso
precise. Mas ela me deixa à vontade para
conduzir o atendimento.
- Tudo bem, Samanta? - pergunto.
- Posso abraçar você? - ela diz.
Noto que Sarah se levanta e vem em minha
direção para me ajudar. Mas com
autoridade digo:
- Samanta, não se levante! Hoje você vai
ser abraçada pelo poder de Deus!
Ela fica deitada e digo estas palavras,
versículo 1, Salmo 46 :
- " Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro
bem presente na angústia".
Dizendo isto, sinto como que um mar de
energias luminosas passando por mim e
43
inundando Samanta de excelsa luz. A
luminosidade tinha várias cores e
tonalidades. Samanta chora copiosamente.
Sarah olha espantada ao sentir também
aquelas energias divinas.
Samanta me olha feliz e agora sim com a
energia renovada.
44
Só quero conversar um pouco. Sei que está
acordado.
Quanta coisa aconteceu. Lembra? Tenho
certeza que sim.
Doença, deficiência, depressão... Teve
momentos em que quase não suportei.
Mas na escuridão sentia sua presença,
sabia que estava me amparando. E mesmo
no abismo escuro e profundo encontrei a
saída.
Ontem ouvi um testemunho de um
homem, que disse que foi curado de sua
doença, mas que antes teve que se curar
interiormente, porque tinha muitas
mazelas em sua alma. Me identifiquei.
Acho que até a minha doença tem um
45
propósito maior.
Obrigado pela conversa.
Obrigado pela constante presença e
cuidados.
Obrigado, Senhor.
Deus do impossível...
Como cordeiro mudo, Ele não abriu a sua
boca.
Transforma nossas aflições em
aprendizado e bênçãos
46
Hoje desencarnou um amigo. O Jé. Tinha
quarentena e seis anos. Gente boa, de bem
com a vida. A meningite foi fatal.
- Seu amigo está bem. Já foi amparado por
amigos espirituais. - diz Sarah.
- Obrigado Sarah. O Je é um bom amigo. -
digo.
Fico feliz por saber que ele foi ajudado.
47
- Deus o abençoe.
- Amém. - diz Sarah.
Entramos no mosteiro e Sarah me deita na
maca adaptada, para fazer energização em
mim.
Ela energiza cada Chakra. Sinto-me bem.
Todo dia tenho estudado as Escrituras
Sagradas. Escuto cultos e sempre tem me
feito bem. Cada vez mais acredito que as
palavras sagradas são remédios que tem
poder para curar e libertar. Tenho ficado
48
feliz por me aprofundar neste estudo. Claro
que analiso tudo aquilo que ouço e retenho
o que me faz bem. Traço comparações com
tudo que estudei e vivi. Cada religião e
doutrina que frequentei são parte de mim.
Hoje em dia não posso dizer que sigo
alguma religião específica, digo que sou
alguém que busca a essência de Deus, onde
quer que esteja.
Semana passada uma moça se interessou
por um livro que escrevi e perguntou sobre
o que se tratava. Ela me disse ser
evangélica e me disse para conhecer mais
sobre Jesus Cristo. A energia que senti
nesta conversa foi muito forte, como se
estivesse em um templo num momento de
adoração.
Depois disto me interessei em me
aprofundar no estudo bíblico e tem me
feito bem. Deus usa pessoas para nós
ajudar, tenho certeza disto.
49
Estou fazendo exercícios físicos,
reeducação alimentar, tomo medicamentos
e agora estou fazendo a Terapia da Fé, cada
vez mais forte em mim.
Os Ensinamentos Sagrados nos deixam
mais fortes para encarar desafios.
Tenho certeza de que a vivência dos
Ensinamentos Sagrados vão me deixar mais
forte para entender, conviver e quem sabe
vencer a esclerose múltipla.
Cada vez mais creio no Deus do impossível.
51
Sarah me disse que amanhã vou poder
atender uma moça com a Terapia da Fé.
Estou contente por poder ajudar. Todo dia
tenho estudado e meditado mais sobre os
ensinamentos bíblicos. Estou muito feliz
com isto. Esta paz que tenho sentido,
quero transmitir em cada momento de
minha vida.
Chego no mosteiro de Sarah e vejo uma
moça sentada num banco próximo.
- Está é Amy, sua cliente.
Sarah diz isto e me diz para iniciar a Terapia
da Fé. Então nos dirigimos ao interior do
salão octogonal, indo para a maca
adaptada. Sarah me diz para fazer uma
energização e dizer palavras sagradas para
52
ajudar esta moça.
Amy realmente parece descarregada
energeticamente e parece depressiva.
- Tudo bem, Amy ? Sou o André. Podemos
começar?
- Podemos, André. Obrigado. - fala a moça.
Oro por algum tempo e agora fortalecido
digo:
- " Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei".
Mateus 11, 28
Dizendo estas palavras sagradas energias
luminosas passam por mim e são
transmitidas para Amy, que chora,
emocionada e feliz.
53
Chegando no mosteiro de de Sarah observo
a presença de Ivy, Pena Dourada, Sarah é
uma moça que não conheço.
- André, esta é a Maria, médica e
missionária. - diz Sarah.
Maria tem uma energia resplandecente,
parece que uma luz emana
54
constantemente dela. Ela sorri e me
cumprimenta. Pena Dourada e Ivy também
me saúdam.
- Maria veio aqui para avaliar você, André.
Tudo bem?
- Claro que sim, Sarah. - digo.
Ela me deita na maçã adaptada e Maria
começa sua análise. Ela tem um aparelho
que parece fazer ressonância em minha
cabeça e medula. Além disto, parece captar
energia de meus chakras. Ela fica uma hora
me analisando.
- André, terminei a avaliação. - diz Maria,
que continua:
- Em seu corpo etérico não há problemas
cerebrais ou medulares que impossibilitem
sua locomoção. Claro que você deve com
calma e auxílio de Sarah voltar a andar. No
início com andador. Aqui você tem
55
condições de deixar a cadeira de rodas.
Ela faz uma pausa e continua:
- André, me refiro a seu corpo etérico. Seu
corpo físico realmente apresenta lesões
cerebrais e medulares. Mas não desanime.
Continue sua caminhada. Tenha fé, pois
servimos o Deus do impossível !
Sarah me abraça, feliz.
57
Passei alguns dias na Praia da Enseada, em
Ubatuba. Foi uma viagem maravilhosa.
Família reunida. Eu, Isabelle, Jonatas.
Janaína, Paulo, Pedro. Daniel, Fernanda,
Mateus. Minha mãe ,Bernadete e minha
avó, Milta. Sônia. Silvana, Garcia. Minha
prima, Carla. Fábio, Alessandra, Elenice.
Carlos, Michelle.
Foram dias realmente especiais.
Quando chegamos de noite, tinha ressaca e
o mar tinha avançado bastante. Foi um
aventura chegar na casa com a cadeira de
rodas !
Eu adoro o mar. Estar ali com pessoas tão
especiais para mim foi um sonho realizado.
58
Mas tinha mais uma coisa que queria fazer.
Tinha uma vontade imensa de nadar no
mar. Sei que é perigoso, ainda mais com
tanta limitação física que tenho. Mas me
ajudaram a entrar no mar, segurando uma
prancha. Mas eu queria mais. Falei para o
Paulo que eu queria nadar sem a prancha e
ir mais fundo. Ele concordou e ficou do
meu lado. Soltei a prancha e saí nadando
livre até um três metros de profundidade.
Que sensação maravilhosa !
Quero agradecer a todos por tornar
possível para mim esta viagem
maravilhosa.
Muito obrigado !
- Gostou do passeio na praia, André?
- Adorei, Sarah. Adoro a mar. Até nadei um
pouco,
59
- Eu sei. Estava lá com você.
A ilha de Sarah está maravilhosa esta noite,
com estrelas e o som do Mar Azul.
Sarah me diz que está atendendo mais três
pessoas no mosteiro. Ela está muito feliz.
Tenho vindo aqui regularmente e sempre
faço as terapias e exercícios que ela indica.
Como a Doutora Maria havia dito, meu
corpo etérico não apresenta lesões
neurológicas e estou cada vez melhor, cada
vez menos dependente da cadeira de
rodas.
Como ela disse meu corpo físico apresenta
lesões cerebrais e medulares devido à
esclerose múltipla. Mas Deus tem um
propósito para tudo e temos que ter fé
para compreender esta verdade e
continuar.
Entramos no salão octogonal e Sarah m diz
que tem uma pessoa para eu fazer
60
energização.
- André, esta é a Mari. - diz Sarah, me
apresentando a uma moça, que vou
atender.
Cumprimento Mari, que se deita na maca
adaptada. Ela parece triste.
Sarah vai para o exterior do mosteiro regar
algumas plantas.
- Podemos começar a energização, Mari ? -
digo.
Ela me diz que sim e começo o trabalho no
chakra Cardíaco. Mal início e Mari começa
a chorar convulsivamente. Depois de
alguns minutos do trabalho ela começa a se
acalmar. Energia os outros chakras e cada
vez mais ela se acalma. Realmente pude
sentir sua angústia. Mas ela apresenta
melhoras.
Terminada a energização, Sarah entra e
61
vem até vinda estamos. Mari agradece e vai
para a cabana onde mora, aqui na ilha.
Sarah me diz que Mari veio faz pouco
tempo aqui para a ilha e ainda precisa de
nossa ajuda para superar alguns traumas.
Vamos observar o Mar Azul e fazer
meditação.
...
Senhor, nos livra do mal.
Senhor, também nos livra do mal que
carregamos em nosso interior, em nossa
mente, em nosso coração.
Senhor, nos livra do mal.
62
No evangelho de Mateus 26,39 temos o
diálogo entre Jesus Cristo e Deus.
" Meu pai, se é possível passa de mim este
cálice, todavia, não seja como eu quero,
mas como tu queres".
Deus às vezes não vai tirar nossas
63
dificuldades ou facilitar nossa prova, mas
sempre vai estar conosco nestes momentos
difíceis. Que tenhamos certeza de que Ele
sempre quer nosso melhor e que das
dificuldades da vida aprendemos lições
importantes.
64
Mar, absoluto.
Quando entrei em tuas aguas, senti teu
poder.
Respeitei-te, pois és poderoso.
Mas não senti medo, mas, fascínio.
Senti teu carinho, a me embalar
gentilmente.
Para mim, tu és maravilhoso, imensurável,
mágico.
Tua magia me hipnotiza e me fortalece.
Em tuas águas, sou forte.
Em tuas águas, sou feliz...
65
Num vilarejo antigo, ando despreocupado.
Saudável, caminho devagar. Pessoas
também caminham, tensas pela labuta do
dia. Mas vejo um homem que me chama a
atenção. Ele para ao lado de uma moça,
que sentada na calçada esmola o pão. É um
moça bonita, mas marcada pelo sofrimento
dá miséria. Ando acelerado, curioso pelo
66
desenrolar da história. Noto que ele tira a
camisa que usa e a oferece para a jovem,
que sente frio. Depois ele vai embora sem
esperar nada em troca. Ando mais rápido
na direção daquele homem tão bondoso.
Ele percebe que o sigo e para.
- Está me seguindo? - ele pergunta.
- Sim. Gostei de sua atitude.
- A camisa? Não foi nada.
- Você é religioso? - pergunto.
- Não. - ele diz e continua a andar.
Ando com ele e continuo a conversa.
- Qual seu nome? - digo.
- Meu nome é Peregrino.
- Me chamo André. Como posso te
chamar?
- As pessoas me chamam de Peregrino, pois
67
nunca paro. Meu nome é Saul.
- Posso caminhar com você, Saul ?
- Sim, claro. Mas não tenho casa, nem
parada. Gosto de andar por aí.
Continuamos a caminhar sem um destino
certo.
O Peregrino ...
68
A oração abre um portal para a paz e a
felicidade
Deus tem um propósito para tudo. Até
para minha doença. Sei que um dia vou
entender.
- Oi, André.
Sarah me cumprimenta. Estou sentado na
cadeira de rodas, no bosque próximo ao
69
mosteiro.
- Você parece chateado. - ela me diz.
- Estou bem, Sarah. É que às vezes pessoas
muito mal educadas cruzam nosso
caminho.
- Eu sei, André. Estava com você. Vi tudo.
Sabe que tem pessoas que de tão negativas
atraem entidades afins. Foi o caso de hoje.
Aquele homem era vítima de sua
negatividade.
- Fiquei chateado...
- Somos apenas humanos, André. Tudo
bem. Afastei as entidades negativas para
proteger você.
- Obrigado, Sarah.
A noite está linda aqui na Ilha de Sarah.
- André, vamos meditar olhando o Mar Azul
?
70
- Ótima ideia, Sarah ! Estou precisando ficar
perto do mar.
Ela empurra a cadeira de rodas até a praia.
- Você já está bem melhor, André. Cada vez
mais consegue andar e um dia vai ficar livre
da cadeira de rodas aqui na ilha !
Começamos a meditar, olhando o Mar Azul
e ouvindo o som de suas ondas.
- Está melhor, André? - diz Sarah.
- Depois da meditação à beira mar estou
ótimo !
- Tem uma pessoa que quer conversar com
você. Ela se chama Cléia. Teve esclerose
múltipla quando encarnada. Desencarnou
devido à um acidente automobilístico. Só
que tenta recuperar os movimentos das
pernas.
71
- Ela está recebendo tratamento médico?
- Sim André. A Doutora Maria começou a
atende-la. A Cléia só quer conversar um
pouco com você.
Concordo e vamos para o mosteiro. Cléia já
nos aguarda com uma enfermeira.
A noite está bem agradável e ficamos na
varanda do mosteiro. Cléia também está
numa cadeira de rodas. Ela é uma moça
bem bonita.
- Oi, André. Prazer em conhecê-lo. - fala
Cléia, sorrindo.
- O prazer é meu. - digo.
- Você tem esclerose múltipla ? - ela me
pergunta.
- Sim.
- Também tive quando estava no mundo
físico.
72
- Estou melhorando. Já consigo andar um
pouco. Logo você vai andar, tenho certeza.
Sarah acompanha a conversa. Nada diz.
- André, gostaria de saber se você pode
fazer um tratamento em mim com a
massoterapia.
Olho para Sarah, pois ela comanda os
tratamentos que faço. Ela balança a cabeça
positivamente e sorri.
- Posso sim. Amanhã começamos. Pode ser
?
Cléia concorda. Ela está muito feliz. Fico
contente por poder ajudar. A enfermeira
leva Cléia. Sarah me abraça, feliz.
E aí quando tudo parece perdido,
impossível, sem saída e a gente pensa em
jogar a toalha, Deus diz lá no fundo da
73
nossa alma:
- Calma, não acabou não! Eu abri o Mar
Vermelho, tirei água da rocha e você acha
que não posso te ajudar?
É o Deus do impossível...
74
Noite agradável na ilha de Sarah. Eu e
Sarah conversamos na varanda do
mosteiro.
- Sarah, posso começar o tratamento de
Cléo hoje ?- pergunto.
- Sim. Está autorizado. Conversei com a
Doutora Maria e ela adorou a ideia. Disse
que vai ajudar a recuperar os movimentos
das pernas de Cléo.
Fico feliz por ter uma opinião médica
positiva. Claro que estudei e trabalhei com
a massoterapia no mundo físico, mas não
aqui na espiritualidade.
Vejo a enfermeira trazendo Cléo,
empurrando a cadeira de rodas. Elas
chegam ao mosteiro e nos cumprimentam.
- André, pode iniciar o trabalho quando
quiser.
- Sarah, gostaria que ficasse comigo
75
durante o atendimento.
- Tudo bem, André.
Então nos direcionamos ao interior do
salão octogonal e vamos até a maca
adaptada. Sarah e a enfermeira deitam
Cléo na maca.
- André, como vai ser a massagem ? -
pergunta Sarah.
- Vou fazer massagem deslizante nas
pernas, usando óleo medicinal.
Então Sarah traz um frasco de óleo e retira
as calças de Cléo para possibilitar o
tratamento. Faço a oração do Pai Nosso e
peço permissão para iniciar a massagem. A
enfermeira se retira e Sarah se senta bem
na frente da maca, observando meu
trabalho.
Início a massagem com deslizamento
superficial, intensificando a pressão, até
76
ficar moderada. Noto que Cléo sente os
movimentos da massagem e isto é positivo
para auxiliar na recuperação dos
movimentos. Depois de um hora termino.
Hoje trabalhei só as pernas.
Faço novamente a oração do Pai Nosso e
finalizo o atendimento. Cléo diz se sentir
muito bem e a enfermeira a levar embora.
- Parabéns, André ! - diz Sarah.
Estou feliz por iniciar mais este trabalho
aqui na ilha de Sarah.
Tive várias atividades profissionais em
minha vida. Fui eletrotécnico, engenheiro
civil, massoterapeuta, professor de
matemática e ciências, fui músico amador,
guitarrista, compositor, atendente,
promotor de vendas. Acho que tive outras
atividades que já nem me lembro...
77
Hoje em dia gosto de escrever um pouco.
Deus sempre me abriu portas. Sempre
consegui trabalhar com o que gostava. Mas
tudo teve um tempo meio curto. Teve
início e fim. Parece que tive que passar por
várias experiências. Mas agradeço por
tudo. Consegui alcançar minhas metas
profissionais.
Mas minha maior conquista é minha
família. Agradeço todos os dias por estas
pessoas maravilhosas que me
acompanham em minha jornada.
A doença veio e ficou. Mas também tudo o
que passo fortalece ainda mais minha fé.
Acho que a gente não desistir já é uma
vitória. Já somos vencedores !
Tenho certeza de que Deus tem um
propósito maior para o que vivemos. Cada
dor, prova, problema, desilusão nos
fortalece. Tem coisas que nos acontecem
78
que não vemos explicação, motivos,
porquês. Tem coisas que só Deus sabe os
motivos. Aprendendo isto fica mais fácil
passar as adversidades. Vamos em frente.
Continuar...
80
Muitas vezes senti a proteção divina. Ele
envia seus anjos para nos ajudar, como
ensina o Salmo 91.
Há três meses sofremos um acidente
automobilístico, onde nosso carro deu
perda total. Nenhum de nós se machucou.
A colisão foi bem forte. Senti a proteção
divina no momento do acidente.
Em várias outras ocasiões senti o poder de
Deus me livrando do mal.
Muitas vezes Ele me viu triste e alegrou
meu coração!
Glória a Deus!
81
É entardecer na ilha de Sarah. Estamos na
praia, observando o Mar Azul. Sarah
caminha em direção à água salgada e
molha os pés. Estou sentado na cadeira de
rodas, contemplando a beleza do oceano.
Que lugar lindo!
Ela agora caminha em minha direção.
82
- Sarah, obrigado por me ajudar. - digo.
Ela sorri e diz que não preciso agradecer.
Ela me ajuda quando venho aqui na ilha e
também no mundo físico, sempre sinto sua
presença.
- Sempre que posso venho aqui na praia no
entardecer. É um espetáculo!
Sarah emocionada relata o pôr do sol. Hoje
pude também assistir este momento
mágico.
Lembro-me das Escrituras e do livro de
Gênesis, que relata a Criação.
Extasiados, contemplamos a natureza,
rendendo graças a seu Criador.
83
Fico impressionado em ver pessoas que
acreditam apenas na matéria. Não creem
na continuidade da vida e na realidade
espiritual. Riem quando digo que somos
espíritos habitando um corpo físico. Claro
que respeito opiniões diferentes das
minhas. É que para mim é tão claro...
- André, gosta de peixe? - Sarah me
pergunta.
Não aprecio muito, mas como.
- Gosto. - respondo.
- Então vamos pescar.
Sarah diz isto e me leva para a praia.
Coloca-me num barco e vamos para alto
mar. Não gosto muito de pescar. Acho que
84
não tenho muita paciência para esperar o
peixe morder a isca.
Percebo que Sarah fica observando o mar.
Em dado momento ela joga a rede e como
por milagre, puxa a rede e u a grande
quantidade de peixes.
- Como você sabia que ali tinha tanto
peixe? Você acertou na primeira tentativa!
- digo, espantado.
- Coincidência... - ela diz, sorrindo.
Sei que ela sabia que aquele era o local
certo para pescar. Como? Não sei...
Após esta rápida pescaria, vamos para a
cabana de Sarah, onde ela prepara alguns
peixes.
- Está gostoso o peixe? - Sarah diz.
- Está uma delícia! - digo.
Realmente o peixe está muito gostoso.
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- Obrigado Sarah pela refeição.
- Não precisa agradecer, André. Estou
contente por lancharmos juntos.
Agora vamos para a varanda conversar
nesta noite tão agradável.
Que Deus oriente minhas decisões e me
mostre o melhor caminho
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- Oi, Sarah.
- Tudo bem, André?
- Tudo. Criei uma página no Facebook.
Chamei de " Deus Criador, Olorum'.
- Que bom, André!
- Obrigado Sarah. Quero falar que todos
temos o mesmo Deus. Olorum é o nome
que a umbanda dá para Deus. São apenas
nomes diferentes para o mesmo Deus
Criador.
- Você tem razão. Deus é único. Todos
temos o mesmo Criador.
Fico olhando o Mar Azul. Estamos na praia,
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conversando.
- Sabe, Sarah, foi um trabalho que senti que
tinha que fazer. Tomara que as pessoas
gostem.
- Todos temos nosso chamado, André. Mas
quem tem que aprovar é Deus. Sei que
você fez o seu melhor.
Estar aqui observando o Mar Azul é
maravilhoso. Conversar com Sarah me
deixa muito feliz e tranquilo.
- Tenho assistido cultos ao vivo na internet.
Estou gostando. - digo.
Sarah sorri e me pergunta:
- Você fala que vem aqui na ilha e me
visita?
- Sim. Escrevo sobre minhas experiências
aqui e minha amizade com você, Sarah.
- O que as pessoas dizem sobre isto?
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- Alguns acham interessante, outros não
acreditam e alguns acham que estou
maluco.
Sarah fica com olhar preocupado e triste.
- Não quero atrapalhar você, André. Se não
quiser mais vir aqui, vou entender.
Sorrio e respondo:
- Sarah, você é para mim uma grande
amiga e benfeitora. Não me importo com a
opinião das pessoas. Respeito, mas não me
importo. Posso continuar vindo aqui?
- Claro que sim, André! - ela responde, feliz.
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- Hoje teremos um visita aqui na ilha. - diz
Sarah, contente.
- Quem é, Sarah? - pergunto.
- É a missionária Ana. Ela foi médica na
Terra. Aqui na espiritualidade ela trabalha
na Comunidade de Santa Bárbara, levando
ajuda espiritual e médica a necessitados.
Sarah sorri e continua:
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- Ela vem aqui hoje para falar com você,
André. Ela tem uma mensagem para você!
Fico feliz e curioso.
Sarah deixa o salão octogonal bem
arrumado. Depois de algum tempo Ana
chega. Ela tem a capacidade de voar e
rapidamente vem até nós. Ela é uma
mulher muito bonita, que transmite uma
energia de muita paz.
- Paz do Senhor, Sarah. Paz do Senhor,
André. É uma grande alegria poder estar
aqui. - diz Ana.
Respondemos os cumprimentos e
entramos no salão octogonal.
- Que lugar bonito, Sarah! Tem uma energia
muito boa!
Sarah agradece e diz que eu que projetei o
mosteiro. Fala também que eu atendo
algumas pessoas com energização.
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- Que benção, Sarah! Parabéns, André. O
mosteiro ficou muito bonito. Fico feliz por
você atender aqui também. Mas estou aqui
hoje para conversarmos, André.
Ela faz uma pausa e olha fixamente para
mim, dizendo:
- Por que você não anda aqui, André?
- Tenho esclerose múltipla.
- Seu corpo físico realmente sofre de
esclerose múltipla. Seu corpo etérico está
praticamente isento de lesões cerebrais e
medulares. Sarah está fazendo um ótimo
tratamento com você. Já é hora de andar.
Ana tem autoridade em sua voz. Ela tem o
conhecimento médico, aliado a uma
capacidade de ver realidades espirituais. A
voz dela é uma ordem, que tem autoridade
e poder.
- André, saia da cadeira de rodas e ande ! -
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diz Ana.
Olho para Sarah, que responde
afirmativamente com a cabeça.
Vencendo o medo, me levanto e ando
alguns passos. Vendo que perco o
equilíbrio, Sarah me segura e sento na
cadeira.
Andar sem nenhum apoio é algo que nunca
mais tinha feito. Um verdadeiro milagre.
Depois da orientação da Doutora Ana,
médica e missionária, tenho feito
caminhadas curtas, sem nenhum apoio.
Sarah me acompanha de perto como
segurança. Ando poucos metros, mas sem
apoio é algo milagroso.
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Mesmo com este novo exercício tenho
sempre atendimentos. Ana me disse que o
trabalho de energização que tenho feito
também me ajuda, pois a energia que
transmito passa primeiro por mim.
Perguntei para Ana se no mundo físico vou
voltar a andar. Ela me disse que milagres
acontecem e que o mais importante é que
eu continue a viver com fé. Continuo
fazendo exercícios e reeducação alimentar,
além dos medicamentos. Percebo que a
doença permanece estabilizada.
- André, quer nadar no Mar Azul ?
- Claro que sim, Sarah !
Ela empurra a cadeira de rodas até a praia
e para três metros distante da água do mar.
- André, se levante e caminhe até a água.
Vou estar a seu lado.
Levanto- me e com cautela caminho. Chego
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a meio metro da água e minha perna falha.
Sarah me segura e me deita na água.
Entramos no mar
- Agora nade, André.
Nado sem apoio nas águas do Mar Azul.
Uma noite maravilhosa !
Ficamos algum tempo nadando e saindo
vamos para a cabana que Sarah mora. Na
varanda conversamos um pouco.
- André, na semana que vem vai ter uma
festa no salão da igreja. Vai ser um jantar e
terá um baile dançante.
- Que bom, Sarah. O pessoal da ilha dança
bem. Você pode convidar alguém para
dançar.
Sarah apenas me olha. Será que falei algo
errado?
- Acho que você não entendeu. Estou
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convidando você para ir comigo no baile.
- Obrigado Sarah, mas você não prefere ir
com alguém que ande e que dance em pé
com você ?
Sarah agora me olha triste. Ela começa a
chorar. Sarah me abraça apertado.
- Desculpe-me Sarah. Só quero o melhor
para você. - digo.
Ela não diz nada. Apenas me abraça...
Depois de algum tempo Sarah diz:
- André, entenda uma coisa. Não importa
se você ainda ou não. Quero ir ao baile com
você! Se precisar vou até o inferno te
resgatar! Entendeu?
Agora fico emocionado com as palavras tão
bonitas e a energia tão boa que vem de
Sarah, a guerreira ninja branco.
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A noite está nebulosa aqui na ilha de Sarah.
Hoje não temos atendimentos e estamos
na cabana de Sarah conversando.
_ André,hoje vai ser um novo exercício.
Fico curioso..
- Vamos dançar.
Fico aguardando ela vir movimentar a
cadeira de rodas. Ela sorri, entendendo
meu pensamento.
Sarah fica em minha frente e me levanta.
Segura meu corpo em pé e me movimenta
ritmicamente. Depois me senta.
- André, vamos dançar assim no baile.
Vamos treinar bastante. Você pode ficar
em pé !
- Pensei que você ia só mexer a cadeira de
rodas.
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- Não. Você vai dançar em pé.
Sabe, não noto em Sarah compaixão por
mim. Percebo que ela realmente gosta de
minha companhia. Somos irmãos na
espiritualidade, almas amigas com amor
fraternal. Sarah sorri e vai até a estante da
sala, ligando um rádio e colocando uma
música lenta. Novamente muito levanta e
nos movemos no ritmo da música que toca.
Parece milagre ou mágica eu poder dançar
em pé.
Quando a melodia acaba, estando em pé,
ela me abraça, feliz. Depois de um tempo,
ela me senta.
- Está cansado, André ?
- Estou feliz !
Claro que este esforço me deixou cansado,
mas a alegria que sinto supera o cansaço.
2
Corpo adormecido, viajo espiritualmente
para lugares maravilhosos.
Ilha de Sarah, ilha de Santa Bárbara e
outros locais deslumbrantes.
Uma vida, dois mundos.
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ÁREA DISPONÍVEL OBRA DA CAPELA DE SANTA
BÁRBARA
Sarah me leva até a ilha de Santa Bárbara
para conversar sobre a nova capela.
Voamos rapidamente e vamos conversar
com a irmã Beatriz. Cumprimentamos a
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religiosa e Sarah diz a ela o motivo da
visita.
- Irmã, gostaria de falar sobre a nova
capela. - digo.
Sarah apenas observa.
- Minha ideia é preservar e reformar a
capela existente. Além disto, projetar e
construir uma nova capela, maior e que
resolva o problema de espaço. - digo.
- Ótima ideia, André! - fala a irmã Beatriz.
......................................................................
....................................
5
Esta semana vou continuar o projeto da Capela de Santa Bárbara. Já sei a área escolhida e as características do projeto. A irmã Beatriz já me explicou sobre isto. Eu e Sarah estamos no salão octogonal, conversando sobre minha melhora com os tratamentos que recebo aqui na Ilha de Sarah. No mundo físico sou cadeirante devido à esclerose múltipla. Aqui na ilha, no mundo espiritual, já consigo andar um pouco sem
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apoio. Sarah há algum tempo realiza tratamentos comigo. Chi kung, meditação, energização, cromoterapia e outras terapias energéticas. Há alguns dias temos treinado uma dança, pois esta semana vai ter um baile no salão da igreja e vamos participar. Sarah quer que eu dance em pé e não na cadeira de rodas. Realmente hoje em dia tenho conseguido andar um pouco. Hoje já treinamos Chi Kung. Agora vamos treinar a dança. Sarah ligar o aparelho de som e coloca uma música lenta para treinarmos a dança. Ela me ajuda a me levantar da cadeira de rodas e me segura firme. Ela é muito forte e me mantém em pé com facilidade. - Vamos dançar, André ? - diz Sarah. Digo que sim e iniciamos. É uma música bem lenta e movimento devagar minhas pernas. Sarah tem muito cuidado e sempre me segura. Na verdade tenho conseguido me manter um pouco em pé,na ela toma precaução para evitar minha queda. A música acaba e me sento.
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- Estamos dançando bem, André ! Parabéns ! - diz Sarah. Concordo. Quem diria que eu iria dançar e ainda mais em pé. - Vamos arrasar no baile ! - digo. Sarah sorri e me abraça.
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O PEREGRINO Quero viver, mesmo nos escombros da cidade perdida, vou continuar. Mesmo entre toxidade e penumbra de olhares vou continuar. Ainda que rastejante e ferido numa guerra sem vencedores vou continuar. Num infinito lodaçal sem saída, labirinto impossível, vou continuar. Explosões sem nexo de uma cidade sem rumo, uma causa sem causa, trevas absolutas, mesmo assim vou continuar. Até o fim...
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Local: Paróquia de São Bento (Ilha de Sarah)
Horário: madrugada de hoje Comemoração: dia de SANTA JOANA
D'ARC
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Noite maravilhosa na ilha de Sarah. A capela de São Bento está linda. Nesta noite temos FESTA DE SANTA JOANA D´ARC. Sarah está linda com seu vestido longo vermelho. Eu visto um blaser preto. A música lenta começa. Eu e Sarah começamos a dançar. Fico em pé e dançamos. Sarah dança muito bem! Tem muitos casais dançando, mas é como se nem houvesse... Estou muito feliz dançando em pé com Sarah. Uma noite maravilhosa...
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Gostaria de falar um pouco mais sobre Sarah. Inicialmente quero dizer que o sentimento que nutrimos um pelo outro é um amor fraternal. Quem tem irmã, irmão, pai, mãe avó, avô ou tio e tia querida vai entender o que estou dizendo. É um sentimento tão puro quanto a água de uma nascente. É a luz imaculada do amor Divino. Sabe, Sarah não segue alguma religião específica. Mas ela é uma pessoa tão bondosa e não mede esforços para ajudar quem necessita. Acho que uma pessoa que se doa para ajudar o próximo é um anjo, é alguém especial. Como guerreira ninja branco ela visita lugares muito tristes para resgatar irmãos em sofrimento. Como terapeuta ela atende
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pessoas no mosteiro sem esperar nada em troca, além do prazer de ser útil. Nunca a vi ofender ninguém ou falar palavras negativas. É uma pessoa do bem. Jesus ensinou que o mandamento maior é o amor. Palavras apenas não são suficientes. O amor fraternal é ajudar quem nacessita, seja de uma palavra, um pão ou uma oração. Às vezes um sorriso ou um aperto de mão. A Ilha de Sarah é um lugar especial. Simples, habitado por pessoas bondosas e humildes. Jesus ensinou que há muitas moradas e sinto que a Ilha de Sarah é um lugar abençoado por Deus. Sarah traz dentro de si os ensinamentos do Cristo. Ela vive a todo momento lições que Jesus nos ensinou. Sua religião é o Amor.
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- Não é fácil não andar mais, Sarah. No mundo físico eu era muito ativo. Cheguei até a participar de uma equipe de resgate na selva. A gente fazia treinamentos de madrugada na selva. Hoje dou poucos passos com andador ! Queria voltar a andar como antes, correr, pular. Dá saudades deste tempo. Adorava andar de bicicleta, treinar artes marciais e tantas outras coisas. Hoje dependo sempre de outras pessoas. Sarah apenas fica me olhando. Sei que ela entende meu desabafo. - Realmente não é fácil, André. Se eu pudesse iria agora no mundo físico e
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curaria você. Mas não é assim que funciona. Os milagres tem seu tempo certo para acontecer. - Eu sei, Sarah. Eu também tenho certeza de que você curaria meu corpo físico se pudesse. Obrigado. Sarah olha agora para o céu da ilha por alguns minutos. Parece buscar respostas em algum lugar longínquo. - Deus tem seus propósitos, André. Tudo tem seus porquês. Mas vamos refletir um pouco. Tenho certeza de que as pessoas veem você com respeito por você não desistir. Tenho certeza de que sua intimidade com o Criador é muito maior. A dificuldade às vezes aproxima pessoas. Sua doença acabou possibilitando nossa amizade tão especial. Você hoje é engenheiro e terapeuta aqui nesta ilha e na ilha de Santa Bárbara. Mas sei que não é fácil, meu querido amigo... Não consigo falar nada, na me levanto dá cadeira de rodas e ando até Sarah. Choro, agradecido por esta amizade tão linda com um verdadeiro anjo de Deus. Sarah, a
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guerreira ninja branco. Ela me abraça emocionada e feliz... Hoje fomos almoçar no Mercado Municipal de Campinas (Mercadão). Meu irmão Daniel e sua esposa, meu pai, meu filho ,amigos e eu nos reunimos num encontro muito bonito e especial. Fazia mais de vinte anos que eu não entrava neste mercado. Lembro-me de que quando era garoto ia muito com meu saudoso avô Atílio no Mercadão. Eu sempre comia pastéis e bebia garapa com meu querido avô. Hoje fiquei até um pouco emocionado me lembrando destes momentos bonitos de minha infância. Um dia especial...
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Parece que momentos simples são ainda mais especiais. Hoje foi maravilhoso para mim a reunião que tive no Mercadão com meu irmão Daniel, meu pai, meu filho e amigos. Foram horas mágicas e lindas. Comida deliciosa ! Companhias especiais. Só quero agradecer pelo dia tão maravilhoso. São momentos inesquecíveis... CAPELA DE SANTA BÁRBARA
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A capela de Santa Bárbara será circular, com um diâmetro de dezoito metros e estará centralizada na área disponível para a obra.
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O material utilizado será a madeira nas paredes e no piso, com um contra piso de terra batida. A construção ficará vinte centímetros acima do piso exterior. O construtor será o mestre de obras Castor e sua equipe.
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Comecei o projeto da capela de Santa Bárbara. Quero fazer um trabalho bem caprichado. Sarah e as irmãs da comunidades de Santa Bárbara merecem. Sempre m ajudam e apoiam. - André, que me ajudar a regar as plantas dá varanda ? - Sarah pergunta. Entendo que para mim vai ser um ótimo exercício, pois vou ter que ficar em pé sem apoio e erguer as mãos segurando o regador. Um desafio para mim. - Claro que quero ajudar você a regar as plantas, Sarah ! - digo. Ergo a mão segurando o regador com calma despejo a água na planta. Com calma consigo executar a tarefa. Sarah sorri agradecida. - São violetas, Sarah ? - Muitas plantas são bem parecidas com as do mundo físico. Estas realmente parecem as violetas. Mas tem plantas que acho que não tem na Terra. São espécies daqui. Gostou de regar as plantas, André ?
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- Adorei, Sarah. E consegui ficar em pé sem apoio e levantar o regador cheio de água para molhar as plantas. - Muito bem André. Foi um ótimo exercício. Cada vez mais tenho conseguido andar sem apoio aqui na Ilha de Sarah. Amanhã tem um atendimento novo para mim. É uma mulher que vou fazer a Terapia da Fé e energização. Esta semana também vou com Sarah até a Ilha de Santa Bárbara mostrar o projeto que estou fazendo. Estou contente em poder exercer aqui atividades que trabalhei no mundo físico.
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Hoje vou atender a Mari. Ela quer que eu faça energização com a Terapia da Fé, onde eu cito trechos bíblicos. Sarah já leva Mari até a maca adaptada, onde consigo atender. Hoje no mundo físico tentei andar um pouco, mas não consegui. Tudo bem. Amanhã tento novamente. Aqui na ilha de Sarah cada vez mais consigo andar um pouco mais. Chego na sala e Mari já está deitada na maca adaptada. Sarah fica sempre perto quando atendo para me auxiliar se necessário. Inicio a energização pelo Chakra Cardíaco. Neste momento intuitivamente começo a falar: - Deitar-me faz em pastos verdejantes. Levam-me às águas tranquilas. Mari fica muito emocionada com a mensagem do Salmo 23. Continuo a
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energização nos Chakras, sempre sentindo que sou transmissor de energias muito puras vindas do Altíssimo. Sinto-me muito bem com tais energias poderosas. Noto na região do pescoço e ombro de Mari muita tensão e realizo massagem terapêutica nesta região. Noto que a tensão diminui. Terminado o atendimento Sarah vem e Mari me agradece muito e vai embora, feliz.
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Sempre tenho feito os tratamentos aqui na ilha de Sarah. Ela sempre me auxilia em todos exercícios. Hoje fizemos meditação. Cada vez melhor sinto melhor e tenho conseguido andar sem apoio. Vamos para a cabana de Sarah e ela prepara chá para nós. Na varanda conversamos e bebemos o chá quente. - Este mês as irmãs da Paróquia de São Bento vão fazer uma festa junina. Vai ter fogueira e sempre tem a tradicional dança. Sarah faz uma pausa e continua: - Quer dançar a quadrilha comigo, André? - Claro que sim, Sarah ! Mas vamos ver se realmente eu vou conseguir. - Vamos treinar bastante, André. Fique tranquilo. A noite está maravilhosa aqui na ilha de Sarah.
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Estamos na cabana de Sarah conversando sobre novos atendimentos. - André, hoje nosso atendimento vai ser diferente. Vai ser no mundo físico. Vamos atender pessoas com frio. Quer vir comigo ? - Claro que sim ! Quando vamos ? - Precisamos ir agora. Sem demora. Dizendo isto Sarah me segura firme e voamos em direção à Terra. Chegamos numa cidade do sudeste brasileiro e andamos pelas ruas nesta madrugada fria. Vemos moradores de rua em volta de fogueiras e com cobertores. Parecem estar bem, conversando e sorrindo. Alguns dormem tranquilos. Mas Sarah me diz que precisamos ajudar uma moça que está nas proximidades. Estou conseguindo andar devagar. Quando canso, Sarah me segura e ajuda. Pouco tempo depois encontramos uma moça sozinha num canto escuro. Perto dela tem várias entidades visivelmente dedicadas ao mal. Ela precisa de ajuda, pois sofre muito. - Ela está com frio, André. Não apenas o
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frio físico, mas também o frio na alma, pois perdeu totalmente a fé. Vou pedir ajuda. Sarah se interioriza e mentalmente chama ajudantes. Pouco tempo s passa e o Caboclo Pena Dourada e sua equipe chegam montados em cavalos. - Boa noite, Sarah. Boa noite, André. - diz Pena Dourada. Respondemos ao cumprimento e Sarah orienta o índio guerreiro a dispersar aquela legião de malfeitores. Pena Dourada chama seus guerreiros e investem contra os inimigos, que batem em retirada. A moça agora precisa de ajuda, pois está muito fraca. Sarah me diz para fazer um energização naquela mulher, enquanto busca ajuda física. Pena Dourada e sua equipe fazem em nosso redor um círculo de proteção. A moça parece estar melhorando com a energia transmitida e com a expulsão dos algozes. Uma ambulância pública chega e socorre a moça desacordada. Os enfermeiros prestam rapidamente os primeiros
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socorros e colocam a mulher numa maca, levando-a a um hospital municipal. Sarah diz ter intuído o motorista daquela ambulância para socorrer aquela moça em estado crítico. - Muito obrigada pela ajuda, amigos. Por agora nosso trabalho acabou. - diz Sarah. Ela me segura e voamos para a Ilha de Sarah.
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Estou na ilha de Sarah treinando Chi Kung na praia. Toda vez que venho aqui tenho treinamentos diversos. Acabo o exercício e Sarah me faz treinar passos na areia da praia. - André, agora vamos para o mosteiro. Sarah me empurra na cadeira de rodas. Consigo andar aqui, mas estou cansado devido aos exercícios. Cada vez consigo andar mais aqui na ilha. Estou pensando naquela moça resgatada na Terra. Tinha uns duzentos algozes perturbando aquela mulher. Acho que se não fosse ajudada ela teria desencarnado. Chegando no mosteiro pergunto para Sarah sobre a moça ajudada ontem.
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- O nome dela é Ana. Triste ver a situação que ela ficou. Mas tenho fé de que ela vai conseguir superar. - Ontem tinha muitas entidades perturbando aquela mulher. - digo. - Sim ,André. Por isto Jesus Cristo ensinou sobre a importância de orar e vigiar. Senão somos presa fácil aos inimigos. Mas ela vai ficar bem. - Obrigado por me levar ontem no resgate de Ana. - digo. - Não foi nada. Você ajudou fazendo uma energização em Ana. - diz Sarah. Saímos do salão octogonal e ficamos observando a lua brilhante no céu da ilha de Sarah. - E agora, Sarah. O que vai acontecer com Ana ? - André, entenda uma coisa. Todos temos o livre arbítrio. Ana orou com fé e foi auxiliada. Se ela quiser a comunidade de Santa Bárbara pode acolhê-la. Já falei com a Irmã Beatriz, superiora nesta casa. Depende de Ana se adequar e querer receber ajuda. Ela será bem vinda nesta
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comunidade religiosa, pois mesmo estando encarnada receberá ajuda e proteção. - Entendo, Sarah. Aqueles algozes nunca mais vão atacar Ana ? Ela está encarnada. - Mesmo assim ela receberá todo apoio das religiosas. Faremos todo possível para protegê-la. A lua brilha na ilha de Sarah. Eu e Sarah estamos treinando a dança de quadrilha para a quermesse na Paróquia de São Bento. Vai ser na próxima semana. Ainda não consegui executar corretamente os movimentos desta dança, pois são mais acelerados. Mas Sarah diz que estou indo bem. Ela já conseguiu até uma roupa típica para mim e para ela. - E se eu não conseguir dançar direito, Sarah? - Vai conseguir sim. Tenho certeza, André.
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Quando tudo parecia perdido e já não via mais solução, Quando não tinha mais saída e o jogo parecia perdido. A gente pensa em jogar a toalha e dar a a partida por encerrada. Mas sem explicação aparece uma possibilidade, É aí que a fé faz diferença e Deus, nos quarentena e quatro do segundo tempo, nos envia uma saída.
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- Sarah, o que são aquelas luzes que passam no céu? - pergunto. Ela olha fixamente o firmamento por algum
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tempo e diz: - São anjos de Deus. Sempre passam por aqui. - Ele ajudam aqui? - Sempre que pedimos. - responde Sarah. Eles voam céleres acima da ilha. Eles tem um brilho muito forte, acima de tudo o que já vi. Ficamos olhando para o céu estrelado e os anjos passando. - Posso fazer uma oração? - digo. - Claro que sim! - responde Sarah. - Quero interceder junto a ti Senhor por Sarah, minha amiga e benfeitora, sempre a proteja e ampare. Amém. - Que oração linda, André! Obrigado! Meu intercessor... A noite continua linda...
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Noite de quermesse na Paróquia de São Bento. Uma fogueira, animação e muitos dançam a quadrilha. Sarah e eu estamos vestidos com roupas caipira. Sarah com vestido e eu com camisa xadrez. Quero ver
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se vou conseguir dançar direito... Sarah tem certeza de que vou. - Vamos dançar? - diz Sarah, com seu lindo sorriso. Como dizer não a um anjo? - Claro que sim! - digo. Ela me segura firme e dançamos alegremente. Nos momentos em que eu perdia o equilíbrio, Sarah me sustentava. Assim, dançamos até o final da música. Fico exausto, pois foram movimentos rápidos e fiquei bastante tempo em pé. Sarah me abraça, feliz e emocionada. - Gostou da dança, André ? - Adorei, Sarah ! Obrigado. - Eu que agradeço. Adorei. Vamos dançar outra música? - Sarah pergunta. - Claro ! Então começa outro som bem animado e dançamos, felizes.
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O infinito num instante,
A infinidade finita.
Um momento que contém o todo,
Que faz a vida valer ser vivida.
Mas poeta onde queres chegar?
Se infinito nem é o mar!
Devaneias insano?
Ou tu escondes algo e não queres contar?
O poeta diz:
Nunca amaste meu amigo?
Como defines o verbo amar?
É infinito e atemporal,
Número algum pode mensurar.
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A capela de Santa Bárbara já está sendo construída. A irmã Beatriz aprovou meu projeto e o mestre de obras Castor e sua equipe já estão executando o projeto. Semana que vem vamos lá na ilha de Santa Bárbara ver o obra. Tenho certeza de que vai ficar bom, pois o Castor é um excelente profissional. - Sarah, tive uma ideia. E se fizermos uma capelinha de oração aqui perto do mosteiro? A terapia de oração. Um local em que a pessoa entre e fique orando com tranquilidade. Não precisa ser de alguma religião específica. Vai ser a Capelinha de Deus. Sarah pensa um pouco e me diz: - Sabe o que eu acho? Vai ser o novo projeto do engenheiro André. Adorei a ideia! Adorei o nome também: Capelinha de Deus. Fico contente por Sarah ter gostado da ideia. - O Castor pode executar esta obra também. Esperamos ele acabar seus
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trabalhos e o contratamos. - digo. - Vai ser um lugar muito especial. Obrigada pela ideia, André. A Capelinha de Deus vai ser mais um local sagrado aqui na ilha de Sarah. Sarah assim como eu não segue uma religião específica. A Capelinha de Deus vai ser assim também. Todas as pessoas serão bem vindas, independente da religião que professam ou se não tem uma religião. Gosto de pensar em Deus como Pai e Criador de tudo e todos. O Altíssimo não habita em templos feitos por mãos humanas. Ele está presente na Luz e nas trevas. Ele em tudo o Universo está presente. - André, depois você precisa definir o local da construção da Capelinha de Deus. - diz Sarah. - Vamos fazer isto. Vou fazer também o projeto da Capelinha de Deus. Sarah sorri. - Sabe ,Sarah, às vezes tudo parece acabado, sem saída, mas a gente sente uma energia e uma voz dentro da alma
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dizendo que ainda não acabou. Sabe , às vezes para mim no mundo físico parece tudo muito difícil pelo fato de eu não andar, mas ao mesmo tempo sinto que tem mais para eu fazer. - Tenho certeza de que você ainda tem muita coisa para fazer na Terra. Sua família, esposa, filho e tanta gente que quer ver você bem. Você tem muito a fazer ainda, André! Sarah me abraça, emocionada. Perdido e sem rumo, orei por ajuda, por direção. Uma voz ecoou em minha mente dizendo que aquele era o caminho, que tinha espinhos, mas tinha flores, desafetos e amores, sofrimento, mas espírito livre. Apareceu em minha frente um portal. Me mostrava um jardim florido, mas para chegar lá tinha um trajeto tortuoso, cheio de desafios e perigos. Mas o jardim era tão
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lindo e uma paz de lá emanava, que valia a pena lá chegar. Uma luz se faz e um anjo surge dizendo: - Entendeu errado meu amigo. Não precisa morrer para lá chegar. Já está no jardim, abra os olhos e verá. Luz e trevas, paz e sofrimento tem em todo lugar. A verdadeira paz está na mente e não em algum lugar. Mude a mente e mude seu mundo, paz e alegria já encontrará! Neste mundo ou no outro, a felicidade e paz em qualquer lugar. Independente de qualquer coisa, a vida me deu muito mais sim do que não. Muito mais posso do que não. Muito mais consigo... Sempre vejo um novo dia, um novo som,
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uma nova poesia. Sempre consigo ver perspectivas diferentes e novos horizontes. Deus sempre me mostra novas formas de agir e de adaptar situações. Viver... - André, hoje tem um atendimento para você. É a Ana Luz. Ela é uma moça que veio faz pouco tempo para a ilha. No mundo físico ela sofreu muito com a depressão. Aqui ela ainda tem momentos de tristeza e flutuações no humor. Ela já está chegando. Ana Luz então chega ao mosteiro e entramos no salão octogonal. Sarah leva a
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moça até a maca adaptada. Entro na sala e oriento Ana Luz a deitar-se. - Vamos fazer um energização. Você vai sentir-se melhor. - digo. Como sempre tenho feito nos atendimentos, falo algumas palavras das Escrituras Sagradas. Hoje digo a oração do Pai Nosso. Ela fica um pouco emocionada ao sentir a energia poderosa vinda do mais alto quando falamos a oração. Ana Luz agora está bem mais tranquila. Vou começar a energização. Consigo sentir desequilíbrios energéticos nos Chakras. Sinto que o centro de força mais desequilibrado é o do plexo solar. Trabalho bastante esta região mentalizando a cor amarela. Digo para Ana Luz também mentalizar o amarelo, enquanto realizo este trabalho. Sarah também está na sala observando o atendimento. Terminada a sessão de energização Ana Luz diz sentir-se bem melhor. - Obrigada, André. - diz Ana Luz. Agradeço e me despeço da moça. Sarah me parabeniza e conversamos sobre o
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atendimento. Um dia destes, estava andando por aí. Andava a esmo, sem saber onde sair. Mas apareceu em minha frente uma luz diferente, Me iluminou. Me abençoou.
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Um anjo de Deus aqui Anjo. Curou minhas feridas. Anjo. Iluminou a minha vida. Paz e alegria, trouxe para mim, Um anjo de Deus aqui. Fez luz em minha escuridão, Tudo fez sentido, Como água no deserto, Agasalho no inverno, Um anjo de Deus aqui. Anjo. Curou minhas feridas. Anjo. Iluminou a minha vida. Paz e alegria, trouxe para mim. Um anjo de Deus aqui. - André, a irmã Beatriz nos convidou para ir ver a nova capela de Santa Bárbara. Disse que seu projeto ficou excelente é que a obra está pronta. Faz questão que você vá, engenheiro André. - fala Sarah.
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- Fico contente. Quando você puder, nós vamos para a Ilha de Santa Bárbara. - digo. - Vamos agora, André! Hoje não temos atendimentos. Então partimos para a Ilha de Santa Bárbara. Sarah me segura firme e voamos, chegando rapidamente na ilha. - Parabéns André! Que lindo projeto! Vamos visitar a capela. - diz a irmã Beatriz. Chegamos e realmente a capela de Santa Bárbara ficou muito bonita. - Gostou André? Olho para o lado e vejo o mestre de obras Castor. Ele e sua equipe construíram a capela. - Adorei Castor! Parabéns! - digo. A capela ficou realmente linda. Peças de um quebra cabeça que não se encaixam, acorde fora da melodia, sal no doce, neve no verão. Tem momentos assim...
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Tem momentos assim, asas de um querubim, a abençoar. Na chuva ou no sol, seu olhar, um farol lá no mar. Luz na escuridão, um caminho seguro a mostrar. Seu sorriso, uma flor com cores vibrantes a enfeitar Este mundo inconstante, a paz e harmonia trará. Quem me dera estivesse em meus braços, meus sonhos, alegrar. Um sonho, um anjo, um devaneio ? Habitante de minha alma, será ? Só sei que para mim és real. Alegria e paz a me iluminar. Anjo. Ilumina minha vida, Meu penar alivia, Tira minha tristeza, Paz se faz.
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Estático innterajo. Vejo o sol por detrás das nuvens correndo céleres. Meu pensamento também corre veloz. Corpo estático contemplo a formiga a carregar uma folha. O vento faz balançar os galhos da árvore do vaso próximo a mim. Movimento meu braço imitando o movimento dos galhos balançando. Estático como a árvore do vaso sinto o sol e o vento em mim. Engraçado me integrar com as plantas do quintal. Parece que compreendo e entendo o que elas expressam. Um momento, sinto que sou observado. Viro minha cabeça para trás e vejo o gato branco do vizinho na cobertura da lavanderia me olhando. Acho que ele pensa no porquê de eu não me mexer e ficar só sentado. Dali a pouco o felino pula no telhado, parecendo me convidar a ir também. Gosto de ficar no quintal. Estático innterajo... Hoje eu comprei um bonsai. Faz um tempo que tenho esta ideia. Por que ter um bonsai?. Acho que é algo que vou conseguir ajudar a cuidar. Um cachorro ou um gato eu não tenho condições físicas de tratar.
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Quem sabe ter um bonsai vai ser bom para mim. Hoje quando ele chegou eu coloquei um pouco de água no vasinho em que ele está plantado. Meu amigo bonsai...
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Hoje em dia vejo claramente onde a luz ilumina e onde não. Leio nas entrelinhas o que está em secreto. Consigo perceber o que as palavras tentam esconder. Não sei se isto é bom... Quem sabe seja importante esta sensibilidade para entender onde devo ou não ir, o que devo ou não fazer ou falar. Só quero viver sendo útil onde quer que eu vá. Que minha presença traga a energia boa de uma boa surpresa, o perfume agradável, o sorriso sincero. Se não for assim, não quero ir nem estar.
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- André, o que é o amor ? - me pergunta Sarah, esperando algo poético. Penso por algum tempo, querendo responder algo bonito. Digo então: - O amor é querer estar junto independente de qualquer coisa. Sarah, emocionada, me abraça.
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Corri buscando respostas em vão. Para perguntas que as respostas não estão aqui. Tanto tempo assim... Tanta coisa aconteceu. Tempestades, doença, conflitos, parestesia. Hoje estático reflito calmo. Hoje em dia meu corpo pouco se movimenta. Parece que me dizendo para me acalmar e entender, de uma vez por todas, que só Tu és Deus. Poderoso e Pai amoroso, que nunca nos deixa sem ajuda ou resposta. Esperar com fé. Às vezes o melhor pode não ser o que desejo. O melhor está por vir!
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A ilha de Sarah é um lugar abençoado. Vemos aqui a fé na pessoas e uma sociedade estruturada no respeito e amor. Cada habitante executa sua função com dedicação. Vejo aqui pessoas felizes. Aqui com certeza é uma das muitas moradas que Jesus Cristo citou em seus
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ensinamentos.
Onde estás, além de aqui em meus pensamentos ? À noite éramos só eu, você e as estrelas. Juras de amor ao vento, Éramos só nós a todo momento,
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Na praia, no bosque, nas ruas da cidade fria. Onde estás ? Além de aqui em meu coração?
Houve um dia em que a gente acreditava que tudo podia fazer, que tínhamos liberdade para escolher só o que gostava e o poder de dizer não ao que a gente achasse chato. Mas crescemos e a vida nos mostrou que não podia ser assim e acatamos pacificamente isto. Quantas vezes dissemos não a nossos sonhos e os enterramos com pensamentos medíocres. Mas sempre é tempo de sonhar e quem sabe reacender a velha chama e
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desenterrar aquela velha ideia, depende só de nós. Com certeza reviver nossos sonhos vai nos alegrar e recarregar as energias. Ainda visito sempre a Ilha de Sarah. Sempre recebo tratamentos e hoje sou terapeuta no mosteiro e engenheiro em várias obras e projetos.