Post on 09-Jul-2015
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Livros
Sapienciais
Podemos dizer que esses livros apresentam
a sabedoria e espiritualidade
de Israel.
Os Livros Sapienciais ou
poéticos são:- Provérbios, - Sabedoria,- Jó, - Salmos, - Eclesiastes,- Cântico dos Cânticos- Eclesiastico
Em Israel a SABEDORIA não é a cultura conseguida pela acumulação
de conhecimentos.
Assim, encontramos nos livros Sapienciais, reflexões que brotam dos muitos problemas que povoam o dia-a-dia da vida de qualquer pessoa
que busca o caminho da realização e da felicidade.
Sabedoria é alguma coisa que
se aprende na prática e que leva à arte de
bem viver.
A Sabedoria de cunho mais popular que
encontramos no Livro dos Provérbios e no
Eclesiástico apresenta-se em forma de coleção
de frases curtas, sentenças que ajudam a
compreender e encontrar uma saída
nas diversas situações enfrentadas pela pessoa humana.
Já os livros de JÓ,Eclesiastes e a Sabedoria são estudos e reflexões de temas mais profundos e globais, como o sentido da vida, a morte, a justiça, a vida social, o mal, a natureza da sabedoria.
O Cântico dos Cânticos, trata de uma experiência fundamental da vida: o amor humano, símbolo do amor de Deus para
com seu povo.
A Espiritualidade de Israel é apresentada no livro dos Salmos, uma coleção de 150
orações poéticas, que refletem as mais
diversas situações da vida pessoal e do
povo. São verdadeiros modelos para
fazermos as nossas orações.
A Verdadeira Religião
O tema central do Livro
de Jó não é o problema
do mal, nem o sofrimento
do homem justo e
inocente, e muito menos
o da “paciência de Jó”.
O autor do livro de Jó,
desse drama
apaixonante, discute
uma questão muito
profunda da religião: a
relação entre a pessoa
humana e Deus.
Israel entendia a relação com Deus
baseada na doutrina da retribuição. Isto é, Deus devolve o bem com o bem e o mal
com o mal.Ao justo Deus concede saúde, prosperidade e felicidade; ao injusto
Deus manda desgraças e sofrimentos.
Isso, porém, leva a uma religião de Comércio, onde a
pessoa pensa poder assegurar a própria vida e a
ditar normas para Deus.
O Livro é uma crítica ao mercantilismo.Deus não está obrigado a obedecer às concepções da religião que fazem as pessoas terem uma ideia falsa de Deus, por melhor que seja essa ideia (amigos de Jó).Também, Ele, não está obrigado a satisfazer os desejos das pessoas ainda que sejam justas e boas (o próprio Jó que acusa Deus de injusto).
Deus é o mistério do amor e da vida, que cria e caminha com o homem, ajudando-
o a conquistar a vida.
Certamente esse homem chamado Jó não existiu.
Trata-se de um conto para nos
dar uma grande lição.
Deus quer que as pessoas se libertem da prisão de ideias
falsas, para viver uma vida real, cheia de experiências novas,
onde Deus está presente.O convite de Deus colocado na boca de Jó: “Escute-me, porque eu vou falar. Vou interrogá-lo e
você me responda”, é um convite à abertura e à entrega a
Deus, que leva Jó a uma nova experiência: “antes eu Te
conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos Te veem.”
Neste Livropodemos ver como - a história,- a profecia,- a sabedoria - e a lei
penetram a vida do povo e se transformam em oração viva, colorida, em
todo tipo de situações pessoais e coletivas.
Os Salmos são oração, a expressão da experiência da pessoa humana e do
povo unido com Deus.
Neles temos um modelo de como a fé pode penetrar todas as circunstâncias da vida.
E um exemplo de como todas as experiências podem se tornar oração.
Os Salmos também,
são poesia, a forma
feliz de expressar
profundamente a
realidade.
Principalmente quando
sentimos que a vida é
penetrada pelo mistério
de Deus.
Os SALMOS são um convite para que nós nos
voltemos com atenção para a vida e a história,
descobrindo aí o Deus presente e pronto a se
aliar e caminhar conosco na luta pela
construção do mundo novo.
Nos 150 Salmos vamos encontrar um Deus
Libertador e Presente.Um Deus que ouve o
clamor do povo e do pobre.
Vamos
encontrar
alguém que
reza, que
louva,
suplica ou
agradece ao
Senhor.
O livro dos Salmos foi sendo formado ao longo do tempo, de forma oral até chegar a ser escrito. Pelo que tudo indica houve um processo de seleção de cada salmo, pois o número total dos cânticos de orações é superior aos 150 que se conhece na Bíblia.
Existem alguns salmos bíblicos que se encontram em outros livros como é o exemplo de Ex 15,1-18; 1Sm 2,1-10; Is 38,10-20; Jn 2,3-10 e outros salmos que também são extrabíblicos.
Os Salmos foram surgindo aos poucos. Antes de fazerem parte daquele que conhecemos hoje como livro dos Salmos, muitas dessas orações pertenciama coleções menores, comoa coleção dos cânticos de - Davi cf. Sl 72,20- a coleção de Asaf
Sl 50; 73-83- a dos filhos de Coré;Sl 42-49; 84-85; 87-88
1º - Salmos de 1 a 41 são 41 salmos,2º - Salmos de 42 a 72 são 31 salmos,3º - Salmos de 73 a 89 são 17 salmos,4º - Salmos de 90 a 106 são 17 salmos,
5º - Salmos de 107 a 150 são 44 salmos.
Há autores que subdividem o Saltério em 5 livretos, assim:
A palavra grega “psalmós”, indica a música tocada num
instrumento de cordas chamado “psaltérion”, semelhante à lira ou
pequena harpa.Os Salmos eram cantados no
Templo de Jerusalém, nas grandes festas. Também se
recitavam os salmos nas reuniões das Sinagogas.
O Livro dos Provérbios é um verdadeiro resumo da
sabedoria de Israel.
Provérbio é uma frase curta, bem construída,
que expressa uma verdade adquirida por
meio da experiência que alguém vai guardando e escrevendo para servir
de mensagem pra vida. È uma forma breve que, em geral, contém uma
bela lição.
Provérbios são ensinamentos deduzidos
da experiência que o povo tem da vida e sua
finalidade é instruir, esclarecer situações e
fornecer orientações para a vida humana, como se fossem uma seta de uma
estrada.
Água mole em pedra dura, tanto bate até
que fura. .
A palavra em hebraico é “Mashal”
que significa “máxima” ou
verdade popular.
Os Provérbios não foram escritos pelo mesmo autor e não pertencem todos à mesma época. A maioria nasce da experiência popular , e foram, depois, burilados e escritos em rolos por sábios profissionais no período que vai de Salomão ao pós-exílio da Babilônia.
Foram atribuídos ao rei Salomão por causa de sua fama de sábio (1Rs 3-5). Mas, se olharmos atentamente os vários subtítulos que aparecem no livro, poderemos facilmente distinguir nove (9) coleções menores provindas de tempos e mãos diferentes, que compõem o Livro.
É UMA COLEÇÃO DE MÁXIMAS MORAIS E
RELIGIOSAS, possuidoras de instrução acerca da
maneira correta de viver. Também contêm discursos
breves sobre sabedoria, justiça, temperança, trabalho, pureza, etc.
Nestes ditos concretos e expressivos descreve-se um
grande contraste entre a sabedoria e a insensatez, e entre a justiça e a injustiça.
Também o Livro dos Provérbios é Palavra de Deus.Uma Palavra que nasce do povo que sabe observar
a vida.
Alguns Provérbios do Livro:1 – A Bênção de Javé faz prosperar, e a nossa fadiga nada lhe acrescenta.2 – A mente de quem planeja o mal é amarga; e quem aconselha a paz vive tranquilo.3 – Quem dá ao pobre não passa necessidade; e quem fecha os olhos para ele fica coberto de maldição.4 – A luz do justo brilha, mas a lâmpada dos injustos se apaga.5 – A casa dos injustos se arruína, mas a tenda dos retos prospera.6 – A mão preguiçosa empobrece, mas o braço trabalhador enriquece.7 – Temer o Senhor, é odiar o mal.
Este livro foi escrito num tempo em que o povo era dominado e sem nenhuma esperança de
futuro melhor. Foi no domínio da Grécia.
O autor – que muitos dizem ser de Salomão - faz um balanço sobre a vida, e busca apaixonadamente uma saída para a realizaçãoda pessoa humana.
Quais os
caminhos para a
realização da
vida e a busca
da felicidade ?
O autor desmonta todas as ilusões com que o homem se engana :• Riqueza• Poder• Ciência• Prazeres• Status social,• Trabalho para enriquecer,etc...
Coloca-se diante da fria realidade: “que proveito tira o homem de todo o trabalho que faz com fadiga, debaixo do sol?”
Vejamos, que lição !
Em vez de cair no desespero, o autor descobre novas saídas.
Primeiro, descobre Deus, como o Senhor absoluto do mundo e da históriaIsto é, devolve a Deus a realidade de ser Deus.
Depois descobre Deus sempre presente, dando o dom concreto da vida para o homem.
A vida é breve e, no fim das contas, inútil sem Deus. O autor aconselha o leitor a concentrar-se em um Deus eterno, em vez dos deuses de prazeres temporários.
Cabe agora uma pergunta:-
O Livro
da
Sabedoria
Segundo a ordem
cronológica, a
Sabedoria é o ultimo
livro do Antigo
Testamento. Isso
porque ele foi escrito
no ano 50 a.C.
O nome “Sabedoria
de Salomão” não é
verdadeiro, pois ele foi
escrito por um judeu de
Alexandria. Portanto
não é de Salomão.
Para ser corretamente interpretado, o livro deve ser
entendido no contexto em que nasceu. Alexandria, era
um importante centro político e cultural grego, e contava
com cerca de 200.000 judeus entre seus habitantes.
A cultura grega, porém, com suas filosofias costumes e
cultos religiosos de uma parte, e com a hostilidade dos
pagãos e às vezes perseguições, por outra, era uma
ameaça constante à fé e cultura do povo judeu que
habitava o Egito.
Para não serem marginalizados da sociedade,
muitos deixavam os costumes e até mesmo a fé,
perdendo a própria identidade para se conformar a
uma sociedade idólatra e injusta.
O autor, profundamente alimentado pelas
Escrituras e pela consciência histórica do seu
povo, enfrenta a situação, escrevendo um livro
que procura, de todos os modos, reforçar a fé e a
esperança, relembrando o patrimônio histórico-
religioso dos antepassados.
O autor quer que os
judeus que estão no
Egito, mergulhados na
cultura grega, não
pensem como eles. Ele
quer que se entenda que
essa é VIDA e AMOR.
E que vem de Deus.
É dom.
È um livro bem próximo
do Novo Testamento, de
Jesus, tanto pelas ideias
como pela época em
que foi escrito.
O Livro fala ainda:
- da imortalidade da alma,
- do destino eterno das
pessoas.
Mas, o seu eixo é
a luta para os
judeus
conservarem a
identidade
judaica.
O Livro do Eclesiástico
O nome “Eclesiastico” é o nome oficial que a Igreja
Católica dá a este livro. O livro foi escrito entre os
anos de 190-180 a.C. por Jesus Bem Sirac, e chegou até nós graças à tradução grega feita por seu neto
em 132 aC.
Os judeus não aceitam este livro como
Palavra de Deus.
Entre os judeus houve uma corrente disposta a abrir-se ao espírito grego. Queriam adotar o judaísmo a uma civilização mais universal.
No início do séc. II aC., a Palestina passou para o domínio da Síria. A fim de unificar o império, com conflitos internos, os dominadores promoveram uma política de imposição da cultura, da religião e costumes dos gregos.
Templo de Artemis - Grecia
Os mais fieis queriam que o povo judeu fosse testemunha do Deus vivo, para todas as nações.
Foi aí que Ben Sirac escreveu este livro. Uma longa meditação sobre a fidelidade hebraica procurando
reavivar a memória e a consciência histórica do povo.
O centro do Livro está em
Eclo 24, onde o autor identifica a
Sabedoria com a Lei Mosaica.
Não se trata das leis
(legislação), mas dos 5 livros do
Pentateuco, a Torá.
Na visão do autor, o Pentateuco
constitui a Sabedoria de Israel.
De fato, o Pentateuco mostra
a experiência básica de toda
pessoa e de qualquer povo:-a sabedoria que
nasce da experiência e
conduz à vida.Vamos conhecer um pequeno trecho do cap. 2,1-6!