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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
SUMÁRIO FRIO 2EFEITOS DO FRIO 2MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO 3ACLIMATAÇÃO 3REGIME DE TRABALHO 3EXAMES MÉDICOS PRÉ‐ADMISSIONAIS 3EXAMES MÉDICOS PERIÖDICOS 3VESTIMENTAS ADEQUADAS 4EDUCAÇÃO E TREINAMENTO 4NR‐29 ‐ FRIGORÍFICOS 5LEGISLAÇÃO – CLT ‐ DO CONFORTO TÉRMICO 6DOS SERVIÇOS FRIGORÍFICOS 6REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ‐ A N E X O II DO DECRETO 3.048 7REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ‐ A N E X O IV DO DECRETO 3.048 8CALOR 9MECANISMOS DE TROCAS TÉRMICAS 9PERDA E GANHO DE CALOR PELO ORGANISMO 10REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR 11VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA 11SUDORESE 11DOENÇAS DO CALOR 11EXAUSTÃO DO CALOR 12DESIDRATAÇÃO 12CÂIMBRAS DE CALOR 12CHOQUE TÉRMICO 12FATORES QUE INFLUEM NAS TROCAS TÉRMICAS 12TEMPERATURA DO AR 13UMIDADE RELATIVA DO AR 13VELOCIDADE DO AR 13CALOR RADIANTE 14TIPO DE ATIVIDADE 14AVALIAÇÃO 14TÉCNICAS DE MEDIÇÃO 14TEMPERATURA DO AR 15UMIDADE RELATIVA DO AR 15VELOCIDADE DO AR 15CALOR RADIANTE 15TIPO DE ATIVIDADE EXERCIDA PELO TRABALHADOR 16LOCAL DA MEDIÇÃO 16LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR 16ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO – TERMÔMETRO DE GLOBO – IBUTG 16LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR, EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM PERÍODOS DE DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.
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LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR, EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM PERÍODO DE DESCANSO EM OUTRO LOCAL (LOCAL DE DESCANSO).
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MEDIDAS DE CONTROLE 22
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
TEMPERATURAS EXTREMAS
FRIO
A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério implicando em uma
série de inconvenientes que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador. Trabalhos
ao ar livre em climas frios são encontrados em regiões a grandes altitudes, bem como em algumas
zonas temperadas, no período de inverno.
Fora das atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso é ainda encontrado em ambientes
artificiais, como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam em exposições a
temperaturas bastante reduzidas.
Estudos realizados na indústria norte‐americana, no início do século XX, evidenciaram que
a incidência de lesões por acidentes era menor a uma temperatura de 18 graus Celsius que em
outras inferiores ou superiores a esta. O aumento da freqüência de acidentes em baixas
temperaturas foi atribuído à perda da destreza manual.
EFEITOS DO FRIO
Os efeitos causados no organismo dependem principalmente da temperatura do ar,
velocidade do ar e da variação do calor radiante. Todos estes fatores influem no equilíbrio
homeotérmico do corpo, provocando uma seqüência de reações no organismo, com conseqüentes
distúrbios.
A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção e a perda
de calor. A produção de calor diminui e a perda de calor aumenta.
A vasoconstrição periférica é a primeira ação reguladora que ocorre no organismo, quando
se inicia uma excessiva perda de calor. O fluxo sangüíneo é reduzido em proporção direta com a
queda da temperatura.
Quando a temperatura corpórea fica abaixo de 35 graus celsius, ocorre diminuição gradual
de todas as atividades fisiológicas: cai a freqüência do pulso, da pressão arterial e da taxa
metabólica, desencadeando um tremor incontrolável (tiritar) para produzir calor.
No tremor, o número de contrações musculares por unidade de tempo é elevado,
resultando um aumento da produção de calor e uma maior atividade muscular.
Se a produção de calor é insuficiente para manter o equilíbrio, a temperatura do corpo vai
decrescendo, resultando no fenômeno de hipotermia. Quando a temperatura do núcleo do corpo
vai abaixo de 29 graus celsius, o hipotálamo perde a capacidade termo‐reguladora e as células
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
cerebrais são deprimidas, inibindo a atividade dos mecanismos termocontroladores do Sistema
Nervoso Central, evoluindo para sonolência e coma.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO
A produtividade humana depende da integridade funcional do cérebro e das mãos do
homem. Em ambientes frios, deve‐se conservar o calor do corpo para manter a temperatura do
cérebro ao redor de 37°C, assegurando a adequada irrigação do sangue às extremidades.
ACLIMATAÇÃO
Após uma longa exposição a um ambiente que apresenta condições extremas, como
excesso de calor ou frio, ocorrem alterações fundamentais nas respostas termo‐reguladoras. Este
fenômeno é denominado aclimatação, que permite aos indivíduos trabalharem com eficácia, em
condições que, originalmente, seriam intoleráveis.
Indivíduos que trabalham ao ar livre, em climas frios, têm demonstrado sua aclimatação
local evidenciada pela maior irrigação de sangue nas mãos, que permanecem quentes e mais
funcionais do que as de pessoas não totalmente aclimatizadas.
No entanto, apesar das prolongadas pesquisas realizadas em laboratório e nas expedições
polares, não existe uma evidência fisiológica de aclimatização genérica ao frio.
REGIME DE TRABALHO
O trabalhador não deve permanecer por longos períodos em ambientes com frio intenso.
Recomenda‐se períodos de trabalho intercalados por períodos de descanso para regime de
trabalho.
EXAMES MÉDICOS PRÉ‐ADMISSIONAIS
Quando é realizada a seleção de profissionais para a execução de trabalhos em câmaras
frias, devem‐se excluir os portadores de diabetes, epilépticos, fumantes, alcoólatras, aqueles que
já tenham sofrido lesões devidas ao frio, os que possuem “alergia” ao frio, os portadores de
problemas articulares e os que tenham doenças vasculares periféricas. Com este controle,
reduzem‐se os índices de doenças devidas ao frio.
EXAMES MÉDICOS PERIÓDICOS
Devem‐se realizar exames médicos periódicos nos trabalhadores de câmaras frias,
atentando para o diagnóstico precoce de vasculopatias periféricas, ulcerações térmicas, dores
articulares, perda da sensibilidade tátil ou repetidas infecções das vias aéreas superiores, tais
como: faringites, rinites, sinusites, amigdalites, e também a ocorrência de pneumonias.
Aos que apresentam essas alterações, recomenda‐se a mudança do setor de trabalho e um
adequado tratamento médico.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
VESTIMENTAS ADEQUADAS
Quando a exposição às intempéries é inevitável, os trabalhadores devem estar providos de
roupas de proteção, que constituam uma barreira isolante entre a superfície quente do corpo e o
meio ambiente frio. Quanto maior é a diferença entre a temperatura da pele e a do ar circulante,
maior é o isolamento necessário para manter o microclima que cerca a pele, a níveis confortáveis.
Quando o corpo se encontra em atividade, há um aumento de produção de calor, sendo
necessário um menor isolamento para manter o equilíbrio entre o calor produzido e perdido.
A discrepância entre os isolamentos necessários para os períodos de trabalho e de
descanso dá lugar a um dos maiores problemas para trabalhadores que executam tarefas externas
e ficam por longos períodos em clima frio. A tendência do inexperiente é vestir‐se demais. O
resultado é uma intensa sudorese, tentando manter o equilíbrio calórico do corpo, enquanto o
indivíduo trabalha. A pesada vestimenta não permitirá o suficiente esfriamento por evaporação.
Uma considerável quantidade de suor é acumulada na vestimenta e continua a evaporar durante o
período de descanso subseqüente, anulando, por algum tempo, o isolamento adequado, quando o
mesmo é mais necessário.
As vestimentas de frio devidamente confeccionadas, permitem a saída do excesso de calor.
A retenção excessiva de calor, constitui um sério problema em ambientes frios, pois o suor
produzido se acumula nas roupas, evaporando durante o descanso, e produzindo esfriamento.
Conclui‐se que a quantidade de roupa a ser vestida em um ambiente frio, deve ser
determinada de forma a não criar os problemas acima citados.
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
Informar ao trabalhador quanto à necessidade do uso de vestimentas adequadas e da troca
das roupas e calçados quando estiverem úmidos, molhados ou apertados. Quando na sala de
repousos, manter‐se quente, seco e em movimento, realizando exercícios freqüentes com braços,
as pernas e os dedos das mãos e dos pés, para manter ativa a circulação periférica.
Nos intervalos de almoço, evitar exercícios violentos, como jogos coletivos, para não haver
dispersão de calor excessivo, e para evitar choques térmicos quando retornar ao trabalho.
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local
de trabalho. [ANEXO 9 da NR‐15]
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
NR‐29 ‐ FRIGORÍFICOS
Locais “frigorificados”.
Nos locais “frigorificados” é proibido o uso de máquinas e equipamentos movidos a
combustão interna.
O trabalho em locais “frigorificados” deve obedecer a seguinte tabela:
Tabela 1
Faixa de Temperatura de Bulbo Seco (° C)
Máxima Exposição Diária Permissível para Pessoas Adequadamente Vestidas para Exposição ao Frio.
+15,0 a ‐17,9 * +12,0 a ‐17,9 ** +10,0 a ‐17,9 ***
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40 minutos, sendo quatro períodos de 1 hora e 40 minutos alternados com 20 minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente de trabalho.
‐18,0 a ‐33,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas alternando‐se 1 hora de trabalho com 1 hora para recuperação térmica fora do ambiente frio.
‐34,0 a ‐56,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo dois períodos de 30 minutos com separação mínima de 4 horas para recuperação térmica fora do ambiente frio.
‐57,0 a ‐73,0 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos sendo o restante da jornada cumprida obrigatoriamente fora de ambiente frio.
Abaixo de ‐73,0 Não é permitido a exposição ao ambiente frio, seja qual for a vestimenta utilizada.
(*) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa oficial do IBGE. (**) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub‐quente, de acordo com o mapa oficial do IBGE. (***) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o mapa oficial do IBGE.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
LEGISLAÇÃO
CLT
DO CONFORTO TÉRMICO
Art. 176. Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o
serviço realizado.
Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não
preencha as condições de conforto térmico.
Art. 177. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de
instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o
trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e
recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas.
Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser
mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.
DOS SERVIÇOS FRIGORÍFICOS
Art. 253. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice‐versa,
depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um
período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
Parágrafo único. Considera‐se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do
Trabalho, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima
zonas a 10º (dez graus).
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A N E X O II DO DECRETO 3.048
AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO, CONFORME PREVISTO NO ART. 20 DA LEI Nº 8.213, DE 1991
_______________________________________________________________________
LISTA A
AGENTES OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL RELACIONADOS COM A ETIOLOGIA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DE OUTRAS DOENÇAS RELACIONADAS COM O
TRABALHO
AGENTES ETIOLÓGICOS OU
FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
DOENÇAS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS
SEGUNDO A CID‐10) XXVII ‐ Agentes físicos,
químicos ou biológicos, que afetam a pele, não considerados em outras rubricas
1. “Dermatoses Pápulo‐Pustulosas e suas complicações infecciosas” (L08.9)
2. Dermatite Alérgica de Contato (L23.‐) 3. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.‐) 4. Urticária Alérgica (L50.0) 5. “Urticária Física” (devida ao calor e ao frio) (L50.2) 6. Urticária de Contato (L50.6) 7. Queimadura Solar (L55) 8. Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação
Ultravioleta (L56.‐): Dermatite por Fotocontato (Dermatite de Berloque) (L56.2); Urticária Solar (L56.3); Outras Alterações Agudas Especificadas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta (L56.8); Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta, sem outra especificação (L56.9);
9. Alterações da Pele devidas a Exposição Crônica a Radiação Não Ionizante (L57.‐) : Ceratose Actínica (L57.0); Outras Alterações: Dermatite Solar, “Pele de Fazendeiro”, “Pele de Marinheiro” (L57.8)
10. “Cloracne” (L70.8) 11. “Elaioconiose” ou “Dermatite Folicular” ((L72.8) 12. Outras formas de hiperpigmentação pela melanina:
“Melanodermia” (L81.4) 13. Leucodermia, não classificada em outra parte (Inclui “Vitiligo
Ocupacional”) (L81.5) 14. Úlcera Crônica da Pele, não classificada em outra parte (L98.4) 15. Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Frio) 16. Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Frio)
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo IX da CID‐10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA
OCUPACIONAL IX ‐ Síndrome de Raynaud (I73.0) 1. Cloreto de vinila (X46.‐; Z57.5)(Quadro 13)
2. Vibrações localizadas (W43.‐; Z57.7) (Quadro 22) 3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.‐; Z57.6)
X ‐ Acrocianose e Acroparestesia (I73.8)
1. Cloreto de vinila (X46.‐; Z57.5) (Quadro 13) 2. Vibrações localizadas (W43.‐; Z57.7) (Quadro 22) 3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.‐; Z57.6)
DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XII da
CID‐10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE
NATUREZA OCUPACIONAL XXI ‐ Urticária devida ao Calor e ao Frio (L50.2)
Exposição ocupacional a calor e frio (W92,‐; W93.‐; Z57.6) (Quadro 27)
DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XII da
CID‐10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE
NATUREZA OCUPACIONAL XXXIV ‐ Geladura (Frostbite) Superficial
(T33): Eritema Pérnio
1. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.‐; Z57.6) (Quadro 13)
2. Frio (X31.‐; W93.‐; Z57.6) (Quadro 27) XXXV ‐ Geladura (Frostbite) com Necrose
de Tecidos (T34)
1. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.‐; Z57.6) (Quadro 13)
2. Frio (X31.‐; W93.‐; Z57.6) (Quadro 27)
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ANEXO IV
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS
CÓDIGO AGENTE NOCIVO TEMPO DE EXPOSIÇÃO
2.0.0 AGENTES FÍSICOS Exposição acima dos limites de tolerância especificados ou às
atividades descritas.
2.0.4 TEMPERATURAS ANORMAIS 25 ANOS a) trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância
estabelecidos na NR‐15, da Portaria no 3.214/78.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
CALOR
ANEXO 3 da NR‐15
Verifica‐se a presença de calor em inúmeras operações industriais, como na fundição de
metais, na laminação a quente, nos altos‐fornos, nos vazamentos em aciarias, em fornos de
cerâmica etc.
O trabalho efetuado com exposição a altas temperaturas provoca fadiga intensa e,
conseqüentemente, a diminuição do rendimento normal do trabalhador, em razão do maior
desgaste físico e da perda de água e de sais.
Os principais quadros clínicos causados pelo calor são: a intermação, a desidratação, a
prostração térmica, as câimbras do calor, e os problemas de pele. Somente, após 3 semanas
trabalhando sob calor, é que o trabalhador consegue a aclimatação, tornando‐se mais fácil e
menos perigoso o trabalho em ambientes sob altas temperaturas.
O controle médico do trabalhador deve ser rigoroso, principalmente na fase de
aclimatação, (ou adaptação), inicial, e, também, após o retorno de ferias ou após qualquer
afastamento por mais de 2 semanas, depois do que o indivíduo perde totalmente a adaptação ao
calor.
Há, portanto, a necessidade de conhecer como se processa a interação térmica entre o
organismo humano e o meio ambiente; conhecer seus efeitos e determinar como quantificar e
controlar esta interação.
MECANISMOS DE TROCAS TÉRMICAS
Condução – Quando dois corpos em temperaturas diferentes são colocados em contato,
haverá um fluxo de calor do corpo com temperatura maior para o de temperatura menor. Este
fluxo torna‐se nulo, no momento em que as temperaturas dos dois corpos se igualam.
Condução‐convecção – A troca térmica se processa como no caso anterior, somente que,
neste caso, pelo menos um dos corpos é um fluido. Desta forma, a transição do calor entre os dois
corpos provocará a movimentação do fluido.
Radiação – Quando dois corpos se encontram em temperaturas diferentes, haverá uma
transferência de calor, por emissão de radiação infravermelha, do corpo com temperatura maior
para o corpo de temperatura menor. Este fenômeno ocorre, mesmo não havendo um meio de
propagação entre eles. O calor transmitido através deste mecanismo é denominado calor
radiante.
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Evaporação – Um líquido que envolve um sólido em uma determinada temperatura
transforma‐se em vapor, passando para o meio ambiente. Este fenômeno, denominado
evaporação, é função da quantidade de vapor já existente no meio e da velocidade do ar na
superfície do sólido. Considerando‐se que a pressão de vapor no meio se mantém constante para
que um líquido passe a vapor, no processo de evaporação, é necessário que o mesmo absorva
calor. No caso citado, o líquido retira calor do sólido para passar a vapor. Concluindo, pode‐se
afirmar que o sólido perdeu calor para o meio ambiente, pelo mecanismo de evaporação.
PERDA E GANHO DE CALOR PELO ORGANISMO
Os principais meios de perda e ganho de calor pelo organismo são:
1° o calor produzido pelo próprio organismo, que varia consideravelmente segundo a
atividade física desenvolvida;
2° a condução‐convecção e a radiação que podem implicar em um ganho ou perda de calor
pelo organismo, conforme a temperatura da pele seja mais baixa ou mais alta que a temperatura
do ar;
3° a evaporação do suor na superfície do corpo implica, necessariamente, em uma perda
de calor.
Perda ou ganho de calor pelo organismo também ocorrem no processo da respiração e na
ingestão de alimentos quentes ou frios. Estas, no entanto, constituem pequenas quantidades e,
portanto, não serão consideradas.
Para manter o corpo em equilíbrio térmico, a quantidade de calor ganha pelo organismo
deve ser contrabalanceada pela quantidade de calor perdida para o meio ambiente. As trocas
térmicas entre o corpo e o meio ambiente podem ser relacionadas através da seguinte expressão
matemática:
M ± C ± R – E = S
Onde:
M – calor produzido pelo metabolismo;
C – calor ganho ou perdido por condução‐convecção;
R – calor ganho ou perdido por radiação
E – calor perdido por evaporação;
S – calor acumulado no organismo (sobrecarga térmica).
O organismo se encontrará em equilíbrio térmico, quando S for igual a zero.
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REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR
Na medida em que há um aumento de calor ambiental, ocorre uma reação no organismo
humano no sentido de promover um aumento da perda de calor. Inicialmente ocorrem reações
fisiológicas paras para promover a perda de calor, mas estas reações, por sua vez, provocam
outras alterações que, somadas, resultam num distúrbio fisiológico.
Os principais mecanismos de defesa do organismo humano, quando submetido a calor
intenso, são a vasodilatação periférica e a sudorese.
Vasodilatação Periférica
Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução‐convecção ou radiação é
menor que o calor ganho, a primeira ação corretiva que se processa no organismo é a
vasodilatação periférica, que implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo e num
aumento da temperatura da pele. Estas alterações resultam em um aumento da quantidade de
calor perdido ou numa redução do calor ganho. O fluxo de sangue no organismo humano
transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície, onde ocorrem as trocas térmicas.
Sudorese
Outro mecanismo de defesa do organismo é a sudorese. O número de glândulas
sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente.
A quantidade de suor produzido pode, em curtos períodos, atingir até dois litros por hora,
embora, em um período de várias horas, não exceda a um litro por hora. Pela sudorese no ritmo
de um litro por hora um homem pode, teoricamente, perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente.
Doenças do calor
Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor foram insuficientes para
promover a perda adequada de calor, ou se estes mecanismos deixarem de funcionar
apropriadamente, uma fadiga fisiológica pode ocorrer. Existem quatro categorias principais de
doenças devidas ao calor:
• exaustão do calor;
• desidratação;
• câimbras do calor;
• choque térmico.
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Exaustão do calor
É decorrente de uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultante
da dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor. Uma baixa pressão arterial é o evento
crítico resultante, devido, em parte, a uma inadequada saída de sangue do coração e, em parte, a
uma vasodilatação que abrange uma extensa área do corpo.
Desidratação
Em seu estágio inicial, a desidratação atua, principalmente, reduzindo o volume de sangue
e promovendo a exaustão do calor. Mas, em casos extremos produz distúrbios na função celular,
provocando até a deteriorização do organismo. Ineficiência muscular, redução da secreção
(especialmente das glândulas salivares), perda de apetite, dificuldade de engolir, acúmulo de ácido
nos tecidos irão ocorrer com elevada intensidade. Uremia temporária, febre e morte ainda podem
ocorrer.
Câimbras de calor
Ocorrem espasmos musculares, seguindo‐se uma redução do cloreto de sódio no sangue,
de modo a atingir concentrações inferiores a um certo nível crítico. A alta perda de cloreto é
facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatização.
Choque térmico
Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal, que põe em risco algum tecido
vital que permanece em contínuo funcionamento. É devido a um distúrbio no mecanismo termo‐
regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o indivíduo e
o meio.
Fatores que influem nas trocas térmicas
A complexidade do estudo do calor reside no fato de haver diversos fatores ou variáveis
que influem nas trocas térmicas entre o corpo humano e o meio ambiente, e que definem, desta
forma, a severidade da exposição ao calor.
Entre os inúmeros fatores que influem nas trocas térmicas, cinco principais devem ser
considerados na quantificação da sobrecarga térmica:
• temperatura do ar
• umidade relativa do ar
• velocidade do ar
• calor radiante
• tipo de atividade
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
Temperatura do ar
A influência da temperatura do ar na troca térmica entre o organismo e o meio ambiente
pode ser avaliada, observando‐se a defasagem, positiva ou negativa, existente entre esta
temperatura e a temperatura da pele. Quando a temperatura do ar é maior que a temperatura da
pele, o organismo ganha calor por condução‐convecção. Quando a temperatura do ar é menor
que a temperatura da pele, o organismo perde calor pelo mesmo mecanismo. A quantidade de
calor ganha ou perdida é diretamente proporcional à defasagem existente entre as temperaturas,
em cada um dos casos.
Umidade relativa do ar
Influi na troca térmica que ocorre entre o organismo e o meio ambiente pelo mecanismo
da evaporação. Embora, teoricamente, o organismo humano possa perder 600 Kcal/hora pela
evaporação do suor, esta razão poderá ser diminuída em função da umidade relativa do ar. Se, por
exemplo, a umidade relativa do ar for 100%, este estará saturado de vapor de água, o que
certamente dificulta a evaporação do suor para o meio ambiente. Neste caso, a perda de calor por
evaporação será reduzida. Se, por outro lado, a umidade relativa do ar for 0% (zero por cento),
haverá condição para o organismo perder 600Kcal/hora para o ambiente. Observando‐se o que
ocorre nos dois extremos acima descritos torna‐se fácil perceber que quanto maior é a umidade
relativa do ar, menor será a perda de calor por evaporação.
Velocidade do ar
Pode alterar o intercâmbio de calor entre o organismo e o ambiente, interferindo, tanto na
troca térmica por condução‐convecção, como na troca térmica por evaporação.
No mecanismo de condução‐convecção, o aumento da velocidade do ar acelera a troca de
camadas de ar próximas ao corpo, aumentando o fluxo de calor entre este e o ar. Portanto, se a
temperatura do ar for menor que a temperatura do corpo, o aumento da velocidade do ar
implicará em maior perda de calor do corpo para o meio. Mas se a temperatura do ar for maior
que a temperatura do corpo, este ganhará mais calor com o aumento da velocidade do ar.
Conclui‐se, neste caso, que a variação da velocidade do ar pode ter uma ação positiva ou negativa
na troca térmica por condução‐convecção.
No mecanismo da evaporação, o aumento da movimentação do ar perto da superfície do
corpo implica na remoção da camada de ar próxima da pele, que se encontra com alto teor de
vapor d’água, proveniente da evaporação do suor. Desta forma, evita‐se que a camada de ar que
envolve o corpo fique com uma umidade relativa superior à do ambiente e dificulte a evaporação
do suor. Observa‐se que o aumento da velocidade do ar sempre facilita a perda de calor por
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
evaporação. É conveniente lembrar que, devido às limitações fisiológicas já descritas, a taxa de
evaporação do suor não se elevará indefinidamente.
Calor radiante
Quando uma pessoa se encontra em presença de fontes apreciáveis de calor radiante, isto
é, fontes que estejam emitindo considerável quantidade de radiação infravermelha, o organismo
humano ganhará calor pelo mecanismo da radiação. No estudo do calor, este fator não deve ser
desprezado, pois contribui significativamente para a elevação da sobrecarga térmica. Caso não
haja fontes de calor radiante ou se as mesmas forem controladas, o organismo humano poderá
perder calor pelo mecanismo da radiação.
Tipo de atividade
Quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo indivíduo, tanto maior será o calor
produzido pelo metabolismo. Para indivíduos que trabalham em ambientes quentes, o calor
decorrente da atividade física constituirá parte do calor total ganho pelo organismo e, portanto,
deve ser considerado, na quantificação da sobrecarga térmica.
Avaliação
Na avaliação do calor, devem‐se levar em consideração todos os parâmetros que influem
na sobrecarga térmica a que estão submetidos os trabalhadores.
Para tanto, é necessário quantificar cada um destes parâmetros e considerá‐los de forma
adequada, obtendo, assim, resultados finais que expressem as condições reais de exposição.
Como é sabido, existem cinco fatores que devem ser considerados na avaliação do calor:
• temperatura do ar;
• umidade relativa do ar;
• velocidade do ar;
• calor radiante;
• tipo de atividade exercida pelo trabalhador.
Combinando estes fatores adequadamente, determinam‐se os índices de conforto térmico
e de sobrecarga térmica para cada local de trabalho.
Técnicas de medição
Os quatro primeiros são fatores ambientais e podem ser quantificados através de
aparelhagem especial, mas a quantificação do calor produzido pela atividade física do trabalhador
é bastante complexa e, portanto, na prática, é apenas estimada através de tabelas ou gráficos.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
Temperatura do ar
Deve ser medida com termômetro de mercúrio comum, mas de funcionamento confiável,
permitindo leituras até 1/10 de grau Celsius.
A leitura é feita quando o termômetro está estabilizado.
Umidade relativa do ar
Na medição deste parâmetro, utiliza‐se o aparelho denominado psicrômetro.
O psicrômetro é basicamente constituído de dois termômetros idênticos colocados
paralelamente. Um deles possui o seu bulbo revestido por tecido que deve ser umedecido com
água destilada durante a medição. Após a estabilização, faremos duas leituras: a temperatura de
bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido.
A temperatura de bulbo seco, nada mais é do que a temperatura do ar, e, portanto, esta
última pode ser obtida diretamente no psicrômetro.
A circulação de ar pelos bulbos do termômetro é um fator importante e deve ser
observada. Da não observância deste detalhe resulta uma leitura incorreta, pois logo que o
psicrômetro é exposto ao calor, vapores de água destilada são emitidos do bulbo úmido para o
ambiente mantendo‐se em equilíbrio com a umidade do mesmo. Se não há movimentação
adequada do ar, ocorre uma rápida saturação de vapor em torno do bulbo, invalidando a leitura.
Os valores obtidos nos dois termômetros são colocados em um gráfico denominado carta
psicrométrica, obtendo‐se desta forma a umidade relativa do ar.
Velocidade do ar
A medição da velocidade do ar é feita com aparelhos denominados anemômetros.
Existem uma variedade muito grande de anemômetros, porém, os mais indicados para o
levantamento de calor são anemômetros bastante sensíveis a pequenos fluxos de ar, que podem
fazer leituras contínuas da movimentação de ar não direcional.
Calor radiante
Este parâmetro é medido indiretamente através de um aparelho denominado termômetro
de globo. É composto de uma esfera oca de cobre com aproximadamente 15 cm de diâmetro e um
1mm de espessura, pintada externamente de preto‐fosco; e um termômetro cujo bulbo deve
localizar‐se no centro da esfera. Este aparelho deve ser montado no local da medição sem contato
direto com o suporte, a fim de evitar perda de calor por condução. A leitura obtida é denominada
temperatura de globo. A leitura correta é obtida após 30 minutos de estabilização do aparelho.
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Tipo de atividade exercida pelo trabalhador
A quantidade de calor produzida pelo organismo é proporcional ao esforço físico
despendido pelo trabalhador. Devido à grande dificuldade em efetuar sua avaliação, este
parâmetro deve ser estimado através de tabelas que estabelecem valores em função da atividade
exercida.
Local da medição
Cabe ainda salientar a importância da localização dos aparelhos de medição. Estes devem
ser montados no local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida,
para que as leituras representem as condições reais da exposição.
É igualmente importante que os trabalhos de avaliação não interfiram nas condições
normais do ambiente, a fim de que os resultados sejam significativos.
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR
A legislação brasileira, através da portaria 3.214 de 8 de junho de 1978, do Ministério do
Trabalho, estabelece que a exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice de Bulbo Úmido‐
Termômetro de Globo (IBUTG).
Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo – IBUTG
Consiste em um índice de sobrecarga térmica, definido por uma equação matemática que
correlaciona alguns parâmetros medidos no ambiente de trabalho. A equação, para o cálculo do
índice, varia em função da presença, ou não, de carga solar no momento da medição, conforme é
apresentado a seguir:
A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de
Globo" ‐ IBUTG definido pelas equações que se seguem:
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco.
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Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo úmido
natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.
As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da
região do corpo mais atingida.
Limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com
períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.
Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro 1.
QUADRO 1
Regime de Trabalho Intermitente c/ descanso no próprio local de trabalho ( por hora )
Tipo de atividade Leve Moderada Pesada
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0 45 minutos trabalho 15 minutos descanso
30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho 30 minutos descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho 45 minutos descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho sem a adoção de medidas adequadas de controle.
acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita consultando‐se o
Quadro 3.
Desta forma determinam‐se períodos de trabalho alternados por períodos de descanso,
que são realizados no próprio local de trabalho.
Conforme observa‐se, este critério é utilizado para definir regimes de trabalho‐descanso,
para as condições de operação nas quais o trabalhador não pode abandonar o local de trabalho,
entre a execução de uma tarefa e a seguinte.
Neste caso, o limite de tolerância para exposição ao calor será considerado excedido,
quando os valores obtidos na avaliação não forem compatíveis com quadro 1.
Exemplo:
Observando‐se um operador de forno de uma empresa, verifica‐se que o mesmo gasta 3
minutos carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada
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sem, no entanto, sair do local e, em seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Este
ciclo de trabalho é continuamente repetido durante toda jornada de trabalho.
Determinando‐se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obteve‐se:
Tg=35°C
Tbn=25°C
Tipo de atividade – Moderada (Quadro 3)
Calculando‐se o IBUTG, temos:
IBUTG=0,7x25+0,3x35=28°C
Consultando‐se o quadro 1, conclui‐se, que cada hora corrida de trabalho, o operário pode
trabalhar, no máximo, 45 minutos e descansar, no mínimo, 15 minutos. E importante lembrar que
este regime é recomendado, considerando‐se que o trabalhador não sai do local analisado.
Analisando‐se, agora, o regime de trabalho observado na empresa, constata‐se que, em
cada 10 minutos corridos, o operário trabalha 6 minutos (3 minutos carregando o forno e 3
minutos descarregando) e aguarda 4 minutos a elevação da temperatura, sem sair do local,
operação esta considerada como “descanso no próprio local de trabalho” para fins deste critério
de avaliação.
Como o ciclo observado continuamente se repete, pode‐se afirmar que, em cada hora
corrida de trabalho, o ciclo se repete 6 vezes e o operário trabalha um total de 36 minutos (6x6
minutos) e descansa 24 minutos (6x4 minutos).
Sendo que se verificou, através do quadro 1, que o operário pode, em cada hora corrida,
trabalhar 45 minutos e descansar 15 minutos, conclui‐se que o ciclo de trabalho observado na
empresa é compatível com a atividade física do trabalhador e com as condições térmicas do
ambiente analisado e, portanto, o limite de tolerância não é excedido.
Limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com
período de descanso em outro local (local de descanso).
Para os fins deste item, considera‐se como local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro 2.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
QUADRO 2
M ( Kcal/h) Máximo IBUTG 175 30,5 200 30,0 250 28,5 300 27,5 350 26,5 400 26,0 450 25,5 500 25,0
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela
seguinte fórmula:
_
M= (Mt x Tt + Md x Td)/60
sendo:
Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md = taxa de metabolismo no local de descanso.
Td = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
_____
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte
fórmula:
______
IBUTG = (IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td)/60
sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho,
sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando‐se o Quadro 3.
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Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
QUADRO 3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
Quando, observando‐se os procedimentos de trabalho de um operário que atua junto a
uma fonte de calor, se verifica que o mesmo executa seu trabalho intercalado por períodos de
descanso em outro local termicamente mais ameno, a interpretação das condições de exposição
ao calor é feita através do quadro 2.
Para valores de “M” intermediários aos existentes no quadro 2, recomenda‐se considerar,
como limite, o máximo IBUTG relativamente ao “M” imediatamente mais elevado.
A determinação do metabolismo, tanto para o local de trabalho, como para o local de
descanso, é feita consultando‐se o quadro 3.
Neste caso, o limite de tolerância para exposição ao calor será considerado excedido,
quando os valores obtidos na avaliação não forem compatíveis com o quadro 2.
Exemplo:
Observando‐se um operador de forno de uma empresa, verifica‐se que o mesmo gasta 3
minutos carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada e,
em seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Durante o tempo em que aguarda a
elevação da temperatura da carga (4 minutos), o operador do forno fica fazendo anotações,
sentado a uma mesa que está afastada do forno. Este ciclo de trabalho é continuamente repetido
durante toda jornada de trabalho.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
Neste caso, para fins de aplicação do índice, denomina‐se local de trabalho, o local onde
permanece o trabalhador quando carrega e descarrega o forno, e local de descanso, o local onde o
operador do forno permanece sentado, fazendo anotações.
Determinando‐se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obteve‐se:
a) local de trabalho
tg=54°C
tbn=22°C
M=300 Kcal/h
Calculando‐se o IBUTG, temos:
IBUTGt=0,7x22+0,3x54=31,6°C
b) local de descanso
tg=28°C
tbn=20°C
M=125Kcal/h
Calculando‐se o IBUTG, temos:
IBUTGd=0,7x20+0,3x28=22,4°C
Como no exemplo anterior, pode‐se afirmar que, em cada hora corrida de trabalho, o ciclo
se repete 6 vezes e o operário trabalha um total de 36 minutos e descansa 24 minutos.
Calculando‐se M (médio) e IBUTG (médio), temos:
M=(300x36+125x24)/60=230 Kcal/h
IBUTG=(31,6x36+22,4x24)/60=27,9°C
Como o valor de “M” (médio) encontrado, 230 Kcal/h, não consta do quadro 2, considera‐
se o máximo IBUTG recomendado ao “M” (médio) imediatamente mais elevado, ou seja, 250
Kcal/h.
Portanto, para as condições observadas no ambiente de trabalho, o máximo IBUTG (médio)
aceito é 28,5°C (vide quadro 2). Como o IBUTG calculado foi 27,9°C, conclui‐se que o ciclo de
trabalho observado na empresa é compatível com a atividade física do trabalhador e com as
condições térmicas do ambiente analisado e, portanto, o limite de tolerância não é excedido.
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Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
Medidas de Controle
Além das medidas de controle ambiental, recomenda‐se sempre a aplicação de medidas
relativas ao homem, de modo a se atenuar a sobrecarga térmica a curto prazo.
As medidas podem ser:
• Limitação do tempo de exposição:
Esta medida consiste em adotar um período de descanso, visando reduzir a sobrecarga
térmica a níveis compatíveis com o organismo.
Como se pode observar no índice analisado (IBUTG), a limitação do tempo de exposição é
medida de controle sempre presente. Quando os tempos de exposição não forem
compatíveis com as condições de trabalho observadas, deve‐se promover um reestudo dos
procedimentos de trabalho, no sentido de determinar um regime de trabalho‐descanso que
atenda os limites recomendados.
• Exames médicos:
Recomenda‐se a realização de exames médicos admissionais com a finalidade de se detectar
possíveis problemas de saúde que possam ser agravados com a exposição ao calor, tais
como: problemas cardio‐circulatórios, deficiências glandulares (principalmente glândulas
sudoríparas), etc.
Tais exames permitem selecionar um grupo adequado de profissionais que reúnem
condições adequadas ao trabalho. Exames médicos periódicos também devem ser realizados
com a finalidade de promover um contínuo acompanhamento dos trabalhadores.
• Soro hidratante:
É importante mencionar que em períodos de calor, o funcionário vai perder cloreto de sódio
pela transpiração, sendo necessário a sua reidratação, o que pode ser feito ingerindo muita
água e soro hidratante em doses adequadas, recomendadas por médico.