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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
LOGÍSTICA COMO FATOR DE REDUÇÃO DO CUSTO DE
ESTOQUE
Por: Liz Eles de Holanda Cavalcante
Orientador
Prof. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
LOGÍSTICA COMO FATOR DE REDUÇÃO DO CUSTO DE
ESTOQUE
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Logística Empresarial.
Por: Liz Eles de Holanda Cavalcante
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por iluminar meus
caminhos, e aos meus Pais que me deram a
base para uma boa educação.
A todas as pessoas, que me ajudaram no
estudo de caso, expresso o meu
agradecimento.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho, a todos os colegas,
para quem o saber, é ser capaz de
compreender ou perceber um fato, uma
verdade, é distinguir a realidade, e o pensar é
meditar, refletir, raciocinar e definir uma
opinião com prudência e humanização.
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RESUMO
A monografia tem como objetivo principal A logística aplicada será vetor
para que os diversos setores da empresa possam elaborar um planejamento
adequado dos custos de produção e estocagem, eliminando os gastos
desnecessários. Para isso, foi desenvolvido um estudo de caso em uma
empresa do setor industrial, localizada no município de Camaçari, na Bahia. No
estudo foram apontados os problemas que levavam a empresa a possuir
estoque, bem como outros problemas decorrentes da deficiente comunicação
entre os departamentos e os setores. Na monografia foram indicadas possíveis
resoluções, com base na logística, para os problemas que levavam a
ocorrência dos custos com estoque.
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METODOLOGIA
A classificação metodológica indicada por GIL (1991; p.45-46), em que o
autor afirma que "... é possível classificar as pesquisas em três grandes
grupos: Exploratórias, Descritivas e Explicativas".
Pesquisas Exploratórias – Tem como principal objetivo, o aprimoramento
de idéias, ou a descobertas de intuições.
Pesquisas Descritivas – O objetivo principal desse tipo de pesquisa é a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou,
então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Pesquisas Explicativas – Tem como objetivo, registrar, analisar e
interpretar fenômenos.
Diante disso, a presente monografia buscará descrever a situação da
empresa ABC LTDA em nível de organização no que tange ao fluxo de
materiais e os impactos em seus diversos setores. E posteriormente serão
sugeridas melhorias para que a empresa possa atingir resultados melhores
(reduzir custos para aumentar a margem de ganho).
1.6.1 Técnica de Pesquisa
A pesquisa bibliográfica que é caracterizada como a maneira em que o
pesquisador se utiliza fontes tratadas de dados, ou seja, fontes em que outras
pessoas já discutiram trataram os dados e que tem direcionamento definido –
para que serve. Essa técnica será utilizada nesta pesquisa para que aplicada a
forma mais adequada da logística na empresa, tendo nos livros, revistas
especializadas, na Web e em diversos outros materiais disponíveis as fontes
fundamentais para embasar os possíveis resultados advindos da implantação
da logística nessa organização.
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1.6.2 Método da Pesquisa
No caso da implantação da logística na ABC LTDA, o método
selecionado foi o estudo de caso. Esse método possui a facilidade de focar
mais detidamente nos por menores de determinada organização, que devem
ser generalizadas através da indução às empresas com características
similares.
Contudo, para os fins do presente trabalho essa técnica supre de
maneira eficiente os objetivos do mesmo que é de analisar a situação real do
fluxo de materiais e gerar informações relacionadas às outras empresas. O
trabalho visa à implantação da logística nesse tipo de empresa, afim de, obter a
redução de estoque, e de uma forma generalizada reduzir os custos das
empresas similares, demonstrando assim, que a logística pode auxiliar na
redução do custo com a estocagem.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Conceito de Logística 11
CAPÍTULO II - Gerenciamento de Estoque 17
CAPÍTULO III – A Empresa 22
CAPÍTULO IV – Melhorias para a empresa ABC 34
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 44
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
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INTRODUÇÃO
A crescente competitividade no âmbito das empresas nos diversos
setores produtivos é uma das mais visíveis conseqüências da
internacionalização dos mercados, a globalização. Sendo esta possibilitada
pela abertura das economias em nível global, resultando na concorrência direta
entre as empresas.
No contexto empresarial global, as empresas devem continuamente
procurar reduzir seus custos e aumentar receitas para auferirem mais ganhos.
Nesse aspecto, o aumento da receita pode estar condicionado a fatores
mercadológicos, externos às empresas, o que implica dizer que a organização
tem pouca possibilidade de sozinha influenciar no preço e no volume ofertado
dos produtos para o mercado.
Por outro lado, os custos resultantes das diversas operações são tidos
como "controláveis" para as empresas. Isso, pois, a mesma pode planejar,
controlar e ajustar mais eficientemente os gastos com fatores de produção, sua
movimentação e a armazenagem. Desta forma, controlar os gastos com
matéria-prima, mão de obra, frete, seguro, energia, telefone, água, dentre
outros elementos que são utilizados na produção e comercialização dos
produtos da empresa, bem como planejar de maneira mais eficaz a estocagem
dos seus produtos.
"O estoque se caracteriza pela armazenagem e manutenção de
produtos acabados ou não, que são produzidos pelas empresas com a
finalidade de satisfazer com esses produtos os consumidores intermediários ou
finais." (DIAS 1993, p. 45)
Ainda assim, para que o controle dos custos, sobretudo com os
estoques, seja efetivo, a empresa necessita conhecer a sua estrutura e
apontar-nos diversos setores os seus custos correspondentes. Desta maneira,
10 a empresa estará "mapeada" e os custos poderão ser distribuídos conforme a
real necessidade da organização. Com isso, a empresa poderá apontar os
locais onde os custos devem ser reduzidos. Atingindo seus objetivos de obter
continuamente resultados positivos.
Nunca a redução de custos em todas as atividades foi tão requisitada
como atualmente. Essa redução é resultante de diversas dificuldades que se
encontram no cenário econômico mundial. (CHRISTOPHER, 1999, p. 52)
Para isso, a organização busca em diversas ferramentas transformar
esses objetivos em ações tangíveis (operacionais), onde a empresa, em todos
os seus níveis, participe de forma integrada na obtenção de resultados
positivos à gestão.
Nesse trabalho será dado enfoque à logística como fator de redução do
custo de estoque. Visto que o custo com a armazenagem dos produtos é
entendido como conseqüência do não planejamento da estocagem dos
produtos.
Para isso, selecionou-se uma empresa que não possui um planejamento
de estocagem de seus produtos acabados para servir de modelo para a
avaliação da logística com o objetivo de redução do custo de estocagem.
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CAPÍTULO I
CONCEITO DE LOGÍSTICA
A palavra Logística – de origem francesa (do verbo loger: "alojar"); era
um termo militar que significava a arte de transportar, abastecer e alojar as
tropas.
Tornou, depois, um significado mais amplo, tanto para uso militar como
industrial: a arte de administrar o fluxo de materiais, da fonte para o usuário.
Logística é a parte do processo da cadeia de suprimento que planeja e
implementa e controla o eficiente e efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços
e informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando
atender ao requisitos dos consumidores.
Na definição de FERREIRA (1986), Logística, do francês Logistique,
significa a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de
atividades de projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento,
transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material, tanto
para fins operativos como administrativos.
Como se percebe pela definição do termo, a função da logística é
principalmente ser o elo de ligação em um processo que pode começar com
um fornecedor e encerrar com um cliente em outra ponta da “cadeia”.
Atualmente, o termo logística tem sido muito utilizado, pois o processo
de gestão da cadeia de suprimentos nas empresas pode significar a diferença
entre a empresa lucrativa e a deficitária.
A gestão do processo logístico tem sido hoje grande diferencial
competitivo, pois com o passar dos tempos os consumidores tornaram-se
12 também mais exigentes com relação a qualidade dos produtos, tempo de
produção e ciclo de vida dos produtos, prazo de entrega e mais recentemente,
com o índice de inovações tecnológicas incorporados aos produtos.
O que no passado eram pequenos incômodos do consumidor, tornaram-
se hoje em rotina de preocupação para as organizações.
O fator preço do produto, na maioria das vezes era sequer questionado
pelo consumidor, como bem pode-se lembrar das famosas máquinas de
remarcar preços nos supermercados, pois os altos índices inflacionários, em
grande parte encobriam a incompetência administrativa das organizações e
iludiam os consumidores, pois o dinheiro perdia seu valor a todo dia.
Com a implantação do plano real e o controle da inflação sendo
conseguido, mais a vontade do consumidor em colaborar com a estabilidade da
nova moeda, restou às empresas investirem em novos processos de gestão de
custos, pois em não mais existindo taxas exorbitantes de aplicações no
mercado financeiro, os excedentes de caixa passaram a ser aplicados nas
empresas, através de novos produtos, novas máquinas e novos processos
produtivos. Após isso, a logística começou a se desenvolver, auxiliando
grandemente no processo de gestão das empresas.
1.1 HISTÓRICO DA LOGÍSTICA.
Se pararmos para analisar, observaremos que a logística esta presente
desde a época colonial onde todas as nações faziam trocas e vendas de
mercadorias através do transporte marítimo.
Mais no inicio de 1991, a logística, demostrou sua importância. Como
preparação para guerra do golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que
deslocar grandes quantidades de materiais a grandes distâncias, com tempo
13 curto.
Meio milhão de pessoas e mais de meio milhão de matérias e
suprimentos tiveram que ser transportados através de 12 000 quilômetros por
via aérea, mais 2.3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por
mar em questão de meses, usando recursos da logística.
Ao longo da história do homem as guerras têm sido ganhas e perdidas
através do poder e da capacidade da logística, ou a falta deles. Enquanto os
generais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística,
estranhamente, apenas num passo recente é que às organizações empresarias
reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter na
obtenção da vantagem competitiva. Em parte, deve-se esta falta de
reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos benefícios da logística
integrada (KOBAYASHI, 2000).
1.2 LOGÍSTICA EMPRESARIAL – A PERSPECTIVA
BRASILEIRA.
O conceito de logística empresarial no Brasil é bastante recente. O
processo de difusão teve inicio, de forma ainda tímida, nos anos da década de
90, com processo de abertura comercial, mas se acelerou a partir de 1994,
com a estabilização econômica propiciada pelo plano real.
O ambiente altamente inflacionário que caracterizou o país por cerca de
duas décadas, combinando com uma economia fechada e com baixo nível de
competição, levou as empresas a negligenciarem o processo logístico dentro
das cadeias de suprimento, gerando um atraso de pelo menos 10 anos em
relação às melhores práticas internacionais. Atualmente diversas empresas
brasileiras estão investindo em uma serie de ferramentas importantes para o
planejamento e controle de estoques, custos e sistema de informações
geográficas.
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A logística dos tempos modernos conta com a tecnologia e nos
possibilitam adequar os recursos disponíveis no nosso país. A meta é buscar
eficiência na alocação de recursos para movimentar ou escoar bens, na
quantidade certa que a cadeia logística pode tratar.
1.3 OBJETIVOS DA LOGÍSTICA.
Segundo a Sole (Society of Logistics Engineers), as finalidades da
logística podem ser compreendidas nos "8 Rs" a seguir:
• Right Material (materiais justos)
• Right Quantity (na quantidade justa)
• Right Quality (de justa qualidade)
• Right Place (no lugar certo)
• Right Time (no tempo justo)
• Right Method (com método justo)
• Right Cost (segundo o custo justo)
• Right Impression (com uma boa impressão)
Um dos objetivos da logística é aumentar o grau de satisfação do cliente.
A logística agrega valor entre o fornecedor e cliente, quando a fica integrada. É
fundamental obter a integração que vem do cliente objetivando o compromisso.
1.4 A TECNOLOGIA E A LOGISTICA.
A tecnologia da informação, os recursos tecnológicos materiais e os
serviços oferecidos para o processo logístico estão evoluindo constantemente
e desta forma as empresas podem fazer as suas escolhas, diante de diversas
opções, tanto de software como de equipamentos, indo em busca daquilo que
mais se adequa às suas necessidades.
15 Dentre estes recursos disponíveis no mercado pode-se citar diversos, os
quais abrangerão as necessidades de todos os tipos de usuários como:
• Consultoria e treinamento (Assessoria, projetos, palestras e eventos);
• Recursos de movimentação e armazenagem (Balanças, revestimentos
de pisos, demarcações, faixas, portas especiais, cortinas, escadas,
rampas, produtos de segurança, alimentadores, redutores e imóveis);
• Estruturas de estocagem (Armazéns, galpões, reservatórios, tanques,
silos mezaninos, pontes rolantes, transelevadores, armários modulares,
gaveteiros, carrosséis verticais e horizontais e sistemas de estocagem);
• Serviços de logística (Operadores logísticos, armadores, desembaraço
aduaneiro, terminais diversos, armazéns gerais, motoboys, distribuição
física, transportes marítimos, aéreo, ferroviário, rodoviário, terceirização
de mão-de-obra para movimentação, gestão de embalagens retornáveis,
seguros e escoltas de cargas;
• Identificação e automação industrial e comercial (Código de barras
(etiquetas impressoras, coletores, scanners, terminais de
radiofreqüência, software), softwares (WMS, estoque, ERP, MRP, SCM,
de simulação, sistemas logísticos e otimização de cargas, de transporte
e frota, rastreadores);
• Transportadores contínuos (correias, correntes, canecas, elevadores,
assessórios para transportadores contínuos, carregadores,
transportadores diversos);
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• Embalagens, recipientes e utilizadores (Racks, caçambas, paletes e
acessórios, estrados, caixas engradados, aplicadores diversos,
cantoneiras para reforço de embalagens, estabilizadores de caixas,
embalagens (impressoras, máquinas para fechamento, separadores)
• Veículos e máquinas industriais (Empilhadeiras, carrinhos, carretas,
caminhões, carros elétricos, escavadeiras, guindastes, pás-
carregadeiras, retroescavadeiras, guinchos, rebocadores, tratores).
A combinação desses aplicativos conduz para a otimização do sistema
logístico e melhora o processo de gestão integrada dos diversos componentes,
ou seja, estoques, armazenagem, transporte, processamento de pedidos,
compras e manufatura.
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CAPÍTULO II
GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Segundo o Prof. Richard Barros, a administração de matérias é o
planejamento, coordenação, direção e controle de todas as atividades ligadas à
aquisição de matérias para formação de estoques, desde o momento de sua
concepção até seu uso final.
O gerenciamento de estoques é um conjunto de atividades que visa, por
meio das respectivas políticas de estoque, ao pleno atendimento das
necessidades da empresa, com a máxima eficiência e ao menor custo, através
do maior giro possível de capital investido em materiais.
Dessa forma, a gestão de estoque vem com o objetivo de otimizar o
investimento em estoques, aumentar o uso eficiente dos meios internos da
empresa, minimizando a necessidade de capital investido.
Com base na citação acima do Prof. Barros podemos analisar que a
gestão de estoque é uma alternativa de baixar custos compartilhado dados de
estoque e venda para reposição de mercadoria de acordo com a demanda.
Segundo Prof. Barros, existem 7 razões para se ter estoques, 5 razões
para não se ter estoques e 7 custos de se ter estoques.
2.1 RAZÕES PARA SE TER ESTOQUES
• Proporcionar certo nível de segurança em ambientes complexos e
incertos;
• Necessidade de continuidade operacional;
• Incerteza da demanda futura ou de sua variação ao longo do período de
planejamento;
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• Disponibilidade imediata do material nos fornecedores e cumprimento
dos prazos de entrega;
• Economias inflacionárias (benefícios em função das variações dos
custos unitários);
• Segurança contra riscos de problemas de produção do fornecedor
(greves);
• Políticas de Compras (fornecedor exclusivo, preços, etc.).
2.2 RAZÕES PARA NÃO SE TER ESTOQUES.
• São custosos, empatam considerável quantidade de capital;
• Os itens podem deteriorar, torná-se obsoletos ou perderem-se;
• Ocupam espaços valiosos.
2.3 CUSTOS DE SE TER ESTOQUES.
• Quantidade de material no estoque;
• Tempo de permanência no estoque;
• Mão-de-obra (salários) e equipamentos utilizados;
• Encargos sociais;
• Custos indiretos como: água, luz, seguro, aluguel, etc;
• Depreciação;
• Obsolescência.
Diante disso, observamos que em toda organização se deve ter uma boa
gestão de estoque para que não haja problemas futuros entre (fornecedor x
cliente).
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2.4 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUE.
Por estoques, entende-se todo e qualquer depósito de mercadoria ou
matéria-prima para produção ou venda em data futura. Na concepção de
CORRÊA et all (2000:45), “ estoques são acúmulos de recursos materiais entre
fases específicas de processos de transformação”. Logicamente, que a
definição retro está voltada muito mais para empresas industriais, onde se
concebe a transformação de uma matéria-prima qualquer em um produto,
todavia, existem também os estoques de mercadorias para revenda, que
também podem ter tratamentos diferenciados.
Algumas das razões da existência dos estoques segundo CORREA et all
(2000) são a impossibilidade ou inviabilidade de coordenar suprimento e
demanda, quer por incapacidade, pelo alto custo de obtenção ou por restrições
tecnológicas; com fins especulativos, pela escassez ou pela oportunidade; com
a finalidade de gerenciar incertezas de previsões de suprimento e/ou demanda,
na formação de estoque de segurança.
A gestão de estoque tem seu papel fundamental dentro da organização,
pois é através dela que o gestor toma as decisões corretas (KOBAYASHI,
2000).
Diante dessa concepção, a gestão de estoque ajuda na eficiência e do
controle. A informação é fundamental na gestão de estoque.
O estoque é responsável entre 20% a 30% do custo da empresa, a partir
daí (KABAYASHI, 2000) afirma que às empresas devem manter um estoque
inteligente onde as empresas devem analisar as compras dos clientes (qual o
produto que mais compra), os mix de produtos se são variados ou não.
"As empresas podem manter um nível de estoque maior dos produtos
mais vendidos" (BARROS, 2003).
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2.5 MISSÃO DO PROFISSIONAL GESTOR DE MATERIAIS.
Diante de tudo que foi analisado, podemos dizer com base no autor
(KOBAYASHI, 2000) que as missões do gestor de materiais são:
Assegurar um satisfatório padrão de qualidade no atendimento das
necessidades de seus clientes (externos e internos);
Assegurar e elevar a produtividade da empresa, administrando os
materiais, recursos e as informações relacionadas.
2.6 TIPOS DE ESTOQUE.
Os estoques podem ser classificados em diversos tipos, conforme se observa a
seguir.
• matéria-prima: esse tipo de estoque requer alguma forma de
processamento para ser transformada em produto acabado. A utilização
é diretamente proporcional ao volume de produção;
• Produtos em processo: em um processo de produção, considera-se
produtos em processo os diversos materiais que estão em diferentes
fases do processo produtivo. Corresponde a todos os materiais que
sofreram algum tipo de transformação, porém não atingiram a forma final
do produto a ser comercializado;
• Materiais de embalagem: correspondem as caixas para embalar
produtos, recipientes, rótulos etc.
• Produto acabado: compreendem os produtos que sofreram um processo
de transformação e estão prontos para ser vendidos;
• Suprimentos: neste tipo de estoque, estão inseridos todos os itens não
regularmente consumidos pelo processo produtivo. São os componentes
21 utilizados para a manutenção de equipamentos, instalação predial,
dentre outros.
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CAPÍTULO III
A EMPRESA
A empresa ABC LTDA está localizada no Rio de Janeiro, sua atividade
principal está ligada ao setor têxtil. Funciona a cinco anos, sendo que seu
desenvolvimento traduz o crescimento do setor têxtil, dado os investimentos
ocorridos nesta organização e a evolução no nível de recursos humanos,
notadamente nos últimos dois anos.
3.1 MISSÃO DA EMPRESA.
Desenvolver, produzir e comercializar tecidos técnicos, investindo em
pesquisas e inovações com tecnologia e qualidade, buscando, desta maneira,
atender com excelência e ética as exigências do mercado e satisfazendo
plenamente as necessidades de nossos clientes.
3.2 VALORES DA EMPRESA.
• Inovação Permanente - Investimos no desenvolvimento de tecnologias
de ponta com enfoque em alta produtividade e excelência do produto,
mantendo padrões inflexíveis de qualidade, com alta produtividade,
objetivando avançar e sustentar posições no mercado.
• Integridade - Todas as nossas ações são conduzidas com honestidade,
justiça e ética, de forma a produzir relacionamentos internos e externos
respaldados em um elevado grau de credibilidade.
• Empenho e Compromisso com Resultados - Assumem riscos
inteligentes, direcionando nossas iniciativas de modo determinado,
responsável e capaz, comprometendo-nos a realizar com zelo,
persistência e responsabilidade todas as nossas atribuições frente aos
23 clientes, que são nosso maior canal de divulgação.
• Trabalho em Equipe - Formamos uma equipe de trabalho em que
prevalecem os méritos do grupo. Sucessos e eventuais fracassos são
compartilhados, exercitando-se sempre a solidariedade, a participação,
a integração e a humildade, objetivando manter em alta a motivação e
oferecer condições de crescimento e realização profissional.
• Valorização do Capital Humano - Investimos no desenvolvimento de
talentos humanos, valorizando iniciativas, treinando e aproveitando
habilidades, oferecendo aos nossos clientes profissionais altamente
qualificados, capazes de oferecer serviços diferenciados e consolidando
relações saudáveis e justas que possibilitem contínua melhoria da
qualidade de vida no trabalho.
• Pontualidade – Buscamos excelência no atendimento e procuramos
garantir a qualidade de nossos serviços através de soluções eficazes,
com custos operacionais adequados e rigorosos cumprimento dos
prazos acordados.
• Flexibilidade – Operamos com variados modelos comerciais, a fim de
adaptarmos o fornecimento de produtos e serviços à realidade e
necessidade de cada cliente.
3.3 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ABC LTDA.
A empresa ABC está dividida em três departamentos, os quais estão
subordinados diretamente à Diretoria Geral, que por sua vez, recebe o apoio de
Órgãos Consultivos (composto por empresas de Advocacia). Os três
departamentos que compõem a estrutura organizacional da ABC são: a
Produção, o Comercial e a Controladoria. Estes departamentos estão apoiados
em diversas áreas para o melhor desempenho dos mesmos.
24
• A Produção responde desde o recebimento físico da matéria-prima, a
armazenagem de todos os produtos (matéria-prima e produto acabado),
a transformação da matéria-prima em produto acabado e a liberação
física do produto vendido. Para isso, esse departamento conta com 08
setores, sendo que estes desempenham as seguintes funções:
• Planejamento e Controle da Produção (PCP) – Especifica todos os
detalhes para a produção, detalha a matéria-prima a ser utilizada,
especifica a engrenagem para a construção do produto solicitado e
ordena a quantidade do produto acabado a ser produzido.
• Expedição – Libera a matéria-prima especificada pelo PCP.
• Máquina do Processo Intermediário – Transforma a matéria-prima em
um produto intermediário para que esse possa ser utilizado na Máquina
do Processo Final. Cabe ressaltar que essa transformação intermediária
é necessária, pois a estrutura funcional da Máquina do Processo Final
não consegue fazer a produção por meio da matéria-prima da maneira
que esta é recebida do fornecedor.
• Máquina do Processo Final – Transforma a matéria-prima em produto
acabado, seguindo as especificações ditadas pelo PCP.
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26
• Embalagem – Embala o produto final e faz a etiquetagem do produto
final.
• Produtos – Encaminhados para serem alocados na expedição ou
mesmo para serem imediatamente liberados para o cliente.
• Manutenção – Compreende a mecânica e a elétrica da empresa, sendo
acionada tanto em nível preventivo quanto corretivo.
• Controle da Qualidade (CQ) – Responde pelas especificações (padrão
de fabricação, causas dos defeitos quando ocorrerem, separação dos
produtos não conformes).
• O departamento Comercial é ligado à venda dos produtos da empresa,
para isso possui 05 (cinco) setores de apoio:
• Vendas Nacionais – Venda dos produtos dentro do país, sendo estas a
maioria dos clientes da empresa ABC.
• Venda Exterior – Apesar de contar com uma carteira de clientes
nacionais respondendo por cerca de 90% das vendas a empresa
também possui clientes fora do Brasil, situados na América do Sul.
• Vendas por meio Eletrônico – Serviço a ser implantado para maior
agilidade no recebimento dos pedidos, além de reduzir o tempo com o
cadastramento de novos pedidos e na verificação da situação legal e
financeira do cliente.
• Desenvolvimento – Área em processo de implantação, cuja principal
atividade será fortalecer o relacionamento com clientes, descobrindo
novos produtos que satisfaçam as necessidades dos clientes.
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• Marketing – Desempenha a função de cuidar para que o produto
satisfaça às necessidades do cliente, o preço esteja em conformidade
com a realidade do mercado, esteja no lugar certo e a imagem da
empresa seja trabalhada de maneira positiva.
• A Controladoria é o departamento que trabalha com a parte burocrática
da empresa. Para isso, conta com 08 (oito) setores:
• Tesouraria – Pagamento das obrigações e recebimentos dos valores da
empresa.
• Contabilidade – Registro de todos os acontecimentos financeiros e
econômicos da empresa, além da confecção de relatórios de apoio para
que a Controladoria e Diretoria Geral possa tomar decisões mais
seguras e condizentes com a realidade da empresa.
• Setor Fiscal – Registro e Controle das obrigações fiscais da empresa
junto aos diversos órgãos governamentais (Município, Estado e União).
• Serviços Gerais – Responsável pela limpeza, transporte de documentos,
manutenção de suprimentos em geral.
• Setor Pessoal – Responde pelo registro dos empregados, legalização,
exames (admissional, demissional e periódicos), registro de entrada e
saídas dos empregados na empresa.
• Informática – Cuida do efetivo funcionamento dos computadores e da
rede da empresa.
• Analista Contábil – Análise do resultado contábil divulgado pela
Contabilidade, além de acumular o cargo de auditor contábil interno da
empresa.
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• Recursos Humanos – Responsável pelo recrutamento, treinamento e
desligamento dos empregados da empresa.
A empresa ABC mostra ser "enxuta", dado que não possui muitos
departamentos, sendo que nos departamentos, os setores desempenham
funções pontuais possibilitando um maior controle por parte das gerências
sobre os órgãos a eles subordinados.
O cumprimento das funções supramencionadas pelos respectivos setores e
departamentos poderia ter um impacto positivo para a empresa, visto que
esses setores possuiriam competência para desempenhar com eficiência suas
atividades, e conduziria a empresa a possuir reduzidos desperdícios. Contudo,
o não exercício de alguma(s) função(ões) de algum departamento poderia
trazer conseqüências adversas no resultado da empresa. Essas conseqüências
têm a possibilidade de ser maior quanto maior for à área afetada.
Nesse aspecto cabe verificar o fluxo produtivo real da empresa ABC
para que se possa inferir sobre os pontos positivos e negativos. Isso, pois, a
produção responde por grande fatia dos custos/despesas da empresa em
análise.
29
Fonte: O Autor
30 Através da análise do fluxograma acima se pode inferir que o
departamento de Produção está desempenhando a função do departamento
Comercial, no momento em que o cliente se comunica diretamente com o PCP.
Dois motivos podem ser apontados como negativos nessa situação: a
competência para receber, analisar e tratar os pedidos é do Comercial e o PCP
acaba acumulando mais uma função, contando com os mesmos empregados
para uma maior demanda de funções.
Outro fator relevante é que o Comercial e a Controladoria são os
departamentos que mantém relacionamento com os clientes, possui o cadastro
deles e também o histórico de transações destes. Nesse aspecto, a empresa
incorre no risco de liberar a produção de determinado produto e no momento
da venda o cliente adquirir somente parte ou mesmo não adquirir o produto,
conseqüentemente, a empresa ficaria com produto acabado estocado, tendo
como alternativa para comercializar tal produto vendê-lo a um preço menor do
que o acordado com o cliente. Essa possibilidade poderia ser reduzida se o
departamento Comercial (que deve possuir o histórico de vendas e o
conhecimento da capacidade produtiva do cliente) recebesse e mantivesse
contato com o cliente a fim de obter uma confirmação do mesmo acerca do
pedido do produto por ele efetuado.
Além dos problemas citados acima, cabe apontar que todo processo
produtivo – a transformação da matéria-prima em produto acabado – pode
possuir desperdícios, sendo necessária uma análise detalhada desse processo
e da estrutura organizacional da empresa, bem como o conhecimento da planta
da empresa (estrutura funcional) para que se possam apontar melhorias (se
forem necessárias) para a redução dos desperdícios ocorridos nas etapas
anteriores, posteriores e na produção propriamente dita da empresa aspecto
dois fatores serão explorados como macro causas (as deficiências
organizacionais e as deficiências estruturais da empresa) dos desperdícios. As
deficiências organizacionais podem ser interpretadas como fatores
administrativos, de dentro da organização, a falta de comunicação entre os
31 departamentos pode ser encarada como uma deficiência organizacional. Por
outro lado, as deficiências estruturais podem ser explicadas como deficiências
ligadas a planta da empresa, a localização inadequada do galpão é uma
deficiência estrutural.
3.4 DEFICIÊNCIAS DA EMPRESA ABC LTDA.
No contexto interno da empresa existem três tipos de recursos: o
humano, o físico e o financeiro. Todos esses devem ser tratados de maneira
integrada, visto que a empresa depende de uma ótima união desses fatores.
Contudo, os recursos humanos e físicos serão tratados mais detidamente na
abordagem de causa de desperdícios na empresa, já que os desperdícios a
serem listados não têm como causadores (diretos) os setores ligados à área
financeira.
Dessa forma, "os desperdícios foram tratados como deficiências, tendo
duas formas de serem geradas: as deficiências organizacionais e as
deficiências estruturais" (RODRIGUES, 2003).
3.4.1 Deficiências Organizacionais
As deficiências organizacionais são desperdícios ligados, normalmente,
à administração da empresa e da comunicação entre os departamentos e os
setores.
Desta forma, listaram-se as seguintes deficiências:
• Falta de comunicação/informação entres os setores.
• Falta programação da chegada de matéria-prima, tendo como
conseqüência a ocorrência excessiva de hora-extra.
• Falta de programação para embarque do produto acabado.
32 As solicitações de pedido do cliente vão diretamente para o setor da
produção.
O transporte chega fora do horário, no horário e depois do horário isso
tudo por uma falta de programação. Quando o transporte chega fora do horário
tem-se o custo com alimentação dos empregados da transportadora. Quando
chega no horário, na maioria das vezes, o produto a ser embarcado ainda não
terminou de ser produzido, embalado e etiquetado. Quando o transporte chega
depois do expediente tem-se custo com hora extra com o pessoal da
expedição.
• Estoque alto (excesso de produto não conforme).
• Falta de planejamento na manutenção das máquinas de movimentação
– empilhadeira (gerando aluguel dessas máquinas) devido ao fato de
que essa manutenção não ocorre em dias com pouca demanda pela sua
utilização.
• Produto Acabado parado no estoque a mais de ano.
3.4.2 Deficiências Estruturais
Deficiências ligadas a estrutura da empresa, ao mau planejamento na
planta, a má localização do galpão. Esses fatores são de resolução mais
demorada, visto que demandam, normalmente, mais dispêndio de recursos
financeiros, o envolvimento de mais pessoas externas à empresa e
necessidade de um planejamento acurado, visto que mudanças após o término
é mais restrita. Na empresa ABC, as deficiências apontadas foram:
• Galpão inadequado para armazenar o P.A (produto acabado) e a M.P
(matériaprima)
• Localização incorreta do galpão.
• Custo operacional alto (alto número de manuseio com o produto).
• A falta de uma rampa na expedição para fazer o carregamento e
33 descarregamento faz com que a empresa ABC pague para outra
empresa pelo uso de sua rampa.
34
CAPÍTULO IV
MELHORIAS PARA EMPRESA ABC LTDA
As deficiências apresentadas pela empresa ABC têm impacto direto no
seu custo com estocagem, visto que as deficiências organizacionais são as que
mais contribuem para a formação do custo com estoque. A falta de
comunicação entre os departamentos é uma das causas mais relevantes para
a ocorrência desse custo, dado que a não comunicação leva a produção de
produtos que os clientes podem não efetuar a sua compra, como conseqüência
o produto fica parado no galpão, imobilizando o capital investido pela empresa
na produção daquele produto.
Outro fator que deve ser ressaltado é que as mudanças devem ocorrer
gradativamente e de maneira planejada para a sua efetiva realização. Para
isso, as melhorias propostas para a empresa ABC seriam três etapas:
• As melhorias primárias
• As melhorias secundárias
• As melhorias terciárias
Além disso, é necessário analisar o impacto dessas mudanças, tendo
em vista o fluxo que vai desde o pedido de venda do produto até a chegada
deste produto ao cliente, cujo objetivo dessa análise, também, é descobrir em
que locais a empresa poderia melhorar sua performance para proporcionar ao
cliente menor tempo de entrega e maior qualidade do produto – ressalte que o
produto quando acaba de ser produzido apresenta níveis de qualidades entre
os melhores do setor.
Porém, antes discutir quaisquer tipos de mudanças na empresa, deve-se
mencionar a importância do redesenho prático das funções dos departamentos,
e que o efetivo funcionamento dos departamentos irá contribuir sobremaneira
para que a introdução seja possibilitada.
35 Os pedidos solicitados devem passar pelo departamento comercial e
após o recebimento, envia o departamento de produção para verificá-la com o
setor de expedição se há produto e quantidade solicitada no estoque. Se
houver o produto no estoque, a Produção informa ao Comercial. Se não tiver,
verificar, na Expedição se há matéria-prima para fabricação do produto, se
houver informar ao PCP, este setor irá programar o produto a ser produzido,
informando ao departamento Comercial o prazo para a entrega do pedido. Se
não houver matéria-prima no estoque, informa ao departamento de
Controladoria, via setor de Compras para efetuar a aquisição da matéria-prima
desejada.
4.1 MELHORIAS PARA EMPRESA ABC LTDA
4.1.1 Melhorias Primárias
As melhorias primárias serão consideradas todas as mudanças
atribuídas aos aspectos organizacionais. Isso, pois, as mudanças nos fatores
em nível organizacional são mais flexíveis, dado que não estão atreladas a
altos investimentos, como nas mudanças estruturais. Além disso, conta com
um aspecto favorável, que é fato de os departamentos, apesar da pouca
comunicação formal, contam com um sistema informal de comunicação entre
os empregados muito intenso.
36
Esse fato explica, inclusive, o sucesso de algumas ações entre os
departamentos, tais como: o cancelamento da produção de alguns produtos ou
mesmo a troca em tempo hábil de alguns produtos, possibilitado pela
comunicação informal. Contudo, esse tipo de comunicação é positiva para a
empresa, mas esta se dá entre pessoas e, portanto, pode estar fora do controle
da empresa.
Implantação de um quadro de aviso da chegada de matéria-prima, para
a visualização dos departamentos, sendo a atualização feita conforme a
característica de cada matéria-prima.
Implantação de um quadro aviso, exclusivamente, para o departamento
de Produção – compreendendo os setores de Expedição e Planejamento e
Controle da Produção.
Como foi anteriormente explicitado, o departamento Comercial necessita
receber o pedido de compra do produto diretamente do cliente e de maneira
formal (formulário, requisição padronizada pela empresa, contato por e-mail de
pessoas devidamente autorizadas pela empresa), essa atitude pode ser
entendida como uma ação da empresa ABC para reduzir as possibilidades de
algum pedido não se tornar uma venda.
A existência de produtos não conforme, ou seja, produtos com muitos
defeitos são gerados devido a falta de treinamento do pessoal e pela falta de
manutenção das máquinas. A solução para esse acontecimento é a empresa
dar treinamento para todos os empregados e também criar um Plano de Ação
para trabalhar diretamente com os empregados que mais deficiências estão
demonstrando, conforme o número de erros em seu horário de trabalho. Além
disso, a empresa deve planejar os períodos em que as máquinas irão sofrer
manutenção. A empresa deve estar atenta para o fato de que a melhoria da
qualidade dos seus produtos é fator de fidelização dos seus clientes.
37
Outro item que a empresa necessita possuir planejamento prévio para a
sua manutenção são as máquinas de movimentação (empilhadeira), que por
diversas vezes está em manutenção nos horários mais críticos de necessidade
de sua utilização. Como conseqüência, a empresa acaba pagando o aluguel
desse tipo de máquina.
A empresa conta também com o problema de possuir produtos
acabados parados no estoque há mais de um ano. Esse problema envolve,
pelo menos, três fatores: a falta de uma confirmação formal por parte do cliente
quando do pedido do produto, a falta do planejamento na produção e a baixa
qualidade do produto. A solução para esse problema é a venda ao preço que o
mercado está disposto a pagar por esses produtos, dado a baixa qualidade e
implementar imediatamente as melhorias supramencionadas.
4.1.2 Melhorias Secundárias
A empresa deve adequar o seu galpão às características de seu
estoque. Para isso, deve mudar a localização do galpão e aumentar as suas
dimensões. Um fator relevante, é que a empresa conta com espaço no fundo
da fábrica, o que possibilitaria a construção de um novo galpão. Além disso, a
empresa sanaria um segundo problema, que é o piso inadequado para o
funcionamento da empilhadeira – o que vem proporcionando diversos
problemas para essa máquina. Outro fator crítico que deve ser resolvido com
essa construção é a sinalização adequada das áreas de trânsito de pessoas,
das máquinas e dos materiais (Matéria-Prima e Produto Acabado).
Implantação de um Sistema (ERP) onde todos os departamentos possam ter
informações que envolvam suas funções.
O alto manuseio do produto é um fator que tem origem no inadequado
lay-out do galpão. O que ocorre é que os operadores, pela falta de espaço,
constantemente mudam os produtos acabados de local, essas mudanças
38 influenciam no risco de dano ao produto, dado que além do pouco espaço para
a armazenagem, têm-se um piso inadequado para o funcionamento das
empilhadeiras, o que facilita ainda mais os riscos de defeito nessa máquina
também.
Outro item crítico à melhoria definitiva do sistema de carregamento e
descarregamento da empresa ABC LTDA é a falta de uma rampa, o que vem
forçando a empresa pagar o aluguel do espaço de utilização da rampa em
outra empresa. Essa deficiência tem ocasionado alguns problemas, um deles é
o fato de que a empresa ABC tem que adequar o horário de carregamento e
descarregamento dos seus produtos aos horários em que a empresa que aluga
o espaço não esteja utilizando sua rampa. A solução dessa deficiência virá com
a construção adequada do galpão e consequentemente, será feita a construção
da rampa.
Uma etapa fundamental para o efetivo sucesso dessas mudanças é o
treinamento das equipes (com base na NB-443, da ABNT, 1979 – que trata do
carregamento, movimentação, fixação e contêiner) de operação das funções
ligadas ao galpão (armazenamento, carregamento e descarregamento). Isso,
pois, instrumentalizará o operador dos equipamentos para a utilização correta
dos mesmos e também será vetor para a redução do tempo para a
armazenagem e liberação dos produtos.
4.1.3 Melhorias Terciárias
O sucesso das melhorias primárias e secundárias poderá servir de base
para a melhoria terciária (combinada), que seria uma maior eficiência para a
empresa quando da combinação dos benefícios gerados pelos fatores
organizacionais e estruturais. Assim, a melhoria terciária seria um ganho maior
para a empresa devido ao esforço desta na implantação das melhorias em
nível organizacional e estrutural.
39 Desta maneira, pode-se apontar-se duas conseqüências provenientes
da combinação das melhorias primárias e secundárias. Estas são:
Qualidade maior do produto em função do planejamento das atividades,
treinamento de todo o pessoal da empresa, manuseio de todas as máquinas,
armazenamento de todos os produtos (Produto Acabado, Produto em Processo
e Matéria-Prima) e infra-estrutura adequada.
Redução do tempo de entrega do produto ao cliente.
Essas melhorias representam à essência do que propõe a logística
empresarial, que é de facilitar o fluxo dos produtos, assim "Através de
planejamento, organização e controle efetivos para as atividades... visam
facilitar o fluxo de produtos. A Logística é assunto vital" (Ballou, 1993, p.17).
Desta forma, a empresa ABC LTDA ao implementar mudanças em nível
organizacional, que seja representada pela comunicação mais adequada entre
os departamentos, a implantação e utilização efetiva de um sistema de
armazenamento de dados que possibilite aos departamentos a consulta e
manipulação desses dados de maneira rápida e confiável, de modo que
decisões possam ser tomadas em menor tempo possível e também a maior
integração entre os setores (formalmente) inter e intra departamentos.
Além das mudanças organizacionais, as mudanças estruturais é também
fator crítico ao sucesso da empresa. Isso, pois, ficou evidente a deficiência da
empresa em pontos estratégicos, tais como: carregamento dos produtos
acabados – onde a empresa, além de alugar a rampa de uma outra
organização, tem que esperar o momento em que esta rampa esteja ociosa
para a outra empresa para que o seu carregamento seja realizado. Tendo,
esse fato, algumas conseqüências para a empresa, o atraso na entrega dos
produtos, além do custo com hora-extra do pessoal da empresa ABC LTDA, o
gasto com o aluguel da rampa e custos adicionais com a alimentação (em
muitos casos) do pessoal da empresa transportadora.
40
Então, as melhorias listadas nos tópicos acima podem conduzir a
empresa a melhor competitividade, dado que no atual ambiente empresarial,
onde a concorrência em nível global marca a nova ordem do comércio, as
melhorias em nível interno podem auxiliar a empresa estar inserida entre as
melhores organizações, por ofertar um produto em tempo hábil e de qualidade
aos seus clientes.
41
CONCLUSÃO
A busca pela eficiência dos processos é um dos fatores prioritários para
as empresas na atualidade. Esses processos podem ser considerados tantos
os produtivos quanto os burocráticos (administrativos). Nesses, as
organizações objetivam diminuir seus custos, mas essa redução nos custos
também considera os impactos gerados com as mudanças inerentes ao novo
processo de realização da mesma atividade.
De fato, a eficiência dos processos empresariais reside em utilizar os
recursos físicos, humanos e financeiros ao máximo pelo menor custo possível.
Dessa forma, no atual ambiente competitivo, as empresas precisam acabar
com os desperdícios, que ocorrem devido a deficiências em alguns
departamentos ou setores. Portanto, a busca pela redução de custos inicia-se
pela revisão nas atividades desenvolvidas pelos diversos departamentos e
setores da entidade produtiva.
A análise das deficiências da empresa pode revelar a causa de um dos
problemas mais apontados pelas organizações na atualidade que é o estoque.
Em verdade, o estoque pode ser visto como uma oportunidade, se a empresa
fizer uso deste para venda futura, ou seja, quando a empresa planeja estocar
para benefício futuro, o estoque não é problema, é oportunidade.
Contudo, essa premissa não é verdadeira para muitas empresas, e
nesse momento o estoque pode se configurar em capital imobilizado, visto que
a organização despendeu recursos financeiros para produzi-lo. Nesse caso, a
empresa necessita rever todo seu processo produtivo, e apontar os fatores que
influenciam para a ocorrência desse estoque.
Para demonstrar mais especificamente uma ocorrência de estoque não
planejado, utilizou-se a empresa ABC LTDA, que atua no setor industrial.
42 Nessa ficou evidente dois tipos de deficiências: organizacionais e
estruturais. As deficiências organizacionais estão ligadas a problemas
administrativos da empresa, esses problemas foram os mais apontados. Por
outro lado, as deficiências estruturais estão ligadas a problemas com a planta
da empresa. Esses foram apontados com menor intensidade, contudo, pode
ser visto como problemas cuja resolução demande mais tempo para a
organização.
As deficiências apontadas são os fatores causadores dos custos com
estoque nessa empresa. Dessa maneira, a busca pela resolução desses
problemas encontra uma ferramenta bastante eficiente, a logística. Isso porque,
deverá integrar os departamentos e os setores da empresa, onde o fluxo de
informações deverá ser maior, contribuindo para a redução dos estoques, pois
os departamentos saberão que produtos deverão produzir para vender,
evitando produzir produtos que não terão saídas dentro de um prazo
determinado pela empresa.
Assim, a logística poderá contribuir diretamente para o sucesso da
empresa, até pelo fato de auxiliar no planejamento das atividades, e com isso
permitir à empresa se antecipar os possíveis problemas futuros, tais como:
atraso na chegada entrega dos produtos para os clientes, atraso na entrega do
produto por parte do departamento de produção, dentre outras ocorrências que
poderão ser mais bem administradas se houver um planejamento anterior.
Entretanto, as mudanças que devem ocorrer na empresa, tanto em nível
organizacional quanto estrutural demandarão tempo, sobretudo as correções
estruturais. Nesse tocante, a organização deverá planejar alternativas para o
cumprimento das atividades no período de transição sob o risco de não
realização dessas mudanças de maneira efetiva, e no futuro, haver o
aparecimento de deficiências similares às então ocorridas.
Porém, a implantação da logística como um fator de redução dos custos
43 com estocagem pode contribuir para a empresa possuir um elemento
diferencial frente às suas concorrentes e também fator de sucesso junto aos
seus clientes, visto que irão usufruir produto com mais qualidade e cuja entrega
estará dentro de um prazo estipulado entre as partes (empresa e cliente).
44
BIBLIOGRAFIA
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Atlas, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB-443: Contêiner,
carregamento, movimentação e fixação. ABNT, 1979.
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materiais e distribuição física; 1 ed. São Paulo: Atlas, 1993.
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Suprimentos: estratégia para a redução e melhoria dos serviços. São Paulo:
Pioneira, 1999.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística;
4 ed. São Paulo: Atlas, 1993.
FRANCISCHINI, Paulino G. Francis; GURGEL, Floriano do Amaral.
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45 Guia de Logística. Disponível em: <htpp//www.guiadelogistica.com.br> Acesso
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HARRISON, Alan. HOEK, Remko van. Estratégia e gerenciamento de
Logística. São Paulo: Futura, 2003.
KOBAYASHI, Shun’ichi. Renovação da Logística, Como Definir Estratégias de
Distribuição Física Global. São Paulo: Atlas, 2000.
MAGGE, Jonh Francis. Logística Industrial: análise e administração dos
sistemas de suprimento e distribuição. São Paulo: Pioneira, 1968.
RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio. Gestão estratégica da armazenagem.
São Paulo: Aduaneiras, 2003.
TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2º
ed. São Paulo: Atlas, 2000.
CORREA, H. L. Planejamento Programação e Controle da Produção – MRP II /
ERP, Conceitos, uso e implantação, São Paulo: Atlas, 2000.
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
CONCEITO DE LOGÍSTICA 11
1.1 – Histórico da Logística 12
1.2 – Logística Empresarial – A Perspectiva Brasileira 13
1.3 – Objetivos da Logística 14
1.4 – Tecnologia e a Logística 14
CAPITULO II
GERENCIAMENTO DE ESTOQUES 17
2.1 – Razões para se ter Estoques 18
2.2 – Razões para não se ter Estoques 18
2.3 – Custos de se ter Estoques 19
2.4 – A Importância da Gestão de Estoque 20
2.5 – Missão do Profissional Gestor de Materiais 20
2.6 – Tipos de Estoque
CAPITULO III
A EMPRESA 22
3.1 – Missão da Empresa 22
3.2 – Valores da Empresa 22
3.3 – A Estrutura Organizacional da ABC Ltda 23
3.4 – Deficiências da Empresa ABC Ltda 31
47 3.4.1 – Deficiências Organizacionais 31
3.4.2 – Deficiências Estruturais 32
CAPITULO IV
MELHORIAS PARA A EMPRESA ABC LTDA 34
4.1 – Melhorias para a Empresa ABC Ltda 35
4.1.1 – Melhorias Primárias 37
4.1.2 – Melhorias Secundárias 37
4.1.3 – Melhorias terciárias 38
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 44
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
48
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre
Título da Monografia: Logística Como Fator de Redução de Custo de
Estoque
Autor: Liz Eles de Holanda Cavalcante
Data da entrega: 07/07/2009
Avaliado por: Conceito: