Post on 11-May-2015
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Prevenção Sénior Prevenção Sénior
A importância da
Matemática na 3ª idade
INQUÉRITO:
Prevenção Sénior
A nossa sociedade:
respostas sociais para a
3ª idade
Promover a saúde do
idoso
Prevenção
do isolamento do idoso
Revista elaborada pelos Formandos do Curso EFA “Agente em Geriatria”
no âmbito do Tema de Vida “Prevenção Sénior”
Parece indiscutível o percurso para o envelhecimento da população mun-
dial. Considera-se que o envelhecimento da população é principalmente devido
às baixas taxas de fecundidade, reforçado pelo declínio nos níveis de mortalidade,
em todas as idades. Este declínio da mortalidade deve-se à redução da mortalida-
de infantil, baseado no maior controlo das doenças infecciosas e ao aumento da
longevidade dos indivíduos.
A situação portuguesa não é muito contrastante daquela que é apresentada
a nível mundial. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional
de Estatística (INE, 2007), assistimos a um aumento da proporção da população
idosa na população total, que era de 17,1% em 2005 (1 810 100 indivíduos). A
esperança média de vida à nascença, em 2005, atingiu os valores de 74,9 anos para
os homens e de 81,4 anos para as mulheres.
O envelhecimento populacional é mais notório nas mulheres, cuja pro-
porção se elevou a 19,3%, face a 14,8% nos homens. Este facto reflecte a maior
longevidade do sexo feminino.
As projecções efectuadas pelo INE (2007) até ao ano 2050, revelam uma
tendência para o acentuar do envelhecimento da população, onde contribuem os
níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição de gerações, um contínuo
aumento da esperança média de vida à nascença e um saldo migratório positivo
mas moderado. Entre a população idosa, a percentagem de indivíduos com 85 e
mais anos também continuará a aumentar, destacando-se uma vez mais a maior
longevidade das mulheres.
PREVENÇÃO DO ISOLAMENTO NO IDOSO
A “Prevenção Sénior” é, nos
dias de hoje, um tema da actualidade,
pois caminhamos num percurso lento
para o envelhecimento da população
mundial.
Assim, os formandos que
frequentam o curso de Agente em
Geriatria, como futuros profissionais
desta área, entenderam, juntamente
com a entidade promotora “Psico-
viana Consultores Lda”, abordar o
assunto como tema de vida e deixá-lo
aqui modestamente publicado.
A revista “Prevenção Sénior”,
como forma de ajudar a população
idosa do nosso concelho, foca temas
como: a prevenção do isolamento no
idoso, as causas e consequências deste
isolamento, sendo muito importante
a inserção do idoso em instituições,
por forma a que se mantenha vigiado
e junto de pessoas que o podem pro-
teger em situações mais desagradáveis
e até complicadas da vida, que já de si
não é nada fácil. A promoção da saú-
de nesta faixa etária é também um dos
assuntos referidos nesta edição.
Por outro lado, abordamos
aqui uma nova realidade, o idoso vol-
tado para novas áreas de interesse, tal
como a matemática, que recorrendo
às experiências e actividades diárias
dos idosos é uma forma lúdica e cria-
tiva de explorar e desenvolver as suas
capacidades mentais. É realizado um
alerta para a prevenção de acidentes
rodoviários e quedas que possam
acontecer no dia-a-dia, provocadas
por fragilidades e outras causas. Faze-
mos também questão de falar sobre
situações de risco, tal como as burlas,
assaltos e roubos.
Nela estão contidos os resul-
tados e tratamento estatístico da in-
formação de um inquérito, aplicado
na Vila de Alvarães – Viana do Caste-
lo, a 150 pessoas maiores de 65 anos,
de modo a que se possa conhecer a
realidade das nossas vilas sobre a pre-
venção sénior.
O primordial objectivo da
revista e dos formandos do curso é,
para além da ajuda na promoção da
qualidade de vida da população sé-
nior, sugerir que uma nova vida co-
meça com a aposentação, permitindo
assim realizar novos projectos que
não foram realizados durante o seu
normal percurso de vida.
Deixamos ficar aqui um lema:
“Cuidar é Prevenir e prevenir é cuidar”.
OsFormandos
Editorial
Prevenção Sénior
2
PREVENÇÃO DO ISOLAMENTO NO IDOSO
A nossa sociedade confunde facilmente a
imagem de envelhecer e da velhice, caracterizando
a terceira idade como uma fase da vida em declínio,
tanto humano quanto social. Para muitas pessoas, a
velhice começa a ser percebida como uma fase dolo-
rosa da vida, sem perspectivas, marcada pela presença
de doenças e perdas. Perda de trabalho, perda de fa-
mília, de estatuto social, …. O impacto causado pelo
envelhecimento tem alterado os hábitos e o quotidia-
no das pessoas idosas na sociedade, seja o seu papel
na sua comunidade, família ou nas instituições.
A diminuição das actividades pode ser consi-
derada uma das maiores perdas do idoso, pois a sua
falta pode levar ao aparecimento de doenças físicas e
mentais, auto-desvalorização, declínio da auto-estima,
desmotivação e solidão. Quando falamos de perdas,
incluímos, em especial, as perdas a nível biológico
que ocorrem no indivíduo à medida que envelhece,
sem levar em linha de conta os hábitos alimentares, as
condições de residência, o emprego, a saúde, a condi-
ção económica, que normalmente interferem com a
qualidade de vida do idoso.
O Homem é um ser social e necessita de co-
municar. A comunicação é essencial para a sua sobre-
vivência, em especial para o idoso, com vista à manu-
tenção das suas relações sociais, evitando a carência
emocional e afectiva. A comunicação é importante e
facilita a interacção entre as pessoas.
A comunicação pode ser verbal e não verbal.
Esta última ocorre através das expressões faciais, dos
movimentos das mãos, braços, cabeça, sinais, símbo-
los e gestos. A comunicação verbal é a mais utilizada
e permite um rápido conhecimento das vontades e
motivações do outro, numa linguagem que ambos
dominam. A comunicação é uma troca de ideias e in-
formações. Ela é mais do que uma simples troca de
palavra. Inclui todas as facetas das nossas actividades
do quotidiano e das nossas relações pessoais.
Que o Homem tem de envelhecer e por últi-
mo há-de um dia morrer, constitui uma das realidades
básicas da vida. Não ter com quem comunicar, o es-
tar desintegrado socialmente, não ver as pessoas, não
partilhar afectos são, entre outras, algumas das fontes
de desânimo que o isolamento social produz.
Os idosos podem apresentar alguma dificul-
dade em relacionar-se com as outras pessoas e com
o seu meio ambiente e este facto pode ser atribuído,
em parte, às alterações decorrentes do próprio pro-
cesso de envelhecimento e agravado por processos
como o sedentarismo e a depressão. Esta dificulda-
de de relacionamento, associada à inactividade pode
propiciar um aumento do isolamento social, entre os
mais velhos.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO
ISOLAMENTO NO IDOSO
São variadas as situações que podem levar
ao isolamento do idoso. Podemos encontrar causas
biológicas, de saúde, ambientais, económicas, de se-
gurança, etc.
Em alguns casos podemos encontrar uma
conjugação de diversos factores propiciadores o que
vem agravar a sua resolução, com vista à integração
da pessoa idosa no meio social que a rodeia.
Prevenção Sénior
3
As causas do isolamento social
do idoso são:
- a viuvez,
- a depressão,
- a reforma,
- a saída de casa dos filhos,
- a distância geográfica de fami-
liares,
- as doenças, nomeadamente as
incapacitantes que limitam a mobilida-
de,
- as alterações de equilíbrio, por
diminuição de sensibilidade postural,
- a perda de visão,
- o uso de medicamentos, como
tranquilizantes e sedativos,
- o medo das quedas e fracturas,
- a incontinência urinária,
- as estações do ano, em espe-
cial o Outono e o Inverno,
- as barreiras arquitectónicas,
- a insegurança,
- a perda de relações de vizi-
nhança,
- a perda de capacidade econó-
mica.
O isolamento social do idoso
acarreta consequências negativas para
o próprio, familiares e sociedade em
geral.
O desinteresse, desânimo e a
apatia consequentes, levam o idoso a
alimentar-se mal, a não cuidar da ima-
gem pessoal, a ter mais dificuldade na
auto-administração da sua medicação
e a sair menos do seu domicílio, au-
mentando a atrofia muscular, o agra-
vamento de patologias pré-existentes e
as dificuldades de locomoção. A falta
de contactos e relacionamentos sociais
aumenta o risco de depressão no idoso
sendo que, não diagnosticada e tratada,
pode apresentar consequências muito
nefastas para o indivíduo.
O suicídio é a expressão mais
grave do isolamento social. O Alentejo
é uma das zonas do país que apresenta
mais casos de suicídio em idosos, ex-
plicado pelo isolamento em que muitos
vivem, dada a desertificação das zonas
rurais e o abandono a que muitas pes-
soas são votadas. Nos homens com
idade superior a 75 anos e que vivem
sós, sem qualquer rectaguarda familiar
ou de vizinhança, o risco de suicídio
é mais elevado, obrigando a um olhar
mais atento por parte da comunidade,
fazendo uma leitura dos sinais dados
pelos próprios, evitando a sua consu-
mação e orientando o idoso na procura
de alternativas viáveis à resolução dos
problemas que estão na génese do seu
problema.
Esta deve ser vista como uma
obrigação da sociedade em geral e não
apenas das entidades competentes.
Sinalizar, alertar, dar visibilidade aos
casos mais graves de isolamento e de
risco social, deve ser uma responsabi-
lidade partilhada por todos na nossa
comunidade.
EVITAR O ISOLAMENTO
DO IDOSO
Os idosos devem manter um
relacionamento próximo e constante
com familiares e amigos, seja por con-
tactos pessoais, seja utilizando o tele-
fone e, mais recentemente, a internet.
Isto não implica que o idoso perca a
sua privacidade e individualidade ou
que passe a viver a vida dos seus filhos.
Pode e deve manter uma convivência
sã, respeitando o espaço dos outros e
desenvolvendo novas amizades, à me-
dida que as antigas vão desaparecendo.
Sair de casa, ter objectivos para
o dia-a-dia, frequentar instituições,
como centros de dia e convívio, univer-
sidade sénior, programas de ginástica
destinados a esta população, acções de
voluntariado, potenciam o desenvol-
vimento de novas relações, aumenta a
actividade física e mental, melhoram a
auto-estima e dão sentido à vida.
A velhice, período carac-
terizado por perdas, como do(a)
companheiro(a) de toda a vida, do em-
prego em consequência da reforma e
outras, não deve ser encarada como a
recta final mas antes como uma opor-
tunidade de recomeço e concretização
de projectos até então postos em se-
gundo plano.
UM PROJECTO INOVA-
DOR
O Governo Civil de Braga lan-
çou um projecto inovador com vista ao
Prevenção Sénior
4
combate do isolamento no idoso.
Quatro mil idosos vão receber telemóveis dos
quais podem fazer chamadas gratuitamente, sempre
que precisarem de contactar um familiar, a segurança
social, os serviços de saúde ou a polícia.
A medida faz parte da iniciativa “Idade
Maior”, promovida pelo Governador Civil de Braga,
Fernando Moniz. “O objectivo é reduzir o isolamen-
to e a solidão que muitas vezes levam à exclusão so-
cial”, explica o governador.
A entrega dos telemóveis a maiores de 70
anos é só para aqueles que beneficiam do comple-
mento solidário para idosos (CSI) e que, assim, pas-
sam a estar contactáveis por um telemóvel aparente-
mente normal, mas que tem algumas particularidades.
Neste telemóvel, as teclas estão pré-programadas. O
número um liga para a família, o dois para os serviços
de saúde, o três para a segurança social, o quatro para
a PSP, o cinco para a GNR e o número seis para a
Protecção Civil.
________________
- Coutinho, M. (2002). A Velhice e o Isolamento. O Castanheiren-
se. Retirado de www.cm-castanheiradepera.pt em 17/01/2010.
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Farmácia Saúde, 71, Lisboa, ANF.
- INE (2007). Estatísticas Demográficas, 2005. Lisboa, Instituto
Nacional de Estatística.
- Moura, L.; Passos, H. & Camargos, A. (2005). A Importância da
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Encontro de Extensão de UFMG. Belo Horizonte.
- Pereira, A. (2009). A Arte de Bem Envelhecer. Jornal do Centro
de Saúde. Retirado de www.jornaldocentrodesaude.pt/dgs, em 15/01/2010.
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www.dihitt.com.br, em 15/01/2010.
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nal e Qualidade de Vida de Pessoas Idosas. Dissertação de Mestrado, Braga,
Universidade do Minho.
- WHO (2000). Social Development and Ageing: Crisis or Op-
portunity? Genebra, WHO.
Se eu me Esquecer…
Tu lembras-me?
Teste os seus conhecimentos sobre Alzheimer
Assinale as respostas correctas:
1.Quaisossintomasqueaparecemnafaseinicialda
doençadeAlzheimer?
a. Alucinações visuais e auditivas;
b. Dificuldades em recordar acontecimentos recentes.
2.Quaisossintomasdafaseintermédiadadoença?
a. Desorientação no espaço;
b. Lapsos de memória significativos.
3.Comoidentificaradoençanumafaseavançada?
a. O idoso apresenta perda de iniciativa;
b. O idoso apresenta incapacidade para conhecer
amigos e familiares.
4.UmdoentedeAlzheimer,numafaseavançada,
tomabanhosozinho?
a. Sim
b. Não
5.Aincontinênciaémuitofrequenteemidososcom
Alzheimer,peranteestasituaçãoocuidadordeve:
a. Introduzir fralda;
b. Fazer com que o idoso vá à casa de banho de tanto
em tanto tempo.
IlustraçõesdosFormandos
Soluções: as respostas correctas são as B. Quantas mais respostas B assi-
nalou, maiores são os seus conhecimentos sobre a Doença de Alzheimer..
Prevenção Sénior
5
A importância da Matemática
na 3ª Idade
Em toda a história da humanidade o núme-
ro de idosos no planeta nunca foi tão grande. O
envelhecimento populacional, como consequência
do aumento da qualidade de vida, é um fenómeno
mundial, que tende a crescer ao longo dos próximos
cinquenta anos, levando a um aumento considerável
na presença da terceira idade no mercado de trabalho
(Sales 2002, Pérez et al. 2006). Os idosos poderão en-
contrar, no entanto, uma série de obstáculos para a
concretização de seus trabalhos, tanto de ordem tec-
nológica como sensorial. Tais obstáculos podem ser
trabalhados através da criação de um sistema de jo-
gos, composto de desafios lógicos e matemáticos, em
interacção homem/computador, gerando a inclusão
do idoso junto ao convívio digital e também social
(Sebben, 2006).
Vários estudos têm sido desenvolvidos na
tentativa de incluir a matemática de forma lúdica e
criativa, explorando o que já é sabido e o que pode ser
aprendido, sempre em confronto com as actividades
diárias. O desenvolvimento dos conteúdos tem sido
feito por meio da resolução de problemas, de jogos
e de quebra-cabeças. O trabalho com a Matemática
possibilita a continuidade no progresso do raciocínio
lógico matemático - uns dos muitos elementos essen-
ciais para a estruturação e manutenção da memória,
de forma coesa e organizada. Também possibilita que
o cidadão da terceira idade tenha acesso ao mundo do
conhecimento científico e tecnológico, ao reconstruir
e ao ampliar sua cultura matemática (Baraldi, 2004).
Ao longo das sessões de Matemática para a
Vida, enquanto formandas, tivemos a oportunidade
de aprender a experimentar vários jogos, e com en-
tusiasmo, comprovamos toda a teoria acerca da rela-
ção benéfica entre a matemática, os jogos e a terceira
idade.
Um dos jogos mais populares, entre nós, é o
“Jogo do 24”. Na sua versão mais simples são dados
quatro números inteiros de um a nove. A tarefa con-
Prevenção Sénior
6
siste em formar uma expressão matemática, com valor 24, usando os quatro nú-
meros dados uma só vez e qualquer conjunto de operações: soma (+), subtracção
(-), multiplicação (×) e divisão (÷).
Por exemplo, dados os números 4, 7, 8 e 8, são possíveis várias expressões
com resultado 24:
• 7 - (8 : 8) x 4 = 24
• 4 – (8 – 7) x 8=24
Deixamos, aqui, oito cartas para que possa exercitar a mente. Poderá
ainda jogar online visitando o site
http://www.sc.didaxis.pt/nm/
Jogo_do_24.htm
Outro jogo bastante divul-
gado, com vários benefícios ao ní-
vel da concentração e memória, é o
Sudoku. O Sudoku é jogado numa
grelha de 9x9 quadrados, dividida
em sub-grelhas de 3x3 quadrados,
chamada “quadrantes”. O objectivo do Sudoku é preencher os quadrados vazios
com números entre 1 e 9 (apenas um numero em cada quadrado). No entanto,
cada número só pode aparecer uma vez em cada linha (horizontal) e em cada co-
luna (vertical). Consequentemente, apenas aparecerá uma vez em cada quadrante.
Fica abaixo o exemplo de um jogo preenchido por nós, nas sessões de formação,
e outro para que possa exercitar. Boa Sorte!
7 8 9 6 3 5 4 1 2
4 1 6 9 2 8 7 3 5
2 3 5 4 1 7 9 6 8
1 7 3 5 6 4 2 8 9
6 5 4 2 8 9 1 7 3
9 2 8 3 7 1 6 5 4
5 4 7 1 9 3 8 2 6
3 6 1 8 4 2 5 9 7
8 9 2 7 5 6 3 4 1
3 4 8 9 5
8 5 7 2 1
1 4 9 6
6 1 9 2
3 4 6 7 8
7 8 3 6 5
3 9 4 8
4 2 6 9
7 3 5 4
___________________
Baraldi, Maria Ivete (2004) Oficinas Matemáticas: Uma experiência com a Terceira idade. Universidade do
Sagrado Coração – USC – Bauru
Pérez, Elisenda Rentería; Wajnman, Simone; Oliveira, Ana Maria H. Camilo de. (2001). Análise dos deter-
minantes da participação no mercado de trabalho dos idosos em São Paulo. Caxambu – MG
Sales, Márcia Barros de. (2002). Desenvolvimento de um checklist para a avaliação de acessibilidade da
web para usuários idosos. Dissertação de Mestrado - UFSC, Florianópolis.
Sebben, Naiara , Guedes, Aníbal Lopes, Stahlhöfer, Marizete Marciane, Guedes, Fernanda Lopes (2006).
Desenvolvendo Jogos para a Terceira Idade. Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). SC – Brasil
Prevenção Sénior
7
Cuidar o idoso com Alzheimer
O Cuidador deve...
IlustraçõesdosFormandos
Prevenção Sénior
8
CUIDAR O CUIDADOR DO IDOSO COM ALZHEIMER O cuidador deve…
Cuidador Descansado… Idoso bem Tratado!
Saber programar a sua vida. Ter tempo livro para fazer exercício físico e outras actividades.
Em caso de cansaço pedir ajuda a familiares ou profissionais.
Ter o direito de manter o mínimo de contacto social com os seus familiares e/ou amigos.
O Tesouro do Cuidador é o seu tempo livre!
Cuidar o cuidador do idoso com
Alzheimer
O Cuidador deve...
Introdução
O grupo de formandos do curso EFA – B3 de Agente em Geriatria, cons-
tituído por 15 elementos, elaborou, no âmbito da temática “Prevenção Sénior”,
um Inquérito por questionário que foi passado a 150 seniores da Vila de Alvarães
e arredores. A amostra foi constituída por 68 pessoas do sexo masculino e 82 do
sexo feminino, com idade superior a 65 anos.
O inquérito pretendia recolher informações sobre a segurança na terceira
idade, os seus hábitos ao nível da saúde, das relações sociais estabelecidas, das
principais ocupações e maiores receios desta faixa etária.
Caracterização da amostra
Após a elaboração do inquérito, com recurso a várias Áreas de Competên-
cia, cada formando inquiriu 10 seniores, constituindo-se, assim, uma amostra de
150 elementos. Posteriormente, os dados foram analisados e retiradas as devidas
conclusões. Assim, de acordo com o gráfico, a amostra é composta por 45% de
elementos do sexo masculino e 55% do sexo feminino.
No que respeita ao estado civil, é possível observar que a maioria dos
inquiridos é casado, apesar de haver uma grande diferença entre os elementos do
sexo masculino (80,9%) e os do sexo feminino (58,5%).
Inquérito “Prevenção Sénior”
IlustraçõesdosFormandos
Prevenção Sénior
9
0
10
20
30
40
50
60
Casado União de facto Viúvo Solteiro Divorciado
Homens
Mulheres
De acordo com o gráfico, há mais viúvas (32,9%) do que viúvos (17,6%),
em conformidade com as estatísticas nacionais. Os números mais recentes do Ins-
tituto Nacional de Estatística sobre mortalidade mostram que em Portugal a es-
perança de vida das mulheres é superior à dos homens. Actualmente, um homem
pode esperar viver 73,7 anos e uma mulher 80,6. (Fonte - Associação Nacional das
Farmácias - http://www.anf.pt)
Relativamente à Escolaridade, os indivíduos que constituem a amostra
apresentam um grau de escolarização muito baixo. A grande maioria (80,9%) pos-
sui o 1º ciclo. Nas pessoas sem escolaridade, verifica-se uma grande diferença
entre mulheres e homens, sendo as mulheres as que apresentam uma maior taxa
de analfabetismo (31,7%) em comparação com os homens (8,8%). Este facto
poderia ser explicado pela pouca importância que, à data, era atribuída à escolari-
zação das mulheres.
Como a amostra é composta por seniores (pessoas com idade superior
a 65 anos) foi possível observar que, acerca da actividade profissional, a grande
maioria da amostra referiu estar reformado (94,7%).
Relativamente aos rendimentos auferidos pretendia-se perceber se as pes-
soas consideravam que estes são suficientes para as suas necessidades. A maioria
dos homens (66,2%) considerou que são suficientes. Em contrapartida, a maior
parte das mulheres (48,8%) considerou que não. Esta diferença pode ser explicada
pela diferença de escolarização e da situação profissional anterior à reforma que
coloca as mulheres numa situação menos favorável, recebendo reformas mínimas
por terem tido pequenos períodos de descontos.
No que concerne à análise dos apoios que esta população poderá usufruir,
mais especificamente o Apoio Domiciliário, é possível observar que a maioria
dos inquiridos não necessitam de um apoio extra, visto que 91,2% dos homens
e 79,3% das mulheres responderam “não” quando interrogados a esse respeito.
Dos elementos que responderam afirmativamente à questão anterior
foi possível observar que o tipo de serviços que mais recebem é a alimentação
(100%), seguido da higiene habitacional (83,3%).
Relações Sociais
Cientes que a solidão é um sentimento que afecta o ser humano provo-
cando uma profunda sensação de vazio e isolamento, procurou-se inquirir a nossa
amostra sobre esse aspecto. Relativamente ao facto de sentirem ou não solidão, a
maioria dos homens (69,1%) e das mulheres (50,0%) considerou que não se sente
só. No entanto, para aqueles que responderam “Sim” são as mulheres as mais
afectadas por este sentimento (46,3%) em comparação com 27,9% dos homens.
Estes dados vêm, de alguma forma, reforçar a ideia de que são as mulheres as que
enviúvam mais cedo.
A solidão é encarada como problema social, pelo que a sociedade deve
criar mecanismos para não isolar este grupo etário. Segundo um estudo publicado
em 2009 no “Journal of Health and Social Behavior”, os idosos que não têm rela-
ções familiares ou de amizade, ou que se sentem sozinhos apesar de terem outros
por perto, tendem a ter uma pior saúde física e mental.
No sentido de combater o isolamento e a solidão a sociedade criou alguns
mecanismos, nomeadamente, Centros de dia ou de convívio. Assim, questiona-
ram-se os idosos acerca dos programas que costumam frequentar. A maioria das
pessoas que respondeu a este estudo afirma não frequentar qualquer tipo de pro-
gramas de animação ou convívio (74,0%). Dos 150 inquiridos, apenas cerca de
11% frequenta algum programa e 14,7% da amostra não respondeu.
Outra forma de combater o isolamento e a solidão é, sem dúvida, a ma-
nutenção de uma ocupação. Com o objectivo de validar, ou não, esta afirmação,
questionaram-se os participantes e a grande maioria (homens e mulheres) respon-
deu afirmativamente (88,7%).
De igual modo, tentou-se perceber quais as estratégias utilizadas para se
sentirem ocupados. Os resultados figuram na tabela seguinte:
Ocupação dos tempos livres % Total (homens e mulheres)
Sai de casa 74,0
Telefona a filhos/familiares 64,7
Convive com amigos 60,7
Procura companhia 44,7
Excursões/turismo sénior 30,0
Desporto em grupo 5,3
Jogos tradicionais 3,3
Outros 8,7
Tabela 1 – Estratégias de ocupação de tempos livres (%)
Procurou-se, ainda, conhecer o tipo de receios que as pessoas desta faixa
etária possuem.
O gráfico abaixo é elucidativo dos receios mais sentidos.
0
10
20
30
40
50
60
Abandono da família
Solidão Doença Morte Falta de dinheiro
Viver num lar
Assaltos Burlas
Homens
Mulheres
Gráfico 2 – Preocupações sentidas pelos indivíduos da amostra
Gráfico 1 – Estado civil da amostra
Prevenção Sénior
10
Importa salientar que o receio menos acentuado é o de abandono pela
família (27,3%).
Segurança
No que concerne à Segurança, foram equacionadas algumas situações que
se encontram mencionadas na tabela seguinte:
Percentagem total (homens e mulheres)
Sim Não NR
Vitimas de burla 10,0 76,0 14,0
Conhecimento de algumas vítimas de burla 36,0 58,7 5,3
Vitima de assalto 16,7 80,0 3,3
Assistiu a sessões de esclarecimento 12,0 84,7 3,3
Abre a porta/fala com estranhos 7,3 90,3 2,0
Desabafa sobre a vida pessoal com estranhos 18,0 77,3 4,7
Vai ao multibanco sozinho 34,7 61,3 4,0
Compra porta-a-porta 8,7 87,3 4,0
Informa desconhecidos de que vive só 4,0 80,3 15,3
Tabela 2 - Conhecimento das regras de segurança
Pela análise da tabela verificou-se que a maioria das pessoas estava re-
lativamente bem informada sobre questões de segurança, nomeadamente, não
costumam abrir a porta a estranhos (90,3%), não costumam comprar objectos a
pessoas que andam de porta em porta (87,3%) e não informam desconhecidos de
que vivem sós (80,3%). No entanto, a maioria da nossa amostra refere que nunca
frequentou uma sessão de esclarecimento sobre questões de segurança (84,7%).
Sublinhe-se que apesar da maioria (76%) não ter sido vítima de burla, 58,7% da
amostra admitiu conhecer alguém que já vivenciou essa experiência.
Saúde
Pretendia-se, ainda, conhecer os principais hábitos de promoção da saúde
desta população. Nesse sentido, após ser interrogada, a maioria da nossa amostra
revela não se sentir com saúde (66,7%). Apenas 30% dos inquiridos referiram
estar de plena saúde.
Relativamente aos comportamentos que demonstram preocupação com a
promoção da sáude, obtivemos os seguintes resultados:
Sim Não NR
Tem a vacinação em dia 93,3 5,3 1,4
Vai regularmente ao médico 94,0 5,3 0,7
Vigia a tensão arterial 90,7 8,6 0,7
Controla o colesterol 94,0 5,3 0,7
Tem dieta rica em frutos e vegetais 77,3 21,3 1,4
Fuma 8,0 88,0 4,0
Pratica diariamente exercício físico 35,3 63,3 1,4
Tabela 3 – Cuidados para manutenção da saúde (%)
De acordo com a tabela, 93,3% da amostra preocupa-se em ter a vacinação
em dia, 94% vai com regularidade ao médico e faz exames periódicos, 90,7% veri-
fica periodicamente a sua tensão e 88% refere não ter hábitos tabágicos. Apesar da
nossa qualidade de vida propiciar o sedentarismo e os níveis de colesterol terem
aumentado significativamente, a nossa amostra referiu que costuma controlar o
colesterol (94%).
Apesar destes dados estarem todos acima dos 90%, ainda se regista algum
descuido relativamente à alimentação, uma vez que 21,3% afirma que não tem
uma dieta rica em frutos e vegetais. Do mesmo modo a maioria da amostra referiu
que também não pratica desporto com regularidade (63,3%).
Conclusões
Este estudo de carácter descritivo e qualitativo não teve a finalidade
de generalizar os dados para a população sénior da zona de Alvarães e ar-
redores. No entanto, é possível tirar algumas conclusões que pensamos ser
importantes:
• as mulheres têm esperança média de vida superior, dado confirmado
pelo índice de viuvez superior neste grupo;
• o tratamento dos dados confirma a baixa escolarização dos indivíduos
inquiridos, surgindo um registo superior de analfabetismo nas mulheres;
• em contraponto com a opinião registada pelos homens, as mulheres con-
sideram que os rendimentos auferidos não são suficientes para a satisfa-
ção das necessidades;
• por outro lado, os dois grupos partilham a opinião de que não necessi-
tam de apoios extra, constatando-se que os que responderam afirmativa-
mente se referem à alimentação e higiene habitacional;
• pese embora os inquiridos considerarem que não se sentem sós, é pos-
sível verificar que as mulheres se sentem mais afectadas pela solidão do
que os homens;
• a maioria dos idosos revela conhecer e cumprir as mais elementares nor-
mas de segurança para esta faixa etária, no entanto, nunca frequentaram
uma sessão de esclarecimento nesse sentido;
• a investigação revela que os idosos com menor apoio social sofrem mais
consequências ao nível da saúde;
• a sociedade, ao longo dos tempos, tem desenvolvido mecanismos para
combater o isolamento dos idosos. No entanto, a maioria dos inquiridos
referiu não usufruir de centros de saúde ou de convívio. Por outro lado,
todos mantêm ocupações que envolvem o relacionamento interpessoal.
Prevenção Sénior
11
Elderly home
Idoso é uma palavra usada para descrever uma pessoa cuja idade é
mais avançada. Eles devem ser respeitados e muito bem tratados, uma vez
que eles merecem tudo, nós sabemos que eles são adultos mas, às vezes, agem
como se fossem crianças, dizendo o que pensam, sem pesar as consequências
das suas palavras. Normalmente, são mais teimosos do que as crianças, no
entanto, não devemos tratá-los como tal.
A casa de um idoso deve ser adequada para a sua idade, as pessoas
devem ser cautelosas e não deixar objectos espalhados, tapetes e carpetes de-
vem ser removidos, mesmo que eles não gostem da ideia. Os idosos devem
compreender que isto é para o seu bem. Devem também tomar consciência
que não podem usufruir de alguns luxos que tinham quando eram jovens. Por
conseguinte, deve-se remover as peças de mobília pequena por uma adequada
à idade deles.
Na casa-de-banho, deve ser colocado um suporte de forma a facilitar
as tarefas bem como o acesso e a utilização da banheira e da sanita. Também
deve ter uma boa iluminação e o chão deve ser anti-derrapante. Não se deve
ter o esquentador nem os medicamentos no seu interior. Esta divisão necessita
de uma boa ventilação e o sistema eléctrico deve estar em boas condições; os
idosos devem deixar a porta destrancada e utilizar o secador fora da casa-de-
banho.
Além disso, não devemos esquecer que o chão encerado pode causar
quedas dolorosas e debilitantes que podem ser permanentes e até mortais
Na cozinha, devemos certificar-nos que tudo o que idoso utiliza regu-
larmente está acessível facilmente. Devemos ter atenção e verificar se o frigo-
rífico não tem comida fora de prazo. O fogão a gás deve ser mudado para um
eléctrico, porque o idoso tem o olfacto diminuído, por isso uma fuga de gás
pode ser letal. Na cozinha, os tapetes devem ser removidos, bem como fios
espalhados e as cadeias desarrumadas.
O gás deve ser fechado, as facas colocadas num local seguro, os me-
dicamentos não devem ser deixados na cozinha, o chão deve estar seco, tudo
deve ter uma boa iluminação, as gavetas e os objectos devem estar fechados.
No âmbito do tema de vida “Prevenção Sénior”, realizámos, em Lin-
guagem e Comunicação Estrangeira, um texto em inglês sobre os cuidados
que se deve ter numa casa para prevenir possíveis quedas.
LCEElderly is a word used to describe a person who is old in age. They
should be respected and very well treated, since they deserve everything, we
know that they are adults but sometimes they act as if they were children, they
say whatever they think without weighing the consequence of their words.
Normally they are more stubborn than children; however we ought not treat
them as that.
The home of an elderly person should be suitable for their age, people
ought to be cautious of not letting tripping hazard throughout the house,
rugs and carpets should be removed even if they do not like the idea. They
should understand that this is for their well-being. An Elderly has to be made
aware that they cannot enjoy some luxuries which they had when were young.
Therefore they should replace low standing furniture with suitable furniture
for they age.
In the bathroom a support should be put in order to facilitate the tasks
as the access and the utilization of bathtub and loo. It also should have a good
lightning and the floor should also be anti-slippery. One shouldn’t have the
gas heater inside nor the medicines. The bathroom needs a good ventilation,
the electric system has to be in good conditions, elderly people must leave the
door unlock and use the hair-dryer outside the bathroom.
Furthermore, we should not neglect that the waxed floor can cause
painful and debilitating falls which might be permanent and deadly.
In the kitchen we should make sure everything that the elderly person
uses on a regular basis are within easy reach. One should have attention and
check the refrigerator for out dated foods. The gas stove should be changed
to an electric stove, because elderly people have a diminished smell, therefore
the gas leak may be lethal. In the kitchen, remove the rugs from the floor,
scattered cables, displaced chairs.
The gas should be closed, the knives put in safe place, the medicines
should not be left in the kitchen, the floor has to be dry, everything should
have a good lighting, the drawers and the objects have to be closed.
Língua Estrangeira Língua Portuguesa
Linguagem e Comunicação Estrangeira
Prevenção Sénior
12
Parece muito longínquo o tempo em que os
avós tomavam conta dos netos quando os pais ti-
nham um trabalho fora de casa, que os obrigava a
estar ausentes. No entanto, hoje, a sociedade entrega
essa tarefa do “cuidar” dos mais novos a instituições.
E os mais velhos? O que acontece?!
Mais do que terem perdido o estatuto que os
sentava à cabeceira da mesa durante a refeição que
costumava reunir toda a família, passaram de cuida-
dores a cuidados.
É do conhecimento de todos que o aumento
da população é uma realidade, assim como a inver-
são da nossa pirâmide etária. Os avanços da ciência
curam mais e mais depressa as doenças, aumentando
a esperança de vida. Passamos, então, a ver o envelhe-
cimento como algo natural, um processo contínuo que
acompanha o indivíduo durante toda a sua vida. No entanto,
é nesta fase da vida que surgem associadas situações
de dependência, que colocam os idosos desprotegi-
dos face a uma família que não tem possibilidade de
cuidar dos seus ancestrais.
Se é verdade que os mecanismos sociais para
este “problema” são vários, também é verdade que
a maior parte deles não consegue dar a resposta ade-
quada à totalidade dos casos, por falta de recursos
humanos profissionalizados e devidamente enqua-
drados. A resposta social não pode ser apenas um
equipamento. É fundamental que nessa estrutura im-
pere uma actuação humanizada, personalizada e que
tenha em conta as necessidades reais e específicas
da cada situação, tendo sempre como preocupação
os residentes, que são o centro de toda a actuação,
e o meio familiar e social donde cada um provém,
pois sendo parte das suas vivências deve continuar a
ser particularmente considerado no apoio às pessoas
idosas de acordo com os seus desejos e interesses.
São várias as respostas sociais existentes e
que podemos enumerar de forma sucinta: Centro de
Convívio, trata-se de um equipamento de apoio a acti-
vidades sócio – recreativas e culturais, organizadas e
dinamizadas pelos idosos de uma pequena comuni-
dade.; Centro de Dia que consiste na prestação de um
conjunto de serviços que contribuem para a manu-
tenção dos idosos no seu meio sócio – familiar; Centro
de Noite, ainda pouco divulgado e mais procurado nas
grandes cidades, dirige-se a idosos com autonomia
que desenvolvem as suas actividades diárias no do-
micílio, mas que durante a noite, por motivo de isola-
mento, necessitam e procuram suporte; SAD – Serviço
de Apoio Domiciliário e ADI – Apoio Domiciliário Integra-
do, que são cuidados personalizados no domicílio. O
SAD é procurado quando por motivo de doença ou
outro impedimento não possam assegurar as suas ne-
cessidades básicas. O ADI trata-se de um conjunto
A “Nossa” Sociedade – Respostas
Sociais para a Terceira Idade
Prevenção Sénior
13
“A Organização mundial de Saúde propôs a seguinte meta “Saúde para todos
no ano 2000”, mas afinal não é bem assim. Para termos saúde para todos temos que ter
políticas saudáveis com a criação de ambientes favoráveis à saúde para haver qualidade
de vida, …, para que a saúde chegue a toda a gente e não favoreça só alguns.” (Maria da
Conceição Ferreira)
“Para ter qualidade de vida devemos estar mais informados de tudo o que nos
rodeia: ter uma vida equilibrada e organizada, ter hábitos alimentares mais correctos, ir ao
médico com regularidade, ter uma vida activa, praticando exercício físico, por exemplo,
em sociedade, partilhar com a família ou amigos os problemas.” (Paula Branco)
“Para muitas pessoas, ter saúde é ter uma boa casa, um trabalho, um carro, etc.
Mas a doença também existe e isso depende muitas vezes da vida que cada um de nós
leva. Assim devemos investir mais na prevenção do que depois na cura.” (Maria Lúcia
Baptista)
“Para ter um envelhecimento saudável é preciso….estar informado acerca do pro-
cesso de envelhecimento, quer o idoso, a sua família e quem cuida também.” (Sandra
Lima).
Aos idosos, deve-se esclarecer que pode haver um envelhecimento saudável. Sem-
pre que possam, devem fazer alguns passeios, frequentar locais públicos, jardins zooló-
gicos, bibliotecas, teatro, passear na praça para não estarem em casa isolados.” (Lurdes
Carvalho)
O nível de saúde de uma população depende
da acção de diversos sectores que actuam na socieda-
de, sendo que o sector da saúde é apenas um deles.
As actividades ligadas à promoção da saúde
dos idosos devem ser realizadas junto dos mesmos e
da sociedade como um todo, no sentido de assegurar
adequados cuidados de higiene corporal, uma alimen-
tação e nutrição saudáveis, a prevenção ou controlo
de hábitos tóxicos, a prevenção de acidentes, uma
satisfatória adaptação domiciliária, a vigilância de
doenças transmissíveis, o controlo e a prevenção de
doenças crónico-degenerativas e por fim, o controlo
da medicação em doentes crónicos.
Os trechos que seguem espelham parte das
conclusões redigidas por nós, formandos, após ter-
mos abordado e desenvolvido várias actividades no
âmbito da promoção da saúde no idoso.
Não esqueça: um envelhecimento saudável
começa no presente para promover a tranquilidade
no futuro!
Promover a saúde do idoso
de cuidados pluridisciplinares, flexíveis, acessíveis
e articulados de apoio social e saúde; Lar de Ido-
sos, será a resposta social mais procurada depois
do SAD. Trata-se de um estabelecimento onde são
desenvolvidas as actividades de apoio social a ido-
sos através do alojamento colectivo, fornecimento
de alimentação, cuidados de saúde, higiene e con-
forto, fomentando o convívio e proporcionando
a animação social e a ocupação dos tempos livres
dos idosos. O Lar Residencial é uma resposta social
com pouca utilização no nosso país e pouco divul-
gada. Trata-se de um equipamento constituído por
um conjunto de apartamentos com serviços de uti-
lização comum para idosos com autonomia total
ou parcial. Na maior parte das vezes estes serviços
estão associados a Centros Paroquiais, Irmandades
das Misericórdias e outras associações.
Estas as respostas sociais de apoio à ter-
ceira idade são apoiadas pelo Centro Regional da
Segurança Social, através de protocolos de coope-
ração que estabelece com as instituições públicas
ou privadas.
Importa referir que, do ponto de vista téc-
nico, o que se pretende não é desenraizar as pes-
soas do seu ambiente, mas circunstâncias diversas
levam a que por vezes a institucionalização tenha
de ser equacionada, ainda que em última linha. O
que não pode, de forma alguma, acontecer é a des-
responsabilização social por parte dos familiares
em relação ao cidadão idoso. Compete à família vi-
sitar o idoso, proporcionar-lhe momentos de lazer
e saber, de forma simples, explicar-lhe as razões
pelas quais não fica aos seus cuidados de forma
sistemática.
TrabalhorealizadonoâmbitodomóduloVelhice : Ciclo Vital e
Aspectos Sociais
Prevenção Sénior
14
Este trabalho foi realizado no contexto do módulo de Pri-
meiros Socorros, tendo como principal objectivo a divulgação da
correcta actuação numa situação de engasgamento e chamada 112.
“Todas as pessoas deveriam fazer exames médicos para vigiar a
sua saúde, de acordo com a sua idade.” (Maria Fernanda Cunha)
“É nessas visitas médicas dos idosos que são detectadas doen-
ças….como a Diabetes, Hipertensão arterial, alterações cognitivas, per-
da de visão e audição, ou apenas factores de risco que o idoso pode
ainda evitar.” (Amândio Meira)
“Os idosos devem ser seguidos por alguém para avaliar se têm
todo o conforto e se precisam de algo...Os familiares devem apoiar os
idosos quando perdem o seu par” (Engrácia Dias)
“Mas também há factores de risco no idoso que devem ser ava-
liados tais como: o abuso de álcool, tabagismo, vida sedentária e polime-
dicação.” (Maria de Fátima Gonçalves)
“Grande parte dos idosos têm problemas de saúde mais graves
porque quando foram jovens não tiveram cuidado com a alimentação:
consumiam mais açúcar, gorduras, salgados,…, e hoje em dia sofrem de
doenças cardiovasculares, Diabetes, obesidade…” (Isabel Sousa)
“Importa reduzir o consumo de sal, enlatados, salgados. Substi-
tuir as gorduras animais por gorduras vegetais. Diminuir a ingestão de
açucares e aumentar a ingestão de fibras” (Ângela Maria Barbosa)
“As vacinas são muito importantes…Os idosos devem actualizar
a vacina anti-tetâncica que se faz de dez em dez anos.” (Teresa Ribeiro)
“ A gripe pode ser contraída quando há grande aglomeração de
pessoas. A melhor prevenção é a vacinação mas pode ser prevenida se ti-
vermos alguns cuidados de higiene como: tapar o nariz e a boca quando
tossir ou espirrar, …, lavar frequentemente as mãos com água e sabão e
sempre que se assoar.” (Maria Jesus Azevedo)
“Controlar a medicação é muito importante: ter em atenção
onde se guardam os medicamentos, avaliar se a pessoa é capaz de os
tomar sozinha, se está a tomar os medicamentos conforme a prescrição
médica…” (Virgínia Sá)
“A prevenção de problemas e a promoção da saúde na pessoa
idosa deve ser um dos principais objectivos da sociedade actual pois só
assim se contribui para uma melhor sociedade.” (Arlinda Montenegro)
Algoritmo de actuação
em situação de
emergência
Prevenção Sénior
15
Com a aposentação
Projecte a sua vida
Procure ocupações saudáveis
Pra se sentir activa.
Se fizerem o que esta revista diz
Verão que têm a ganhar
Viver com mais saúde
E alegria para dar.
O viver é sonhar para tudo ultrapassar
Esperamos que esta revista tenha correspon-
dido às suas necessidades e expectativas e seja útil e
esclarecedora no futuro. Esperamos, ainda, que dela
retire muitos “ensinamentos” e pense especialmente
na PREVENÇÃO.
Para nós foi um privilégio ter realizado este
trabalho, desenvolver o tema de vida e verificar que
adquirimos imensas competências.
OsformandosdoCursoEFA“AgenteemGeriatria”
“ “
Revista elaborada pelos formandos do Curso EFA B3 “Agente em Geriatria”, promovido pela PSICO-
VIANA Lda, e a decorrer no Centro Social e Paroquial e na Junta de Freguesia da Vila de Alvarães, Viana do
Castelo, no âmbito do Tema de Vida “Prevenção Sénior”.
FORMANDOS: Amândio Meira, Ângela Barbosa, Engrácia Dias, Maria Arlinda Ramos, Maria da Con-
ceição Ferreira, Maria de Fátima Gonçalves, Isabel Sousa, Maria de Jesus Azevedo, Maria Fernanda Cunha, Ma-
ria Lúcia Baptista, Maria Lurdes Carvalho, Maria Teresa Ribeiro, Maria Virgínia Sá, Paula Branco e Sandra Lima.