Post on 11-Oct-2020
FRANQUIELLE RIBEIRO DE OLIVEIRA
RENDIMENTO E ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE MUCILAGEM DE CLONES DE PALMA FORRAGEIRA CULTIVADA EM DIFERENTES
CONDIÇÕES AGRONÔMICAS
Serra Talhada-PE
2018
OLIVEIRA
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2018
FRANQUIELLE RIBEIRO DE OLIVEIRA
RENDIMENTO E ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE MUCILAGEM DE CLONES DE PALMA FORRAGEIRA OBTIDA DE DIFERENTES CONDIÇÕES
AGRONÔMICAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. Adriano do Nascimento Simões
Co-orientador: Kelem Silva Fonseca
Serra Talhada-PE
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema Integrado de Bibliotecas da UFRPE
Biblioteca da UAST, Serra Talhada-PE, Brasil O48r Oliveira, Franquielle Ribeiro de
Rendimento e estabilidade físico-química de mucilagem de palma forrageira obtida de diferentes condições agronômicas / Franquielle Ribeiro de Oliveira. - Serra Talhada, 2018.
61 f. : il. Orientador: Adriano do Nascimento Simões
Coorientador: Kelem Silva Fonseca Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Serra Talhada, PE, 2018.
Inclui referências.
1. Palma forrageira. 2. Hidrocolóide. 3. Mucilagem de Palma. I. Simões, Adriano do Nascimento, orient. II. Fonseca, Kelem Silva, coorient. III. Título.
CDD 631
FRANQUIELLE RIBEIRO DE OLIVEIRA
RENDIMENTO E ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE MUCILAGEM DE CLONES DE PALMA FORRAGEIRA CULTIVADA EM DIFERENTES
CONDIÇÕES AGRONÔMICAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
APROVADO em ____/____/_______
Banca Examinadora
_______________________________________________
Prof. Dr. Adriano do Nascimento Simões – UAST/UFRPE
Orientador
_______________________________________________
Dra. Kelem Silva Fonseca – UAST/UFRPE
Co-orientador Examinador Externo
_______________________________________________
Profa. Dra Ellen Karine Diniz Viégas- UAST/ UFRPE
Examinador Externo
Ao meu amado filho Francisco Eduardo por ser o motivo maior para a conclusão
desta jornada, ao meu querido avô Miguel Ferreira (in memoria) pelo o exemplo de
homem. À minha mãe Maria do Socorro, minha vó Marina, meu Pai Francisco, meu
irmão Francivaldo, minha cunhada Genara e ao meu esposo Eduardo pelo o amor e
apoio que recebi em todos os momentos que precisei.
Dedico
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus por ter me dado forças, pois muitas vezes a vontade de
desistir existiu, mas continuei. Agradecer também por ter colocado em minha vida
pessoas tão especiais às quais pude sempre contar e que me ajudaram a concluir esta
etapa.
À minha família que são a minha base e meu porto seguro.
À minha grande amiga e irmã Profa. Marilene Lima que me deu todo incentivo,
conselhos e ouvidos quando sempre precisei.
Aos meus amigos e irmãos Angélica Silva, Fred Lourêdo, Darliclécia Lopes e
Eulâmpio Alves Filho que mesmo distantes sempre estiveram presentes em minha vida.
Ao meu esposo José Eduardo por sempre estar ao meu lado.
Ao meu amigo mais que especial, meu ‘filhote’ Jheizon Nascimento por todo
companheirismo tanto profissional como pessoal.
Aos meus amigos José Raliuson Silva, Renilson Morato, Nielson Brito, Andréa
de Oliveira, Maria Aparecida Morais, Alexandre Jardim, Juracy Neto, Thialla
Laranjeira, Marcela Silva e George Araújo pelo o apoio e o auxílio que sempre recebi
nos momentos em que precisei.
Ao secretário do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal Iago Pereira
pela amizade, apoio e disposição em ajudar sempre.
Ao Núcleo de Estudos de Fisiologia e Pós-colheita (NEFP) do qual fiz parte e
pude contar com o auxílio de todos os integrantes.
Ao Grupo de Agrometeorologia no Semiárido (GAS) pelo o fornecimento de
material vegetal e pela disposição dos integrantes em colaborar com este trabalho.
A todos os meus colegas do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
por proporcionarem momentos inesquecíveis e de muitas risadas, tornando os dias mais
agradáveis.
Ao meu orientador Adriano Simões pela paciência e por todo conhecimento
adquirido.
À minha co orientadora Kelem Silva Fonseca pela paciência de ensinar-me e de
sempre estar presente no meu dia-a-dia acadêmico e pessoal.
À todos os professores pela experiência adquirida nas disciplinas.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra
Talhada pela a oportunidade de cursar o Programa de Pós-Graduação.
Cada cicatriz que temos é a confirmação de que uma ferida sara. Cicatrizes são marcas
de superação que só um verdadeiro guerreiro possui.
(Autor Desconhecido)
RENDIMENTO E ESTABILIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE MUCILAGEM DE
CLONES DE PALMA FORRAGEIRA CULTIVADA EM DIFERENTES CONDIÇÕES AGRONÔMICAS
RESUMO
Recentes estudos estão evidenciando que subprodutos de palma forrageira vêm
sendo aplicado na indústria de alimentos, farmacêuticas e de cosméticos. Na indústria
de alimentos, a mucilagem de palma, mostrara-se promissora como componente de
revestimento comestível em morango e kiwi inteiros, como também, em raízes de
inhame minimamente processadas. Objetivou-se com este trabalho realizar a
caracterização físico-química da mucilagem de dois clones de palma forrageira
submetidas a diferentes condições de campo e métodos de extração. Os clones IPA
100004/Miúda e IPA 200205/ IPA- Sertânia de cultivo sequeiro e irrigado, foram
colhidos de áreas experimentais da Universidade Federal Rural de Pernambuco/
Unidade Acadêmica de Serra talhada (UFRPE/UAST) às 05:00 e 20:00 horas, sendo
classificados em tamanho médio (100 a 230 mm) e (250 a 300 mm) respectivamente
para IPA 100004/Miúda e IPA 200205/ IPA- Sertânia. Após a classificação os cladódios
foram transportados para o laboratório do Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco. No laboratório, os cladódios
foram pesados, lavados em água corrente, cortados em cubos para a remoção do
parênquima aquífero. Os pedaços foram pesados e imersos em água ultrapura por 30
minutos e em solução contendo ácido cítrico à 5 %. Drenados por 10 minutos, obtendo-
se a mucilagem, a qual foi acondicionada em placas de Petri e armazenadas à 5 ± 2 °C e
Umidade Relativa de 85 %, por 12 dias. Foram realizadas as análises de Rendimento de
mucilagem, no dia inicial, como também a cada dois dias quantificou-se o Teor de
Sólidos Solúveis Totais, Acidez Total Titulável, pH, Teor de Potássio, Teor de Sódio e
Condutividade Elétrica da mucilagem. Utilizou-se um delineamento inteiramente
casualizado em esquema fatorial 2 x 7 e com três repetições, para cada estudo realizado.
Sendo que no primeiro ensaio utilizou-se dois clones de palma (Miúda e IPA) dois tipos
de cultivos (Sequeiro e Irrigado) e sete dias de Avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12), no
segundo foi utilizado dois horários de colheita (05;00 e 20:00 horas) e sete dias de
avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12), no terceiro adicionou-se ácido cítrico na mucilagem
(água ultrapura e ácido cítrico) e os sete dias de avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12), e por
último, utilizou-se dois tamanhos (100 a 230 e 231 a 300 mm) de cladódios de palma
forrageira e os sete dias de avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12). Os dados obtidos foram
submetidos à ANOVA e quando significativos, foram submetidos ao teste de Tukey à
5% de probabilidade. Em relação ao rendimento de mucilagem, o clone IPA 200205/
IPA-Sertânia de cultivo irrigado apresentou maior rendimento. No entanto, em relação
ao horário de colheita, adição de ácido cítrico e tamanho de cladódio não houve
diferença entre os resultados. Quanto ao teor de Sólidos Solúveis, Condutividade
Elétrica, teor de Potássio e Sódio, Acidez Total Titulável e pH, houve diferença
significativa entre os tratamentos. Portanto, conclui-se que a adição de ácido cítrico na
extração de mucilagem de palma forrageira não proporcionou maior rendimento e
diminuiu a viscosidade da mucilagem, e que a mucilagem de cladódios do clone
IPA100004/ Miúda de cultivo sequeiro, colhido às 05:00 horas apresentou maior
estabilidade físico-química ao longo da conservação.
PALAVRAS-CHAVE: Nopalea. Hidrocolóide; Revestimento comestível. Edafoclimática;
ABSTRACT
Recent studies are showing that by-products of forage palm have been applied in the
food, pharmaceutical and cosmetics industry. In the food industry, palm mucilage had
shown promise as an edible coating component in whole strawberries and kiwifruit, as
well as in minimally processed yam roots. The objective of this work was to perform the
physical-chemical characterization of the mucilage of two forage palm clones submitted
to different field conditions and extraction methods. The clones IPA 100004 / Miúda
and IPA 200205 / IPA-Sertânia of dry and irrigated cultivation were collected from
experimental areas of the Federal Rural University of Pernambuco / Serra Talhada
Academic Unit (UFRPE / UAST) at 05:00 and 20:00 hours , being classified in medium
size (100 to 230 mm) and (250 to 300 mm) respectively for IPA 100004 / Miúda and
IPA 200205 / IPA-Sertânia. After classification, the cladodes were transported to the
laboratory of the Graduate Program in Plant Production of the Federal Rural University
of Pernambuco. In the laboratory, the cladodes were weighed, washed in running water,
cut into cubes for removal of the aquifer parenchyma. The pieces were weighed and
immersed in ultrapure water for 30 minutes and in a solution containing 5% citric acid.
Drained for 10 minutes, the mucilage was obtained, which was packed in Petri dishes
and stored at 5 ± 2 ° C and Relative Humidity of 85%, for 12 days. The analysis of
Mucilage Yield was performed on the initial day, as well as every two days the Total
Soluble Solids, Total Titratable Acid, pH, Potassium, Sodium Content and Electric
Conductivity of the mucilage were quantified. A completely randomized design was
used in a 2 x 7 factorial scheme and with three replications, for each study. In the first
trial, two clones of palm (Miúda and IPA) were used for two types of crops (Sequeiro
and Irrigado) and seven days of evaluation (0, 2, 4, 6, 8, 10 and 12). (0, 2, 4, 6, 8, 10 and
12), in the third one was added citric acid in the mucilage (ultrapure water and acid
citrus) and seven days of evaluation (0, 2, 4, 6, 8, 10 and 12), and lastly, two sizes (100
to 230 and 231 to 300 mm) of forage palm cladodes and seven days of evaluation (0, 2,
4, 6, 8, 10 and 12). The data were submitted to ANOVA and, when significant, were
submitted to the Tukey test at 5% of probability. In relation to the mucilage yield, clone
IPA 200205 / IPA-Sertânia of irrigated culture presented higher yield. However, in
relation to the time of harvest, addition of citric acid and cladode size there was no
difference between the results. Regarding the Soluble Solids content, Electric
Conductivity, Potassium and Sodium content, Titratable Total Acidity and pH, there
was a significant difference between the treatments. Therefore, it is concluded that the
addition of citric acid in the extraction of forage palm mucilage did not provide higher
yield and decreased the viscosity of the mucilage, and that the cladodes mucilage of
clone IPA100004 / Kidney crop, harvested at 05:00 hours presented greater physical-
chemical stability throughout conservation.
Keyword: Nopal. Hydrocolloid; Edible Coating. Edafoclimatic
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Dados meteorológicos: Temperatura do ar (°C), Umidade relativa do ar
(%), Velocidade do vento (m.s-1) e precipitação pluvial (mm). Obtidos
durante a colheita dos cladódios de palma forrageira, entre novembro do
ano de 2017 e janeiro do ano de 2018 em Serra Talhada-PE. Fonte
INMET.2018..............................................................................................
28
Figura 2
Fluxograma de extração e conservação por 12 dias à 5 ± 2 °C e 85% de
Umidade Relativa, da mucilagem de cladódio de palma forrageira clones
IPA 100004/ Miúda e IPA 200205/ IPA-Sertânia do gênero Nopalea,
obtidos de áreas experimentais de cultivo sequeiro e irrigado
(UFRPE/UAST) 2018.................................................................................
30
Figura 3 Sólidos solúveis totais (%); acidez titulável total (ácido málico g.100 mL
de mucilagem); pH; condutividade elétrica (mS.cm-1); teor de potássio
(µmol K+ mL de mucilagem) e sódio (µmol Na+ mL de mucilagem) para
mucilagem de palma forrageira obtida de clones Miúda e IPA cultivados
em sistema de sequeiro e irrigado, conservada à 5 ± 2 °C e 85% de
Umidade Relativapor doze dias. ( ) Miúda em sequeiro, ( ) Miúda
em irrigado, ( ) IPA em sequeiro, ( ) IPA em irrigado (A).
Correlação de Pearson em relação ao teor de Potássio e Condutividade
Elétrica na mucilagem de palma forrageira de clones Miúda de sequeiro,
Miúda irrigada, IPA sequeiro e IPA irrigada (B). Rendimento de
mucilagem extraída de cladódios de clones Miúda e IPA cultivados em
sistema de cultivo de sequeiro e irrigado (C) A mucilagem foi extraída
na proporção 1:2 (1 parte de material vegetal e 2 partes de solução
contendo 5% de ácido cítrico).....................................................................
38
Figura 4 Sólido Solúveis Totais (%); Acidez titulável total; (ácido málico g.100
mL de mucilagem) pH; Condutividade elétrica (mS.cm-1); Teor de
potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e de sódio (µmol K+ mL de
mucilagem) em mucilagem de palma forrageira extraída do clone IPA
100004/Miúda colhida às 05:00 horas (-●-) e às 20:00 horas (-○-),
mantidos por 12 dias à 5 °C (A). Correlação de Pearson entre teores de
Potássio e Condutividade Elétrica, da mucilagem extraídas de palma
clone IPA 100004/Miúda colhida às 05:00 e 20:00 horas (B).
Rendimento de mucilagem extraída de cladódios colhidos às 05:00 e
20:00 horas (C). A mucilagem foi extraída em água ultrapura por 30
minutos na proporção de 1:2 (uma parte de material vegetal processado e
2 partes de água ultrapura).........................................................................
41
Figura 5 Sólidos solúveis totais (%); Acidez titulável total (ácido málico g.100
mL de mucilagem); pH; Condutividade elétrica (mS.cm-1); Teor de
potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e de sódio (µmol Na+ mL de
mucilagem) em mucilagem de palma forrageira extraída em água
ultrapura (-●-) e com adição de ácido cítrico à 5% (-○-), mantidos por 12
dias à 5 °C (A). Correlação de Pearson entre teores de Potássio e
Condutividade Elétrica, da mucilagem de palma clone IPA
100004/Miúda extraída em água ultrapura e com adição de ácido cítrico
5% (B). Rendimento de mucilagem de cladódios de clone IPA
100004/Miúda, extraída em água ultrapura e com adição de ácido cítrico
à 5% (C). A mucilagem foi extraída em água ultrapura e com adição de
ácido cítrico à 5% por 30 minutos na proporção de 1:2 (uma parte de
material vegetal processado e 2 partes de água ultrapura e com ácido
cítrico)..........................................................................................................
44
Figura 6 Sólidos Solúveis Totais (%); Acidez Titulável Total (ácido málico g.100
mL de mucilagem); pH; Condutividade Elétrica (mS.cm-1); Teor de
Potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e Teor de Sódio (µmol Na+ mL de
mucilagem) em mucilagem de palma forrageira extraída do clone IPA
100004/Miúda de tamanho 100 a 230 mm (-●-) e de 231 a 300 mm (-○-),
mantidos por 12 dias à 5 ± 2 °C e 85% Umidade Relativa (A).
Correlação de Pearson entre teores de Potássio e Condutividade Elétrica,
da mucilagem extraídas de palma clone IPA 100004/Miúda do tamanho
de 100 a 230 mm e de 231 a 300 mm (B). Rendimento de mucilagem
extraída de cladódios de 100 a 230 mm e de 231 a 300 mm de
comprimento (C). A mucilagem foi extraída em água ultrapura por 30
minutos na proporção de 1:2 (uma parte de mucilagem e duas partes de
água)............................................................................................................
47
Figura 7 Resposta da Análise de Componentes Principais dos tratamentos em
relação a mucilagem obtida a partir de diferentes clones de palma
forrageira, cultivados em sistemas de cultivos distintos, colhidos em
diferentes horários e avaliados diferentes tamanhos de
cladódios......................................................................................................
54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Valor do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clones
IPA100004/Miúda e IPA 200205/IPA-Sertânia cultivados sistema de
produção em sequeiro e irrigado, conservada à 5 ± 2 °C e 85% UR °C
por doze dias. Sendo realizadas as seguintes análises: SST - sólidos
solúveis totais; ATT - acidez titulável total contendo; pH; C.E-
condutividade elétrica; teor de potássio (K+) e teor de sódio
(Na+)..........................................................................................................
37
Tabela 2 Valores do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clone
IPA 100004/Miúda, obtida de cladódios colhidos às 05:00 e 20:00
horas na proporção de 1:2 (uma parte de mucilagem e duas partes de
água), conservada em temperatura à 5 ± 2 °C e 85% Umidade Relativa
por doze dias. Sendo realizadas as seguintes análises: SST - sólidos
solúveis totais; ATT - acidez titulável total; pH; C.E- condutividade
elétrica; teor de potássio (K+) e teor de sódio
(Na+)..........................................................................................................
40
Tabela 3 Valor do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clone
IPA 100004/Miúda, obtida em água ultrapura e com adição de ácido
cítrico à 5%, conservada à 5 ± 2 °C e 85% UR °C por doze dias. Sendo
realizadas as seguintes análises: SST - sólidos solúveis totais; ATT -
acidez titulável total contendo; pH; C.E- condutividade elétrica; teor de
potássio (K+) e teor de sódio
(Na+)..........................................................................................................
43
Tabela 4 Valor do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clone
IPA 100004/Miúda, obtida de dois tamanhos de cladódios (100 a 230
mm ; 231 a 300 mm) na proporção de 1:2 (uma parte de mucilagem e 2
partes de água), conservada à 5 ± 2 °C e 85% Umidade Relativa, por
doze dias. Sendo realizadas as seguintes análises: SST - sólidos solúveis
totais; ATT - acidez titulável total; pH; C.E- condutividade elétrica; teor
de potássio (K+) e teor de sódio
(Na+)..........................................................................................................
46
Tabela 5 Disposição dos tratamentos em relação a Análise de Componentes
Principais, para a mucilagem de palma forrageira, obtida a partir de
diferentes clone e sistema de cultivos, horário de colheita, adição de
ácido cítrico e tamanho de cladódios.........................................................
53
Sumário 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 21
2.1. Cultura da Palma Forrageira e Importância para o Semiárido............................ 21
2.2. Produtividade da Palma Forrageira ................................................................... 22
2.3. Fator de Impacto da Palma Forrageira .............................................................. 22
2.4. Importância da Mucilagem de Palma Forrageira ............................................... 23
2.5. Revestimento Comestível ................................................................................. 24
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 27
3.1. Influência do tipo de cultivo na estabilidade físico-química de mucilagem extraída de cladódios de clones IPA 100004/Miúda e IPA-200205/IPA-Sertânia ...... 27
3.1.2. Caracterização das áreas de colheita ........................................................ 27
3.1.3. Obtenção de Cladódios de Palma Forrageira e Processamento para Obtenção de Mucilagem ..................................................................................... 28
3.1.4. Análises .................................................................................................... 31
3.1.5. Delineamento Estatístico e Análise Estatística.......................................... 33
3.1.6. Estudo do horário de colheita na composição físico-química de mucilagem de cladódio de clone IPA 100004/Miúda ............................................................ 33
3.1.7. Delineamento Experimental e Análise Estatística .................................... 34
3.2. Uso do ácido cítrico na extração de mucilagem de cladódio de clone IPA 100004/Miúda ......................................................................................................... 34
3.2.1. Delineamento Experimental e Análise Estatística .................................... 34
3.3. Avaliação do tamanho do cladódio de palma forrageira do clone IPA 100004/Miúda para extração de mucilagem ............................................................. 34
3.3.1. Obtenção de Cladódios de Palma e Disposição dos Tratamentos .............. 34
3.3.2. Processamento dos cladódios para obtenção de mucilagem ..................... 35
4. RESULTADOS ....................................................................................................... 35
4.1. Cultivo em sequeiro de clones de palma forrageira incrementou os teores de alguns fitoquímicos na mucilagem .......................................................................... 35
4.2. Cladódios do clone IPA 100004/Miúda colhidos no horário de 05:00 horas apresenta um potencial para extração de mucilagem ................................................ 39
4.3. Adição de ácido cítrico na extração de mucilagem, modificou a composição físico-química e rendimento .................................................................................... 42
4.4. Cladódios de 100 a 230 mm de comprimento foram mais adequados para obtenção de mucilagem do clone IPA 100004/Miúda ............................................... 45
5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 48
6. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 55
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 55
19
1. INTRODUÇÃO
A palma forrageira Nopalea cochenillifera (L) Salm Dyck (Taylor et. al., 2002)
é uma planta que pertence à família das Cactáceas, a qual apresenta um metabolismo
diferenciado referente à absorção de CO2 e perda de água (Chiacchio et al., 2006).
Devido ao seu Metabolismo Ácido das Crassuláceas, a planta da palma forrageira abre
seus estômatos apenas durante a noite e os fecha durante o dia, evitando assim a perda
de água, uma vez que tanto a água como o CO2 têm a mesma via de difusão, dessa
forma, a palma forrageira consegue manter uma alta eficiência do uso da água (Taiz;
Zeiger, 1998). O que é considerado um fator de grande importância quando se trata de
regiões áridas e semiáridas. Por essa razão, a palma forrageira é de grande importância
para as regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, uma vez que esta espécie apresenta
adaptação principalmente em relação as condições hídricas (Santos et al., 2006).
No México, a utilização da palma forrageira se dá principalmente para a
produção de frutos e de nopalitos (cladódios jovens), os quais são destinados para a
alimentação humana e também animal (Sáenz; Sepúlveda; Matsuhiro, 2004). Além
disso, a palma forrageira apresenta potencial para a indústria alimentícia na produção de
revestimento comestível (Del- Valle et al., 2005; Allegra et al., 2017), na construção
civil (Ventolà et al., 2011), na indústria cosmética, farmacêutica (Trombetta et al., 2006;
Ammar et al., 2015; Lorenzo et al., 2017) e como biorremediação na purificação de
água contaminada (Nharingo; Moyo 2016; Vecino et al., 2016).
A mucilagem de palma forrageira é considerada um hidrocolóide, rica em
polissacarídeos não amiláceos (Nava et al., 2018), de alto peso molecular (Matsuhiro et
al., 2006) e sua composição principal consiste em açúcares como arabinose, galactose,
xilose (Trachtenberg; Mayer, 1981). Também foi verificado a presença de carbonato de
cálcio na forma disponível para o corpo humano (Padilla et al., 2016). Essa
característica tem atraído um segmento da indústria alimentícia envolvendo elaboração
de biofilmes comestíveis. Pois, de uma forma geral, os biofilmes comestíveis podem ter
como base polímeros como polissacarídeos, proteínas e lipídeos, no qual são obtidos de
diferentes fontes, incluindo industrializados. Por apresentar propriedades filmogênicas,
altas propriedades elásticas e pH ligeiramente ácido (Padilla et al., 2016), bem como
biodegradabilidade e atoxidade (Prajapati et al., 2013), a mucilagem de palma forrageira
acrescida de plastificantes, apresenta potencial para a elaboração de filmes comestíveis,
sendo considerada uma alternativa sustentável para a produção de embalagens de
20
alimentos, em substituição às embalagens plásticas derivadas de petróleo (Gheribi et al.,
2018).
A utilização da mucilagem de palma forrageira de Opuntia fícus indica, como
revestimento comestível, manteve maior firmeza, maior teor do ácido ascórbico e
pectina de fatias de kiwi durante cinco dias de armazenamento à 5 °C (Allegra et al.,
2016 e Allegra et al., 2017), como também manteve maior firmeza de morangos inteiros
(Dell-Valle et a., 2005). Em outro estudo, Espino-Diaz et al. (2010) estudou as
propriedades do filme de mucilagem de palma sob diferentes pH e com ou sem adição
de cálcio. Estes autores confirmaram que a mucilagem de Opuntia ficus-indica tem a
capacidade de formar filmes comestíveis em pH entre 4 e 8, sendo necessário adicionar
plastificante para melhorar a mecânica propriedades dos filmes obtidos.
Os revestimentos comestíveis citados utilizando mucilagem de palma, têm sido
aplicados em frutas inteiras e em processadas para minimizar a desidratação, retardar
perda de firmeza, e queda de alguns componentes fitoquímicos, como por exemplo, o
ácido ascórbico. Além de garantir brilho e estender a qualidade do vegetal. O uso em
produtos minimamente processado, ainda são escassos os trabalhos, além dos trabalhos
de (Del-Valle et al. 2015; Morais, 2016; Allegra et al. 2017). O agravante para algumas
raízes minimamente processadas é o escurecimento, o qual é um desafio ainda maior,
pois, além do revestimento ter propriedades de barreira a vapor de água, deve ter
também barreira para O2, um dos substratos para ativar rotas bioquímicas envolvidas no
escurecimento (Gupta; Corpas; Palma, 2013), ao mesmo tempo não resultar em
anaerobiose.
Para conferir uma maior durabilidade aos produtos minimamente processados, o
uso de biofilmes ou revestimentos comestíveis se torna uma alternativa. A produção de
filmes comestíveis pode ser feita a partir de materiais que apresentem características
como: a capacidade de formação de filme, boa capacidade de aderência à superfície do
produto, resistência e que não interfira nas características organolépticas do produto
minimamente processado (Bourtoom, 2008). Entretanto a depender do clone
(Rodriguez-Gonzales et al., 2014); estádio de maturação ou idade fisiológica ou do tipo
do cultivo; adição de coadjuvantes para formulação do revestimento, pode apresentar
alterações em suas propriedades reológicas, como, por exemplo, a viscosidade,
consequentemente o revestimento comestível produzido pode apresentar alterações
(Padilla et al., 2016; Kim et al.,2013).
21
Assim, objetivou-se realizar a caracterização físico-química da mucilagem de
dois clones de palma forrageira submetidas a diferentes condições de campo e métodos
de extração.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Cultura da Palma Forrageira e Importância para o Semiárido
Considerada como cacto, a palma forrageira pertence à família das Cactáceas
(Taylor et. al., 2002), é uma planta que apresenta crescimento rápido, nativa do México,
e foi introduzido no nordeste do Brasil no final do século XIX. As principais espécies
cultivadas são Opuntia ficus-indica e Nopalea cochenillifera Salm Dyck, especialmente
nos estados brasileiros de Alagoas, Pernambuco e Paraíba (Santos et al., 2016). Foi
nessas áreas que a planta recebeu a denominação de “palma forrageira” (que significa
“forragem de palma”) e tem sido usada como forragem para bovinos e caprinos durante
a estação seca. Além disso, devido a sua adaptabilidade às condições ambientais da
região e suas características anatômicas e morfofisiológicas, a palma forrageira vem
sendo largamente cultivada, principalmente nas bacias leiteiras do Estado do Nordeste,
sendo também o Estado do Sergipe uma das áreas de maior cultivo (Melo et al, 2014).
A região do Semiárido brasileiro, se caracteriza por sua rusticidade e potencial
de produção em condições de pouca disponibilidade de água, com isso a palma
forrageira tornou-se um relevante recurso para a alimentação animal, tendo alta
capacidade de oferta de forragem quando comparada à vegetação nativa da Caatinga
(Oliveira et al., 2011; Sales et al., 2009). A palma ainda apresenta tolerância à seca,
alto valor energético (Tosto et al., 2007), sendo uma planta rica em carboidratos não-
fibrosos, 61,79% (Wanderley et al., 2002), nutrientes digestíveis totais, 62% (Melo et
al., 2003) e teor de água, alta aceitabilidade, elevado coeficiente de digestibilidade da
matéria seca, 75% e palatabilidade (Ferreira et al., 2009), é uma planta rústica, de fácil
propagação, longeva e apresenta alta eficiência de uso de água por possuir Metabolismo
Ácido das Crassuláceas- CAM.
22
2.2. Produtividade da Palma Forrageira
De acordo com Oliveira Júnior et al. (2009) a produção de fitomassa da palma
pode ser influenciada por diversos fatores, como por exemplo, as condições
edafoclimáticas, ou seja, baixa precipitação e alta evaporação pode causar estresse na
planta, reduzindo assim, a sua produtividade. A escolaridade do produtor que pode
influenciar no manejo incorreto, o que leva também à uma baixa produtividade. O
acesso ao crédito rural que dificulta a implantação de tecnologias que visam aumentar a
produtividade da palma forrageira. A disponibilidade de mão de obra e assistência
técnica, idade da planta, genótipo e espaçamento utilizados, mecanização, custos de
aquisição e disponibilidade de insumos, níveis e fontes de adubos, tratos culturais,
pragas, doenças, sistema de cultivo e entre outros, são fatores que podem acarretar em
uma menor produção de fitomassa de palma forrageira.
Entretanto, mesmo com todos esses fatores que dificultam uma melhor
produtividade, as produções anuais de fitomassa de palma forrageira já alcançaram até
20t de matéria seca ha-1ano-1 em condições de sequeiro (Santos et al., 2000).
Outros estudos já mostraram que a produtividade de palma forrageira já atingiu
média anual em campos de cultivos no semiárido de Pernambuco e Paraíba, uma média
74 t de peso úmido ha-1, sem irrigação (Menezes et al., 2005). Foi verificado também
que em condições de irrigação a palma forrageira já produziu até 45 a 50 toneladas de
matéria seca ha-1 ano-1, o que representou um rendimento muito alto em comparação
com a maioria das outras culturas (Nobel, 1995).
Estima-se existirem no Nordeste aproximadamente 500 mil ha cultivados com
palma forrageira, constituindo-se numa das principais forrageiras para o gado leiteiro,
bem como, para a pecuária de pequeno porte na época seca (Lira et al., 2006).
2.3. Fator de Impacto da Palma Forrageira
A produtividade da palma forrageira é foco de muitos estudos, no entanto, outros
trabalhos como, por exemplo, o de Abreu et al (2018), buscaram investigar a qualidade
da carne de ovinos alimentados com palma forrageira e verificaram que a qualidade da
carne foi melhor quando comparada com a carne dos animais que obtiveram a dieta com
23
farelo de trigo, sendo esse mais um fator de impacto positivo para a utilização da palma
forrageira como base para a alimentação animal.
Além disso, outro fator de impacto em relação a palma forrageira está
relacionado com a sua utilização também na alimentação humana.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura FAO (2017), a palma forrageira oferece muitas possibilidades para ser
utilizada no combate à fome em muitas regiões do mundo, ainda foi orientado pela
FAO que políticas públicas sejam elaboradas, nas áreas onde é produzida a palma, para
ajudar as associações a melhorar os resultados produtivos e econômicos, auxiliando na
geração de inovações de cadeia de valor com o intuito de elevar o nível de
competitividade da economia e o bem-estar das pessoas que vivem nesses territórios
(FAO, 2017; Vila Nova, 2018).
2.4. Importância da Mucilagem de Palma Forrageira
Praticamente toda a palma produzida em cultivos no Brasil é destinada
exclusivamente para a alimentação animal (Silva et al., 2014). Porém em outros países
como, por exemplo, México, Estados Unidos, e Japão a utilização da palma forrageira é
voltada também para a alimentação humana, sendo que a produção da palma forrageira
se dá principalmente para a geração de frutos e cladódios jovens denominados de
nopalitos (Sáenz; Sepúlveda; Matsuhiro, 2004).
Além disso, a utilização de subprodutos da palma forrageira, como a mucilagem,
está sendo de muito interesse em diversas áreas, como por exemplo, na indústria
alimentícia na produção de revestimento comestível (Del- Valle et al., 2005; Allegra et
al., 2017) bem como na produção de estabilizantes e emulsificantes (Quinzio et al.,
2018), na construção civil como liga para argamassas (Ventolà et al., 2011), na indústria
cosmética, farmacêutica como revestimentos de comprimidos e até mesmo como
fitoterápicos (Trombetta et al., 2006; Ammar et al., 2015; Lorenzo et al., 2017) e como
biorremediação na purificação de água contaminada (Nharingo; Moyo 2016; Vecino et
al., 2016).
São considerados hidrocolóides, os polímeros de carboidratos que são formados
por mais de um tipo de monossacarídeo, e estes quando são hidratados apresentam
aparência mucilaginosa e transparente, podendo ser obtidos de sementes ou exsudados
24
de partes de plantas, como por exemplo, a mucilagem da palma forrageira, que é um
hidrocolóide, obtido dos cladódio, que são ramos verdes e achatados com forma e
função semelhante a uma folha, sendo característicos das cactáceas e vulgarmente
conhecido como folha. A mucilagem é rica em polissacarídeos não amiláceos, ou seja,
não contém amido (Nava et al., 2018), e apresenta um alto peso molecular (Matsuhiro et
al., 2006) sendo a sua composição principal de açúcares como arabinose, galactose,
xilose (Trachtenberg; Mayer, 1981). Também foi verificado a presença de carbonato de
cálcio na forma disponível para o corpo humano (Padilla et al., 2016).
A mucilagem de palma forrageira por apresentar propriedades filmogênicas e
elásticas (Padilla et al., 2016), pode ser usada para a elaboração de revestimento
comestível, além disso, devido a sua biodegradabilidade e atoxidade (Prajapati et al.,
2013), e quando acrescida de plastificantes, a mucilagem de palma forrageira, apresenta
maior potencial para a elaboração de filmes comestíveis, sendo assim considerada uma
alternativa sustentável também para a produção de embalagens de alimentos, em
substituição às embalagens plásticas derivadas de petróleo (Gheribi et al., 2018).
2.5. Revestimento Comestível
Na indústria alimentícia o emprego de revestimento ou coberturas comestíveis
ou biorrevestimentos como também são denominados, na conservação de frutas em
condição de pós-colheita, ou intactas ou minimamente processadas, tem sido indicado
como uma tecnologia emergente e de grande potencial, principalmente para aplicações
sobre frutas de origem tropical (Assis; Britto, 2014).
Muitos são os estudos que visam a utilização de tecnologias mais práticas e de
baixo custo para a produção dos produtos minimamente processados, tecnologias como
embalagens inteligentes, revestimentos, ou até mesmo temperaturas mais adequadas para
conservação refrigerada (Moraes et al., 2008; Soares et al., 2011; Botrel et al., 2010).
O uso de biofilmes ou revestimentos comestíveis, vêm sendo utilizados com o
intuito de minimizar as trocas gasosas do material vegetal, bem como garantir uma maior
durabilidade dos mesmos (Villadiego et al., 2005).
A definição de revestimento comestível pode ser entendida como sendo uma fina
camada de material comestível que é depositada sob o alimento, tendo como finalidade
estender a vida de pós-colheita de frutas e hortaliças, minimizando as injúrias causadas
25
durante o processo de corte e descasque do processamento mínimo, tendo ainda como
objetivo inibir ou reduzir a migração de umidade, a difusão de oxigênio, dióxido de
carbono e de aromas, pois atua como uma barreira semipermeável (Krochta; Mulder
Johnston, 1997).
Em alimentos minimamente processados, as etapas de corte e descasque são
responsáveis pela ruptura dos tecidos, como consequência, as principais manifestações
fisiológicas provenientes dessas rupturas são o aumento na velocidade de respiração, e
em alguns casos, a produção do etileno (Varoquaux e Wilwy, 1997), devido isso se obtêm
o amadurecimento ou deterioração mais rápido do alimento minimamente processado.
Depois da glicólise para que a respiração dos vegetais continue seu fluxo normal é
imprescindível a presença do oxigênio, para a sucessão do Ciclo de Krebs e para a Cadeia
de Transporte de Eletróns, pois é o oxigênio o aceptor final de elétrons.
A atuação do revestimento comestível compara-se a uma atmosfera modificada,
uma vez que, seu desempenho é retardar a respiração, ou seja, diminuir os níveis de
oxigênio e aumentar os níveis de dióxido de carbono (Sisler e Wood, 1988),
consequentemente, também será reduzida a produção de etileno, hormônio esse que
depende do O2 para ser produzido. A produção de etileno também está relacionada com
as injúrias mecânicas causadas pelo o processamento mínimo.
A utilização do revestimento comestível também é fundamental na conservação
de frutos inteiros, além de conferir uma maior durabilidade, proporciona um aspecto
visual atrativo (Assis, Britto, 2014).
Villadiego et al, (2005), afirmaram que muitos alimentos necessitam de
condições atmosféricas específicas para manter sua qualidade durante a estocagem, e para
assegurar uma composição de gases constante dentro da embalagem é necessário que o
material da embalagem apresente uma barreira aos gases e ao vapor de água.
Os revestimentos comestíveis não dependem somente do material em si, mas
também dependem do produto a ser revestido, cujas características fisiológicas têm papel
relevante nas condições de conservação (Assis; Britto, 2014).
Embora o emprego de revestimentos comestíveis ou biofilmes, ainda seja um
processo em desenvolvimento, tem apresentado resultados bastante significativos, sendo
assim uma prática que visa auxiliar na conservação de produtos perecíveis e,
principalmente, produtos minimamente processados, cujo tempo de prateleira é
consideravelmente reduzido em função do próprio processamento aos quais esses são
submetidos (Assis; Britto, 2014).
26
Para comprovar a eficiência do uso de revestimento comestível Santos et al
(2011), avaliando tomate concluíram que os frutos recobertos com película de fécula de
mandioca a 3% apresentaram melhor aparência do que os frutos revestidos com filme de
polietileno e os frutos (sem revestimento). Ainda verificaram que a perda de massa do
tomate com a película foi menor quando comparado com os frutos sem revestimento.
Outra condição que os revestimentos comestíveis podem proporcionar é a
formação de barreira ou resistência natural ao ataque bacteriano e de alguns insetos,
como, por exemplo, a zeína do milho, que além de conferir cobertura insípida, dura e
transparente, ainda apresenta uma estabilidade em altas temperaturas e calor (Krochta;
Mulder Johnston, 1997).
Resultado semelhante ao de Soares et al (2011) utilizando revestimento a base de
amido de mandioca e quitosana, comprovou que este tipo de revestimento apresenta
característica antimicrobiana, sendo uma alternativa para aumentar a vida útil dos frutos
de goiaba.
Fontes et al (2008), também verificou que o uso de solução conservadora e
películas comestíveis ou biofilmes, reduziu o processo respiratório e a produção de
etileno em maçã quando comparadas ao tratamento controle.
Diversos biopolímeros têm sido avaliados na formulação dessas coberturas como
por exemplo, os polissacarídios como o amido de milho, fécula de mandioca, pectina e
carragenana; as proteínas como gelatina e glúten de trigo e os lipídeos, como por
exemplos, as ceras e ácidos graxos (Pavlath et al., 2009). Além desses, a mucilagem de
palma forrageira vem apresentando resultados promissores em relação à revestimento
comestível, como avaliado por Allegra et al., (2016) que usou revestimento comestível à
base de mucilagem de palma forrageira do gênero Opuntia em kiwis fatiados e
verificaram que a firmeza dos frutos, bem como o teor de ácido ascórbico foi mantida
com o revestimento.
Del-Valle et al., (2005) analisando a mucilagem como revestimento comestível
em morangos, comprovaram o potencial uso dessa mucilagem, uma vez que a mesma
não afetou as características organolépticas do produto, e também prolongou o tempo de
vida útil do mesmo, sendo estas atribuições um dos requisitos para o processamento
mínimo de frutas e hortaliças.
Outros trabalhos já realizados como, por exemplo, de Nascimento Neto et al
(2016) compararam e comprovaram que os revestimentos feitos à base de mucilagem de
27
palma atuaram como incrementos eficazes no brilho e na redução da desidratação dos
frutos de mamão Havaí.
Contudo, percebe-se que a mucilagem da palma forrageira é algo promissor e cabe
mais pesquisas para avaliar o potencial dessa mucilagem como revestimento comestível,
bem como, a sua aplicação em produtos minimamente processados, visando uma
alternativa de baixo custo para a indústria de alimentos e segurança alimentar para o
consumidor.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Influência do tipo de cultivo na estabilidade físico-química de mucilagem extraída de cladódios de clones IPA 100004/Miúda e IPA-200205/IPA-Sertânia
3.1.2. Caracterização das áreas de colheita
Os cladódios de palma forrageira foram coletados em duas áreas, uma em
sequeiro e outra irrigada, da Universidade Federal Rural de Pernambuco/ Unidade
Acadêmica de Serra Talhada. A área de cultivo sequeiro foi instalada em janeiro de
2014, com espaçamento de 1 m entre fileiras e 0,4 m entre plantas. Foi realizada uma
adubação no momento da instalação da área, os tratos culturais foram realizados quando
necessários. Quanto a área de cultivo irrigado, foi instalada em 20 de janeiro de 2016,
com espaçamento de 1,0 m entre fileiras e 0,20 m entre plantas. Realizou-se apenas
duas adubações. Em relação à capina, foi realizada manualmente quando houve
necessidade.
As colheitas dos cladódios no cultivo de sequeiro foram realizadas em novembro
e dezembro do ano de 2017. Enquanto os cladódios oriundos do cultivo irrigado, as
colheitas foram realizadas em janeiro de 2018 (Figura 1). Os dados de Temperatura do
ar, Umidade Relativa do ar, Velocidade do vento e Precipitação Pluvial estão na figura
1.
28
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Novembro Dezembro Janeiro
3.1.3. Obtenção de Cladódios de Palma Forrageira e Processamento para
Obtenção de Mucilagem
Os cladódios do clone IPA 100004/Miúda e IPA 200205/ IPA-Sertânia do
gênero Nopalea obtidos das áreas experimentais, foram transportados para o
Laboratório do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal. Foi realizada a
separação dos cladódios de acordo com o tipo de clone, ou seja, os cladódios foram
separados em clone Miúda e clone IPA. Após a separação, os cladódios foram pesados,
lavados em água corrente e em seguida foi realizada a retirada das extremidades dos
cladódios.
Cortes longitudinais foram feitos com a finalidade de eliminar a epiderme e
obter a região interna (parêquima aquífero) do cladódio, após isso, foi feito mais um
corte para a obtenção do formato de cubo. Em seguida, foi realizada mais uma pesagem
do cladódio já processado. Após a pesagem, os pedaços contendo o parêquima aquífero
foram acondicionados em sacos de poliéster com zíper e imersos em água ultrapura a 30
°C por 30 minutos, em seguida foi realizada a drenagem por 10 minutos, obtendo-se
assim a mucilagem de palma forrageira.
Figura 1. Dados meteorológicos: Temperatura do ar (°C), Umidade relativa do ar (%),
Velocidade do vento (m.s-1) e precipitação pluvial (mm). Obtidos durante a colheita dos
cladódios de palma forrageira, entre novembro do ano de 2017 e janeiro do ano de 2018 em
Serra Talhada-PE. Fonte INMET 2018.
29
A mucilagem obtida foi acondicionada em placas de Petri, as quais, foram
envolvidas com filme plástico de PVC com espessura de 8 µm e mantidas a 5 ± 2 °C
por 12 dias, com a Umidade Relativa de 85% (Figura 2).
30
Figura 2. Fluxograma de extração e conservação por 12 dias à 5 ± 2 °C e 85% de
Umidade Relativa, da mucilagem de cladódio de palma forrageira clones IPA 100004/
Separação dos clones Miúda e IPA
Pesagem inicial
Lavagem e cortes longitudinais e cubos
Pesagem dos cladódios processados
Imersão em água a 30 °C e extração da mucilagem
Acondicionamento em placas de Petri
Manutenção da mucilagem a 5± 2 °C e 85% UR
31
Miúda e IPA 200205/ IPA-Sertânia do gênero Nopalea, obtidos de áreas experimentais
de cultivo sequeiro e irrigado (UFRPE/UAST) 2018.
A mucilagem obtida foi mantida à 5 ± 2 °C por 12 dias. No dia 0 foram
realizadas as análises físico-químicas como Rendimento, teor de Sólidos Solúveis
Totais, Acidez Total Titulável, pH, teor de Potássio, teor de Sódio, Condutividade
Elétrica e Estabilidade físico-química. Para os demais dias de avaliação, exceto
Rendimento, as demais analises foram aos 2, 4, 6, 8, 10 e 12 dias, totalizando sete dias
de avaliação.
3.1.4. Análises
a) Rendimento
O rendimento foi obtido por meio do peso da mucilagem, dividido pela soma
do peso da palma processada acrescido à água utilizada na extração. Sendo usada a
seguinte equação de acordo com Piati, Malacarene, Gall, (2015) e os resultados foram
expressos em porcentagem.
Equação 1.
Em que:
Mucilagem = o peso da mucilagem em gramas
Palma processada = peso da palma processada em gramas
Água = peso da água em gramas, utilizada na extração da mucilagem.
b) Sólidos Solúveis
O teor de Sólidos Solúveis Totais foi determinado por refratometria, em que um
mililitro de mucilagem foi inserido em um refratômetro de bancada modelo ABBE
analógico, sendo os resultados expressos em porcentagem de sólidos solúveis.
32
c) Acidez Total Titulável
A Acidez Total Titulável, foi determinada de acordo com o Instituto Adolfo
Lutz (1985), por titulação com NaOH (0,1 M) adicionando-se duas gotas do indicador
fenolftaleína. Os resultados foram expressos em gramas de ácido málico em 100 ml de
solução de extrato.
Para obtenção dos valores de acidez foi utilizada a equação (Equação2).
Equação 2.
Em que:
n= volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação
M= molaridade da solução de hidróxido de sódio (0,1M)
Eq= Equivalente gramas do ácido málico (67,04)
V= volume de amostra utilizado (10 ml)
d) pH
O potencial hidrogeniônico (pH) foi realizado utilizando o pHmetro de bancada
modelo PHS-3E. Foi imerso o sensor do eletrodo na mucilagem acondicionadas nas
placas de Petri, obtendo-se assim a leitura do pH.
e) Teor de Potássio e Sódio
Foram utilizados tubos de ensaio com 100 µL de mucilagem diluídos em água,
na proporção 1:50 (1 parte de mucilagem e 50 partes de água) com um volume final de
5 mL. Em seguida foi filtrado e as leituras foram realizadas em fotômetro de chamas
modelo B-462 MICRONAL. Os valores foram expressos em µmol K+ por mL de
mucilagem.
33
f) Condutividade Elétrica
Foi medida utilizando um condutivímetro modelo PHS-12 DW, o sensor do
aparelho foi mergulhado na mucilagem. Os resultados foram expressos em mS.cm-1de
mucilagem.
g) Estabilidade Físico-química
A estabilidade foi calculada baseando-se no valor inicial e final de cada
variável avaliada, sendo expressa em porcentagem.
Em que:
Di= valor do dia inicial
DF= valor do dia final
3.1.5. Delineamento Estatístico e Análise Estatística
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema
fatorial 2 x 2 x 7 sendo dois sistemas de cultivo (sequeiro e irrigado), dois clones de
palma forrageira (IPA 100004/Miúda e IPA-200205/IPA-Sertânia) e sete dias de
avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10, e 12 dias) com três repetições. Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância e quando significativos foram submetidos ao teste de
Tukey à 5 % de probabilidade pelo programa estatístico R versão 3.4.4. Os gráficos
foram elaborados utilizando o programa Sigmaplot 10.0.
3.1.6. Estudo do horário de colheita na composição físico-química de
mucilagem de cladódio de clone IPA 100004/Miúda
Cladódios de 100 a 230 mm de comprimento do clone IPA 100004/Miúda foram
colhidos às 5:00 e 20:00 horas, processados, obtido mucilagem e conservado
semelhante à figura 2 com adaptações do horário de colheita.
A mucilagem obtida foi mantida à 5 ± 2 °C por 12 dias, sendo que nos dias 0, 2,
4, 6, 8, 10 e 12 foram realizadas as mesmas análises físico-químicas do tópico 1.
34
3.1.7. Delineamento Experimental e Análise Estatística
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema
fatorial 2 x 7 sendo dois horários de colheita (05:00 e 20:00 horas) e sete dias de
avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10, e 12 dias) com três repetições. Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey à 5 % de probabilidade pelo
programa estatístico R versão 3.4.4. Os gráficos foram elaborados utilizando o
programa Sigmaplot 10.0.
3.2. Uso do ácido cítrico na extração de mucilagem de cladódio de clone IPA
100004/Miúda
Cladódios de 100 a 230 mm de comprimento do clone IPA 100004/Miúda,
colhidos às 5:00 horas, foram processados e submetidos a adição de ácido cítrico (5%).
Os cladódios processados foram deixados imersos por 30 minutos em solução contendo
ácido cítrico (5%) para obtenção de mucilagem. A mucilagem obtida, foi mantida à 5 ±
2 °C por 12 dias, semelhante ao tópico 1. Sendo realizadas as mesmas análises físico-
químicas nos dias 0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12.
3.2.1. Delineamento Experimental e Análise Estatística
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema
fatorial 2 x 7 sendo a adição ou não de ácido cítrico (5%) e sete dias de avaliação (0, 2,
4, 6, 8, 10, e 12 dias) com três repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise
de variância e ao teste de Tukey à 5 % de probabilidade pelo programa estatístico R
versão 3.4.4. Os gráficos foram elaborados utilizando o programa Sigmaplot 10.0.
3.3. Avaliação do tamanho do cladódio de palma forrageira do clone IPA
100004/Miúda para extração de mucilagem
3.3.1. Obtenção de Cladódios de Palma e Disposição dos Tratamentos
Os cladódios do clone IPA 100004/Miúda do gênero Nopalea foram obtidos de
áreas experimentais da Universidade Federal Rural de Pernambuco/ Unidade
Acadêmica de Serra Talhada. Após a colheita, os cladódios foram transportados para o
Laboratório do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal.
35
Os cladódios foram separados e classificados em dois grupos, cladódios de
tamanho de 100 a 230 mm e cladódios de tamanho 231 a 300 mm de comprimento.
3.3.2. Processamento dos cladódios para obtenção de mucilagem
Os cladódios foram pesados, lavados em água corrente e em seguida foi
realizada a retirada das extremidades dos cladódios. Cortes longitudinais foram feitos
com finalidade de eliminar a epiderme e obter a região interna (parênquima aquífero) do
cladódio, após isso, foi feito mais um corte para obtenção do formato de cubo (Figura
2).
4. RESULTADOS
4.1. Cultivo em sequeiro de clones de palma forrageira incrementou os teores
de alguns fitoquímicos na mucilagem
De acordo com os dados obtidos, foi observado que o cultivo irrigado
proporcionou maiores rendimentos de mucilagem significantemente para o clone IPA
200205/ IPA-Sertânia, quando comparado com o mesmo clone em cultivo sequeiro e
com o clone IPA100004/Miúda de ambos os cultivos (Figura 3-C).
Observou-se ainda que houve interação tripla entre os fatores: sistema de
cultivo, clones de palma forrageira e dias de conservação para sólidos solúveis e
condutividade elétrica (Tabela 1). Para pH, Acidez Total Titulável e Teor de Potássio e
Sódio observou-se interações duplas (Tabela 1).
Foi evidenciado que a mucilagem dos clones IPA 100004/Miúda e IPA
200205/IPA-Sertânia, quando cultivados em sistema de cultivo de sequeiro,
apresentaram diferença em relação ao teor de Sólidos Solúveis quando comparados com
o cultivo irrigado. Observou-se também que em relação ao cultivo e os clones quando
comparados, o clone IPA 100004/Miúda apresentou maior teor de Sólidos Solúveis ao
longo da conservação que o clone IPA 200205/IPA-Sertânia nos cultivos de sequeiro
(Figura 4-A).
Em relação ao valor da Condutividade Elétrica, observou-se que a mucilagem de
clones cultivados em sistema sequeiro apresentaram diferença quando comparados com
os clones cultivados em sistema irrigado, sendo que a mucilagem do clone IPA 100004/
Miúda apresentou maior valor de condutividade elétrica no sistema de cultivo sequeiro,
nos dias 0, 2, 6 e 10 (Figura 3-A).
36
Foi observado que Teor de Potássio da mucilagem foi maior para os clones
cultivados em sistema sequeiro. Em relação ao pH e Acidez Total Titulável da
mucilagem, observou-se que os valores foram próximos em relação ao tipo de clone e
tipo de sistema de cultivo, sendo essas variáveis estáveis ao longo da conservação
(Figura 3-A).
Observou-se que a correlação entre o teor de potássio e a condutividade elétrica
foi maior para o clone IPA10004/Miúda em cultivo sequeiro (Figura 3-B).
37
Tabela 1. Valor do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clones IPA100004/Miúda e IPA
200205/IPA-Sertânia cultivados sistema de produção em sequeiro e irrigado, conservada à 5 ± 2 °C e 85% UR
°C por doze dias. Sendo realizadas as seguintes análises: SST - sólidos solúveis totais; ATT - acidez titulável
total contendo; pH; C.E- condutividade elétrica; teor de potássio (K+) e teor de sódio (Na+).
FV GL Quadrado Médio
SST ATT pH CE K Na
Cultivo 1 16,96* 0,11220 * 1.96* 24,39* 43898536,2* 307,0*
Clones 1 2,25* 0,00443 NS 0,05052 NS 6,11* 191869,2 NS 11307,7 NS
Dias 6 1,12* 0,01153 * 0,07174* 0,64582* 66958,3 NS 768,9 NS
Cultivo x clones 1 2,95* 0,01574 * 0,00252 NS 8,76* 2519921,4* 307,0 NS
Cultivo x dias 6 1,16* 0,00415 * 0,09183* 0,55428 * 82399,9 NS 600,3 NS
Clones x dias 6 0,47123* 0,00350 * 0,03471 NS 0,11897* 76951,1 NS 768,9 NS
Cultivo x clone x dias 6 0,88542* 0,00158NS 0,01210 NS 0,86055* 179379,2 NS 600,3 NS
Resíduos 56 0,06176 0,00072 0,01814 0,12308* 222107,5 648,0
Total 83
38
Figura 3. Sólidos solúveis totais (%); acidez titulável total (ácido málico g.100 mL de mucilagem); pH;
condutividade elétrica (mS.cm-1); teor de potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e sódio (µmol Na+ mL de
mucilagem) para mucilagem de palma forrageira obtida de clones Miúda e IPA cultivados em sistema de
sequeiro e irrigado, conservada à 5 ± 2 °C e 85% de Umidade Relativa por doze dias. ( ) Miúda em
sequeiro, ( ) Miúda em irrigado, ( ) IPA em sequeiro, ( ) IPA em irrigado (A). Correlação de
Pearson em relação ao teor de Potássio e Condutividade Elétrica na mucilagem de palma forrageira de
clones Miúda de sequeiro, Miúda irrigada, IPA sequeiro e IPA irrigada (B). Rendimento de mucilagem
extraída de cladódios de clones Miúda e IPA cultivados em sistema de cultivo de sequeiro e irrigado (C)
A mucilagem foi extraída na proporção 1:2 (1 parte de material vegetal e 2 partes de solução contendo
5% de ácido cítrico).
AS
óli
do
s S
olú
vei
s (%
) d
e m
uci
lag
em (
1:2
)
0
2
4
6
µm
ol
de
K+
mL
-1 d
e m
uci
lag
em (
1:2
)
1000
2000
3000
4000
5000
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
0
2
4C
.E m
S.c
m-1
de
mu
cila
gem
(1
:2)
0
2
4
6
µm
ol
de
Na+
mL
-1 d
e m
uci
lag
em (
1:2
)
0
40
80
Tempo (dias)
0 2 4 6 8 10 12 14
Áci
do m
álic
o g
. 100 m
L-1
de
muci
lagem
(1:2
)
0
1
2
3
B
Teor de potássio (µmol K+. mL
-1 de mucilagem)
0 1000 2000 3000
CE
mS
. cm
-1
1
2
3
4
5
Miúda Sequeiro
Linear (Miúda sequeiro)
y= 0,0036x - 4,7440
R2= 0,7477r = 0,86
39
4.2. Cladódios do clone IPA 100004/Miúda colhidos no horário de 05:00
horas apresenta um potencial para extração de mucilagem
Verificou-se que os cladódios colhidos às 05:00 horas apresentou rendimento
semelhante de mucilagem quando comparado com o rendimento de mucilagem obtida
de cladódios colhidos às 20:00 horas (Figura 4-C).
Em relação ao horário de colheita dos cladódios de palma forrageira, observou-
se que houve efeito significativo da interação entre os fatores horário de colheita e dias
de conservação (Tabela 2), para Sólidos Solúveis, Acidez Total Titulável, Condutividade
Elétrica e para Teor de Sódio. Para pH e Teor de Potássio houve efeito significativo ao
nível de 5% de probabilidade apenas para os tratamentos isolados (Tabela 2).
Observou-se que o teor de Sólidos Solúveis foi maior em mucilagem de
cladódios colhidos às 20:00 horas. Verificou-se também que o teor de Acidez Total
Titulável entre os dias 0 e 8 de conservação foi maior quando comparados com os
valores da mucilagem de cladódios colhidos às 05:00 horas no mesmo período de
conservação, sendo que nos dias finais de conservação esses valores de acidez foram
semelhantes entre as mucilagens obtidas dos cladódios colhidos nos diferentes horários.
Entretanto, observou-se que a acidez, o teor de Sólidos Solúveis e o teor de Sódio da
mucilagem de cladódios colhidos às 05:00 horas apresentou maior estabilidade química
ao longo da conservação (Figura 4-A).
Para a Condutividade Elétrica foi observado que a mucilagem de cladódios
colhidos às 20:00 horas apresentou maior valor de condutividade, bem como, menor
estabilidade química em torno de 112,5%, sendo assim, foi verificado que a maior
estabilidade foi em mucilagem de cladódios colhidos às 05:00 horas (Figura 4-A).
Quanto ao pH e teor de potássio, os menores valores foram observados em
mucilagem de cladódios colhidos às 05:00 horas (Figura 4-A).
Além disso, foi observada uma alta correlação entre os teores de potássio e
condutividade elétrica em mucilagem de cladódios colhidos às 05:00 horas como
mostrada na (Figura 4-B).
40
Tabela 2. Valores do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clone IPA 100004/Miúda, obtida de
cladódios colhidos às 05:00 e 20:00 horas na proporção de 1:2 (uma parte de mucilagem e duas partes de água),
conservada em temperatura à 5 ± 2 °C e 85% Umidade Relativa por doze dias. Sendo realizadas as seguintes análises:
SST - sólidos solúveis totais; ATT - acidez titulável total; pH; C.E- condutividade elétrica; teor de potássio (K+) e teor
de sódio (Na+).
FV GL Quadrado Médio
SST ATT pH CE K Na
Horários 1 0,05357NS 0,00105000* 2,10381* 0,05429NS 17004736* 1906,1*
Dias 6 0,43552* 0,00002063NS 0,03864NS 0,35652* 162550NS 5430,9*
Horários x Dias 6 0,46329* 0,00012222* 0,09823NS 0,45987* 190582NS 1906,1*
Resíduos 28 0,03869 0,00001905 0,03022 0,07481 85511 424,6*
Total 41
41
Figura 4. Sólido Solúveis Totais (%); Acidez titulável total; (ácido málico g.100 mL de mucilagem)
pH; Condutividade elétrica (mS.cm-1); Teor de potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e de sódio
(µmol K+ mL de mucilagem) em mucilagem de palma forrageira extraída do clone IPA
100004/Miúda colhida às 05:00 horas (-●-) e às 20:00 horas (-○-), mantidos por 12 dias à 5 °C (A).
Correlação de Pearson entre teores de Potássio e Condutividade Elétrica, da mucilagem extraídas de
palma clone IPA 100004/Miúda colhida às 05:00 e 20:00 horas (B). Rendimento de mucilagem
extraída de cladódios colhidos às 05:00 e 20:00 horas (C). A mucilagem foi extraída em água
ultrapura por 30 minutos na proporção de 1:2 (uma parte de material vegetal processado e 2 partes de
água ultrapura).
AS
óli
do
s S
olú
vei
s (%
) d
em
uci
lag
em (
1:2
)
0
1
2
3
µm
ol
de
K+
mL
-1 d
e m
uci
lag
em (
1:2
)
1000
2000
3000
4000
5000
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
2
4
6C
.E m
S c
m-1
de
mu
cila
gem
(1
:2)
0
2
4
6
µm
ol
de
Na+
mL
-1 d
e m
uci
lag
em
0
100
200
Tempo (dias)
0 2 4 6 8 10 12 14
Áci
do
mál
ico
g.1
00
mL
-1 d
e m
uci
lag
em (
1:2
)
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
B
Teor de potássio (µmol K+. mL
-1 de mucilagem)
0 1000 2000 3000
CE
mS
. cm
-1
1
2
3
4
5
5 horas
Linear 5 horas
y= 0,0036x- 4,7440
R2= 0,7477r = 0,86
42
4.3. Adição de ácido cítrico na extração de mucilagem, modificou a
composição físico-química e rendimento
Em relação a adição de ácido cítrico para aumentar rendimento de mucilagem de
palma forrageira, foi verificado no presente estudo, que essa adição não promoveu
aumento significativo de rendimento de mucilagem (Figura 5-C).
Observou-se também ao nível de 5% de probabilidade que houve interação entre
os fatores: com e sem adição de ácido cítrico e dias de conservação de mucilagem, para
Sólidos Solúveis e Acidez Total Titulável (Tabela 3). Por outro lado, o pH, a
Condutividade Elétrica e Teor de Potássio e de Sódio, apresentaram efeito significativo
apenas para os tratamentos isolados (Tabela 3).
A adição de ácido cítrico à 5% na extração de mucilagem aumentou
significativamente ao nível de 5% de probabilidade os teores de Sólidos Solúveis, Teor
de Potássio, Acidez Titulável e Condutividade Elétrica (Figura 5-A). Por outro lado,
reduziu valores de pH (Figura 5-A). Além disso, foi observado que a adição de ácido
cítrico não promoveu estabilidade para a mucilagem durante o período de conservação.
Verificou-se também que a correlação entre o teor de potássio e a condutividade
elétrica, apesar da adição do ácido cítrico ter influenciado o valor de ambas variáveis
isoladas, observou-se que a correlação entre o potássio e a condutividade elétrica foi alta
em mucilagem sem a adição do ácido cítrico (Figura 5-B).
43
Tabela 3. Valor do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clone IPA 100004/Miúda, obtida em água
ultrapura e com adição de ácido cítrico à 5%, conservada à 5 ± 2 °C e 85% UR °C por doze dias. Sendo realizadas as
seguintes análises: SST - sólidos solúveis totais; ATT - acidez titulável total contendo; pH; C.E- condutividade
elétrica; teor de potássio (K+) e teor de sódio (Na+).
FV GL Quadrado Médio
SST ATT pH CE K Na
Ácido Cítrico 1 27,52* 9,57* 52,82* 30,34* 6050748* -
Conservação 6 1,19* 0,0010 * 0,108NS 1,60* 276960NS -
Ácido Cítrico x Conservação
6 0,9683 * 0,0004 * 0,039NS 0,1811NS 99291NS -
Resíduos 28 0,0952 0,0001 0,031 0,0802 133228 -
Total 41
44
Figura 5. Sólidos solúveis totais (%); Acidez titulável total (ácido málico g.100 mL de mucilagem); pH;
Condutividade elétrica (mS.cm-1); Teor de potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e de sódio (µmol Na+
mL de mucilagem) em mucilagem de palma forrageira extraída em água ultrapura (-●-) e com adição de
ácido cítrico à 5% (-○-), mantidos por 12 dias à 5 °C (A). Correlação de Pearson entre teores de Potássio
e Condutividade Elétrica, da mucilagem de palma clone IPA 100004/Miúda extraída em água ultrapura e
com adição de ácido cítrico 5% (B). Rendimento de mucilagem de cladódios de clone IPA 100004/Miúda,
extraída em água ultrapura e com adição de ácido cítrico à 5% (C). A mucilagem foi extraída em água
ultrapura e com adição de ácido cítrico à 5% por 30 minutos na proporção de 1:2 (uma parte de material
vegetal processado e 2 partes de água ultrapura e com ácido cítrico).
A
Sól
idos
Sol
úvei
s (%
) de
m
ucil
agem
(1:
2)
0
1
2
3
4
µm
ol d
e K
+ d
e m
L-1
de
muc
ilag
em (
1:2
)
1000
2000
3000
4000
5000
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
0
2
4
6
C.E
mS
. cm
-1 d
e m
ucil
agem
(1:
2)
2
4
6
µm
ol d
e N
a+ m
L-1
de
muc
ilag
em (
1:2)
0
1
Tempo (dias)
0 2 4 6 8 10 12 14
Áci
do m
álic
o g
.100
mL
-1 d
e m
ucil
agen
(1:
2)
-2
-1
0
1
2
B
Teor de potássio (µmol K+
. mL-1
de mucilage)
0 1000 2000 3000
CE
. m
S. cm
-1
1
2
3
4
5
Sem Ácido Cítrico
Linear (sem ácido cítrico)
y= 0,8647x - 4,7440
R2= 0,7477
r = 0,86
45
4.4. Cladódios de 100 a 230 mm de comprimento foram mais adequados para
obtenção de mucilagem do clone IPA 100004/Miúda
O tamanho do cladódio avaliado não apresentou significância em relação ao
rendimento de mucilagem de palma forrageira (Figura 6-C).
Observou-se que houve interação entre os fatores: tamanho de cladódios e dias
de conservação, apenas para Acidez Total Titulável (Tabela 4). Para Sólidos Solúveis
Totais, pH e Condutividade Elétrica, houve efeito significativo ao nível de 5% de
probabilidade apenas para os tratamentos isolados.
De acordo com a interação entre os fatores: tamanho de cladódios e dias de
conservação, para a variável Acidez Total Titulável, foi observado que no dia inicial da
conservação os teores de acidez para a mucilagem obtida de ambos os tamanhos de
cladódios foram semelhantes, entretanto, aos dias 2, 4 e 6 da conservação, observou-se
que a mucilagem obtida de cladódios de tamanho 231 a 300 mm de comprimento,
apresentou maior teor de Acidez Total Titulável (Figura 6-A).
Foi observado que o pH, o rendimento e a Condutividade Elétrica de mucilagem
entre os tamanhos de cladódios avaliados, não apresentou diferença estatística (Figura
3- A e C). Observou-se que os teores de Sólidos Solúveis e de Potássio foram maiores
para os cladódios de 231 a 300 mm em relação aos cladódios de 100 a 230 mm. Além
disso, foi observado que para ambos os tamanhos de cladódios o fotômetro de chamas
não conseguiu quantificar teor de Sódio.
Observou-se que o teor de potássio presente na mucilagem apresentou
correlação positiva com a Condutividade Elétrica, sendo essa correlação maior em
mucilagem de cladódios de 100 a 230 mm de comprimento (Figura 3-B).
46
Tabela 4 – Valor do Quadrado Médio para mucilagem de palma forrageira clone IPA 100004/Miúda, obtida de
dois tamanhos de cladódios (100 a 230 mm ; 231 a 300 mm) na proporção de 1:2 (uma parte de mucilagem e 2
partes de água), conservada à 5 ± 2 °C e 85% Umidade Relativa, por doze dias. Sendo realizadas as seguintes
análises: SST - sólidos solúveis totais; ATT - acidez titulável total; pH; C.E- condutividade elétrica; teor de
potássio (K+) e teor de sódio (Na+).
FV GL Quadrado Médio
SST ATT pH CE K+ Na+
Tamanho de cladódios 1 0,59524* 0,000402388NS 0,000952NS 0,04024NS 1533578* -
Dias de conservação 6 0,30357* 0,000093658NS 0,233016* 0,74651* 269315NS -
Tamanho x dias 6 0,13690 NS 0,000096838* 0,058730NS 0,00524NS 98123NS -
Resíduos 28 0,05952 0,00003333 0,0457146 0,04333 79404 -
Total 41
47
Figura 6. Sólidos Solúveis Totais (%); Acidez Titulável Total (ácido málico g.100 mL de mucilagem); pH;
Condutividade Elétrica (mS.cm-1); Teor de Potássio (µmol K+ mL de mucilagem) e Teor de Sódio (µmol Na+
mL de mucilagem) em mucilagem de palma forrageira extraída do clone IPA 100004/Miúda de tamanho 100
a 230 mm (-●-) e de 231 a 300 mm (-○-), mantidos por 12 dias à 5 ± 2 °C e 85% Umidade Relativa (A).
Correlação de Pearson entre teores de Potássio e Condutividade Elétrica, da mucilagem extraídas de palma
clone IPA 100004/Miúda do tamanho de 100 a 230 mm e de 231 a 300 mm (B). Rendimento de mucilagem
extraída de cladódios de 100 a 230 mm e de 231 a 300 mm de comprimento (C). A mucilagem foi extraída
em água ultrapura por 30 minutos na proporção de 1:2 (uma parte de material vegetal processado e 2 partes
de água ultrapura).
A
µm
ol
de
K+
mL
-1
de
mu
cila
gem
(1:2
)
1000
2000
3000
4000
5000
Tempo (dias)
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
2
3
4
5
CE
mS
. cm
-1 d
e m
uci
lag
em (
1:2
)
0
1
2
3
4
0 2 4 6 8 10 12 14
Áci
do m
álic
o g
. 100 m
L-1
de
muci
lagem
(1
:2)
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Sóli
do
s S
olú
vei
s (%
) de
muci
lagem
(1:2
)
0
1
2
3
4
µm
ol
de
Na+
mL
-1
de
mu
cila
gem
(1:2
)
0,0
0,5
B
Teor de potássio (µmol K+. mL-1 de mucilagem)
0 1000 2000 3000
CE
. m
S.c
m-1
1
2
3
4
5
100 a 230 mm
Linear de 100 a 230 mm
y= 0,0035x- 4,5198
R2= 0,7089
r = 0,86
48
5. DISCUSSÃO
É evidente que mucilagem de cladódios de palma forrageira associados a
plastificantes possuem propriedades mecânicas e físico-químicas de formação de
biofilmes comestíveis (Gheribi et al., 2018). Porém, a origem do cladódio, condições
ambientais, métodos de extração, dentre outras variantes, podem influenciar na
qualidade do biofilme formado.
No presente estudo, foi investigado condições agronômicas e ambientais
envolvendo tipos de cultivo e clones, horário de colheita, adição de ácidos orgânicos e
tamanho de cladódio, no rendimento, na qualidade e na estabilidade físico-química da
mucilagem refrigerada de palma forrageira.
Em relação à escolha do tipo de cultivo e de clone para a obtenção de
mucilagem, foi verificado que tanto os clones de palma forrageira IPA 100004/Miúda e
IPA 200205/IPA-Sertânia quando cultivados em sequeiro apresentaram uma mucilagem
mais viscosa (observações pessoais) em relação às irrigadas. Isso ocorreu
provavelmente devido ao Ajustamento Osmótico utilizado pelas plantas que é
considerado como um mecanismo adaptativo que a planta utiliza para sobreviver sob
condições de estresse hídrico ou salino, o qual proporciona a manutenção da
turgescência, abertura estomática, crescimento e alongamento celular (Silveira et al.,
2009).
Com isso, possivelmente ocorre uma acumulação intracelular de solutos
osmoticamente ativos, que irá resultar em um aumento do potencial osmótico e
consequentemente o potencial hídrico será aumentado, garantindo assim que a planta
não perca água para a região de menor potencial, sendo assim, a planta consegue
estabelecer um certo equilíbrio evitando a perda de água para o solo (Turner, 1996).
Podendo esse fenômeno também afetar tanto a concentração dos sólidos solúveis como
também o pH, contribuindo assim para uma maior viscosidade da mucilagem.
Além disso, foi indiretamente evidenciado altos valores no Teor de sólidos
solúveis, pH, Teor de Potássio e Sódio, Acidez Total Titulável, e Condutividade
Elétrica. Apesar da condutividade elétrica ter sido maior, no cultivo sequeiro, o que
pode resulta em uma mucilagem menos viscosa, os teores de sólidos solúveis e pH
foram considerados valores altos contribuindo assim em uma mucilagem mais viscosa
quando comparada com a mucilagem do sistema irrigado.
49
Quando avaliado o horário de colheita de cladódios de palma forrageira,
observou-se que houve diferença no teor de sólidos solúveis, sendo o horário de 20:00
horas o que apresentou maior teor, no entanto, a estabilidade do teor de sólidos solúveis
para este horário foi menor quando comparada com o horário de colheita às 05:00 horas.
Observou-se também que o valor de aproximadamente 2% de sólidos solúveis
encontrado no presente trabalho é menor que os valores de 13% e 19% encontrados por
(Bayar; Kriaa; Kammoun, 2016; Kalegowda; Chauhan; Urs, 2017). Isso ocorreu
possivelmente por a mucilagem utilizada apresentar uma maior diluição em virtude do
método de extração utilizado, sendo apenas por imersão, o que difere de outros
trabalhos que utilizaram extrusão (Otálora et al., 2015) ou lavagens com metanol
(Gheribi et al., 2018) o que garante uma mucilagem mais concentrada.
Os cladódios colhidos às 5:00 horas da manhã apresentaram em todos os dias
avaliados menores teores de potássio (Figura 4-A). Além disso, nos oito dias iniciais
menores teores de ácido málico foram verificados (Figura 4-A).
Devido ao metabolismo da palma forrageira ser do tipo (CAM) Metabolismo
Ácido das Crassulacéas, que durante a noite, quando a planta abre seus estômatos,
ocorre a entrada de CO2 atmosférico, sendo esse CO2 acumulado e convertido em ácido
málico, por essa razão, a quantidade de ácido málico é maior no início da manhã de
acordo com Sampaio (2005).
Entretanto, os resultados obtidos no presente trabalho, são justificados por
Scalisi et al (2016), que observaram uma maior concentração de ácido málico no horário
noturno, devido ao estresse hídrico que as plantas de Opuntia ficius indica foram
submetidas, o que se assemelha com as condições hídricas do presente trabalho, uma
vez que, os cladódios foram obtidos de plantas cultivadas em sistema de sequeiro, com
condições climáticas de baixa precipitação pluviométrica, baixa umidade relativa do ar e
alta temperatura do ar conforme mostrado na (Figura 1). Considerando-se assim, uma
condição de estresse o que resultou em uma maior quantidade de ácido málico.
Quanto ao teor de potássio foi verificado estabilidade nos valores durante o
armazenamento (Figura 4-A) houve diferença para a mucilagem nos cladódios colhidos
às 5:00 (Figura 4-A). Além disso, menores teores de potássio e sódio (Figura 4-A)
foram obtidos no horário de 5:00 horas, isso ocorreu possivelmente devido ao processo
fotossintético e a respiração da palma forrageira serem maiores durante à noite, havendo
então uma maior absorção de macro e micronutrientes que durante o dia (Sampaio,
50
2005). O potássio tem grande importância para as plantas, também por regular a
abertura e fechamento dos estômatos (Mengel; Kirkby, 1978; Malavolta et al., 1997).
Portanto, acredita-se que a colheita às 5:00 horas por resultar em menor acidez,
menores teores de potássio e sódio, e menor condutividade elétrica, podem resultar
indiretamente em uma mucilagem mais viscosa, bem como, mais estável quimicamente
e um maior rendimento.
Nos ensaios descritos o rendimento permaneceu na faixa de 40%, isso pode não
ser um rendimento adequado quando se trata de produção comercial de mucilagem em
agroindústria. Assim, com o intuito de incrementar o rendimento foi adicionado à
extração ácido cítrico (Mirzajani; Hadavi; Kashi, 2015).
Com uso do ácido cítrico na extração de mucilagem de palma forrageira, foi
observado que houve diferença significativa em relação aos sólidos solúveis, os quais
apresentaram maiores valores em torno de 2,5 a 3% quando comparados com os da
mucilagem extraída apenas em água ultrapura, possivelmente obtendo-se assim um
maior rendimento (Pinheiro et al., 1984). Entretanto, esses valores obtidos são inferiores
quando comparados com os de Kalegowda; Chauhan; Urs, (2017). Além disso,
observou-se que a adição do ácido cítrico, na extração da mucilagem promoveu maior
influência também para o Teor de Potássio, Condutividade Elétrica e pH.
A adição de ácido cítrico incrementou a condutividade elétrica, uma vez que,
pode resultar em uma menor viscosidade da mucilagem (Trachtenber; Mayer 1982).
Porém, por ser considerando um antioxidante, o ácido cítrico pode atuar minimizando o
escurecimento enzimáticos dos tecidos vegetais, sendo considerado também como um
importante componente para a elaboração de revestimento comestível (Lo’ya; El-
Khateeb, 2018).
A viscosidade é um fator de grande importância para a composição de
revestimentos comestíveis, pois quanto mais viscosa a mucilagem maior a capacidade
de adesão à superfície do produto (Assis, Brito 2014). No entanto, em relação ao
rendimento de mucilagem foi observado que a utilização do ácido cítrico não apresentou
diferença quando comparado com o rendimento de mucilagem extraída em água
ultrapura, pois de acordo com Piletti (2011) o aumento do rendimento de extração de
mucilagem se dá à medida que passa de pH ácido para pH menos ácido.
Em relação ao tamanho do cladódio, no ensaio realizado com o clone IPA
100004/Miúda, observou-se que cladódios de diferentes tamanhos podem resultar
51
diferenças qualitativas na mucilagem (Padilla et al., 2016). Sendo assim, foi utilizado dois
tamanhos como referência de 100 a 230 mm e 231 a 300 mm de comprimento.
Quanto ao teor de sólidos solúveis presentes na mucilagem, houve diferença
entre os tamanhos de cladódios avaliados, sendo essa análise fundamental para
averiguar a qualidade da mucilagem bem como o rendimento, uma vez que, os sólidos
solúveis presentes na matéria prima implicam em um maior rendimento de acordo com
Pinheiro et al., (1984). No entanto, quando avaliado o rendimento de mucilagem,
observou-se que não houve diferença em relação aos tamanhos de cladódios, porém ao
longo da conservação observou-se uma pequena variação em relação ao teor de sólidos
solúveis. No entanto, essa variação não afetou a estabilidade da mucilagem em relação
ao tempo de conservação, sendo o valor final dos sólidos solúveis, semelhantes ao valor
inicial que foi de aproximadamente 1% (Figura 6-A).
O teor de potássio e seus valores de condutividade elétrica foram
significativamente maiores ao nível de 5% de probabilidade para os cladódios com 231
a 300 mm de comprimento (Figura 6-A). Isso se deu possivelmente por esses cladódios
apresentarem comportamento de órgão fonte, ou seja, apresentar maior quantidade de
água e íons e produção de assimilados para órgãos dreno (Marcelis 1996), como por
exemplo, produção de cladódios jovens, flor e fruto, o que fez com que a condutividade
elétrica fosse maior nesse tamanho de cladódio.
Além disso, o fotômetro de chamas não consegui detectar teor de sódio no
extrato de mucilagem usado, possivelmente devido a diluição da mucilagem que foi de
1 parte de mucilagem (parênquima aquífero) para 2 partes de água usada para a extração
de mucilagem. Sendo necessário ainda, mais uma diluição para a realização da leitura
no fotômetro de chamas, em que foi utilizada 1 parte de mucilagem para 50 partes de
água. Logo, esses resultados também não refletem a ausência de sódio como descrito
por Souza (2015) que encontrou o valor de 0,86g. Kg-1 de teor de sódio em palma
forrageira, porém esse valor pode ser maior ou menor a depender de fatores como
irrigação e adubação química, local de cultivo, tipo de clima e variedade ou clone
utilizado (Kim et. al., 2013).
Ao longo do estudo verificou-se que houve uma correlação entre o teor de
potássio e a condutividade elétrica da mucilagem, devido à presença do potássio (Figura
6-B). Sendo análise da condutividade elétrica considerada como importante no que se
refere à viscosidade de mucilagem, Trachtenberg, Mayer (1982), afirmam que a força
iônica, que trata da quantidade de íons presentes na solução, pode interferir na força
52
intermolecular, ou seja, na viscosidade. Assim, os íons ou sais presentes, podem causar
um desarranjo na conformação, esta que se dá, devido as moléculas do polímero
assumirem uma posição equilibrada de formas, resultando assim, em um fluido menos
viscoso (Krevelen, 1990), resultando também em uma menor adesão do revestimento à
superfície do produto (Assis e Brito 2014).
Sherahi et al (2018), observou em mucilagem de sementes de Descurainia
sophia que quanto maior a força iônica, maior a concentração de íons, menor é a
viscosidade da mucilagem, sendo esses íons tanto monovalentes como o K+e Na+,
quanto divalentes como o Ca2+ e Mg2+. Entretanto, foi observado no presente estudo que
o potássio presente na mucilagem de palma forrageira, não apresentou diferença de
viscosidade, uma vez que, o potássio faz parte da composição química da mucilagem, o
que difere dos resultados encontrados por (Sherahi et al., 2018) que adicionou em seu
estudo NaCl e CaCO3 foi verificado que a viscosidade da mucilagem foi alterada,
ficando menos viscosa.
Com base nos dados obtidos, observou-se que os cladódios de menor tamanho
apresentaram baixa concentração de potássio e consequentemente uma menor
condutividade elétrica, o que resulta teoricamente, em uma mucilagem mais viscosa
quando comparada com a mucilagem de cladódios maiores. Além disso, o rendimento,
foi estatisticamente semelhante nos dois tamanhos (Figura 6-C). Contudo, os cladódios
menores foram mais tenros e mais macios para cortar, o que facilitou o processamento
dos mesmos, possivelmente devido ao menor teor de fibras ou lignina (Tosto et. al.,
2007; Silva et. al., 2015). Assim, sugere-se a escolha do cladódio menor para extração e
obtenção de mucilagem para formação de biofilme.
Em virtude das respostas obtidas das variáveis avaliadas, nos ensaios realizados,
optou-se por realizada a Análise de Componentes Principais (PCA) com a intenção de
se obter maiores informações em relação às variáveis teor de sólidos solúveis,
condutividade elétrica, acidez total titulável, teor de potássio, teor de sódio e pH. Além
disso, buscou-se verificar quais condições de campo e métodos de extração
apresentaram maior influência. Os tratamentos foram dispostos conforme mostra
(Tabela 5) para construção do gráfico da Análise de Componentes Principais.
53
Tabela 5. Disposição dos tratamentos em relação a Análise de Componentes Principais,
para a mucilagem de palma forrageira, obtida a partir de diferentes clone e sistema de
cultivos, horário de colheita, adição de ácido cítrico e tamanho de cladódios.
Código Tratamento
T1 IPA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (G) ÁCIDO CÍTRICO
T2 IPA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (G) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T3 IPA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (M) ÁCIDO CÍTRICO
T4 IPA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (M) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T5 IPA IRRIGADA 5 HORAS TAM (G) ÁCIDO CÍTRICO
T6 IPA IRRIGADA 5 HORAS TAM (G) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T7 IPA IRRIGADA 5 HORAS TAM (M) ÁCIDO CÍTRICO
T8 IPA IRRIGADA 5 HORAS TAM (M) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T9 MIÚDA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (G) ÁCIDO CÍTRICO
T10 MIÚDA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (G) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T11 MIÚDA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (M) ÁCIDO CÍTRICO
T12 MIÚDA SEQUEIRO 5 HORAS TAM (M) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T13 MIÚDA SEQUEIRO 20 HORAS TAM (G) ÁCIDO CÍTRICO
T14 MIÚDA SEQUEIRO 20 HORAS TAM (G) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T15 MIÚDA SEQUEIRO 20 HORAS TAM (M) ÁCIDO CÍTRICO
T16 MIÚDA SEQUEIRO 20 HORAS TAM (M) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T17 MIÚDA IRRIGADA 5 HORAS TAM (G) ÁCIDO CÍTRICO
T18 MIÚDA IRRIGADA 5 HORAS TAM (G) SEM ÁCIDO CÍTRICO
T19 MIÚDA IRRIGADA 5 HORAS TAM (M) ÁCIDO CÍTRICO
T20 MIÚDA IRRIGADA 5 HORAS TAM (M) SEM ÁCIDO CÍTRICO
Notou-se com a Análise de Componentes Principais (Figura 7), que houve a
formação de dois grandes grupos distintos entre os tratamentos, sendo a adição de ácido
cítrico na extração de mucilagem, o tratamento que apresentou maior influência para
teor de sólidos solúveis totais, acidez total titulável e condutividade elétrica, tornando os
seus valores mais elevados quando comparados com os demais tratamentos. Por outro
lado, a adição de ácido cítrico promoveu um menor pH para a mucilagem (Figura 7).
54
Figura 7. Resposta da Análise de Componentes Principais dos tratamentos em relação a
mucilagem obtida a partir de diferentes clones de palma forrageira, cultivados em
sistemas de cultivos distintos, colhidos em diferentes horários e avaliados diferentes
tamanhos de cladódios.
Observou-se na Análise de Componentes Principais que em relação aos teores de
potássio e sódios, não houve influência do ácido cítrico para estas variáveis.
Em relação aos quadrantes da Análise de Componentes Principais, observou-se
que o quadrante I o agrupamento dos tratamentos foi maior entre o clone Miúda colhido
em diferentes horários e sem adição de ácido cítrico. No quadrante II o clone de maior
representatividade foi o clone IPA colhido em diferentes horários e sem adição de ácido
cítrico. O quadrante III foi representativo pelos clones Miúda e IPA colhidos em
diferentes horários com adição de ácido cítrico, bem como, foi verificado que entre as
variáveis Sólidos Solúveis e Condutividade Elétrica, houve uma maior correlação entre
os tratamentos deste quadrante. E por último, o quadrante IV, foi representado pelo o
clone Miúda de diferentes horários de colheita e com adição de ácido cítrico.
Contudo, observou-se que o manejo na formulação do revestimento, ou seja, a
adição de ácido cítrico na extração da mucilagem, foi o fator que mais alterou a
composição físico-química da mucilagem, em relação aos demais manejos estudados,
como por exemplo, horário de colheita e tamanho de cladódio. Por tanto, se faz
necessário mais estudos para a aplicação dos biofilmes obtidos em raízes e frutas
minimamente processadas para enfim, averiguar a eficiência dos revestimentos obtidos.
55
6. CONCLUSÕES
A adição de ácido cítrico na extração de mucilagem de palma forrageira não
proporcionou maior rendimento e diminuiu a viscosidade da mucilagem.
A mucilagem de cladódios do clone IPA100004/ Miúda de cultivo sequeiro,
colhido às 05:00 horas apresentou maior estabilidade físico-química ao longo da
conservação.
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