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Tela do Professor
A LINGUAGEM DO EDUCADOR E
O IMPACTO NAS CRIANÇAS
Professora: Gabriela Caldeira Aranha
Tela do Professor
Apresentação da professora Pós-graduação:
Relações Interpessoais e a Construção da Autonomia Moral. Unifran.
Ética, valores e cidadania na escola ― Universidade de São Paulo
em parceria com a UNIVESP e NASCE.
Graduação: Pedagogia. FFCLRP ― USP.
Experiência profissional:
2007-2008 ― Escola Miró ― Ribeirão Preto
Cargo: Professora Educação Infantil
2009 ― Prefeitura Municipal de Campinas
Cargo: Professora Educação Infantil
Tela do Professor Apresentação da aula
Uma das principais ferramentas do professor em seu trabalho é
a linguagem. Entretanto, será que sabemos a melhor forma de
utilizá-la? Esta aula apresenta ferramentas de como ter uma
linguagem adequada.
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Tela do Professor Objetivos:
Geral:
Reconhecer a importância da linguagem no trabalho do
professor.
Específicos:
Identificar os tipos de mensagem ― O que se diz e o que se
entende;
Conhecer algumas técnicas da linguagem descritiva;
Refletir sobre a prática.
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“A linguagem do educador não é inofensiva, afetando a
vida da criança para melhor ou para pior.”
(VINHA, 2000, p.277)
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Alguns exemplos de frases comuns nas escolas: (Após um tombo...) “Não precisa chorar! Não foi nada!”
(Após um conflito) “Você é mesmo um briguento! Só sabe
resolver as coisas no tapa. Pare de arrumar confusão e peça
desculpas ao seu colega!”
(Após perder o brinquedo) “Eu avisei que não era para levar. Se
tivesse me ouvido não ficaria sem ele!”
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(Conversa/brincadeira durante a roda) “Parem com isso ou vou
separar vocês”
(Ao esquecer de devolver o livro da biblioteca) “Tinha que ser
você! Só não esquece a cabeça porque é grudada no pescoço!”
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Muitas vezes o professor tem boas intenções, mas não
compreende que a mensagem que passa é outra!
A maneira como se diz algo faz a diferença!
Já prestou atenção em como tem
conversado com as crianças?
Tela do Professor A linguagem descritiva Haim Ginott (1973) traz alguns princípios e
estratégias:
Dirigir-se à situação e não à pessoa. p.58
Ex: “Seu livro precisa ser devolvido à biblioteca. Seu prazo já
terminou.”
O professor deve dizer o que sente, sem fazer disso um
insulto. p. 60
Ex:”Fico zangada quando vejo a sala suja.”
Evitar ordens. p.64
Ex:”O barulho está irritante.”
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Conceder na fantasia. p.64
Ex: “Gostaria de poder te ouvir agora,
mas primeiro preciso terminar isso.”
Dar chance de escolha ― Autonomia p. 64
Ex: “Percebi que vocês querem ler o mesmo livro, mas só
temos um. Como podemos resolver esse problema?”
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O professor deve:
• evitar rótulos;
• orientar as crianças e não criticá-las;
• valorizar as emoções das crianças;
• ser breve e firme.
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“Todos os SENTIMENTOS são permitidos e respeitados, as
limitações referem-se aos ATOS.”
(VINHA, 2000, p.307)
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Exemplo de linguagem descritiva: “(...) que pena que você está conversando e
não está ouvindo a GAB, ela tem uma coisa
tão importante para contar!”
Não há ameaças, punições ou julgamentos. Por isso, a
criança não precisa gastar suas energias se justificando. Com
a fala da professora percebe que está perdendo algo e tem a
oportunidade de pensar o que pode ser feito, pois não foram
dadas ordens!
Tela do Professor Técnicas de Thomás Gordon (apud VINHA, 2000): Mensagem ― EU:
Quando utilizar? Quando o professor está com um problema
ou quando há um conflito entre uma criança e ele.
O que fazer? Descrever de forma clara seu ponto de vista, sem
ameaças e culpas.
Exemplo:
“Fico chateada quando vejo um livro destruído em nossa classe.
Os livros não foram feitos para serem estragados. Desse jeito,
não teremos mais bons livros no canto da leitura.” (p.316)
Tela do Professor Escuta ativa É usada quando o outro tem um problema.
Deve-se: ouvir com atenção, procurando
identificar os sentimentos do outro; estimular a falar e a
encontrar soluções; repetir resumidamente o que foi dito (sem
censuras, julgamentos ou críticas), reconhecendo como
verdadeiro e importante o que o outro sente, mostrando que o
sentir é aceitável, mas as ações devem ser controladas; se
necessário expressar opinião sobre o ocorrido. Isso faz com que
a pessoa reconheça seus sentimentos e se sinta valorizada e
disponível a procurar solução para o problema.
Tela do Professor Atenção!
A linguagem descritiva não se limita ao uso dessas técnicas!
Para fazer tais mudanças é preciso reflexão, estudo, prática e
disciplina!
As mudanças no professor influenciam diretamente às crianças.
Com o tempo, passarão a usar a linguagem descritiva,
necessitando de menos intervenções do professor.
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“A mudança da maneira como o educador se expressa ou a
aprendizagem de uma técnica de linguagem é extremamente
difícil, exigindo que o adulto se vigie com cuidado
constantemente, reflita antes e depois de falar, reveja sua
postura, analisando-a criticamente e pensando de que outra
maneira poderia ter dito determinada coisa.”
(Vinha, 2000. p.323)
Tela do Professor Para ir além
Texto:
FABER, A; MAZLISH, E. Quando as palavras não surtem
efeito. In: Pais liberados, filhos liberados. São Paulo: Ibrasa,
1985.
Site:
Gepem ― http://www.gepem.org/site/
Blog Pais e Cia ― http://paiscia.blogspot.com.br/
Tela do Professor Para refletir
Diário do professor ― Fazer o registro dos
acontecimentos e suas mediações ajuda na reflexão e na
percepção das mudanças que o uso da linguagem descritiva
proporciona.
O papel de um professor é curar e não ferir. Um professor com
uma certa disposição crítica e uma língua bem dotada tem uma
grave responsabilidade: ele deve proteger as crianças do seu
talento mortal, ou aprendendo novas formas de comunicação ou
escolhendo outro gênero de trabalho.
(GINOTT, 1973, p.76)
Tela do Professor Referência bibliográfica • FABER, Adele; et al. Como falar para o
seu aluno aprender. São Paulo: Summus, 2005.
• GINOTT, Haim. O professor e a criança. Rio de janeiro: Block
Edições, 1973.
• VINHA, Telma Pileggi. A linguagem do educador. In: O
educador e a moralidade infantil: Uma visão construtivista.
Campinas. SP: Mercado de letras: São Paulo: Fapesp, 2000.
P.277-347.
Tela do Professor Obrigada!
Tecendo a Manhã.
João Cabral de Melo Neto
“Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos (...)”